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ENEM 2024
Julyane Bourbon - Oficina de Redação
“Quando surge uma oportunidade para mudar sua vida, esteja pronta para fazer o que for preciso. O
mundo não dá nada de graça para ninguém, só tira de você.”
- Os Sete Maridos de Evelyn Hugo
INFORMES:
1. Esta BATERIA DE QUESTÕES, contém 32 questões, as quais não estão numeradas, além de uma
proposta de redação nos moldes solicitados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
a) Questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias
b) Questões de Linguagens e suas Tecnologias
2. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde
corretamente à questão.
3. Cronometre o tempo ao realizar a resolução das questões e escrever a redação, para verificar a
disponibilidade de tempo para cada área.
4. A proposta de redação APENAS será recebida no retorno das aulas, pós-greve, com a data a ser
definida pelo grupo da Oficina de Redação.
5. Esta BATERIA é de uso ÚNICO e EXCLUSIVO dos alunos do Instituto Federal do Estado de Mato
Grosso, Câmpus Avançado Diamantino integrantes da ‘Oficina de Redação’, desse modo, é PROIBIDO o
seu repasse.
5. Não se sabote ao procurar a resolução nos meios de comunicação, lembre-se o seu futuro só
depende de VOCÊ.
ENEM 1º Dia 2023
TEXTO I
Como é horrivel ver um filho comer e perguntar: “Tem mais?” Esta palavra “tem mais” fica oscilando dentro do
cérebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.
TEXTO II
A experiência de ver os filhos com fome na década de 1950, descrita por Carolina, é vivida no Brasil de 2021 por
uma moradora de Petrolândia, em Pernambuco. “Eu trabalhava de ajudante de cabeleireira, mas a moça que
tinha o salão fechou. Eu vinha me sustentando com o auxílio que tinha, mas agora eu não fui contemplada. As
vezes as pessoas me ajudam com alimentos para os meus filhos. De vez em quando, eu acho algum bico para
fazer, mas é muito raro. Tem dias que não tenho nem o leite da minha bebê.”
CARRANÇA, T. “Até o feijão nos esqueceu”: o livro de 1960 que poderia ter sido escrito nas favelas de 2021.
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 6 out. 2021 (adaptado).
Considerando a realidade brasileira, os textos se aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a)
a) recorrência da miséria.
b) planejamento da saúde.
c) superação da escassez.
d) constância da economia.
e) romantização da carência.
Os sindicatos rurais foram tratados da forma descrita no texto porque o governo pretendia utilizá-los para
a) controlar as tensões políticas.
b) limitar a legislação trabalhista.
c) divulgar o programa populista.
d) regularizar a propriedade da terra.
e) estimular a oferta de mão de obra.
TEXTO II
CAZO. Disponível em: www.humorpolitico.com.br. Acesso em: 5 nov. 2021.
O acontecimento descrito no texto, ocorrido em meados dos anos 1970, atesta a seguinte característica do
regime político-institucional vigente:
a) Incorporação da estética popular para justificar o ideal de integração nacional.
b) Afirmação da estratégia psicossocial para favorecer o objetivo de propaganda cívica.
c) Institucionalização de mecanismos repressivos para eliminar os focos de resistência.
d) Adoção de cerimoniais públicos para controlar as manifestações de grupos opositores.
e) Estatização de meios de comunicação para selecionar a divulgação de atos governamentais.
Ao comparar, no texto, a vertente da dominação territorial com os aspectos culturais, os incas tinham uma
postura
a) aceitável no que alude aos direitos humanos.
b) admissível no que remete às crenças coloniais.
c) tolerável no que se refere aos regimes tributários.
d) flexível no que diz respeito aos costumes religiosos.
e) compreensível no que concerne às normas laborais.
De acordo com o texto, na produção e circulação da tradição cultural e religiosa descrita, são mobilizados
elementos de natureza
a) literária e ética.
b) histórica e midiática.
c) botânica e universal.
d) científica e astrológica.
e) etnográfica e astronômica.
Conforme o texto, as correspondências trocadas entre imigrantes no Brasil com os seus países de procedência
constituíam um dispositivo tecnológico que possibilitava o(a)
a) disputa ideológica entre a comunidade de estrangeiros e a de nativos.
b) circularidade cultural entre a sociedade de partida e a de acolhimento.
c) controle doutrinário das narrativas do cotidiano de origem e de destino.
d) fiscalização política dos fluxos de populações do Novo e do Velho Mundo.
e) monitoramento social dos grupos de trabalhadores da cidade e do campo.
No trecho da entrevista, o sociólogo Zygmunt Bauman analisa as modificações no mundo do trabalho e suas
repercussões no que se refere à
a) conflituosidade das classes sociais.
b) fragilidade da representação sindical.
c) padronização dos métodos produtivos.
d) instabilidade das relações contemporâneas.
e) consolidação do processo de estratificação.
TEXTO I
Uma estranha loucura apossa-se das classes operárias das nações onde impera a civilização capitalista. Esta
loucura é o amor pelo trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho, levada até o esgotamento das forças vitais do
indivíduo e sua prole.
LAFARGUE, P. O direito à preguiça. São Paulo: Hucitec, 2000.
TEXTO II
Vivemos numa época em que as pessoas são tão trabalhadoras que ficam estúpidas.
WILDE, O. apud MASI, D. O futuro do trabalho. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: UnB, 1999.
De acordo com os textos, a reflexão sobre o mundo do trabalho no século XIX aponta para o conceito sociológico
de
a) alienação.
b) higienismo.
c) passividade.
d) emancipação.
e) mercantilização.
TEXTO I
A sociedade cultiva a violência, inculcando-a nos indivíduos como virtude do homem forte, do homem corajoso,
do homem honrado, que se arrisca a morrer para defender os “valores” que dão sentido à sua vida.
MULLER, J. M. O princípio da não violência: uma trajetória filosófica. São Paulo: Palas Athena, 2007.
TEXTO II
A ideia de a humanidade tomar seu destino nas próprias mãos somente faz sentido se atribuirmos consciência e
propósito à espécie; as espécies são apenas correntes na flutuação aleatória dos genes.
GRAY, J. Cachorros de palha: reflexões sobre humanos e outros animais. São Paulo: Record, 2002.
Esses dois modelos caracterizam-se, respectivamente, por valorizar como determinantes dessa condição
elementos
a) estéticos e éticos.
b) místicos e científicos.
c) culturais e biológicos.
d) emocionais e racionais.
e) voluntaristas e possibilistas.
“O clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo e nossas plantações não
florescem como no passado. A Terra está falando: ela nos diz que não temos mais tempo.”
VICK, M. Quais são as conquistas do movimento indígena na COP-26. Disponível em: www.nexojornal.com.br.
Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado).
Em 1989, a gravação de um vídeo sobre aids me levou à Casa de Detenção de São Paulo, o antigo Carandiru. Ao
entrar no presídio, fui tomado por uma excitação infantil tão perturbadora que voltei duas semanas mais tarde
para falar com o diretor. Nessa conversa acertamos que eu iniciaria um trabalho voluntário de atendimento
médico e palestras educativas, tarefa que me permitiu penetrar fundo na vida do maior presídio da América
Latina,experiência descrita no livro Estação Carandiru, adaptado para o cinema por Hector Babenco.
Fui médico voluntário na Detenção durante treze anos, até a implosão no final de 2002. No começo, encontrei
muita dificuldade no relacionamento com os funcionários; não porque me tratassem mal, pelo contrário, eram
gentis e atenciosos, mas desconfiados. (...)
A desconfiança tinha razões: alienígenas criam problemas nas cadeias, microambientes sociais regidos por um
código de leis de tradição oral, complexo a ponto de prever todos os acontecimentos imagináveis sem
necessidade de haver uma linha sequer por escrito. O novato é antes de tudo um ingênuo nesse universo em que
a interpretação acurada dos fatos exige o olhar cauteloso de homens calejados.
TEXTO II
Vários fatores culminaram para que chegássemos a um precário sistema prisional. Entretanto, o abandono, a
falta de investimento e o descaso do poder público ao longo dos anos vieram por agravar ainda mais o caos
chamado sistema prisional brasileiro. Sendo assim, a prisão que outrora surgiu como um instrumento
substitutivo da pena de morte, das torturas públicas e cruéis, atualmente não consegue efetivar o fim
correcional da pena, passando a ser apenas uma escola de aperfeiçoamento do crime, além de ter como
característica um ambiente degradante e pernicioso, acometido dos mais degenerados vícios, sendo impossível
a ressocialização de qualquer ser humano.
Trecho disponível em: http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-
jurisprudencia/59/artigo213019-5.asp
TEXTO III
Pessoas feridas, celas superlotadas e uma alimentação precária. Essas são as principais lembranças que o padre
Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, tem das três visitas que fez ao Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Amazonas, 56
pessoas morreram em um conflito entre membros de duas facções criminosas nesse presídio durante um motim
que durou cerca de 17 horas. Uma inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em outubro de 2016
classificou a unidade como “péssima”.
“Aquilo é uma fábrica de tortura, que produz violência e cria monstros. É um ambiente de tensão e barbárie
constante”, afirmou o padre Valdir Silveira em entrevista à BBC Brasil. De acordo com ele, durante as três visitas
que fez ao local em 2015 encontrou pessoas com ferimentos e doentes. Mas, segundo o padre, os internos não
fizeram nenhuma denúncia por medo de represálias e, desde então, só recebeu relatos de que a situação se
agravou ainda mais na unidade.
Silveira afirma, porém, que encontrou situação semelhante em diversos presídios do país. “Você vê isso em
todos os Estados. É uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento no país inteiro. No presídio do
Humaitá, também no Amazonas, a situação é ainda mais precária”, relata ele.
TEXTO IV
ENEM 1° Dia 2023
Passado muito tempo, resolvi tentar falar, porque estava sozinha me embrenhando na mesma vereda que
Donana costumava entrar. Ainda recordo da palavra que escolhi: arado. Me deleitava vendo meu pai conduzindo
o arado velho da fazenda carregado pelo boi, rasgando a terra para depois lançar grãos de arroz em torrões
marrons e vermelhos revolvidos. Gostava do som redondo, fácil e ruidoso que tinha ao ser enunciado. “Vou
trabalhar no arado.” “Vou arar a terra.” “Seria bom ter um arado novo, esse arado tá troncho e velho.” O som que
deixou minha boca era uma aberração, uma desordem, como se no lugar do pedaço perdido da língua tivesse
um ovo quente. Era um arado torto, deformado, que penetrava a terra de tal forma a deixá-la infértil, destruída,
dilacerada.
VIEIRA JR.,. Torto arado. São Paulo: Todavia, 2019.
Com a perda de parte da língua na infância, a narradora tenta voltar a falar.
Nesse poema, a representação do sentimento amoroso recupera a tradição lírica, mas se ajusta à visão
contemporânea ao
a) invocar o interlocutor para uma tomada de posição.
b) questionar a validade do envolvimento romântico.
c) diluir em banalidade a comoção de um amor frustrado.
d) transformar em paz as emoções conflituosas do casal.
e) condicionar a existência da paixão a espaços idealizados.
Esse é um trecho do discurso de Rui Barbosa na Academia Brasileira de Letras em homenagem a Machado de
Assis por ocasião de sua morte.
TEXTO II
Em 1933, a obra Eternos caminhantes ingressou em uma das primeiras edições das exposições de Arte
Degenerada, promovida por membros do partido nazista alemão. Nos anos seguintes, ela voltaria a ser exibida
na mostra denominada Exposição da Vergonha, promovida por pequenos grupos abastados. Em 1937, essa obra
foi confiscada pelo Ministério da Propaganda daquele país, na grande ação nacional-socialista contra a “Arte
Degenerada”.
SCHWARTZ, J. Perseguição à Arte Moderna em tempos de guerra. São Paulo: Museu Lasar Segall, 2018
(adaptado).
Quase cinquenta obras de Lasar Segall foram confiscadas pelo regime totalitário alemão na primeira metade do
século XX, entre elas a obra Eternos caminhantes, considerada degenerada por
a) representar uma estética tida como inconveniente para o ideário político vigente.
b) manifestar um posicionamento político-cultural concebido por grupos de oposição.
c) expressar a cultura artística por meio da representação parcial do corpo humano.
d) apresentar uma composição que antecipa o imaginário artístico germânico.
e) estimular discussões sobre o papel da arte na construção coletiva de cultura.
Uma pequena editora brasileira, a Urutau, acaba de lançar em Lisboa uma “antologia antirracista de poetas
estrangeiros em Portugal”, com o título Volta para a tua terra.
O livro denuncia as diversas formas de racismo a que os imigrantes estão sujeitos. Alguns dos poetas
brasileiros antologiados queixam-se do desdém com que um grande número de portugueses acolhe o português
brasileiro. E uma queixa frequente.
“Aqui em Portugal eles dizem / — eles dizem — / que nosso português é errado, que nós não falamos
português”, escreve a poetisa paulista Maria Giulia Pinheiro, para concluir: “Se a sua linguagem, a lusitana, /
ainda conserva a palavra da opressão / ela não é a mais bonita do mundo./ Ela é uma das mais violentas”.
AGUALUSA, J. E. Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).
Com base no trecho citado pelo autor, infere-se que esse preconceito se deve
a) à dificuldade de consolidação da literatura brasileira em outros países.
b) aos diferentes graus de instrução formal entre os falantes de língua portuguesa.
c) à existência de uma língua ideal que alguns falantes lusitanos creem ser a falada em Portugal.
d) ao intercâmbio cultural que ocorre entre os povos dos diferentes países de língua portuguesa.
e) à distância territorial entre os falantes do português que vivem em Portugal e no Brasil.
Segundo estudo, solitários têm risco 39% maior de apresentar sintomas mais intensos de um resfriado. Ter
muitos amigos nas redes sociais não diminui o risco.
Você se sente sozinho? Uma nova pesquisa, publicada na revista Health Psychology, sugere que seu nível de
solidão pode impactar diretamente na gravidade e na resposta do organismo a uma doença.
Para o atual estudo, os pesquisadores avaliaram níveis de solidão de 159 pessoas, entre 18 e 55 anos, além da
quantidade de amigos que elas tinham nas redes sociais. Depois, os voluntários receberam, por via nasal, doses
iguais de vírus de resfriado comum. Eles, então, ficaram isolados por cinco dias em um hotel para que os
sintomas manifestados fossem avaliados pelos especialistas.
Todas as pessoas que participaram do estudo tiveram a mesma chance de ficar doentes, mas aquelas que
relataram sentir-se mais solitárias manifestaram sintomas de resfriado, como dor de garganta, espirro e coriza,
mais graves do que as que não se sentiam sozinhas. Segundo os resultados, os participantes solitários
apresentaram uma probabilidade 39% maior para os sintomas mais agudos.
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado).
Nessa reportagem, a referência à pesquisa é acionada como uma estratégia argumentativa para
a) promover o estudo sobre as consequências da solidão.
b) questionar o número de participantes envolvidos no estudo.
c) demonstrar a opinião de cientistas sobre as reações ao vírus.
d) comparar os impactos da solidão entre solitários e não solitários.
e) embasar o debate sobre os riscos da solidão para a saúde humana.
O Brasil ainda despeja 30 milhões de toneladas de lixo por ano, de forma inadequada, expondo os cidadãos ao
risco de doenças. E isso, apesar da lei que determinou o fim dos lixões. Corta, descasca, abre a embalagem, joga
fora os restos, espreme, corta mais, descasca mais, abre outra embalagem. Quantas vezes essas cenas se
repetem por dia em milhões de lares brasileiros?
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 11 dez. 2017.
O recurso linguístico que interrompe o fluxo argumentativo para incluir o leitor na problemática do texto é a
a) apresentação de dados estatísticos imprecisos sobre os lixões.
b) descrição de ambientes destruídos pelos descartes incorretos.
c) enumeração de atividades ilustrativas de ações cotidianas.
d) discussão das leis sobre a redução dos lixões nas cidades.
e) explicitação dos riscos de doenças via contaminação.
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, P. Melhores poemas de Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2013.
Ao abordar o próprio processo de criação, o poeta recorre a exemplificações com o propósito de representar a
escrita como uma atividade que
a) requer a criatividade do artista.
b) dispensa explicações racionais.
c) independe da curiosidade do leitor.
d) pressupõe a observação da natureza
e) decorre da livre associação de imagens.
Considerando-se os elementos constitutivos do texto, esse anúncio visa resolver um problema relacionado ao(à)