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FILOSOFIA

FICHA DE TRABALHO 1

1. Na resposta a cada um dos itens 1.1. a 1.10, selecione a opção que permite obter a única
afirmação correta.

1.1. As questões filosóficas


A. são questões para as quais só há uma resposta.
B. são questões que estão relacionadas com crenças que, por sua vez, não suportam outras
crenças.
C. são questões que aceitam alguns dogmas.
D. são questões que dão origem a investigações de natureza conceptual.

1.2. A filosofia é uma atividade conceptual. Esta afirmação é


A. verdadeira, pois a filosofia reflete sobre uma parte da experiência humana.
B. falsa, pois a filosofia reflete sobre a totalidade da experiência humana.
C. verdadeira, pois o conhecimento é adquirido através da razão.
D. falsa, pois a filosofia reflete sobre a totalidade da experiência humana.

1.3. Qual dos seguintes é um problema não filosófico?


A. Como distinguir o que é arte daquilo que não é arte?
B. A criação de uma sociedade inteiramente justa é possível?
C. Roubar é um ato, em si mesmo, mau?
D. Os corpos possuem peso ou massa?

1.4. A reflexão filosófica constrói-se de forma, essencialmente


A. a posteriori.
B. empírica.
C. racional.
D. dogmática.
1.5. A filosofia é anti-preconceituosa na medida em que
A. não exige uma reflexão prévia sobre aquilo que ouvimos dizer.
B. é conformista.
C. é parcial na sua reflexão.
D. exige uma reflexão crítica e imparcial.

1.6. A filosofia é uma atividade anti-dogmática porque


A. nunca está de acordo com aquilo que a maioria defende.
B. empiricamente, põe em causa todos os dogmas.
C. é uma disciplina conceptual, mas apenas na sua reflexão sobre a Religião.
D. não aceita a existência de tabus (assuntos proibidos) ou verdades indubitáveis.

1.7. O que faz de uma ideia um preconceito é:


A. a sua veracidade.
B. a sua falsidade.
C. a sua veracidade e a sua falsidade, consoante a perspetiva.
D. o facto de nunca ter sido alvo de reflexão.

1.8. Analise as seguintes afirmações sobre a discursividade filosófica. Selecione de seguida a


alternativa correta.

1. A metodologia filosófica implica o uso de argumentos.


2. As boas definições não implicam dizermos tudo o que sabemos sobre aquilo que procuramos
definir.
3. À resposta a um problema chamamos tese.
4. Ao argumentar é exigida a apresentação de uma ou várias razões.

A. 1 e 2 são falsas; 3 e 4 são verdadeiras.


B. 1, 2 e 4 são verdadeiras; e 3 é falsa.
C. 1 e 4 são verdadeiras; 2 e 3 são falsas.
D. 1 e 4 são falsas; 2 e 3 são verdadeiras.

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1.9 O ser humano é um animal. Considera que se trata de uma boa definição?

A. Sim, porque abrange todos os seres humanos.


B. Não, porque não é capaz de referir inequivocamente a classe de objetos que define.
C. Sim, porque ser animal é a característica essencial do ser humano.
D. Não, porque o ser humano não é um animal.

1.10 Em filosofia…
A. o debate de ideias é essencial, porque as teorias filosóficas não podem ser avaliadas pelos
métodos das ciências.
B. pensar de forma autónoma não é essencial porque os melhores filósofos já o fizeram por nós.
C. procurar os fundamentos em que se baseiam as nossas crenças mais básicas não é importante.
D. nenhuma das restantes alíneas pode completar a frase.

2. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.

A. A filosofia, em termos históricos, existe desde a Antiguidade Clássica.


B. A filosofia é um saber constituído.
C. A filosofia tem como função responder a questões teóricas, não interessando a vida
prática/moral/social.
D. Toda a realidade tem, potencialmente, interesse para a Filosofia.
E. A Matemática não apresenta nenhuma semelhança com a Filosofia.
F. O método eleito pela Filosofia é o método experimental, dado o seu rigor.
G. Quando definimos um conceito, apenas temos de procurar as condições necessárias.
H. Quando caracterizamos um conceito, devemos apresentar todas as suas condições suficientes.
I. Uma atividade conceptual é desenvolvida de forma a posteriori.
J. As questões filosóficas podem ter respostas definitivas, embora não seja muito frequente
encontrá-las.

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3. Leia os seguintes textos.

Muito para além das questões éticas, médicas e jurídicas, o debate sobre a eutanásia é um debate sobre
direitos humanos, sobre liberdade e autonomia, sobre a vida e sobre a forma como a queremos viver e
sobre o modelo de sociedade que queremos.

Esta concretiza-se no ato de antecipar a morte de alguém em situação de grande sofrimento e sem
qualquer esperança de cura, em resposta a um pedido do próprio proferido de forma informada,
consciente e reiterada. (…)

A vida é um direito, não uma obrigação, e por isso não é aceitável que sejamos forçados a estendê-la
para além da nossa vontade. Cada pessoa deve ter o direito a viver de acordo com a sua visão do
mundo, não devendo esta ser imposta por terceiros, como agora acontece, em que os doentes se veem
impedidos de decidir pela existência de restrições legais, estando o Estado, de uma forma que
qualificamos como inconstitucional, a ditar às pessoas o modo como estas devem gerir a sua vida. Em
defesa da autonomia e da liberdade, entendo que ser competente e autónomo, significa também ser livre
e responsável pelas suas escolhas, o que, nas palavras de Stuart Mill, significa, também, ser-se livre de
poder escolher quando e como morrer.

André Silva, in DN, 30 de abril de 2018

Por outro lado, uma pessoa muito idosa, um doente terminal, ou em grande sofrimento, é alguém cuja
razão e vontade estão necessariamente toldadas pela idade, ou pela sua dramática situação. Assim
sendo, não faz sentido invocar a liberdade individual, como fundamento para a despenalização da ‘morte
assistida’. É óbvio que alguém, numas circunstâncias tão vulneráveis como as referidas, pode ser mais
facilmente pressionado para tomar uma decisão falsamente apresentada como a mais ‘piedosa’ para o
próprio, a mais ‘caridosa’ para a sua família e a mais ‘solidária’ para a sociedade. A eutanásia presta-se à
imoral exploração de uma situação de desespero, quer por familiares e amigos interessados em abreviar
essa vida, quer pelas instituições sanitárias, cuja gestão economicista favoreceria a eliminação dos
doentes terminais e dos idosos mais pobres que sejam beneficiários da saúde pública, porque os ricos
poderão sempre pagar o apoio clínico de que carecem e que, na realidade, todos desejam.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada, in Observador, 02 de abril 2016

3.1. Identifique o problema a que o texto responde.

3.2. Identifique a tese do autor.

3.3. Apresente um argumento utilizado.

3.4. Identifique um conceito utilizado.


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4. Associe aos conceitos da coluna A a uma afirmação da coluna B.

A B

1. A priori A. É o elemento básico do pensamento.


2. Conceito B. Desenvolvida numa reavaliação de todos os nossos saberes.
3. Empírico C. O que tem origem nos dados dos sentidos.
4. Atividade crítica D. Enunciado declarativo que responde a um problema em aberto.
E. Diz-se do que pode ser obtido de forma meramente racional.
5. Tese
F. Aquilo que é apresentado como razão a favor de uma
6. Argumento
determinada tese.

5. Negue as seguintes proposições.


A. Nem todos os alunos são divertidos.
B. Todas as pessoas são apreciadoras de Filosofia.
C. Quase todos os livros são interessantes.
D. Alguns alunos gostam de futebol.

6. Identifique as proposições.
A. Quem será Humberto?
B. Humberto é o nome de um escritor italiano.
C. Quem me dera escrever como Humberto!
D. Compra um livro de Humberto.
E. O livro é interessante.

7. Leia o seguinte texto.

“Quem fez a primeira pergunta? Quem proferiu a primeira palavra? Quem chorou pela primeira vez?
Porque é tão quente o sol? Porque se morre? Porque se ama? Porque há o som e o silêncio? Porque
há o tempo? Porque há o espaço e o infinito? Porque existo eu? Porque existes tu? (…) Há um
momento em que percebemos que as perguntas nos deixam mais perto do sentido, da abertura do
sentido, do que as respostas. (…) “Eu sou a pergunta” (…) Deveríamos dedicar mais tempo a escutar
essas perguntas que pulsam no nosso interior, soterradas no atordoamento dos dias, omitidas pelo
pragmatismo ou pelo medo, adiadas pelo momento ideal que depois nunca é.”
José Tolentino Mendonça, O pequeno caminho das grandes perguntas.

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Tendo em conta o texto, caraterize as questões filosóficas.
8. Leia o seguinte texto.

Calculo que, ao longo da leitura do texto, foram respondendo mentalmente a algumas das
perguntas: “Sim. Claro que somos livres.”; “Claro que há ações corretas e outras incorretas.”; “A
verdade existe. Não sabemos toda a verdade, mas sabemos algumas verdades.” Na realidade, foram
respondendo com aquilo a que podemos chamar de senso comum, uma espécie de conhecimento
prático, que nos ajuda a viver no nosso dia-a-dia, mas que tem pouco ou nenhum rigor e diminuída
credibilidade. A vossa primeira tarefa, enquanto filósofos, é suspenderem esse saber do quotidiano e
voltarem, de certa forma, a serem crianças de cinco anos, que perguntavam tudo, sobre tudo, ou seja,
é exercerem a vossa capacidade crítica, e não aceitarem como adquirido aquilo que não se revelar
como, pelo menos, razoável de aceitar.

Tendo em conta o texto, podemos afirmar que a filosofia é uma atividade crítica, sem espaço para uma
atitude dogmática? Justifique a sua resposta.

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