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UNIVERSIDADE KIMPA VITA

Faculdade de Economia do Uíge da UNIKIVI


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AUDITORIA

O IMPACTO DAS CRIPTOMOEDAS NO CENÁRIO ECONÓMICO MUNDIAL


(Uma análise sobre a influência no mercado financeiro angolano entre 2018 a 2022)

Por : Adão Alexandre Cuango Miguel

Orientador: Msc.Kikúfi Matondo Bobó

Trabalho de fim do curso apresentado para


obtenção grau de licenciatura em Economia.

Opção: Economia Auditoria

UÍGE/2023
UNIVERSIDADE KIMPA VITA
Faculdade de Economia do Uíge da UNIKIVI
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AUDITORIA

O IMPACTO DAS CRIPTOMOEDAS NO CENÁRIO ECONÓMICO MUNDIAL


(Uma análise sobre a influência no mercado financeiro angolano entre 2018 a 2022)

Por : Adão Alexandre Cuango Miguel

Orientador: Msc.Kikúfi Matondo Bobó

Trabalho de fim do curso apresentado para


obtenção grau de licenciatura em Economia.

Opção: Economia Auditoria

UÍGE/2023
INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia, surgem diversas maneiras de criar, adaptar e melhorar as
formas de pagamentos e de investimentos. Podemos utilizar a internet e a criptografia
como base e podem se tornar alternativas aos meios de pagamentos tradicionais.
Quanto ao Sistema de pagamentos tradicionais em Angola e vigente na Lei do Sistema
de Pagamentos de Angola, Lei nº 40/2020, de 16 de Dezembro, que estabelece o regime
jurídico aplicável à superintendência, regulação, gestão e funcionamento do Sistema de
Pagamentos de Angola. os instrumentos de pagamento aceites em Angola podem ser:
Cheques; Transferências a Crédito (electronicamente ou por ordens de saque e
documentos de crédito); Remessa; Débito Directo; Cartões de Pagamento (pré-pagos, de
débito e de crédito); Dispositivo Móvel.
As formas de pagamento são os meios disponibilizados pela empresa e escolhidos pelo
cliente para pagar um produto ou serviço. O mais tradicional é o dinheiro em espécie,
principal meio de troca e que, até hoje, é aceito em qualquer transação.
As criptomoedas, como o Bitcoin e as chamadas altcoins, dentre elas o Litecoin
consistem em uma forma de troca de bens totalmente virtual, obedecendo a regulamento
próprio e sem que haja controle centralizado de órgãos governamentais, como ocorre
com a moeda comum, o que permite facilitar as transações das criptomoedas entre
usuários de diversos países.
Quem acompanha o mercado financeiro e o mundo dos negócios já deve ter esbarrado
em alguma notícia sobre criptomoedas. Segungo site invest,com diz que a mais
conhecida das moedas digitais, é o Bitcoin, alcançou em 2021 a casa dos 55 milhões de
kzs. já que sua valorização chegou aos 419% em 2020 deveu-se entrada de investidores
institucionais Ou seja, empresas internacionalmente conhecidas também começaram a
investir nesse tipo de ativo, como a Microsoft, IBM, Tesla e PayPal.
Embora seja difícil entender como funciona o universo das moedas digitais, é fato que
muitos sabem o quanto elas estão em expansão no mundo financeiro actual.
Em Angola é utilizado as moedas digitais por um número reduzido de pessoas, por duas
causas concretas, por um lado pela incerteza da legitimidade, e por outro, pela falta de
conhecimento. E nesta senda de criptomoedas, em Angola podemos encontrar a moeda
digital nacional não regulamenteda pelo BNA assunto que vem dado uma atenção
enorme ao actual PCA do BNA sobre a possível aceitação das criptomoedas no regime
financeiro angolano, a chamada, Yetucoin, criada por Euclides Manuel fundador da
comunidade Bitcoin Angola e CEO da exchange Yetubit.
Esta monografia tem, portanto, como objetivo principal, compreender o impacto das
criptomoedas no cenário económico mundial e como objetivos específicos Aplicar uma
abordagem acerca das criptomoedas, efetuar comparações entre o comportamento do
valor das moedas virtuais em relação às moedas reais, Analisar as perspectivas de futuro
destas moedas como forma de meio de troca e de investimento, Analisar a influência
das criptomoedas no Mercado financeiro angolano e Identificar as Vantagens e
desvantagens no investimento das Criptomoedas e a potencialidade que o país tem em
invetir nas criptomoedas.
Anúncio do Tema
Dada a pertinência das criptomoedas no Mercado financeiro angolano, surge o presente
tema : O impacto das criptomoedas no cenário económico mundial (uma análise sobre a
influência no Mercado financeiro angolano de 2018 a 2022). Pretendemos com este
trabalho monstrar as diversas formas de pagamentos no mundo digital e analisar
impacto destas moedas no cenário económico mundial. O presente trabalho está
delimitado num interval de tempo compreendido entre 2018 a 2022. No espaço, o
trabalho delimita-se no estudo do Mercado financeiro angolano.
Justificativa do Tema
O autor manifestará ou justificará as razões da escolha do tema, ou seja vai sublinhar o
interesse que lhe motivou na escolha do respetivo tema.
De forma breve, o pesquisador deve justificar a razão da escolha do tema1.
A justificativa do estudo é devido o impacto desta tecnologia sobre o que conhecemos
como métodos de pagamento e investimentos, visto que o homem sempre procura meios
fácis pra alcançar seus objectivos. Portanto esta monografia irá propor se esta
possibilidade é real ou se as criptomoedas tendem a ser apenas uma tendência
passageira.
Problemática
Por outro lado, existem muitas desconfianças sobre o futuro das criptomoedas, como
cita Garcia (2014), dentre elas o risco de desvalorização devido à falta de regulação e a
alta volatilidade nos preços das moedas devido à especulação, levando aos problemas
desta pesquisa:
1. Quais as perspectivas de futuro das criptomoedas como forma de pagamento?
2. Como elas influenciam no Mercado financeiro angolano?
3. Qual é o impacto das criptomoedas no cenário económico mundial?
Hipótese da Pesquisa
As hipóteses constituem respostas provisórias ao problema. As hipóteses são possíveis
respostas a cerca da pergunta formulada anteriormente. Após termos formulado uma
questões adequada ao nosso trabalho, em contrapartida procuramos as possíveis
respostas do nosso trabalho que resumidamente temos:
1. As prespectivas de future das criptomoedas é ainda uma ingónita, devido a
existência de diversos factores que podem fazer o Mercado se retrair ou evoluir.
2. As criptomoedas ifluênciam o Mercado financeiro angolano através de meios de
pagamentos ou na vendas e compras de bens e serviços no exterior.
3. O impacto no cenário económico mundial, é visto como uma evolução, trazendo
consigo facilidades nas transações cambiais.

Objetivos da Pesquisa
1
CIPRIANO, Sony Kambol, O ABC da Metodologia de Investigação Científica: Como elaborar uma
monografia de licenciatura, Mayamba Editora, Luanda, 2020, p.34.
Os objetivos são os propósitos que se pretende atingir, com base nos fundamentos e
problemas apresentados2. Todo trabalho científico deve obedecer aos objetivos geral e
específicos:

Objectivo Geral

 Compreender o impacto das criptomoedas no cenário económico mundial entre


2018 a 2022.
Objectivos Específicos
Para além do objectivo geral deste trabalho, foi-nos útil definer os seguintes ojectivos
específicos:
 Aplicar uma abordagem acerca das criptomoedas,
 Efetuar comparações entre o comportamento do valor das moedas virtuais em
relação às moedas reais.
 Analisar as perspectivas de futuro destas moedas como forma de meio de troca e
de investimento,
 Analisar a influência das criptomoedas no Mercado financeiro angolano,
 Identificar as Vantagens e desvantagens no investimento das Criptomoedas.

Métodos do trabalho
Por método podemos entender o caminho, a forma, o modo de pensamento. É a forma
de abordagem em nível de abstração dos fenômenos. É o conjunto de processos ou
operações mentais empregados na pesquisa3.
Para que fosse possível alcançar os objetivos propostos foi utilizado como forma de
pesquisa, a pesquisa bibliográfica, a internet, documental, caracterizada por usar de
fontes como livros, monografias e artigos.
Técnicas
As técnicas são conjuntos de meios ou elementos que nos auxiliaram na aplicação dos
métodos para chegar ao objetivo desejado. Para alcançarmos os nossos objectivos
apoiamo-nos nas seguintes técnicas:

a. Observação: Utilizamos como ponto de partida para o nosso estudo cientifico e


serviu para verificar e validar os conhecimentos adquiridos em difentes fontes.
b. Comparativa: Ela possibilitou-nos comparar dois sistemas que usam a
Blockchain como sistema de segurança, entre elas temos: criptomoedas e a
moeda digital.
2
CIPRIANO, Sony Kambol, ABCde Metodologia de Investigação ciêntifica, Inédito, FEU-UNIKIVI,
Uíge, 2017, p. 25. B
3
. PRODANOV, Cleber Cristiano; Et alii, Metodologia de trabalho ciêntifico, 2 ª ed, S/ Ed, Rio Greande
do Sul-Brasil, 2013, p.26.
c. Técnica Bibliográfica: Através desta, permitiu-nos consultar em livros, teses e
vários impressos que tratam do tema para alcançar os objetivos pretendidos.

Estrutura do trabalho
Além da introdução geral e considerações finais, este trabalho encontra-se subdividido
em três Capítulo.
Fontes relevantes

CAPÍTULO I : FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

I.1-SURGIMENTO DA MOEDA
Nos primórdios da sociedade humana, no decorrer de dezenas de milhares de anos, a
moeda foi uma noção totalmente desconhecida (ROBERT, 1989). Os primeiros
agrupamentos humanos, em geral nômades, viviam sob padrões bem simples de
atividades econômicas. Estes grupos não conheceram a moeda e recorriam às atividades
de trocas diretas em espécie, denominadas escambo.
O escambo é um tipo de transação em que um negócio é fechado sem que haja o
envolvimento de dinheiro mas sim a simples trocas de mercadoria entre as duas partes
envolvidas. No entanto, no escambo não existia sistema monetário, as trocas eram
praticadas por produto-produto ou serviço-serviço, de forma direta. Era um sistema
aparentemente simples e eficiente, mas que apresentava inúmeras inconveniências, ou
seja, o detentor de determinado produto deveria encontrar alguém que desejasse o
mesmo e dispusesse de um produto que lhe interessasse. Havia também a
obrigatoriedade de necessidades coincidentemente inversas e a concordância entre os
valores de trocas dos produtos (LOPES & ROSSETTI, 2005).
O escambo apesar de ser apenas uma forma de troca de materiais e serviços, era mais
complicado do que aparenta podendo acontecer apenas em certas ocasiões especificas
pois, segundo o autor citado acima “O sistema de escambo requer uma dupla
coincidência de desejos para que a troca aconteça. Ou seja, para efetuar a troca, eu não
preciso apenas encontrar alguém que tenha o que quero, mas a pessoa também precisa
querer o que tenho4. E se a única pessoa que planta tomate na sua cidade não precisasse
das suas cebolas? Como você conseguiria a fruta? O primeiro conceito do dinheiro é
justamente esse, ser uma moeda de troca. Se os tomates possuem um valor monetário e
as cebolas também, é possível trocar sem precisar encontrar alguém que precisa
exatamente do que você oferece, pois, todos precisam de dinheiro. Mas nem sempre as
moedas e as cédulas foram a prática. O sal já foi usado na Europa com essa finalidade,
assim como o cacau nas Américas e o arroz na Ásia. No entanto, pense no seguinte. Se
o arroz era dinheiro e todo mundo precisava, as pessoas evitariam comê-lo e se
dedicariam a plantá-lo, gerando um total desequilíbrio na economia. Logo, notou-se que
era necessário mais uma premissa. O dinheiro precisava ser uma reserva de valor. Ou
seja, o seu valor não pode variar bruscamente com o tempo. Por fim, seguindo essa
mesma linha, o sal naquela época não era padronizado pela indústria. Logo, o sal-rosa-
do-himalaia poderia ter exatamente o mesmo valor que um sal branco, o que é ilógico.
Pensando nisso, consegue imaginar a complexidade para fazer contas com ele?
4
GRAEBER (2017 pag.07).
Assim, se chega a última premissa do dinheiro. Ele precisa ser uma unidade de conta, ou
seja, podemos fazer cálculos com ele.
O império Turco, na região da Líria, criou o que seria o precursor do dinheiro, adotado
pelo império Romano. Assim, surgiram as moedas de ouro, que levavam o rosto do
imperador de um lado e a cunhagem do outro.
Dessa forma, o dinheiro estava, enfim, padronizado. Tanto é que era um crime com
pena de morte falsificá-lo, uma vez que o rosto do imperador estava impresso. Com o
passar do tempo, o ouro foi se tornando escasso. Os imperadores, então, começaram a
misturar outros metais para cunhar as moedas. Isso gerou muita insegurança, afinal,
uma moeda de 1 denário, dinheiro da época, era completamente diferente se tivesse o
rosto de Diocleciano ou de Constantino I. Aqui, surgem as primeiras notas. Elas
serviam para garantir que a moeda era, de fato, pura, e não uma imitação ou mistura de
outros metais. Com o surgimento dos bancos, o ouro passou a ficar guardado, e apenas
essas notas circulavam. Os governos passaram a exercer o monopólio da emissão de
moeda, ou seja, somente um governo pode imprimir dinheiro.

Por tanto, com a primeira revolução agrícola, o grande número de produtos disponíveis
no mercado dificultou a pratica rudimentar do escambo gerando dificuldades de se
estabelecer relações justas de trocas e de encontrar pessoas cujos desejos coincidissem.
Para o desenvolvimento das trocas, fundamental para o progresso social, o escambo
cedeu lugar a processos indiretos de pagamentos. Houve então, necessidade de atribuir
valor as mercadorias e, assim atender uma necessidade geral.

A vida social tornou-se mais complexa. A produção diversificou-se, a especialização e a


divisão social do trabalho se manifestou provocando grandes mudanças na vida
econômica das pessoas. A diversidade de produtos recebidos como forma de
pagamentos das transações econômicas dia após dia ficavam mais intensas, configurou-
se então o surgimento da moeda. Estes produtos eleitos como intermediários de trocas,
eram aceitos sem grandes restrições, pois eram utilizados em algum momento para
finalidades transacionais.

As operações de compra e venda se tornam distintas passando a ser intermediadas por


produtos de aceitação geral, que atuavam como moeda. A troca já não é mais direta. Ao
passo que estes produtos começam a desempenhar funções de intermediários de troca, o
valor dos demais produtos passa a ser medido em relação ao valor do produto-padrão.
Essas medidas de valor são consideradas espécies primitivas de expressões monetárias.
A moeda como meio facilitador das transações desempenha funções importantes para
efetivar as trocas entre os agentes econômicos. A moeda ampliou a divisão social do
trabalho e facilitou crescimento da riqueza. (LOPES & ROSSETTI, 2005).

AS MOEDAS DE METAL
O surgimento das moedas metálicas foi algo bastante significativo no entanto a
divergências sobre seu início. As origens do dinheiro são obscuras, estando muito
provavelmente ligadas ao desenvolvimento de sociedades complexas, com a crescente
divisão e especialização do trabalho”. No entanto o mesmo autor ressalva que “na
ausência de dados concretos, as abordagens e explicações são variadas e projetam
muitas vezes sobre esse passado remoto e obscuro dados referentes a épocas posteriors.5
Acredita-se que as primeiras moedas surgiram no século VII a.C., onde atualmente se
localiza a Turquia. No entanto, foram os Lídios quem desenvolveu o que se conhece
hoje como “moeda moderna” com pesos, tamanhos e valores específicos, sendo que
cada pedaço de metal corresponde a um produto diferente.
Ainda segundo o VIEIRA (2017), Terá sido na antiga região da Lídia (Ocidente da
actual Turquia), no século VII a.C., que as primeiras moedas terão surgido.
No período mesopotâmico já existia uma economia bastante avançada e uma utilização
bastante desenvolvida de moedas metálicas na região, veja abaixo Imagens das
primeiras moedas:

Figura: Primeiras moedas metálicas

Fonte: VIEIRA (2017)

Figura: Primeiras moedas metálicas

5
VIEIRA (2017, pag. 05)
Fonte: VIEIRA (2017)

O PAPEL MOEDA E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE


O papel-moeda viabiliza transações comerciais e financeiras de forma muito ágil do que
simples troca de produtos, e o seu surgimento foi fundamental para o desenvolvimento
da economia do mundo.
Existe uma grande diferênça entre papel moeda e moeda papel, parecem a mesma
coiosa mas a papel moeda trata-se da moeda official do país, que é circulada para fins
de bens e serviços relacionados a transação, enquanto moeda papel é pedaço de papel
denominado certificado de depósito e que era emitido por instituições conhecidas como
casas de custódia.
Entretanto, após falarmos do surgimento das moedas até atingir as três premissas
importantes, que é ser uma moeda de troca, uma reserva de valor e por ultimo ser uma
unidade de conta. Com o surgimento dos computadores e da criação da internet
verificou-se o desenvolvimento de uma nova moeda, tendo como conceito principal a
programação de dados eletrônicos. O próximo passo é falar da evolução da moeda que
chegaria aos dias atuais com a denominação de “criptomoedas”, que se afiguram como
uma espécie de moeda virtual, ou seja, uma moeda sem existência, física que possui
certo valor monetário, e podendo ser trocada livremente.

Figura : Representação de criptomoedas


Fonte: épocanegócios.globo.com
As criptomoedas são uma opção para a transferência de recursos financeiros entre
pessoas, utilizando uma tecnologia denominada blockchain. 6Ao longo do nosso trabalho
abordaremos melhor essa temática acerca das criptomoedas.

I.1.2- Surgimento das criptomoedas


No dia 31 de outubro de 2008, através da publicação na internet do artigo de pesquisa A
peer-to-peer7 Eletronic Cash System, foi dado o primeiro passo para o nascimento da
Bitcoin, por uma entidade denominada pelo pseudônimo8 Satoshi Nakamoto. O
fundador da moeda, Sakamoto (2008) explica que o Bitcoin utiliza como forma de
transação o Peer-to-peer, que significa que estas moedas virtuais são transacionadas de
usuário para usuário, sem interferência de governos ou empresas, tratando-se de uma
moeda virtual com a particularidade da sua atuação não se encontrar dependente de
qualquer banco ou instituição governamental para realizar transações.
Apesar de Bitcoin ter sido lançado no final de 2008, o primeiro bloco (nome do arquivo
com informações sobre transações) da blockchain da criptomoeda só foi minerado no
dia 3 de janeiro de 2009, e já no dia 22 de maio de 2010, foi realizado a primeira
transação real utilizando o criptoativo, quando o programador Laszlo Hanyecz, da
Flórida, pagou 10 mil bitcoins por duas pizzas, para que comprovasse o real projectos
das moedas virtuais quanto a sua transação. Na cotação actual teria pago mais de US$
168 milhões por apenas duas pizzas.
Desde então, o bitcoin ficou disponível para compra, venda e negociação na bolsa de
valor online. Com a popularização do ativo virtual foi preciso encontrar soluções para
negociar a moeda, neste caso em 2010 foi criada a primeira exchange 9 de criptomoedas,
denominada bitcoinmarket.com.

6
Catello (2019)
7
1 O sistema peer-to-peer é também conhecido no mundo digital como sistema P2P (porta por porta).
Trata-se de uma tecnologia que muda o paradigma existente considerando a sua independência
organizativa e hierárquica, onde a sua natureza descentralizada permite que qualquer pessoa possa
cooperar para uma rede P2P, sem que seja necessário qualquer investimento adicional em hardware, e
torna-os inerentemente robustos a certas falhas comuns nos sistemas centralizados (Rocha, et al, 2004).
8
No artigo 74º, do Código Civil, define pseudónimo quando tenha notoriedade,goza da protecção
conferida ao próprio nome.
9
Segundo o google a excheng significa troca
Como todo e qualquer Mercado a sempre uma concorrência, não diferente com as
moedas digitais, sendo que em 2013 foi criado a primeira moeda concorrente do bitcoin,
o Ethereum(ETH).
Com o passar dos anos o valor do activo virtual começou a subir:
Em abril de 2011 o preço do bitcoin chegou pela primeira vez em um dolar, em
novembro de 2013 o valor do bitcoin ultrapassou a casa dos mil dolares e em dezembro
de 2017 o criptoativo chegou ao valor aproximado de 20 mil dolares, tendo os seus altos
e baixos o Mercado de criptoativos teve as suas baixa em 2021, tendo sido prejudicado
pelo inverno crypto10, a bitcoin foi duramente afectado e seu valor ficando abaixo de 20
mil dolares no final de 2022.
O surgimento da tecnologia bitcoin tratou-se de um marco inovador cuja sua relevância,
por abranger campos da ciência, economia, direito e ciência da computação, pode ser
comparada ao aparecimento do primeiro computador pessoal e da internet. O sucesso do
bitcoin levou à criação de muitas outras criptomoedas, tais como, litecoin, Ripple,
Alticoin, entre outras. Estas moedas são descentralizadas, ou seja, não são controlados
por nenhum governo ou instituição financeira. O sistema Bitcoin promoveu uma
transformação do comércio permitindo que as transações se realizassem entre duas
partes sem que fosse necessária confiar numa autoridade central. Dessa forma, verifica-
se uma mudança de paradigma do sistema tradicional atendendo que a regulação da
moeda deixa de estar centralizada nas instituições bancárias e no Estado. Trata-se de
uma rutura em relação ao modelo “tradicional” de moedas ao substituir a confiança
existente nas mesmas devido a um ente regulador por um sistema eletrónico de
pagamentos baseado em prova criptográfica11. Contrariamente às moedas tradicionais,
as moedas virtuais trata-se de um sistema que permite a assinatura digital com a
particularidade de não necessitar de uma autoridade central com capacidade e
legitimidade para controlar a moeda e as suas transações.
O nascimento das criptomoedas ocorre com a criação do Bitcoin 12, através da tecnologia
blockchain. Trata-se de um dinheiro criado na internet, considerado intangível e
baseado no sistema de pagamento peer-to-peer ou seja, que estas moedas virtuais são
transacionadas de usuário para usuário, sem interferência de governos ou empresas. O

10
Nome usado para definir um período de queda geral dos preços de uma determinada classe de ativos,
que são as criptomoedas.
11
Silva, Baro e Soares, 2020, p.371
12
as cited in Faé, 2014, p.26
seu conceito de moedas virtuais abrange uma ampla variedade de Moedas, que podem
ser usadas em ativos como o ouro e “Criptomoedas”, como por exemplo a bitcoin13.
Abordagem sobre a moeda digital
Para compreender o conceito das moedas digitais, é necessário diferencia-las das
moedas eletrônicas. As moedas eletrônicas são recursos armazenados em dispositivo ou
sistema eletrônico que permitem ao usuário final efetuar transações de pagamentos
denominados em moeda nacional.
Por outro lado, as moedas digitais possuem forma própria de denominação, isto é, são
denominadas de forma distinta das moedas emitidas por governos soberanos, e não são
considerados dispositivos ou sistema eletrônico para armazenamento de moeda
nacional. A moeda digital, é aquela gerada no próprio ambiente virtual, tem como
característica ser totalmente digital, desvinculada do governo e sem um Banco Central
controlador. As moedas digitais não são emitidas por uma autoridade monetária e não
tem a garantia da mesma, também não têm garantia de conversão para a moeda nacional
(oficial).
I.3- As famosas moedas digitais existentes
Antes de avançar no tema, precisamos compreender que as blockchains não servem
apenas para transacionar criptomoedas, mas todo tipo de protocolo digital, onde as
cripto estão inclusas com diversas outras coisas. Os principais cripto que você precisa
conhecer são: Tokens, bitcoin, altcoin, stablecoin, Ethereum, Solana, Cardano e até
mesmo o Dogecoin entre outras. Explicaremos rapidamente a seguir.
Tokens
Os tokens são tecnologias que geram protocolos criptografados. Por mais que essa
explicação pareça complicada, você já usa a muito mais tempo do que imagina, somente
não percebeu. É extremamente comum acessar um internet banking, por exemplo.
Trata-se de uma tecnologia que cria códigos aleatórios que servem para proteger um
arquivo. No entanto, os tokens podem ser transacionados se houver uma blockchain
adequada. Todos os outros termos, bitcoin, altcoin e stablecoin, são tokens, no entanto,
é útil ter diferentes termos para dar *significados mais precisos.
Bitcoin
O bitcoin é a maior criptomoeda do mundo, justamente por ser a pioneira. Ela surgiu
por volta de 2008, através do enigmático e-mail de Satoshi Nakamoto. Em 22 de maio
de 2010, um usuário afirmou ter comprado duas pizzas por 10 mil bitcoins, sendo esse
13
Heet et al, 2016
considerado o aniversário da moeda devido a primeira transação feita. É importante
notar que as transações na rede Bitcoin não são denominadas em dólares, euros ou reais,
como são no PayPal ou Mastercard; em vez disso, são denominadas em bitcoins. Isso
torna o sistema Bitcoin não apenas uma rede de pagamentos decentralizada, mas
também uma moeda virtual. O valor da moeda não deriva do ouro ou de algum decreto
governamental, mas do valor que as pessoas lhe atribuem. O valor em reais de um
bitcoin é determinado em um mercado aberto, da mesma forma que são estabelecidas as
taxas de câmbio entre diferentes moedas mundiais.
Ela se provou com o tempo e passou a ganhar mais destaque conforme as transações
foram se tornando mais comuns, baratas e rápidas. Há especialistas que afirmam não ser
uma moeda, mas um ativo digital, uma vez que não apresenta nenhum dos três critérios
que mencionamos acima:
• Não é uma reserva de valor, pois varia muito todos os dias.
• Não é uma unidade de conta. Perceba que anteriormente falamos em 0,001 bitcoin.
• Não é moeda de troca, pois não é largamente utilizada.
O que chama a atenção foi o seu crescimento ao longo do tempo. Em 14 de abril de
2021 atingiu a sua máxima histórica, chegando a valer US$ 64,5 mil. Aquelas duas
pizzas teriam sido compradas por US$ 645 milhões.
De acordo com o site investing, (2020) o bitcoin hoje está com cotação por volta de
48.980,00 reais referindo-se ao valor de apenas uma moeda, sendo este considerado um
valor muito alto para ser pago por uma única moeda, demonstrando o quão integrado e
valioso as criptomoedas estão se tornando. As criptomoedas desenvolveram todo um
novo mercado e uma forma bastante fácil de investir diretamente nas critomoedas é
através de aplicativos de investimentos. Como por exemplo o iq option, sendo este
aplicativo de investimento bastante utilizado nos dias de hoje por traders.
Ethereum
O Ethereum, assim como o Bitcoin, é uma blockchain que permite a transferência de
criptomoedas entre indivíduos sem a necessidade de uma terceira parte como banco ou
empresa de remessa internacional para garantir a transação.

Além disso, é também uma plataforma programável na qual desenvolvedores podem


criar aplicativos descentralizados (dApps, na sigla em inglês) de diversos segmentos,
como finanças, mídia e games.

Isso é possível porque a rede funciona por meio de contratos inteligentes (smart
contracts, na tradução para o inglês), uma tecnologia que vem revolucionando o
mercado.
Na prática, esses contratos são programas de computador que executam regras pré-
estabelecidas de forma automatizada. Um exemplo é um empréstimo. Uma pessoa
poderia emprestar valores para outra sem a necessidade de recorrer a uma entidade para
garantir a transação – todos os termos e condições poderiam ser programados.

O Ethereum deu o pontapé para o surgimento de uma nova economia digital, com novos
criptoativos, Finanças Descentralizadas (DeFi), Ofertas Iniciais de Criptomoedas
(ICOs), Tokens não fungíveis (NFT)

O Ethereum foi idealizado pelo programador russo-canadense Vitalik Buterin em


Janeiro de 2014, e foi lançada oficialmente em junho de 2015. Hoje, o Ethereum usa o
protocolo de Prova de Trabalho (PoW, na sigla em inglês), o mesmo utilizado pelo
Bitcoin. Esse algoritmo exige que mineradores coloquem computadores para resolver
problemas matemáticos e validar as transações. Aquele que acha a solução primeiro
ganha criptomoedas como recompensa. Esse formato é alvo de críticas porque gera alto
gasto de energia

Tether USDT
Tether USDT é uma cripto que reflete o valor do dólar. Portanto, para cada USDT que
um usuário tem na carteira, existe um dólar guardado pela empresa que gerou aquele
protocolo. É com base nessa tecnologia que governos ao redor do mundo estudam criar
as suas próprias criptomoedas, como a China com o Yuan virtual. São os governos
percebendo que esse caminho pode ser extremamente promissor, tentando entrar
enquanto ainda é tempo.
Dogecoin
A pioneira das "memecoins", moedas baseadas em memes da internet, a Dogecoin
(DOGE) surgiu como uma brincadeira, mas ganhou a atenção dos investidores. Em
2022, recebeu cerca de 5.850.000 pesquisas mensais em todo o mundo.
De um valor inicial muito baixo a moeda chegou a disparar 26.000% em seis meses,
atingiu quase 50 bilhões de dólares de valor de mercado em 2021 e entrou para o top
10 das criptomoedas.
Como um diferencial em comparação com outras alternativas, a DOGE foi feita para
ser abundante: cerca de 10.000 novas moedas são emitidas por minuto e não há
limite máximo para as emissões.
Shiba Inu
Em segundo lugar, a criptomoeda Shiba Inu (SHIB) recebeu cerca de 4.430.000
pesquisas globais mensais em 2022. Também criada em 2020 como uma
"memecoin", tinha o objetivo de rivalizar com a Dogecoin e conquistar destaque no
setor. Há poucas informações sobre o fundador oficial do ativo, que se apresentou
apenas como “Ryoshi”. Com pouco tempo de mercado e um perfil especulativo, a
moeda pode oferecer riscos maiores para os seus investidores, embora tenha
registrado uma grande valorização em 2021.

Litecoin
O Litecoin (LTC) é uma criptomoeda criada em 2011 para suprir demandas que o
Bitcoin teria dificuldades para atender. Compartilhando o mesmo código do
Bitcoin, a alternativa é considerada como a prata das criptomoedas, enquanto o
Bitcoin seria o ouro.

Mais simples e rápida que o Bitcoin, tem um número limitado de moedas disponíveis,
o que a tornou um dos criptoativos mais negociados do mercado. Por seu
reconhecimento e suas vantagens, teve cerca de 796.000 buscas mensais mundiais
no Google em 2022.

XRPO

Ripple (XRP) ocupa o oitavo lugar com 1.300.000 pesquisas por mês em todo o
mundo. Um ativo digital e uma das criptomoedas mais populares globalmente, foi
construído pela Ripple Labs com o objetivo de se tornar o padrão global para a
realização de transferências.

De fato, o XRP se tornou a opção principal da indústria de criptomoedas para a fazer


pagamentos internacionais. Além disso, tem um valor de mercado de mais de 15
bilhões de dólares, o que leva muitos dos seus investidores a acreditar em um
potencial de longo prazo.

Solana
A Solana é uma famosa criptomoeda que consiste em uma blockchain programável
e de código aberto. Sendo assim, ela possui suporte a contratos inteligentes, um dos
fatores mais importantes de seu desenvolvimento.
Vê-se a sua importância quando é possível ver sua versatilidade: sua blockchain suporta
a criação de tokens, NFTs, dapps e outras funcionalidades.
Independentemente do tipo de blockchain programável, sempre existe um token para
permitir a sua negociação. No caso da Solana, o nome desse token é SOL.
Apesar de ter sido criada apenas em 2017 por Anatoly Yakovenko e Raj Gokal, esse
importante criptoativo já se tornou um dos mais conhecidos do mercado por conta de
sua velocidade e inovações tecnológicas.

Cardano
Cardano é uma rede blockchain desenvolvida com o propósito principal de se tornar
uma espécie de “internet das blockchains”, através de um ecosistema que permite a
interoperabilidade das diversas redes existentes.

A rede Cardano foi lançada em 2017 pelo renomado programador e empreendedor


Charles Hoskinson, o qual é co-fundador da rede Ethereum ao lado de Vitalik Buterin.
A ideia de Hoskinson foi desenvolver uma criptomoeda para solucionar o problema da
escalabilidade do Bitcoin e ainda suprir algumas funcionalidades da rede Ethereum.

O projeto conta ainda com muitas iniciativas DeFi e de tokens não fungíveis
(NFTs) em seu ecossistema.

I.2- Definição
Moeda
Segundo Milton Friedman (1992) define a moeda como sendo, “a moeda é aquilo que é
aceito por todos em troca de bens e serviços, aceitos não como um objeto para ser
consumido, mas como um objeto que representa um conteúdo temporário de poder
aquisitivo a ser usado para comprar outros bens e serviços”. Essa função básica da
moeda de ser meio de troca é universal e aceita sem questionamentos, porém, a moeda
foi se tornando cada vez mais reserva de valor, isto é, sendo cada vez mais objeto de
negociação como mercadoria moeda, acumulando valores que geraram outro tipo de
mercado, o financeiro.
Assim sendo foram classificadas em 3 tipos ao longo da história da moeda onde temos a
moeda mercadoria, moeda representative e a moeda fiduciária, e com os avanços
tecnológicos podemos classificar uma quarta moeda totalmente as chamadas moedas
digitais:
Moeda Mercadoria Nesta altura, a moeda começou por ser um objeto feito de um
material que tinha um certo valor no Mercado, como por exemplo, uma moeda de ouro.
Exemplo:
Moeda Representativa Esta é a moeda das economias modernas, incluindo a area do
ouro. Trata-se de moeda declarada, como tendo curso legal e emitida por um banco
central, mas, que, ao contrário da moeda escritural, não pode ser convertida, por
exemplo num peso fixo de ouro.
Não possui valor intrínseco, ou seja, o papel usado para a sua produção não tem valor,
mas é aceite em troca de bens e serviços, porque os cidadãos confiam que o banco
central manterá o valor da moeda estável ao longo do tempo. Exemplo:
Moeda Finduciária
A moeda fiduciária é a moedas das econmias modernas é a moeda sem valor intrínseco
e sem lastro que é usada como moeda porque o governo assim decretou, a sua aceitação
depende totalmente das expectativas dos agentes econômicos e das convenções sociais
estabelecidas. É a moeda, cujo único valor é devido a sua aceitação (ou por seu curso
forçado imposto por lei). As moedas fiduciárias gozam de respaldo estatal com amparo
em leis de curso forçado, que lhes asseguram a demanda mínima. Sua emissão é livre de
qualquer necessidade de reservas pela autoridade monetária, em outras palavras, hoje,
os sistemas monetários são fiduciários por excelência (ou de curso forçado), sob as
seguintes características: inexistência de lastro metálico; inconversibilidade absoluta
(inexistência de garantia de conversibilidade); monopólio estatal das emissões.
Exemplo:
Mercado financeiro
Mercado financeiro, é o ambiente onde oucorre a negociação de ativos, como títulos,
moedas, ações, derivativos, mercadorias, commodities entre outros bens e ativos com
algum valor financeiro. Normalmente cada país possui o seu próprio ambiente
financeiro, o que obviamente, não é restrito a negociação de valores oriundos do seu
Mercado interno. A bolsa de valores de Nova York, em conjunto com os mercados
cambiais, são uns dos maiores representantes dos mercados financeiros do planeta, nela
são negociados trilhões de dolares diariamente.
Blockchain
Os blockchains são programas responsáveis pelas operações econômicas na internet
como pagamentos em criptomoedas ou moedas oficiais14.
14
CASTELLO, 2019, p. 3
Blockchain nada mais é do que um aplicativo que adiciona à internet uma nova
funcionalidade, de forma a propiciar operações econômicas seguras. Essas operações
podem ocorrer com pagamento imediato em criptomoedas, mas também por meio do
pagamento em moedas oficiais15. Os blockchains são sistemas responsáveis pela
criptografia das moedas, uma característica incrível, que permite a elas serem
apátridas, podendo circular livremente sem uma estatal para estabelecer seu valor e
assegurar sua autenticidade.
Exemplo da funcionalidade de um blockchain:

Figura : Como funciona o Blockchain

Fonte: 101 Blockchains.com

É preciso compreender que, quando estamos na internet, tudo o que fazemos é


armazenado em blocos de informação. Quando acessamos um site, estamos acessando
um bloco. As criptomoedas também são constituídas por blocos que armazenam os
códigos de programação utilizados para criálas e garantir que são autênticas, e não
cópias. A tecnologia blockchain é a rede formada por todos esses blocos. A inovação
trazida pelo bitcoin é o nível de segurança dessas transações. Imagine corredores
olímpicos em uma prova de revezamento. Para que um siga em frente, ele precisa estar
alinhado com o anterior no momento de passar o bastão.

15
(CASTELLO, 2019, pg3
Compreenda o bastão como uma criptomoeda e os corredores como computadores
espalhados ao redor do mundo. Cada criptomoeda é criptografada e lacrada para
garantir o seu valor. Quando ela é passada para o próximo corredor, todas as
informações sobre ela são carregadas junto. Então, quando chega ao final, ela tem todos
os horários em que ocorreram transações desde o início. Ou seja, para alguém falsificar
uma criptomoeda, precisaria falsificar toda a sua história. Como cada transação é
checada por unidades de trabalho independentes, os mineradores, que na nossa história
são os corredores, isso é impossível de ser feito. Precisaria de um poder computacional
absurdo que, portanto, inviabiliza a operação.
Blockchain na segurança
O blockchain já está em teste em instituições bancárias, e com o passar do tempo pode
se tornar uma ferramenta para pequenas empresas que desejam reforçar a segurança da
informação, principalmente com a ascensão da Lei Geral de Proteção de Dados. Quando
explicamos a blockchain, afirmamos que todos os horários das transações ficam
registrados e isso é importante ser reforçado. Não significa que os seus dados ficam na
rede, mas apenas as transações. É como um livro-caixa que registra entradas e saídas
diariamente. Na verdade, o termo livro-registro é utilizado muitas vezes para simplificar
o conceito. Como todas as alterações ficam registradas, caso um hacker invada os
sistemas, pode ser facilmente rastreado se houver uma blockchain e, para apagar seus
rastros, precisaria apagar toda a história da rede, que como dissemos, é praticamente
impossível.
Mineração
A mineração é o nome dado ao processo de validação e inclusão de novas transações na
blockchain. Quem realiza essa atividade, feita por meio de computadores, são os
mineradores como recompensa, eles recebem novas criptomoedas, ou seja, A
denominação mineradores se atribui devido à forma de pagamento pelos seus serviços
sendo essa através de criptomoedas recém criadas. “Bitcoins são criados, ou
“minerados”, à medida que milhares de computadores dispersos resolvem problemas
matemáticos complexos que verificam as transações no blockchain”, ou seja, o
minerador irá fornecer uma espécie de servidor, no qual será responsável por garantir
que todas as transações ocorridas sejam validas, recebendo ao final parte de Bitcoins.
ULRICH (2014, pag. 19)
Exemplo de mineradora de bitcoins:
Figura : Mineradora de criptomoedas Russas
Fonte: cointelegraph.com.br

Para participar do processo, é preciso adquirir PCs com placas de vídeo potentes. Como
a mineração envolve resolução de cálculos matemáticos, quanto maior poder
computacional, maiores as chances de se conseguir validar as transações e conseguir as
criptomoedas.

Depois de comprar o equipamento, é necessário se conectar a um software de


mineração. Em resumo, é um programa instalado no computador que controla todo o
processo de validação e fabricação de novas moedas. Alguns exemplos são os seguintes:
EasyMiner, CGMiner e BFGMiner.

I.4- NFTs, o que são?


NFT é a sigla para non-fungible token. Em tradução direta, token não-fungível. Para
compreender, vamos dar um rápido panorama do que é um bem fungível.
Se você pegar uma nota de kzs5mil toda rabiscada, você pode levar para um banco que
ela será trocada por outra novinha em folha. O dinheiro é um bem fungível, ou seja,
algo que pode ser trocado por outra coisa da mesma natureza, sem que o seu valor se
perca ou aumente. Agora, imagine que você tem a obra de arte e o lavrador de café,
do município de Negage. No entanto, você quer trocá-la pelo quadro Os retirantes.
Apesar de serem do mesmo autor, utilizando a mesma técnica e tendo sido
produzidos em épocas próximas, cada um possui um valor diferente. Logo, são
bens não-fungíveis. Bens não-fungíveis são aqueles que, ao serem trocados por bens de
mesma natureza, alteram o seu valor.
Os NFTs são arquivos digitais criptografados que podem ser vendidos e comprados
como, por exemplo, o desenho de um macaco comprado por Neymar por R$ 6 milhões
em janeiro de 2020. Apesar de qualquer pessoa poder reproduzir esse desenho, tirando
print ou copiando e colando, Neymar é o único dono legítimo dessa obra.
Assim como o desenho de um charuto não é um charuto, o print de um desenho não é o
desenho.
I.4.1- VALOR DAS CRIPTOMOEDAS E NFTS
O bitcoin desde o episódio da pizza já se valorizou quase 500 mil vezes! No entanto,
desde a máxima registrada em 2021, até o finalzinho de janeiro de 2022, acumula uma
queda de quase 50%! A criptomoeda dogecoin, nasceu para ser uma piada sobre esse
universo em um momento que poucas pessoas acreditavam nele. Trata-se, inclusive, do
desenho de um cachorro Shiba Inu muito popular na internet. Não possui nenhum
fundamento real, portanto, nenhum valor intrínseco. No entanto, quando o magnata
Elon Musk postou nas redes sociais uma leve referência sobre a dogecoin, ela se
valorizou 14.000% em questão de horas!
É preciso ter em mente que valor é algo muito subjetivo. Nada garante que o bitcoin
sobreviverá a longo prazo mesmo com promessas tão altas. Tudo depende se ele será
utilizado em larga escala de modo comercial ou não. A cada queda ou subida existem
milhares de especialistas tentando dar explicações, mas o fato está nessa premissa. Cada
pessoa dá um valor diferente para as coisas.
Quando compramos um celular, entendemos que o aparelho tem mais valor do que o
dinheiro que estamos pagando, caso contrário, não compraríamos. As criptomoedas
ainda não constituem moedas de verdade, no entanto, a aposta de se tornarem as moedas
do futuro faz com que o seu valor aumente, uma vez que se tornam mais disputadas.
Ao ler a notícia de que o jogador de futebol gastou R$ 6 milhões em um desenho
digital de um macaco pode parecer absurda, e a maioria dos NFTs poderá ter o seu valor
reduzido a zero no futuro. No entanto, quanto você pagaria para estar na mesma festa
que o Neymar? E se, por jogada de marketing, ele decidisse dar uma festa onde os
únicos autorizados a participar seriam os donos de obras da mesma coleção do seu
macaquinho, a coleção Bored Ape? Essa é a oportunidade para os pequenos negócios.
As criptomoedas surgiram para abrir um horizonte de possibilidades. Trata-se de
compreender o que os seus clientes valorizam de fato.

I.5- Como aplicar criptomoedas aos pequenos negócios


Muitas pessoas devem pensar que as criptomoedas estão restritas aos milionários,
considerando que o bitcoin, em janeiro de 2022, estava em média R$ 180 mil a unidade,
enquanto o Ethereum, R$ 14 mil. Mas perceba que anteriormente mencionamos a
possibilidade de transacionar 0,001 bitcoin. O fato é que o preço de uma unidade é tão
alto que poucas pessoas teriam acesso. Portanto, a rede da moeda decidiu que é possível
ter bitcoins em até 8 casas decimais após a virgule.
Na prática, você pode ter 0,00000001 btc, que na cotação da máxima histórica, daria
aproximadamente R$ 0,03. Dessa forma, pequenos negócios e pessoas físicas também
podem considerar entrar nesse universo.
I.5.1- Nova forma de pagamento
De acordo com uma pesquisa realizada pela administradora de cartões Visa, cerca de
25% das pequenas empresas dos 9 países analisados, incluindo o Brasil, pretendem
aceitar criptomoedas como uma forma de pagamento ainda no curto-prazo. Já em
relação aos usuários, de 38% a 44%, consideram elas como o dinheiro do futuro e cerca
de 40% acreditam ser a melhor maneira de construir patrimônio e de protegê-lo.
Para pequenas empresas essa é uma nova maneira de se relacionar com os consumidores
que estão cada vez mais conectados. Ainda, por não haver intermediação bancária,
algumas taxas são reduzidas ou até mesmo eliminadas. Paralelamente, é uma maneira de
construir um caixa que está mais protegido em relação às tensões políticas e econômicas
que o país enfrenta. No entanto, é preciso sempre ter em mente que não se trata de um
futuro claro, ou seja, todas essas criptomoedas, por mais promissoras que pareçam,
podem chegar próximas de zero por inúmeras razões.
Grandes empresas já analisam incluir também no seu portfólio de negociação. Os
maiores exemplos são o Mercado Livre e a 99 no Brasil, assim como a Tesla nos EUA,
uma das pioneiras entre as maiores. Porém, se esse é o seu desejo, tenha em mente que
não é seguro em termos de gestão financeira. Se o Bitcoin variar diariamente, já tendo
perdido até 30% de valor em 24 horas, como fará para garantir que poderá pagar as
obrigações legais? Além disso, a legislação tributária brasileira não está formada em
relação às criptomoedas, por isso é fundamental ter um contador e uma consultoria
especializada no tema para ajudar a tomar decisões.
A plataforma de moeda digital angolana a Yutubit
A Yetubit é uma plataforma que fornece um conjunto de soluções construídas de forma
descentralizada usando a tecnologia blockchain, com exchanges centralizada,
descentralizada e processamentos de pagamentos através de operadores de gateway,
tanto de moedas fiat quanto criptomoedas.
Dessa forma, as soluções da Yetubit contam com fácil instalação e uso, possibilitando
levar a tecnologia do blockchain para o grande público de forma descomplicada, sendo
inicialmente disponibilizado nas plataformas web, móveis e desktop.
A tecnologia do blockchain é uma das mais promissoras que existem atualmente,
permitindo desde os chamados smart contracts até a criação e comercialização de
criptomoedas. Nos últimos anos, esse mercado entrou em expansão de forma
surpreendente, resolvendo diversos problemas com sua descentralização e rapidez.
Hoje, é possível fazer registros diversos, realizar pagamentos e até captar recursos para
empresas com esses sistemas. E é essa a principal abordagem da Yetubit.
As chamadas criptomoedas já superaram o valor de empresas renomadas como PayPal e
VISA, sendo consideradas sinónimo de liberdade económica.
São muitas as opções, não só para os momentos de crise das moedas fiduciárias, como
dólar, euro e kwanza, mas também para o nosso dia a dia.
Por serem descentralizadas, seguras, rápidas e com baixo (ou nenhum) custo nas
transações, essas moedas ultrapassaram o valor de US$ 700 bilhões no fim de 2020.
Embora esse mercado esteja em constante e larga expansão, grande parte das
criptomoedas conta com um processo complicado de aquisição e negociação. As wallets
(ou carteiras) hoje oferecidas são muitas vezes de difícil usabilidade, além de
oferecerem poucos recursos. Com todos esses obstáculos, a experiência para usuários
iniciantes se torna árdua e muitos acabam por temer o risco de serem vítimas de golpes
ou de sofrerem algum tipo de dano.
A Yetubit, então, dispõe de recursos para viabilizar o mundo das criptomoedas a todos,
desde o iniciante até o mais experiente dos usuários. Seu design foi criado para facilitar,
oferecendo praticidade, simplicidade e inteligência.
EXCHANGE DESCENTRALIZADA
YetuSwap é uma exchange descentralizada (DEX) de criação de mercado automatizado
(AMM) atualmente no blockchain Binance Smart Chain. Somos um projeto
administrado pela comunidade que é governado pelo voto da comunidade para todas as
mudanças importantes no protocolo. As operações do dia a dia, o rebalanceamento de
pools e rácios, a estratégia de negócios e o desenvolvimento geral são decididos pela
Yetubit Exchange. Em primeira instância, por questões regulatórias, faremos o
lançamento da Exchange Descentralizada onde não haverá envolvimento direto com
moedas fiat, ou seja, todas as transações serão crypto-to-crypto por meio de Tokens
BEP-20. Yetucoin também é um token de Padrão BEP-20.PARES BEP-20
Na YetuSwap, qualquer token BEP-20 pode ser agrupado diretamente com qualquer
outro token BEP-20. Binance Coin (BNB) é usado nos contratos principais.
EXCHANGE CENTRALIZADA
A Yetubit Exchange é uma plataforma que permite que os clientes negociem
criptomoedas ou moedas digitais por outros ativos, como moeda fiduciária convencional
como o kwanza, dólar ou euro ou outras moedas digitais. Os usuários podem escolher o
meio de pagamento que preferirem, as criptomoedas podem ser compradas com cartão
de crédito, transferência bancária, depósito ou por entidade.

CAPÍTULO II: O IMPACTO DAS CRIPTOMOEDAS NO CENÁRIO


ECONÓMICO MUNDIAL´
II.1- As criptomoedas e sua relação com o mercado financeiro

De acordo com Sichel e Calixto (2018) o padrão a ser adotado pelo mercado monetário
é fator vital para o funcionamento econômico e financeiro do sistema econômico, no
entanto as criptomoedas possuem uma capacidade de obtenção de lucros para os
indivíduos que dificulta o acompanhamento dos ganhos e fiscalização da moeda o que é
bastante preocupante pois o mercado financeiro sempre atende a parâmetros fixados
pela autoridade monetária.
A utilização da unidade monetária transcende ao indivíduo, mas atende a necessidades
dos Estados nacionais. As transações internacionais são realizadas através de um padrão
monetário internacionalmente aceito, em geral o dólar dos EUA. Cria-se, desta forma, o
elemento uniforme para a transação de mercadorias, celebração de acordos de
cooperação técnica, fornecimento de mão-de-obra especializada e demais instrumentos
destinados a toda a sorte de entrega de produto ou prestação de serviços a nível global.
Esta importância global é analisada e decorre da função desempenhada pelo padrão
financeiro16.
Conforme o autor acima citado, a moeda americana, o dólar, é a base para transações
internacionais, sendo está o padrão internacional mais utilizado neste momento; um
padrão de transações e essencial para um controle financeiro. O bom equilíbrio do
mercado proporciona melhores condições de transações, acordos e cooperações para as
nações.

Ainda de acordo com o autor acima citado, podemos perceber diante das criptomoedas,
em especifico a bitcoin e ao protocolo blockchain que existe certa aversão ao sistema de
controle das transações comerciais uma vez que essas ferramentas possibilitam uma
livre circulação financeira sem a supervisão ou o conhecimento dos sistemas de
regulação financeira devido ao nível de liberdade de transações que as criptomoedas
permitem.

É importante ressaltar as pessoas que mais possuem bitcoins, pois tais personalidades
estão diretamente ligadas ao mercado financeiro possuindo verdadeiras fortunas em
bitcoins.

Principais investidores em criptomoedas em Angola

Segundo o site JE online as 4 pessoas que mais possuem bitcoins são: Barry Silbert;
Michael Novogratz; Tyler e Cameron Winklevoss; Satoshi Nakamoto. No caso de
Angola…

Finalidades, riscos e desafios das criptomoedas

As criptomoedas podem ser usadas para diversas finalidades, desde realizar


transações financeiras até serem vistas como um investimento de longo prazo. Elas
possibilitam transações rápidas e globais, sem a necessidade de intermediários, como
instituições financeiras tradicionais.

16
SICHEL E CALIXTO, 2018, pag.10
Elas proporcionam novas oportunidades de investimento, estimulam a regulamentação e
promovem a inclusão financeira. No entanto, é fundamental existir um equilíbrio entre o
incentivo ao desenvolvimento desse mercado e a proteção dos investidores e da
estabilidade financeira.
Uns dos aspectos importante é a inclusão financeira proporcionada por esses ativos. Em
Angola, a desigualdade econômica é uma realidade, muitas pessoas desconhece os
critpativos e continuam excluídas do sistema bancário tradicional.

No entanto, as criptomoedas surgem como uma alternativa viável para algumas


pessoas, permitindo que realizem transações financeiras de forma rápida, segura e
sem intermediários.

Além disso, os ativos digitais permitem transferência além das fronteiras, o que
pode estimular o comércio internacional e impulsionar a economia.

Contudo, é necessário destacar que, apesar dos benefícios mencionados,


as criptomoedas também apresentam desafios e riscos.

A volatilidade dos preços, por exemplo, pode afetar a estabilidade financeira e gerar
incertezas para os investidores. Além disso, a falta de regulamentação
adequada pode abrir espaço para fraudes e golpes. Dessa forma, cabe a você decidir se
investir ou não nessa modalidade de ativos.

Por fim, as criptomoedas estaria impactando a economia angolana de diversas


maneiras. Proporcionando novas oportunidades de investimento, estimulando a
regulamentação e promovendo a inclusão financeira.

A não autorização da utilização das criptomoedas pelo BNA em Angola

As criptomoedas são activos virtuais usados para a realização de pagamentos em


transacções comerciais pela internet. Possuem as mesmas funções de comprar bens e
serviços que as moedas tradicionais, como o dólar, euro e o kwanza.

As diferenças dão-se pelo facto da maior parte das criptomoedas serem criptografadas,
utilizarem a tecnologia blockchain e serem descentralizada, ou seja, são geralmente
caracterizadas pela ausência de um sistema monetário regulamentado. Alguns Governos
têm adoptado moedas virtuais centralizadas, através de uma exchange oficial.

Existem, actualmente, um pouco mais de oito mil tipos de criptomoedas espalhadas pelo
mundo.

A Bitcoin (BTC) é a primeira moeda digital descentralizada, criada em 2009 por um


usuário anónimo que usou o pseudónimo “Satoshi Nakamoto”. As outras moedas
digitais usadas em alternativa ao Bitcoin, como é o caso da Ethereum, Binance Coin,
Tether, Cardano e entre outras, são chamadas de Altcoins.
As criptomoedas são apontadas como as moedas do futuro, mas em Angola ainda são
quase marginalizadas. Procuramos saber sobre o estado de aceitação e utilização das
moedas virtuais, contactando o BNA, na altura. E, em tom de conclusão, a instituição
supervisora monetária não as reconhece e aponta não existirem quaisquer criptomoedas
a cumprirem as três funções da moeda, nomeadamente de meio de pagamento, unidade
de conta e reserva de valor.

Com base nas respostas de um questionário enviado ao Banco Central, tudo indica que,
a adopção deste novo segmento do mercado financeiro, ainda apresenta muitos entraves,
pelo facto de “as transacções de criptomoedas acontecerem num mercado não
autorizado e regulamentado”.

Segundo alguns especialistas, Angola deveria preparar-se com antecedência para a


introdução das criptomoedas, uma vez que o custo de implementação tardia é sempre
maior.

A transformação tecnólógica é, sem dúvida, um processo irreversível. E a solução para


o mercado de moedas criptografadas em Angola deve resultar de um estudo promovido
pelo Governo, em parceria com as universidades, centros de estudos científicos e todos
os stakeholders, para ajudar a perceber melhor o assunto e apontar caminhos para a sua
implementação.

O BNA reconhece que as criptomoedas poderiam ser utilizadas para pagar bens e
serviços que são vendidos fora do país, como se fossem divisas, mas, reforçou que,
actualmente, estas moedas virtuais não impactam nas divisas angolanas, porque o seu
uso é marginal ao sistema financeiro formal, visto que não estão reguladas.

Questionado sobre os entraves das criptomoedas no sistema financeiro angolano, o


BNA justificou que, para além das dificuldades de acesso à internet, a fraca literacia e
inclusão financeira, o constrangimento principal é de cariz legal. “O Código Penal (Lei
38/20) impede, no seu artigo 469º, a circulação não autorizada de moeda. A moeda com
curso legal em Angola é o Kwanza e foi autorizada a circular por via da publicação das
Leis 11/99 e 12/99)”, conclui.

Há quem defende que a introdução das criptomoedas irá exigir mão-de-obra cada vez
mais qualificada, mas que os avanços tecnológicos não esperam que os países tenham
total capacidade para a sua implementação, “devemos dar passos firmes sim, mas não
perder a corrida”.

Deste modo, a maior vantagem da implementação das criptomoedas em Angola é a


redução de custos de transacção. Actualmente, os bancos cobram taxas elevadíssimas
para determinadas transacções que poderiam ser eliminadas com as criptomoedas. Uma
outra vantagem é a eliminação das barreiras geográficas, uma vez que são moedas
usadas em qualquer parte do mundo. E, por fim, é o facto de poderem ser utilizadas
como reserva de valor e investimento no futuro.

Para além da falta de uma Exchange Official, e dentre outras dificuldades, a alta
volatilidade e incerteza destas moedas constituem as maiores desvantagens, por não
serem tão boas para os mercados eficientes.
Há outros que advogam que as criptomoedas podem ajudar o sistema financeiro
angolano em muitos sentidos, desde a bancarização da população até às remessas e às
transacções mais rápidas.

“Por exemplo, mais de um quarto de angolanos não tem bilhete de identidade, o que os
impede de criarem uma conta bancária, impossibilitando-os de ter acesso aos serviços
essenciais como crédito bancário”. Porém, as criptomoedas não pedem nenhum KYC
(Know Your Customer), ou seja, qualquer angolano pode ter acesso às criptomoedas
mesmo se não tiver um bilhete de identidade ou poucos valores monetários, porque a
criação de uma carteira de criptomoedas é gratuita.

Além disso, os bancos comerciais, com a autorização do BNA, podem fazer custódia de
criptomoedas e usarem as mesmas para o aumento de liquidez nas transacções
internacionais.

O Banco de Portugal publicou no ano passado o Aviso n.º 3/2021, que regulamenta o
registo de entidades que exercem actividades com activos virtuais.

A maior economia de África, a Nigéria, está a liderar o caminho, tendo recentemente


legalizado as criptomoedas e emitido directrizes reguladoras para moedas digitais e
empresas ou startups baseadas em criptologia.

No país, já há investidores a negociarem com moedas virtuais, assim como há várias


iniciativas, como a Comunidade Bitcoin Angola (Yetubit Exchange), desde 2016, que
têm lucidado alguns interessados (traders) em matérias sobre bitcoins, blockchain e o
universo cripto, apesar de operarem ainda de modo informal. Esta comunidade usa a
moeda digital “Yetucoin”, que serve de auxílio às empresas e entidades individuais para
o pagamento de serviços ou produtos adquiridos no exterior, em alternativa ao dólar.

PROPOSTA DE LEI

Regime jurídico sobre mineração de criptomoedas apreciada pelo conselho de ministro

A Proposta de Lei que estabelece o regime jurídico aplicável à actividade de mineração


de criptomoedas e de outros activos virtuais, em todo o território nacional, foi apreciada
pelo Conselho de Ministros na quarta-feira , dia 26 de Julho de 2023, na 6.ª Sessão
Ordinária, sob orientação do Presidente da República, João Lourenço, no Palácio
Presidencial, em Luanda,

Esse diploma, que segue para a Assembleia Nacional, prevê garantir um ambiente de
certeza e segurança jurídicas, alinhado aos padrões internacionais, no âmbito da
prevenção, mitigação e repressão de práticas associadas a crimes contra o ambiente,
segurança energética nacional, branqueamento de capitais e financiamento do
terrorismo, bem como delimitar a circulação de moedas virtuais não emitidas por
bancos centrais, e proibir as actividades de mineração de criptomoedas.

De acordo com a ministra das Finanças, Vera Daves, que falava à imprensa após a
reunião, esta proposta decorre da necessidade de proteger o sistema eléctrico nacional,
considerando o consumo elevado de infra-estruturas na actividade de mineração de
criptomoedas, e da necessidade de delimitar a circulação de moedas virtuais não
emitidas por bancos centrais.
A Proposta de Lei mantém a competência exclusiva do BNA para a emissão das
criptomoedas e a sujeição à recomendação ao Banco Central, também o BNA, de
transações financeiras com recursos a activos virtuais,” acrescentou.

Vera Daves explicou que compete à Comissão de Mercado de Capitais (CMC)


regularizar, supervisionar e fiscalizar as matérias relativas aos activos virtuais, que nos
termos da lei, a proposta deve seguir para a Assembleia Nacional para apreciação e
discussão.

São proibidas as actividades de mineração de criptomoedas e outros activos virtuais em


território nacional, e são criminalizadas a posse ilegal de matéria de criptomoeda, a
mineração de criptomoeda, a utilização indevida de licença de instalações eléctricas e a
interferência no sistema eléctrico nacional”, alertou a ministra das Finanças. Segundo o
site da CIPRA( Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola).

Ao falar das criptomoedas em Angola, é importante recordar que estes activos ainda não
possuem alguma regulamentação sobre a sua utilização no país.

A primeira declaração do banco central angolano neste sentido foi feita em 2021 pelo
então administrador do BNA, Pedro Castro e Silva, durante a Conferência
Criptomoedas – Angola, realizada pela SP Media, detentora do Portal de T.I, em
parceria com o grupo Media Nova.
Pedro Castro e Silva, que falava na cerimónia de abertura do evento, revelou na altura
que o banco central tinha em curso um estudo para a implementação de moedas digitais
emitidas pelo BNA.

O estudo, segundo o governador, visava entender a implementação das moedas digitais,


concretamente em relação àquelas que começaram a ser uma opção de alguns bancos
centrais pelo mundo.

Contudo, em 2022 o então administrador do Banco Nacional de Angola (BNA) foi alvo
de críticas direcionadas por alguns indivíduos ao banco central, que o acusam de ser um
dos principais obstáculos ao desenvolvimento das criptomoedas em Angola, Pedro
Castro Silva esclareceu na altura que “o BNA nunca proibiu o uso deste tipo de moedas
e nem diz ser ilegal, mas tem estado a informar que quem transacciona a moeda, que
não é emitida centralmente, está a fazê-lo por sua conta e risco”.
Já no início deste ano, o ex-governador do BNA, José de Lima Massano, admitiu que o
banco central tem interesse em criar as condições básicas para a emissão de uma Moeda
Digital do Banco Central (CBDC, na sigla inglesa) ao longo deste mandato.

A intenção, segundo o governador que falava em conferência de imprensa após a 109.ª


reunião do Comité de Política Monetária, enquadra-se no âmbito da modernização dos
instrumentos de pagamento.

Segundo avança o Jornal de Angola, José de Lima Massano pretendia dar continuidade
à modernização dos instrumentos de pagamento, com realce para os pagamentos
móveis, mas também preparar as condições básicas para a emissão de uma CBDC do
banco central angolano.
Poderemos não ter ainda, no final deste ciclo, mas pelo menos queremos ter toda a
avaliação técnica e, caso se decida pela sua emissão, também teremos as condições
básicas para permitir que tal venha a acontecer, disse o governador, citado pelo diário.

No entanto, o BNA conta nesta altura com um novo corpo directivo e não se sabe ao
certo qual é a possibilidade do novo governador e a sua equipa levarem esta intenção
adiante.

II.2- Transações eletrônicas e suas tecnologias


Com o crescimento das criptomoedas e com cada vez mais empresas e pessoas aderindo
ao espaço eletrônico para realizar seus trabalhos, o aprimoramento dos meios digitais
para a realização de seus serviços iria se desenvolver rapidamente principalmente com
as empresas cada vez mais integradas à internet pois segundo Albertin (2000, pag. 95)
“O novo ambiente empresarial é fundamentalmente baseado no ambiente digital, que
tem como componente básico a Internet, considerada [...] acesso fácil, livre e de baixo
custo” Com a expansão do ambiente digital novas portas poderão se abrir, podendo ser
destacado o ambiente de comercio digital com a utilização cada vez mais das moedas
virtuais sendo elas criptomoedas ou moedas estatais que aderiram a esse sistema pois
ainda de acordo com o autor acima citado:
O comércio eletrônico (CE) é a realização de toda a cadeia de valor dos processos de
negócio num ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensiva das tecnologias de
comunicação e de informação, atendendo aos objetivos de negócio. Os processos podem
ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo as transações negócioa-negócio,
negócio-aconsumidor e consumidor-a-negócio. Alberto Luiz Albertin (2000, pag. 95).

Hoje em dia as moedas virtuais estão passando por uma ascensão rápida. No entanto os
métodos de dinheiro virtual mais usados ainda são o dinheiro dos países que estão se
modernizando com o desenvolvimento de formas para a realização de transferências
eletrônicas de valores como afirma o autor citado anteriormente “transações eletrônicas
de negócio somente podem ter sucesso se as trocas financeiras entre compradores e
vendedores puderem acontecer em um ambiente simples, universalmente aceito, seguro
e barato”, reforçando a ideia que as transações eletrônicas somente podem ocorrer
mediante ambiente favorável para tais movimentações. Segundo o mesmo autor as
principais formas de pagamento eletrônico ainda são “dinheiro eletrônico (e-cash),
cheque eletrônico (e-check), cartões inteligentes (smart cards), cartões de crédito e
cartões de débito.”
As formas de pagamentos online evoluíram junto com o dinheiro estando cada vez mais
difundidas pelo mundo sendo algumas dessas maneiras, citadas a baixo:
 Cartão de crédito.
 Boleto Bancário.
 Débito Automático (débito em conta, débito online)
 Pagamentos digitais.
 Transferência bancária.

Cartão de crédito: Podemos destacar o cartão de credito como umas das formas mais
utilizadas de pagamentos hoje, segundo Eugenio (2019) “Essa é a forma de pagamento
preferida dos clientes e dos lojistas. Isso porque é a que tem a comprovação mais rápida,
uma vez que o contato com a operadora costuma ser simples.” O cartão de credito por
ser mais difundido ele traz algumas facilidades que alguns meios não trazem como
afirma o autor acima citado:

“Outra vantagem é a grande diversidade de bandeiras, como MasterCard, Visa, Visa


BAI( Kamba virtual), HiperCard, American Express, Elo, etc. Para atender um grande
número de clientes, é importante que a loja virtual se preocupe em aceitar o maior
número de redes possíveis”. Márcio Eugenio (2019).

De acordo com o autor antes citado as vantagens para quem utiliza o cartão de credito
são muitas como a possibilidade de parcelamento sem juros e maior facilidade de
efetuar pagamento, no entanto os cartões podem ser bastante complicados trazendo
algumas desvantagens para seus usuários como contratos, burocracia, demora custos
fixos, investimento alto dentre outros.

Boleto bancário: O boleto bancário e uma forma bastante utilizada para pagamentos
online sendo a mais aceita por certa pare da população, como afirma Márcio Eugenio
(2019) “Essa também é uma forma muito tradicional de pagamento, principalmente
quando se trata de compras com valores baixos.” Segundo o mesmo autor a principal
vantagem para que utiliza o boleto seria “a garantia de pagamento à vista. O boleto é um
método bastante seguro, no qual o dinheiro já entra na conta da empresa assim que é
verificado” no entanto o autor ressalva que a confirmação do processo pode demorar
trazendo alguns transtornos.
Debito automático: Essa forma de pagamento online e bastante parecida com o
pagamento em cartão com uma pequena diferença pois, segundo Márcio Eugenio (2019)
“neste caso, é usado o número da conta, e não o do cartão. Ou seja, trata-se de uma
transação à vista, mediada pelos bancos e bastante segura”.

Pagamentos digitais: Os pagamentos digitais de acordo com as palavras de Márcio


Eugenio (2019) são formas de recebimento online muitas vezes utilizando se de
aplicativos próprios para este fim, como por exemplo, PAYPAL, pagseguro e mercado
pago dentre outras.

Transferências bancarias: Transferências bancarias segundo o autor antes citado trata-


se de uma forma de movimentação de valores entre instituições financeiras muito
utilizadas para envios de dinheiro entre pessoas.

Dados percentuais dos paises africanos interessados em criptomoedas


Angola é dos 8º país africano mais interessados em criptomoedas em 2023, segundo
CoinGecko17, baseando-se no seu mais recente estudo sobre os níveis de interesse dos
países africanos em criptomoedas.

De acordo com o estudo, o país teve um interesse em criptomoedas avaliado em 1.41%


de 1 de Janeiro a 4 de Julho de 2023.
Apesar de mínimo, este nível de envolvimento coloca Angola na 8ª posição do top 15
dos países africanos mais interessados em criptomoedas em 2023.

Como esperado, a Nigéria lidera a lista dos 15 países mais interessados em


criptomoedas, com 66.78% de interesse demonstrado, seguida pela África do Sul
(8.36%), Marrocos (5.43%), Gana (5.24%), Egipto (2.74%), Costa do Marfim (2.07%),
Uganda (1.59%), Angola (1.41%), Argélia (0.82%), Tunísia (0.60%), Quénia (0.59%),
Namíbia (0.56%), Ilhas Maurícias (0.52%), Botsuana (0.39%), Ilhas Seicheles (0.39%).
O interesse por criptomoedas em África considerando as regiões do continente

A análise comparativa entre as regiões do continente mostra que a África Ocidental é a


região mais interessada em criptomoedas, com 74,7% de interesse, seguida pela África
do Norte (10,0%) e África Austral (9,6%), a África Oriental representa (3,8%) e a
África Central, região onde se encontra Angola, apresenta 1,9% de interesse, sendo

17
O CoinGecko é um dos melhores e mais completos sites sobre criptomoedas, mas que também possui
um aplicativo para dispositivos móveis. O aplicativo da CoinGecko conta com gráficos de preço em
tempo real, criação de portfólio, notícias e alertas sobre as mais de 8 mil moedas cadastradas na
plataforma.
estas as regiões com o menor interesse e participação em criptomoedas no continente
neste ano.

Quais os reais benefícios da Bitcoin?


ULRICH, (2014) afirma que muitas pessoas entendem Bitcoin como sendo um
substituto das moedas mais usuais hoje. No entanto as criptomoedas podem ser melhor
entendidas como sendo uma forma alternativa de pagamento, servindo como uma
segunda opção para os consumidores.
Mas por que mudar das moedas convencionais para uma moeda que pode ser
considerada como experimental, pois vários locais ainda não aderiram a essa forma de
pagamento? Segundo Ulrich, (2014) as criptomoedas assim como a bitcoin trazem
vários benefícios para os usuários como por exemplo:
 Menores custos de transação “Porque não há um terceiro intermediário, as transações
de Bitcoin são substancialmente mais baratas e rápidas do que as feitas por redes de
pagamentos tradicionais” (ULRICH, 2014, pág. 23), devido a esse fator as criptomoedas
podem ser transferidas, trocadas e até armazenadas sem a necessidade de pagamentos a
intermediários como bancos.
 Potencial arma contra a pobreza e a opressão “Bitcoin também tem o potencial de
melhorar a qualidade de vida dos mais pobres no mundo. Aumentar o acesso a serviços
financeiros básicos é uma técnica antipobreza promissora” (ULRICH, 2014, pág. 25).
O Bitcoin pode também propiciar alívio às pessoas vivendo em nações com controles de
capitais bastante estritos. O número total de bitcoins que podem ser minerados é
limitado e não pode ser manipulado. Não há autoridade central que possa reverter
transações e impedir a troca de bitcoins entre países.
O Bitcoin, dessa forma, proporciona uma válvula de escape para pessoas que almejam
uma alternativa à moeda depreciada de seu país ou a mercados de capitais
estrangulados. Já há casos de pessoas recorrendo ao Bitcoin para evadir-se dos efeitos
danosos dos controles de capitais e da má gestão de bancos centrais. Alguns argentinos,
por exemplo, adotaram o Bitcoin em resposta ao duplo fardo do país, taxas de inflação
de mais de 25% ao ano e rigorosos controles de capitais. (ULRICH, 2014, pág. 26).
 Estímulo à inovação financeira, pois segundo ULRICH, (2014) o protocolo que
desenvolve a Bitcoin possui um modelo de referencial digital para diversos serviços
financeiros legais bastante uteis e de fácil desenvolvimento por programadores.
CAPÍTULO III- ANÁLISE DAS CRIPTOMOEDAS NO CENÁRIO ECÓNIMO
MUNDIAL

Criptomoeda também são moedas digitais, no entanto, não foram emitida por um
governo, e sim criadas com base na tecnologia blockchain. Suas transações são
registradas de maneira transparente e imutável, que funciona como uma espécie de livro
contábil, reforçando a segurança das operações.
Moeda digital é o formato virtual da moeda emitida pelo governo, aquela que você tem
na carteira ou que saca nos caixas eletrônicos. Ao usar um aplicativo para fazer um
pagamento, por exemplo, o usuário está utilizando uma moeda registrada e transferida
digitalmente, cujo responsável é um órgão governamental. Resumidamente temos:

Em suma, no caso angolano, ao não optar por criar uma criptmoeda própria
(centralizada), regularia de forma indirecta o criptoactivo descentralizado e no mercado
não regulamentado, isto é, as operações realizadas pelos intermediários financeiros-
Sociedades Corretoras de Valores Mobiliários ou os bancos comercias utilitários desses
activos financeiros.
De recordar que, esse cenário, só ocorrerá, definindo-se antes a sua natureza jurídica
(valor mobiliário ou não), à luz da Lei dos valores mobiliários, assunto, diga-se,
também discutível entre vários especialistas, para além da necessidade de se rever, o
quanto antes, os diplomas afins na clarificação do entendimento sobre as criptomoedas.
Entretanto, sendo as criptomoedas um novo desafio no sistema monetário e considerado
para muitos como irreversível e revolucionário no mundo financeiro, quer pela sua
capitalização de mercado já aos triliões de dólares, por atrair também investidores
institucionais, quer pelos doze anos da sua consistência funcional ininterrupta, é
oportuno começar-se a estudar e reflectir-se com ciência e não especular sobre o
fenómeno. É um processo evolutivo dos meios de pagamentos, diria, no caso concreto
de Angola, é sair do mzimbu ao libongo, moeda metálica para o papel-moeda, moeda
eletrónica e agora dever-se encaminhar para a digital.
Portanto, é preciso preparar-se para o futuro e não proteger-se do futuro, cada vez mais
presente, ou ainda tentar proibir o que não está sob controlo e nem sequer se tem um
sustentáculo legal para o fazer.
Conclui-se, que as criptomoedas são uma evolução da economia, sobretudo,
vinculada as tecnologias dos computadores e da internet nesse novo século.
Sendo assim, as moedas virtuais serão cada vez mais usadas pelo mundo, o que
contribui para uma nova revolução económica que se inicia. Dessa forma, os
governos precisam desenvolver políticas para esse novo cenário. O governo
angolano, através do ministério da economia, deve divulgar o tema para que haja
esclarecimento, promover campanhas nas universidades para que os estudantes
se despertem para o significado das moedas virtuais. Já as empresas angolanas,
devem favorecer o uso dessas moedas como já acontece em outros países, a fim
de que facilitem seu uso. Dessa forma, será extremamente bom para a economia
angolana o uso das criptomoedas como, por exemplo, o Bitcoin.

 CARVALHO, C. E. et al. Bitcoin, Criptomoedas, Blockchain: Desafios an


alíticos, reação dos bancos, implicações regulatórias (2017). Disponível
em: http://www.liberdadeeconomica.mackenzie.br. Acesso em: 2 de Janeiro.
2022.
 NAKAMOTO, S. Bitcoin: A peer-to-peer electronic cash system (2008).
Disponível em: https://bitcoin.org/bitcoin.pdf Acessado em 4 de Fevereiro de
2022.

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