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Septuaginta
Targum
Os Massoretas
SEPTUAGINTA
De acordo com uma antiga tradição, foi sob Ptolomeu Filadelfo (285-246
a.C.) que 72 estudiosos judeus começaram traduzir o Antigo Testamento
hebraico para o grego, numa versão denominada Septuaginta. Primeiramente
foi realizada a tradução do Pentateuco. Mais tarde foi feita a tradução das
seções restantes do Antigo Testamento. A obra foi realizada no Egito,
aparentemente para beneficiar judeus que compreendiam o grego melhor que o
hebraico, e, contrariamente à tradição, provavelmente foi efetuada por judeus
egípcios e não palestinos. A razão dessa suspeita é que trechos da tradução
acabam por denunciar um conhecimento muito precário de hebraico, levando a
crer que os tradutores tinham menos familiaridade com o este idioma do que
com o grego, como seria de esperar caso residissem não na Palestina, mas no
Egito. O numeral romano LXX (por ser 70 o número redondo mais próximo de
72) tornou-se o símbolo comum dessa versão do Antigo Testamento.
Panorama do Novo Testamento.
Robert H. Gundry, Vida Nova, pg. 32.
TARGUM
O vocábulo “targum” é hebraico, ainda que não possa ser encontrado no
AT. Significa uma paráfrase aramaica, uma tradução interpretativa, de alguma
porção do Antigo Testamento. Depois do cativeiro babilônico, o aramaico
começou a substituir o hebraico como língua nativa do povo judeu, assim
foram esquecendo o hebraico e a leitura do Antigo Testamento original foi-se
tornando cada vez mais difícil. E em vista do fato que as Escrituras e
especialmente o Pentateuco, foram se tornando cada vez mais importante aos
olhos dos judeus, passando a ser consideradas como guia tanto da fé como da
vida diária, tornou-se necessário traduzi-las para que o homem comum pudesse
entendê-las.
Targum é o aramaico para “tradução”. A palavra veio a ser usada
exclusivamente para um grupo particular de traduções do AT em aramaico. O
aramaico era o idioma comum da comunidade judaica, e tornou-se habitual, em
cada serviço do Sábado na sinagoga, ao se estudar uma porção da lei, ler um
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versículo do hebraico de uma vez após o que uma segunda pessoa daria a
tradução em aramaico, com uma explicação do significado da passagem.
O desenvolvimento da sinagoga e seu ritual foi lento, e por conseguinte é
impossível estabelecer datas certas para o começo dessa prática. É possível,
contudo, que em Neemias 8.8 tenhamos os seus primórdios, onde a palavra
“claramente dando explicações” aparece. Seja como for, o costume foi
estabelecido na sinagoga bem antes do nascimento de Cristo. A Mishnah
Megillah IV.4 alista as regras para o uso dos Targuns. Deve ser salientado que
os Targuns eram orais em suas origens; receava-se que se fosse lid para o
adorador não bem informado, ele ter-lhes-ia dado a mesma autoridade que as
Escrituras. Porém, não precisava haver dúvidas que havia traduções
tradicionais mais ou menos fixas; quando finalmente, foram postas em forma
escrita, deve ter havido grande abundância de material a ser utilizado.
Sabe-se que há Targuns escritos, de caráter não-oficial, de considerável
antiguidade; sobre o livro de Jó, que já existia no primeiro século da era cristãs.
Tornou-se habitual nos serviços da sinagoga um versículo da Torá em
hebraico, e então fazer uma explicação oral em aramaico. Durante muitos
séculos não era considerado adequado ler no serviço da sinagoga outro texto
qualquer que não fosse a própria Escritura em hebraico, e as traduções eram
apresentadas de modo improvisado, normalmente de memória. No transcorrer
dos anos, essas traduções de interpretações naturalmente tenderam a se tornar
mais fixas. Todavia, traduções para o aramaico foram registradas para as
pessoas usarem em casa. Por volta do 2º ou 3º século d.C., muitas sinagogas
haviam adotado o costume de ler a tradução no serviço.
Targuns do Pentateuco. Visto que o Pentateuco em sua totalidade era
consecutivamente lido nos serviços semanais da sinagoga, as Targuns do
Pentateuco foram particularmente importantes. A mais conhecida é a
denominada Targum Onkelos, extremamente conservador, que foi uma das
mais antigas Targuns escritas. A linguagem figurada é usualmente explicada,
com esclarecimentos adicionais onde isso se torna necessário. Os
antropomorfismos são estritamente eliminados; de tal maneira que o homem
teria sido criado à imagem dos anjos, e não de Deus (Gn1.26); e certas ações da
parte de Deus são atribuídas à Palavra de Deus ou à glória de Deus
Os Targuns são úteis porque lançam luz sobre as interpretações judaicas
tradicionais e, de fato, sobre seus métodos de interpretação. Uma passagem
particularmente interessante é a paráfrase de Isaías 52.13 – 53.12, no Targum
de Jônatas. O servo sofredor é ali é especialmente chamado de Messias e todos
os sofrimentos são transferidos para o povo de Deus ou para os seus inimigos.
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Os Massoretas
Período 1 – Século I
O princípio que determina o reconhecimento da autoridade dos escritos
canônicos do Novo Testamento foi estabelecido dentro do próprio conteúdo
desses escritos. No fim da 1Carta aos Tessalonicenses Paulo diz: “Conjuro vos,
no Senhor, que esta epístola seja lida a todos os irmãos” (1Ts 5.27). Em
1Tessalonicenses 2.13 Paulo escreveu “... tendo vos recebido a palavra que de
nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim
como, em verdade é, a palavra de Deus ...”
Em 95 d.C., Clemente de Roma escreveu aos cristãos em Corinto usando
uma tradução livre do material de Mateus e Lucas. Parece que foi fortemente
influenciado pelo livro de Hebreus e obviamente conhecia bem as epístolas de
Romanos e Coríntios. Há também reflexões de 1Timóteo, Tito, 1Pedro e
Efésios.
“Durante o tempo dos apóstolos, algumas das epístolas de Paulo e um ou
mais evangelhos já eram aceitos como Escritura”.
Período 5 – Século IV
Já no início desse período, o quadro começa a ficar claro. Eusébio (270-
340 d.C., bispo de Cesaréia), notório historiador eclesiástico, apresenta sua
avaliação sobre o cânon da obra História da Igreja. Nela há uma declaração
fácil de compreender sobre o status do cânon da primeira parte do século IV. 1)
Universalmente aprovados como canônicos estavam os quatro evangelhos,
Atos, as epístolas de Paulo (incluindo Hebreus), 1 Pedro, 1 João e Apocalipse.
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2) Aceitos por uma maioria, mas disputados por alguns, foram: Tiago, 2 Pedro,
2 e 3 João e Judas. 3) Atos de Paulo, o Didaquê e o Pastor de Hermas foram
classificados como espúrios e muitos outros escritos foram relacionados como
“heréticos e absurdos”. Entretanto, é na última metade do século IV que
encontramos plena e completa declaração sobre o cânon do Novo Testamento.
Em sua Epístola Festiva, para a páscoa de 367 d.C., o bispo Atanásio de
Alexandria inclui informações designadas a eliminar, de uma vez por todas, o
uso de certos livros apócrifos. Essa carta que contém a advertência: “Que
ninguém acrescente nenhum a estes; que nenhum seja tirado”, é o mais antigo
documento existente que especifica individualmente e sem qualquer restrição
os nossos 27 livros. No final do século, o concílio de Cartago (397 d.C.)
decretou que, “ao lado das Escrituras canônicas, nada deve ser lido na igreja
sob o nome de Escrituras Divinas”.
Champlin
Comfort, pg 85 – 95
O CRITÉRIO CANÔNICO