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ABSTRACT
The objective of this present work is to analyze the process of loss of the identity of
the Brazilian Baptists, their possible causers, and the respective consequences for
the denomination, and how this has affected the process of human conversion. A
brief summary of the history of Baptists will be presented, as well as the main
theories about their emergence in the world, and in Brazilian lands. We will analyze
the changes that occurred in the thinking of the Brazilian Baptist denomination, on
contemporary themes such as women's pastorate, inclusive and prosperous
theologies, positive confession, Marxism, liberalism, feminism, cell churches, integral
mission, among other human actions respect to worship.
1Aluno do Curso Livre de Teologia da Faculdade Batista do Estado do Rio de Janeiro (FABERJ). E-
mail: andersonacyrchagas@gmail.com
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INTRODUÇÃO
1 IDENTIDADE
A denominação batista tem uma das histórias mais lindas e por sua vez uma
das mais difíceis de ser estudada ou definida. As perseguições constantes e seu
modelo de organização geram uma série de dificuldades para se determinar os
pontos de origem dos batistas. Muitos são completamente ignorantes sobre esse
assunto, e desconhecem a importância de saber suas origens.
Muitos batistas não têm a mínima noção de sua história, de seu passado e de
sua origem. Devemos nos lembrar de que o povo que não conhece nem guarda sua
história corre o risco de não conhecer a si mesmo.
2 https://conceito.de/identidade
7
reforma protestante. Em seu livro Breve história dos Batistas, J. Reis Pereira nos
apresenta o seguinte resumo dessas três teorias.
A outra teoria citada por J. Reis Pereira, afirma que os batistas se originaram
dos separatistas ingleses, especialmente aqueles que eram congregacionais na
eclesiologia e insistiam na necessidade do batismo somente de regenerados.
Especula-se que a denominação moderna foi originada tanto na Inglaterra quanto na
Holanda, no começo do século XVII. No início dos anos de 1600, surgiram dois
grupos principais na Inglaterra os quais podemos classificar de Batistas: os Batistas
Gerais e os Particulares.
Essa teoria é defendida por teólogos como Augustus Hopkins Strong e Henry
C. Vedder. Em sua Breve História dos Batistas6, publicada em 1907, onde Vedder
declara que depois de 1610 temos uma sucessão ininterrupta de igrejas batistas,
estabelecidas com provas documentais indubitáveis.
A terceira teoria sobre a origem dos batistas refere-se ao parentesco com os
Anabatistas e outros grupos. Essa teoria é muito bem defendida por historiadores
como David Benedict, que publicou, em 1848, uma História Geral da Denominação
Batista na América e em Outras Partes do Mundo7; por Richard Cook, que publicou,
em 1884, uma História dos Batistas em Todos os Tempos e Países8.
3 Thomas Crosby, The History of the English Baptists from the Reformation to the Beginning of the
Reign of King George I (London, 1738-40)
4 G.H. Orchard, A Concise History of Foreign Baptists (Nashville, 1855)
5 John T. Christian, A History of the Baptists (Nashville, 1922)
6 Henry C. Vedder, A Short History of the Baptists (Philadelphia, 1907)
7 David Benedict, A General History of the Baptist in America and Parts of the World (New York, 1848)
8 Richard B. Cook, The Story of the Baptists in All Ages and Countries (Baltimore, 1884)
8
brasileiro. Porem, essa igreja se limitava a apenas aos colonos e seus cultos eram
em língua inglesa. Esses mesmos colonos fundaram, alguns anos mais tarde, uma
segunda igreja batista, em janeiro de 1879. Essas igrejas desapareceram, porém,
percebendo-se o potencial do campo missionário no Brasil, fez-se um apelo à
Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos para que enviasse missionários, mas
tal pedido não surte efeito. Vale ressaltar a figura de um ex-general sulista, de nome
A. T. Hawthorne, que na tentativa de retribuir o acolhimento recebido por seus
compatriotas em nossas terras, começou a utilizar as visitas que fazia a outras
igrejas e acabava falando do Brasil e do campo missionário. Em uma dessas visitas,
um jovem pastor chamado William Buck Bagby, ao ouvir a pregação de Hawthorne,
fica impressionado e extremamente impulsionado a vir para o Brasil. Bagby, junto
com sua noiva, decidiu, após muita oração, que o país para onde queriam seguir era
o Brasil. E foi num vagaroso navio veleiro que os dois, logo após o casamento,
fizeram sua viagem de núpcias a caminho desta terra desconhecida.
Quando chegaram, desembarcaram no Rio e, logo depois, seguiram para
Santa Bárbara. Lá chegando, encontraram um ex-padre católico, Antônio Teixeira de
Albuquerque, que se convenceu do engano de sua posição, abandonou a batina,
casou-se e mudou-se para São Paulo, foi batizado por um pastor, que era também
colono, tornando-se, assim, o primeiro brasileiro a ser batizado. Assim, pois, com
cinco membros fundadores, em 15 de outubro de 1882, foi organizada a Primeira
Igreja Batista da Bahia e primeira igreja batista brasileira.
Inicialmente para se discutir estes dois temas devemos iniciar fazendo certas
considerações: Segundo Roberto do Amaral(2003), Princípio e Doutrina não são a
mesma coisa. Princípio no sentido em que usaremos, significa começo ou verdade
eterna. Como verdade eterna, é lei divina em sentido amplo.
Os princípios são, por sua natureza imutáveis, tem abstração maior do que as
doutrinas, são basiliares e fundamentais. Os princípios abrangem as doutrinas, os
mandamentos, as ordenanças e os convênios do evangelho de Jesus Cristo. E o
evangelho, por sua vez, abrange toda a verdade.
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5 CULTO E ADORAÇÃO
9http://www.batistas.com/portal-ntigo/index.php?option=com_content&view=article&id=16&Itemid=
16&showall=1
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culto e adoração. Para alguns, isso se chama evolução diante das novas maneiras
de religiosidade e expressão individual da fé, para outros, um retrocesso e
achincalhe da fé Batista (Dinelcir de Souza Lima – 2018).
5.1 O CULTO
Todos esses textos registram o culto como serviço religioso, seja prestado ao
Deus verdadeiro, seja a deuses falsos, mas sempre uma prática reverente,
subordinada, religiosa.
Com relação à adoração, devemos entender que adoração nem sempre é
culto, porque o culto tem que conter a adoração, porém consiste de cerimônias.
Esse é o significado da palavra grega threskeia, que é encontrada em Colossenses
2.18.
O Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho (2012), nos explica o que é um culto
biblicamente relevante. Para ele o culto biblicamente relevante é:
5.2 A ADORAÇÃO
Tudo que foi exposto anteriormente mostra, de uma forma ou de outra, o que
a denominação batista acredita ou acreditava. Com o passar do tempo estes
princípios se perderam ou foram deturpados. Os cristãos são bombardeados
diariamente por ideologias nocivas e satânicas por todos os lados, porém uma das
formas mais sorrateiras de minar as forças vem do chamado “fogo amigo”. Tem
ocorrido uma desconstrução descarada dos princípios e doutrinas, em que filosofias
antropocêntricas e satânicas são apresentadas como bíblicas, e o politicamente
correto é propagado nos púlpitos.
Não se pode determinar com precisão o início dessas mudanças ou da
influência dessas filosofias, mas pode-se estipular os causadores.
Na década de 80, o Brasil foi tomado por um movimento que atraiu e ainda
atrai milhares de pessoas para as igrejas evangélicas. O pioneiro desse movimento
foi o pastor Essek M. Kenyon(1867-1948), mas o maior divulgador foi Kenneth Hagin
(1917-2003). A teologia da prosperidade busca a interpretação de uma série de
textos bíblicos para fazer com que os fieis entendam que Deus tem saúde e bênçãos
materiais para entregar ao seu povo10.
O teólogo Zwnglio Rodrigues recorda um trecho do livro “O Nome de Jesus”
escrito por Hagin: “Por que, pois o diabo – a depressão, a opressão, os demônios,
as enfermidades, e tudo mais que provém do diabo – está dominando tantos cristãos
e até mesmo igrejas? É porque não sabem o que pertence a eles” (Rodrigues 1999,
p. 37).
10 https://noticias.gospelprime.com.br/o-que-e-teologia-da-prosperidade-e-quais-seus-representantes-
no-brasil/
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Rodrigues explica que quando o autor diz que o povo não sabe o que lhes
pertencem quer dizer que desconhecem seus direitos. Os pastores da teologia da
prosperidade tentam ensinar esse conhecimento aos seguidores.
O problema desse movimento, segundo Rodrigues, é que o “deleite não está
no Senhor, mas no(s) serviço(s) que Ele, supostamente, se habilita a prestar”( 1999,
p. 37).
Julio Severo11 explica em seu blog que a Teologia da Missão Integral (TMI) é
uma corrente religiosa progressista esquerdista de filosofia marxista que coloca no
homem a centralidade de toda a autoria da condição desumana da sociedade em
que vivemos. Onde claramente pode-se perceber, pelas leis que são promulgadas
em nosso país, que existe uma origem satânica nelas mesmas, pois um código
penal onde um animal silvestre é mais valioso que um ser humano, onde um jovem
de 16 anos não pode trabalhar e nem ser preso, no entanto pode votar, e que o
aborto é um direito não pode se falar a cerca dele, código penal, que possui uma
gênese Cristã.
Esse mesmo Estado corrompido pelo mal, que se apresenta como laico, mas
que ainda assim só persegue o Cristianismo, deveria ser, pela visão da TMI, o
responsável pelo bem-estar social de todos.
As mensagens da TMI são subliminares e de apoio ao aborto, à
homossexualidade, etc. Seus discursos comovem, seus lideres falam do Evangelho
com muita autoridade e fazem o ouvinte ficar em dúvida se este não é realmente o
Evangelho proposto por CRISTO.
O real conteúdo da TMI é humanista e, assim, gradualmente vão tirando
DEUS do centro da vida do ser humano. Louvam a DEUS, sim, mas o deixam do
lado de fora de suas decisões.
11 http://juliosevero.blogspot.com/
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Inicialmente, faz-se necessário dizer que este trabalho não se refere a todo
tipo de pequenos grupos, ou generaliza colocando todas as igrejas com células no
mesmo patamar, a crítica se dá de forma geral e sucinta sobre o sistema de células.
Segundo Moacir Sader12 primeiramente, é preciso entender que célula é um
método. Isso é fundamental compreender. A igreja em células é um método de
crescimento de igreja, não é a igreja, mas um método, uma forma de se relacionar
visando à expansão da igreja.
Qualquer tipo de método é limitado e está ligado ao tempo. Alguns métodos
ficam escassos, outros surgem e, assim, é a vida. Método é uma forma, uma
possibilidade.
Na América Latina, César Castellanos criou o movimento G12, uma
adaptação da mesma visão do teólogo coreano David Yonggi. Nos dias de hoje,
existem muitas igrejas em células, que atuam de formas diferentes, mas todas com o
mesmo objetivo: utilizar do método de células para o crescimento da Igreja13.
O problema desse sistema é que a igreja passa a ficar dependente apenas
desse método, o “discípulo” fica dependente de seu líder.
Os métodos do G12 compreendem técnicas psíquicas e de hipnose, as quais
são utilizadas para impressionar os participantes. Essas técnicas, a bem da verdade,
podem ser realizadas por quaisquer pessoas com conhecimento sobre o tema, só
que a utilização em algumas igrejas visa ao condicionamento mental, ludibriando a
boa fé das pessoas.
12 https://www.moacirsader.com/artigo/o-perigo-espiritual-do-g12
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13 https://www.moacirsader.com/artigo/o-perigo-espiritual-do-g12
14 https://www.marxists.org/portugues/harman/1979/marxismo/cap12.htm
15 https://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/index.htm
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16 https://tempora-mores.blogspot.com/2014/01/respostas-argumentos-usados-em-favor-da.html
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um dos seus artigos, ela via a mulher como um ser fragilizado, digno de ser cuidado,
percebia que a mulher era subjugada em países pagãos, mas também percebia sua
liberdade principalmente no ambiente cristão.
Embora no início do século XX não houvesse bandeiras levantadas a favor do
movimento feminista, havia uma ideia de que a mulher era oprimida e necessitava
de libertação, tanto que Archimia Barreto acreditava que o evangelho libertaria essas
mulheres da escravidão sexista, mas esse era um problema do mundo secular e não
da igreja.
As demais décadas vão se abrindo mais e mais para a influência feminista no
meio batista. Num discurso, publicado no OJB em novembro de 1911, pronunciado
pelo reverendo Antônio Marques, trazendo o tema: Débora Como Exemplo De
Mulher Cristã, após uma calorosa introdução exaltando o ministério fundamental da
mulher na sociedade e igreja, ele expressa as seguintes palavras: “as
mulheres...devem trabalhar, a par do bem material, pela emancipação da mulher
brasileira da tutela de irresponsabilidade própria em que tem vivido presa desde
gerações”.(OJB – 1911)
Da década de vinte até a década de quarenta do século passado, várias
notas exaltando as conquistas das mulheres foram publicadas pelo OJB. Algumas
com o seguinte título: “Vitória do Feminismo”17. Entre as décadas de cinquenta e
sessenta, pouco se fala sobre o papel da mulher, mas um artigo chama a atenção,
de nome “O progresso feminino no ministério cristã” de D.Mildred Schaly, faz uma
critica dura ao pouco espaço que é dado para mulheres nas igrejas18. Na década de
70, na coluna Perguntas e Respostas, algo também chama atenção, pois o
respondente sugere que paradigmas devem ser quebrados. Na década seguinte, o
“boom” missionário da JUNTA DE MISSÕES MUNDIAIS atrai todos os refletores e
muitas mulheres vão para o campo e veem a necessidade de exercer funções
pastorais sem que tenham o título. Esse foi o problema que contribuiu para suscitar
a polêmica estabelecida nas décadas seguintes. O OJB publica artigos favoráveis à
ordenação feminina, suscitando uma discussão interminável que finalmente deságua
na postura da OPBB em 2014. No meio do fogo cruzado dos efervescentes debates,
CONCLUSÃO
futuro pastor, deve ter o cuidado de avaliar se ele cumpre os requisitos determinados
pela Bíblia e se entende em seu coração o cuidado que deve ter com as Escrituras
Sagradas, assim como o apreço pelo que defendem os batistas. A denominação
Batista precisa de pastores e lideres com DNA batista, piedosos e que não façam
politicagem em nossos púlpitos; pastores e líderes que tenham sempre a
preocupação de fazer o que é certo e não o que dá certo, que não se sintam
intimidados em ser politicamente corretos, nem se voltem à manipulação dos textos
da Bíblia para corroborar seus discursos humanos.
Que a liberdade de pensamento não se transforme em libertinagem teológica,
e que tenhamos a preocupação de agradar a Deus, antes de agradar aos homens.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS