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IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE FAMÍLIA DA IEADPE


Pastor Presidente: Ailton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP 50.040-000 – Fone: 3084 1526

TEMA CENTRAL: COMBATENDO A PORNOGRAFIA, O ADULTÉRIO E O DIVÓRCIO: TRÊS INIMIGOS MORTAIS DA FAMÍLIA

PALESTRA I: A PORNOGRAFIA COMO UM VÍCIO DESTRUIDOR DE VIDAS


Texto Base: Salmo 119.33-40 – NVI
³³ Ensina-me, Senhor, o caminho dos teus decretos, e a eles obedecerei até o fim. ³⁴ Dá-me entendimento, para que eu guarde
a tua lei e a ela obedeça de todo o coração. ³⁵ Dirige-me pelo caminho dos teus mandamentos, pois nele encontro satisfação.
³⁶ Inclina o meu coração para os teus estatutos, e não para a ganância. ³⁷ Desvia os meus olhos das coisas inúteis; faze-me
viver nos caminhos que traçaste. ³⁸ Cumpre a tua promessa para com o teu servo, para que sejas temido. ³⁹ Livra-me da
afronta que me apavora, pois as tuas ordenanças são boas. ⁴⁰ Como anseio pelos teus preceitos! Preserva a minha vida por
tua justiça!

INTRODUÇÃO
Definida por alguns como um prazer inofensivo e uma expressão legítima da sexualidade, que pode ser consumida
como meio de entretenimento, a PORNOGRAFIA é, na verdade, um instrumento de grande impacto negativo à vida pessoal,
à família, às relações interpessoais, à percepção da sexualidade e principalmente à vida espiritual. Diante desse dualismo
de concepções, mesmo sabendo se tratar de um tema indigesto, faz-se necessário uma abordagem séria à luz da Bíblia
Sagrada e das ciências do comportamento humano, especialmente, para os mais vulneráveis e os duvidosos. Por essa razão,
o tema central proposto pelo Departamento de Família para este ano é: “COMBATENDO A PORNOGRAFIA, O ADULTÉRIO, E O
DIVÓRCIO: TRÊS INIMIGOS MORTAIS DA FAMÍLIA”, sendo o tema da nossa primeira aula: “A PORNOGRAFIA COMO UM VÍCIO
DESTRUIDOR DE VIDAS”, onde enfocaremos o significado, os danos e consequências provocados à vida daqueles que são
apanhados pela terrível armadilha da pornografia.

I – DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DA PORNOGRAFIA


1.1 DEFINIÇÃO ETIMOLÓGICA. A palavra PORNOGRAFIA tem suas raízes etimológicas na língua grega. Deriva da junção dos
termos "pórne", que significa prostituta, e "gráphein", que significa escrita ou descrição. Assim, a palavra PORNOGRAFIA, na
sua origem, referia-se a escrita sobre prostitutas ou a representações artísticas de cenas eróticas.

1.2 A EXPANSÃO DO SIGNIFICADO. Ao longo dos séculos, o termo “PORNOGRAFIA” evoluiu e expandiu seu significado para
se reportar não apenas a escrita, mas, também, a imagens, vídeos e outros meios de representação visual de natureza sexual
explícita, envolvendo a produção, distribuição e consumo de material destinado a provocar a excitação sexual. O advento da
Internet, sem dúvida, possibilitou a potencialização dos meios e do acesso ao conteúdo pornográfico. Assim, à
PORNOGRAFIA foram agregados outros elementos, tais como: a pornofonia, ou seja, expressões vocais obscenas com objetivo
de promover estímulos sexuais; e ainda a pornomania, que se define como a conduta obsessiva por qualquer forma ou meios
de promoção da exploração sexual de maneira vulgar e pervertida. [Leia Ez 24.3; Ef 5.3; Mt 5.28].

1.3 REPRESENTAÇÕES E OBJETIVOS. A PORNOGRAFIA como representação explícita de atividades sexuais tem como
propósito excitar sexualmente o espectador. Isso inclui uma variedade de produtos e formas, incluindo:

a) Produções Literárias. Livros e revistas específicas; publicações isoladas e fragmentos eróticos.

b) Produções Audiovisuais. Filmes, programas, podcasts e sites que depreciam a pureza sexual e exaltam o sexo pervertido.

c) Cibersexo [leia-se saibersexo]. Sites que exibem vídeos e conversas eróticas, com objetivo de provocar o excitação sexual;
d) Contos Eróticos Fonados. Conversas imorais com mensagens eróticas explícitas, via telefone ou outros recursos auditivos.

e) Sexting. Do inglês, “sex”, que significa sexo, e “texting”, que quer dizer mensagem. Assim, a sexting significa envio de
mensagens e imagens de conotação sexual, pelo celular. O envio de “nudes”, por exemplo, tem sido um instrumento
pornográfico largamente utilizado pelas pessoas escravizadas pela pornografia, provocando vergonha, depressão, extorsão
e até suicídio. Essa e outras formas de pornografia, além de perigosíssima para a saúde espiritual, moral e psicológica, têm
destruído famílias e levado pessoas a sofrerem penalidades legais.

II – A PORNOGRAFIA COMO VÍCIO E TRANSTORNO


2.1 UM VÍCIO COMPORTAMENTAL: A classificação da PORNOGRAFIA como patologia ainda não é unanimidade entre os
especialistas no assunto, visto que ainda não existe um diagnóstico assentado no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-V). No entanto, por ser um comportamento viciante, conduz o indivíduo à uma espiral
descendente e descontrolada do consumo de conteúdo pornográfico, levando-o ao sofrimento físico, socioemocional,
psicológico, e, no caso de um cristão, à sérios danos espirituais, visto que, a PORNOGRAFIA celebra a obscenidade e a
perversão sexual, e, como bem sabemos, o sexo deve ser tratado e exercitado com a devida sacralidade, segundo o padrão
de moralidade sexual revelado nas Sagradas Escrituras (1 C0 7.2; 1 Ts 4.3-5)).

2.2 PORNOGRAFIA, ATO COMPULSIVO E TRANSTORNO SEXUAL. Os promotores da indústria pornográfica – e não poderia ser
diferente, pois é uma indústria que a aufere milhões de dólares anualmente – falam da PORNOGRAFIA como uma expressão
sexual saudável e inofensiva. No entanto, profissionais da saúde mental, que têm o comportamento humano como objeto de
pesquisa, apontam, através de estudos científicos sérios, que o vício da pornografia ativa as regiões do cérebro relacionadas
a motivação e a recompensa, alterando assim, o sistema de dopamina no cérebro, semelhante ao que acontece com um
dependente de substâncias psicoativas (drogas). Portanto, baseado nessas pesquisas científicas, a PORNOGRAFIA poderia
ser considerada um transtorno sexual. Sendo um ato compulsivo, o consumo de produtos pornográficos, vai na contramão
dos ideais elevados para a sexualidade, projetados por Deus para os seus filhos [cf. Cl 3.5; Mt 5.28].

2.3 ATIVISTAS DA REVOLUÇÃO SEXUAL VERSUS A BÍBLIA: Ativistas da “revolução sexual”, defendem a pornografia como
uma expressão artística, onde as pessoas ditas “profissionais do sexo” devem ser tratadas com dignidade e respeito como
qualquer outro profissional, garantindo assim, que o consumo de produtos pornográficos seja considerado algo normal, e
assim, tentam ludibriar as mentes incautas. Todavia, para quem conhece os valores morais fundamentados na Palavra de
Deus, sabe que isso é uma armadilha de satanás, pois não há nada de puro, ético ou proveitoso na PORNOGRAFIA, visto que
seu objetivo está relacionado à exploração pervertida de um bem que Deus criou para ser vivenciado dentro do casamento
legítimo [Hb 12.4; Pv 5.15-20].

III – CONSEQUÊNCIAS DO VÍCIO DA PORNOGRAFIA


3.1 CONSEQUÊNCIAS PSICOEMOCIONAIS. Enquanto feministas, ativistas da sexualidade livre e alguns terapeutas sexuais
dizem que a PORNOGRAFIA é apenas um instrumento de entretenimento e um exercício fantasioso para aliviar e excitar. Na
verdade, a PORNOGRAFIA é algo mais que isso. Por ser uma prática altamente viciante, produz diversos efeitos destrutivos
no ser humano. Estudos revelam que os consumidores da pornografia apresentam variáveis psicológicas como ansiedade e
depressão; têm inibição da capacidade reguladora das emoções; sofrem com a afetação do desempenho cognitivo,
prejudicando a memória e a atenção, entre outros danos, como baixo aproveitamento escolar e distúrbios do sono,
principalmente, entre adolescentes. Um dos grandes males psicológicos é a dissociação cognitiva, que afeta a capacidade de
julgamento, fazendo com que a pessoa, em nome do “prazer sexual”, envolva-se a ponto de perder a capacidade de
julgamento ético-moral, passando a não considerar os perigos e os prejuízos decorrentes dessa prática viciosa. Assim, o vício
da pornografia tem levado cada vez mais pessoas à vergonha, à depressão, às drogas, à prisão, e até à morte.

3.2 AS CONSEQUÊNCIAS SOCIOAFETIVAS. Estudos neurocientíficos apontam que a PORNOGRAFIA tem um efeito negativo
na saúde mental e sexual. Essa prática viciante pode afetar o comportamento do indivíduo, estimulando-o inclusive à
violência. Alguns praticantes da chamada “pornografia atrevida”, agregam à prática pornográfica a bestialidade,
sadomasoquismo, ao estupro coletivo e até ao assassinato, atrelando “prazer”, degradação humana e barbaridade,
conduzindo os consumidores a uma concepção de objetificação sexual. Outrossim, como o vício da pornografia afeta
profundamente o psicológico da pessoa, geralmente produz disfunções sexuais afetando o relacionamento conjugal
saudável, como veremos na próxima aula, além de prejudicar a qualidade de vida, produzindo queda de rendimento no
trabalho, na escola e nas convivências sociais em geral, levando o indivíduo a viver isolado, com sentimento de culpa,
ressentido e indiferente a tudo o que de fato faz sentido.

3.3 AS CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS. Os princípios judaico-cristãos que exaltam a vida sexual saudável dentro do padrão
estabelecido por aquele que criou o homem e dotou-o da sexualidade, são inteiramente contrários a prática da
PORNOGRAFIA. O cristão, que conhece e adota a cosmovisão bíblica, sempre que, inadvertidamente, se envolve de alguma
maneira com a PORNOGRAFIA passa a viver imerso em sentimento de culpa, que por sua vez, provoca o desinteresse pelas
coisas espirituais, causando a decadência na comunhão com Deus, além dos males supracitados (Sl 42.7). Sem dúvida, os
danos espirituais são os mais sérios causados pela PORNOGRAFIA. Se o vício não for rápida e devidamente tratado, e as
práticas pecaminosas abandonadas, o indivíduo poderá ter seu futuro eterno comprometido. A Bíblia diz que a vontade de
Deus é a nossa santificação [1 Ts 4.3]. Portanto, sabedores de tudo isso que acabamos de aprender sobre essa prática
viciante, o cristão deve cuidar para não ser apanhado pela armadilha da PORNOGRAFIA. Que possamos dizer como o
salmista: “não porei coisa má diante dos meus olhos” [Sl 101.3], mas desfrutemos a seu tempo, pura e coerentemente, do
padrão da sexualidade que Deus estabeleceu para os Seus filhos.

CONCLUSÃO
Não existe distração ou entretenimento quando o assunto é PORNOGRAFIA. Como vimos, essa prática escraviza e
destrói vidas. Todo cristão, que quer seguir a jornada espiritual sem prejuízos à consciência e à sua espiritualidade, deve
evitar a todo o custo, se envolver com a pornografia, ainda que para isso tenha que se afastar de coisas que facilitam o
acesso a essa prática pecaminosa. No entanto, se porventura alguém, de alguma maneira, já tenha caído na tentação e se
envolvido com alguma forma de depravação dos estímulos sexuais, deve buscar ajuda espiritual e abandonar tais práticas,
pois, como disse o proverbista: “o que confessa e deixa alcançará misericórdia.” Que Deus ajude a todos nós e a nossa família
a vivermos o ideal divino de santidade para a sexualidade!
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BIBLIOGRAFIA
BÍBLIA. Português. Bíblia da Família ARC. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia. Teologia e Filosofia. Vol. V. São Paulo: Hagnus, 2015.
Dolny, Miguel. O Que a Bíblia diz Sobre Pornografia? O Mal Que Eu Não Quero. Florianópolis: 2019
EBERSTADT, Mary; LAYDEN; Mari Anne. Os Custos Sociais da Pornografia. São Paulo: Quadrante Editora, 2019.
SOUZA, Estêvão Ângelo de. ...e Deus Fez a Família. Rio de Janeiro, CPAD
VERBRUGGE, Verlyn. Novo dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo. Vida Nova. 2001
RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Rio de Janeiro: CPAD, 2013
SHAPIRO, Ben. Geração pornô. São Paulo: Editora Cultrix, 2006.
PAUL, Pamela. Pornificados. São Paulo: Vide Editorial, 2006.

Depto. de Família – IEADPE – 2024

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