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Universidade Federal da Bahia

Discente: Maria Luiza Nascimento dos Santos

Resenha do filme “A Guerra do Fogo”


La Guerre du Feu. Direção: Jean-Jacques Annaud. Anthony Burgess e
Desmond Morris. País de origem: França e Canadá. 1981. Duração: 100
minutos.

O filme “A Guerra do fogo”, retrata as condições de vida dos ancestrais da


humanidade em uma época remota, aproximadamente 80 000 anos A.C, no
período Paleolítico, conhecido como pedra lascada.
A história acompanha a trajetória de 2 grupos principais de hominídeos, ao qual
encontravam-se em condições evolutivas completamente diferentes. O enredo
do filme gira em torno da luta pelo controle do fogo, entretanto, apenas uma
das tribos possuíam o conhecimento do “fogo” como algo natural que pode ser
produzido na natureza, mas também através do emprego de meios e técnicas
adequadas.
A primeira tribo apresentada na história, é o grupo Ulam, que tem como
protagonista o rapaz, possuem um conhecimento muito rudimentar sobre a
natureza e as condições de vida, possuíam uma fonte natural de fogo e
acreditavam que se tratava de um presente enviado a eles por seres
sobrenaturais e que os mesmos deveriam protege-los contra invasões de tribos
rivais, pois aquela fonte de energia os mantinham aquecidos, protegidos, além
de poderem saborear alimentos em forma de assado, algo ainda novo para
aquela tribo. Após o ataque fracassado de tribos rivais, ainda mais primitivas do
que o grupo Ulam, pois as vítimas capturadas acabaram sendo canibalizadas,
o grupo sofreu novamente com ataques, desta vez de animais, lobos e
macacos, perdendo por sua vez o fogo que mantinham a todo custo aceso, não
sabendo como reacende-lo.
Diante da necessidade de obterem novamente esta fonte de energia, três
membros do grupo Ulam saem pela floresta em busca de uma nova chama.
Pelo caminho eles encontram problemas e começam a pôr em pratica os
raciocínios rudimentares para saírem ilesos das consequências encontradas.
Pelo caminho após sofrerem intemperes de todas as sortes como a natureza,
animais selvagens pré-histórico, entre outros, eles finalmente conhecem o
grupo Ivakas, que possuíam a habilidade de fazer fogo, mais que isso,
possuíam avanços tecnológicos estranhos a tribo Ulam, pois estes ainda não
tinham a evolução intelectual, capaz de gerar diferenciação entre os homens e
os animais.
Enquanto comer alimentos assados no fogo ainda era uma novidade na tribo
Ulam, a tribo Ivakas detinham experiência na criação do próprio fogo, produção
e uso de emplasto de erva como medicamento com a finalidade de curar e
livrar a dor, produção de utensílios de cerâmica que serviam para o transporte
de água em jarros, preparo e consumo de alimentos, a existência de cabanas
que serviam de proteção contra invasores, animais e as mudanças do clima, o
grupo Ivakas além de se destacarem do grupo anterior em tecnologia, eles
destacavam-se nas relações de comportamento entre os membros da própria
tribo. Enquanto em outras tribos era comuns brigas entre indivíduos de um
mesmo grupo no grupo Ivankas as coisas funcionavam diferentes pois estavam
presididas em regras e possuíam chefes representantes, eles possuem uma
comunicação distinta do grupo anterior, clara e tangível entre eles não sons
indistintos e gutural como o grupo Ulam. Ainda na esfera das relações entre
indivíduos, o grupo possui uma evolução importantíssima para os
descendentes a relação afetiva, enquanto o primeiro grupo apresentado na
história usa o sexo como algo instintivo e animalesco o mesmo não ocorre no
segundo grupo, eles possuem uma compreensão sobre as relações sexuais
como fins reprodutivos, mas também como fonte de prazer e ligação intima
entre homem e mulher.
Durante o enredo do filme é possível viajar pelos primórdios da sociedade
humana e analisar a visão de mundo embutida com respeito a muitas variáveis,
como o uso da água por exemplo que possui diferentes utilidades para cada
sociedade e cultura. Na pré-história possuía o uso simples, alimentação,
consumo e limpeza do corpo (quando desejado). Nas sociedades posteriores o
uso da água foi ganhando uma dimensão ainda maior que o simples, como
produção de energia, produção de bens de consumo além dos alimentícios, o
que diferencia o uso da água nas diferentes sociedades humanas é
basicamente a disponibilidade e acesso da mesma, quanto mais disponível e
acessível ao dia-a-dia humano maior serão o seu uso.
A medida que as sociedades evoluem em estudos e conhecimento, elas
evoluem em produções tecnológicas, estas por sua vez, necessitarão de fontes
de energia que permitam sua criação, como um exemplo no filme “A Guerra do
Fogo” a observação e necessidade fizeram a tribo Ivakas criarem utensílios de
cerâmicas para a sua comodidade, entretanto para desenvolver tais utensílios
é indispensável uma fonte de energia, o fogo, que submete a peça moldada em
alas temperaturas, no a fonte de energia do fogo serve além como fonte na
produção de alimentos cozidos e como auxiliar de temperatura corporal dos
membros das tribos. Ou seja, quanto maior for o conhecimento de uma
sociedade maior e mais eficiente será a construção tecnológica dela, o que
necessariamente vai exigir uma maior produção e uso de fontes de energia e
consequentemente levará a um consumo de água maior, tanto as
necessidades humanas, como para utilização dos processos tecnológicos.
Algumas mensagens são claramente demostradas no filme, como a
importância da água para manutenção da vida em qualquer época da história
da humanidade, outro ponto central no filme é a luta pelo fogo, por se tratar de
uma fonte energética que aquece, protege de animais, serve para a produção
de alimentos, também como ferramenta de produção tecnológica, ou seja
assim como a água na vida do ser humano, fontes de energia são
extremamente necessárias para pôr em desenvolvimento tecnologias e tarefas
que visem dá maior comodidade as sociedades. Quanto as relações pessoais
de afeto o filme demonstra uma diferença clara entre animais e os ancestrais
humanos, além da capacidade de raciocínio (observação, criação), os
ancestrais possuíam a habilidade da ligação emocional através de uma relação
física, não sendo está baseada no extinto como nos animais, mas resultado de
uma ligação emocional e afetiva que vai além da simples reprodução.

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