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BELO HORIZONTE (JULHO A SETEMBRO DE 2017 – EDIÇÃO Nº 08)

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BELO HORIZONTE (JULHO A SETEMBRO DE 2017 – EDIÇÃO Nº 08)


O trimestre vencido em 31 de Outubro guarda datas importantes da
história do Brasil, algumas delas fazendo parte do calendário cívico e maçônico,
mercê da relação que têm com os principais movimentos de libertação do País
do jugo português.

Quando se refere ao jugo português, não significa que Portugal não


tenha exercido fundamental importância para o desenvolvimento do Brasil.
Pelo contrário, a vinda de D. João VI rando-nos da condição de colônia, por si
só basta para que os brasileiros tenham respeito e admiração por esse povo e
os considere, sim, como irmãos d'além mar.

Porém, a liberdade é uma força inerente ao ser humano, é o desejo


cole vo quando se trata de nação, e toda a admiração que se tenha pelos
nossos descobridores, lutar para ser livre e soberano é um dever de todos que
nasceram neste solo de tantas riquezas e maiores, ainda, ambições de serem
livres.

Nesta edição estamos publicando trabalhos inerentes ao Dia do


Maçom e à Declaração da Independência, não para reavivar a memória dos
nossos Confrades, sabidamente patriotas, conhecedores da história e eternos
seguidores dos princípios delineados pelos Inconfidentes quando corajosa-
mente enfrentaram as forças de Portugal e lançaram a semente que germinaria
na árvore frondosa da Independência do Brasil.
Historia da Bíblia

A relação entre a Bíblia e a História diz respeito à forma como a Bíblia é encara-
da de um ponto de vista historiográfico. A Bíblia coletânea de livros escritos em várias
épocas em sua maioria por autores anônimos é um livro considerado sagrado por
grupos ocidentais. A História é uma disciplina que lida com o estudo de ves gios e
documentos de épocas pretéritas tendo por vista pensar o passado. Por muitos anos,
o contexto de produção da Bíblia foi simplesmente ignorado, uma vez que o estudo
deste livro estava relegado à teologia. Isso mudou quando “uma série de descobertas
o deciframento da escrita hieroglífica egípcia (1822) e o deciframento da escrita
cuneiforme acadiana (por volta de 1857) fez a Bíblia sair de seu 'esplêndido isola-
mento'”. A Bíblia tem sido uma fonte de debates desde que Moisés trouxe do alto do
monte Sinai os dez mandamentos entregues diretamente por intervenção divina.
A Bíblia é o texto religioso de valor sagrado para o Cris anismo e outras reli-
giões, em que a interpretação religiosa do mo vo da existência do homem na Terra
sob a perspec va judaica é narrada por humanos. É considerada pela Igreja como
divinamente inspirada, sendo que se trata de um documento doutrinário original-
mente compilado pela Igreja Católica para orientação de suas doutrinas.

1- Origem e Formação da Bíblia:

Provavelmente, a mais an ga parte escrita da Bíblia é o Cân co de Débora, que


se encontra no livro dos Juízes (Jz, 5).O primeiro livro da Bíblia, Gênesis, foi escrito por
volta de 1445 a.C. e o úl mo livro, Apocalipse, por volta de 90 a 96 d.C.

Quando os hebreus chegaram a Canaã, já havia na terra certo desenvolvimento


literário, como por exemplo, o alfabeto fenício (do qual se derivou o hebraico), que já
exis a no século XIV a. C. Outro documento desta época é o calendário de Gezér, que
data mais ou menos do ano 1000 a.C. É uma indicação de datas para uso dos agricul-
tores. É o documento mais an go encontrado na Pales na.
Outro documento também muito an go é o sarcófago do Rei Airam, que
contém uma inscrição e foi encontrado nos séculos XIV ou XV a. C., em Biblos. Há
ainda umas tabuletas encontradas em Ugarit (em 1929), onde estão escritos uns
poemas semelhantes aos salmos, datando dos séculos XIV ou XV a. C.

2- A Propagação da Palavra Séculos Depois

a) A data e a autoria da Bíblia:

A Bíblia Sagrada narra à história em um período de 1.600 anos (desde a criação


do mundo, até o Apocalipse de João em 95dc, aproximadamente) inspirada por
Deus, assim, nela não há nenhuma contradição.

b) As línguas originais:

O An go Testamento foi escrito em hebraico, com exceção apenas de alguns


trechos escritos em Aramaico. O Novo Testamento foi escrito em grego.
As línguas originais da Bíblia são portanto: o hebraico, o aramaico (de origem comum
ao hebraico) e o grego.
Na época de Jesus a língua falada na Pales na era o aramaico, o hebraico era
usado apenas na liturgia (nas sinagogas e no Templo). A língua oficial do “Império
Romano” era o la m, mas, a língua falada pelo povo em todo Império era o grego
coenê, disseminado por Alexandre o Grande durante as suas conquistas.

3. Os Intérpretes - Profetas e Sábios

Durante muito tempo, os profetas foram os orientadores do povo de Deus. Os


livros profé cos resumem os seus ensinamentos, e na sua maioria foram escritos só
mais tarde, por seus seguidores. Somente por volta do ano 200 a.C. é que foram
redigidos os livros profé cos. Os livros Sapienciais foram o resultado de um es lo
literário que esteve em moda durante muito tempo, na época posterior ao exílio. São
reflexões humanís co-religiosas. A par de então surgiram os sábios que raciocina-
vam sobre as coisas da natureza, rando delas ensinamentos para a vida. Foram
acrescentados aos livros sagrados nos úl mos séculos a.C., sendo os mais recentes
livros do AT. ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
4. A nova tradição da era cristã

O Novo Testamento não foi escrito com a finalidade de ser acrescentado à


Bíblia. No tempo de Cristo e dos Apóstolos, o livro sagrado era apenas o AT. O próprio
Jesus Cristo se baseava nele em suas pregações. E Ele mandou apenas pregar, e não
escrever. Foi quando uma nova tradição oral foi se formando. E após a morte de
Cristo, os apóstolos saíram pregando e a palavra de JC começou a ser escrita. O evan-
gelho de João só foi escrito em torno de ano 100 d.C.

5- A montagem da Bíblia:

Ao longo dos anos, os arqueólogos foram encontrando, pouco a pouco, os rolos


escritos em papiro [folhas de uma planta] e pergaminho [pele de animal] e juntaram-
nos como sendo um único livro. Todos os manuscritos originais do An go e do Novo
testamento foram perdidos; os textos existentes hoje nas línguas originais são basea-
dos em cópias dos documentos autên cos. Até pouco tempo atrás, o manuscrito
completo do An go Testamento mais an go era de 916dC. Em 1946, foram achados
vários manuscritos desses livros em onze cavernas de Qumram [situado a 2 quilôme-
tros do oeste do extremo norte do mar Morto]. A maior parte desses manuscritos é
do primeiro século A.C. e do primeiro século d.C. Foram encontrados ali manuscritos
quase inteiros, sendo os de Isaías os mais famosos, com partes de todos os livros do
An go Testamento, menos de Ester.

6- As primeiras versões:

No ano 382dC, começou a ser elaborada a Vulgata La na [tradução para o


la m] por Jerônimo, a pedido de Dâmaso, que era o papa daquela época; este
trabalho somente foi concluído em 404dC. A primeira versão da Bíblia escrita em
português foi o Novo Testamento, traduzido por João Ferreira de Almeida em 1681.
7- A divisão em capítulos e versículos: ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
O primeiro texto hebraico do An go Testamento foi dividido em versículos
entre os séculos IX e X A.C., por estudiosos judeus chamados de massoretas.

Até o século XVI, as bíblias eram publicadas somente com a divisão em capítu-
los. Somente em 1560 é que foi publicada a primeira bíblia com os textos divididos
em versículos [a Bíblia de Genebra, lançada na Suíça].

A divisão dos textos do Livro Sagrado foi criada para facilitar a memorização e a
localização de cada trecho da Palavra de Deus, facilitando assim, nosso estudo e
nossa meditação.

8. Entendendo algumas dificuldades concretas

O Sermão da Montanha, em Lucas fala "bem aventurado os pobres"; e em


Mateus, "bem aventurados os pobres de espírito". A diferença consiste no seguinte:
Lucas deu um sen do social, mais importante para as comunidades gregas, para as
quais escrevia. Mas o de Mateus des nava-se às comunidades judias e queria com-
bater uma doutrina dos judeus que nham uma ideia falsa de pobreza. Para eles, o
próprio fato de a pessoa ser pobre, já lhe garan a a salvação, enquanto outra pessoa,
pelo simples fato de ser rica, já estava condenada. Por causa disso ele escreveu "po-
bres de espírito".

9. As Cartas

As cartas de Paulo foram enviadas para serem lidas em público. Em


Tessalonicenses 5, 27 há uma alusão a isto. As Epistolas Católicas (universais) são
chamadas assim por se des narem à Igreja em geral. Os Atos dos Apóstolos podem
ser considerados a con nuação do terceiro Evangelho, pois também foi escrito por
Lucas. E o Apocalipse de João, livro profé co, foi acrescentado por úl mo.

Nos escritos do NT, frequentemente se encontram citações do AT. É que muitas


vezes os Apóstolos queriam rar dúvidas sobre certasACADÊMICO
passagens,MÁRCIO
que DOS
nhamSANTOS
falsaGOMES
CADEIRA Nº 2
interpretação. Nas assembleias, eram lidos escritos do AT ePATRONO:
do NT, para explicá-los.
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA

10. O Cânon Sagrado e o Concílio de Nicéia

No século IV, a Igreja se reuniu em Concilio em Nicéia, e uma das tarefas era
organizar o "cânon", ou a lista de livros sagrados considerados autên cos. Neste
Concilio, os livros foram estudados e se inves gou quais os que sempre foram lidos
nos cultos e sempre foram considerados legí mos. E se estabeleceu a ordem ainda
hoje conservada.

“A palavra “cânon” vem do termo grego “kanon” que significa “cana', ou seja,”
uma vara reta “ou” um padrão de medida“. Daí deriva o significado secundário que se
refere a uma regra ou padrão de conduta uma forma de lei. “O sen do metafórico da
palavra cânon é empregado para significar” aquilo que é conforme a regra ou medi-
da.

11-Religiões abraâmicas:

As três principais religiões abraâmicas são, em ordem cronológica de funda-


ção, o judaísmo, o cris anismo e o islamismo.

O judaísmo

Considera-se como a religião dos descendentes de Jacó, um neto de Abraão.


Ele tem uma visão estritamente unitária de Deus e o seu livro sagrado central para
quase todos os ramos é a Bíblia Hebraica, como elucidado na lei oral.

O cris anismo

Começou como uma seita do judaísmo no século I D.C. e evoluiu para uma
religião separada, a Igreja Cristã, com crenças e prá cas dis ntas. Jesus é a figura
central do cris anismo, considerado por quase todas as denominações como de
ACADÊMICO
origem divina, picamente como a personificação de um MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
Deus Trino.
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
A Bíblia Cristã é geralmente considerada a autoridade máxima, juntamente
com a Sagrada Tradição em algumas denominações apostólicas, tais como o protes-
tan smo, o catolicismo romano e a ortodoxia oriental.

O Islamismo

Surgiu na Arábia no século VII D.C., com uma visão estritamente unitária de
Deus. Os muçulmanos (seguidores do islã) picamente apontam o Alcorão como a
autoridade máxima de sua religião, como revelado e esclarecido através dos ensina-
mentos e prá cas de uma central, mas não divino, profeta, Maomé.
Maomé, nascido na cidade de Meca na Arábia, entra em contato com a cultura judai-
co-cristã, e conta à lenda que inspirado por Deus e tendo como base de sua doutrina
o An go Testamento escreve o Alcorão – o Livro Sagrado do Islã.

Os muçulmanos creem que suas escrituras sagradas é a palavra eterna e literal


de Deus, que já exis a no céu.

A diferença entre a Bíblia católica e a protestante:

Demoraram alguns séculos para que a Igreja Católica chegasse à forma final da
Bíblia, com os 72 livros como temos hoje. Em vários Concílios, ao longo da história, a
Igreja, assis da pelo Espírito Santo, estudou e definiu o Índice (cânon) da Bíblia; uma
vez que nenhum de seus livros traz o seu Índice. Foi a Igreja Católica quem berçou a
Bíblia.

Tanakh - A "bíblia" Judaica

Tanakh ou Tanach é um acrônimo u lizado dentro do judaísmo para denomi-


nar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode
chamar de uma Bíblia judaica.O conteúdo do Tanakh é equivalente ao An go
Testamento cristão, o Tanakh consiste de vinte e quatro livros.
ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
CADEIRA Nº 2
A palavra Torah tem dois sen dos na tradição judaica. No sen do lato a Torah é
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
o modo de viver, ou “Toda a vas dão e variedade da tradição judaica”. É sinônimo de
ciência, sabedoria, amor a Deus. Sem ela, a vida não tem sen do nem valor.

O Alcorão – Islâmico.

O Islamismo é um sistema religioso fundado por Maomé. Os muçulmanos


seguem os ensinamentos do Alcorão e tentam seguir os Cinco Pilares.

No sé mo século, Maomé clamou ter recebido uma visita do anjo Gabriel.


Durante essas visitas do anjo, as quais con nuaram por cerca de 23 anos até a morte
de Maomé, o anjo aparentemente revelou a Maomé as palavras de Alá (a palavra
árabe usada pelos muçulmanos para “Deus”). Essas revelações ditadas formam o
que hoje conhecemos de Corão ou Alcorão, o livro sagrado do Islamismo. Islã signifi-
ca "submissão", derivando de uma raiz que significa "paz". A palavra muçulmana
significa "aquele que se submete a Alá".

Alcorão ou Corão é, portanto a "bíblia", o livro sagrado do Islã. Os muçulmanos


creem que o Alcorão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé
(Muhammad). A palavra Alcorão deriva do verbo árabe que significa declamar ou
recitar.

Os evangelhos apócrifos:

E mologicamente, o termo “apócrifo” significa: “oculto”, “escondido”. É usado


para designar os 14 ou 15 livros, ou partes de livros que, em algum tempo, foram
colocados entre os livros do Velho e do Novo Testamento. Eles aparecem anexados
nas versões Septuaginta e Vulgata La na.

Os Evangelhos apócrifos são livros que descrevem a vida de Jesus, mas que a
maioria das igrejas cristãs considera ilegí ma. Por isso, eles não entram no cânon -
conjunto de textos considerados sagrados - da Bíblia. Além dos evangelhos, porém,
há outros pos de apócrifos que descrevem, por exemplo, a origem e o fim do
ACADÊMICO
mundo, como fazem o Gênesis e o, Apocalipse bíblicos respec MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
vamente.
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA

Contextualização - A Bíblia Sagrada e a Maçonaria.

Uma vez realizado estudo bíblico, verifica-se a presença de varias religiões


Abraâmicas, todas são monoteístas e concebe Deus como uma figura de um criador
onipotente, transcendente e a fonte divina da lei moral, as caracterís cas de suas
narra vas sagradas par lham muitos dos mesmos valores é cos, históricos, lugares
ocorridos, embora existam muitas diferenças com base em detalhes de doutrina e
prá ca. Desta forma a maçonaria também esta contextualizada, inserida neste
seguimento uma vez que não hesita em dis nguir religião. Todas são aceitas sem
dis nção. Os valores descritos em varias passagens do livro da lei concatenam com a
maçonaria.

BATERIA

À porta do Templo (Lucas - cap. 11, ver. 09).


- Batei e sereis atendidos.
- Pedi e recebereis.
- Procurais e achareis.

INICIAÇÃO

Viagens - Encaminharei os cegos para a estrada que não sabes. Fá-lo-eis andar
por veredas que sempre ignoraram (Isaias - cap. 42, ver. 16).

Purificação pela água e pelo fogo – Quando passares pelas águas eu serei
con go; quando pelos rios, eles não te submergirão. Quando passares pelo fogo não
te queimará nem a chama arderá em . (Isaias - cap. 43 ver. 02).

Nem nu nem ves do – Não te chegues para cá. Tiras as sandálias dos pés
porque a terra que estás é terra santa. (Êxodo- cap. 03 ver. 05).
- Então disse o Senhor: Assim como Isaias, meu servo andou três anos despido e
descalço... (Isaias - cap. 20, ver. 03). ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA

ESPADA FLAMEJANTE
Depois de o iniciado receber a “Luz” o venerável proclama Maçom, por três
vibrações ou fagulhas do fogo divino. Simbolicamente morto para o mundo profano
o iniciando se habilita para uma nova vida.
“E expulsou o homem, colocou Querubins no oriente do Jardim do Éden, e o flamejar
de uma espada para guardar o caminho da árvore da vida”.
(Gênesis - cap. 03, ver. 24).

SIGILO MAÇÔNICO
Edificava-se o Templo com pedras já preparadas nas pedreiras, de maneira que
nem martelo, nem machado, nem instrumento algum de ferro se ouviu no Templo
quando o edificavam. (Reis III - cap. 06, ver. 07).

PEDRA BRUTA
“Chegando-vos para ele a pedra que vive, rejeitada pelos homens, mas para
Deus, eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edifica-
dos casa espiritual...”. (1º Livro-Epíst. de Pedro – cap. 02, vers. 04 e 05).

A TAÇA SAGRADA
“Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma cheio de mistura,
dele dá a beber, servem-nos até escórias, todos ímpios da terra”. (Salmo – cap. 75,
ver. 08).

AMOR AO PRÓXIMO
O ritual do 1º Grau é abundante de citações de amor Ao próximo.
“Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é que vos ameis uns aos outros”.
(1º livro – Epíst. De S. João, cap.03, ver. 11).

OS TRES PASSOS DO APR. '.


Os passos em esquadria significam que o passo é justo, é reto. Significa que a
re dão é necessária a quem deseja vencer na ciência e na virtude.
“A vereda do justo é plana; tu que és justo, aplanas a vereda dos justos”. (Isaias – Cap.
26, ver. 07).
ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
BIBLIOGRAFIA

Blog O Aprendiz Por Walter Sarmento-Extraído da Revista Maçônica-O LIVRO DA LEI E A MAÇONARIA.html
–Ir..MiloBazaga
htpp://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%Adlia
htpp://bibliacatolica.com.br/conhecendo-a-bibliasagrada/3/#.UxxSGT9dWyx
h p://www.ecclesia.com.br/biblioteca/historia_da_igreja/primeiro_concilio_ecumenico_de_niceia.ht
ml
h ps:/sites.google.com/site/nitroinclusaodigital/historia-da-biblia-sagrada
A determinante para escrever a história do Brasil não contempla a Maçonaria
no processo da independência brasileira, não tem nenhum compromisso em narrar
os fatos como realmente aconteceram e não dá o devido valor aos maçons que par -
ciparam efe vamente de todo o processo que culminou com o grito do Ipiranga.

Há de lembrar-se que a Maçonaria no Brasil Império era tratada de forma


oculta, secreta, organizando-se em associações comerciais que, no fundo, serviam
de fachada para as a vidades maçônicas.

Indubitavelmente, correto é afirmar-se que os ideais revolucionários da França


no final do século XVIII veram influência decisiva no processo da independência do
Brasil e foram os maçons que colocaram esses ideais em prá ca no território nacio-
nal.

O fato culminante conhecido como o Grito da Independência não teria aconte-


cido se não houvesse os precedentes da ação maçônica que, pacientemente, ia
sendo forma zada nas lojas maçônicas, com apoio do então Grande Oriente
Braziliano, embora houvesse divergências entre o então Grão-Mestre José Bonifácio
de Andrada e Silva e o Primeiro Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo quanto a
forma de governo, ou seja, totalmente independente de Portugal, como preconizava
Ledo, ou mantendo algum vínculo com a Coroa Portuguesa, no entendimento de
Bonifácio.

Aliás, fala-se muito sobre o papel preponderante do Grande Oriente no proces-


so de independência, mas pouco, ou nada se diz sobre os maçons que formavam a
sua alta administração, integrantes das três lojas maçônicas existentes.

Para lhes cultuar a memória, os incluo como heróis de nossa Pátria e os nomeio
com todo respeito: José Bonifácio de Andrada e Silva, pseudônimo Pitágoras – Grão
Mestre; Marechal Joaquim de Oliveira Alvarez, Delegado do Grão-Mestre; Joaquim
Gonçalves Ledo, pseudônimo Diderot – Primeiro Grande Vigilante; Capitão João
Mendes Viana, pseudônimo Graccho – Segundo Grande Vigilante; Cônego Januário
da Cunha Barbosa, pseudônimo Kant, Grande Orador; Capitão Manoel José de
Oliveira, pseudônimo Bolívar, Grande Secretário; Francisco das Chagas Ribeiro, pseu-
dônimo Adamastor, Grande Chanceler; Coronel Francisco Luiz Pereira da Nóbrega -
Promotor Fiscal; João da Rocha – Grande Cobridor; Joaquim José de Carvalho –
Grande Experto.

“Laços fora, soldados! Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liber-
dade do Brasil. Independência ou morte!”

Esta foi a proclamação do Príncipe Regente diante da caravana que o acompa-


nhava na viagem de retorno ao Rio de Janeiro, exatamente às 16,30 horas do dia 7 de
Setembro de 1822, logo após ter lido a carta que lhe enviara a corte de Lisboa exigin-
do o seu regresso a Portugal com o consequente rebaixamento do Brasil à condição
de colônia.

Mas, esse epílogo não foi um rompante de D.Pedro, assim, sem mais nem
menos. Essa reação foi a resultante do insano trabalho realizado pela Maçonaria,
senão como ins tuição, certamente pelo maçom Joaquim Gonçalves Ledo à revelia
de José Bonifácio de Andrada e Silva, que insistentemente tratava do assunto “inde-
pendência” nas lojas maçônicas e nos ar gos que escrevia para o jornal Revérbero,
de sua propriedade.

O que é a Maçonaria senão uma en dade autônoma, fraterna e tradicional-


mente secreta que tem rito e ritualís ca próprios buscando o aperfeiçoamento da
humanidade, a fraternidade universal e a liberdade de consciência, sem dogmas
como as religiões, porém firme nos trinômio Liberdade – Igualdade e Fraternidade!

Muito mais do que uma libertação polí ca, o grito do Ipiranga teve um valor
muito maior, levando-nos a crer que D. Pedro o fez muito mais voltado pela sua inten-
ção de se libertar ele próprio da influência da sua origem lusitana e em consonância
com o juramento que prestara à Maçonaria, quando iniciado “aos 13 dias do 5º mez
do anno da Verd:. L:. 5822 (2 de Agosto de 1822, E:. mês de Agosto de V:.1822, E:.V:.“
(ipsis li eris) e que lhe trouxe estreita colaboração durante o período de sua regên-
cia.
Para podermos afirmar a convicção de que a Maçonaria tenha sido a principal
força a alimentar o sonho da independência basta que repassemos os fatos históricos
que a antecederam, a começar pelo célebre dia do Fico, quando por influência e
proposta da Maçonaria D. Pedro tacitamente assumiu o compromisso de ser o defen-
sor perpétuo do Brasil, tulo a ele outorgado pela Loja Maçônica “Comércio e Artes”.

Contudo, a independência polí ca do Brasil não está somente entrelaçada


pelos fios tecidos nos teares dos templos maçônicos, mas, essencialmente, pela
influência da própria ins tuição maçônica nas ações preconizadas na Europa, em
especial Inglaterra e França, então em franca decadência desde o século XVII.

O movimento surgido em Minas Gerais, por volta de 1789, conhecido como a


Inconfidência Mineira, não há dúvida de que teve inspiração maçônica, embora não
es vesse diretamente ligada a ela, que visava, além da libertação, a criação de um
estado republicano independente nas Minas Gerais, com uma bandeira copiando o
símbolo maçônico – o triângulo, e o dís co escolhido “Libertas Quae Sera Tamen”, ou
“Liberdade mesmo que tardia”, que ainda hoje con nua emoldurando a bandeira do
Estado de Minas Gerais.

Há, ainda, a par cipação direta da Maçonaria durante os dois anos que antece-
deram a independência, a começar pelas ações incen vadas por Gonçalves Ledo até
o Manifesto aos Brasileiros, por ele redigido e que cons tuiu, na prá ca, a primeira
manifestação pública do Príncipe Regente em favor do povo brasileiro.

O “Manifesto aos Brasileiros”, dado à público em 1º de Agosto de 1822, escrito


por Ledo, prenuncia a independência, pelo menos, demonstra o compromisso de D.
Pedro com o povo brasileiro.

Nele, o Príncipe Regente proclama:

“Está acabado o tempo de enganar os homens. Os governos que ainda querem


fundar o seu poder sobre a pretendida ignorância dos povos, ou sobre an gos erros e
abusos, têm de ver o colosso da sua grandeza tombar da frágil base sobre que se
erguera outrora... eu agora já ejo reunido todo o Brasil em torno de mim, pedindo-
me a defesa dos direitos e manutenção da sua Liberdade e Independência.”
ACADÊMICO
“Acordemos, pois, generosos habitantes deste vasto MÁRCIO
e poderoso DOS SANTOS
império. EstáGOMES
CADEIRA Nº 2
dado o grande passo da vossa independência e felicidadePATRONO:
há tanto CLÁUDIO
tempo preconiza-
MANUEL DA COSTA
dos pelos grandes polí cos da Europa. Já sois um povo soberano; j´pa entrastes na
grande sociedade das nações independentes, a que nheis todo o direito... a Europa,
que reconheceu a independência dos Estados Unidos da América, e que ficou neutra
na luta das Colônias Espanholas, não pode deixar de reconhecer a do Brasil (...). Que
não se ouça entre vós outro grito que não seja União. Do Amazonas ao Prata que não
retumbe outro eco que não seja independência. Formem, todas as nossas províncias,
o feixe misterioso que nenhuma força pode quebrar...”

Por fim, diz o manifesto:

“Mandei convocar a Assembleia do Brasil, a fim de cimentar a Independência


Polí ca esse Reino, sem romper, contudo, os laços da Fraternidade Portuguesa;
harmonizando-se com decoro e jus ça todo o “Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves” e conservando-se debaixo do mesmo Chefe duas Famílias, separadas por
imensos mares, que só podem viver reunidas pelos laços da igualdade de direitos e
recíprocos interesses.”

Há, ainda, outro documento, este redigido por José Bonifácio, datado de seis
de Agosto, que declara formalmente a independência, desta feita, dirigido à comuni-
dade internacional, cuja introdução não deixa dúvida quanto separação absoluta de
Portugal:

“O Brasil foi uma colônia de Portugal até 28 de janeiro de 1808, quando D. João
VI, agora Rei de Portugal e Algarves e naquele momento Príncipe- Regente, em sua
passagem a caminho do Rio de Janeiro e estando na Bahia, declarou por uma Lei que
os portos brasileiros ficavam livres e abertos a todas as Nações.”

Finaliza, o manifesto:
“Eu, com o concelho dos Representantes populares, e na presença e sob a
proteção de Deus Todo-Poderoso, Declaro e proclamo que o Brasil é uma Nação Livre
e Independente, e que o Governo Estabelecido é em todos os atos um Governo
Independente e Soberano. E a todas as naçõesa amigas Eu declaro que os portos do
Brasil estão livres e abertos ao Comércio...” ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
Diante de tais documentos, não há nos anais da história fatos mais eloquentes
quanto à influência da Maçonaria na independência do Brasil.

Outros fatos relevantes estão in mamente entrelaçados com os maçons e a


Maçonaria, dentre eles a iniciação, elevação e exaltação de D.Pedro, e a proclamação
de D. Pedro como imperador do Brasil em sessão maçônica do Grande Oriente reali-
zada no dia 20 de Agosto de 1822, trinta e oito dias antes da declaração às margens
do riacho Ipiranga.

Após a independência declarada por D. Pedro de maneira insofismável, se


acentuaram as divergências entre os dois principais ar culadores maçons, José
Bonifácio de Andrada e Silva e Joaquim Gonçalves Ledo, chegando ao ponto de o
Grão-Mestre José Bonifácio, com o apoio de D. Pedro I, fechar o Grande Oriente,
decretar a prisão de Ledo, colocando os maçons na clandes nidade, isto em 25 de
maio de 1822.

A Maçonaria, somente em 29 de setembro de 1823, por determinação do


imperador retornou as suas a vidades livremente, mas somente em 1832 foi reaber-
to o Grande Oriente, determinando o Grão-Mestre José Bonifácio que “Nenhum
assunto que não tenha conexão com graus simbólicos da Maçonaria será tratado no
Grande Oriente do Brasil e nas Lojas do seu círculo.”

E con nua, Bonifácio: “A voz da polí ca nunca mais soará no recinto dos nossos
Templos, nem o bafo impuro dos par dos e das facções manchará a pureza de nossas
colunas.”

A par r dai, digo eu, a Maçonaria, como ins tuição, deixou de exercer o seu
influente papel polí co no contexto da sociedade brasileira, embora os maçons,
independentemente das suas lojas, tenham par cipado, ainda, da proclamação da
República e de outros eventos, porém, nunca mais assumiram posições radicais,
como aquela tomada na Independência do Brasil.

O que a história maçônica não pode negar é que Joaquim Gonçalves Ledo foi o
ACADÊMICO
principal ar culador de todo o processo da independência MÁRCIO
e, não, JoseDOS SANTOS GOMES
Bonifácio,
CADEIRA Nº 2
embora o tulo pomposo de Patriarca da Independência. PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA

Afinal, quais foram as causas da independência que levaram a Maçonaria


liderar todos os movimentos que ao longo do tempo buscavam a liberdade e a sobe-
rania nacional.

Lá em Portugal, o distanciamento do rei com seus compatriotas fomentou a


eclosão de um movimento liberal que exigia profundas reformas polí cas no territó-
rio português, culminando com a Revolução Liberal do Porto, ocorrida em 20 de
Agosto de 1820, obrigando o retorno de D. João VI para Portugal deixando aqui o seu
filho Dom Pedro I com Príncipe Regente do território brasileiro.

Em sendo a Maçonaria uma ins tuição da mais alta consideração na Europa e,


por via de consequência, com bastante influência no Brasil, D. Pedro se aproximou de
figuras proeminentes da sociedade, que eram iniciados maçons, francamente
favoráveis à independência, e pela a vidade polí ca dos seus membros engendrou
pelo único caminho que se lhe abrira após a exigência das Cortes do seu imediato
embarque para Portugal, ou seja, a declaração que teve a coragem cívica de fazer no
dia sete de setembro de 1822.

Segundo o historiador Carlos Cardoso Aveline, hoje, em pleno século XXI, os


sonhos de Tiradentes, assim como os projetos mais abrangentes de José Bonifácio e
Gonçalves Ledo, só estão desatualizados e contraditórios na sua super cie externa e
aparentes. Na realidade, eles con nuam essencialmente atuais, assim como os
manifestos que proclamaram.

O Brasil, visto como um povo, con nua acumulando forças e avançando passo
a passo, naturalmente, na direção de uma maior independência nacional, sem pre-
tender uma “separação” em relação ao resto do mundo, mas apontando para a
jus ça social, a reforma agrária, a preservação do meio ambiente e, claro, a é ca na
poli ca e na administração pública.

Talvez porque tenha uma forma eclé ca, miscigenada pelas tantas raças que
fizeram do caboclo o verdadeiro espécime de brasileiro, tenha o nosso povo adquiri-
ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
do o dom da paciência e da tolerância, pacífico por sua natureza.
CADEIRA Nº 2
PATRONO: CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
No momento atual, quando começa a se emergir de uma turbulência polí ca,
econômica e moral, comemora-se cento e noventa e quatro anos da declaração de
independência, e passados quase dois séculos, não mudou muito o nível de vida dos
brasileiros, com predominância das elites na dominação dos governos, o enfraqueci-
mento da classe média e a utópica ascensão da classe pobre a um patamar acima da
miséria, movida pela prá ca de um programa de governo clientelista e falsamente
posto a favor das classes sociais abaixo da miséria absoluta.

Neste 7 de Setembro de 2016, após o povo brasileiro renovar as suas homena-


gens ao Dia da Pátria, retomo voluntariamente a palavra nesta Academia para dizer
aos meus es mados Confrades que o tempo passou, o povo brasileiro conviveu com
a dura realidade de uma ditadura militar, retornou o norte verdadeiro da democracia
com a promulgação da Cons tuição Cidadã de 1988, mas con nua padecendo dos
mesmos males e da mesma falta de uma liderança capaz de devolver-lhe a autoes -
ma e o orgulho que a história marcou quando de sua independência.

A grave situação nacional, o caos econômico que exaure nossas úl mas rique-
zas e corrói as nossas finanças nos levam necessariamente a uma reflexão sobre a
Independência do Brasil.

De fato, nunca fomos independentes. Ilusoriamente vivemos do ufanismo


desde o Grito do Ipiranga e jamais soubemos conduzir este País no rumo da sua
vocação natural, embora tenhamos as condições básicas para o desenvolvimento
equilibrado de todas as regiões brasileiras.

É necessário que os nossos governantes não se esqueçam de que somos brasi-


leiros, que devemos pensar e agir como brasileiros, que devemos ter orgulho de
nossa terra e respeito pela nossa gente.

E nesse esforço conjugado, Povo e Nação, em busca de uma solução defini va


para os problemas brasileiros, a Maçonaria não pode e nem deve ficar omissa,
precisa despertar desse sono letárgico que a prende ao passado e, de novo, empu-
nhar a bandeira da verdadeira liberdade.
ACADÊMICO MÁRCIO DOS SANTOS GOMES
CADEIRA Nº 2
Hoje, 7 de setembro de 2016, perde-se no tempoPATRONO:
as palavras de ontem e o
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
Brasil con nua à procura do seu des no, de alguém que possa, com a mesma
per nácia e amor à Pátria, dar-nos o rumo para um Brasil melhor, justo e perfeito
para os seus filhos, ideal preconizado por aqueles maçons que escreveram a história
de um Brasil Livre e Soberano.
“Paremos, portanto, de julgar uns aos outros. Ao contrário, preocupem-se em
não ser causa de tropeço ou escândalo para o irmão”. (Romanos 14,13)

Em 1990, o jurista americano Michael W. Godwin fez uma afirmação que


repercu u nos meios virtuais e ficou conhecida como a “Lei de Godwin”. Segundo
ele, “à medida que cresce uma discussão online, a probabilidade de surgir uma com-
paração envolvendo Adolf Hitler ou o nazismo aproxima-se de 1 (100%)”.

Desde então, sempre que o calor das discussões, fóruns ou bate-papo, sobre
qualquer assunto, o posicionamento de uma das partes resvala para comparações ao
nazismo, na tenta va de demonizar ou desacreditar o(s) interlocutor (es), considera-
se que o autor da colocação perdeu a discussão à míngua de melhores argumentos,
distanciando-se do assunto original, revelando-se um bom momento para acabar
com o debate, vez que o mesmo a ngiu o “ponto Godwin”.

Por outro lado, há aqueles que argumentam no sen do de que se alguém


invoca a presença da citada “Lei”, trata-se de desculpa para terminar a discussão, o
que pode ensejar um recuo estratégico.

Em todo caso, tal situação é facilmente iden ficável quando o tema envolve
discussões religiosas, polí cas e filosóficas, em especial quando uma das partes tem
posição contrária e não vislumbra espaço para debates democrá cos ao receber
insinuações que ensejam rótulos vinculados à direita ou esquerda, an -isto, an -
aquilo, fascista, nazista, e suas variantes como golpista, burguês, elite branca, filhote
de ditatura, “coxinha”, conspirador etc., além de censuras ou deturpação dos argu-
mentos expendidos, podendo até terminar em xingamentos e ataques pessoais. Em
determinadas situações, pessoas raivosas e arrogantes passam a demonizar, desqua-
lificar, humilhar e excluir aqueles que pensam de forma diferente.

Assim, discordar de opiniões alheias não pode ser mo vo para criação de


barreiras po ”nós versus eles” ou “afastemo-nos deles”. É importante ter em mente
que o outro não é melhor nem pior, apenas pensa de uma maneira diferente e, por
vezes, de forma mais racional que a nossa, quando não de forma complementar.

O posicionamento de algumas pessoas que alegam franqueza e falam tudo o


que pensam pode ser sinônimo de imaturidade e falta de habilidade nos relaciona-
mentos. A franqueza pode ser interpretada como um modo indelicado de usar da
sinceridade. Precisamos tem em mente que ferir os sen mentos alheios gera ressen-
mentos e distanciamento entre as pessoas. O exemplo do efeito rebote na guerra
entre bugios deve ser evitado. Esta espécie de macaco costuma lançar dejetos nos
rivais quando brigam.

Nesse sen do, passando ao largo da lógica e da filosofia, o recurso da


argumentação sobre um determinado tema exige conhecimento amplo de seu esco-
po, com opinião minimamente lógica, de forma a defender o ponto de vista e conven-
cer o interlocutor, sem, no entanto, almejar sua mudança de opinião. A sabedoria
popular ensina que é preciso vencer a soberba e dizer “não sei”, “desconheço”, com
respaldo na virtude da humildade e tranquilamente completar com “vou me infor-
mar melhor”. O que importa realmente é abandonar a postura de que é imperioso
“estar certo”.

O debate é importante por uma série de mo vos, dentre os quais como opor-
tunidade de analisar variantes de uma questão, esclarecendo pontos obscuros,
permi ndo o compar lhamento de ideias, experiências e informações, além do
aprendizado decorrente dos argumentos a favor e contra uma opinião, com grandes
possibilidades mudança ou o surgimento de soluções inéditas. É no debate, portan-
to, e nas a vidades de grupo, que acumulamos conhecimentos. O que não pode ser
descurado é o respeito às pessoas e a discordância não pressupõe conflito. Se todos
concordam então não existe o debate e a situação se congela.

A prá ca da Maçonaria Especula va ensina que o debate é essencial, tanto em


Loja quanto nas redes sociais ou círculos de estudos presenciais ou online. Ademais,
leituras de instruções e textos em Loja não agregam valor se não são sucedidos de
reflexões. E a par cipação, em qualquer dos fóruns acima citados, deve se transcor-
rer observando-se o que está sendo dito e não quem o diz, pois esta se dá no nível de
igualdade entre os par cipantes, valendo as diferenças culturais apenas como
tempero e enriquecimento, respeitados os valores de cada um. A somatória das
experiências individuais, os saberes e os conhecimentos ob dos pelo compar lha-
mento dos demais, forma um patrimônio cultural que beneficia a todos.

Ocorre que, não obstante esse entendimento ser um norte da Arte Real, e
apesar de vacinados contra a “ditadura do pensamento”, rotulagens e o patrulha-
mento, vez por outra caímos na cilada da crí ca pela crí ca, acompanhando uma
opinião mais incisiva sobre determinado assunto, como o ocorrido recentemente no
Blog “O Ponto Dentro do Círculo” (**), onde um ar go denominado “Os Dois
Coveiros da Maçonaria” causou furor, levando o editor, num primeiro momento, a
re rar o ar go do blog. Passado o frisson e serenados os ânimos, o ar go voltou ao
seu merecido lugar, para que possa ser lido e avaliado por todos.

Para não fugir ao lugar-comum, quando a discussão envolve censura, inevita-


velmente somos reme dos aos lamentáveis registros históricos de queima de
papiros, destruição de bibliotecas, além de situações ainda mais gravosas como a
queima de livros e de seus autores, tão covardemente pra cados por ocasião da
Inquisição. São famosas as sessões de queima de livros promovidas pelo regime
nazista.

Por oportuno, vale ainda lembrar uma expressão atribuída ao cineasta Cacá
Diegues, as “patrulhas ideológicas”, que nham como obje vo “denegrir produtos
culturais não alinhados a certo cânon considerado poli camente correto por grupos
formadores de opinião”, ar culando-se no sen do de convencer o público a seguir
determinados critérios e normas, desencorajando inicia vas de ques onamento de
princípios ou fatos. Referidos grupos poderiam inclusive in midar, causar medo,
obstruir espaços de discussão, sejam eles públicos ou privados, podendo até evoluir
para o linchamento daqueles considerados inimigos.

Em nosso meio, cabe-nos refle r frente a esses acontecimentos sobre a nossa


real certeza quanto à valorização da dialé ca, da arte do diálogo, como instrumento
que viabilize discussões que contrariem entendimentos arraigados, permi ndo que
a força da argumentação inteligente, fundada na pesquisa e no estudo, produza
A Lei de Godwin e a Maçonaria
novas ideias, amparada pela igualdade e liberdade de ACADÊMICO
pensamento.MÁRCIO DOS SANTOS
Importa ressal-GOMES
CADEIRA Nº 2
tar que o verdadeiro Iniciado tem perfeito domínio do que pode CLÁUDIO
PATRONO: ser discu do, em
MANUEL DA COSTA
que nível e com quais públicos, respeitados os postulados da Ordem. E, “pra não
dizer que não falei das flores” (Vandré), é sempre presente o pensamento atribuído a
Voltaire por Evelyn B. Hall no sen do de proteger o direito dos outros de dizerem o
que pensam, mesmo que não estejamos de acordo.

Com relação aos chamados reacionários, que não medem esforços em julgar a
tudo que venha de encontro à suas idiossincrasias, e pouco ou quase nada agregam,
por vezes desagregam, mas que se destacam apenas e tão-somente pela dimensão
da arrogância e da vaidade, não devemos gastar mais que algumas linhas e desejar-
lhes que sejam felizes e avaliem a possibilidade de retornar ao primeiro grau e procu-
rem seguir com seriedade as instruções que não foram assimiladas na sua plenitude.

Enfim, a citada “Lei de Godwin”, não pode gerar um correlato e prosperar no


nosso meio, levando irmãos a se imporem como juízes e decidir ao seu alvedrio o que
é maçonaria e o que é a tude an maçônica, com notas de intolerância e radicalismo,
estes sim, condenados pela Ordem, que se estrutura em uma filosofia eminentemen-
te libertária, onde não prospera uma inves gação dirigida da Verdade, por ferir
princípio da liberdade de pensamento e do livre arbítrio.

“Na essência somos iguais, nas diferenças nos respeitamos” ( Santo Agos nho)

“Reaja com inteligência, mesmo que o ataque não seja inteligente” (atribuído a
Lao-Tsé, na obra “Tao-Te King”).
Vetusta e perene construção moral,
Nascida nas brumas dos tempos, robusta,
Impõe-se a Maçonaria atemporal,
Amar o próximo: sua meta augusta!

Distante da caterva incônscia amoral,


Seus bravos obreiros à doutrina justa,
Em reverente atitude laboral,
Dedicam-se, e combatem ação injusta.

Nos graves e difíceis fatos de antanho


(Pretéritos surdos, brutos particípios ...),
Seu labor discreto à paz não foi estranho.
Portento marcante em muitos municípios.
A Maçonaria dá vigor tamanho
À Caridade e união: seus bons princípios! ...
PARA REFLETIR:
Segundo o Dicionário Koogan Larousse -, ASSIDUIDADE é “qualidade de assíduo;
aplicação constante, presença frequente, em um lugar ou perto de alguém”.

A Maçonaria em suas notáveis obras, afirma que “querer é poder”. Não nos
restam nenhuma dúvida, quem se disponha a querer, supera os obstáculos, desfaz as
dificuldades e não encontrará dificuldades que o detenha nos seus intentos. O que
planeja fazer, o faz, com toda certeza. Estas são as concepções sedimentadas de
sabedoria e determinantes da grandeza da Maçonaria.

A configuração da essência da filosofia que desde milênios tem sido ouvida


dentro dos Templos consagrados ao Grande Arquiteto do Universo [GADU].
Acontece no ato iniciá co, quando o Venerável indaga diretamente do recipiendário,
a sua disposição em cumprir o dever de assiduidade à Loja. A resposta afirma va é
testemunhada por todos os presentes e pelo Senhor Invisível, sendo fechado o
assunto nos propósitos desejados pela Ins tuição Maçônica.

Comparecendo aos trabalhos, o iniciado estará se valendo do compromisso e


auxiliando, ao mesmo tempo, a Loja. Se os instrumentos necessários ao desenrolar
da grande meta forem esquecidos pelos obreiros, a reconstrução do Templo será
retardada. Os ensinamentos da doutrina maçônica, com certeza ficarão esquecidos.
Os trâmites dos rituais tomarão outro rumo. Em virtude das faltas e dos conceitos dos
irmãos do quadro!

Se o ambiente do Templo es ver ocupado por um número apreciável de


irmãos, a vigor dos trabalhos, e as atenções se prenderão melhor ao assunto em
debate. Ninguém poderá contestar que o ato presencial de um número maior de
obreiros, incita muito mais a palavra e mul plica as vibrações de todo o conjunto.
Quando muitos irmãos se reúnem em Loja, pode-se dizer que o “Compasso”
que aponta com precisão a alegoria da jus ça, não irá enferrujar-se no solo úmido da
indiferença; a “Trolha” que corrige as imperfeições e se faz no emblema da indulgên-
cia, não estará se oxidando no poço dos caprichos vãos; a “Régua” que auxilia no
traçado das linhas perfeitas e que é tomada como alegoria da razão, não se deixará
apodrecer pelo esquecimento; a “Alavanca” que exige esforço intuindo a lição do
trabalho e energia, não permanecerá no canto escuro do individualismo; o “Esqua-
dro” que reproduz o triângulo e mo va a signo da verdade, não será retorcido pela
febre do desalento; o “Nível” que é a representação da igualdade, não cairá desequi-
librado no abandono; e até a “Acácia” que é a imagem florescente da imortalidade,
não estará apodrecendo no húmus do desamor. Infeliz serão todas as Corporações
em cujo seio não se verifique o espírito associa vo!

Os frutos do progresso de uma Sociedade, qualquer que seja a sua finalidade,


dependerão sempre da presteza de suas decisões, tomadas pelos votos de cada um
dos seus membros. O império das suas glórias decorrerá da frequência que lhe for
tributada pelos seus associados: O apogeu dos seus atributos terá seu deriva vo na
pontualidade e constância que todos os seus obreiros dispensem às suas convoca-
ções.
DOCUMENTOS BÁSICOS DO ESCOCISMO

1. O Discurso de Ramsay em 1737;


2. Cons tuição de 1762, organizada pelo Conselho de Imperadores do Oriente
e do Ocidente;
3. A Patente de Stephen ou E enne Morin, emi da em 27.8.1761;
4. Cons tuições, Estatutos e Regulamentos para o Governo do Supremo
Conselho dos Inspetores Gerais levando, indevidamente, autoria de Frederico II em
1786;
5. As resoluções do Congresso de Lausanne, em 1875.

CRONOLOGIA DA CRIAÇÃO DO REAA


- O Rito Escocês nasceu na França tendo sua provável origem nas correntes
escocesas de Kilwinning e Heredom.
- Em 1754, 24 de novembro, foi fundado o Capítulo de Clermont, num sistema
escocês de 7 graus. Seu fundador foi o Cavaleiro de Bonneville.
- Imperadores do Oriente e do Ocidente, Grande Loja de SãoJoão de Jerusalém,
criando um sistema de Altos Graus, limitado a 25, sistema oficializado em 1762.
- A par r de 1758,até 20;9/1762, o Capítulo de Clermont, de vida efêmera,
incorporou-se ao “Conselho dos Imperadores”, que sancionou a Grande Cons tuição
de Bordeaux, contendo:
- 35 ar gos;
- Sistema de 25 graus;
- Ins tutos, Estatutos, Regulamentos e Instruções suplementares;

O “Conselho dos Imperadores” nha como corpo máximo o “Consistório dos


Príncipes do Real Segredo”.
- O “Conselho Soberano dos Imperadores do Oriente e do Ocidente” forneceu,
em 27/8/1761, a E enne (Stephen) Morin, uma Patente que o autorizava a instalar
Corpos Maçônicos de todos os graus do sistema de 25 graus em todas as partes do
Novo Mundo, nomeando-o Deputado e Grande Inspetor.
- Esse sistema de 25 graus vigorou nos Estados Unidos até 1801.
- Morin, ainda em 1761, foi para o Hai , na Ilha de San Domingos e fundou em
Le Cap, capital da metade ocidental francesa, a Maçonaria Escocesa, iniciando e
substabelecendo seu poder a outros 16 cidadão, dos quais 13 eram judeus.
Outorgou-lhes o tulo de Grandes Inspetores Gerais Adjuntos. Um deles, o Ir:.
Hyman Isaac Long, substabeleceu, depois, seus poderes a outros.
APAREEM DELAHOGUE E DE GRASSE-TILLY
- Jean Bap ste Marie Delahogue, francês, em 1773, estava em Le Cap, onde
ocupava o cargo de Notário.
- Alexandre François Auguste de Grasse (ou Conde de Grasse-Tilly), militar e
coronel, foi para Le Cap e 1788. Lá, conheceu Delahogue e casou-se com sua filha em
1789.
- De Grasse-Tilly combateu a inauguração dos “mulatos” em Le Cap, que foi
incendiada pelos amo nados. Fugiu para Charleston, Carolina do Sul, USA, em 1793.
- Delahogue e DeGrasse (sogro e genro) estavam em Charleston em 1793. Não
há provas de que já vessem sido iniciados.
- Em 1795, apareceram Delahogue e De Grasse-Tilly como fundadores da Loja
“La Candeur”, cujo quadro era formado por Católicos Romanos. Em 1798, de Grasse-
Tilly já era Venerável desta Loja.

Em 1796, Hyman Isaac Long, discípulo de Morin, instalou em Charleston um


“Grande Consistório dos Príncipes do Real Segredo”, para trabalhar o grau 24 da
Cons tuição de 1762.

Concedeu patentes de “Deputado Grande Inspetor Geral” a 7 Maçons, entre


eles De Grasse –Tilly e Delahogue e concedeu-lhes outra Patente que os autorizava a
instalarem o Grande Sublime Consistório dos Príncipes do Real Segredo, o que foi
feito em 1797.

Claro era o obje vo da Maçonaria Francesa de organizar uma Maçonaria


Escocesa Regular no Novo Mundo, em território americano, de acordo com a Patente
de Morin de 1761.

Em 31/5/1801, foi anunciada a fundação do “The Supreme ouncil of the 33rd


Degree for the Unitede States of Ameria”, lideradas pelos IIr:. John Mitchell e
Frederick Dalcho. A fundação foi concre zada em 1802, com 9 fundadores, entre os
quais De Grasse-Tilly e Delahogue. Interessante notar que um quadro de fins de 1802
daquele Supremo Conselho não constava os nomes de De Grasse e Delahogue. Eles
assumiram os cargos de Soberano Grande Comendador e Lugar-Tenente
Comendador nas Índias Ocidentais Francesas, respec vamente.

FUNDADORES DO SUPREMO CONSELHO MÃE DO MUNDO

COLONEL JOHN MITCHELL


DOCTEUR FREDERICK DALCHO
ABRAHAM ALEXANDER
EMANUEL DE LA MOTTA
MAJOR THOMAS B. BOWEN
ISRAEL DE LIEBN
DOCTOR ISAAC AULD
AUGUSTUS DE GRASSE-TILLY
JEAN BAPTISTE MARIE DELAHOGUE

FUNDAÇÃO DO SUPREMO CONSEHO DA FRANÇA

1.Em outubro de 1804, após a fundação do primeiro Supremo Conselho do


REAA, em 1801, em Chaleston, o Conde de Grasse-Tilly retornou a França e fundou,
em Paris, o segundo Supremo Conselho do REAA do mundo.
2.A par r de 1805 (ainda no governo de Napoleão I), o Grande Oriente de
França se apoderou do controle do Supremo Conselho do REAA (tratado de dezem-
bro de 1804).
3.Em 1815, o Supremo Conselho do REAA subordinado ao Grande Oriente de
França para a se chamar “Suprême Conseil Grand Collège du Rite Écossais Ancien et
Accepté”.

UM SUPREMO CONSELHO CHEGA À INGLATERA

O Conde de Sussex, Grão-Mestre da Grande Loja Unida (fusão da Grande Loja


de Londres e da Grande Loja de York) obteve, em 1819, uma Patente concedida por
Decazes, Soberano Grande Comendador da França, para a fundação do Supremo
Conselho do Rito Escocês para a Inglaterra. Para preservar a unidade da maçonaria
inglesa, deixou de cumprir seu intento, dirigindo sua Potência com mãos de ferro.

O SUPRÊME CONSEIL DE FRANCE


(GRUPO DOS SCs DA PAN-AMERICANA)

Em 182, é fundado um outro Supremo Conselho do REAAm i “Suprême Conseil


de France”, potência maçônica independente e soberana, controlando do grau 1 ao
33, e criando por conta própria Lojas Simbólicas. Esse Supremo Conselho se conside-
ra (por algumas razões) também como uma con nuação do Supremo Conselho
original fundado em Paris pelo Conde Grasse-Tilly em 1804.

Resis u bravamente a tenta va de ser incorporado ao Grande Oriente de


France, não abriu não de grau nenhum e nem é reconhecido pelo Supremo Conselho
da Jurisdição Sul dos Estados Unidos.

O SUPREMO CONSELHO FRANCÊS LIGADO AOS AMERICANOS

Em 1965, contando com o apoio do Supremo Conselho da Jurisdição Sul dos


Estados Unidos, o GC Charles Riandey e os dissidentes fundaram um Supremo do
REAA, nos moldes americanos, o chamado “Suprême Conseil pour la France” que é o
único reconhecido pelo Supremo Conselho da Jurisdição Suyl dos Estados Unidos. O
“Suprême Conseil pour la France” trabalha junto com o “Grande Loge Na onale
Française”.

Na França existem, pelo menos, TRÊS Supremos Conselhos do Rito Escocês


An go e Aceito que são importantes, têm peso e são considerados legí mos pelos
franceses. É sempre fundamental sabermos de qual deles estamos falando e não
misturar um com o outro.

A. O Supremo Conselho do Rito Escocês An go e Aceito do Grande Oriente de


França (Suprême Conseil Grande Collège du Rite Écossais Ancien et Accepté”) está
subordinado ao Grande Oriente da França, através do Colégio de Ritos.
B. Um segundo Supremo Conselho do REAA, o “Suprême Conseil de France”
que resis u bravamente à tenta va de ser incorporado ao Grande Oriente de França.
Mãs, que não abriu mão de grau nenhum e nem é reconhecido pelo Supremo
Conselho da Jurisdição Sul dos Estados Unidos.
C. Há um terceiro Supremo Conselho do REAA, o “Suprême Conseil pour la
France”, fundado em 1965 e que é o reconhecido pelo Supremo Conselho da
Jurisdição Sul dos Estados Unidos.

O CISMA NO SUPRÊME CONSEIL DE FRANCE

Em 1964, houve um cisma no “Suprême Conseil de France”, e o Soberano


Grande Comendador Charles Randey, junto com outros 400 irmãos se re ram.
Aceditavam, erroneamente, que com isso o “Suprême conseil de France” deixaria de
exis r.

De acordo com o testemunho do Soberano Grande Comendador de Honra do


Supremo Conselho da França, Mui Poderoso Irmão Hubert Greven, o Supremo
Conselho d França deixou de reconhecer o rito pra cado pela Grande Loja da Franã.
Entre 1964 e 1976, quando a Obediência Simbólica não podia se declarar do REAA.

SUPREMOS CONSELHOS NO BRASIL

No Brasil existem diversos Supremos Conselhos conforme a existência de


Grandes Orientes ou Grandes Lojas, sendo os principais:
- O Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês An go e Aceito para a
República Federa va do Brasil, que tem tratado de reconhecimento com a CMSB, é
reconhecido internacionalmente. Aceita membros filiados ao Grande Oriente do
Brasil, CMSB e COMAB.
- O Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês An go e
Aceito, que possui tratado de reconhecimento com o Grande Oriente do Brasil e
desde setembro de 2014 foi restabelecido seu reconhecimento internacional através
do tratado com o Supremo Conselho do Grau 33 para Inglaterra e País de Gales e seus
Distritos e CPÍTULOS ALÉM MAR. Aceita membros filiados ao Grande Oriente do
Brasil e CMSB.
- A Excelsa Congregação dos Supremos Conselhos do Brasil, que congre-
ga 11 Supremos Conselhos ligados à COMAB, par cipam da CPA e da AIME, pra cam
os critérios de regularidade do Rito. É a mais nova ins tuição dos Altos Graus do
Brasil, respeitada por sua intransigência à prá ca do Rito.

CRITÉRIOS DE REGULARIDADE DA AIME, CPA E PARTICIPANTES

1. A invocação e a glorificação do Grande Arquiteto do Universo.


2. A presença do Livro da Lei Sagrada aberto sobre o Altar dos Juramentos,
sendo este a Biblia, por referência aos Rituais.
3. A referência aos textos Fundadores (Cons tuições e Regulamentos de
1762 e as Grandes Cons tuições de 1786), tais como adotados por todos os
Supremos Conselhos do mundo.
4. O uso das divisas ORDO AB CHAO e DEUS MEUNQUE JUS.
5. O respeito à marcha iniciá ca e sua progressão.
6. A proibição de par cipar de reuniões ritualís as com as maçonarias
mista e feminina.
7. O caráter aberto e adogmá co da espiritualidade do Rito.
O mês de Agosto é pródigo e generoso nas homenagens que são presta-
das às pessoas, en dades ou personagens proeminentes da história brasileira,
fazendo com que algumas delas se confundam entre si, numa simbiose que
demonstra a par cularidade do sen mento patrió co e de obje vo marcado
pela Maçonaria.

Especificamente os dias 20 e 25 de Agosto têm, pelo menos, duas home-


nagens in mamente prestadas à Ordem Maçônica, sendo a primeira aos
Maçons que ao longo do tempo escreveram a história do Brasil, desde a aboli-
ção até a República e a segunda ao Maçom Luís Alves de Lima e Silva, Duque de
Caxias, patrono do Exercito Brasileiro.

É importante ressaltar que a Maçonaria no nosso país tem sido sistema -


camente es gma zada pelos que a combatem sem conhecer realmente o que
esta ins tuição milenar representa para o país e para os brasileiros, talvez
porque ainda não tenha ela conseguido se comunicar com a sociedade numa
linguagem que lhe permi sse dissipar as dúvidas e suplantar as maledicências.

Mas, não é de hoje a perseguição aos Maçons, nem privilégio do Brasil.


Registra a história que Carlos Magno, no ano de 779, proibiu a reunião de
Guildas, um dos segmentos que se diz precursor da Maçonaria.

Os papas da Igreja Romana também sempre se opuseram à Ins tuição


Maçônica, começando pela Bula “Il Eminen ”, de 28 de abril de 1738, por
Clemente XII, que excomungava todo aquele pra cante da “arte do diabo.”

Em 1751, o papa Bento XIV publicou a Bula “Providas” fazendo referência


à “Eminen ” de Clemente XII, para propagar que “Finalmente, entre as causas
mais graves das supraditas proibições e ordenações anunciadas na cons tuição
acima inserida a primeira é: Que nas sociedades e assembleias secretas, estão
filiados indis ntamente homens de todos os credos; dai ser evidente a resultan-
te de um grande perigo para a pureza da religião Católica.”

Atualmente, após o pon ficado de João XXIII, que restringiu as excomu-


nhões somente no caso de conspiração contra a igreja, houve uma recrudência
nas hos lidades da Igreja Romana com relação aos Maçons, mas con nua a
pregação deprecia va dos valores maçônicos.

Há, também, aqueles que são iniciados na Maçonaria e se prestam apenas


para conhecer os seus rituais e saírem pela porta do fundo denegrindo a ima-
gem dos maçons e da Ins tuição, caso recente do espanhol Serg Abad Gallardo
que se reconverteu ao catolicismo, e no livro “Porque deixei de ser maçom”
traça um perfil satânico da Maçonaria e diz textualmente que a Maçonaria e o
catolicismo não podem ser pra cados juntos.

No seu livro ele revela a palavra do Mestre como se vesse origem direta
de Caim, que matou seu irmão por ordem do demônio, sendo ele, Caim, o mode-
lo para os mestres maçons.

“A maçonaria afasta de Cristo. Porque embora fale-se sobre Jesus Cristo


no 18º grau dos Altos Graus maçônicos, não há nada a ver com o Jesus Cristo da
Igreja Católica, pois o mencionam como um sábio ou filósofo qualquer”.

Conclui, dizendo que “na maçonaria acreditam no “Grande Arquiteto do


Universo; querem que acreditemos que este é o mesmo Deus do catolicismo,
mas não é verdade. Às vezes conseguem enganar os católicos dizendo que ser
maçom e ser católico é compa vel por esta referência a Cristo.”

Todos esses percalços, no entanto, não conseguiram entorpecer a mente


dos verdadeiros maçons, daqueles iniciados nos augustos mistérios da Arte
Real e con nuam de pé e a ordem em busca da verdade para tornar feliz a
humanidade.

Em se tratando de história, havemos de reconhecer que a Maçonaria


prestou relevantes serviços à Pátria brasileira, senão não seria tão bem vista por
alguns Estados brasileiros a ponto de lhe prestarem homenagem no dia 20 de
Agosto, data consagrada ao Maçom por decisão aprovada na Mesa Redonda do
Pará, em 22 de junho de 1957 por proposta da Grande Loja de Santa Catarina,
jus ça se faça à Loja Maçônica “Acácia Itajense”, embora a sua proposição o Dia
do Maçom seria no dia 21 de Abril, data de fundação da Grande Loja no Estado
de Santa Catarina.

Deixando de lado a controvérsia sobre a data que deveria ser o Dia do


Maçom, e par ndo do princípio que ela se inspirou na 14ª sessão do Grande
Oriente Brasiliano, realizada “aos 20 dias do 6º mês do ano da Verdadeira Luz de
5.822”, entendemos mais importante ressaltar o significado a homenagem, a
importância desse reconhecimento sobre os feitos dos nossos antecessores,
como exemplo de uma Maçonaria forte, pujante, soberana e efe vamente
poli camente influente nos idos do século XIX, quando pela força de seus ideais
nobres e legí mos maçons declararam a independência do Brasil treze dias
antes do célebre ato do Príncipe Regente às margens do riacho Ipiranga.

Segundo a Revista Universo Maçônico “Existe documento histórico, para


ser mais exato, o Balaustre da Sessão Conjunta das Lojas “Comércio e Artes” e
“União e Tranquilidade”, ambas do Oriente do Rio de Janeiro, onde o Irmão
Gonçalves Ledo proferiu um eloquente discurso em prol da indepenência do
Brasil, sendo aprovado por unanimidade.”

Con nua, o ar go, “A data do balaústre que aprovou a independência do


Brasil foi o 20º dia do 6º mês maçônico do ano da Verdadeira Luz de 5.822, inter-
pretado como 20 de agosto de 1822 Era Vulgar. Após aprovado o balaustre da
referida sessão extraordinária foi expedido comunicação ao Irmão Dom Pedro I
e ao Soberano Grande Mestre irmão, José Bonifácio, que estava ausente por
mo vo de viagem.”

A discussão estéril que se faz por esta ou aquela razão, não ra o brilho,
nem consegue afastar a grandeza que está representada pelo Maçom no curso
da história do Brasil, pelo contrário, é nosso dever voltar o nosso pensamento
para o passado para revolver das suas entranhas a inspiração que nos possa
retomar o ciclo de influência e de par cipe nos des nos do nosso país.

Não temos como esquecer que a Maçonaria está umbilicalmente ligada


aos principais fatos históricos de nossa Pátria, não somente porque es vesse na
liderança polí ca do país, mas, essencialmente, porque era o único segmento
da sociedade capaz de sustentar o desejo dos brasileiros por uma Pátria livre e
soberana.

Com todo o respeito aos historiadores maçônicos, ou não, que defendem


a data de 9 de setembro como o autên co Dia do Maçom, como é o caso do
nosso ilustre confrade José Mauricio Guimarães, e ele tem plena razão na sua
linha de raciocínio, entendo que a grande importância seja, qual dia for o Dia do
Maçom, é o de podermos mostrar às novas gerações de iniciados, que o traba-
lho do Maçom não pode estar estrito à sua presença nas sessões ritualís cas, ou
que lhe sirva somente para o ufanismo de pertencer a uma casta de homens
livres e de bons costumes a serviço da Pátria e da Humanidade, mas que a sua
atuação precisa estar além do horizonte interrompido pela parede de entrada
de um Templo Maçônico.

A cada dia 20 de Agosto repete-se a sessão solene na Assembleia


Legisla va de Minas, em homenagem ao Dia do Maçom, e através da palavra
dos Grão-Mestres de todas as potências e obediências maçônicas regulares do
Estado, são realçadas as qualidades e os grandes feitos dos maçons do século
XIX que fizeram por merecer o reconhecimento dos representantes do povo
mineiro a tão dignos patriotas, que tornaram possível a realização do grande
sonho da Liberdade.

Para encerrar, permito-me transcrever a bela página escrita Joseph Fort


Newton, “Sabedoria, Força e Beleza” para definir o Maçom, e pergunta: Quando
um homem é um Maçom?

“Quando puder olhar além dos rios, das montanhas e do horizonte distante,
com um profundo senso de sua própria pequenez no vasto complexo das coisas, e
ainda ter fé , esperança e coragem. Quando souber que, no fundo de seu coração,
cada homem é tão nobre quanto vil; tão divino quanto diabólico e tão solitário
quanto ele mesmo, e procurar conhecer, perdoar e amar seu semelhante.
Quando souber como simpa zar-se com os homens em suas tristezas e até
mesmo nos seus pecados, sabendo que cada homem enfrenta uma lua di cil
contra múl plos obstáculos. Quando ver aprendido a fazer amigos e a conservá-
los e, sobretudo, conservar os amigos consigo próprio.”

“Quando amar as flores, puder ir atrás dos pássaros sem uma espingarda e
sen r o encanto de uma velha alegria esquecida, ao ouvir o riso de uma crianci-
nha. Quando puder ser feliz e generoso em meio a vicissitudes significa vas da
vida. Quando as árvores de copas estreladas e o brilho da luz do sol nas águas
correntes conquistarem-no como a lembrança de alguém muito amado e há
muito desaparecido.”

“Quando nenhuma voz de angús a a ngir seus ouvidos em vão e mão


nenhuma procurar sua ajuda sem resposta. Quando encontrar o bem em cada fé
que ajude a qualquer homem reter as coisas mais elevadas e a ver os significados
majestosos da vida – qualquer que possa ser o nome dessa fé. Quando puder
olhar para um charco de beira de estrada e ver algo além da lama e na face do mais
abjeto mortal e ver algo além do pecado. Quando souber como orar, como amar e
como manter a esperança. Quando ver man do a fé em si mesmo, no seu
semelhante, no seu Deus, na sua mão uma espada contra o mal, no seu coração o
toque de uma canção – feliz por viver, mas sem medo de morrer!
Em tal homem, seja ele rico ou pobre, erudito ou iletrado, famoso ou
obscuro, a Maçonaria cumpriu o seu doce ministério”. Tal homem descobriu o
único segredo real da Maçonaria e o único que ela está tentando doar a todo o
mundo”

Precisamos, todos, em especial as lideranças que dirigem as Potências e


as Obediências Maçônicas na atualidade, reviver o passado, viver o presente e
planejar o futuro para recuperarmos a nossa autoes ma e retomar a sabedoria,
a força e a beleza que nos deixaram de herança os nossos irmãos de ontem.
Belo Horizonte, 2 de Agosto de 2016.
Amada e Bendita Bandeira do Brasil, tu és instrumento de iden dade e
representação de nosso País.

Manto Sagrado e protetor do povo, tu tremulaste nas lutas, nas batalhas e


nas conquistas de nossa nação, que sempre abrigas nas tuas cores, nas tuas
estrelas e no teu lema: “Ordem e Progresso”.

Tu tens a nossa raça nossa cara, o nosso jeito, nossa nacionalidade, nossa
iden dade. Onde estás, ai também está cada um de nós, individualmente e em
comunhão, pois tua presença desperta o sen mento de brasilidade, de povo e
de nação, que se agiganta dentro de cada um, e nos tornamos um só povo, uma
única nação, uma Pátria, o Brasil.

Simbolizas luta e esperança, amor e destemor, que nos acompanham na


guerra e na paz nos momentos de alegria e de tristeza.

Longe de nossas fronteiras, tua presença é o retrato vivo de um grande e


rico território que abriga um povo trabalhador e generoso. Representas nossa
soberania e és símbolo máximo da nação brasileira perante os outros países.

Tu congregas, de norte a sul, de leste e oeste, todos os brasileiros, forman-


do uma única nação, e despertas em todos nós o sen mento de patrio smo.

Estão somados em a história e os altos de nossa Pátria. Criada logo após


a proclamação da República, tu acompanhaste a trajetória do Brasil, servindo
de norte verdadeiro nas lutas e conquistas em prol do povo que tu representas,
a brava gente brasileira que nunca esmorece na busca do progresso, da jus ça e
da paz.
Bandeira do Brasil !

Saúdo-te pelo que tu és, pelo que tu representas na história republicana


desta nação que é de todos nós, a nossa Pátria – o Brasil.

Amada Bandeira!

Eu te homenageio e reverencio com meu amor filial, respeito e orgulho,


pois tu me representas, como também a grandeza de nosso País.

E nos dias turbulentos que atravessamos hoje, que tu, Bandeira Nacional,
desperte o patrio smo em cada um de nós e em nossos governantes, ressaltan-
do o sen mento do dever, do amor à Pátria, privilegiando a hones dade e o
bem comum em detrimento dos interesses pessoais.

Somente assim, com compromisso, fidelidade e hones dade, sob o


manto protetor do nosso “pendão da esperança”, o Brasil poderá ser conduzido
a um futuro de prosperidade, legando às gerações vindouras, paz, liberdade e
bem estar social.

Salve, mil vezes salve Bandeira do Brasil símbolo augusto da paz e da gran-
deza de nossa nação.
Li um ar go no jornal “O tempo” sob o tulo “Abandono” da professora e
psicóloga Rita de Araújo Almeida que me deixou a pensar sobre a a tude de
muitos maçons nos dias atuais com relação aos órgãos maçônicos.

O “Abandono” é uma caracterís ca que propicia à ex nção de qualquer


órgão ou ins tuição. Senão vejamos: na Maçonaria, onde militamos com mais
amiúde. Deixo de frequentar a minha Loja porque não vejo ali nenhuma obje -
vidade, e como muitos, penso que é só bater malhete. A Loja não apresenta
trabalhos de interesse dos membros, não apresenta projetos, não discute
assuntos da importância dela própria nem da Obediência e muito menos da
Ins tuição.

Quando algum Maçom tem a ousadia de apresentar qualquer assunto de


envergadura, não ficamos sa sfeitos porque vai estender o empo que podería-
mos estar no boteco consertando o P e deliciando com a cerveja e os salgadi-
nhos, como se véssemos cumprido a nossa obrigação para com a Maçonaria.

A confraternização ( a ser pra cada por todos) que a Maçonaria prega é


para que possamos nos conhecer melhor, nos aproximarmos um do outro, além
de poder discu r assuntos que viriam a enaltecer a Loja através de projetos
úteis à Ordem e à Comunidade em que vivemos.

Se man vermos a mentalidade de que as reuniões são apenas para um


encontro, ou para jus ficar presença, esquecendo a sua finalidade, proporcio-
nará num certo tempo, ausência, segundo plano por outros compromissos,
desinteresse, par remos para o abandono.

O abandono é a fórmula mais acentuada de enfraquecer ou acabar com o


organismo ao qual pertencemos. Não podemos nos convencer de que os outros
estarão presentes e a nossa ausência não fará falta. Temos que nos convencer
de que somos sempre importantes e úteis.

É necessário que par cipemos das reuniões e não apenas as frequente-


mos Precisamos apresentar sugestões, discu r as apresentadas, contradizer as
que julgue desapropriadas, aprovar as úteis e necessárias.

Dada a importância do Maçom na comunidade é preciso que ele interpre-


te e convença que é muito mais importante no Órgão Maçônico do que na pró-
pria comunidade, porque esta além dele tem outras pessoas de várias categori-
as para colaborar. Na Maçonaria os seus adeptos são minoria e com obrigações
a cumprirem. Dai sua responsabilidade mais extensa.

Fraternidade - Vimos no Bole m “O Cosmopolita” editado pela LM União


Cosmopolita sobre essa alcunha, que um grupo de maçons, no campo, e volta
de uma fogueira, a conversarem e um deles, se levanta e expressa o desejo de
mostrar o que é Fraternidade.

Dentre eles um Irmão dos menos cultos, bronco pediu a palavra e disse
que desejaria expor o que ele pensa de Fraternidade. Concedido a ele o desejo
assim mostrou-nos o seu verbo:
Todos se levantem. Agora fiquem todos de mãos dadas com aquele que
es ver ao seu lado.

Agora, o que vocês vêm olhando para a frente?


A face de um Irmão através das chamas.
O que vocês sentem em frente a vocês?
O calor do fogo e o conforto que isto causa em uma noite fria.
O que vocês sentem ao seu lado?
A mão aquecida de um Irmão.
Tudo bem. Agora soltem as mãos e girem pro outro lado.
Agora o que vocês vêm olhando para a frente?
Completa escuridão.
O que sentem olhando para a frente?
Um sen mento de solidão de ser alienado.
O que sentem a seu lado?
Nada.
O que sentem atrás de vocês?
O calor do fogo.
Assim é a Maçonaria.

Em reuniões maçônicas podemos sen r o calor da interação maçônica,


podemos ver a face de um irmão através da luz que a Maçonaria nos dá, e sem-
pre podemos sen r a mão aquecida do Irmão Maçom. Quando nos afastmos da
Maçonaria somente vemos escuridão e sozinho e não sen mos a mão aquecida
do Irmão.

No entanto, a Maçonaria e o calor e a luz que ela dá estão sempre a uma


volta de distância de nós.

São esses ensinamentos que desejamos transmi r aos dis ntos Irmãos e
que ada um os assimilem para o engrandecimento desta sublime e importan s-
sima Ordem Maçônica.

Sebas ão Cardoso
Presidente da AMML
A Lei nº 5.700, de 1º de setembro saudação à BANDEIRA Nacional a não
de 1971 (alterada pela Lei nº 5.812, de ser a posição de sen do e con nência
12 de outubro de 1972), dispõe sobre a para os militares, e os civis de pé, em
forma, apresentação e responsabilidade a tude de respeito e silêncio com a
em relação aos Símbolos Nacionais. cabeça descoberta.
O Hino Nacional, a Bandeira Portanto, saudar a Bandeira
Nacional, as Armas Nacionais (Brasão) e Nacional, com salvas de palmas, não
o Selo Nacional são símbolos de nossa está previsto na legislação de regência.
pátria. Sem nenhuma hierarquia, todos Conforme o parágrafo único, do art. 30,
devem ser cultuados da mesma forma. da Lei 5.700/71: “É vedada qualquer
A posição correta para ouvir ou outra forma de saudação”, a não ser a
cantar qualquer HINO cívico é com a tude respeitosa.
respeito e os braços estendidos ao longo Nas reuniões administra vas ou
do corpo. Em se tratando do Hino em sessões solenes da Academia, antes
Nacional não se volta para a Bandeira, do encerramento dos trabalhos, é sem-
permanecendo os componentes da pre feita a saudação à Bandeira Nacional
mesa diretora de frente para a plateia. E, por um dos acadêmicos, indicado pelo
no caso do Hino à Bandeira, a mesa Presidente em sessão anterior.
diretora se volta em direção à Bandeira Nessas condições, não existe
sem, portanto, ficar totalmente de bateria incessante de palmas ou aplau-
costas para a plateia. sos, cabendo ao Presidente no encerra-
Apesar de polêmico, há os que mento dos trabalhos apenas convidar a
defendem a inexistência de regramento todos para reverenciar o Pavilhão
que impeça a saudação com palmas Nacional, que pode ser feito com um
após a execução tanto do Hino Nacional discreto meneio de cabeça, e saudar OS
quando a do Hino à Bandeira, vez que o PRESENTES (esses, sim!) com uma
aplauso é uma manifestação pública de vibrante salva de palmas.
apoio, de homenagem e amor à Pátria.
A lei não prevê outra forma de
Às vezes, em uma noite escura e chuvosa, sem energia elétrica, basta o clarão
de um relâmpago para nos orientarmos dentro de casa e encontrarmos uma vela, um
lampião, de modo a termos suficiente iluminação.

Nas situações de vida da nossa existência, no exis r, as coisas se passam de


maneira bem similar. Na escuridão dos desentendimentos a respeito da verdadeira
vida, de quem somos em nossa essência, um livro pode ser um clarão; menos que um
livro, uma frase também pode sê-lo.

“Em defesa da sociedade. Prenomes, nomes e sobrenomes” Dr. Edvaldo Costa


Pereira Júnior. Ouro Preto o jornal dos ouro-pretanos. Quarto parágrafo, podemos
ler: “os adotantes podem postular a alteração do prenome do adotado, especialmen-
te quando este ainda é criança e ainda não incorporou o primeiro nome `sua perso-
nalidade”.

“Não incorporou o primeiro nome à sua personalidade”. Personalidade, de


“persona”, máscara que atores usavam em suas representações teatrais na an gui-
dade. E ainda é assim até hoje: nossa personalidade não é, de fato, quem verdadeira-
mente somos. Nossa personalidade inclui nosso prenome, o sobrenome de famílias,
e, com o tempo, vai incluindo nossa história. Inclui os cursos os diplomas, as honrari-
as, o que fazemos para sobreviver, etc.. . E com o tempo, passamos a ser bem conhe-
cidos. Nós passamos a nos conhecer e os outros nos conhecem, ou melhor, nos reco-
nhecem dentro dos padrões vigentes de cidadania, convivência social, enfim, situa-
ções de vida, o exis r.

Nossa cons tuição sica e mental, na situação de vida na terra, inclui cinco
sen dos e a mente. A mente, por sua vez, dispõe de um forte aliado, que o intelecto.
Intelecto tão forte que levou René Descartes a concluir que: “Ego cogito ergo sum”, e
que levou muita gente a confundir exis r com SER. Pela mente circulam os pensa-
mentos, desenvolvem-se as histórias de situações de vida. Assim estabelecem-se
sen mentos e surgem as emoções.
Os sen dos, a mente e o “caldo” de suas elaborações são o que podemos
denominar de EGO, ou “pequeno eu”. Desse modo, EGO, “pequeno eu” e personali-
dade se fundem em uma mesma en dade humana complexa que, a principio, sem
sombras de dúvida, juramos ser quem somos.

Fica claro, pelo desenrolar das nossas situações de vida, que somos, muito
aquilo que nos disseram que somos, direta e indiretamente, declaradamente ou sub-
rep ciamente. O EGO vive muito preso à inconsciência, desenvolve uma infinidade
de pensamentos, pensamentos recorrentes, muitas vezes desagradáveis e até
podendo ser torturantes, levando, então, até ao suicídio. Observe, também, dessa
asser va, o que acontece com os relacionamentos baseados no conceito de EGO:
quem pensamos ser se relaciona com quem achamos que o outo é. Por sua vez,
quem o outro pensa ser se relaciona com quem ele pensa qe somos. Daí tanto equí-
voco nos relacionamentos. E a complexidade aumenta quando são envolvidas várias
pessoas, muitas pessoas. E tudo isso se complica ainda mais, bem mais, quando as
bases de relacionamento envolvem os fundamentalismos, as ideologias, os dogmas,
as “certezas” incontestáveis.

Infelizmente, para muitos de nós, não basta uma frase ou um livro para nos
conscien zarmos de que nossa personalidade não é, de fato, que somos. Muitos
tem que ser sacudidos pela dor, por decepções, por incoerências, por enganos atro-
zes, por barbaridades humanas, por perdas. E, às vezes esses fatores são tão fortes
poderosos, que levam as pessoas às depressões, às ansiedades, podendo desaguar,
como foi dito acima, no suicídio da pessoa. Suicídio até de jovens, inexplicavelmente,
para quem deveria estar atento a isso.

Mas quem aproveita essas ocorrências incômodas, nas situações de vida,


refle r melhor – assim como o clarão de um relâmpago – elas mostrarão um caminho
para a iluminação, para o emergir da nossa presença consciente, mergulhada que
estava no pântano obscuro do EGO.

Quem já viveu ai 20, 30 anos, já teve oportunidade de passar por várias expe-
riências, e, se foi tento bastante, observou o seguinte: os pensamentos, são eles
constantes ou mutáveis? os sen mentos variam? e as emoções podem se alterar? E,
em tudo isso, que no mais das vezes é efêmero, impreciso, incompleto, variável,
instável ... o quê permanece sempre o mesmo? O quê não muda nunca?

Aquela consciência em você, a cada instante em sua vida, aqui, agora, não
muda nunca. Aquela consciência o observador silencioso que é capaz, a cada instan-
te, de discernir, de observar os pensamentos, que por serem observados, surgem e
se vão; de observar os sen mentos e as emoções que também surgem nas diversas
circunstâncias da vida. Aquela consciência silenciosa é QUEM SOMOS, é EU SOU, o
EU SUPERIOR imanente em nós.

Adquirida essa consciência, que não se liga ao tempo, você irá perceber que ela
é a própria e autên ca vida, não a situação de vida, mas a vida. E essa consciência não
pode ser conceituada pela mente. Só pode ser sen da, experimentada; e se experi-
mentada ela se orna transcendente.

EU SOU é o silêncio, que permite exis rem os sons.

EU SOU é o espaço vazio, que permite os minerais, as plantas, os animais, os


homens, os objetos, o universo e os ´\gtomos exis rem e se manifestarem, nessa
exuberante diversidade de VIDA.

EU SOU é o insondável, o inconcebível o inominável.

Como podemos concluir do Tao-te-ching:

O Insondável, o Inconcebível
que se possa sondar, que se possa conceber,
Não é o Insondável, nem o Inconcebível,
No Inominável está a origem do Universo, nossa origem
Associação para uma nova terra.

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