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Tubarão
2022
ÁLVARO SILVA GARCIA
Tubarão
2022
ÁLVARO SILVA GARCIA
______________________________________________________
Professor e orientador Agenor de Lima Bento, MSc.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Professor Irau Oliveira de Souza Neto, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Iago Pereira Covre, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
TERMO DE ISENÇÃO DE
RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico e referencial conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Sul de
Santa Catarina, a Coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o Orientador
de todo e qualquer reflexo acerca deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em
caso de plágio comprovado do trabalho monográfico.
______________________________________________________
ÁLVARO SILVA GARCIA
Dedico todo esforço aqui inserido à minha
Rainha qual eu chamo de mãe, Mariléa da
Silva.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me proporcionado o Dom da vida e por chegar
até neste exato momento. A minha belíssima família qual me prestou todo o suporte do mundo
para que eu realizasse este momento, pelas conversas e paciência durante todos estes anos.
Agradeço aos meus professores, aos mestres do conhecimento que contribuíram para o
meu aprendizado durante essa jornada acadêmica e em especial o meu querido orientador.
E por último a minha instituição qual passei meus últimos anos e me proporcionou
diversos momentos inesquecíveis e amizades qual sei certamente que levarei para o resto da
vida.
“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você
conquista.” (Aldo Novak)
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem como objeto de estudo o bitcoin cuja
premissa é ser uma moeda descentralizada e virtual, juntamente com estudo e análise da sua
relevância jurídica na sua contemporaneidade. O tema foi desenvolvido através de uma
pesquisa científica sobre a evolução da a moeda e a sua definição, o conceito Bitcoin juntamente
com o seu comércio e como são realizadas as transações, diferentes tipos de moedas virtuais e
o seu alcance global, fatores que influenciaram grandes investidores do mercado financeiro a
mudarem sua concepção e aderirem sobre a nova ótica de moeda virtual e a regulamentação e
análise sobre a moeda no âmbito jurídico do Projeto de Lei 3.825/2019. Por fim, apresenta-se
a conclusão analisando as proposições do Projeto de Lei mediante análise aprofundada das
bases econômicas que norteiam as relações entre Estado e economia.
The present course conclusion paper has as object of study bitcoin whose premise is to
be a decentralized and virtual currency, together with study and analysis of its legal relevance
in its contemporaneity. The theme was developed through scientific research on the evolution
of the currency and its definition, the Bitcoin concept together with its trade and how
transactions are carried out, different types of virtual currencies and their global reach, factors
that influenced large investors in the financial market to change their design and adhere to the
new perspective of virtual currency and the regulation and analysis of the currency in the legal
sphere of Bill 3.825/2019. Finally, the conclusion is presented analyzing the propositions of the
Bill through an in-depth analysis of the economic bases that guide the relations between state
and economy.
1 INTRODUÇÃO
Essa monografia trata das criptomoedas, nomenclatura usada para se referir a moeda
digital, são compostas por uma criptografia para garantir a proteção e segurança de quem a
utiliza. Para GOMES e col. (2021, p.) “As criptomoedas são uma espécie de moeda virtual
universal, descentralizada, criptografada, de fluxo aberto e conversibilidade bidirecional”.
Entretanto, para o Banco Central Europeu, há três tipos de moedas virtuais que podem
depender da interação com as moedas tradicionais. São elas: moedas virtuais que apenas são
utilizadas em jogos: um exemplo seria um jogo online como World of Warcraft; moedas virtuais
que estão unilateralmente ligadas a economia real: há uma taxa para a compra dessas moedas
que podem ser usadas posteriormente para a compra de bens e serviços virtuais, um exemplo
seria carteiras de empresas que oferecem recompensas como pontos para a troca de produtos;
moedas virtuais ligadas bilateralmente a economia real: também há uma taxa de conversão,
tanto para compra como venda, podendo ser usada para a compra de bens, serviços virtuais e
reais, exemplo: o bitcoin, sendo utilizado no mundo todo como uma moeda de compra e venda
a diversos serviços e bens (ECB, 2012).
Entre os tipos de moedas existentes no mercado, existe uma que se destaca pelo uso da
criptografia à aplicação de segurança, dificultando a falsificação, sendo que difere das moedas
virtuais, e projetadas para substituir a moeda fiduciária convencional, tornando-a global
(DABROWSKI; JANIKOWSKI, 2018).
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Essas moedas utilizam o sistema de blockchain (cadeia de blocos), que funciona como
um livro caixa, contendo todas as transações feitas em bitcoin desde 2009 até nos dias atuais.
De acordo com Moraes (2021, p.16) “Temos que imaginar o blockchain como um grande banco
de dados distribuído que permite, no caso do Bitcoin, registrar transações em blocos que podem
ser acessíveis por diferentes servidores. Como o Blockchain é distribuído, não existe um nó
controlador ou um ponto central que controla as transações”.
O interesse sobre a moeda foi tão grande que sua valorização subiu mais de 10 vezes,
de uma cotação de 1 BTC = 0,008 USD para 1 BTC = 0,08 USD. Atrelado a essa grande
“explosão” da moeda, foi aberto uma “Exchange” japonesa grande chamada MTGOX para a
venda e compra da moeda. As Exchange são empresas que permitem que os clientes negociem
criptomoedas ou moedas digitais por outros ativos, como a moeda fiduciária convencional ou
outras moedas digitais.
Durante anos, a empresa MTGOX foi responsável por 70% das transações de BTC,
tornando-se a maior empresa de comercialização. Entretanto, em 2014, a bolsa quebrou,
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alegando que 850.000 BTC pertencentes a empresa foram roubados. Estima-se que o valor total
seria equivalente a 450 milhões de dólares.
Mt. Gox insiste em 'bug' no bitcoin. Em uma carta publicada em seu site, a Mt. Gox
insistiu que o roubo de suas moedas ocorreu por conta de um "bug" (erro) no bitcoin.
Essa informação não é exatamente verdadeira, pelo menos de acordo com o que se
sabe até o momento. As moedas da Mt. Gox teriam sido roubadas porque o sistema
da Mt. Gox não era capaz de identificar certas transações que foram de fato efetuadas.
Com isso, um hacker podia solicitar bitcoins, receber as moedas e, ao mesmo tempo,
convencer o sistema da Mt. Gox de que a transação nunca ocorreu. (ROHR, 2014,
Online).
Visto sua popularidade enorme, diversos países tomaram conhecimento sobre a mesma
e posicionaram-se sendo alguns contras e outros a favor. O principal ponto contrário dos países
era que o BTC, visto como uma moeda descentralizada e anônima, não apoiada pelo governo,
não possuía uma entidade legal a qual tenha suporte. Dessa forma, não pode ser trocada por
ouro ou por qualquer outro tipo de mercadoria (GRINBERG, 2021).
Entretanto, vale ressaltar que todos os registros estão no livro-razão desde a primeira
transação feitas em 2009, sendo tecnicamente inviável, embora muito complexo e caro
identificar as partes por trás de uma transação de bitcoin reunindo fatores que acompanham
essa transação (FIEDLER; UNEY, 2018). Para que funcione esse mercado, não há a
necessidade de uma entidade central, basta adicionar transações ao livro-razão e um
computador, celular, etc. que possa ter acesso ao software das Exchanges (CHAVES, 2021).
Desse modo, busca-se resposta para a seguinte pergunta de pesquisa: Quais os possíveis
efeitos jurídicos do Projeto de Lei Bitcoin ou da intervenção estatal sobre as criptomoedas
(moedas virtuais)?
Nessa perspectiva, essa monografia encontra justificativas para a sua realização, como
as que se expõe diante do exposto, sabendo que a existência das moedas é uma realidade,
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Sendo assim, faz-se necessário discutir e compreender melhor o tema a fim de esclarecer
as dúvidas de muitas pessoas do mundo todo, especialmente no Brasil. Atualmente, o debate
tem foco e discussões em níveis constitucionais, ligados a economia, ordinários e tributários,
devido a inexistência de um órgão central fiscalizador.
Ante o exposto, essa monografia tem por objetivo geral: Analisar os possíveis efeitos
jurídicos através do Projeto de Lei 3.825/19 (Bitcoin).
Embora o assunto sobre o tema seja de extrema relevância no cenário atual, até o
presente momento não foram encontradas grandes literaturas quais discutem sobre o assunto no
contexto em que o tema é apresentado, abordando deste modo apenas as informações mais
pertinentes em relação ao mesmo.
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Desse modo, essa monografia conta com cinco capítulos. O primeiro traz a introdução,
onde se expõem o tema, o problema, a hipótese, a justificativa, os objetivos e o delineamento
da pesquisa.
O segundo capítulo abordado, trata acerca do desenvolvimento histórico da moeda até
o momento de criação das criptomoedas.
O terceiro capítulo trata acerca das moedas paralelas e seus diferentes tipos de
criptoativos, uma breve análise da segunda maior moeda em capitalização, o Ethereum e as
chamadas Stable Coins.
O quarto apresenta o tratamento jurídico acerca das criptomoedas, juntamente com a
análise dos pontos debatidos no Projeto de Lei 3.825/2019 e por último, como o Estado pretende
regular e dispor sobre.
Por fim, o quinto capítulo mostra a conclusão do estudo juntamente com as referências.
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2 O FENÔMENO BITCOIN
Para entender o Projeto de Lei Bitcoin no Brasil é necessário ir ainda mais longe com
as análises acerca do sistema econômico no decurso da história, isto para compreender o debate
que é expresso no referido projeto acerca da regulamentação empreendida pelo Estado nas
práticas e dinâmicas econômicas.
Nesse sentido, a figura destaca o escopo de ideias econômicas que permitem pensar o
papel do Estado como regulador da economia desde diversos vieses e que são importantes para
entender o esforço em regulamentar o mercado de ativos na atualidade.
Ocorre que no decurso da história das ideias ressalta-se também as contribuições dos
fisiocratas, em contraponto com o mercantilismo. Essa corrente de pensamento, na prática,
expressava as suas premissas mediante a defesa de estratégias de recuperação do setor
agricultura no quadro da economia da França do século XVIII (RUBIN, 2014). Essa época foi
também o pico histórico dessa abordagem histórica, com a presença de reformadores sociais
que defendiam essa postura desde as contribuições teóricas de François Quesnay (1634-1774)
(HUNT, 2013).
Os fisiocratas defendiam de forma central a noção de que existiria uma ordem natural
dentro do pensamento econômico, com a presença de leis da natureza que influenciaram a
organização dos governos e as práticas humanas e sociais, tal como a economia (RIBEIRO;
CANTARINO, 2016).
Logo, a economia é estruturada por classes sociais que enfocam a tarefa da produção. A
produção é incrementada mediante aportes tecnológicos, maquinários, pelo desenvolvimento
das habilidades humanas e conflui nas relações de produção. Dentro das relações de produção
é que se encontra estabelecido práticas como os direitos de propriedade, as relações formais e
informais de emprego, a divisão do trabalho e a estruturação da economia (LIMA; AMADO;
MOLLO, 2016).
A escola neoclássica conta com pensadores como James Buchanan e Gary Becker, em
um marco, e Joseph Stiglitz e Paul Krugman em outro (CHANG, 2015). A sua base se encontra
na teoria do bem-estar, ademais a noção de causalidade entre Equilíbrio Geral (EG), condições
de Concorrência Pura e Perfeita (CPP) e a eficiência social. Nesse sentido, a noção de eficiência
social se associaria com a realização da justiça, e de modo geral, a teoria do bem-estar se
direcionaria a efetivação do ótimo social (HERSCOVICI, 2015).
Para Barbosa (2016), existem correntes de pensamentos que afirmam que tais mudanças
que estão ocorrendo no mundo financeiro, de forma como as transações são executadas, irão
reduzir o poder centralizador do monopólio financeiro do Estado enquanto outros afirmam que
isso jamais acontecerá, dado do fato mesmo que haja dificuldade quanto à regularização das
normas, é vital que o Estado esteja presente.
A recente expansão das criptomoedas impõe desafios para a noção de moeda desde as
suas acepções tradicionais pautadas em livros de Macroeconomia e, especialmente na esfera da
Economia Monetária. Os estudos acerca das criptomoedas implicam também nas considerações
de uma unidade de conta, um meio de troca e na esfera da reserva de valor (BERTOLAI;
OLIVEIRA, 2020).
Na obra Treatise on Money de J. M. Keynes, aponta que a moeda detém uma primeira
função como unidade de conta, expressando preços e dívidas. Essa função advém da demanda
por medir contratos que contenham um mesmo padrão monetário. Ademais, as moedas também
figuram como meio de pagamento (money itself ou money proper) e como reserva de poder de
compra (MATTOS; ABOUCHEDID; SILVA, 2020). A moeda nasce enquanto substituto para
outras instituições que antes estruturavam as trocas (BERTOLAI; OLIVEIRA, 2020).
Para a compreensão do BTC, sigla para o bitcoin, é necessário ressaltar o seu criador,
Satoshi Nakamoto, pseudônimo qual publicou um artigo chamado “Bitcoin: a Peer-to-Peer
Eletronic Cash System” em seu site. Uma breve análise sobre como funciona o sistema P2P:
“Na prática, isso funciona com tráfego de pagamento P2P (peer to peer). Esse tipo
de pagamento não requer um servidor central intermediário.
As vantagens são muitas, já que dispensa possíveis gastos com taxas de transferências,
manutenção de cartão ou tempo de espera nas transações – que muitas das vezes
demoram para ser realizadas quando feitas entre instituições diferentes.
Num sistema P2P não existe uma instituição financeira realizando a mediação.
Sendo assim, as transações são instantâneas e de baixo custo, já que todo o processo
da transação virtual com a criptomoeda é mais simples.” (grifo do autor)
(SANTANDER, 2021, Online).
verificam a transação proposta. É aqui que a coisa complica, porque todo blockchain
tem uma interpretação ligeiramente diferente sobre como isso deveria funcionar e
quem pode validar a transação.” (LAURENCE, 2019, p. 8).
As criptomoedas podem ser identificadas como algo “natural” e “direto” desde que as
reconheça como moeda e as associe como uma inovação essencial a tecnologia de validação
das transações. Tal tecnologia de legitimação pautada pela tecnologia blockchain e pelo proof-
of-work se estrutura para tornar extremamente caro possíveis fraudes ao sistema contábil. A
inovação se torna ferramenta contra fraudes e dispensa o monitoramento dos sujeitos
implicados no gerenciamento do sistema monetário. Além disso, as criptomoedas se estruturam
no marco da flexibilidade, otimização considerando a escassez, durabilidade e divisibilidade da
moeda (BERTOLAI; OLIVEIRA, 2020).
Para leigos, pode chegar a ser confundida com a moeda digital que seria apenas uma
forma de moeda eletrônica. A seguir um exemplo dessa diferença:
O Bitcoin, de acordo com Ferreira (2016), possui uma quantidade máxima definida de
moedas, não sendo considerado inflacionário, pois não possui uma autoridade central para criar
uma maior quantidade de “novo” dinheiro para financiar dividas e gastos. Devido ao seu
crescimento finito, por muitas vezes é comparativo a sua escassez com ouro.
Já o sistema utilizado para segurança foi tão bem recebido, que diversas empresas
multinacionais começaram a utilizar a segurança blockchain em alguns setores específicos, seja
para rastreamento ou para garantir uma melhor proteção de dados, como exemplo as empresas
Facebook, Walt Disney, Ford e Walmart (RODRIGUEZ, 2018).
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3 MOEDAS PARALELAS
Esse capítulo traz a concepção de diferentes tipos de moedas e o seu valor de mercado,
juntamente com uma breve análise sobre a segunda maior criptomoeda, ETHEREUM e as
stablecoins.
Quando o assunto tratado pela maioria das pessoas são criptomoedas, todas vem a mente
a principal e norteadora moeda bitcoin, entretanto é importante ressaltar que ela não é a única
existente neste mercado.
De acordo com Silva (2022), o mercado vem crescendo cada vez mais e é de extrema
importância saber e estudar em qual moeda é investido o dinheiro, segundo a plataforma
CoinMarketCap, já foram criadas cerca de 19.500 criptomoedas diferentes, sendo superior aos
anos anteriores.
Vale lembrar que as diferentes moedas possuem características essências para serem
consideradas criptomoedas, sendo elas: Digitais, Descentralizadas, Coletivas e Seguras.
3.2 ETHEREUM
Conforme Lamezi (2022), cerca de 60% dos projetos de criptomoedas são construídos
na estrutura de criptografia do Ethereum.
Sendo assim, por ser um sistema descentralizado, sua autonomia se torna uma vantagem
para aqueles qual estão interessados. O sistema possui suas prós e contras segundo elucida
Lamezi (2022), sendo seus prós a segurança, a não censura, os dados imutáveis e a
disponibilidade, já os seus contras são a sua volatilidade no preço e a sua escalabilidade, pois
possui muito mais funcionalidades do que o Bitcoin, por fim apresentando mais problemas.
3.4 AS STABLECOINS
Para Velleda (2022), o lastro mais comum das stablecoins é o dólar, chamado de Tether
(USDT), qual sua proporção se baseia de um para um, no qual US$1 da moeda Tether equivale
a U$1 na reserva de garantia.
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Muitos investidores optam pelas stablecoins por possuir uma menor volatilidade em
comparação a outros criptoativos, permitindo a fuga da inflação de moedas que perdem seu
valor como o real para o euro, preservando o seu poder de compra.
É valido salientar que para o armazenamento de criptomoedas, seja ela qual for, se faz
necessário de uma carteira digital para ter acesso, havendo diversos tipos de carteiras digitais
disponíveis no mercado, sendo softwares criados para armazenamento de dados bancários que
apenas o próprio dono tem acesso com sua senha única, conhecidas como e-wallet.
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Esse capítulo possui como objetivo demonstrar o tratamento jurídico acerca das
criptomoedas, sendo analisados os pontos levantados pelo Projeto de Lei 3.825/2019, bem
como o Estado pretende regulamentar e dispor sobre.
4.1 REGULAMENTAÇÃO
Com relação à elaboração do Bitcoin, é importante dizer que tal criação agrupa as
demandas de coletivos anarquistas atuantes no final do século XX. Tais grupos entendiam que
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O transcurso evolutivo do Bitcoin nos anos de 2008 a 2018, todavia criam conflitos com
relação aos objetivos estipulados pelos seus desenvolvedores. Ainda que se observe a expansão
da aceitação de transações nessa criptomoeda, observam-se valorizações abruptas e mudanças
diárias quanto à cotação em vista do dólar que a aproximam de um ativo com finalidades
especulativas. O Bitcoin foi elaborado para contrapor à moeda dos Estados, fixada como
unidade de conta, forma de troca e uma reserva de valor, todavia enfrenta empasses em sua
figuração dentro do sistema monetária da economia capitalista (MATTOS; ABOUCHEDID;
SILVA, 2020).
A Receita Federal constatou que no ano de 2020 foram movimentados cerca de R$127
bilhões (compra e venda) em criptomoedas (CAMARA DOS DEPUTADOS, 2021), e segundo
Taiar (2021), o Banco central demanda ao congresso que se posicionem sobre o Projeto de Lei
qual versa sobre a regulamentação dos mercados. Sua maior preocupação ao momento é de que
os criptoativos estão sendo usados para a lavagem de dinheiro diante da insuficiência de
regulamentação.
Para o mercado funcionar, foi proposto que houvesse uma prévia autorização de um
órgão ou entidade da Administração Pública Federal das prestadoras de serviços de ativos, por
meio de um procedimento simplificado.
Sendo assim, o Banco Central Brasileiro alerta e expõe em seu comunicado que as
criptomoedas ou moedas digitais, não possuem nenhuma garantia por qualquer autoridade
monetária reguladora, cabendo exclusivamente da confiança dos indivíduos ao emissor da
moeda. Continua no comunicado informando a todos que investem na mesma, estão sujeitos a
possibilidade da perca de todo capital investido e a perdas patrimoniais.
Ainda fica explicito que no caso as moedas possam a ser usadas em atividades ilícitas
como a lavagem de dinheiro, poderá conduzir os detentores a sofrer sanções penais após apurar
as devidas responsabilidades.
“Assim, Bitcoin não pode ser classificada como moeda eletrônica e, como
consequência, não está sujeito ao crivo da regulamentação por parte do Banco Central e da Lei
12.865 de 9 de outubro de 2013.” (Pereira, 2016, p.26).
Vale salientar que já houve diversas propostas anteriores sobre o tema das criptomoedas.
De acordo com Blum (2022), o Projeto de Lei 2.303/2015, se objetificava acerca da inclusão
de moedas virtuais e programas de milhagem aérea, já o Projeto de Lei 3.825/2019, tramitava
juntamente com o 3.949/2019 e o 4.207/2020, que segundo Blum, disciplinavam sobre o mesmo
tema.
Ressalta-se que o Estado permite a liberdade dos sujeitos e deve garantir os meios de
concretização dessa liberdade (REALE, 2000). O Estado é o ente responsável por manter e
ordem social, a paz, o direito de propriedade e combater disparidades e injustiças que se
descortinem na vida social; ademais, o Estado promove a defesa do direito, se expressa e tem
as suas limitações definidas mediante a norma jurídica (AZAMBUJA, 2008).
O mundo avança na agenda regulatória, e o Brasil não pode ficar para trás. Nossa lei
de criptoativos deve estar em sintonia com os princípios discutidos e aceitos nos países
polos de inovação. A regulação nacional tem que levar em consideração duas
concepções que não são excludentes, e sim complementares: a proteção ao
consumidor-investidor, e o não sufocamento das novas tecnologias. Criptoativos
trazem liberdade financeira para todas as classes sociais, permitindo que qualquer um
tenha ativos digitais. E essa liberdade pressupõe responsabilidade, tanto do governo
de coibir fraudes, quanto do investidor de se educar financeiramente com qualidade”
(SILVA; 2022, online)
Posto isso, destaca-se o Projeto de Lei 3.825/2019, elaborado inicialmente pelo senador
Flávio Arns (Podemos-PR) e que trata da regulamentação do mercado nacional de
criptomoedas. Esse projeto visa estruturar a prestação de serviços de ativos virtuais e, ainda,
criar uma regulamentação acerca do funcionamento das empresas que prestam serviços nesse
campo (PORTALIN, 2022).
Ressalta-se que o termo ativo virtual diz respeito a representação digital de um valor
que sofrer negociação ou ser transferido mediante ferramentas digitais. Tais ativos podem ser
empregados para a realização de pagamentos ou ainda para a efetivação de investimentos.
Ademais, se estabelece que o Poder Executivo – enquanto ente que consubstancia a presença
do Estado - indicará um órgão responsável por definir os ativos que serão regulados pela norma
jurídica, sendo este órgão integrante da Administração Pública Federal (PORTALIN, 2022).
“[...] no Brasil temos uma legislação específica para um tipo de moeda virtual, as
moedas eletrônicas, pois o Estado brasileiro aceita a existência das moedas eletrônicas
e a possibilidade de serem utilizadas como meio de pagamento, além disso, também
já classificou qualquer tipo de moeda eletrônica como “equiparável a ativos
financeiros” o que quer dizer que deve ser declarada ao fisco na declaração de imposto
de renda”
Art. 10. A pessoa física ou jurídica que deixar de prestar as informações a que estiver
obrigada, nos termos do art. 6º, ou que prestá-las fora dos prazos fixados no art. 8º, ou
que omitir informações ou prestar informações inexatas, incompletas ou incorretas,
ficará sujeita às seguintes multas, conforme o caso:
I - pela prestação extemporânea:
a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês ou fração de mês, se o declarante for pessoa
jurídica em início de atividade, imune ou isenta, optante pelo Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas
e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, ou que na última declaração apresentada tenha
apurado o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) com base no lucro
presumido;
b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês ou fração de mês, se o declarante for
pessoa jurídica não incluída na alínea “a”; ou
c) R$ 100,00 (cem reais) por mês ou fração, se pessoa física;
II - pela prestação com informações inexatas, incompletas ou incorretas ou com
omissão de informação:
a) 3% (três por cento) do valor da operação a que se refere a informação omitida,
inexata, incorreta ou incompleta, não inferior a R$ 100,00 (cem reais), se o declarante
for pessoa jurídica; ou
b) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) do valor da operação a que se refere
a informação omitida, inexata, incorreta ou incompleta, se o declarante for pessoa
física; e
III - pelo não cumprimento à intimação da RFB para cumprir obrigação acessória ou
para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela autoridade fiscal, o valor de
R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário;
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§ 1º A multa prevista na alínea “a” do inciso II do caput será reduzida em 70% (setenta
por cento) se o declarante for pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional.
§ 2º A multa prevista na alínea “b” do inciso I do caput será aplicada também, em
caso de apresentação das informações fora do prazo previsto no art. 8º, à pessoa
jurídica que na última declaração tenha utilizado mais de uma forma de apuração do
lucro ou tenha realizado operação de reorganização societária.
§ 3º A multa prevista no inciso I do caput será reduzida à metade nos casos em que a
obrigação acessória for cumprida antes de qualquer procedimento de ofício.
Art. 11. Sem prejuízo da aplicação da multa prevista no inciso II do caput do art. 10,
poderá ser formalizada comunicação ao Ministério Público Federal, quando houver
indícios da ocorrência dos crimes previstos no art. 1º da Lei nº 9.613, de 3 de março
de 1998.
Sendo assim, fica evidenciado que nenhuma pessoa, seja ela natural ou jurídica, a qual
invista o seu capital nos ativos digitais, terá o seu direito financeiro assegurado por nenhum
meio legal onde se respaldar.
A fim de conceder uma maior gama de cognição jurídica acerca dos criptoativos, cabe
ressaltar de forma sucinta que alguns juízes já admitem as moedas como bens penhoráveis e
tramita até mesmo o Projeto de Lei 1.600/22 sobre o referido tema. No caso da penhora, em
processos de execução, é analisado o critério do artigo 835 do Código de Processo Civil que
dispõe:
Conclui-se que, em um futuro não tão distante, quando a penhora pela plataforma
SISBAJUD que é responsável pela localização de bens, recursos bancários, investimentos, etc,
integrará em seu rol associado a uma regulamentação, o negócio de criptoativos para a penhora.
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5 CONCLUSÃO
O objetivo dessa monografia foi analisar os possíveis efeitos jurídicos através do Projeto
de Lei Bitcoin, qual para se atingir o propósito, foi necessário relembrar o contexto histórico
acerca dos primórdios do mercantilismo, do desenvolvimento da moeda, até o advento das
criptomoedas. Essas disposições históricas e conceituais acerca do sistema econômico são
importantes, em vista do esclarecimento da noção de Estado regulador.
Entretanto, no ano de 2008, quando Satoshi Nakamoto estreou ao mundo em seu site o
White-paper “Bitcoin: a Peer-to-Peer Eletronic Cash System”, o Bitcoin ganhou sua vida, por
mais que ainda estivesse no seu breve início, foi ele quem introduziu o sistema de moedas
digitais criptografadas, cujo intuito de sua criação, o Bitcoin, era para funcionar como uma
moeda sem um órgão centralizador, desatrelado a instituição financeira alguma, usada como
intermédio para a troca entre duas ou mais pessoas.
A procura pela moeda do “futuro” ao passar da década foi massiva, tomando proporções
nunca se quer imaginadas antes, sua valorização inesperada tornou diversas pessoas qual em
seu início pacato, milionárias sem mover um simples dedo, apenas por possui-las e
supervalorizarem. Uma moeda que em seus anos iniciais valerá míseros centavos de dólares e
nos dias atuais, apenas uma única moeda de BTC (bitcoin), equivalem a U$18.350,00 dólares
ou R$94.563,00 reais, um número muito expressivo para o mundo todo.
Estima-se que há cerca de 19.500 criptomoedas diferentes, sendo cada uma, única, com
sua capitalização de mercado diferente das outras. Destaca-se as chamadas Stablecoins, qual o
seu pretexto era que a moeda se basearia em um ativo estável, podendo ser o euro, dólar, etc.
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Sua diferença entre as criptomoedas é a sua estabilidade, pois não possui uma flutuação de
preço em comparação aos criptoativos.
Hoje em dia é extremamente comum diversas pessoas que possuem um capital extra, se
interessarem em obter uma renda passiva ou até mesmo extra por diversos meios legais e ilegais,
sendo um dos mais comuns atualmente o investimento em criptomoedas. Entretanto, a maior
aflição da visão do Estado em relação a isso, seria que seus cidadãos estariam desamparados
por uma norma regulamentadora, ocasionando diversas percas desnecessárias de economias
quais tanto colocam seu esforço para conseguir.
É prudente falar de uma fiscalização sobre uma moeda que não há nenhum parâmetro
legal para se sustentar, a segurança jurídica é essencial para uma maior transparência e um
ambiente mais seguro com normas bem definidas, há de se falar no afastamento de pessoas que
não são a favor de uma regulamentação pois a criação das mesmas foi visada como uma forma
de “fugir” do poder do Estado.
Todavia apesar de toda turbulência jurídica, acredita-se que a sua regulamentação irá
beneficiar e trazer mais pessoas para este tipo de investimento, dando um maior conforto e
possuir a quem recorrer.
pelo Estado ao propor o referido projeto de lei, detém uma base no desenvolvimento das teorias
econômicas, institucionais e jurídicas expostas nesse trabalho.
Conclui-se que, se faz necessário de uma regulamentação para que o amparo jurídico
ocorra, uma segurança jurídica para aqueles que são lesados em diversas ocasiões em que se
fez necessário um órgão fiscalizador para a sua própria proteção, deste modo, todo aquele que
possuir interesse genuíno em investimento em criptoativos, terá seu capital resguardado pelo
Estado, evitando possíveis golpes e fraudes.
45
REFERÊNCIA
BITCOIN Price Today & History Chart. Buy Bitcoin WorldWide, 19 jul. 2010. Gráfico.
Disponível em: https://buybitcoinworldwide.com/price/. Acesso em: 6 out. 2022.
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