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DOI: 10.

55905/cuadv15n8-027

Recebimento dos originais: 24/07/2023


Aceitação para publicação: 21/08/2023

Análise da criptomoeda no mercado financeiro mundial: uma


perspectiva do consumidor usuário do Bitcoin

Analysis of cryptocurrency in the world financial market: a


Bitcoin user consumer perspective
Naiara Silva Ferreira
Doutora em Administração pela Universidade da Amazônia (UNAMA)
Instituição: Universidade da Amazônia (UNAMA)
Endereço: Avenida Alcindo Cacela, 287, Umarizal, Belém – PA, CEP: 66060-000
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Ronny Luis Sousa Oliveira


Mestre em Administração pela Universidade da Amazônia
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Raul Afonso Pommer-Barbosa


Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da
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E-mail: raulpommer@hotmail.com

Eduardo Moraes Correa


Graduando em Administração pela Faculdade da Amazônia (FAMAZ)
Instituição: Universidade da Amazônia (UNAMA)
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Antônio Renato Bezerra Noronha


Mestre em Administração pela Universidade da Amazônia (UNAMA)
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Carlos Benassuly Maués Filho


Mestre em Administração pela Universidade da Amazônia (UNAMA)
Instituição: Centro Universitário FIBRA
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RESUMO
Este artigo buscou analisar a influência do uso da tecnologia financeira Bitcoin
na sociedade contemporânea. Para chegar ao objetivo principal, foi abordado
aspectos históricos e conceituais do Bitcoin, os fatores que influenciam o seu
uso e as vantagens e desvantagens da moeda digital em relação a padrões
monetários. O estudo foi realizado primeiramente através de pesquisas
bibliográficas em livros, dissertações, artigos, documentos e ferramentas
associadas ao Bitcoin e teve duas etapas: a primeira etapa foi a bibliográfica,
onde buscou-se compreender conceitos da pesquisa, como criptomoedas e a
moeda digital bitcoins. Na segunda etapa foi feita uma análise qualitativa
netnográfica, pesquisando em sites de tecnologias e na rede social Youtube a
percepção (comentários) dos usuários e interessados na temática sobre essa
moeda digital, com base nos valores de consumo tecnológicos utilitários,
hedônicos e sociais. Os resultados da pesquisa demonstram as motivações mais
relevantes para o consumo são os racionais e voltadas para uma tarefa sérias e
profissional, como ganhar dinheiro, guardar e/ou investir, porém benefícios de
diversão e prazer inseridas como requisitos na funcionalidade dessa tecnologia
também são positivos para a aquisição e a influência dos pares (família, amigos,
personalidades famosas) nesse processo também se faz importante para
adequação e continuação do uso da criptomoeda.

Palavras-chave: criptomoedas, Bitcoin, tecnologias, percepção dos usuários,


mercado financeiro.

ABSTRACT
This article sought to analyze the influence of the use of Bitcoin financial
technology in contemporary society. To reach the main objective, historical and
conceptual aspects of Bitcoin were addressed, the factors that influence its use
and the advantages and disadvantages of digital currency in relation to monetary
standards. The study was carried out through bibliographic searches in books,
dissertations, articles, documents and tools associated with Bitcoin and had two
stages: a first stage was bibliographic, where research concepts were sought,
such as cryptocurrencies and a bitcoin digital currency. In the second stage, a
qualitative netnographic analysis was made, searching on technology websites
and the social network Youtube, the perception (comments) of users and those
interested in the subject of this digital currency, based on the utilitarian, hedonic
and social technological consumption values. The research results demonstrate
the most relevant motivations for consumption are rational and focused on a
serious and professional task, such as making money, saving and / or investing,
but benefits of fun and pleasure inserted as requirements in the functionality of
this technology are also positive for the acquisition and influence of peers (family,
friends, famous personalities) in this process, it is also important to adapt and
continue the use of cryptocurrency.

Keywords: cryptocurrencies, Bitcoin, technologies, perception of users, financial


market.

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1 INTRODUÇÃO
As transações online requerem confiança nas instituições tradicionais,
mas sua regulação excessiva aumenta o custo das transações, dificultando as
demandas financeiras atuais (Nakamoto, 2008; Khan et. al., 2021; Centobelli et.
al., 2022). Pagamentos eletrônicos criptográficos poderiam facilitar transações
diretas, reduzindo custos e complexidade (Nakamoto, 2008; Upadhyay et. a.,
2021).
Neste contexto, Bitcoin, uma criptomoeda inovadora, surgiu para aliviar
essa burocracia (Ulrich, 2014). É a principal criptomoeda, conhecida por
introduzir a tecnologia blockchain, um sistema de registro transparente e seguro
para transações (Ulrich, 2014; Bernardes; Silva, 2020). O Block Chain é um
sistema que dá transparência e segurança a qualquer transação em bitcoin.
Nesse sistema Block Chain existem computadores espalhados pelo mundo todo
de forma independente, mas conectados em rede formando blocos, quando
acontece uma transação (troca de dinheiro por bitcoin, por exemplo) há uma
corrida para detectar se essa operação é verdadeira e quando é confirmada a
veracidade das transação por um computador, esse passa para todos os outros
espalhados pelo mundo todo e as pessoas ficam sabendo da negociação sem a
necessidade de um banco físico para validar a troca (Oliveira, 2018).
Nakamoto (2008) observou a situação da crise financeira em que a
maioria dos países se encontrava, juntamente com uma vasta conjuntura
tecnológica, e promoveu um cenário em que havia uma necessidade de
reformulação da moeda vigente no mundo. A ideia veio para, supostamente,
reinventar o dinheiro na forma de código computacional e que possibilitaria uma
revolução digital na economia. A ideia da Bitcoin é ser uma moeda universal, que
não pretende necessariamente competir com o dinheiro tradicional de papel, o
qual apresenta três funções básicas: ser uma referência monetária que é a dada
ao preço de produtos e serviços; ser meio de pagamento, quando o indivíduo
para por algo; e ser reserva de valor, que é uma forma de preservar o dinheiro
ao longo do tempo. Esta última função é a que tem funcionado principalmente
com a Bitcoin, ou seja, é uma nova forma de ativo financeiro (Ulrich, 2014).

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As criptomoedas Bitcoins são tranquilamente comercializadas através dos
smartphones ou computadores e não dependem de qualquer órgão regulador
financeiro no sistema internacional para intermediação e funcionamento, porém
no Brasil, atualmente a receita federal vem desenvolvendo a criação de
mecanismos para regularizar a entrada e saída delas e há um campo no site que
disponibiliza a declaração dos valores em criptomoedas (Receita Federal, 2020).
Pois ela é um mercado em expansão e há um bom número dessas moedas
digitais circulando em operação desde 2009 quando forma desenvolvidas
(Ulrich, 2014; Araujo; Araujo, 2021).
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) do Brasil é regulamentado por
diversas entidades, sendo o Conselho Monetário Nacional o mais importante. No
entanto, a bitcoin não é oficialmente regulamentada no Brasil (Receita Federal,
2020). Atualmente no sistema financeiro brasileiro a criptomoeda ainda não é
regulamentada, sendo proibida sua utilização como moeda local, para
transferências, compras e/ou pagamentos, e movimentações em geral, mas
esse sistema vem a cada dia se atualizando e discutindo novas formas de fazer
a gestão dessa tecnologia em desenvolvimento (Receita Federal, 2020).
Portanto, dado o desenvolvimento dessa tecnologia no mercado
financeiro, o problema de pesquisa a ser investigado é sobre: Em que termos a
Bitcoin influencia no mercado financeiro e é percebida e utilizada pelos
consumidores no mercado brasileiro? E os objetivos da pesquisa são: identificar
como o Bitcoin tem impactado o mercado financeiro no Brasil e verificar como os
consumidores compreendem o papel dessa nova moeda no mercado, baseado
em valores de consumo tecnológico hedônicos e utilitários.
Sendo assim, supõe-se que no mercado brasileiro a criptomoeda Bitcoin
ainda está em desenvolvimento, mas com o advento de novas tecnologia, a
instantaneidade da internet, a mobilidade dos celulares, tablets e computadores
móveis a palma da mão, essa tecnologia tende a ser mais divulgada e acessível
para a população de modo geral e não somente para um seleto grupo de
pessoas. Com base nessas informações descritas, para alcançar os objetivos
propostos foi realizada uma pesquisa qualitativa netnográfica e bibliográfica no
período de agosto a novembro de 2020, analisando as nuances do mercado

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financeiro brasileiro, o desenvolvimento das criptomoedas e da Bitcoin e a
percepção do consumidor quanto a essa tecnologia financeira.

2 REFERENCIAL TEORICO
2.1 HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO DAS CRIPTOMEDAS NO MUNDO
Na antiguidade não existia moeda de troca tal qual existe hoje e tudo era
produzido para a sobrevivência do próprio grupo tendo a ausência do
comercio.de acordo com o aumento da população existente, elevou-se a
produção de itens variados, como calçados, vestimentas e uma diversidade de
alimentos. O excedente do produzido era negociado tribos vizinhas, em uma
movimentação conhecida como escambo (Anglo, 2014). A troca ocorria de itens
por itens sem o uso de um produto intermediário, a moeda. Com o aumento do
volume e diversidades das trocas, esse sistema se tornou obsoleto uma vez que,
escambos desbalanceados ocorriam (Anglo, 2014). Nesse contexto, surgiram
mercadorias que foram colocadas como produtos de mais valor, sendo essas
chamadas de moeda-mercadorias (Silva, 2018).
Sendo assim, a sociedade foi se transformando e houveram o
desenvolvimento de inúmeras inovações tecnológicas, onde o conceito de
moeda (dinheiro em metal e papel) que é amplamente utilizado nos dias de hoje
foi ganhando novos significados e processos. O conceito que vem se expandindo
é o das criptomoedas ou moedas digitais, a qual fundamenta-se no sentido de
que o dinheiro pode ser qualquer recurso utilizado na comercialização de bens
e serviços, bem como qualquer moeda corrente, a criptomoeda tem valor porque
é atribuído um valor monetário a ela (Saisse, 2016; Grecca; Garcia, 2019).
As criptomoedas são, de forma sintetizada, um processo de troca
criptografado que se relaciona funcionando em uma rede descentralizada de
computadores conectados (rede peer-to-peer). Essa comercialização é diferente
d sistema bancário tradicional e as moedas digitais não necessitam de um órgão
centralizador para verificar as transações e controla-las. A oferta e distribuição
das moedas é feita pelo sistema (código-fonte) da tal criptomoeda (Donato; Neto,
2017; Castello, 2019).

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Nesse sentido, na década de 2000, as criptomoedas ganharam
visibilidade pública por atingirem potencial de valor no mercado financeiro e
algumas possibilidades especiais da utilização dessas moedas digitais.
Aproveitando a onda de inovação digital e tecnológica, baseadas no proof-of-
work (criptografia que é utilizada na prevenção de ataques cibernéticos), na
plataforma peer-to-peer (ponto-a-ponto), na criptografia, e no blockchain Satoshi
Nakamoto criou, em 2009, a moeda digital Bitcoin. O valor da criptomoeda do
sistema Bitcoin são as bitcoins (frações das bitcoins são conhecidas como
satoshis). Conforme existe no sistema do banco, é possível guardar as bitcoins
e transferi-las a terceiros (Silva; Albuquerque, 2017; Ruppelt et. al., 2019).
Assim antes da invenção da moeda Bitcoin, todas as transações online
(feitas entre duas partes interessadas) necessitavam de três pontos de ligação,
ou seja, havia um intermediário C que era o representante responsável e
confiável por debitar da conta do indivíduo A a quantia necessária para o
indivíduo B e creditar essa quantia na conta bancária da mesma. Processo esse
que envolvia taxas e regulamentações (Prado, 2017; Dos Santos, 2021). Então
a Bitcoin surge diminuindo o representante intermediário C da transação, pois
todos os indivíduos que usam essa tecnologia possuem o registro histórico de
todas as movimentações realizadas no sistema Bitcoin, e a cada nova transação
precisa ser registrada e aprovada por todo o sistema para ser validada, ou seja,
cada usuário possui um livro-razão contábil das trocas efetuadas, com
informações tais como horário, quantia, entre outras. Este registro contábil se
chama Block Chain (Prado, 2017).
Todos os computadores ligados a essa teia de microprocessadores
guardam uma cópia de documentos que contabilizam as contas e registros
transacionais. Em vista disso, a rede é designada para organizar a criação de
novas bitcoins e as mudanças de informações entre usuários, através da
criptografia que assegura a privacidade das partes envolvidas (Donato; Neto
2017; Castello, 2019). As criptomoedas não se baseiam em qualquer outro meio
convencional de pagamento, pois elas são um meio autônomo criado na internet
e plenamente descentralizado, sem qualquer órgão competente lhe
regulamentando, conforme descreve Schlichter (2012):

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[...] o Bitcoin é um dinheiro intangível criado na internet. É um software.
O Bitcoin pode ser imaginado como sendo uma commodity
criptográfica. Trata-se de uma moeda criada digitalmente,
completamente descentralizada, que existe somente no ciberespaço.
Ela é produzida e gerida pelos computadores conectados à rede
mundial, os quais formam a rede Bitcoin. Trata-se de um sistema de
pagamento peer-to-peer que permite que as transações sejam
assinadas digitalmente. O Bitcoin não possui um emissor centralizado
e não há nenhuma autoridade central controlando o processo.
Supostamente, as transações feitas em Bitcoin não podem ser
rastreadas e as contas de seus usuários não podem ser congeladas.
O sistema não pode ser fechado ou destruído (Schlichter, 2012).

Sendo assim, mesmo com a ausência de regulação e a descentralização,


essa tecnologia é registrada na rede mundial de computadores e projetos
experimentais de leis estão sendo discutidos e apresentados em todos mundo
sobre ela, dada sua expansão e impacto na sociedade, a qual a todo momento
aceita novos perfis e usuários (Oliveira, 2018).
A geração de novos usuários é criada por um processo denominado de
mineração. As novas bitcoins mineradas são remunerados pela plataforma por
despesas com hardware para solucionar questões matemáticas muito
complicadas. A complexidade dos problemas é regulada de modo a manter a
quantidade de questões solucionadas contínuas: a cada 10 minutos uma
questão é solucionada. Além disso foi padronizado que a quantidade limite de
bitcoins feitos não supere o teto de 21 milhões bitcoins. Assim sendo impede-se
a inflação identificada pela depreciação das moedas em fluxo em um sistema
que não controla a oferta delas (Donato; Neto 2017).
No princípio do desenvolvimento do sistema Bitcoin, era ter possibilitado
a mineração de vários blocos com um processador simples de um computador
doméstico. Porém, em meados de 2013, com sua popularização e valorização
mundial, a dificuldade se tornou bem maior, tanto que assim como o ouro, a
mineração se transformou em atividade profissional e abriu um novo mercado
em ascensão, com inúmeras empresas, tecnologias próprias da mineração e
dispositivos, além de fornecedores e novos consumidores (Saisse, 2016).

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2.2 OS PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA BITCOIN NO MERCADO
FINANCEIRO
As Bitcoins para algumas pessoas é uma tecnologia financeira
revolucionária pois ela viabiliza transações diretas de A para B sem
intermediários e de forma privada e confiável (até certo ponto). Além de
apresentar um custo de movimentação bem reduzido comparado aos serviços
bancários tradicionais, principalmente para envio de quantias monetárias entre
países (Ulrich, 2014).
Outro ponto a se destacar é a da estrutura Block Chain aplicada ao
Bitcoin, pois uma vez que todo o sistema interligado assegura uma informação,
as possibilidades são ínfimas, e essa garantia ocorre através de uma assinatura
carimbada, com data, hora e detalhes de um determinado fato, transação
desenvolvida ou ponto e, com a confirmação de todo o sistema (Ulrich, 2014;
Bernardes; Silva, 2020).
Algumas empresas também estão utilizando as bitcoins para fins não
financeiros, tais como: para reinvindicação de propriedade sobre arquivos
digitais, e venda das propriedades digitais; ou para marcação de hora, data e
autoria de documentos digitais, virtualmente tornando os processos dos atuais
cartórios em desuso, através da garantia de autenticidade notarial através do
Block Chain; outras estão utilizando como aplicativos de celulares para marcar
localização de fotos e vídeos, entre outros (Santos, 2016; Carvalho, 2017;
Castello, 2019).
No Brasil, ela está sendo utilizada pelo Block Chain para gerar garantias
em produtos vendidos no varejo, atualmente a LG e a GoPro já utilizam estes
serviços; ou para fazer uso tecnológico de acompanhamento de algum produto
valioso até o consumidor final, resolvendo problemas com seguradoras,
proprietários, clientes e até órgãos fiscalizadores (Santos, 2016; Castello, 2019).
As vantagens da Bitcoin são várias e se diferenciam de outras moedas,
como dólar ou real. Ainda que não seja valorizada em muitos estabelecimentos
e para transações simples, e ser ainda um tanto experimental para diversos
usuários, é necessário entender que ela não é obrigatoriamente algo para

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substituir o dinheiro atual, mas sim um novo sistema de pagamentos (Ulrich,
2014). Sendo quatro benefícios principais destacados pelo autor:
a) seu custo é diminuído durante as transações, mesmo existindo outro
intercessor para validar as operações, portanto, as tarifas são mais fracas que
as achadas habitualmente, como cartões de crédito, possibilitando vantagens
especialmente para pequenos comerciantes; b) utilizar o Bitcoin para fazer
transações ao contrário de cartões de crédito impede também devoluções
enganosas ou mentiras sobre a chegada de mercadorias. perdendo assim, o
pagamento e ainda tendo que arcar com o custo de estorno; c) concede
acessibilidade a serviços financeiros básicos em lugares remotos,
mundialmente, nem todas as instituições financeiras estão presentes em lugares
mais afastados e pobres por questão de custo, sendo um possível motivador
para combate à pobreza e a opressão. Tornando-se também um subterfúgio para
pessoas que querem investir de forma alternativa sem influência da inflação de
seu país. Bem como usuários que estejam sofrendo de algum tipo de opressão
e não possam se expor; d) o protocolo Bitcoin possui um padrão de referência
tecnológica para várias funções de serviços financeiros, lícitos e úteis, em que
programadores podem oferecer acréscimos a qualidade do protocolo existente,
tornando-se uma plataforma colaborativa e auxiliar entre os programadores para
modernização financeira (Ulrich, 2014).
Para Nakamoto (2008) a relevância dessa tecnologia é permitir o
investimento em moedas digitais pela internet de modo acessível e operacional,
ou até mesmo realizar transações financeiras entre países sem se direcionar ao
banco físico:

Diferente das moedas convencionais, a proposta era de uma versão


peer-to-peer de dinheiro eletrônico, que permitiria pagamentos online
de um nó a outro sem a presença de um terceiro nó regulador ou
qualquer autoridade central. A criação da criptomoeda e suas
transações são baseadas em um protocolo de criptografia de código
aberto (Nakamoto, 2008).

Algumas críticas e pontos negativos das criptomoedas Bitcoins são a


questão da volatilidade das moedas digitais no mercado financeiro que assim
como podem se valorizam rapidamente dependendo do momento do mercado

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podem se desvalorizar em um curto período de tempo e o indivíduo perder tudo
logo em seguida do investimento (Gibran et. al., 2017; Werle, 2021).
Outra desvantagem é que é um ambiente financeiro de atuação delas é
bastante livre, que deve ser com indivíduos com boas intenções atuando nesse
segmento, mas outros indivíduos podem estar se aproveitando dessas
tecnologias para criar estruturas fraudulentas e corruptas, lavagem de dinheiro,
pirâmides financeiras (Gibran et. al., 2017; Meireles; Caldas Silveira; Mello Filho,
2019; Werle, 2021).

2.3 O MERCADO FINANCEIRO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR


DE TECNOLOGIAS INOVADORAS E DIGITAIS
As tecnologias de criptomoedas, ou moedas digitais como as bitcoins são
inovações mercadológicas do sistema financeiro atual, as quais para serem
utilizadas e desenvolvidas na sociedade percorrem processos de decisão de
compras e investimentos do comportamento do consumidor, baseados nas
preferências e intenções dos consumidores que irão adquiri-las, utiliza-las e
divulga-las.
Esses consumidores, provavelmente possuem experiências e motivações
direcionadas ao uso de inovadoras tecnologias com características de
acessibilidade, integração de sistemas/processos e uma convergência de
serviços nos dispositivos tecnológicos (Han et al., 2009; Park; Yoon, 2018
Chandy, 2021), tais como, por exemplo inúmeras funções que os smartphones
e seus aplicativos podem oferecer em um so dispositivo, focadas no sistema
financeiro ou não (Yang, 2013; Tang, 2019; Stocchi et. al., 2021). Sobre isto,
alguns estudiosos internacionais têm investigado as motivações de uso e as
funcionalidades de tecnologias integradas, convergentes e disruptivas (Han et
al., 2009; Park; Yoon, 2018). Este contexto de inovações atrai experts na criação
de novos produtos e serviços que possam agregar valor e benefícios com um
menor custo possível (Kim et al., 2005; Dauda; Lee, 2015; Rivera; Croes; Zhong,
2016).
Uma tecnologia nova e acessível, com multifuncionalidades,
concentrando várias características em uma só (all-in-one) (Nunes et al., 2000)

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pode satisfazer as reais necessidades e percepções dos consumidores, tais
como características hedônicas ou prazerosas, que estimulem o lado fantasioso,
afetivo, de diversão e emocional deste consumidor (Hirschman; Holbrook, 1982;
Okada, 2005; Zeithaml et. al., 2020; Oliveira; Coutinho; Arruda Filho, 2021).
Ou preferências e motivações de uso utilitárias, as quais o uso do produto
ou serviço serve como auxílio ao trabalho, estudo ou funções sérias
indispensáveis para o melhoramento individual, do mercado, profissional ou de
uma empresa, enfatizando o lado racional/ instrumental do consumidor (Clarke,
2005; Debono, 2006). A maioria dos produtos tecnológicos atuais possui
benefícios utilitários e hedônicos simultaneamente (Khan; Dhar, 2010; Kivetz;
Zheng, 2017; Koles; Wells; Tadajewski, 2018).
Nesse contexto, sobre as motivações de consumo das tecnologias,
pesquisas do comportamento do consumidor identificaram que os indivíduos
tecnológicos estão mais adaptados e disponíveis para a compra de produtos
hedônicos, que lhes proporcionem prazer e diversão (Gill, 2008; Yang et. a.,
2016; Klein; Melnyk, 2016). Mas, se identificam mais seguros pelo produto, caso
ele possua vários atributos utilitários, justificando a aquisição do serviço ou
produto (Okada, 2005; Alba; Williams, 2013; Akram et. al., 2021). Baseado
nesses conceitos teóricos apresentados será discutido nas próximas seções
uma análise das motivações hedônicas e utilitárias do comportamento do
consumidor das tecnologias Bitcoins, suas percepções e como ele se sente
sobre essa criptomoeda.

3 METODOLOGIA
Buscando identificar como o Bitcoin tem impactado o mercado financeiro
no Brasil e verificar como os consumidores compreendem o papel dessa nova
moeda no mercado, baseado em valores de consumo tecnológico hedônicos e
utilitários a metodologia escolhida é qualitativa, básica sendo do tipo
exploratória, pois pretende investigar e identificar as características dos
consumidores de criptomoedas, abordando também a relação entre o uso da
tecnologia e o entendimento dos atributos desse serviço.

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Os procedimentos usados ocorreram primeiramente por meio de pesquisa
bibliográfica de artigos, livros, teses e dissertações, para se ter uma base
conceitual acerca do assunto abordado e suas variáveis, em seguida para
responder aos objetivos propostos foi realizada uma pesquisa de netnografia
com observação passiva, nos sites e nas redes sociais virtuais que discutissem
a temática.
O método netnográfico consiste em extrair informações dos sites, blogs e
fóruns de discussão sobre determinado tema de estudo e representa a aplicação
do método etnográfico aos ambientes mediados por computador (Kozinets,
2014).
A netnografia segue 5 fases sobrepostas: a) Entrada cultural: preparação
para o trabalho de pesquisa pelo pesquisador, com a definição dos assuntos que
deseja analisar e inserção no meio através das comunidades e sites; b) Coleta
e análise dos dados: a coleta pode ser de três formas (cópia das conversações
nas comunidades online, observação das práticas comunicacionais dos
membros das comunidades e dados levantados individualmente por meio de
entrevistas); c) Ética de pesquisa: identificação do pesquisador como tal e
objetivos da pesquisa; d) Interpretação: codificação do conteúdo coletado, e)
Feedback e checagem de informações com os membros das comunidades: ação
que legitima e dá credibilidade ao trabalho (Kozinets, 2014).
A técnica netnográfica utilizada foi a de observação passiva ou
observação não participante, a qual o pesquisador não se envolve com o objeto
investigado. Ela é uma técnica simples, a qual o pesquisador permanece alheio
a comunidade que está pesquisando, apenas observando e atento as postagens
e comentários, tendo papel de espectador do objeto observado (GIL, 2008).
Para o autor entre as vantagens que está técnica apresenta esta a
possibilidade de obtenção dos elementos para definir o problema de pesquisa,
favorecendo a construção de hipóteses, facilitando a obtenção de dados e
análise do material coletado. Entre suas desvantagens estão a possibilidade de
ser enviesada pelos gostos e afeições do pesquisador e algumas vezes ter a
atenção desviada, dando maior margem de subjetividade na interpretação do
fenômeno investigado (GIL, 2008).

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A netnografia consiste em coletar dados e realizar sua análise qualitativa
e observacional com interpretação por meio das redes sociais, sites e
comunidades virtuais (Kozinets, 2010), que para este artigo a coleta foi realizada
através dos sites: Techmundo, Techtudo e YouTube (quadro 1).

Quadro 1 – Sites, título, data das postagens e número de comentários.


DATA TÍTULO COMENTÁRIOS
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YOUTUBE - https://www.youtube.com/

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03/03/20 18. Resolvi comprar bitcoin! O que aconteceu com o meu dinheiro depois de 1.302
1 mês em criptoativos?

12/03/19 19. 7 motivos para ter Bitcoin - Você MAIS Rico 136

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13/08/19 20. Novas regras da Receita Federal para Criptomoedas | Você MAIS Rico 176

20/12/18 21. "Bitcoin é uma ideia subversiva" - Fernando Ulrich 85

02/06/17 22. Bitcoin - a disrupção do dinheiro | Palestra no Insper 78

22/07/19 23. Como Funciona o Bitcoin e as Criptomoedas 531

21/04/20 24. OURO E BITCOIN: Vale a pena INVESTIR em 2020? Como e onde 1.980
COMPRAR?

15/07/19 25. As Perspectivas para o Bitcoin (Altseason, Facebook Libra e mais) | 48


Entrevista com Fernando Ulrich

TOTAL 25 postagens 10.256 coments

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

Os quais apresentam comunidades, fóruns de discussão e reportagens


sobre o tema e voltados para tecnologias em geral, a qual apresenta vídeos
sobre diversos temas com comentários e interações entre os participantes da
rede. Dessa forma, feitas investigações online nos sites e na rede social no
período de agosto a novembro de 2020. A entrada cultural nas comunidades
virtuais que discutiam sobre as bitcoins e criptomoedas ocorreu entre agosto e
outubro de 2020, e a coleta e análise dos dados ocorreu em outubro e novembro
de 2020, seguindo-se a análise final em novembro do mesmo ano.
Foram coletadas 25 postagens e 10.256 comentários dos participantes
que foram devidamente colocados em anonimato, excluindo-se fotos e apelidos
virtuais por questões éticas, mesmo que a internet seja um espaço aberto e
público para coleta de informações. Em seguida, essas discussões foram
colocadas em um documento de word para a análise de conteúdo, onde foi
realizada uma triagem dos comentários mais relevantes direcionados as
variáveis de análise do comportamento do consumidor de tecnológicas
(hedonismo/afetivo) e (utilitarismo/racional). Posteriormente esses comentários
foram agrupados em categorias ou grupos que representassem as percepções
de consumo das criptomoedas pelos brasileiros, os quais foram analisados
manualmente grifando, destacando e escrevendo comentários nesse arquivo,
gerando os resultados.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nessa seção do artigo será discutido os resultados encontrados através
da netnografia e confrontados com a literatura levantada sobre o tema
apresentado no referencial teórico. Para isso foram desenvolvidas três
categorias de consumo tecnológico das criptomoedas Bitcoins: 1) Consumidores
hedônicos e afetivos; 2) Consumidores Utilitários e Racionais; e 3)
Consumidores intuídos pelo modismo e valor social.

4.1 PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES QUE PRIORIZAM O CONSUMO


HEDÔNICO E AFETIVO DAS CRIPTOMOEDAS BITCOINS
Essa categoria apresenta percepções dos consumidores relacionadas as
características hedônicas ou prazerosas, que estimulem o lado fantasioso,
afetivo, de diversão e emocional deste consumidor (Hirschman; Holbrook, 1982;
Zeithaml et. al., 2020; Oliveira; Coutinho; Arruda Filho, 2021). É uma forma de
gratificação e até de paixão pela tecnologia ou pelo serviço que ela oferece:
(YOUTUBE, POST 14) “No meu caso é 60% da carteira de investimento
em criptos (maluco né) rsrs era muito mais. Mas não façam isso em casa. Faço
curso, opero e acompanho e estudo o mercado diariamente, sou entusiasta e
aprendiz eterno e adoro esse novo mercado! Na alta dos 70mil realizei bastante
em vez de comprar. E agora sim estou recomprando aos poucos em 2019...
Absss”.
(YOTUBE, POST 15) “O mercado de cryptomoedas é maravilhoso para
quem estuda esse mercado, e sem contar que isso é o futuro do dinheiro”.
(YOUTUBE, POST 14) “100% Bitcoin, sem pensar duas vezes, no meu
caso, claro, tudo que tenho ta virando BTC”.
Essa emoção ao usar a tecnologia das criptomoedas não depende
necessariamente de outros membros da rede social do usuário para ocorrer, ela
é intrínseca ao consumidor e trata da sensação de prazer, diversão e bem-estar
no uso da tecnologia, conforme é descrito nos comentários onde os usuários
afirma “adorar o novo mercado” ou no outro ele nem pensa duas vezes em
investir, apenas faz, pois, considera a Bitcoin 100% positiva. O consumo

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hedônico visa proporcionar satisfação ao usuário e sensação de felicidade
(Okada, 2005; Akram et. al., 2021).

4.2 PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES QUE PRIORIZAM O CONSUMO


UTILITÁRIO E RACIONAL DAS CRIPTOMOEDAS BITCOINS
Para esses usuários tecnológicos as preferências e motivações de
consumo são utilitárias, as quais o uso do produto ou serviço serve como auxílio
ao trabalho, estudo ou funções sérias indispensáveis para o melhoramento
individual, do mercado, profissional ou de uma empresa, enfatizando o lado
racional e instrumental do consumidor (Debono, 2006).
(YOUTUBE, POST 14) “Obrigado por trazer esse assunto no seu canal,
Bruno. Precisamos falar mais sobre criptomoedas, elas são o futuro do dinheiro.
Criptomoedas que serão úteis de fato para o mercado e auto-lastro. Dois pontos
colocados no vídeo e que remetem a uma nova moeda que está chegando no
mercado, e ainda está na fase de ICO, chamada Digital Money (DMX). Pode ser
pauta para um próximo vídeo”.
(YOUTUBE, POST 15) “O comércio de Bitcoin tem sido uma fonte de
renda, embora eu mal negocie sozinho”.
Observa-se nos comentários dos posts acima que os usuários utilizam a
Bitcoin como fonte de renda para ganhar mais dinheiro e investir e se preparar
para o futuro. Nos comentários abaixo, observa-se uma preocupação em ganhar
mais dinheiro com as Bitcoins e pagar menos taxas ao governo, aproveitando-
se do fato dela ainda não ser regulamentada:
(YOUTUBE, POST 15) “E agora nós, em plena pandemia 2020, vamos
precisar mais do que nunca das criptomoedas para sobrevivermos à sanha dos
governos/banco centrais em destruir o valor das moedas fiduciárias”.
(TECHMUNDO, POST 5) “...esse aumento não e apenas pela compra e
venda da moeda e sim de investimentos com a moeda de maior aceitação no
comercio...eu invisto a 2 anos nessa moeda e já ganhei e ganho muito dinheiro
com ela..esse e o futuro!!! caso queira a aprender investir com bitcoin também
posso mostrar em mais detalhes como funciona”.
(TECHTUDO, POST 7) “O Brasil está bem atrasado com o BTC, na

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Europa já é comum comprar em diversos comércios locais, o banco JP Morgan
está tentando patentear sua própria moeda digital, o Paypal vai passar a aceitar
BTC em suas transações... As pessoas têm um certo receio por nenhum governo
ter controle do sistema, mas essa é a vantagem, se você quiser não precisa
pagar 1 centavo de imposto ao governo porque a moeda não é rastreável e o
sistema só poderia ser extinto se a internet fosse desativada mundialmente”.
A intenção utilitária de usar a moeda Bitcoin está relacionada à percepção
de utilidade ao grau que uma pessoa pensa que utilizar determinado sistema de
tecnologias aumentará sua eficiência em alguma tarefa, melhorando a
ferramenta empregada para auxiliar no trabalho, estudo e interesses racionais
pessoais e profissionais (Van Der Heijden, 2004; Akdim; Casaló; Flavián, 2022).

4.3 PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES QUE PRIORIZAM O VALOR SOCIAL


E O MODISMO DAS CRIPTOMOEDAS BITCOINS
Nessa categoria o que mais importa para esses consumidores é o valor
social e o modismo que as criptomoedas e os Bitcoins representam para eles
perante os pares, ou os outros indivíduos participantes de suas redes de contato.
O Bitcoin pode trazer benefícios por estar na moda e se popularizando como
uma inovação em acessão, e a divulgação dessa tecnologia ocorre como em
uma grande corrente, na qual um amigo diz para o outro e ocorre uma difusão
da criptomoeda entre influenciadores e adotantes (Katona; Zubcsek; Sarvary,
2011).
(YOUTUBE, POST 1) “Algumas das maiores lendas dos investimentos
(Buffett, Munger, Barsi, Bettina) consideram Bitcoins um investimento ruim!! Já
eu sou do time do Perini e do Fernando, pretendo expor pequena parte do meu
patrimônio na moeda!!”.
(YOUTUBE, POST 13) “Bitcoin é a maravilha do século 21, talvez a
melhor coisa que surgiu desde que o mundo é mundo! depois da internet”.
(YOUTUBE, POST 25) “Tenha pelo menos 2% do seu portfólio em
biticon”.
(YOUTUBE, POST 24) “O investimento em Bitcoins é sempre melhor do
que em ouro, eu invisto com um comerciante especialista Ben Lewis e ganho

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semanalmente”.
Percebe-se nos comentários que os usuários da bitcoin estão sendo
influenciados pelo uso de outros consumidores notáveis do sistema financeiro e
estão alcançando benefícios com isso, e alguns também dão dicas sobre como
e por que investir nelas. Por isso, há a ampla divulgação e o contexto de
modismo apresentado aos consumidores que ainda não experimentaram têm
curiosidade e terminam por experimentar ou aderir essa tecnologia, o que gera
satisfação ao usuário que está inserido nesse contexto de uso. Katz e Sugiyama
(2006) discutem que as tecnologias podem ser inseridas em contextos de
modismos e os consumidores a adotam para se diferenciar e mostrar status ou
se inserir nessa moda em vigência.

5 CONCLUSÃO
Este artigo buscou investigar o contexto das criptomoedas ou moedas
digitais que estão em ascensão no mercado financeiro atual. Olhando mais
especificamente para as Bitcoins que são tecnologias emergentes com
características próprias baseadas na criptografia, peer-to-peer, prof-of–work e
blockchains. Discute-se no artigo que as Bitcoins possuem um contexto histórico
que ao mesmo tempo que tenta se adaptar as novas nuances do mercado
globalizado, interconectado e altamente regulamentado como uma evolução das
moedas e meios de pagamento convencionais, também traz consigo uma forma
subversiva de realizar transações financeiras, principalmente as internacionais,
já que é uma tecnologia descentralizada, atrelada a rede mundial de
computadores e livre de taxas e impostos cobrados pelos governos e
intermediários das transações comerciais.
Nesse sentindo o Brasil ainda encontra-se em fase experimental quanto
ao projeto de desenvolvimento das Bitcoins, ainda há muitas dúvidas e receios
sobre como, quando e onde investir quando se trata de criptomoedas, mas a
Bitcoin é atualmente a mais popular delas e tem ganhado espaço com vantagens
relacionadas ao menor custo das transações, as quais não necessitam de um
intermediador bancário, apresentando mais segurança nas comercializações,
concedendo mais acessibilidade a serviços financeiros básicos em lugares

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remotos, mundialmente, nem todas as instituições financeiras estão presentes
em lugares mais afastados e pobres por questão de custo, sendo um possível
motivador para combate à pobreza e a opressão.
Outra vantagem é a possibilidade das pessoas que querem investir terem
outras possibilidades para guardar seu dinheiro sem a influência da inflação do
seu país de origem. Porém, claramente nem tudo são flores e todas as
tecnologias vigentes também apresentam pontos a se criticar. No caso da Bitcoin
é a questão da volatilidade das moedas digitais no mercado financeiro que
sobem e descem entrelaçadas as variações de mercado e o ambiente de
atuação livre online que pode trazer todo tipo de persona, boa e má intencionada,
as quais podem se aproveitar para dar golpes, tais como criar estruturas
fraudulentas e corruptas, lavagem de dinheiro, pirâmides financeiras.
No caso deste estudo, analisou-se algumas das motivações ou
percepções de benefícios das moedas digitais Bitcoins para seu uso tecnológico
e satisfação deste consumidor, entre eles, os benefícios hedônicos, utilitários e
sociais. Podendo-se concluir e considerar as motivações mais relevantes para o
consumo são os racionais e voltadas para uma tarefa sérias e profissional, como
ganhar dinheiro, guardar e/ou investir, porém benefícios de diversão e prazer
inseridas como requisitos na funcionalidade dessa tecnologia também são
positivos para a aquisição e a influência dos pares (família, amigos,
personalidades famosas) nesse processo também se faz importante para
adequação e continuação do uso da criptomoeda.
Algumas limitações da pesquisa apresentadas dizem respeito ao pouco
tempo de análise de uma grande quantidade de dados extraídos dos
comentários da netnografia, e também poderiam ser exploradas outras
categorias de uso das criptomoedas como a percepção de risco, dificuldade com
a tecnologia, falta de experiência anterior, facilidade de uso, entre outros.

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APÊNDICE

1. TRIAGEM FINAL DOS COMENTÁRIOS DA NETNOGRAFIA (Extraidos do


site Techmundo/site Techtudo/site Youtube)
Categoria hedônica
(YOUTUBE, POST 14) No meu caso é 60% da carteira de investimento
em criptos (maluco né) rsrs era muito mais. Mas não façam isso em casa. Faço
curso, opero e acompanho e estudo o mercado diariamente, sou entusiasta e
aprendiz eterno e adoro esse novo mercado! Na alta dos 70mil realizei bastante
em vez de comprar. E agora sim estou recomprando aos poucos em 2019...
Absss.
(YOUTUBE, POST 14) 100% Bitcoin, sem pensar duas vezes, no meu
caso, claro, tudo que tenho ta virando BTC.
(YOUTUBE, POST 1) Eu vou dar uma de louca, venderei minha casa, vou
colocar metade do valor em uma corretora, que já me certifiquei da segurança e
do fundo de segurança que eles possuem caso ocorra um imprevisto. Eles
oferecem 9% de juros ao mês, contrato que dura 30 dias e se tudo se mantiver
ok se renova automaticamente. Minha idéia é deixar por 2 anos o dinheiro lá, se
tudo der certo! Será que estou sendo muuuito louca hahahah.

Categoria utilitária
(YOUTUBE, POST 14) Obrigado por trazer esse assunto no seu canal,
Bruno. Precisamos falar mais sobre criptomoedas, elas são o futuro do dinheiro.
Criptomoedas que serão úteis de fato para o mercado e auto-lastro. Dois pontos
colocados no vídeo e que remetem a uma nova moeda que está chegando no
mercado, e ainda está na faze de ICO, chamada Digital Money (DMX). Pode ser
pauta para um próximo vídeo.
(YOUTUBE, POST 15) O comércio de Bitcoin tem sido uma fonte de
renda, embora eu mal negocie sozinho.
(YOUTUBE, POST 15) E agora nós, em plena pandemia 2020, vamos
precisar mais do que nunca das criptomoedas para sobrevivermos à sanha dos
governos/banco centrais em destruir o valor das moedas fiduciárias.

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(YOUTUBE, POST 15) Finalmente, eu comecei a negociar de verdade
com seus sinais e instruções e você não tem que converter minhas moedas para
a Fiat em outro para resolver meus problemas, porque em apenas 2 semanas, o
meu retorno sobre o investimento foi mais de 300%.
(YOUTUBE, POST 17) Estou querendo proteger minha grana desta
maldita infração.
(YOUTUBE, POST 17) Vale sempre deixar uma reserva de Biticoins mas
minha carteira é composta por 4 criptomoedas q estão mudando minha vida
financeira. Não se limitem só em Bitcoins estudem outras moedas.
(TECHMUNDO, POST 5) Boa tarde... esse aumento não e apenas pela
compra e venda da moeda e sim de investimentos com a moeda de maior
aceitação no comercio...eu invisto a 2 anos nessa moeda e já ganhei e ganho
muito dinheiro com ela... esse e o futuro!!! caso queira a aprender investir com
bitcoin também posso mostrar em mais detalhes como funciona.
(TECHTUDO, POST 7) A questão é que depois você poderá vender a sua
bitcoin com a mesma facilidade com que comprou, praticamente pela mesma
quantia (pra falar a verdade, ultimamente, por bem mais...
(TECHTUDO, POST 7) O Brasil está bem atrasado com o BTC, na Europa
já é comum comprar em diversos comércios locais, o banco JP Morgan está
tentando patentear sua própria moeda digital, o Paypal vai passar a aceitar BTC
em suas transações... As pessoas têm um certo receio por nenhum governo ter
controle do sistema, mas essa é a vantagem, se você quiser não precisa pagar
1 centavo de imposto ao governo porque a moeda não é rastreável e o sistema
só poderia ser extinto se a internet fosse desativada mundialmente.
(TECHTUDO, POST 7) Para usar o Bitcoin basta que o estabelecimento
o aceite, se não, ambos pagaram impostos. Mas o Bitcoin me atrai por que não
é inflacionada, logo é mais lucro guardar dinheiro usando Bitcoin não em
poupanças.
(TECHTUDO, POST 11) Esta informação pode ser muito útil para você.
Especialmente se você está pensando em investir em
btc: https://xbinop.com/br/avaliacao/iq-option Investir em bitcoin pode ser uma
boa maneira de gerar alguma renda.

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Categoria valor social
(YOUTUBE, POST 1) Algumas das maiores lendas dos investimentos
(Buffett, Munger, Barsi, Bettina) consideram Bitcoins um investimento ruim!! Já
eu sou do time do Perini e do Fernando, pretendo expor pequena parte do meu
patrimonio na moeda!!
(YOUTUBE, POST 13) Bitcoin é a maravilha do século 21, talvez a melhor
coisa que surgiu desde que o mundo é mundo! depois da internet.
(YOUTUBE, POST 13) Massa! A Boot acabou de lançar um curso básico
sobre Bitcoin e Blockchain, ensinando a comprar, vender e usar, além da parte
de segurança, e também inovações na Blockchain.
(YOUTUBE, POST 15) O mercado de cryptomoedas é maravilhoso para
quem estuda esse mercado, e sem contar que isso é o futuro do dinheiro.
(TECHMUNDO, POST 5) Boa tarde.. esse aumento não e apenas pela
compra e venda da moeda e sim de investimentos com a moeda e maior
aceitação no comercio...eu invisto a 2 anos nessa moeda e já ganhei e ganho
muito dinheiro com ela.. esse e o futuro!!! caso queira a aprender investir com
bitcoin também posso mostrar em mais detalhes como funciona.
(YOUTUBE, POST 1) Obrigado por trazer esse assunto no seu canal,
Bruno. Precisamos falar mais sobre criptomoedas, elas são o futuro do dinheiro.
Criptomoedas que serão úteis de fato para o mercado e auto-lastro. Dois pontos
colocados no vídeo e que remetem a uma nova moeda que está chegando no
mercado, e ainda está na faze de ICO, chamada Digital Money (DMX). Pode ser
pauta para um próximo vídeo seu, Bruno. Link de acesso:
(YOUTUBE, POST 25) Cada dia mais convencido de que as cripitos vão
ter um papel muito importante no futuro do mercado. Tenha pelo menos 2% do
seu portfólio em biticon.
(YOUTUBE, POST, 24) O investimento em Bitcoins é sempre melhor do
que em ouro, eu invisto com um comerciante especialista Ben Lewis e ganho
semanalmente.

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