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Ficha de Apontamentos

10ª Classe

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Fases da 1ª Guerra Mundial

1ª Fase

Chamada “Guerra de Movimento”, durou de 1914 à 1915 e foi caracterizada pela rápida e
massiva deslocação ou movimentação de tropas das nações beligerantes em direcção ao
inimigo. A Alemanha, com o plano de Schlieffen de 1905 ou, simplesmente, guerra
relâmpago, pretendia derrotar a França e a Rússia em 4/6 semanas. Mas as nações estavam
fortemente armadas, o que resultou em batalhas cerradas e um desgaste de ambas partes pois
nenhuma conseguia sobrepujar-se; cada lado possuía armas extremamente letais.

O fracasso do plano de Schlieffen de 1905 obrigou à transição da guerra de movimento à


guerra de trincheiras, também conhecida por guerra de posição.

2ª Fase

Chamada “Guerra de Trincheiras”, durou de 1915 à 1917 tendo se caracterizado pelo


recurso às trincheiras, que eram escavações feitas pelas tropas no solo, com protecção de
minas e arame farpado, as nações beligerantes recorrem às trincheiras para abrigarem-se e
protegerem-se do inimigo devido à capacidade bélica de cada lado. Contudo, as trincheiras
começam a ser insustentáveis, pois as tropas viviam nelas por muito tempo (meses e anos), o
que levou a condições de saneamento desumanas. Muitos soldados acabavam por morrer
devido a doenças provocadas pelas más condições das trincheiras (eram húmidas, sem sol,
imundas, não permitiam a passagem de ar e eram mal-cheirosas).

Na guerra de trincheiras, as tropas não se movimentavam; eram estáticas e os seus


movimentos eram condicionados, nulos e quase inexistentes. Por isso esta fase era também
chamada de guerra de posições.

3ª Fase

Chamada “Retorno à Guerra de Movimento”, durou de 1917 à 1918.

Dada a insustentabilidade das trincheiras, há um recuo à guerra de movimento. As nações


beligerantes, novamente, movimentam-se em direcção aos seus alvos com ofensivas fortes.
Nesta fase, a Rússia retira-se da guerra e os EUA entram para a guerra do lado da Tríplice
Entente, facto que leva à sua victória.

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A 1ª Guerra Mundial termina com a derrota da Alemanha.

A Entrada do EUA na 1ª Guerra Mundial

A entrada dos EUA na 1ª Guerra Mundial dá-se na última fase do conflito, quando a
Alemanha ataca a sua frota de navios no oceano Atlântico.

Antes, os EUA não participavam da guerra directamente; apenas participavam fornecendo


produtos diversos às nações beligerantes da Tríplice Entente, com quem mantinham acordos
comerciais, especialmente com a França e a Inglaterra.

Os EUA, ao verem atacados os seus navios, entram para a guerra ao lado da Entente, não só
para responder ao ataque alemão, mas também para salvaguardar os seus interesses
económicos. A entrada dos EUA na guerra ocorre num momento em que as tropas
beligerantes já se encontravam bastante cansadas, pois já se passam anos nos campos de
batalha. Isto contribuiu para que os EUA, que não haviam sofrido nenhum desgaste físico,
reforçassem a Entente e a levassem à victória da 1ª Guerra Mundial.

Em suma, os EUA entram na guerra, basicamente, por dois motivos: para responder a
Alemanha pelo ataque aos seus navios e para reforçar os laços comerciais com os países
parceiros de negócios, que estavam envolvidos na guerra.

A Saída da Rússia da 1ª Guerra Mundial

A Rússia vinha acumulando sucessivas derrotas e perdas humanas e não estava devidamente
preparada para a guerra. Devido a este despreparo, a Alemanha avançava contra a Rússia sem
piedade e, em 1915, consegue ocupar a Polónia, a Lituânia e Beresina, territórios que haviam
sido anexados pelos russos.

A guerra começou a ficar insustentável para os russos, pois a sua economia estava a ser
afectada negativamente. As despesas militares eram demasiado elevadas, havia escassez de
alimentos devido à diminuição da produção agrícola e havia morte massiva de militares. Tudo
isto gera uma insatisfação total no seio da população, operários e camponeses. Os burgueses
também não estavam satisfeitos com o rumo que a economia russa tomava; eles também se
viam afectados. Assim, gera-se uma onda de pressão sobre o Reio Nicolau II da Rússia.

Em Fevereiro de 1917, dá-se a Revolução Burguesa, levada a cabo pelos burgueses e


pequenos empresários que pretendiam ver a Rússia, cada vez mais, industrializada. Os

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burgueses tomam o poder aproveitando-se do facto de Czar Nicolau II ter abdicado do trono
devido a forte pressão social. Tomam o poder mas não tiram a Rússia da guerra. Os
agricultores e operários continuam insatisfeitos.

Então, em Outubro de 1917, ocorre uma outra revolução, a Revolução Socialista - levada a
cabo pelos sovietes ou bolcheviques (operários e camponeses) liderados por Vladimir Lenine.
Este promete paz, pão e terra, que o poder vá para as mãos dos sovietes (operários e
camponeses) e que a mulher possa trabalhar e ocupar cargos tal como os homens. Assim,
ganha muita popularidade e aceitação na sociedade russa.

Com o governo de Vladimir Lenine, assina-se o Tratado de Brest-Litovski com a Alemanha,


que tira a Rússia da guerra e estabelece paz com os alemães. Ao assinar este tratado, a Rússia
perde todos os territórios que haviam sido por si anexados, nomeadamente: a Polónia,
Lituânia, Letónia, Estónia, Ucrânia, Geórgia, Arménia e Azerbaijão.

Vladimir Lenine forma a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A Rússia passa
a ser URSS.

A retirada da Rússia da guerra significou:

➢ A protecção da revolução na Rússia;

➢ A autonomia dos territórios libertos;

➢ O reforço das tropas alemãs nas frentes de batalha ocidentais;

➢ Um exemplo a ser seguido pelas outras nações beligerantes sem grande poder;

➢ A perda de territórios valiosos ricos em minerais.

O Envolvimento dos Africanos da 1ª Guerra Mundial

1. O Papel dos Africanos na Guerra

A África viu-se envolvida na guerra pois, em quase toda a sua extensão, havia sido dominada
pelas nações beligerantes (Inglaterra, França, Alemanha e o Império Otomano).

Os africanos foram integrados nas forças militares e, também, em tarefas civis (como
carregadores do exército). Muitos soldados destacaram-se pela sua valentia, coragem,
determinação e disciplina, tendo sido até promovidos, mas nunca chegaram a ser tratados de
forma igual aos soldados europeus brancos.

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O recrutamento dos africanos era coercivo mas, em alguns casos, os africanos alistaram-se em
troca de cidadania. Por exemplo, alguns africanos, no Congo, alistaram-se em troca de
cidadania francesa.

2. Focos de Confrontação em África

Não se supunha que a guerra chegasse a afectar a África, mas não foi o que aconteceu, pois as
nações beligerantes tinham maior numero de colónias no continente africano. Assim,
desencadeiam-se alguns focos em África, vejamos:

➢ Em Togo, houve confrontos entre a Alemanha, a França e a Inglaterra, tendo estes


vencido e dividido os territórios entre eles.

➢ Em Camarões, novamente confronta-se a Alemanha com os franceses, belgas,


espanhóis e britânicos e, não se saindo vitoriosa, a Inglaterra e a França tomam
Camarões.

➢ No Sudoeste Africano, a Inglaterra e a União Sul-Africana invadem a Namíbia que


era, então, colónia alemã e esta é ocupada pela União Sul-Africana.

➢ Na África Ocidental, disputa-se a Tanzania. Tropas alemãs confrontam-se com as


tropas britânicas e sul-africanas, tendo-se arrastado o confronto até o norte de
Moçambique, chegando mesmo a ameaçar as povoações de Quelimane. Apenas com a
assinatura de um armistício especial, na Rodésia do Norte (actual Zimbabwe), em 25
de Novembro de 1918, cessam os confrontos. Tanzania é ocupada pelos ingleses.

➢ No Egipto, confrontam-se alemães e ingleses pelo Canal de Suez.

O Fim da 1ª Guerra Mundial

1. A Conferência de Paz de Paris

A Conferência de Paz de Paris foi a maior reunião diplomática, aberta em 18 de Janeiro de


1919, foi politicamente dominada pelos chamados “Quatro Grandes”, Estados Unidos, Reino
Unido, França e Itália.

Nesta conferência, foi assinado um importante conjunto de Tratados. Porém, os resultados


foram muito diferentes, dados os interesses particulares de cada um dos países presentes:

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➢ A França estava fundamentalmente interessada em garantir a sua segurança, impor
sanções e o pagamento das reparações de guerra por parte dos alemães;

➢ A Itália procurava que lhe fossem concedidos os territórios que lhe tinham sido
prometidos em 1915, em troca da sua entrada na guerra;

➢ A Grã-Bretanha estava interessada em proteger os seus interesses coloniais, ao mesmo


tempo que pretendia garantir a sua supremacia naval;

➢ Os EUA estavam interessados em criar a Sociedade das Nações.

2. O Tratado de Versalhes

A assinatura do Tratado de Paz de Versalhes, em 28 de Junho de 1919, obrigou os alemães a


aceitarem pesadas condições, tais como:

➢ Entregar a Alsácia-Lorena à França, além de outras regiões à Dinamarca e à Polónia;

➢ Ceder as minas de carvão de Sarre à França, que teria o direito de as explorar por 15
anos;

➢ A distribuição das antigas colónias alemãs pela Inglaterra, França e África do Sul sob
forma de “mandatos”, enquanto as da Ásia eram dividas pelo Japão, Austrália e
Papua-Nova Guiné;

➢ A redução do seu exército e o desarmamento total das suas forças militares,


entregando os navios e submarinos aos países vencedores;

➢ Pagamento de uma soma de 33 milhões de dólares como compensação pelas perdas e


danos sofridos pelos países vencedores.

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