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AULA 1 - Introdução
AULA 2
POLÍTICA CAMBIAL
Taxa de Câmbio
• Sistema fixo.
Mercado de divisas
→ As contas nacionais do Brasil são registradas de acordo com o sistema de contas nacionais
da ONU / FMI – o IBGE que calcula. Quase todos os países adotam esse sistema, pois é muito
bem elaborado e por uma questão de praticidade – em caso de problemas com outros países.
→ Esse sistema diz que o balanço de pagamentos começa com uma conta chamada de
transações correntes, subdividida em contas de bens, seja este de consumo, de capital ou de
bens intermediários, contas de serviços, como seguros, fretes, aluguéis, salários, juros e lucros,
e as contas de transações unilaterais, como doações, heranças e, principalmente, remeças de
migrantes – brasileiro que está em outro país manda dinheiro para o Brasil, e estrangeiro que
está no Brasil manda para seu país estrangeiro.
→ Balança Comercial: Esta registra saída de bens – através das exportações - e entradas de
bens – através das importações. As exportações (X) são registradas como receitas, por isso são
registradas com sinal positivo, já as importações (M) são registradas como despesas, assim,
representadas com sinal negativo.
X (+) M (-)
• Há diferença entre trabalhadores e migrantes: o migrante não sai daqui para trabalhar, mas
sim para emigrar, ou seja, o que ele manda não é proveniente de trabalho. O trabalhador é
quem está contratado aqui para trabalhar aqui ou trabalhar lá fora.
• Quando um país recorre ao FMI, que é uma agência especializada da ONU, esse país é
obrigado a apresentar o seu balanço de pagamentos dentro das normas do sistema de contas
nacionais da ONU, que devem obedecer ao manual de balanço de pagamentos, elaborado pelo
FMI, de acordo com o sistema da ONU. Os países levam alguns anos para se adaptarem ao
manual. Hoje o Brasil obedece o manual BPM6.
• Brasil – Serviços: No Brasil, a conta de serviços, obedecendo ao manual de serviços, foi
subdividida em duas:
Pelo manual BPM6 (2009), as transferências unilaterais são chamadas de rendas secundárias.
Assim:
Balanço de pagamentos
1. Transações correntes
A) Balança comercial
B) Serviços
C) Transferências unilaterais
2. Capitais autônomos
Saldo das transações correntes no Brasil
Assim:
1) Transações correntes
A) Balança comercial
B) Serviços
C) Renda primária
D) Renda secundária
Capitais Autônomos: Entrada de capital - financeiro - registrado com sinal positivo e toda
saída de capital são registradas com sinal negativo.
A) Capital de risco: chamado assim porque implica o risco – o lucro pertence ao detentor e o
prejuízo vai ser também bancado por ele.
Exemplo: BNDS emprestou dinheiro à Bolívia (-). Quando a Bolívia pagar (+).
Transações Compensatórias
→ O correto seria pegar o saldo das transações correntes e o saldo da conta de capital e
calcular o saldo da balança de pagamento. O balanço de pagamento é uma conta T – debito e
crédito. Quando ele é deficitário, é necessário entrar dinheiro para fechar o déficit. Quando
ele é superavitário sai dinheiro para as reservas cambiais / internacionais. Isso tudo é feito nas
transações compensatórias.
Exemplo: Resultado com déficit. Deve entrar dinheiro. Para cobrir parte do déficit
paga-se dinheiro das reservas cambiais. Isto é uma transação compensatória. A outra
parte pega-se de empréstimo do FMI, também transação compensatória. Outra parte
captamos no mercado financeiro internacional vendendo títulos globais, que o título
do tesouro vende para captar recursos – transação internacional. Se com tudo isso
ainda não cobrir o déficit, será necessário usar as nossas reservas de ouro – também
uma transação compensatória.
→ Geralmente, em todos os países se observa que o que entra ou sai para fechar a balança de
pagamentos não é igual ao saldo das contas correntes mais saldo da conta capital. O balanço
de pagamentos diz que isso é perfeitamente normal, pois provavelmente houve um erro no
registro de uma transação ou omissão uma transação. O manual então diz que pega a
diferença e registra como erros de transações. Ou seja, o valor absoluto de erros e omissões é
a diferença do que saiu para as reservas ou o que entrou para fechar a balança de
pagamentos. Das importações e exportações pode ser até 5% da cota erros e omissões, mais
do que isso está fora do manual e o FMI não vai aceitar a sua balança de pagamentos.
BALANÇO DE PAGAMENTOS
1 – TRANSAÇÕES CORRENTES
No Brasil as contas serviços fecham com pouquíssimos erros e omissões. As correções maiores
são feitas nas transferências unilaterais e movimento de capitais.
→ É um Sistema Integrado de Comércio Exterior que faz todo o registro das transações
envolvendo as exportações e importações de bens, e essas informações vão para a balança de
pagamentos.
→ Órgãos gestores
• Secretaria de Comércio Exterior – SECEX – integrado ao Ministério da Economia.
• Receita Federal do Brasil – RFB
• Banco Central do Brasil - BACEN
→ Sistema muito bem elaborado resultando em pouquíssimas correções na balança comercial.
SISCOMEX Exportações
→ Implantado em 1993.
→ Decreto em fevereiro 1992.
NOVOEX
→ Envolve tanto a conta serviço – sem fatores – e conta primária – com fatores.
→ Criado em 2008.
→ Implantado em 2012.
→ Órgãos gestores
1- TRANSAÇÕES CORRENTES
A) BALANÇA COMERCIAL
B) SERVIÇOS
C) TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
2- CAPITAIS AUTÔNOMOS
Formação da Demanda da divisa estrangeira / dólar: O que entra no mercado cambial são as
transações correntes e as de capitais autônomos. Todas as transações (-), ou seja, as
importações na balança comercial, na conta serviço são as despesas com serviços
internacionais ou importações de serviços e nas contas unilaterais são as despesas e saídas de
capitais. Nestas transações com sinais negativos, são os agentes econômicos por trás da
formação dessas transações que forjam a demanda por divisa estrangeira. A primeira
transação encontrada são os importadores, que demandam dólar, divisa estrangeira.
Exemplo: empresa brasileira precisa pagar um frete em dólar para exportar seus
produtos para um país estrangeiro. Assim, a empresa que contratou o frete demanda
do mercado cambial o dinheiro em dólar para a transação. Conta serviço, importação
de serviço, despesa, (-).
Exemplo: se a manutenção de
carros importados é cara a
demanda se contrai e a função
demanda se desloca para a
esquerda.
Todas as transações com sinal positivo formam oferta de divisa estrangeira. No balanço de
pagamento, na balança de comercial, são as exportações, pois estas geram receitas registradas
com (+). Na conta serviços, por exemplos, recebimento de frete, turista estrangeiro vindo ao
Brasil e recebimento de lucro em dólar para o Brasil. BNDES empresta dinheiro para o Peru e o
Peru amortiza esse empréstimo com x dólares – neste momento o BNDES esta oferta dando x
dólares para o mercado de câmbio. Os exportadores que ofertam dólar, pois ele internaliza
seu dólar.
Na década de 1930, houve uma crise muito grande nos EUA, em que este
perdeu muita renda. O Brasil exportava muito café para eles, mas com essa
perda de renda por parte deles eles diminuem drasticamente a importação
do nosso café. Isso gerou uma queda abrupta das nossas exportações e,
assim, baixa na oferta por dólar. Deslocamento da curva oferta de dólar
para a esquerda
Os importadores entram no
mercado cambial formando a
demanda por dólar.
Os exportadores entram no
mercado cambial formando a
oferta por dólar.
Há dois sistemas cambiais para determinar o valor do dólar: Sistema Cambial Flexível /
Flutuante e o Sistema Cambial Fixo.
SISTEMA CAMBIAL FLEXÍVEL
→ No Brasil, tivemos até 1937. Caixa de Conversão de 1906: A taxa de câmbio estava
ordenada pela libra esterlina. Tínhamos o sistema cambial
→ Volta em 1999 e é utilizado até hoje – flexível. Ocorreu uma grande expansão da oferta por café, a
utilizando o Sistema Cambial Flexível demanda se contraiu, a taxa de câmbio da libra despencou
Administrado. e, assim, houve a necessidade da caixa de conversão para
driblara a crise. Em 1927, criou-se a caixa de estabilização.
→ O sistema cambial flexível é subdividida
em dois subsistemas: o Sistema Cambial Flexível Livre e o Sistema Cambial Flexível
Administrado.
Como a quantidade que sai é a mesma que entra, a autoridade cambial não precisa ter reservas cambiais,
pois o mercado se auto regula.
Valor Real = Tendência o valor do
dólar no mercado, mas não é a
taxa de câmbio
Sistema Cambial Flexível Administrado
Essa administração é feita: o mercado se forma, os importadores entram com a demanda, formando a demanda
Demanda1 (D1), os exportadores entram ofertando os seus dólares, e formam a Oferta1 (O1). Assim, o valor do dólar
vai ser em 2 reais. Esta não vai ser a taxa de câmbio (se fosse o sistema seria flexível livre). Agora, a autoridade cambial
vai administrar a taxa de câmbio para cima do valor real ou vai administrar para baixo, mas a taxa de câmbio não
acompanhará o valor real da divisa. Isso é feito, com o Bacen, como a autoridade, entrar demandando dólar, se quiser
jogar para cima, ou ofertando dólar, se quiser jogar para baixo
Subvalorização da moeda interna – Bacen demandando
dólar para elevar o valor do dólar e aumentar as exportações
Exemplo: O mercado se forma com a
Oferta 1 e Demanda 1 determinado o
Não valor real do dólar em 2 reais. O Bacen
administra
conclui que o valor do dólar esta baixo,
o valor
o que prejudica as exportações. O
real, mas
Bacen então entra no mercado de
sim a taxa
de câmbio câmbio, demandando dólar,
deslocando a curva demanda para a
direita e formando uma nova
demanda, a D2. Há, agora, um novo
O valor do dólar é determinado ponto de interseção, acima a anterior,
pela interseção e pelo mercado, que gera uma taxa de câmbio
pois é um sistema flexível, porém estabelecido em 2,50 reais, que
esse novo ponto de interseção foi satisfaz o Bacen, com a taxa de câmbio
administrado pela autoridade. maior que o valor real.
Administrando a taxa de câmbio para cima do valor real, a autoridade cambial super avaliou a divisa externa. Ou seja,
o dólar ficou super avaliada. Se o Bacen não tivesse interferido o dólar seria vendido à 2 reais. Quando ela super
avalia o dólar, ela descaloriza a divisa interna, o real. O termo correto é subvalorização da moeda interna.
Efeitos: quanto maior o dólar, na balança comercial, aumentar as exportações e as receitas, ao contrário das
importações e despesas. Assim, haverá um superávit na balança de pagamento, aumentando as reservas cambiais. O
superávit é justamente a quantidade de dólar que o Bacen demanda Q3. gráfico
Resumo: Quando a autoridade cambial acha que a taxa de câmbio está baixa, entra no mercado de câmbio
demandando divisa externa/dólar, expandindo a demanda pela moeda estrangeira, e assim, administra a
taxa para cima, superavaliando a moeda externa e subvalorizando a interna.
Vantagens: beneficia as exportações, assim, as receitas, e o acumulo de reservas cambiais.
Desvantagens: quando o Bacen demanda dólares, ou seja, compra dólares, ele paga em reais, assim,
aumenta a liquidez da economia, aumentando a base monetária, dificultando o combate a inflação. Se a
economia já está inflacionada e a autoridade monetária trava um aluta contra a inflação, essa política
cambial de demandar dólar para subvalorizar a moeda interna e gerar superávit, é prejudicial.
AULA 4
CONJUNTURA - inflação
A inflação está altíssima e o Bacen já divulgou que não será possível chegar a meta de inflação este ano
(2021). O COPOM está aumentando a taxa Selic, pretendendo aumentar mais este ano, para controlar a
inflação.
Os grandes vilões da inflação são:
1º Combustíveis
2º Passagens aéreas: demanda aumentando com a recuperação da pandemia
3º Alimentação
4º Energia
Há uma polêmica, pois, os preços dos combustíveis e energia são administrados, o primeiro pela Petrobrás
e o segundo pela Anel. Então, mesmo com o COPOM aumentando a taxa de juros, reduzindo o crédito para
o consumo e investimento e desaquecendo a demanda agregada, a inflação está subindo, por causa desses
preços administrados. Há o aumento do desemprego, ocasionada pela queda da demanda dos
consumidores, com as taxas mais altas, a demanda por varejo desaquece, gerando mais desemprego.
Esses preços administrados, que não vão desaquecer com o aumento do juros e que não são influenciadas
pelo mercado, aumentará o desemprego.
A inflação é mais de custo do que de demanda, pois a alta da taxa de cambio impacta os insumos
importados, como fertilizantes, trigo e barrilha.
Assim, a inflação é mais proveniente dos preços administrados e da inflação de custo proveniente da alta
da taxa de câmbio. Assim, o Bacen, pelo COPOM, aumentar a taxa de juros, não vai desaquecer a
inflação, mas sim provocar mais desemprego.
Efeitos: com o dólar mais barato, na balança comercial, assim, exportação e importação de bens, afetará as
exportações e receitas, mas estimula as importações de bens e as despesa. Com isso, irá resultar numa pressão
deficitária sobre a balança de pagamentos. O que o Bacen ofertou será justamente esse déficit, exaurindo as ofertas
cambiais.
Exemplo Histórico: no Plano de Metas, um plano desenvolvimentista, - usando o sistema de cambio fixo – o cruzeiro
estava sobrevalorizado , exaurindo as reservas cambiais e gerando grande déficit na balança comercial. Mas, como a
política é desenvolvimentista, importando maquinas e tecnologias para industrializar o Brasil, a taxa de câmbio
precisava ficar baixa e o cruzeiro sobrevalorizado, facilitando essas importações. Deu certo, já que nosso produto
industrial quase dobrou.
Exemplo Histórico: Em 1998, no Plano Real, o real esteve bastante sobrevalorizado. Não era plano desenvolvimentista,
mas sim de combate a inflação. Essa sobrevalorização foi com objetivo de combater a inflação de custo, já que o dólar
baixo, resulta em insumos importados baratos.
Resumo: Quando a autoridade monetária quer reduzir a taxa de câmbio, ela entra no mercado de câmbio ofertando
dólares, e quando a taxa de câmbio cair, ela para de ofertar.
Vantagens: A taxa de câmbio mais baixa ajuda no pagamento da divida externa, tanto amortização quanto de juros, por
exemplo, além de facilitar o preço dos insumos importados aqui dentro, que combate com a inflação de custo. Gera um
déficit, que será administrado pela autoridade.
Desvantagens: esse processo vai exaurir as reservas cambiais, pois quando o Bacen entra ofertando dólares ele está
tirando estes dólares da reserva cambial.
SISTEMA CAMBIAL FIXO
→ Foi no Brasil de 1937 a 1990. Em 1990, no governo Collor, com a abertura da economia,
passamos para o sistema flexível. Porém, em 1998, a maneira como administrava o sistema
flexível criou uma rigidez tão grande, que na prática a taxa de cambio ficou fixa. Em 1999, foi
definitivamente sistema flexível.
Por que a taxa de câmbio fixada será respeitada: A autoridade cambial fixa o dólar em R$2,50. Assim, US$1,00 =
R$2,50.
Se a autoridade cambial anunciar o patamar da taxa de câmbio em US$1,00=R$2,50 imediatamente todo o mercado
cambial acompanhará o estabelecido. Porque se isto não ocorrer: Exportadores recorrerão à autoridade cambial, e não
aos bancos comerciais, para internalizar seus dólares – porque o dólar no Bacen está mais alto R$2,50 - enquanto os
importadores recorrerão ao mercado – porque demandam em comercializar o dólar em dois reais. A autoridade
cambial manterá o que foi estabelecido por ela, enquanto o mercado ficará exaurido de US$ - já que os bancos
comerciais, que só vendem em dólar, vão ficar sem dólar, pois os exportadores internalizam no Bacen - e quando
precisar de US$, os exportadores vão ter que ir ao Bacen comprar por um valor mais alto, de R$2,50, enquanto eles
venderam por a R$ 2,00 para os importadores. Assim, terão prejuízo.
Subrevalorização da moeda interna – fixar
taxa de câmbio abaixo do valor real do dólar
Por que a taxa de câmbio fixada será respeitada: A autoridade cambial fixa o dólar em R$1,50. Assim, US$1,00 =
R$1,50.
Se a autoridade cambial anunciar o patamar da taxa de câmbio em US$1,00=R$1,50. Imediatamente todo o mercado
cambial acompanhará o estabelecido. Porque se isto não ocorrer: Exportadores recorrerão ao mercado, para ofertar
seus dólares a R$ 2,00, o valor real do mercado, enquanto os importadores recorrerão / comprarão dólar da
autoridade cambial, obedecendo o que ela determinou, R$1,50. A autoridade cambial manterá o que foi estabelecido
por ela enquanto o mercado ficará com excesso de US$, pois os exportadores irão ofertar os seus dólares, a R$2,00 ,
mas os importadores não irão comprar deles, já que o Bacen está vendendo a R$1,50. Quando os bancos, os
exportadores, tiverem que vender dólares terá de fazer a um valor mais baixo, a R$1,50. Assim, terão prejuízo.
Se pode-se subvalorizar e sobrevalorizar tanto no sistema fixo quanto no flexível, por que
então houve a mudança daquele sistema para esse? Por que depende da abertura da
economia, principalmente se há a mobilidade do capital financeiro. Quando a economia é
fechada, o sistema fixo funciona muito bem, pois não há turbulências / volatilidade do
mercado cambial e livre mobilidade de capital – como investimento em carteira. Mas quando
abre a economia, o comércio exterior, importando e exportando quase que livremente, e
principalmente, se dá mobilidade para o capita financeiro, o mercado de câmbio pode se
tornar extremamente volátil, e se der uma turbulência a autoridade cambial é obrigada
intervir. É muito mais fácil fazer essa intervenção quando o sistema é flexível do que quando o
sistema é fixo. Numa turbulência, com o sistema fixo, a autoridade fixa o câmbio em x para sair
dessa situação, porém a resposta do mercado é lenta. Numa turbulência, com o sistema
flexível, com muito dólar saindo do país, o Bacen pode entrar ofertando dólar e mantendo a
taxa de câmbio estável.
AULA 5
O Boletim Focus prevê uma inflação de 9,77%, Selic de 9,25% e PIB de 4,88% e ano que vem de 0,93%, ou seja,
desaceleração da economia em 2022.
A Rede de Justiça Social, organização inglesa, divulgou que o Brasil perdeu em 2020 aproximadamente 40
bilhões de reais em impostos não recolhidos, por causa de depósitos de multinacionais e milionários brasileiros
em paraísos fiscais. Este recurso daria ara pagar o Auxilio Brasil , por 400 reais de auxilio, até dezembro de
2022. Entre os que não pagaram impostos por terrem depósito em paraísos fiscais está o ministro da
economia, Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Mello.
Além disso, o ex-ministro Sérgio Moro, pré-candidato à presidente do Brasil, divulgou o seu conselheiro
econômico, que muito provavelmente será sua aposta a ministro da economia, este é Afonso Pastore, que já
foi presidente do Banco Central. Ele é monetarista, condena o estruturalismo. Em um de seus livros, ele
defende o câmbio depreciado, a alta da taxa de câmbio, pois, segundo ele, promove o desenvolvimento e o
combate à inflação.
SWAP CAMBIAL (TRADICIONAL)
→ Swap = troca.
→ É muito eficiente desde que a alta da taxa de câmbio seja provocada por uma aceleração
da demandado, ou seja, o dólar estar alto não porque a oferta está se contraindo, mas sim,
pois, a demanda se expandiu demais. Isso não ocorreu por causa das empresas estarem
acelerando a remessa de dólar para suas matrizes ou as empresas estarem amortizando
empréstimos externos e pagando os juros ou as exportações terem se elevado - o swap
cambial não funciona nestas ocasiões. Ele se aplica quando a demanda se acelera por causa
dos agentes econômicos estarem fazendo Hedge.
→ Os agentes econômicos estão com expectativas de que a taxa de câmbio vai subir muito no
futuro e assim antecipam a compra de dólares, seja porque tem amortização de empréstimo
externo para fazer no futuro ou pagamento de juro de empréstimo externo para fazer no
futuro ou porque vai importar bens no futuro, e quando forem fazer isso o dólar estará muito
mais caro do que hoje. Assim, o agente econômico entra no mercado cambial, demanda e
compra o dólar, para que não pague mais caro do dólar, como diz sua expectativa. Isso é
Hedge.
Exemplo de contrato de swap: com o dólar a R$2, US$1000 equivale a
R$2000. Há um agente econômico precisando US$1000. O Bacen oferece a
este um contrato de swap cambial no valor de R$2000 e garante que no dia
que vencer o contrato o Bacen paga ao agente a correção cambial sobre os
R$2000. Assim, se no dia que vencer o dólar ter aumentado em 10%, o
Bacen paga R$200, pois, neste dia os R$2000 mais R$200 equivalem à
US$1000 – o agente econômico está protegido. Em troca, o agente
econômico vai pagar uma taxa de juro sobre estes R$2000, pois ele não vai
entrar no mercado de câmbio demandando dólar, mas vai ficar com os
R$2000 na mão. Se o agente conclui que essa taxa de juros que ele for pagar
é bem menor do que a correção que ele vai receber, ele aceita o contrato.
Com isso, o Bacen desacelerou a demanda, tirando
o agente econômico que demandava dólar no
mercado cambial. Assim a taxa de câmbio cai para
R$1,50, preservando as reservas cambiais.
Funciona como se ele tivesse ofertado e vendido
dólares e jogado a taxa de câmbio para R$1,50,
mas não foi deste modo.
O contrato de swap reverso ocorre quando: o dólar está baixo, não porque a demanda se desacelerou, mas porque a
oferta se expandiu, acelerou. Isto, pois, não porque as exportações aumentaram ou porque os agentes econômicos estão
pedindo empréstimos no exterior ou porque está havendo entrada em investimento em carteira, mas sim, pois, os
bancos, que operam no mercado de câmbio, estão ofertando dólar, já que estão com reservas em dólar muito altas e
estão com expectativas desse dólar sofrer queda no futuro, com a entrada de investimento em carteira e aumento das
exportações. Com a expansão da oferta de dólar o preço/ taxa diminui. O Bacen poderia entrar demandando dólar para
elevar a taxa, mas nesse caso ele compraria dólares com reais, aumentando a liquidez da economia, e logo, inflacionar a
economia, o que ainda poderia elevar a taxa Selic. Assim, o Bacen entra no mercado oferecendo o contrato de swap
reverso, que é usando somente quando a aceleração da oferta é proveniente das expectativas dos bancos, que operam
no mercado de câmbio, de que a taxa de câmbio vai cair futuramente. No contrato, o Bacen paga uma taxa de juros e os
bancos pagam à autoridade a correção cambial. Se a correção cambial, que os bancos vão pagar, é menor que o juros, que
eles vão receber, esse contrato é atraente e compram o contrato. Assim, param de ofertar ao mercado, desacelerando a
oferta. E se o dólar cair aumenta ainda a rentabilidade do contrato.
→ Se a aceleração da oferta é proveniente da expectativa dos bancos de que a taxa de câmbio
vai cair no futuro.
OUTROS
DERIVATIVOS
ATIVOS DE RESERVA
AULA 6
O ministro da economia, Paulo Guedes, disse que o dólar alto é bom para o Brasil, pois facilita o
investimento no Brasil. Afirmou que, por causa da instabilidade política atual no país, o dólar está
subindo acima do valor real que deveria estar, e graças a isto o Brasil irá receber 500 bilhões de
dólares de investimento para os próximos anos.
Para quem tem dólar no exterior, de fato, o dólar alto é bom.
→ No final do século XIX e começo do século XX, houve uma crise na economia cafeeira. O
foco gerador do PIB brasileiro estava na exportação líquida, no excedente gerado pelo
comércio exterior, e este excedente vinha da exportação de café. Porém, nesse período, a
oferta de café começou a ficar bem maior do que a demanda por café. O preço internacional
do café, em libras esterlinas, começou a cair, provocando a crise da economia cafeeira.
Isto, pois, o Brasil estava com uma produção e oferta do café muito grande no mercado
internacional. Diante da queda do preço do café, os produtores de café se reuniram para
discutir o assunto – este foi o Convênio de Taubaté, de 1906, patrocinado oficialmente pelos
estados exportadores de café, notadamente São Paulo, porém, extra oficialmente, quem
estava patrocinando era os barões do café.
Concluíram que, naquele momento, eram responsáveis por ¾, 75%, do café comercializado no
mercado internacional, detendo, assim, um semi-monopólio do café. Nisto, decidiram contrair
artificialmente está oferta no mercado internacional, para provocar a alta do café, em libras.
Assim foi feito: o Estado, o governo federal, compra o excedente do café. O presidente deste
tempo era Rodrigues Alves, que já estava em seu último ano. Este presidente era paulistano, o
que facilitou essa decisão.
O governo compraria esse excedente do café através de empréstimo externo. Pagaria esse
empréstimo com uma taxação especifica, não ad valorem, um imposto especifico baseado em
ouro, sobre a saca exportada.
Já que existe um excesso de oferta, devia-se limitar o plantio do café. Essa política de
limitação do plantio estaria a cargo dos governos estaduais.
→ Desse modo, a ideia inicial era de que o governo federal compraria este excedente. Porém,
a equipe econômica do governo Rodrigues Alves, chefiado pelo ministro Jardins, era contrário
a esta intervenção do Estado. A equipe era liberal. Diante disso, o governo de São Paulo que
compra o excedente.
→ Inicialmente, quando São Paulo que comprava excedente, este podia pedir empréstimos
externos e taxava a exportação de café. 1906 até 1908, os governos estaduais estão
cumprindo os três primeiros pontos do convenio, mas a partir de 1908 será o governo federal.
→ Não haveria uma contradição dos próprios barões do café patrocinarem esta convenção e
por uma taxação especifica a saca exportada, ou seja, sobre a própria atividade (que antes não
havia)? Não, na verdade eles foram perspicazes. Pois, a taxação proposta era especifica, e não
ad valorem (porcentagem sobre o preço do produto), sobre a saca exportada, não a produzida,
pois o excedente seria cobrado pelo governo federal. O objetivo do convenio é recuperar o
preço do café em libras, assim, essa taxação sobre a saca exportada seria regressiva, pois se o
preço sobe o imposto especifico tem uma incidência regressiva sobre o preço do produto.
Enquanto o convênio estiver funcionando, o preço da saca exportada sobe, o sendo especifico,
então a incidência será regressiva.
→ Desse modo o Estado vai acumulando estoque. O destino deste, pelo o que foi decidido no
convênio, será na sua utilização quando a demanda externa aumentar ou quando houver uma
quebra de safra no Brasil.
No sistema flexível livre, sistema cambial deste período, com a oferta se expandindo e demanda se contraindo não haverá mais
o ponto de equilíbrio reto, mas sim o vermelho e a taxa de câmbio cai para TC1. Nisso, os exportadores de café perceberam
que se o preço do café sobe em libras no mercado internacional, na hora em que pegar estas libras e vi trocar em réis a taxa e
câmbio está caindo. Forçam o governo federal a resolver um problema. Há duas possibilidades: substituir o sistema flexível
livre para o administrado. Assim, a autoridade cambial, que na época era o Banco do Brasil, entraria no mercado de câmbio
demandando libras e revertendo a queda da libra, mantendo o valor da libra e aumentando a receita do cafeicultor. A outra
solução seria substituir o sistema flexível livre pelo fixo e o Banco do Brasil fixar a taxa de câmbio acima de TC1.
O governo federal adota nenhuma destas
soluções, pois implicam numa alta da taxa de
câmbio, isto para um país que importa
praticamente tudo que precisava de bens e
consumo e até de bens de capital, resultaria um
alto efeito inflacionário. A economia já se
encontrava inflacionária, por causa da política
de encilhamento do Ruy Barbosa. Com a
república, a classe urbana aumentou o seu
poder político. Esta população era a que mais
sofria com a alta da taxa de câmbio e da
inflação. Por isso o governo não escolheu as
duas possibilidades
O governo federal adota nenhuma destas soluções, pois implicam numa alta da taxa de câmbio, isto para um país que
importa praticamente tudo que precisava de bens e consumo e até de bens de capital, resultaria um alto efeito inflacionário.
A economia já se encontrava inflacionária, por causa da política de encilhamento do Ruy Barbosa. Com a república, a classe
urbana aumentou o seu poder político. Esta população era a que mais sofria com a alta da taxa de câmbio e da inflação. Por
isso o governo não escolheu as duas possibilidades. A taxa de câmbio continua a taxa de câmbio de mercado, mas irá criar no
Banco do Brasil a caixa de conversão. Este é uma conta no Banco que receberá mil-réis e vai garantir a quem quiser uma taxa
de câmbio mais alta do que a taxa de câmbio no mercado - vai bancar a libra a um valor mais alto em mil-réis. Isso interessa
aos exportadores de café: quando eles receberem suas libras não vão trocar pela taxa de mercado, mas sim por uma taxa
mais alta, beneficiando sua renda.
Isso gera algumas distorções, que devem ser cobertas pelo Banco do Brasil. Estas ocorriam devido que os grandes
importadores eram poderosos, financeiramente, e tinham acesso ao sistema financeiro internacional. Eles pegavam dinheiro
emprestado de bancos estrangeiros, entravam no Brasil e esse dinheiro era convertido pela taxa de câmbio da caixa de
conversão. Depois da conversão pegavam o dinheiro e compravam libras para importar bens, preferencialmente de
consumo, numa taxa mais baixa, e se apropriavam da diferença aumentando os seus lucros. O Banco do Brasil cobria isso
1ª GUERRA MUNDIAL
Em 1926, aconteceu algo semelhando ao ocorrido em 1906. Os efeitos do terceiro plano de valorização da cafeicultura
aumentou bastante a expansão do café, gerando uma queda da taxa de câmbio e reclamações dos cafeicultores. Assim, se
estabelece a caixa de estabilização, em 1927, que é a mesma coisa que a caixa de conversão – taxa de mercado baixa e
estabelece uma taxa acima.
Em 1906, o problema era na oferta e seu
excesso. Agora era na demanda e sua falta.
2) CNC e DNC
Em 1930, Vargas assume o poder, acabando com a política do café com leite. Com isso,
os barões do café perderam a sua hegemonia política, mas o café, como principal foco
gerador da renda, ainda tinha seu poder econômico. A crise golpeou a encomia do
café, pois mais da metade era exportado para os EUA. Para solucionar, o governo
Vargas implanta o Conselho Nacional do Café, que tinha representante do governo
federal e de todos os estados produtores de café, proporcionalmente. Este vai dobrar
comprar o excedente, como em 1906, com o Convênio de Taubaté.
A produção de café até 1930 cresceu muito, por que não foi implantado o quarto item
do convênio, que é a limitação do plantio, acumulando o estoque de café. O governo
não conseguiu vender esse estoque, já que não houve um aumento de demanda para
isto nem houve quebra de safra. O estoque só aumentava, equivalendo a 11% do
nosso PIB. Assim, uma das primeiras providencias do Conselho foi solucionar o
problema do estoque de café. Decidem continuar comprando café, para não falir a
economia de café. Mas isso aumentara o estoque. Nisso, o conselho decide destruir o
estoque queimando-o.
Como diria Furtado, a famosa pirâmide de renda que Keynes preconizaria mais
tarde: mantendo a atividade cafeeira funcionando gerando uma pirâmide de
renda.
Furtado dizia que “nós praticamos uma política fiscal anticíclica” – mais tarde
Keynes preconizaria isso. O Estado entrava comprando – gasto público.
Anticíclica, pois há um ciclo de quebra em que apolítica trabalhará para
recuperar a atividade econômica.
Segundo ponto do Conselho, devia-se limitar definitivamente no plantio do café. Aqui
erraram na representação dos estados produtores de café. São Paulo tinha maior
representação e seus conselheiros não concordaram com a ideia. Assim, é implantada
o Departamento Nacional do Café, que é um autarquia no Ministério da fazenda,
acabando praticamente com a representação dos Estados no Convênio. Agora é o
governo federal que vai decidir – lembre-se que era uma ditadura. O Departamento
mandou mapear as fazendas produtoras de café, estabelecer o número de pés de
cafés que cada fazenda poder ter, assim, quem tivesse a mais do determinado tinha
que erradicar o excesso e se plantasse a mais do determinado pagava imposto sobre
cada pé a mais plantado. O Departamento foi eficiente na vigilância, impondo limite a
plantação de café.
No PIB (Y), o principal foco de renda é a exportação liquida (X-M). Com a crise a exportação
liquida despenca, o governo então entra através do Conselho Nacional do Café comprando
excedente, o que não conseguia exportar - Gasto Público (G). O efeito do gasto púbico no PIB é
medida pelo multiplicador de despesa (a variação de renda provocada por uma variação no
gasto é igual ao multiplicador de despesa multiplicada pela variação do gasto). O nosso
multiplicador de despesa naquela época era muito grande e a propensão marginal a consumir
era de 90%. Assim, 1.000 réis gato em café representava 10.000 réis no PIB.
Furtado
→ Como a rentabilidade assegurada pelo Convênio de Taubaté era elevada, eles plantavam
algodão, mas a rentabilidade foi muito grande, não podiam mais plantar café e então os
cafeicultores passaram para o setor secundário tornando-se industriais. “Os interesses agora
entre agricultores e industriais não eram maus antagônicos”. Pois os próprios barões se
ornaram industriais. Com isso começa a aumentar o investimento planejado da economia
brasileira e multiplicado pelo multiplicador de despesa alto, aumenta-se a renda. Nisso,
começa o deslocamento do centro dinâmico da economia brasileira da agricultura / setor
primário para a indústria / setor secundário.
IPCA ficará em 10,12% em 2021 – lembrando que o teto da inflação é 5,25%. PIB aumentará em 4,98%,
porém com base fraca de 2020. Queda do PIB de 0,27% em 2022. Selic ficará em 9,25%.
Ontem (27/11/2021), o ministro Paulo Guedes, em uma entrevista ao Financial Times, falou que os
bancos no Brasil estão errados ou estão agindo politicamente contra o governo, pois não aceitaram a
eleições do presidente Bolsonaro em 2018 e querem interferir na eleição dele em 2022. Isto por que o
Itaú, JP Morgan, Bradesco, Santander e Boletim em foco prevê uma queda do PIB.
Biden nomeou um presidente da reserva federal que não mudará a política monetária norte-americana.
Ele reduz a compra de títulos públicos e hipotecários gradativamente até meados do ano que vem
(2022). Provavelmente a taxa de juros ano que vem irá aumentar. Isso – títulos mais atraentes e taxa de
juros aumentando - significa que está havendo um enxugamento de liquidez nos EUA. Isso impacta no
mercado cambial brasileira: o fluxo de investimento em carteira deverá diminuir, pois sairá o
investimento do Brasil para voltar a aplicar em títulos dos EUA. Assim, o dólar deverá se manter em alta
no que vem.
Parece que haverá um alívio no preço do petróleo, pois a China, EUA, Inglaterra, Japão, Índia e Coreia do
Sul resolverão liberar as suas reservas estratégicas de petróleo para conter a alta do preço de petróleo.
Isso para o Brasil é ótimo, pois o preço dos combustíveis são ajustados pelo preço do petróleo no
mercado internacional e pela taxa de câmbio – esta não tem previsão de cair. Assim subirá menos o
preço no Brasil – possível estabilização - e aliviará mesmo que pouco a inflação.
Biden aprova segunda parte do pacote de gastos públicos na área social e ambiental, de um trilhão e
setecentos dólares. Terá um auxilio de licença familiar pago pelo governo de quatro semanas para
cumprir o auxilio de natalidade e cuidado com idosos. Semelhança com o New Deal, de Roosevelt.
Pelaez
→ Para Pelaez, de fato o foco gerador de renda era a exportação líquida, que com a crise esta
cai. O governo entrou gastando através CNC e do DNC, mapeou as fazendas, limitou a plantio e
começou uma construção de uma vigorosa construção de pirâmide de renda, baseada no fato
de que a variação da renda é igual ao multiplicador de despesa multiplicado pela variação do
gasto, e o multiplicador deste período chegava a 10. Assim, começa a recuperação da
economia brasileira, porém é prejudicada pelo financiamento do gasto. Furtado diz que o
gasto foi financiado por emissão monetária, já para Pelaez analisando os balancetes do Banco
do Brasil – autoridade monetária – não se percebe uma emissão monetária volumosa o
suficiente para comprar o excedente do café, para bancar este gasto do governo. Todos os
autores passam a concordar com ele. Para Pelaez esse gasto foi financiado pelo aumento da
taxação sobre a saca exportada, aquela taxação que foi implantada em 1906 pelo Convênio de
Taubaté. Aumentando este imposto especifico justamente para financiar esse gasto público,
que é a compra do excedente do café. Desse modo, se matou os extratos superiores da
pirâmide, pois quando se aumenta os impostos a variação do imposto multiplicado pelo
multiplicador tributário para a variação de renda. A variação de renda provocada pelo
aumento do imposto especifica de toda saca exportada provoca um efeito negativo sobre a
renda, variação de renda negativa. Como o impacto do gasto é maior do que o impacto do
imposto, ocorre que o aumento do imposto destruiu os extratos superiores da pirâmide. Então
há variação positiva de um lado, mas há variação negativa do outro. Pelaez afirma que esta
variação de renda não foi tão grande quanto Furtado falou – não recuperou de fato a
economia brasileira.
→ Todavia, se analisar o PIB do Brasil em 1932, ele já era igual ao PIB do Brasil antes da crise
de 1929 começar, assim, como nos recuperamos? Pelaez diz que nos recuperamos através da
pirâmide de renda, que mais tarde Keynes preconizaria, mas essa pirâmide não foi construída
totalmente pelo gasto público. O gasto públicos aumentam, construindo os primeiros estratos
da pirâmide – há uma pequena variação na renda, que não recupera totalmente o PIB - , os
outros estratos foram construídos pelo aumento do investimento autônomo, recuperando o
PIB. Este investimento não foi provocado pelos barões de café, pois a rentabilidade deles não
foi tão grande quanto se acreditava. Quem recuperou a economia e deslocou o centro
dinâmico fora os industriais que já operavam no Brasil, já tinham investimentos no Brasil, e
que se beneficiariam da alta da taxa de câmbio provocada pela crise de 1930 – em que a taxa
de câmbio subiu devido, pelo sistema flexível, a demanda de acelera por causa da aceleração
de remessa de lucro e repatriação de capital, a oferta se contrai por causa da queda das
exportações de café e os industriais já operavam no Brasil se beneficiando dessa situação.
Esses que tinham maquinas ociosas botavam para produzir, por que o produto importado
ficou caro com a alta da taxa de câmbio. Desse modo, tiveram grande rentabilidade e
começaram a ampliar as suas empresas assim como partiram para outros ramos.
→ Os barões não possuíram uma rentabilidade significativa para participar em peso desse
processo de deslocamento para a indústria, pois, segundo Pelaez, eles foram prejudicados por
suas espécies de taxações:
• Taxação implícita: em algumas ocasiões, o preço pago pelo DNC era inferior ao custo
de produção da saca.
Resumidamente Furtado argumenta que quem recuperou a economia brasileira foi o gasto
público e depois os cafeicultores, com rentabilidade assegurada, não só começaram a plantar
algodão, como também partiram para a indústria e na nisso deslocaram o centro dinâmico. Já
para Pelaez, quem recuperou a economia brasileira foi o investimento autônomo e os
industriais, que já operavam no setor indústria que se beneficiavam da alta da taxa de câmbio,
com rentabilidade maior e também adquirindo condições para partir para outros seguimentos
dentro do setor indústria, assim houve um deslocamento do centro dinâmico da economia.
Este ultimo vai na contramão do que Keynes afirmou, de que a economia deveria se recuperar
de uma crise através do déficit público.
Fishlow
→ Fishlow vai contra Pelaez, conciliando Furtado e Pelaez. Pra ele de fato quem financiou o
gasto da compra de café foi o aumento d taxação, da tributação. Assim, estaria errado Furtado
afirmar que todo o gasto foi financiado pela emissão monetária. Porém, Pelaez erra em
afirmar que os cafeicultores não fora capazes de deslocar o centro dinâmico, eles assim
fizeram. Fishlow recorre a um argumento da microeconomia que é a analise da incidência
tributaria sobre um determinado mercado.
O mercado está em equilíbrio com a demanda e
oferta preta. O governo impõe uma taxação, t. a
curva de oferta está na fronteira que mostra os
preços máximos que os produtores exigem ara
ofertar o seu produto – assim, para ofertar Q2 o
preço máximo que o produtor exige no mercado
é P2. Com o imposto t, o produtor para ofertar
Q2 exigirá o preço P2 + t. P2 gera uma fronteira,
o seu preço máximo. Quando chega em P2 + t, a
oferta (vermelho) será superior a demanda
(preto), assim, há excedente do produto no
mercado e o preço começa a cair, não efetivando
o preço P2 + t. Este cai até P3, que é o ponto de
equilíbrio, onde demanda é igual a oferta, este
preço se efetiva.
Fishlow empega isso no mercado mundial de café, analisando a participação do Brasil: supondo que x seja, mercado de
café, equilibrada no ponto preto, quem representa a oferta de café é o Brasil (O1 / preto), essa oferta é bastante elástica –
bastante terras e facilidade para produzir. Por outro lado tem a demanda por café, a maioria os EUA (D1 / preto). A
demanda por café nos EUA é inelástico, pois os fatores que afetam a elasticidade preço da demanda são os substitutos, a
taxa da renda gasta com o bem e a necessidade do bem, o café não tem bons substitutos, a parte da renda gasta com café
é baixa. Agora o governo amenta a taxação sobre a saca exportada. Assim, os produtores tentam cobrar P2 + t, fazendo
com que a demanda
Processosupere a oferta, havendo
de Substituição um excedente
de Importações (PSI):(vermelho). Dessedemodo
É um processo o preço começa
desenvolvimento queatem
cair, mas como a
demanda é muitoinicioinelastica
com um oestrangulamento
preço cai muitoexterno
pouco. eAssim estabelece
provoca aumento o preço P3, e oe ponto
da produção de equilíbrio
mudanças na azul. O
consumidor retirava o café do mercado
estrutura produtiva. a preço P2, agora ele paga P3, toda a diferença (verde) entre ambos é a parte do
imposto que incide sobre o consumidor, neste merceado no caso, são os EUA. A outra parte (rosa) é a parte que será
absorvida pelo produtor, os cafeicultores brasileiros. Com esse argumento, Fishlow comprova que quando se taxou a saca
exportada do café, a maior incidência dobre essa taxação caiu sobre o consumidor americano, e a parte que foi absolvida
pelo produtor foi muito pequena.
Fishlow argumenta então que é correto afirmar, como Pelaez afirmou, que o gasto publico
para compra de café foi financiado pela taxação, e não por emissão. Porém, é incorreto
afirmar que não foi o cafeicultor que deslocou o centro dinâmico, pois essa taxação explicita
foi absorvida pelo consumidor norte-americano, não pelo produtor brasileiro. Assim, os
cafeicultores tiveram rentabilidade suficiente, assegurada, para emergir na indústria.
AULA 8
Maria da Conceição Tavares diz que o deslocamento do centro dinâmico da economia do setor
agropecuário para a indústria, foi um processo de substituição de importações, um processo
de desenvolvimento, que tem inicio com um estrangulamento externo e provoca aumento /
expansão da produção e mudança na estrutura produtiva; quando este último ocorre o
sistema está de fato se desenvolvendo.
Estrangulamento externo
→ O estrangulamento externo foi a alta da taxa de câmbio. Com a crise de 1930, no mercado
cambial brasileiro, que já estava ligada ao dólar, ocorre um amento pela demanda de dólar,
por causa da aceleração da remessa de lucro e da repatriação do capital estrangeiro, e a
contração da oferta de dólar por causa da queda bruta das exortações de café, notadamente a
exportação para os EUA, por que o PIB norte-americano caiu um terço. Com isso há o
estrangulamento da economia brasileira, pois exportávamos muitos bens de consumo e bens
de capital. O coeficiente de importação cai, as importações diminuem, e com isso começa o
processo de substituição da importação.
Análise da Maria da Conceição Tavares do Processo de Substituição de Importação
→ Industrialização dinâmica
Taxa fina
→ 1937: Em 1937, diante de uma alta escassez de divisas no mercado cambial, o Banco do
Brasil – autoridade monetária normativa e executora - resolve adotar o sistema fixo – antes
era flexível. Definem o câmbio abaixo do real, sobreutilizando o mil-réis – até 1942 esta era a
moeda brasileira -, criando um déficit na balança de pagamentos, na balança comercial, e este
déficit era perfeitamente coberta pelo Banco do Brasil. Fixava-se sempre a baixo do valor real,
pois se fixassem muito perto ou acima do valor real iria encarecer as importações, e o Brasil
esta passando pelo processo de substituição de importações – o contrário poderia inflacionar
mais a economia.
→ 1939: Inicio da guerra. A taxa de câmbio está fixada abaixo do valor real, gerando um
déficit, que era coberta pela autoridade cambial. Oferta preta e demanda preta, com ponto de
equilíbrio no valor real 1. A demanda pela quantidade de dólares supera a oferta, gerando um
déficit na balança comercial, perfeitamente coberta pela autoridade cambial. Essa era a
situação do mercado cambial quando começa a segunda guerra mundial. Antes mesmo dos
EUA, entrarem na guerra, eles já eram aliados à Inglaterra, fornecendo material bélico.
Prevendo a sua entrada na guerra, há uma aceleração da produção norte-americana no
mercado bélico. O efeito disso no comércio internacional para o Brasil e o efeito no mercado
cambial brasileiro é que durante a guerra nossas exportações sobem aceleradamente, tanto de
café quanto de cacau – chocolate faz parte da ração dos soldados. Assim, a oferta de dólares
no mercado cambial se expande, saindo da oferta preta e indo para a oferta azul. O PIB se
eleva, o coeficiente de exortações aumenta, mas as importações caem, pois, quem mais nos
abasteciam de bens de consumo e insumos eram os EUA. As fábricas dos EUA estavam
concentrando sua capacidade produtiva para produzir material bélico. Por causa de problemas
de fornecimentos e de transportes as importações brasileiras caem bruscamente, o que gera a
contração da demanda por dólar. Já que os produtos de interesse para importação não estão
sendo fabricados, então não teria motivo ara o brasileiro comprar dólar para importar um
produto inexistente.
Desse modo, o Brasil entra na guerra com déficit, taxa de câmbio a baixo do valor real, com
uma sobrevalorização da moeda brasileira, com déficit coberto pelo Banco do brasil. Durante a
guerra as exportações crescem, principalmente de café e cacau, e as importações caem, pelos
problemas de fornecimento. A taxa de câmbio é fixa, permanecendo a e mesma. O Banco do
Brasil foi pressionada pelos industriais para que não abaixassem o câmbio para não prejudicar
a indústria brasileira. Acreditavam que estes problemas se resolveriam logo, e assim que
estivesse normalizado a taxa de câmbio baixa prejudicaria a indústria. O Brasil permaneceu
sem alterar a taxa de câmbio durante toda a guerra.
O efeito da expansão da oferta e contração da demanda: deixou de existir a oferta e demanda
preta, além do valor real 1 de o valor real caiu para o nível 0. O valor real do dólar ficou abaixo
da taxa de câmbio. A taxa está subvalorizando o mil-réis. Entrou-se na guerra com a moeda
sobrevalorizada, gerando um déficit na balança comercial. Durante a guerra a moeda vai se
desvalorizando, subvalorizando a moeda interna. Isto gera um superávit na balança comercial.
A oferta agora no ponto azul e a demanda no ponto vermelho, e a diferença de ambos é o
superávit. Esta foi a tendência durante toda a guerra.
Em 1945, com o fim da guerra, o Brasil está
com um superávit altíssimo. O efeito disso é
o aumento das reservas internacionais e a
liquidez da economia brasileira, aumentando
a demanda agregada, todavia não há
aumento proporcional na oferta agregada de
bens e serviços, pois era necessário importar
equipamentos e insumos, mas não havia
como. Com isso ocorre a inflação de
demanda.
→ Dutra, apesar de ter sido o ministro da guerra de Vargas e um dos chefes da ditadura
varguista, será um dos presidentes mais democráticos, a partir de 1946, respeitando fielmente
a constituição.
Uma das soluções foi abandonar o sistema fixo e adotar o sistema flutuante. No momento em
que isso acontecer, se a demanda é maior que a oferta, a taxa de câmbio sobre e chega ao
valor real, obtendo o equilíbrio do balanço de pagamento. Assim, o Brasil não teria mais
problemas de cobrir o déficit. Uma segunda opção era não sair do sistema fixo, mas como o
déficit não conseguia ser coberto devia-se reavaliar a taxa de câmbio, desvalorizando o
cruzeiro. Aumentar a taxa de câmbio, até que possamos chegar a um déficit onde o Banco do
Brasil conseguiria cobrir.
Ambas as soluções implicam na alta da taxa de câmbio. Desvalorizando a taxa de câmbio,
aumentando a taxa de câmbio, irá gerar mais inflação - Brasil ainda importa bens de consumo.
A economia já estava inflacionada devido aos efeitos da guerra. Para não inflacionar mais a
economia, é decidido que a taxa de câmbio continua com o valor fixado em 1939.
Para diminuir o déficit observam que a demanda se expandiu abruptamente – a inflação não
foi devido a uma queda na oferta -, por causa do déficit d balança comercial, da importação e
exportação de bens. As exportações tinham aumentando, então os problemas estavam nas
importações. As importações haviam crescido demais no pós-guerra. O Brasil importava bens
de consumo e bens de capital, a aceleração maior, concluem, que aconteceu nos bens de
consumo. Assim, chegam na solução de que devia-se limitar as importações de bens de
consumo, para desacelerar a demanda. Essa limitação foi dada através do chamado Controle
Seletivo do Câmbio, para diminuir as importações classificadas como não essenciais. As
essenciais eram os bens intermediários, bens de capital e que não tem similar nacional serão
beneficiadas. Estas eram negociadas a dólar em 18 cruzeiros e cinquenta centavos,
extremamente baixo, com uma sobrevalorização do cruzeiro, bem abaixo do valor real. Aqui
foi a entrada definitiva na terceira fase do processo de substituição de importação. Já as
importações de bens de consumo com similar nacional, não essenciais, terão dólar custando o
valor leiloado depois que as importações essenciais forem supridas; satisfeita a quantidade de
dólar para as importações essenciais, o que sobrava ia para leilão para as não essenciais, quem
pagasse mais levava. Isso deixava o dólar alto para essas importações não essenciais,
reduzindo suas importações e o déficit da balança comercial. Desse jeito, se contraiu as
importações chegando a um déficit que podia-se cobrir, resolvendo o problema do balanço
de pagamento e entrando na terceira fase do processo, mais dinâmico, e que de fato traz o
desenvolvimento industrial, pois, segundo Maria da Conceição, elevou-se artificialmente a
eficácia marginal do capital. Esta foi uma política de comércio exterior.
Previsão da inflação para este ano (2021) de 10,15%, quase o dobro do teto da meta, que é de 5,25%. O PIB
deverá crescer 4,78% e a Selic deve chegar a 9,25%. A Selic atualmente está em 7,75%, com mais uma reunião
no final do ano da COPOM, com expectativa do mercado de alta de 1,25%, assim. Para ano que vem (2022) o
Boletim prevê um IPCA de 5%, que já é o teto, já que a meta é 3,5%. A previsão é que o PIB cresça em 0,6% e a
Selic vai ficar em 11,25%.
Mais uma vez foi feita uma revisão dos dados do mercado de trabalho de 2020. Em vez de ter criado 76 mil
vagas de trabalho, houve na verdade um corte de 191 mil vagas.
Com o Controle Seletivo do Câmbio, “... se elevou artificialmente a eficácia marginal do capital
– taxa de rentabilidade dos projetos de investimento - , permitindo assim a entrada na 3ª fase
do Processo de Substituição de Importação”.
Como dólar barato, se barateou o preço dessas máquinas importadas, a renda liquida
permanece a mesma e então se eleva a eficácia marginal do capital. Quando a máquina fica
mais barata a rentabilidade se eleva, pois quanto mais barata a máquina, mantida a renda
liquida que se espera obter dela, é por que a rentabilidade é cada vez maior. Por isso que a
eficácia marginal se elevou quando artificialmente se barateou o preço de oferta, de bens de
capital, de projetos de bens de investimento que usavam esses bens importados. Entra-se,
assim, na terceira fase, da industrialização dinâmica.
→ Tudo funciona perfeitamente até que em 1950 ocorre a guerra da Coréia, até 1953. Os EUA
querem impedir que a Coreia do Norte invada a Coréia do Sul. Fim da guerra a Coréia se liberta
do Japão e é dividia em duas. A do Norte se torna comunista, a do Sul se torna capitalista. Em
1950, a Coréia do Norte, insuflada pela Rússia e pela China, resolve invadir a Coréia do Sul.
Consegue chegar até Seul. Os EUA, assim, resolvem enviar tropas, “fingindo” ser á ONU. A
ONU, de fato, então resolve pedir a aliados mandarem tropas para ajudarem os EUA.
→ Com todo esse cenário, de conflitos cada vez maiores, gerou expectativas de que a terceira
guerra mundial ocorreria.
→ Os valores dos ágios e das bonificações ficaram a cargo da Carteira de Comércio Exterior
(CACEX), criada pelo Banco do Brasil, que vai operacionalizar o sistema de ágios e bonificações.
→ Para administrar esse sistema o Banco do Brasil cria uma conta de ágios e bonificações, e,
que administra a instrução 70/53. O ágios, como aquilo que se recebe sobre a taxa oficial dos
importadores, representarão receitas. Já as bonificações, que são aquilo que paga para o
exportador sobre a taxa oficial, representarão despesas. A conta é no formato T – débito
(bonificações - receitas) e crédito (ágios - despesas). Se os créditos superam os débitos ocorre
um superávit, que será apropriado pelo Estado. Quando os ágios, as receitas que vem pros
ágios, superam as despesas geradas pelas bonificações, o superávit da conta ágio e
bonificações é apropriado pelo governo. Assim a instrução 70/53, serviu também de
instrumento de capitação de recurso para o Estado. Ou seja, a instrução tem três pontos:
controla a balança comercial, beneficia a indústria – barrando a importação de certos
produtos, colocando em categorias mais altas, e estimulando a exportação do que é
manufaturado, pela bonificação – e é instrumento capitação de recurso pelo estado – o
governo pode aumentar cada vez mais os ágios, diminuir ou manter estáveis as bonificações,
fazendo com que as receitas superem as despesas, e o superávit gerado pertencerá ao
governo.
→ A instrução 70/53 foi criada para resolver o déficit da balança comercial, devido a guerra da
Coréia, aperfeiçoando o controle seletivo através da manipulação dos ágios e bonificações.
Também funcionou como política industrial, já que barateava as maquinas, os classificando
nas categorias mais próximas das taxa oficial, as menores categorias, e colocando os produtos
manufaturados importados nas maiores categorias, beneficiando a importação de máquinas e
equipamentos. Nas bonificações, colocando as exportações de manufaturados na ultima
bonificação, com dólar mais caro para essa exportação, barateando o produto lá fora e
aumentando as exportações de manufaturado. Assim, a segunda consequência da instrução foi
como política industrial. A terceira consequência ou objetivo foi que a instrução gerou um
instrumento de captação de recurso por parte do governo. Na conta ágio e bonificações, os
ágios, cobrado dos importadores, são receitas, já as bonificações, concedida aos exportadores,
são despesas. Se na conta as receitas superarem as despesas, o superávit dessa conta é
apropriada pelo Banco do Brasil, pelo governo.
→ Esse sistema tinham dois grandes opositores. Primeiro, internamente, os cafeicultores, que
reclamavam de que eles sofriam um confisco cambial. Pois a exortação de café era classificada
na primeira categoria de bonificação. Os exportadores de produtos manufaturados entravam
nas categorias mais altas, recebendo por cada dólar exportado 18,50 cruzeiros por dólar mais a
bonificação, sendo essa bonificação maior do que a do cafeicultor. A diferença do que ambos
ganhavam era o confisco cambial em cima do exportados de café. Outro opositor, dessa vez
externo, foi o Fundo Monetário Internacional (FMI), pois ele, como “templo” do liberalismo
econômico, diz esse sistema ser discriminatório com os bens de consumo e bens supérfluos, e
favorece a exportação de semimanufaturados e manufaturados. Nesse período, quem era o
grande produtor de bens de consumo e bens supérfluos eram os EUA. Assim, esse sistema
barrava as exportações americanas. Por outro lado, ao beneficiar as manufaturas, estimulava
artificialmente a exportação de manufatura, prejudicando os interesses norte-americanos.
Segundo o professor, dizer que de fato prejudicava a importação de bens de consumo e as
exportações americanas é correto, já dizer que Brasil ao estimular as exportações de
manufaturados e semimanufaturados prejudicava o comércio norte-americano é errado (mas
teoricamente sim). Não tínhamos manufaturados para exportar – tanto que era estímulo.
→ O FMI em negocações com Brasil sempre exigia o fim desse sistema. Quando chega em
1961, no governo Jânio Quadros, foi justamente por causa do FMI que o então ministro da
fazenda revogou a instrução 70/53, por que ele precisava renegociar e obter novos créditos
com o FMI.
AULA 10
Conjuntura...
→ Maria da Conceição Tavares observa que no PSI no houve condicionantes internos que
prejudicaram esse processo:
Conclusão de Tavares: o processo foi fechado, pois substituímos nossas importações para
atender o mercado interno, na verdade, não fomos capazes de nos industrializar para
exportar. A partir de 1964, as exportações crescem bastante, mas essas exportações que
aumentaram geraram superávit comercial – não baseada em uma eficiência industrial, mas
devido a uma série de incentivos exacerbados que foram dados para a exportação. Fomos
capazes de substituir as importações de bens, nos industrializando e produzindo bastante, mas
não para exportar, apenas para mercado interno. Foi também um processo setorial.
Considerando os três setores produtivos da economia, primário, secundário e terciário, foi
mais desenvolvido o setor secundário, a indústria, mas não houve desenvolvimento no setor
primário e terciário. Além disso, foi um processo regional. Duas regiões do país se
desenvolveram, a região Sudeste – com destaque a esta região, exceto ES - e Sul. As outras
regiões ficaram marginalizadas, com destaque para o Nordeste.
1º GOVERNO VARGAS (1930-1945)
1930/1934 – GOVERNO PROVISÓRIO
1934/1937 – GOVERNO CONSTITUCIONAL
1937/1945 – ESTADO NOVO
AULA 11
→ Até 1930, quem governava o país era a oligarquia rural, a república do café com leite. O
partido republicano paulista e o partido republicano mineiro se revisava na residência da
republica, com um mandato de quatro anos. Este sistema começa a ser contestada pelos
tenentes – movimento tenentista - no início da década de 1920. Para estes o voto deveria ser
secreto.
→ Quando chega em 1929, o paulista Washington Luiz, então presidente, começa a articular
para por outro presidente paulista após seu mandato para as presentes eleições. O paulista
Júlio Prestes se candidata a presidência. Com isso ocorre uma contestação dentro dos partidos
republicanos, pois era a vez de Minas. Washington Luiz consegue o apoio de 17 estados (eram
20 no total) para a candidatura de Prestes. O partido republicano de Minas Gerais, do Rio
Grande do Sul e da Paraíba se uniram e contestaram a indicação de Prestes. Estes três partidos
se unem e formam a aliança liberal para lançar um candidato a presidência próprio. O partido
democrático apoiou a aliança liberal, assim como os tenentes. A aliança lança Getúlio Vargas,
do Rio Grande do Sul, como candidato a presidência da republica e João Pessoa, da Paraíba
candidato a vice-presidência.
→ Em 1930, Júlio Prestes foi eleito presidente da republica, junto com seu vice da Bahia.
Apoiadores da aliança liberal, principalmente os tenentes, começam a pregar abertamente
uma revolução para impedir a posse de Prestes. No mesmo ano João Pessoa foi assassinado,
por uma questão politica estadual na Paraíba. Os que apoiavam a revolução usou isso como
vitimismo, de que estavam os atacando fisicamente, tornando o movimento cada vez mais
forte. Vargas se vê na iminência comandar o movimento. Tropas saem do Rio Grande do Sul
em direção a capital do Brasil, o Rio de Janeiro, e Minas, dando inicio a revolução, com Vargas
no comando. As tropas chegam até São Paulo, tropas paulistas marcham para enfrentá-los.
Com a possibilidade de uma guerra civil, os ministros militares pedem que Washington Luiz
renunciasse. Ele não fez e então os ministros militares o depuseram e o prenderam, além de
Prestes, e avisaram a Vargas que este poderia tomar o poder. Assim, as tropas revolucionaria
avançaram até o Rio, e a junta militar entregou o poder a Vargas. Getúlio Vargas consegue a
“legalidade” de sua posse, com a justificativa que teria perdido as eleições de maneira
fraudulenta.
→ Vargas prometeu uma assembleia constituinte em 1933 para a formação de uma nova
constituição. Mas isso não satisfez os paulistas. No mesmo ano (1932), eles fizeram a
constituição constitucionalista, mas não obtiveram o apoio de Minas. A Revolução
Constitucionalista não durou muito, o governo conseguiu abafar o movimento.
→ Apesar disso, Vargas manteve sua promessa quanto a uma assembleia constituinte em 1933
e promulgou uma nova constituição em 1934. Essa dizia que a assembleia constituinte se
tornaria congresso e elegeria indiretamente o presidente da república, para um mandato,
devendo haver eleições em janeiro de 1938 para o novo governo, sendo que o presidente
eleito por este congresso, em 1934, não poderia concorrer nas eleições de 1938.
Curiosamente, essa constituição foi considerada avançada e não havia cargo de vice-
presidente.
→ Vargas foi escolhido. Desse modo, a partir de 1934, começa a fase do primeiro governo de
Vargas chamado de Governo Constitucional (1934-1937). Vargas agora deve respeitar o
congresso, mandar projetos de leis ao congresso, não pode governar livremente por decreto, a
partir de 1934. Durante o governo constitucional, duas agremiações políticas famosas se
formaram no Brasil: a Ação Integralista Brasileira, uma agremiação fascista, e a Aliança
Nacional Libertadora, uma agremiação comunista.
→ Em 1937, varias agremiações começam a se formar para lançar candidatos em 1938. Vargas
não podia pela constituição. Em novembro, Dutra, o ministro da guerra, leva a Vargas o plano
Cohen. Nesse plano a Aliança Nacional Libertadora, comunista, estaria supostamente tentando
um levante e neste assassinariam a alta cúpula militar do governo. Assim, é decido um golpe
de Estado para impedir as eleições. No mesmo mês, Vargas dá um golpe apoiado militarmente
por Dutra e instala o Estado Novo (1937 – 1945). Novamente, fecha o congresso, acaba com os
partidos, acaba com a constituição de 1934, volta a nomear interventores nos estados, fecha
as assembleias legislativas e outorga uma nova constituição, a constituição de 1937, elaborada
por um jurista e não uma assembleia. Esta foi feita em apenas 15 dias e foi considerada um
plágio da constituição fascista da Polônia – este fato reforça que antes mesmo do plano Cohen
Vargas já estava planejando este golpe e a constituição. Volta-se a ditadura. Esta constituição
previa que em 1943 haveria um plebiscito nacional para decidir se continuaria com o governo
de Vargas ou a redemocratização do Brasil. Em 1942, devido ao afundamento de navios
brasileiros no litoral, o Brasil declara guerra ao eixo – Alemanha, Itália e Japão. Em 1943,
Vargas abortou o plebiscito, pois, segundo ele, com o país em “estado de guerra” – sendo que
dó foi enviado a primeira tropa em 1944 – não tinha condições de realizar o plebiscito. Assim,
permaneceu governando o país até 1945.
→ Quando Vargas deixa o poder em 1945, não temos mais o Estado liberal, mas sim o Estado
Nação, Estado Capitalista, Estado Interventor Produtor, pois ele intervém em todos os
seguimentos da economia brasileira e, a partir de 1941, o Estado se torna um produtor.
→ Em 1934, surge o Instituto Nacional de Estatística, que faz o registro das estatísticas
nacionais no Brasil. Foi implantado em 1936. A partir de 1938, passa a ser chamado de
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mercado de Trabalho: antes de Getúlio Vargas, o Estado não tinha o costume de interferir. Em
1930, uma das primeiras ações de Vargas foi implantar o Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio, e agora a sindicalização do Brasil passa a uma grande transformação. Os sindicatos
terão seus recursos controlados pelo Ministério do Trabalho, além deste participar de todas as
assembleias dos sindicatos e os sindicatos não poderão ter atividades políticas e ideológicas.
Começa a implementação de leis trabalhistas - essas leis foram combatidas pelos empresários.
Em 1932, Vargas fez uma para regulamentar a jornada de trabalho de 8 horas no máximo 10
horas, sendo nesta jornada o domingo será reservada para o descanso. Ainda em 1932, é
criada a lei de regulamenta o trabalho feminino, a lei do trabalho de menores e é criada as
comissões de conciliação e juntas de conciliação entre empregado e empregador. Além disso,
surge a carteira profissional. Em 1934 surge o direito de férias de 15 dias, que antes não
existia. Em 1936, é implementada o salário mínimo, que antes também não havia – em 1938
ele é regulamentado e em 1940 ele é de fato pago, estas diferenças de ano foram devido a
resistência da classe empresarial, que antes pagavam o que queriam. Em 1943, todas estas leis
que surgem a partir de 1931 serão reagrupadas na Consolidação das Leis trabalhistas (CLT).
Antes existia uma certa estabilidade do emprego para os trabalhadores sindicalizados, mas
agora com a CLT, a exigência de demissão só podem ser feitas com a assistência do sindicato.
Essas leis só serão modificadas por Temer, com uma “mini” reforma trabalhista, fragilizando os
sindicatos. No governo Bolsonaro esses direitos trabalhistas estão sendo cada vez mais
fragilizados, como a permissão do trabalho nos domingos.
Comissão de Mobilização Econômica (CME): em 1942, implementada a Comissão de
Mobilização Econômica (CME), que é o órgão geral que controla a economia diante da segunda
guerra mundial. Em 1943, surge o Conselho Nacional de Política Industrial (CNPIC), que vai
controlar os preços no Brasil. Em 1944, criada a Comissão de Planejamento Econômico (CPE).
Em 1945, é criado o decreto-lei 7.293/45, este é um decreto elaborado pelo DASP, pois ainda
não existe congresso. Este reestrutura e normatiza o sistema financeiro brasileiro, criando
como autoridade legislativa de Cúpula a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC).
Este normatiza o sistema financeiro através do ato normativo a instrução – a SUMOC aprova a
instrução e passa para a autoridade executora, o Banco do Brasil. A principio parece uma
estrutura moderna e mais eficiente do que a anterior, porém na prática quem aprova as
instruções da SUMOC é o conselho da SUMOC que é composto pelo presidente, que é o
ministro da fazenda, e serão membros do conselho da SUMOC o chamado diretor executivo da
SUMOC, o presidente do Banco do Brasil, como vice-presidente da SUMOC e três diretores do
Banco do Brasil, o diretor da carteira de câmbio, o diretor da carteira de redesconto e o diretor
da carteira de mobilização e fiscalização bancária. Em 1956, depois do BNDE(S) implementado
em 1952, já no governo de J.K. o presidente do BNDE(S) o presidente deste é incorporado no
conselho da SUMOC. Essa estrutura era moderna na teoria, mas nada na prática, pois, na
teoria agora tinha a autoridade normativa e executora associadas – não era a mesma como
antes, que era só o Banco do Brasil, agora há a SUMOC, como a normativa -, mas na prática
isso não existia, pois observando a composição do conselho da SUMOC existia quatro
membros do Banco do Brasil de seis no total. Além disso, essa autoridade normativa, a
SUMOC, não possuía autonomia, já que quem nomeava o ministro da fazenda - que é
presidente da SUMOC – é o presidente da república, quem nomeia o diretor executivo da
SUMOC é o ministro da fazenda e quem nomeia o presidente e a diretoria do Brasil era o
ministro da fazenda, nomeado pelo presidente. Assim, toda essa autoridade normativa estava
subjugada pelo presidente da república, possuindo nenhuma autoridade. Isto, pois, a reforma
do sistema financeiro veio durante uma ditadura, a do Estado Novo. Esse sistema sempre foi
reestruturado em governos autoritários, por isso a mossa autoridade normativa nunca teve
autonomia.
Eleições de 1945: em 1945 os militares que foram para a guerra iam com objetivo de combater
regimes ditatoriais fascistas na Europa. Todavia, no Brasil, havia um governo sob uma
constituição fascista, a de 1937. Então houve um descontentamento entre os militares com a
ditadura instalada no Brasil. Diante disso, Vargas cria um ato institucional marcando eleições
para presidente da república em 1945. Em abril, começa a formação de partidos políticos. Há a
criação do Partido Social Democrático (PSD), por Vargas, e o Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), também getulistas, segundo ele a classe trabalhadora deveria ter seu próprio partido. A
oposição de Vargas cria a União Democrática Nacional (UDN). Até 1965 esses três partidos
vão polarizar a vida política com consequências sobre a economia do Brasil. Outros partidos
também são fundados, como o Partido Social Progressista (PSP), o Partido de Representação
Popular (PRP) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Então, todos esses partidos surgem em
1945 e lançam os seus candidatos. O PSD, alinhado com o PTB, lançam Dutra, o ministro da
guerra de Vargas e chefe do golpe militar. A UDN, oposição, lançam o brigadeiro Eduardo
Gomes, patrono da aeronáutica. O PRP não lançam. O partido comunista lança o engenheiro
Iêdo Fiuza. As eleições foram marcadas para dezembro. Em maio surgiu o Movimento
Queremista, que eram integralistas, que diziam que queriam uma nova constituição, pois
Vargas marcou as eleições para dezembro para uma assembleia nacional constituinte, para
uma nova constituição, e para eleger o presidente da república. Para estes, deveria haver uma
nova constituição, a assembleia constituinte, porém com a permanência de Vargas no poder.
Em setembro o movimento estava muito organizado, planejado e com dinheiro para as suas
campanhas, alertando os militares que apoiavam Vargas, mas que tinham como candidato o
Dutra. Assim, imaginavam que este movimento estava sendo organizado pelo próprio Vargas,
mesmo sem programação. Quando chega outubro, os militares deixam Vargas e este renúncia.
Em dezembro, Dutra é eleito com 55% dos votos. A campanha de Gomes foi desastrosa, cheio
de polemicas, ficando com 34% dos votos. O partido comunista surpreendeu com 10% dos
votos, num período em que já se havia desavenças entre os EUA e a União Soviética.
Artigo do PIB
Saiu o resultado do PIB no terceiro trimestre de 2021 e a revisão do PIB no segundo trimestre.
No segundo trimestre, o IBGE tinha divulgado que o PIB tinha caído 0,1%, porém na revisão o
IBGE ampliou a queda para 0,4%. No terceiro trimestre IBGE divulgou que caiu 0,1%. A maioria
dos economistas acreditam que duas quedas trimestrais consecutivas significa recessão
técnica. Alguns economistas vão em desacordo com isso, acreditando que é preciso analisar a
queda, pois quando esta é pequena não caracteriza recessão, que estaria voltada a quedas
altas, mas sim estagnação.
O PIB pela ótica de demanda possui os componentes do PIB como consumo das famílias,
consumo do governo, investimento e exportação liquida. O consumo das famílias aumentou
em 0,9%, do governo em 0,8%, o investimento caiu em 0,1% e exportação liquida negativa,
com exportações brutas em queda de 9,8% e a importação bruta em 8,2%. O consumo da
família, que é o principal componente pela ótica da demanda, no ano passado (2020)
apresentou 64% do PIB, esse ano deve ficar em 60% a 62%, teve uma alta muito pequena, de
0,9%, não sendo capa de recuperar o PIB.
No último paragrafo da primeira pagina está escrito que “o desempenho fraco ocorre num
contexto escalada da inflação”. O PIB está fraco – podendo crescer um pouco este ano, mas
cair próximo ano -, inflação alta, juros altos – com Selic de 9,5% - e fragilidade no mercado de
trabalho, com alto desemprego – mais de 12% de desempregados. Além disso, o investimento
depois de uma queda acentuada no segundo trimestre cair 3,6%, ainda caiu 0,1% no terceiro
trimestre. O investimento é a formação bruta de capital fixo, que é a aquisição de máquinas,
equipamentos e instalações, que geram e produzem novos bens e serviços, gerando emprego,
renda e demanda. Assim, se o investimento está caindo a geração de emprego e demanda está
prejudicado, por isso que o Boletim em Foco prevê que ano que vem o Brasil cresce no
máximo 0,5%, sendo que bancos preveem quedas.
Na página dois, a forte atração da agropecuária reflete o fim da safra da soja, que também
invalidou as exportações. As nossas exportações tem um impacto muito grande de produtos
agrícola, produtos com baixo valor agregado. Exportamos soja, minério de ferro, mas
importamos trilho das ferrovias que tem um valor agregado muito maior do que o minério de
ferro que exportamos. Ou seja, exportamos produtos de baixo valor agregado e importamos
produtos de alto valor agregado.
No oitavo paragrafo, isso golpeia as expectativas. A piora das expectativas econômicas vem no
embalo da pressão inflacionária que reduz o poder de compra dos consumidores e no
aumento das incertezas na área fiscal. A inflação corrói o poder aquisitivo, o poder de compra
dos salários, dos regimentos, prejudicando o consumo, sendo que o consumo representou ano
passado, pela ótica da demanda 64% do PIB.
Na página três, o setor serviços teve melhoria em alguns segmentos, subsetores como
alimentação, salão de beleza, academias, restaurantes, bares e cinemas, devido à vacinação,
tendo assim grande participação crescimento de 1,1% do setor. O comércio integra o setor
serviços ficou no vermelho, com retração de 0,4%.
Na página quatro, o consumo cresceu muito pouco, com 0,9%. No penúltimo paragrafo, houve
um efeito das políticas do governo, apresentando uma ligeira melhora no consumo, apesar da
queda da massa de trabalhadores.
Na página seis, sobre a crise hídrica e a improdutividade. O grande problema da safra foi a
perda de produtividade.
AULA 13
→ Em 1946, Dutra toma posse da presidência. – indo até janeiro de 1951. Junto com a
ascensão de Dutra, é criada uma assembleia nacional constituinte, para a formação de uma
nova constituição, que será promulgada em setembro de 1946. É considerada esta a
constituição mais democrática implantada no país. Quando está é posto em prática, a
assembleia constituinte de torna congresso. Dutra envia ao congresso um projeto de reforma
bancária, bastante avançado pra época, a criação de um banco central, de um banco rural, um
banco industrial, banco de investimento e banco de exportação e importação. A SUMOC
continuaria existindo, mas abaixo desta teria o Banco Central que executaria as instruções da
SUMOC, e nas demais instituições vários bancos/agencias de fomento – os demais bancos
citados. Esse sistema não foi aprovado, se fosse teria reformulado totalmente o sistema
financeiro brasileiro, em uma estrutura bastante moderna e avançada. PLANO SALTE
S – SAÚDE
AL–ALIMENTAÇÃO
→ No segundo semestre de 1947, Dutra implanta o Controle Seletivo do Câmbio.
T – TRANSPORTE
E – ENERGIA
→ Em 1948, Dutra envia ao congresso o Plano Salte. Este foi um plano muito bem elaborado,
avançada e desenvolvimentista, porém terá problemas. Os congressistas, que são os mesmos
que fizeram a constituição de 1946, que pregava o liberalismo. Assim, o Plano Salte vai contra
os interesses dos congressistas, tendo bastante resistência no congresso. O Plano Salte não
será implantado, pouca coisa dele é implantado, mas esse diagnostico dos gargalos da
economia brasileira de que o problema estava no transporte e energia, vai ser utilizado no
Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico, no segundo governo Vargas, e vai ser o
diagnostico utilizado pelo Plano de Metas do governo de JK. O Plano Nacional de
Reaparelhamento Econômico não conseguirá ser implantado, mas o Plano de Metas sim – este
foi considerado o melhor plano desenvolvimentista brasileiro. O diagnostico da parte de
transporte e energia do Plano de Metas foi feita pelo Plano Salte. Assim, o Plano Salte era de
muita qualidade, mas não conseguirá ser implantado. Isto, pois, o Plano prevê 57% dos
recursos para transporte, 16% para energia, 14 para alimentação e 13% para saúde. Na parte
de transporte ele determina que o transporte ferroviário vai ter prioridade – se o Plano Salte
tivesse sido implantado, junto com esta prioridade as ferrovias, o Brasil estaria numa situação
melhor.
→ Outro ponto que prejudicou o Plano Salte foi a Missão Abbink. No mesmo ano em que o
Plano é enviado ao Congresso, a Missão Abbink começa os seus trabalhos no Brasil, o que
prejudicou a aprovação do Plano Salte. Este só foi aprovado no último ano do governo Dutra,
em 1950. Desde 1942, quando Vargas rompe com o eixo e se próxima dos EUA, e instalada as
Comissões Mistas Brasil-EUA. Uma equipe norte-americana vem ao Brasil, chefiada por um
norte-americana, aqui se encontra com uma equipe brasileiro, chefiada por um brasileiro,
reunindo-se com o objetivo de fazer um diagnostico do subdesenvolvimento do Brasil e propor
soluções. Em 1942, houve a Missão Cooke. A missão de 1948, foi conhecida como Missão
Abbink, pois era coordenada por John Abbink. A equipe brasileira era coordenada por Otávio
Gouveia de Bulhões. Ela prejudica a aprovação do Plano Salte, pois gerou no Brasil um
consenso de que se deveria esperar o diagnostico e propostas de projetos da Missão, para
então depois desenvolver um plano econômico. Esse consenso predominou no Congresso, na
mídia e na sociedade brasileira, mesmo com o Plano Salte ter sido melhor do que as propostas
da Missão.
→ Ainda em 1948, Dutra envia ao congresso um Projeto de Lei Agrária, que previa preços
mínimos e armazenamentos, assistência financeira e creditícia, obras públicas em
infraestruturas em beneficio da agricultura e instalação de colônias-escola para difundir
tecnologia no setor agrário. O projeto não foi aprovado.
→ Outro fato que prejudicou o Plano Salte, foi que em 1949, em Araxá, houve a Conclap II
(Conferência das Classes Produtoras). Esta classificou a Missão Abbink como um incidente,
previa uma reciproca nacionalista, o governo deveria participar indiretamente da economia,
preferencialmente em empresa de capital misto – e que se atraísse investimento estrangeiro,
em desacordo com o que estava sendo proposto pelo Plano Salte.
→ O Plano Salte é finalmente aprovado em 1950, todavia no mesmo ano teve eleições para
um novo governo a partir de 1951. Desse modo, o Plano conseguiu muito pouco o que foi
proposto implantado, apesar de um plano muito avançado. O diagnostico que o Plano Salte fez
de energia e transporte será utilizado pelo Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico, do
governo Vargas, que não conseguirá ser implantado, mas é utilizado no Plano de Metas, no
governo JK, porém com uma grande modificação: na parte de transporte o governo JK vai
priorizar o transporte rodoviário e não o ferroviário.
→ Em 1950, nas eleições, Vargas tenta voltar ao poder, com o apoio do PTB. Dutra consegue
que o PSD, apesar de getulista, indicasse Cristiano Machado para candidato a presidência.
Vargas começa a fazer conchavos. A constituição de 1946 não prevê chapas, os candidatos
seriam a presidência e vice-presidência. Vargas analisa que o estado com maior colégio
eleitoral é São Paulo, o maior representante política de São Paulo era Ademar de Barros, que
fundou o PSP (Partido Social Progressista). Vargas faz conchavo com Barros. Este decide que
quer fazer o ministro da fazenda e apoiar para vice-presidência o Café Filho, do PSB, do Rio
Grande do Norte. Vargas pessoalmente não gostava de Café-Filho, mas era a exigência de
Barros, para que o PSB não lance candidato a presidência, mas sim a vice, além do apoio de
Barros em São Paulo. Feito este conchavo, Barros apoia decisivamente Vargas em São Paulo. A
UDN lançou pela segunda vez Eduardo Gomes. Vargas é eleito com 49% dos votos, junto com o
vice Café-Filho, Gomes ficou com 29% e Cristiano Machado com 21%. Getúlio Vrags toma
posse em janeiro de 1951. Ademar de Barros escolhe Horácio Laffer para o ministério da
fazenda e Ricardo Jafet na presidência do Banco do Brasil. Vargas cria uma assessoria
econômica para a presidência da republica. A preocupação imediata da equipe econômico era
com a inflação elevada. Devido a isto, é criada a Comissão Federal de Abastecimento e Preços
(CFAP) , para tentar controlar o preço, principalmente dos produtos agrícolas.