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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ÁLVARO SILVA GARCIA

CRIPTOMOEDAS SOB A LUZ DO PROJETO DE LEI BITCOIN

Tubarão
2022
ÁLVARO SILVA GARCIA

CRIPTOMOEDAS SOB A LUZ DO PROJETO DE LEI BITCOIN

Monografia apresentada ao Curso de Direito da


Universidade do Sul de Santa Catarina como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Direito.

Linha de pesquisa: Justiça e Sociedade

Orientador: Prof. Agenor de Lima Bento, Msc

Tubarão
2022
ÁLVARO SILVA GARCIA

CRIPTOMOEDAS SOB A LUZ DO PROJETO DE LEI BITCOIN

Esta Monografia foi julgada adequada à


obtenção do título de Bacharel em Direito e
aprovada em sua forma final pelo Curso de
Direito da Universidade do Sul de Santa
Catarina.

Tubarão, 28 de novembro de 2022.

______________________________________________________
Professor e orientador Agenor de Lima Bento, MSc.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Professor Irau Oliveira de Souza Neto, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Prof. Iago Pereira Covre, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
TERMO DE ISENÇÃO DE
RESPONSABILIDADE

CRIPTOMOEDAS SOB A LUZ DO PROJETO DE LEI BITCOIN

Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico e referencial conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Sul de
Santa Catarina, a Coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o Orientador
de todo e qualquer reflexo acerca deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em
caso de plágio comprovado do trabalho monográfico.

Tubarão, 23 de novembro de 2022.

______________________________________________________
ÁLVARO SILVA GARCIA
Dedico todo esforço aqui inserido à minha
Rainha qual eu chamo de mãe, Mariléa da
Silva.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me proporcionado o Dom da vida e por chegar
até neste exato momento. A minha belíssima família qual me prestou todo o suporte do mundo
para que eu realizasse este momento, pelas conversas e paciência durante todos estes anos.
Agradeço aos meus professores, aos mestres do conhecimento que contribuíram para o
meu aprendizado durante essa jornada acadêmica e em especial o meu querido orientador.
E por último a minha instituição qual passei meus últimos anos e me proporcionou
diversos momentos inesquecíveis e amizades qual sei certamente que levarei para o resto da
vida.
“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você
conquista.” (Aldo Novak)
RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso tem como objeto de estudo o bitcoin cuja
premissa é ser uma moeda descentralizada e virtual, juntamente com estudo e análise da sua
relevância jurídica na sua contemporaneidade. O tema foi desenvolvido através de uma
pesquisa científica sobre a evolução da a moeda e a sua definição, o conceito Bitcoin juntamente
com o seu comércio e como são realizadas as transações, diferentes tipos de moedas virtuais e
o seu alcance global, fatores que influenciaram grandes investidores do mercado financeiro a
mudarem sua concepção e aderirem sobre a nova ótica de moeda virtual e a regulamentação e
análise sobre a moeda no âmbito jurídico do Projeto de Lei 3.825/2019. Por fim, apresenta-se
a conclusão analisando as proposições do Projeto de Lei mediante análise aprofundada das
bases econômicas que norteiam as relações entre Estado e economia.

Palavras-chave: Bitcoin. Moeda. Economia.


ABSTRACT

The present course conclusion paper has as object of study bitcoin whose premise is to
be a decentralized and virtual currency, together with study and analysis of its legal relevance
in its contemporaneity. The theme was developed through scientific research on the evolution
of the currency and its definition, the Bitcoin concept together with its trade and how
transactions are carried out, different types of virtual currencies and their global reach, factors
that influenced large investors in the financial market to change their design and adhere to the
new perspective of virtual currency and the regulation and analysis of the currency in the legal
sphere of Bill 3.825/2019. Finally, the conclusion is presented analyzing the propositions of the
Bill through an in-depth analysis of the economic bases that guide the relations between state
and economy.

Keywords: Bitcoin. Coin. Economy.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Gráfico de Preço Bitcoin ............................................................................... 14


Figura 2. Estado e economia na história das ideias ...................................................... 18
Figura 3. Estágios da moeda no decurso da história ..................................................... 24
Figura 4. Tabela de Capitalização de mercado de Criptoativos. .................................. 29
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Comparativo entre Criptomoedas e Moedas Digitais. .................................. 26


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA........................................................11
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA........................................................................14
1.3 HIPÓTESE..............................................................................................................14
1.4 DEFINIÇÃO DO CONCEITO OPERACIONAL...................................................14
1.5 JUSTIFICATIVA....................................................................................................15
1.6 OBJETIVOS............................................................................................................15
1.6.1 Geral.....................................................................................................................15
1.6.2 Específico.............................................................................................................15
1.7 DELINEAMENTO DA PESQUISA.......................................................................15
1.8 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS..........................................................................16
2 O FENÔMENO BITCOIN ................................................................................... 18
2.1 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO SISTEMA ECONÔMICO .............. 18
2.2 ESTÁGIOS DA MOEDA .................................................................................... 23
2.3 O BITCOIN E A BLOCKCHAIN ....................................................................... 25
3 MOEDAS PARALELAS ...................................................................................... 28
3.1 DIFERENTES TIPOS DE CRIPTOATIVOS ..................................................... 28
3.2 ETHEREUM ........................................................................................................ 29
3.3 SMART CONTRACTS ....................................................................................... 30
3.4 AS STABLECOINS ............................................................................................ 30
4 A MOEDA NO AMBITO JURÍDICO ................................................................ 32
4.1 REGULAMENTAÇÃO ....................................................................................... 32
4.2 RELEVÂNCIA JURÍDICA ................................................................................. 33
4.3 ANÁLISE DO PROJETO DE LEI BITCOIN ..................................................... 35
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 42
REFERÊNCIA ............................................................................................................ 45
12

1 INTRODUÇÃO

Essa monografia trata das criptomoedas, nomenclatura usada para se referir a moeda
digital, são compostas por uma criptografia para garantir a proteção e segurança de quem a
utiliza. Para GOMES e col. (2021, p.) “As criptomoedas são uma espécie de moeda virtual
universal, descentralizada, criptografada, de fluxo aberto e conversibilidade bidirecional”.

Entretanto, para o Banco Central Europeu, há três tipos de moedas virtuais que podem
depender da interação com as moedas tradicionais. São elas: moedas virtuais que apenas são
utilizadas em jogos: um exemplo seria um jogo online como World of Warcraft; moedas virtuais
que estão unilateralmente ligadas a economia real: há uma taxa para a compra dessas moedas
que podem ser usadas posteriormente para a compra de bens e serviços virtuais, um exemplo
seria carteiras de empresas que oferecem recompensas como pontos para a troca de produtos;
moedas virtuais ligadas bilateralmente a economia real: também há uma taxa de conversão,
tanto para compra como venda, podendo ser usada para a compra de bens, serviços virtuais e
reais, exemplo: o bitcoin, sendo utilizado no mundo todo como uma moeda de compra e venda
a diversos serviços e bens (ECB, 2012).

Acerca do surgimento e assentamento das criptomoedas na atualidade, pontua-se:

Dentro dessa lógica de transformação digital monetária se encontram as criptomoedas,


que ultimamente estão ganhando mais espaço na sociedade atual. Segundo pesquisa
da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP)
divulgada em 17/08/2021, por meio da qual foram entrevistados 576 investidores de
plataformas de investimentos, obteve-se a informação de que as criptomoedas são a
terceira categoria de investimento preferido dos entrevistados, com 27,78% deles
declarando que optam por essa modalidade de investimento, ficando somente atrás de
investimentos em ações e renda fixa (FGV EESP, 2021). As criptomoedas emergiram
junto do bitcoin, que surgiu quando um pseudônimo denominado Satoshi Nakamoto
publicou um estudo explicando o funcionamento do bitcoin e a concepção da
blockchain; nesse artigo é explorado a ideia da criação de um novo sistema de dinheiro
eletrônico peer-to-peer que possibilitaria aos indivíduos de qualquer parte do planeta
a realização de transações financeiras de forma anônima, autônoma e livre de
intermediários (SANTOS, 2022, Online).

Entre os tipos de moedas existentes no mercado, existe uma que se destaca pelo uso da
criptografia à aplicação de segurança, dificultando a falsificação, sendo que difere das moedas
virtuais, e projetadas para substituir a moeda fiduciária convencional, tornando-a global
(DABROWSKI; JANIKOWSKI, 2018).
13

Essas moedas utilizam o sistema de blockchain (cadeia de blocos), que funciona como
um livro caixa, contendo todas as transações feitas em bitcoin desde 2009 até nos dias atuais.
De acordo com Moraes (2021, p.16) “Temos que imaginar o blockchain como um grande banco
de dados distribuído que permite, no caso do Bitcoin, registrar transações em blocos que podem
ser acessíveis por diferentes servidores. Como o Blockchain é distribuído, não existe um nó
controlador ou um ponto central que controla as transações”.

As blockchains impedem o gasto duplo, no qual as transições já registradas


publicamente não podem ser desfeitas, e as transações futuras somente poderão ser feitas se
compatíveis com as transações realizadas no passado. Sendo assim, a grande sacada da
tecnologia blockchain é funcionar sem intermediários ou terceiros, com uma única fonte de
informação e confiança, para que os particulares possam transacionar entre si com integridade
de informações garantidas, implementado a moeda virtual chamada Bitcoin.

As moedas virtuais já se tornaram uma realidade, sendo introduzidas ao mundo no ano


de 2008 como a moeda que deu início ao futuro, o Bitcoin. De acordo com Moraes (2021),
Laszlo Hanyecz, realizou a primeira transação da moeda em uma relação de compra e venda,
no qual ocorreu a compra de duas pizzas pela moeda virtual. Essa transação possuía o valor de
US$25,00 que corresponderiam, na época, a 10.000 BTC (sigla da moeda). Neste ano em
específico, o valor de cada moeda BTC era cotado em 0,0025 centavos de dólar americano.
14

Figura 1. Gráfico de Preço Bitcoin

Fonte: https://buybitcoinworldwide.com/price/ (07/10/2022).

No ano seguinte, em 2009, o Bitcoin ganhou muitos adeptos dispostos a entender o


porquê era chamado de moeda se não possuía uma autoridade central. Assim, um usuário
anônimo, interessado na moeda, resolveu criar uma espécie de corretora chamada New Liberty
Exchange Standard, na tentativa de precificar o Bitcoin em dólares, uma plataforma onde era
possível fazer a compra das moedas e vendê-las.

Segundo Moraes (2021), no ano de 2010 houve um aumento exponencial na procura da


moeda, sua valorização aumentou consideravelmente, ocasionando a criação de uma bolsa
oficial de compra e venda de bitcoins, a chamada Bitcoin Market, atraindo ainda mais os
curiosos qual nunca ouviram nada sobre e estavam desinformados.

O interesse sobre a moeda foi tão grande que sua valorização subiu mais de 10 vezes,
de uma cotação de 1 BTC = 0,008 USD para 1 BTC = 0,08 USD. Atrelado a essa grande
“explosão” da moeda, foi aberto uma “Exchange” japonesa grande chamada MTGOX para a
venda e compra da moeda. As Exchange são empresas que permitem que os clientes negociem
criptomoedas ou moedas digitais por outros ativos, como a moeda fiduciária convencional ou
outras moedas digitais.

Durante anos, a empresa MTGOX foi responsável por 70% das transações de BTC,
tornando-se a maior empresa de comercialização. Entretanto, em 2014, a bolsa quebrou,
15

alegando que 850.000 BTC pertencentes a empresa foram roubados. Estima-se que o valor total
seria equivalente a 450 milhões de dólares.

Sobre o referido caso:

Mt. Gox insiste em 'bug' no bitcoin. Em uma carta publicada em seu site, a Mt. Gox
insistiu que o roubo de suas moedas ocorreu por conta de um "bug" (erro) no bitcoin.
Essa informação não é exatamente verdadeira, pelo menos de acordo com o que se
sabe até o momento. As moedas da Mt. Gox teriam sido roubadas porque o sistema
da Mt. Gox não era capaz de identificar certas transações que foram de fato efetuadas.
Com isso, um hacker podia solicitar bitcoins, receber as moedas e, ao mesmo tempo,
convencer o sistema da Mt. Gox de que a transação nunca ocorreu. (ROHR, 2014,
Online).

O mercado de criptomoedas disparou em 2017 valorizando mais de 1200%. Ano esse


em que houve inúmeras reportagens mostrando ao mundo a moeda digital do futuro. Em 2017,
o valor de 1 BTC chegou a incríveis $19.783,06 USD, provocando um efeito cascata em
diversos países qual possuíam um interesse genuíno sobre a moeda, com a instalação de caixas
eletrônicos que transacionavam as moedas em países como: Estados Unidos, Canadá, Reino
Unido, Áustria e Espanha, possibilitando realizar a troca pela moeda real, de acordo com
MORAES (2021).

Visto sua popularidade enorme, diversos países tomaram conhecimento sobre a mesma
e posicionaram-se sendo alguns contras e outros a favor. O principal ponto contrário dos países
era que o BTC, visto como uma moeda descentralizada e anônima, não apoiada pelo governo,
não possuía uma entidade legal a qual tenha suporte. Dessa forma, não pode ser trocada por
ouro ou por qualquer outro tipo de mercadoria (GRINBERG, 2021).

Entretanto, vale ressaltar que todos os registros estão no livro-razão desde a primeira
transação feitas em 2009, sendo tecnicamente inviável, embora muito complexo e caro
identificar as partes por trás de uma transação de bitcoin reunindo fatores que acompanham
essa transação (FIEDLER; UNEY, 2018). Para que funcione esse mercado, não há a
necessidade de uma entidade central, basta adicionar transações ao livro-razão e um
computador, celular, etc. que possa ter acesso ao software das Exchanges (CHAVES, 2021).

Desse modo, busca-se resposta para a seguinte pergunta de pesquisa: Quais os possíveis
efeitos jurídicos do Projeto de Lei Bitcoin ou da intervenção estatal sobre as criptomoedas
(moedas virtuais)?

Nessa perspectiva, essa monografia encontra justificativas para a sua realização, como
as que se expõe diante do exposto, sabendo que a existência das moedas é uma realidade,
16

diversos parlamentares decidiram entrar em um consenso para estabelecer parâmetros a essa


tecnologia que garante ser o futuro. Apesar de haver poucos documentos tratando acerca do
assunto, a moeda já possui sua existência consolidada no mundo todo.

O trabalho tem sua importância fundamental na atualidade e na necessidade de abordar


o tema, apresentando um conteúdo de altíssima relevância jurídica e de conhecimento, ainda
que seja objeto de discussão atual, continuará sendo durante muito tempo.

Sendo assim, faz-se necessário discutir e compreender melhor o tema a fim de esclarecer
as dúvidas de muitas pessoas do mundo todo, especialmente no Brasil. Atualmente, o debate
tem foco e discussões em níveis constitucionais, ligados a economia, ordinários e tributários,
devido a inexistência de um órgão central fiscalizador.

Ante o exposto, essa monografia tem por objetivo geral: Analisar os possíveis efeitos
jurídicos através do Projeto de Lei 3.825/19 (Bitcoin).

Para se alcançar esse propósito, foram elencados os seguintes objetivos específicos:


Descrever o que são criptoativos e o porquê do Projeto de Lei; Demonstrar a relevância e a
necessidade da regulamentação dos criptoativos; Identificar as possíveis alterações normativas
e qual o seu impacto jurídico nas normas vigentes; Comparar a diferença entre criptoativos e a
moeda fiduciária convencional.

Destaca-se que o delineamento dessa monografia apresenta as seguintes características,


como se expõem, segundo Gil (1995, p. 70), “refere-se ao planejamento da mesma em sua
dimensão mais ampla”, ou seja, neste momento, o investigador estabelece os meios técnicos da
investigação, prevendo-se os instrumentos e os procedimentos necessários utilizados para a
coleta de dados.

Quanto a natureza da pesquisa a presente monografia trata-se de um estudo de


natureza exploratória. Um estudo de natureza explorativa tem como finalidade proporcionar
maior conhecimento do objeto de estudo. Para pôr fim conseguir formular adequadamente um
problema ou elaborar de forma mais precisa uma hipótese (MOTTA; LEONEL, 2011).

Embora o assunto sobre o tema seja de extrema relevância no cenário atual, até o
presente momento não foram encontradas grandes literaturas quais discutem sobre o assunto no
contexto em que o tema é apresentado, abordando deste modo apenas as informações mais
pertinentes em relação ao mesmo.
17

Quanto a abordagem, a sua natureza é qualitativa. O objetivo da pesquisa qualitativa


é o de conhecer as percepções dos sujeitos pesquisados acerca da situação-problema, objeto da
investigação (MOTTA, LEONEL, 2011).

A coleta de dados realizada de maneira documental e bibliográfica. A pesquisa irá


acontecer através de fontes primárias, como processos, artigos da internet, legislação. As fontes
serão retiradas diretamente de onde se originam sem terem passados por uma prévia revisão,
por isso a natureza documental dessas fontes.

Desse modo, essa monografia conta com cinco capítulos. O primeiro traz a introdução,
onde se expõem o tema, o problema, a hipótese, a justificativa, os objetivos e o delineamento
da pesquisa.
O segundo capítulo abordado, trata acerca do desenvolvimento histórico da moeda até
o momento de criação das criptomoedas.
O terceiro capítulo trata acerca das moedas paralelas e seus diferentes tipos de
criptoativos, uma breve análise da segunda maior moeda em capitalização, o Ethereum e as
chamadas Stable Coins.
O quarto apresenta o tratamento jurídico acerca das criptomoedas, juntamente com a
análise dos pontos debatidos no Projeto de Lei 3.825/2019 e por último, como o Estado pretende
regular e dispor sobre.
Por fim, o quinto capítulo mostra a conclusão do estudo juntamente com as referências.
18

2 O FENÔMENO BITCOIN

O referido capítulo abordará o desenvolvimento da moeda até as criptomoedas, para


uma melhor compreensão do tema em questão e suas principais características, quais se
tornaram tão atrativas para aqueles que a desejam possuir, realizando uma breve análise sobre
os principais pontos.

2.1 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO SISTEMA ECONÔMICO

Para entender o Projeto de Lei Bitcoin no Brasil é necessário ir ainda mais longe com
as análises acerca do sistema econômico no decurso da história, isto para compreender o debate
que é expresso no referido projeto acerca da regulamentação empreendida pelo Estado nas
práticas e dinâmicas econômicas.

Nesse sentido, a figura destaca o escopo de ideias econômicas que permitem pensar o
papel do Estado como regulador da economia desde diversos vieses e que são importantes para
entender o esforço em regulamentar o mercado de ativos na atualidade.

Figura 2. Estado e economia na história das ideias


19

Fonte: Elaboração própria.

No decurso dos séculos XV e XVII com a expansão comercial, se desenvolveu um dos


pensamentos econômicos sistematizados iniciais expressos como Mercantilismo. Essa
abordagem tinha como precursores pensadores como Thomas Mun (1571-1641), Josiah Child
(1630-1699) e Barthélemy de Laffemas (1545-1612) (SUPRINYAK, 2009).

Acerca do contexto de ideias do mercantilismo, destaca-se:

“O mercantilismo é comumente associado a um conjunto de ideias e propostas de


políticas públicas de natureza econômica, como tais como: balança de pagamentos
favorável, intervenção estatal, acumulação de ouro e prata (Islahi, 2009), preferências
tarifárias exportação, a promoção de uma indústria nacional altamente regulamentada,
o financiamento de viagens de exploração ou a "aventura bruta" para obter riquezas
com a venda de espécies, a importação de metais preciosos ou a fundação de empresas
de navegação comercial. Para Ripol (2002) os principais elementos do pensamento
econômico mercantilista foram o desenvolvimento da indústria, as exportações, a
proteção comercial, os juros baixos, a promoção dos nascimentos ou a intervenção do
Estado. Por outro lado, para Perdices e Reeder (1998) o mercantilismo enfatiza o
aumento da população, o fortalecimento do papel econômico do Estado e a preferência
pelo enriquecimento da nação pelo desenvolvimento de acúmulo de metais.”
(BORGUCCI, 2011, p. 360.)

Este pensamento foi elaborado em um contexto de elevada escassez de metais preciosos


que eram ainda mais importantes formas de troca de valores do que são na atualidade. Nesse
contexto, os Estados-nação concentrariam as suas práticas em estratégias de exportações, sem
muita relevância das importações como mecanismo de ampliar as reservas. Em essa busca pelo
superávit tem início um dos primeiros sistemas de balança comercial (FALCON, 1991).

Com o desenvolvimento do mercantilismo o que se observa no tema da "regulamentação


estatal” está na consolidação de uma postura intervencionista no bojo da economia, com
políticas que impulsionaram determinados monopólios comerciais. Aponta-se que, no decurso
dos séculos XVI e XVII, até mesmo a pena de morte era estipulada aqueles que realizassem a
exportação de ouro e prata (BRUE, 2004).

Rosseti (1986) esclarece que o acúmulo de riquezas no transcurso do mercantilismo


envolve a consideração do conceito de soberania do ente estatal e de suas ações na regulação
das reservas de ouro e prata. Evidencia-se que “A soberania é, por assim dizer, o “coração” do
Estado e para de bater se o Estado é privado do direito à última decisão o – e a soberania não
significa nada diferente disso.” (VOIGT, 2013, p. 105). Brue (2004) assevera que a estipulação
20

da riqueza nacional depende do percentual de riqueza do país, considerando o monopólio do


poder mediante a captação de riquezas do exterior.

Um dos princípios elementos de defesa do mercantilismo se encontra na realização de


medidas protecionistas. Essas medidas são o que estruturam a base do nacionalismo, com o
gerenciamento das exportações e importações para a realização de um controle com vista das
necessidades internas da comunidade social mediante o controle de escassez de determinados
produtos. Rossetti (1986) aponta que a intervenção do Estado inclui a regulação de preços e a
orientação ao mercado mediante práticas de planejamento do governo.

A abordagem dos mercantilistas foi criticada pelos fisiocratas mediante as premissas de


Colbert. Ocorre que a análise de demanda por controle estatal para defender o produto nacional
no mercado, em contraponto com o produto estrangeiro, foi contraposta com a possibilidade de
regulações nas formas de fabricação das manufaturas. Entre essas formas de regulação se
encontrava a aplicação de multas e confiscos (RUBIN, 2014).

Ocorre que no decurso da história das ideias ressalta-se também as contribuições dos
fisiocratas, em contraponto com o mercantilismo. Essa corrente de pensamento, na prática,
expressava as suas premissas mediante a defesa de estratégias de recuperação do setor
agricultura no quadro da economia da França do século XVIII (RUBIN, 2014). Essa época foi
também o pico histórico dessa abordagem histórica, com a presença de reformadores sociais
que defendiam essa postura desde as contribuições teóricas de François Quesnay (1634-1774)
(HUNT, 2013).

Os fisiocratas defendiam de forma central a noção de que existiria uma ordem natural
dentro do pensamento econômico, com a presença de leis da natureza que influenciaram a
organização dos governos e as práticas humanas e sociais, tal como a economia (RIBEIRO;
CANTARINO, 2016).

Nessa abordagem tem-se a estipulação do conceito de laissez-faire elaborado por Vicent


de Gournay. Esse conceito estipulava que a necessidade de liberdade da pessoa impunha a ação
sem a interferência do ente público. Nesse contexto, destaca-se as práticas produtivas no campo
da agricultura, de tal modo que esse seria o mecanismo principal e até mesmo único para a
criação de excedentes (RIBEIRO; CANTARINO, 2016).

O panorama francês, antes da presença dos fisiocratas, se estruturava mediante a


integração de práticas advindas do feudalismo e de um incipiente capitalismo comercial. Nesse
21

contexto, prevalecia a noção de tributação, todavia de forma desorganizada, com prejuízos


oriundos da ineficiência e insatisfações por sua forma excessiva. Ademais, a agricultura se
estabelecia em pequena escala e sem grandes avanços (HUNT, 2013).

Nesse panorama, é notório a construção de privilégios dentro dos setores da indústria e


do comércio que acabam por deflagrar a Revolução Francesa. Os fisiocratas ressaltam, nesse
contexto, as diferenças que permeiam as ações do governo e as bases naturais de leis que
coordenaram como as leis e práticas governamentais deveriam ser (HUNT, 2013).

Ao final do século XIX, os fisiocratas perdem espaço, assim como as contribuições de


Quesnay sobre economia. Nesse cenário passa-se a ressaltar a Escola Clássica e as contribuições
de autores como Adam Smith, Thomas Malthus, David Ricardo, Jeremy Bentham, Marx, entre
outros autores para pensar Estado e economia (RIBEIRO; CANTARINO, 2016).

Malthus trata da teoria da população em um panorama no qual o trabalho infantil era


uma realidade, e se desenhava mediante a jornada laboral de uma criança por 14 (quatorze) a
18 (dezoito) horas. De acordo com o autor, era importante pensar novas formas de organização
da economia, em vista da variável de reprodução da população, os elementos de crise que
apontavam para a superpopulação e a demanda por meios de subsistência (OLIVEIRA;
GENNARI, 2009).

David Ricardo apresenta a teoria do valor-trabalho, com as mercadorias tendo valor


devido à escassez e a quantidade de trabalho essencial para a sua produção. Nessa circunstância,
o trabalho é de extrema importância, assim como é importante o desempenho da máquina e a
sua integração no processo produtivo para aumentar a produção e responder às demandas de
bens (OLIVEIRA; GENNARI, 2009).

Bentham apresenta um histórico de defesas do sufrágio universal, voto secreto e


investimentos públicos. A base de sua teoria se encontra no utilitarismo, apoiado sobre o
hedonismo, no qual se tem a premissa de que os indivíduos sempre perseguem aquilo que
aumenta o prazer e evitam o que lhes causa sofrimento. No campo econômico, isso implica em
maximizar o prazer e minimizar a dor em que o consumo é disposto na balança da aferição do
prazer (OLIVEIRA; GENNARI, 2009).

Marx também é importante nesse quadro de sistematização das ideias econômicas. O


autor é considerado o grande pensador do socialismo, e debruça as suas análises nas noções de
valor-trabalho e mais valia para a construção de uma postura crítica acerca da economia. A
22

teoria do valor-trabalho não é apresentada na determinação de preços, mas na percepção da


comunidade social de que a força do trabalho havia se transformado em um bem de mercado
(LIMA; AMADO; MOLLO, 2016).

O capitalismo nascente e em todo o seu desenvolvimento posterior, desde essa


abordagem, se trataria de um sistema no qual são produzidas mercadorias mediante a noção de
busca pelo lucro máximo. A classe trabalhadora estaria, nesse quadro de dinâmicas das forças
históricas, submetida a venda de sua mão de obra para obtenção de um salário e
consequentemente para a manutenção da vida, já que não seriam detentores de propriedades. O
capitalismo se destaca por transformar o trabalho - e muitos outros aspectos da vida - em
mercadoria (LIMA; AMADO; MOLLO, 2016).

Logo, a economia é estruturada por classes sociais que enfocam a tarefa da produção. A
produção é incrementada mediante aportes tecnológicos, maquinários, pelo desenvolvimento
das habilidades humanas e conflui nas relações de produção. Dentro das relações de produção
é que se encontra estabelecido práticas como os direitos de propriedade, as relações formais e
informais de emprego, a divisão do trabalho e a estruturação da economia (LIMA; AMADO;
MOLLO, 2016).

Destaca-se, ainda, os importantes aportes da teoria Neoclássica, no qual o valor é


disposto como um elemento subjetivo e afastado das qualidades próprias de um produto. Logo,
o valor de algo é determinado pelo sujeito que empreende uma avaliação de um bem. Isso ocorre
de tal modo que, os sujeitos realizam a valorização daquilo que proporciona maior satisfação
às suas necessidades e impacta de forma positiva na preservação da vida (OLIVEIRA;
GENNARI, 2009).

A escola neoclássica conta com pensadores como James Buchanan e Gary Becker, em
um marco, e Joseph Stiglitz e Paul Krugman em outro (CHANG, 2015). A sua base se encontra
na teoria do bem-estar, ademais a noção de causalidade entre Equilíbrio Geral (EG), condições
de Concorrência Pura e Perfeita (CPP) e a eficiência social. Nesse sentido, a noção de eficiência
social se associaria com a realização da justiça, e de modo geral, a teoria do bem-estar se
direcionaria a efetivação do ótimo social (HERSCOVICI, 2015).

Ressalta-se também as proposições oriundas do sistema keynisiano (LIMA; SICSU,


2003), figurando como um dos mais importantes na história do pensamento econômico. A obra
The general theory or employment, interest and money, publicada em 1936 se trata de um marco
na teoria econômica. Keynes desenvolve as suas ideias no período da Grande Depressão com a
23

análise de práticas de macroeconômica e interesse acentuado na taxa decrescente de


crescimento (BRUE, 2006).

Essas disposições históricas e conceituais acerca do sistema econômico são importantes


no debate do Projeto de Lei das Criptomoedas, em vista do esclarecimento da noção de Estado
regulador. Acerca do Estado regulador brasileiro é importante salientar antes de prosseguir com
a análise macro histórica que:

Um exemplo sofisticado de análise crítica do modelo jurídico-institucional do Estado


regulador no Brasil é o conceito de “anéis burocráticos” do Estado. Formulado por
Fernando Henrique Cardoso, esse conceito buscou analisar a organização política da
sociedade brasileira e o papel desempenhado pelo Estado no processo de
industrialização enquanto Estado planejador desenvolvimentista. Do ponto de vista
jurídico-institucional, o Estado regulador brasileiro revelou na sua formação
características do movimento de fortalecimento próprias ao modelo de
desenvolvimento econômico keynesiano. Nesse sentido, o crescimento da burocracia
estatal com vistas ao planejamento racional de várias esferas da vida social e, em
particular, da economia, também ocorreu no Brasil, especialmente por meio da criação
de órgãos de planejamento econômico, autarquias especializadas e empresas estatais.
(MATTOS, 2006, p. 142-143)

Desde os contributos históricos de Keynes, compreende-se que o ideal de disposição


econômica do mundo está em ofertar condições de conforto material, estabilidade política e
liberdade intelectual às nações (FRACALANZA, 2010).

Para Barbosa (2016), existem correntes de pensamentos que afirmam que tais mudanças
que estão ocorrendo no mundo financeiro, de forma como as transações são executadas, irão
reduzir o poder centralizador do monopólio financeiro do Estado enquanto outros afirmam que
isso jamais acontecerá, dado do fato mesmo que haja dificuldade quanto à regularização das
normas, é vital que o Estado esteja presente.

2.2 ESTÁGIOS DA MOEDA

O debate acerca do que consiste a moeda envolve pesquisadores no campo da Economia


há muitas décadas. Essa discussão consiste no principal elemento de divergência dentro das
correntes do pensamento econômico. O modo como certa escola interpreta o conceito de moeda
e a sua função dentro da economia capitalista modula a compreensão da própria estruturação
do sistema, o campo comportamental e objetivo das práticas dos agentes econômicos - ademais,
24

o modo de gestão da política econômica pelo Estado (MATTOS; ABOUCHEDID; SILVA,


2020).

Nesse sentido, ressaltam-se os estágios da moeda:

Figura 3. Estágios da moeda no decurso da história

Fonte: Elaboração própria.

A recente expansão das criptomoedas impõe desafios para a noção de moeda desde as
suas acepções tradicionais pautadas em livros de Macroeconomia e, especialmente na esfera da
Economia Monetária. Os estudos acerca das criptomoedas implicam também nas considerações
de uma unidade de conta, um meio de troca e na esfera da reserva de valor (BERTOLAI;
OLIVEIRA, 2020).

A moeda cumpre a função de estabelecer um nexo social elementar e essencial das


comunidades na modernidade. A sua função implica na criação de coesão crucial ao sistema
econômico, de modo que a moeda também possui uma implicação política. A moeda pode
25

figurar como um elemento de rivalidade e um componente de paz dentro da ordem política


(AGLIETTA, 2016).

Na obra Treatise on Money de J. M. Keynes, aponta que a moeda detém uma primeira
função como unidade de conta, expressando preços e dívidas. Essa função advém da demanda
por medir contratos que contenham um mesmo padrão monetário. Ademais, as moedas também
figuram como meio de pagamento (money itself ou money proper) e como reserva de poder de
compra (MATTOS; ABOUCHEDID; SILVA, 2020). A moeda nasce enquanto substituto para
outras instituições que antes estruturavam as trocas (BERTOLAI; OLIVEIRA, 2020).

2.3 O BITCOIN E A BLOCKCHAIN

Compreender como funciona a “moeda do futuro”, a primeira e maior criptomoeda do


mundo e a tecnologia blockchain pode ser um desafio, visto que é um assunto um tanto quanto
novo que como demonstrado anteriormente, envolvem diversos tipos de áreas, sendo elas:
direito, economia e a ciência da computação.

Para a compreensão do BTC, sigla para o bitcoin, é necessário ressaltar o seu criador,
Satoshi Nakamoto, pseudônimo qual publicou um artigo chamado “Bitcoin: a Peer-to-Peer
Eletronic Cash System” em seu site. Uma breve análise sobre como funciona o sistema P2P:

“Na prática, isso funciona com tráfego de pagamento P2P (peer to peer). Esse tipo
de pagamento não requer um servidor central intermediário.
As vantagens são muitas, já que dispensa possíveis gastos com taxas de transferências,
manutenção de cartão ou tempo de espera nas transações – que muitas das vezes
demoram para ser realizadas quando feitas entre instituições diferentes.
Num sistema P2P não existe uma instituição financeira realizando a mediação.
Sendo assim, as transações são instantâneas e de baixo custo, já que todo o processo
da transação virtual com a criptomoeda é mais simples.” (grifo do autor)
(SANTANDER, 2021, Online).

Destaca-se ainda, a sua criptografia, a blockchain, qual as movimentações de Bitcoin


são publicadas e atualizadas quase instantaneamente em uma espécie de livro-razão, entende-
se que:

“Quando se registram dados em uma blockchain, é extremamente difícil muda-los ou


removê-los. Quando alguém quer acrescentar um registro em um blockchain, também
chamado de transação ou entrada, usuários na rede que têm controle de validação
26

verificam a transação proposta. É aqui que a coisa complica, porque todo blockchain
tem uma interpretação ligeiramente diferente sobre como isso deveria funcionar e
quem pode validar a transação.” (LAURENCE, 2019, p. 8).

As criptomoedas são transacionadas dentro de um sistema de pagamentos


descentralizado (DLT) e sem a incidência de intermediários financeiros (peer-to-peer),
mediante a blockchain. Assim, a validação de cada negócio ocorre não pela validação de uma
instituição específica, mas por um computador ligado à rede de Bitcoin (MATTOS;
ABOUCHEDID; SILVA, 2020).

As criptomoedas podem ser identificadas como algo “natural” e “direto” desde que as
reconheça como moeda e as associe como uma inovação essencial a tecnologia de validação
das transações. Tal tecnologia de legitimação pautada pela tecnologia blockchain e pelo proof-
of-work se estrutura para tornar extremamente caro possíveis fraudes ao sistema contábil. A
inovação se torna ferramenta contra fraudes e dispensa o monitoramento dos sujeitos
implicados no gerenciamento do sistema monetário. Além disso, as criptomoedas se estruturam
no marco da flexibilidade, otimização considerando a escassez, durabilidade e divisibilidade da
moeda (BERTOLAI; OLIVEIRA, 2020).

Para leigos, pode chegar a ser confundida com a moeda digital que seria apenas uma
forma de moeda eletrônica. A seguir um exemplo dessa diferença:

Tabela 1. Comparativo entre Criptomoedas e Moedas Digitais.

Criptomoedas Moedas digitais

Centralização Não possui um órgão São reconhecidas e


específico para controlar controladas pelos órgãos
suas ações. financeiros do país.

Controle de ação Suas transações são Controlada pela instituição


registradas em blockchain. econômica oficial.

Valor É o mercado financeiro que Tem seu valor definido pelo


define seu valor órgão oficial

Segurança São criptografadas o que Possuem seus próprios


torna bem difícil a alteração sistemas contra delitos.
das informações digitais
27

Privacidade Existem moedas no mercado Apresentam suas próprias


que são exclusivas em torno políticas de privacidade.
desse segmento, escondendo
tanto a origem quanto o
destino

Fonte: Elaboração própria.

O Bitcoin, de acordo com Ferreira (2016), possui uma quantidade máxima definida de
moedas, não sendo considerado inflacionário, pois não possui uma autoridade central para criar
uma maior quantidade de “novo” dinheiro para financiar dividas e gastos. Devido ao seu
crescimento finito, por muitas vezes é comparativo a sua escassez com ouro.

Já o sistema utilizado para segurança foi tão bem recebido, que diversas empresas
multinacionais começaram a utilizar a segurança blockchain em alguns setores específicos, seja
para rastreamento ou para garantir uma melhor proteção de dados, como exemplo as empresas
Facebook, Walt Disney, Ford e Walmart (RODRIGUEZ, 2018).
28

3 MOEDAS PARALELAS

Esse capítulo traz a concepção de diferentes tipos de moedas e o seu valor de mercado,
juntamente com uma breve análise sobre a segunda maior criptomoeda, ETHEREUM e as
stablecoins.

3.1 DIFERENTES TIPOS DE CRIPTOATIVOS

Quando o assunto tratado pela maioria das pessoas são criptomoedas, todas vem a mente
a principal e norteadora moeda bitcoin, entretanto é importante ressaltar que ela não é a única
existente neste mercado.

De acordo com Silva (2022), o mercado vem crescendo cada vez mais e é de extrema
importância saber e estudar em qual moeda é investido o dinheiro, segundo a plataforma
CoinMarketCap, já foram criadas cerca de 19.500 criptomoedas diferentes, sendo superior aos
anos anteriores.

Vale lembrar que as diferentes moedas possuem características essências para serem
consideradas criptomoedas, sendo elas: Digitais, Descentralizadas, Coletivas e Seguras.

Além do próprio BTC, há diferentes criptomoedas que possuem um alto valor de


mercado, como é exposto na tabela:
29

Figura 4. Tabela de Capitalização de mercado de Criptoativos.

Fonte: https://br.investing.com/crypto/currencies (07/10/2022)

3.2 ETHEREUM

A moeda denominada ETHEREUM, sendo a segunda criptomoeda com a maior


capitalização de mercado, é “uma plataforma blockchain para criação de aplicativos
descentralizados e transferência de ativos digitais.” (LAMEZI, 2022).

O Ethereum é distinto do Bitcoin pois segue outro segmento, permitindo que


desenvolvedores criem aplicativos descentralizados, de modo simples, utilizando a própria
blockchain do Ethereum para que outros criem criptomoedas.
30

Conforme Lamezi (2022), cerca de 60% dos projetos de criptomoedas são construídos
na estrutura de criptografia do Ethereum.

3.3 SMART CONTRACTS

Os Smart Contracts (Contratos Inteligentes), são programas autoexecutáveis quando


certas condições previamente acordadas entre as partes são atendidas. Sua validação de regras,
de acordo com Okabayashi (2022) são realizadas pela blockchain, garantindo maior segurança
durante todo o processo.

Para uma melhor elucidação, se dispõe:

“Exemplo ilustrativo de smart contract, facilmente percebido, são as máquinas


automáticas de venda de refrigerantes. Se, o contratante inserir a máquina o valor x,
lhe será entregue o produto y. Ou seja, implementada a condição estabelecida pelo
contratado (preço), que será lida pela máquina, em códigos computacionais, tem-se a
contraprestação ao contratante (produto). (EFING, 2018, p. 6).

Sendo assim, por ser um sistema descentralizado, sua autonomia se torna uma vantagem
para aqueles qual estão interessados. O sistema possui suas prós e contras segundo elucida
Lamezi (2022), sendo seus prós a segurança, a não censura, os dados imutáveis e a
disponibilidade, já os seus contras são a sua volatilidade no preço e a sua escalabilidade, pois
possui muito mais funcionalidades do que o Bitcoin, por fim apresentando mais problemas.

3.4 AS STABLECOINS

Assim como qualquer outra criptomoeda, as stablecoins, na tradução literal “moedas


estáveis”, possuem o sistema de segurança blockchain e são digitais, mas sua principal
diferença está na sua volatilidade de preço. As stablecoins são ativos que estão associados a um
ativo estável, como por exemplo itens de valor como o ouro, o euro e o dólar.

Para Velleda (2022), o lastro mais comum das stablecoins é o dólar, chamado de Tether
(USDT), qual sua proporção se baseia de um para um, no qual US$1 da moeda Tether equivale
a U$1 na reserva de garantia.
31

Muitos investidores optam pelas stablecoins por possuir uma menor volatilidade em
comparação a outros criptoativos, permitindo a fuga da inflação de moedas que perdem seu
valor como o real para o euro, preservando o seu poder de compra.

As principais stablecoins são consideradas “estabilizadas”, pois apresentam paridade


com a moeda fiduciária convencional, emitidas por governos e bancos, de acordo com Velleda
(2022).

É valido salientar que para o armazenamento de criptomoedas, seja ela qual for, se faz
necessário de uma carteira digital para ter acesso, havendo diversos tipos de carteiras digitais
disponíveis no mercado, sendo softwares criados para armazenamento de dados bancários que
apenas o próprio dono tem acesso com sua senha única, conhecidas como e-wallet.
32

4 A MOEDA NO AMBITO JURÍDICO

Esse capítulo possui como objetivo demonstrar o tratamento jurídico acerca das
criptomoedas, sendo analisados os pontos levantados pelo Projeto de Lei 3.825/2019, bem
como o Estado pretende regulamentar e dispor sobre.

4.1 REGULAMENTAÇÃO

O sistema monetário e as moedas agregadas consistem em uma criação social, que


evolui no transcurso da história da humanidade, integrando a estrutura de pagamentos e de
práticas comerciais aceitos no globo. Nesse panorama, o Estado figura como agente principal
da emissão da moeda e as moedas nacionais - dispostas como oficiais - são aceitas e
institucionalizadas de forma ampla, todavia com a observação de certas desvantagens
(GONZALEZ, 2020).

A expansão das diferenças econômicas e sociais, o alcance das especulações e da


acumulação, conduzem a contextos de consumo que se tornam insustentáveis. Esse panorama
cria o fenômeno das moedas complementares as oficiais, fixando novos modos de troca
monetária e a sua importância para os interesses dos povos (GONZALEZ, 2020).

No ano de 2008, Satoshi Nakamoto, pseudônimo para designar um indivíduo


desconhecido, fez o lançamento do “Bitcoin”, referindo-se a uma criptomoeda que seria
descentralizada, que estaria direcionada a contrapor o controle exercido pela moeda estatal e
privada, cujo controle se encontrava sob responsabilidade dos bancos e dos Bancos Centrais.
(MATTOS; ABOUCHEDID; SILVA, 2020).

É importante aduzir o conceito de sistema financeiro, como um arcabouço de


instituições e mecanismos financeiros que permitem transferir recursos dos ofertadores finais
em direção aos tomadores finais, e proporciona as condições para que os títulos e valores
mobiliários possuam liquidez no mercado (SILVA, 2016). Ressalta-se que o sistema financeiro
possui extrema relevância no crescimento econômico (PAULA, 2013).

Com relação à elaboração do Bitcoin, é importante dizer que tal criação agrupa as
demandas de coletivos anarquistas atuantes no final do século XX. Tais grupos entendiam que
33

a criptografia consiste em um importante mecanismo para contrapor a regulação e supervisão


presente nas práticas governamentais (MATTOS; ABOUCHEDID; SILVA, 2020).

O transcurso evolutivo do Bitcoin nos anos de 2008 a 2018, todavia criam conflitos com
relação aos objetivos estipulados pelos seus desenvolvedores. Ainda que se observe a expansão
da aceitação de transações nessa criptomoeda, observam-se valorizações abruptas e mudanças
diárias quanto à cotação em vista do dólar que a aproximam de um ativo com finalidades
especulativas. O Bitcoin foi elaborado para contrapor à moeda dos Estados, fixada como
unidade de conta, forma de troca e uma reserva de valor, todavia enfrenta empasses em sua
figuração dentro do sistema monetária da economia capitalista (MATTOS; ABOUCHEDID;
SILVA, 2020).

4.2 RELEVÂNCIA JURÍDICA

A Receita Federal constatou que no ano de 2020 foram movimentados cerca de R$127
bilhões (compra e venda) em criptomoedas (CAMARA DOS DEPUTADOS, 2021), e segundo
Taiar (2021), o Banco central demanda ao congresso que se posicionem sobre o Projeto de Lei
qual versa sobre a regulamentação dos mercados. Sua maior preocupação ao momento é de que
os criptoativos estão sendo usados para a lavagem de dinheiro diante da insuficiência de
regulamentação.

Para o mercado funcionar, foi proposto que houvesse uma prévia autorização de um
órgão ou entidade da Administração Pública Federal das prestadoras de serviços de ativos, por
meio de um procedimento simplificado.

Segundo análise do Senado Federal sobre os conceitos e representações das moedas:

“O texto aprovado traz o conceito de ativo virtual, sendo como “a representação


digital de valor que pode ser negociada ou transferida por meios eletrônicos e
utilizada para realização de pagamentos ou com propósito de investimento”. Com
exceção das moedas nacionais tradicionais e ativos já regulamentados em lei. O
Poder Executivo terá que indicar um órgão da Administração Pública Federal para
definir quais serão os ativos financeiros regulados pela futura lei.” (SENADO
FEDERAL, 2022, Online).
34

Posterior a análise do Senado Federal, segue-se um posicionamento do Banco Central


do Brasil em relação as criptomoedas:

COMUNICADO N° 31.379, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2017


Alerta sobre os riscos decorrentes de operações de guarda e negociação das
denominadas moedas virtuais.
Considerando o crescente interesse dos agentes econômicos (sociedade e instituições)
nas denominadas moedas virtuais, o Banco Central do Brasil alerta que estas não são
emitidas nem garantidas por qualquer autoridade monetária, por isso não têm garantia
de conversão para moedas soberanas, e tampouco são lastreadas em ativo real de
qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores. Seu valor decorre
exclusivamente da confiança conferida pelos indivíduos ao seu emissor.
2. A compra e a guarda das denominadas moedas virtuais com finalidade especulativa
estão sujeitas a riscos imponderáveis, incluindo, nesse caso, a possibilidade de perda
de todo o capital investido, além da típica variação de seu preço. O armazenamento
das moedas virtuais também apresenta o risco de o detentor desses ativos sofrer perdas
patrimoniais.
3. Destaca-se que as moedas virtuais, se utilizadas em atividades ilícitas, podem expor
seus detentores a investigações conduzidas pelas autoridades públicas visando a
apurar as responsabilidades penais e administrativas.
4. As empresas que negociam ou guardam as chamadas moedas virtuais em nome dos
usuários, pessoas naturais ou jurídicas, não são reguladas, autorizadas ou
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil. Não há, no arcabouço legal e
regulatório relacionado com o Sistema Financeiro Nacional, dispositivo específico
sobre moedas virtuais. O Banco Central do Brasil, particularmente, não regula nem
supervisiona operações com moedas virtuais.
5. A denominada moeda virtual não se confunde com a definição de moeda eletrônica
de que trata a Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, e sua regulamentação por meio
de atos normativos editados pelo Banco Central do Brasil, conforme diretrizes do
Conselho Monetário Nacional. Nos termos da definição constante nesse arcabouço
regulatório consideram-se moeda eletrônica “os recursos em reais armazenados em
dispositivo ou sistema eletrônico que permitem ao usuário final efetuar transação de
pagamento”. Moeda eletrônica, portanto, é um modo de expressão de créditos
denominados em reais. Por sua vez, as chamadas moedas virtuais não são
referenciadas em reais ou em outras moedas estabelecidas por governos soberanos.
6. É importante ressaltar que as operações com moedas virtuais e com outros
instrumentos conexos que impliquem transferências internacionais referenciadas em
moedas estrangeiras não afastam a obrigatoriedade de se observar as normas cambiais,
em especial a realização de transações exclusivamente por meio de instituições
autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar no mercado de câmbio.
7. Embora as moedas virtuais tenham sido tema de debate internacional e de
manifestações de autoridades monetárias e de outras autoridades públicas, não foi
identificada, até a presente data, pelos organismos internacionais, a necessidade de
regulamentação desses ativos. No Brasil, por enquanto, não se observam riscos
relevantes para o Sistema Financeiro Nacional. Contudo, o Banco Central do Brasil
permanece atento à evolução do uso das moedas virtuais, bem como acompanha as
discussões nos foros internacionais sobre a matéria para fins de adoção de eventuais
medidas, se for o caso, observadas as atribuições dos órgãos e das entidades
competentes.
8. Por fim, o Banco Central do Brasil afirma seu compromisso de apoiar as inovações
financeiras, inclusive as baseadas em novas tecnologias que tornem o sistema
financeiro mais seguro e eficiente. (BANCO CENTRAL, 2017, Online).
35

Sendo assim, o Banco Central Brasileiro alerta e expõe em seu comunicado que as
criptomoedas ou moedas digitais, não possuem nenhuma garantia por qualquer autoridade
monetária reguladora, cabendo exclusivamente da confiança dos indivíduos ao emissor da
moeda. Continua no comunicado informando a todos que investem na mesma, estão sujeitos a
possibilidade da perca de todo capital investido e a perdas patrimoniais.

Ainda fica explicito que no caso as moedas possam a ser usadas em atividades ilícitas
como a lavagem de dinheiro, poderá conduzir os detentores a sofrer sanções penais após apurar
as devidas responsabilidades.

“Assim, Bitcoin não pode ser classificada como moeda eletrônica e, como
consequência, não está sujeito ao crivo da regulamentação por parte do Banco Central e da Lei
12.865 de 9 de outubro de 2013.” (Pereira, 2016, p.26).

Vale salientar que já houve diversas propostas anteriores sobre o tema das criptomoedas.
De acordo com Blum (2022), o Projeto de Lei 2.303/2015, se objetificava acerca da inclusão
de moedas virtuais e programas de milhagem aérea, já o Projeto de Lei 3.825/2019, tramitava
juntamente com o 3.949/2019 e o 4.207/2020, que segundo Blum, disciplinavam sobre o mesmo
tema.

Sobre os diversos projetos que tramitavam, é de relevância saber que:

“Em 8 de dezembro de 2021, foi aprovada a redação final do PL 2.303/2015 e, no dia


seguinte, foi requerida sua apensação ao PL 3.825/2019, passando a propositura a
tramitar como PL nº 4.401/2021 no Senado, devendo seguir o processo legislativo
nessa Casa. Caso seja aprovado, o projeto seguirá para sanção presidencial. (BLUM,
2022, Online).

4.3 ANÁLISE DO PROJETO DE LEI BITCOIN

Sócrates foi o primeiro pensador a analisar o sujeito como participe de um sistema


social, e ainda, investigar a natureza dessa participação humana e as suas consequências. Na
seara da economia, as contribuições clássicas apontam para a noção de que a tomada de decisão
acerca da estruturação econômica, em uma essência primordial, cabia as decisões institucionais
realizadas pelos governantes da pólis que estariam incumbidos de empreender a estruturação
social e produtiva da sociedade. Ademais, essas premissas de uma regulação econômica se
associariam com uma questão ética, no qual as práticas dos governantes deveriam se alinhar
com propostas de bem-estar social e econômico (ROHDEN; KUSSLER, 2017).
36

Aristóteles foi o primeiro autor a empreender o uso do termo “economia”, em


associação com as noções de felicidade e a virtude. A economia seria o esforço sistemático de
práticas que trazem uma vida equilibrada. Essa noção relaciona-se com o parâmetro utilitarista
no qual a riqueza é observada como um elemento de utilidade para alcançar outras finalidades
sociais e particulares (ARISTOTELES, 1973).

O Estado ideal é definido como um mecanismo político, social e econômico que


proporciona as melhores condições de andamento da vida social em prol da vida dos cidadãos
(GAMEIRO, 2013). Essa autoridade temporal é estruturada por critérios de representação da
sociedade civil. Desde a representação institucional, o Estado possui poder para organizar o
mundo material (BRANCO, 2004), ao qual se inclui os novos fenômenos do sistema financeiro
e econômico.

Ressalta-se que o Estado permite a liberdade dos sujeitos e deve garantir os meios de
concretização dessa liberdade (REALE, 2000). O Estado é o ente responsável por manter e
ordem social, a paz, o direito de propriedade e combater disparidades e injustiças que se
descortinem na vida social; ademais, o Estado promove a defesa do direito, se expressa e tem
as suas limitações definidas mediante a norma jurídica (AZAMBUJA, 2008).

A relevância da atuação do Estado se destaca em vista da resposta a crises emergentes


e no andamento da vida cotidiana. Entende-se que o governo empreende três funções básicas
no gerenciamento dos recursos: a função alocativa, estabilizadora e distributiva no escopo da
economia (MUSGRAVE, 1974).

No campo das criptomoedas essa presença regulatória do Estado também se faz


importante, ao qual se aponta:

O mundo avança na agenda regulatória, e o Brasil não pode ficar para trás. Nossa lei
de criptoativos deve estar em sintonia com os princípios discutidos e aceitos nos países
polos de inovação. A regulação nacional tem que levar em consideração duas
concepções que não são excludentes, e sim complementares: a proteção ao
consumidor-investidor, e o não sufocamento das novas tecnologias. Criptoativos
trazem liberdade financeira para todas as classes sociais, permitindo que qualquer um
tenha ativos digitais. E essa liberdade pressupõe responsabilidade, tanto do governo
de coibir fraudes, quanto do investidor de se educar financeiramente com qualidade”
(SILVA; 2022, online)

Na economia e no sistema financeiro é preciso preservar valores mercantis e a


continuidade das relações de troca (D’ELIA, 2009), desde o entendimento de que a economia
37

abarca valores sociais de modo que, as ações individuais reverberam na construção da


comunidade (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2011). Diante disso, é
importante estabelecer Políticas Econômicas que tanto podem ser estruturadas pelo Poder
Público como pela iniciativa privada (CLARK, 2008).

Posto isso, destaca-se o Projeto de Lei 3.825/2019, elaborado inicialmente pelo senador
Flávio Arns (Podemos-PR) e que trata da regulamentação do mercado nacional de
criptomoedas. Esse projeto visa estruturar a prestação de serviços de ativos virtuais e, ainda,
criar uma regulamentação acerca do funcionamento das empresas que prestam serviços nesse
campo (PORTALIN, 2022).

Ressalta-se que o termo ativo virtual diz respeito a representação digital de um valor
que sofrer negociação ou ser transferido mediante ferramentas digitais. Tais ativos podem ser
empregados para a realização de pagamentos ou ainda para a efetivação de investimentos.
Ademais, se estabelece que o Poder Executivo – enquanto ente que consubstancia a presença
do Estado - indicará um órgão responsável por definir os ativos que serão regulados pela norma
jurídica, sendo este órgão integrante da Administração Pública Federal (PORTALIN, 2022).

O Projeto de Lei n. 3.825/2019 alcança o campo de regulamentação do mercado de


criptoativos em âmbito nacional. Nesse sentido, se trata de um esforço institucional do Estado
e da comunidade civil em estipular conceitos e diretrizes; consolidar um sistema de
licenciamento de Exchanges; efetivar a supervisão e fiscalização do Banco Central e da CVM;
estabelecer práticas reforçadas de combate à lavagem de dinheiro e outras ocorrências lesivas;
definir as penalidades relacionados com uma possível gestão fraudulenta e disciplinar as
operações de criptoativos presentes em plataformas virtuais (SENADO, 2019).

Desde a proposta do referido projeto, popularizado como Projeto de Lei Bitcoin, a


prestação de serviço de ativos virtuais estará submetida ao cumprimento de diretrizes, de modo
que devem empreender um controle e manutenção dos recursos de seus clientes desde as noções
de boa governança, transparência; abordagem baseada em riscos; segurança da informação;
proteção de dados pessoais; proteção e defesa de consumidores; proteção à poupança popular;
solidez e eficiência das operações, entre outros princípios de proteção da ordem econômica
(PORTALIN, 2022).

De forma central, o Projeto de Lei visa combater ocorrências que já se mostraram


alarmantes nesse campo, tal como a lavagem de dinheiro; a ocultação de bens, os danos a
direitos e valores; o combate de organizações criminosas, ao financiamento do terrorismo e
38

venda de armas de destruição em massa. Ademais, referido projeto se alinha com as


estipulações internacionais sobre os ativos virtuais (PORTALIN, 2022).

Esse esforço em regulamentar as criptomoedas no país cria impactos positivos no


mercado e nas empresas, visto que criar mecanismos de proteção do investidor, de diminuição
do impacto ambiental em vista da mineração de ativos digitais, e de definição das diretrizes
para a atuação das corretoras, casas de câmbio e outras prestadoras de serviços (SILVA, 2022).

Sobre as moedas eletrônicas Ishikawa (2020) comenta que:

“[...] no Brasil temos uma legislação específica para um tipo de moeda virtual, as
moedas eletrônicas, pois o Estado brasileiro aceita a existência das moedas eletrônicas
e a possibilidade de serem utilizadas como meio de pagamento, além disso, também
já classificou qualquer tipo de moeda eletrônica como “equiparável a ativos
financeiros” o que quer dizer que deve ser declarada ao fisco na declaração de imposto
de renda”

A declaração de criptoativos é disciplinada pela INSTRUÇÃO NORMATIVA


RFB Nº 1888, de 03 de maio de 2019, no qual de acordo com o site oficial do governo, são
obrigados a prestar este serviço as exchanges domiciliadas no Brasil e pessoas físicas ou
jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil, caso contrário, aplicar-se-á as penalidades
dispostas no informativo, quais são:

Art. 10. A pessoa física ou jurídica que deixar de prestar as informações a que estiver
obrigada, nos termos do art. 6º, ou que prestá-las fora dos prazos fixados no art. 8º, ou
que omitir informações ou prestar informações inexatas, incompletas ou incorretas,
ficará sujeita às seguintes multas, conforme o caso:
I - pela prestação extemporânea:
a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês ou fração de mês, se o declarante for pessoa
jurídica em início de atividade, imune ou isenta, optante pelo Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas
e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, ou que na última declaração apresentada tenha
apurado o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) com base no lucro
presumido;
b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês ou fração de mês, se o declarante for
pessoa jurídica não incluída na alínea “a”; ou
c) R$ 100,00 (cem reais) por mês ou fração, se pessoa física;
II - pela prestação com informações inexatas, incompletas ou incorretas ou com
omissão de informação:
a) 3% (três por cento) do valor da operação a que se refere a informação omitida,
inexata, incorreta ou incompleta, não inferior a R$ 100,00 (cem reais), se o declarante
for pessoa jurídica; ou
b) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) do valor da operação a que se refere
a informação omitida, inexata, incorreta ou incompleta, se o declarante for pessoa
física; e
III - pelo não cumprimento à intimação da RFB para cumprir obrigação acessória ou
para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela autoridade fiscal, o valor de
R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário;
39

§ 1º A multa prevista na alínea “a” do inciso II do caput será reduzida em 70% (setenta
por cento) se o declarante for pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional.
§ 2º A multa prevista na alínea “b” do inciso I do caput será aplicada também, em
caso de apresentação das informações fora do prazo previsto no art. 8º, à pessoa
jurídica que na última declaração tenha utilizado mais de uma forma de apuração do
lucro ou tenha realizado operação de reorganização societária.
§ 3º A multa prevista no inciso I do caput será reduzida à metade nos casos em que a
obrigação acessória for cumprida antes de qualquer procedimento de ofício.
Art. 11. Sem prejuízo da aplicação da multa prevista no inciso II do caput do art. 10,
poderá ser formalizada comunicação ao Ministério Público Federal, quando houver
indícios da ocorrência dos crimes previstos no art. 1º da Lei nº 9.613, de 3 de março
de 1998.

Segundo Castello (2022), é possível extrairmos conhecimento pela experiência


europeia, no qual classificam as operações do bitcoin como moeda estrangeira, impactando
diretamente nas normas tributárias aplicáveis às operações, se aplicando também nas operações
de criptomoedas. Caso o legislativo vigente acate a ideia, aquele qual negocia bitcoin saberá
das obrigações tributárias decorrentes das operações, se respaldando numa maior segurança
jurídica.
Para uma melhor elucidação sobre a disposta situação das criptomoedas no sistema
judiciário brasileiro, compreendemos uma breve análise jurisprudencial:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RESSARCIMENTO POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. NEGOCIAÇÃO DE
CRIPTOMOEDAS. AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO. BLOQUEIO DE
VALORES. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA.
1. Exchanges são ambientes que possibilitam a compra e venda de criptomoedas. Cada
exchange estabelece suas próprias taxas, custos e formas de pagamento e, apesar de
funcionarem como corretoras de investimentos, não possuem regulamentação em
nosso ordenamento jurídico.
2. Muito embora tais operações aparentem ter vantagem de obtenção de lucros acima
da média, possuem riscos inerentes aos investimentos financeiros, de modo que
investidor deve ter em mente o alto risco nessas operações.
3. A natureza e a complexidade das questões envolvendo a compra e venda de
criptomoedas demonstram a necessidade de dilação probatória e impedem que seja
deferido o pedido de bloqueio de valores em sede de antecipação dos efeitos da tutela
recursal.
4. Agravo de instrumento desprovido. (grifo do autor) (TJ-DF, XXXXX-
50.2020.8.07.0000, Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Relator Desembargador
HECTOR VALVERDE SANTANA, 2020).

No relatório é disposto que, a ação é movida em razão de ressarcimento por danos


materiais e morais no qual os agravantes investiram suas economias, situação essa que em
contrapartida, os agravados prometeram o dobro do capital investido dentro do prazo máximo
de 6 meses, caso esse em que o fato não se concretizou.
40

Nos votos do referido processo, o Relator Desembargador Hector Valverde Santana


(2020) dispõe:
“As empresas que negociam ou guardam as chamadas moedas virtuais em nome dos
usuários, pessoas naturais ou jurídicas, não são reguladas, autorizadas ou
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil. Não há arcabouço legal e regulatório
relacionado com o Sistema Financeiro Nacional, dispositivo específico sobre moedas
virtuais. o Banco Central do Brasil, particularmente, não regula nem supervisiona
operações com moedas virtuais"

Sendo assim, fica evidenciado que nenhuma pessoa, seja ela natural ou jurídica, a qual
invista o seu capital nos ativos digitais, terá o seu direito financeiro assegurado por nenhum
meio legal onde se respaldar.

A fim de conceder uma maior gama de cognição jurídica acerca dos criptoativos, cabe
ressaltar de forma sucinta que alguns juízes já admitem as moedas como bens penhoráveis e
tramita até mesmo o Projeto de Lei 1.600/22 sobre o referido tema. No caso da penhora, em
processos de execução, é analisado o critério do artigo 835 do Código de Processo Civil que
dispõe:

Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:


I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
[...]
XIII - outros direitos.
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar
a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e
o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da
inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada
em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado
da penhora.

Compreende-se que um dos maiores problemas para a penhora entre os devedores é o


obstáculo para encontrar bens penhoráveis, e é nesse sentido que decisões de magistrados foram
realizadas, vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE SENTENÇA - HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS - GARANTIA DO JUÍZO - OFERTA DE CRIPTOATIVOS À
PENHORA - RECUSA MOTIVADA DO ESTADO - BEM NÃO
REGULAMENTADO PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES E NÃO LISTADO NO
ART. 835 DO CPC- EXISTÊNCIA DE VEÍCULOS DE PROPRIEDADE DA
EXECUTADA - AUSÊNCIA DE CERTEZA QUANTO À TITULARIDADE DA
CRIPTOMOEDA - POSSIBILIDADE DE SAQUE E DEPÓSITO DO VALOR
INTEGRAL DO DÉBITO - PRECEDENTES DESTA C. 2ª CÂMARA QUE VÃO
EM SENTIDO CONTRÁRIO AO DA PRETENSÃO DA EXECUTADA -
RECURSO DESPROVIDO.
41

(TJSP; Agravo de Instrumento 2083361-12.2022.8.26.0000; Relator (a):


Achile Alesina; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível –
8ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/04/2022; Data de Registro: 27/04/2022)

Conclui-se que, em um futuro não tão distante, quando a penhora pela plataforma
SISBAJUD que é responsável pela localização de bens, recursos bancários, investimentos, etc,
integrará em seu rol associado a uma regulamentação, o negócio de criptoativos para a penhora.
42

5 CONCLUSÃO

O objetivo dessa monografia foi analisar os possíveis efeitos jurídicos através do Projeto
de Lei Bitcoin, qual para se atingir o propósito, foi necessário relembrar o contexto histórico
acerca dos primórdios do mercantilismo, do desenvolvimento da moeda, até o advento das
criptomoedas. Essas disposições históricas e conceituais acerca do sistema econômico são
importantes, em vista do esclarecimento da noção de Estado regulador.

A evolução e desenvolvimento da sociedade foi atrelada ao progresso da moeda, qual


em tempos antigos, em uma época onde o escambo, mercadorias e metais eram usados como
moeda de troca, nunca se imaginaria em um tipo de moeda digital que ainda houvesse valor
ligado a ela.

Entretanto, no ano de 2008, quando Satoshi Nakamoto estreou ao mundo em seu site o
White-paper “Bitcoin: a Peer-to-Peer Eletronic Cash System”, o Bitcoin ganhou sua vida, por
mais que ainda estivesse no seu breve início, foi ele quem introduziu o sistema de moedas
digitais criptografadas, cujo intuito de sua criação, o Bitcoin, era para funcionar como uma
moeda sem um órgão centralizador, desatrelado a instituição financeira alguma, usada como
intermédio para a troca entre duas ou mais pessoas.

A procura pela moeda do “futuro” ao passar da década foi massiva, tomando proporções
nunca se quer imaginadas antes, sua valorização inesperada tornou diversas pessoas qual em
seu início pacato, milionárias sem mover um simples dedo, apenas por possui-las e
supervalorizarem. Uma moeda que em seus anos iniciais valerá míseros centavos de dólares e
nos dias atuais, apenas uma única moeda de BTC (bitcoin), equivalem a U$18.350,00 dólares
ou R$94.563,00 reais, um número muito expressivo para o mundo todo.

Na mesma convicção, diversos outros visionários decidiram investir suas ideias na


criação de outras criptomoedas, pois apostaram na ideia do Bitcoin, sem um órgão fiscalizador
governamental, como a moeda Ethereum, qual aproveitou o sistema de blockchain e
implementou diversas outras funcionalidades, chegando a se tornar a segunda maior moeda em
capitalização de mercado.

Estima-se que há cerca de 19.500 criptomoedas diferentes, sendo cada uma, única, com
sua capitalização de mercado diferente das outras. Destaca-se as chamadas Stablecoins, qual o
seu pretexto era que a moeda se basearia em um ativo estável, podendo ser o euro, dólar, etc.
43

Sua diferença entre as criptomoedas é a sua estabilidade, pois não possui uma flutuação de
preço em comparação aos criptoativos.

Em suma, a criação da moeda Bitcoin foi uma elaboração tecnológica de modo a


contrapor o controle estatal sobre a moeda tradicional, sendo uma preocupação a economia,
pois não possui de uma regulação específica a ponto de ser fiscalizada.

O Estado ao analisar a enorme movimentação de capital decorrente das transições de


criptoativos, se posicionou em relação ao problema principal e até nos dias atuais debatem ainda
sobre temas relacionados a regulamentação, alteração de leis e crimes digitais.

Hoje em dia é extremamente comum diversas pessoas que possuem um capital extra, se
interessarem em obter uma renda passiva ou até mesmo extra por diversos meios legais e ilegais,
sendo um dos mais comuns atualmente o investimento em criptomoedas. Entretanto, a maior
aflição da visão do Estado em relação a isso, seria que seus cidadãos estariam desamparados
por uma norma regulamentadora, ocasionando diversas percas desnecessárias de economias
quais tanto colocam seu esforço para conseguir.

É prudente falar de uma fiscalização sobre uma moeda que não há nenhum parâmetro
legal para se sustentar, a segurança jurídica é essencial para uma maior transparência e um
ambiente mais seguro com normas bem definidas, há de se falar no afastamento de pessoas que
não são a favor de uma regulamentação pois a criação das mesmas foi visada como uma forma
de “fugir” do poder do Estado.

Todavia apesar de toda turbulência jurídica, acredita-se que a sua regulamentação irá
beneficiar e trazer mais pessoas para este tipo de investimento, dando um maior conforto e
possuir a quem recorrer.

Pensar na economia e na transformação dos sistemas financeiros no decurso do tempo


se trata de pensar na questão da felicidade e da virtude no âmbito social, de construção de um
bem comum e da forma como a riqueza se estabelece na sociedade para alavancar outras
práticas de bem estar e satisfação ao ser humano. Na atualidade, o pensamento econômico e
financeiro demanda pensar a questão das criptomoedas e como a tecnologia transformou os
mecanismos de troca e valor.

Assim, o presente trabalho se esforçou em analisar as proposições do Projeto de Lei das


Criptomoedas mediante a análise aprofundada das bases econômicas que norteiam as relações
entre Estado e economia. O campo da regulação das dinâmicas financeiras que é empreendida
44

pelo Estado ao propor o referido projeto de lei, detém uma base no desenvolvimento das teorias
econômicas, institucionais e jurídicas expostas nesse trabalho.

Conclui-se que, se faz necessário de uma regulamentação para que o amparo jurídico
ocorra, uma segurança jurídica para aqueles que são lesados em diversas ocasiões em que se
fez necessário um órgão fiscalizador para a sua própria proteção, deste modo, todo aquele que
possuir interesse genuíno em investimento em criptoativos, terá seu capital resguardado pelo
Estado, evitando possíveis golpes e fraudes.
45

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12.2022.8.26.0000. AGRAVO DE INSTRUMENTO – indeferimento de ofício às corretoras
e instituições, a fim de obter informações a respeito de existência de criptomoedas em nome
dos executados para posterior penhora – indeferimento – admissibilidade – a
responsabilidade de indicar bens passíveis de penhora é do exequente – inteligência do art.
798, I, ‘c’, do CPC – ordem de bens para penhora – inteligência do artigo 835 do CPC –
50

criptomoedas não são tidas como moedas, tampouco consideradas como valor mobiliário –
entendimento do STJ – decisão mantida – recurso não provido. Relator: LUCIANA
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