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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023

Tema Geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre


Lição 10 – 4 a 11 de março
Retribuindo

Autor: Wellington Almeida


Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos

O significado do termo “retribuir” no contexto desta lição é melhor entendido no sentido de


responder a um gesto, favor, sentimento, etc., de maneira similar; corresponder. Na Bíblia, esse
verbo aparece pelo menos três vezes no AT (Gn 50:15; 2Sm 22:25 [esse texto é repetido em Sl
18:24]). A ideia é a mesma nesses textos: “Deus e os outros me tratarão do jeito que os tratei”.
Isso é retribuição. Então, cabe aqui a pergunta quanto à questão da fidelidade: Como você seria
tratado por Deus se Ele retribuísse exatamente do mesmo modo que você O trata?
“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo, está às portas. Oramos
para que estas lições aprofundem sua fé e confiança em Deus e o encorajem a ser um
administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).

1. Verso para memorizar


“Então ouvi uma voz do Céu, dizendo: – Escreva: ‘Bem aventurados os mortos que, desde agora,
morrem no Senhor.’ – Sim – diz o Espírito –para que descansem das suas fadigas, pois as suas
obras os acompanham” (Ap 14:13 – grifo acrescentado).
A primeira reação que tive ao ler o texto acima foi pensar o seguinte: “O que isso tem que ver com
o tema? O tema não é a morte. Mas vamos cavar mais fundo? É óbvio que não estou falando da
“sepultura”, mas do “conhecimento”. Comece observando que a “voz” é “autorizada”. Vem do Céu.
Segundo, não há tristeza, mas felicidade (bem-aventurados). E aí vem o ponto da retribuição: “pois
as suas obras os acompanham”, ou seja, quem praticou boas obras é feliz. Este pode descansar
“em paz”. Então, pense comigo (e coloque seus alunos para pensar também), “dormir em paz”
seria uma correspondente retribuição às obras que você tem praticado?

2. Esboço para esta semana


O tema para esta semana poderá ser estudado considerando duas afirmações contundentes:
(1) Não levamos nada para o túmulo (lição de segunda)
(2) O que deixamos é “legado espiritual” (lição de quinta)
Em seguida, você poderá revisar as lições de terça e quarta na sequência, pois são orientações
práticas de como lidar com casos em que sua assistência social seja necessária:
(3) Comece atendendo às necessidades (lição de terça)
(4) Não termine sendo bom só na hora da morte (lição de quarta)
Finalize sua abordagem com o exemplo do “rico insensato” apresentada na lição de domingo.

3. Abordagem sugestiva
Vamos fazer um bolo? Para isso precisamos de um bom motivo (pode ser a vontade de comer) e
de alguns ingredientes. Estudar e compartilhar a lição é como fazer um bolo. Precisamos de um
bom motivo: no sábado temos o encontro entre amigos na Unidade de Ação. Leve os ingredientes
que são os trechos que você apontou, sublinhou e destacou ao estudar a lição cada dia. Na classe
dos professores a gente “bate a massa com os melhores ingredientes” e leva um saboroso “bolo”
para nos deliciarmos com um “só sabor de conhecimento”. E sabe o que mais? Na unidade, a gente
“come” e diz o que achou do aprendizado. E aí? Vamos para a “cozinha do experimento”? Ore antes
de começar a experiência.

3.1. Não levamos nada para o túmulo – lição de segunda-feira


A síntese dos textos bíblicos da pergunta 2 é pontual: nada trouxemos, nada levaremos. Considere
com a unidade o que cada um trouxe ao nascer. Vejam! Nem roupa trouxemos! Claro que ficam
bem entendidas as palavras de Jó “nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei (Jó 1:21). Então,
leve seus alunos a pensar: “Assim sendo, com quem vai ficar tudo o que tenho?” Entraremos então
em um assunto no qual o autor da lição foi muito sábio ao abordar: minha herança é para quem
mesmo? Infelizmente, algumas pessoas só têm dívidas para deixar. Mas esse assunto também
envolve a mordomia dos bens.
Explore o tema: (1) nada trouxemos, nada levaremos; (2) tudo passará como uma neblina. Logo, o
que temos é posse temporal daquilo que nos foi entregue em confiança; (3) Deus é o dono de tudo
(Sl 24:1). E isso é tudo!
Vamos pensar? Deus é dono de tudo. Chegamos ao mundo sem nada. Partiremos sem nada. A
pergunta crucial é: a quem pertence o que deixaremos (ou melhor, a quem deveria pertencer? Aos
herdeiros, alguém pode estar pensando. Sim, mas já pensamos no fato de que muitas vezes isso
é causa de brigas e até de morte? Que tal “dormirmos em paz” deixando a “paz entre os herdeiros?”
Outra coisa: Deus está nos nossos planos, sendo Ele o legítimo dono de tudo o que temos? Já
conversamos com Ele a respeito desse assunto? E se não houver herdeiros, a quem confiaremos
os bens como “fiéis depositários” até que Ele [o dono, o Senhor] venha fazer os acertos?

3.2. Legado espiritual – lição de quinta-feira


Três verdades são apresentadas nos textos sugeridos para a leitura na pergunta 5 da lição: (1)
Tudo pertence a Deus, inclusive os animais; (2) Deus é quem estabelece todas as coisas, inclusive
os céus e a Terra; (3) Há um propósito: tudo foi criado “por Ele e para Ele”.
A lição de quinta-feira reforça a abordagem da lição de segunda-feira: “Ele é o dono de tudo, e é o
Senhor quem nos dá vida, existência e força para obter as coisas. Então, é lógico que, quando
tivermos completado a tarefa que Deus nos deu, e tivermos cuidado de nossa família, devemos
devolver o restante a Ele” (G. Edward Reid). Pontue os oito benefícios que a lição deste dia cita.
O legado espiritual que você pode deixar é o do desprendimento, do altruísmo e do amor a Deus e
ao próximo.

3.3. Comece com as necessidades pessoais – terça feira


Leia e comente com a classe a pergunta 3. Nossa maior riqueza são as pessoas, não as moedas.
Mordomia não é apenas o uso sábio dos recursos na vida, mas também o destino certo dos
recursos ante da morte.

3.4. Caridade no leito da morte – quarta-feira


Destaque o seguinte texto: “Vi que muitos sonegam a causa de Deus enquanto estão vivos,
acalmando a consciência com a ideia de que serão caridosos na morte. Dificilmente ousam
exercer fé e confiança em Deus para dar qualquer coisa enquanto vivem. Mas essa caridade no
leito de morte não é o que Cristo exige de Seus seguidores; ela não pode desculpar o egoísmo da
vida deles. Os que se apegam às suas propriedades até o último momento entregam-nas à morte
em vez de fazê-lo para a Causa. Os prejuízos ocorrem continuamente. Bancos vão à falência e as
propriedades vão sendo perdidas de muitas maneiras. Muitos se propõem a fazer algo, mas adiam
o assunto, e Satanás entra em ação para que de modo algum os meios sejam postos no tesouro.
Perdem-se antes de voltar para Deus, e Satanás se alegra com isso” (Ellen G. White, Testemunhos
Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 130). Não deixe “para a morte” o que possa representar “vida”
para outros na Causa certa. Revise com a classe os quatro princípios que devem ser considerados
ao lidar com o dinheiro.
(1) Confiar em Deus (1Tm 6:17).
(2) Tudo é passageiro (2Co 4:18).
(3) Riqueza é “ter o necessário” (Pv 30:8).
(4) Ter tudo nunca será suficiente (Ec 5:10).

3.5. Um exemplo para não seguir – o rico insensato – domingo


Qual é o verdadeiro problema apresentado nesse relato (Lc 12:16-21)?
Respondo: é pensar “no que farei” e não “no que serei”. Eis o ponto a ser refletido. O real problema
é o acúmulo de recursos pensando apenas em si. É pensar apenas no que posso deixar de fazer
na aposentadoria.
Dialogue com a classe sobre esse exemplo e não termine sem ler este texto:
“A aspiração daquele homem não era mais elevada que a dos animais, que perecem. Vivia como
se não houvesse Deus, nem Céu, nem vida futura; como se tudo que possuía lhe pertencesse, e
nada devesse a Deus nem aos homens” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 146).

Conclusão
O tema é melindroso, pois mexe com nossos interesses e, se o coração não for de Deus, a rejeição,
em vez da retribuição já estará armada. Toque o tema sem parecer tendencioso e ganancioso.
Como falei, o autor foi muito sábio e usado por Deus para tratar de um tema tão delicado. Reforce
os dois pontos iniciais e o senhorio absoluto de Deus sobre todas as coisas. Nossa gratidão
apontará a intensidade de nossa retribuição.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é
pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in
memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia
(IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em
Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004),
Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013),
Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família
e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse
campo (ANPa) em novembro de 2022.

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