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Marcella – Beatriz

Aída – Yasmim
Gui – Vicenzo
Bruno – Henri
Gilda – Júlia
Mariana – Luísa
Bira – Pedro
Emílio – Bruno
Alana – Isabela
Cris – Clara
Matilda - Gabrielly

CENA 1 – Marcella e Aída saindo de casa.


Aída – Vamos logo ,Marcella, não quero chegar tarde.Marcella – Estou indo,
mãe!
Gui – Pede para a vovó fazer rosquinhas para mim!
Marcella – Tá bom, tchau Gui!

CENA 2 – Gui e Bruno descobrem o acidente.


(o celular toca e Bruno atende)
Bruno – Alô, quem é? ... Quê? Como assim? ... Estou indo para aí agora!
Gui – O que aconteceu pai?
Bruno – Pega suas coisas! Nós temos que ir para o hospital agora! Asua
mãe e a Marcella sofreram um acidente.
Gui – Mas elas estão bem? A mamãe morreu?
Bruno – Não, ninguém morreu, mas o estado da sua irmã é grave, ela não
está conseguindo mexer as pernas!
Gui – Não pode ser, pai! A Marcela é linda, é a melhor atleta do time de
vôlei da escola! Não pode ser!

Bruno – Vamos, Gui! Elas precisam de nós!


CENA 3 – Bruno, Aída e Gilda conversando.

Aída – Obrigada, mãe , por vir ficar um tempo nos ajudando até tudo se
ajeitar.
Gilda – Se vocês não tivessem ido me visitar, nada disso teria acontecido.
Aída – Foi minha culpa, eu não deveria ter inventado de ir de repente,
ainda mais à noite!
Bruno – Vocês duas podem parar com esse negócio de que a culpa foi
minha, se eu tivesse feito isso ou aquilo, agora não adianta mais!
Aída – Credo Bruno, parece que você não tem coração!
Bruno – A gente precisa olhar para frente, temos que fazer muitas coisas,
a Marcella vai precisar de tratamento, e vamos precisar de um carro
maior.
Aída – Isso é hora de pensar em carro Bruno?

Bruno – Estou falando de um carro maior , para


transportar a Marcella e a cadeira...

(Marcella entra sobre a cadeira de rodas)


Marcella – Eu não quero essa cadeira de rodas!
Bruno – Mas você precisa, filha.
Marcella – Eu quero voltar a andar!
Bruno – É tudo o que todos nós queremos! Quem sabe um dia com os
avanços da medicina, com a fisioterapia, você consiga,mas por
enquanto...
Marcella – Por enquanto eu fico nesta cadeira, para o resto da minha vida!
Nem meus amigos querem saber de mim!

CENA 4 – Mariana visita Marcella.


Mariana – Oi Gui, posso falar com você rapidinho?
Gui – Claro! O que foi?
Mariana – Fiquei sabendo o que aconteceu com a sua irmã, e sinto muito.
Será que posso visitá-la? Sei que a gente não se fala mais, mas acho que
seria importante dar um apoio.
Gui – Claro! Pode sim. Vou falar com ela! Vai ser bom ela ter alguém por perto,
que não seja da família. O tempo todo ela fica me pedindo favores, amo a
Marcella , mas estou cansado de ser o único jovem por perto dela! (fecha a
cortina)
Mariana – Oi, Marcella, tudo bem?
Marcella – Tudo.
Mariana – Quanto tempo né?
Marcella – Pois é.
Mariana – Trouxe este livro para você, espero que goste.
Marcella – Pode deixar ali na mesinha.
(pausa)
Marcella – Fala a verdade Mariana, você nem gostava de mim, vivia
falando mal... só veio aqui para ver o esta doque eu estou e espalhar
para a escola toda!
Mariana – Claro que não! Eu vim aqui porque me preocupo com você, e
quer saber, não vou ficar aqui ouvindo essas acusações!
Marcella – Volta lá pra escola, podem rir bastante de mim! Conta pra
todo mundo como estou! IN- VÁ-LI-DA!!!! Está satisfeita? Pode rir!
(quando Mariana está quase saindo do quarto, Marcella grita)
Marcella – Por que eu não morri? Me fala! Eu não aguento mais essa
situação! Preferia ter morrido a ficar assim!
Mariana – Ei, não fica assim! Eu gosto de você, sempre achei você legal,
nem sei por que não éramos muito amigas, mas agora seremos! Virei
aqui sempre visitá-la. Eu entendo que não é fácil, mas quero ajudar você
a ver as coisas de outro jeito! Você está viva!!!
(as duas se abraçam e choram)
Mariana – Se quiser posso pegar as tarefas da escola e trazer aqui, para
você não perder o ano.
Marcella – Tá bom, muito obrigada.
(pausa)
Marcella – E o Bira, está bem? Não o vejo desde o acidente.
Mariana – Está sim. Vou conversar com ele sobre isso.

CENA 5 – Mariana conversa com Bira.


Mariana – Bira, posso saber por que até hoje você ainda não foi visitar
a Marcella? Vocês estavam ficando antes do acidente!
Bira – Não enche o saco! Fui adiando a visita e agora já passou muito
tempo. Tenho os meus treinos também.
Mariana – Fala a verdade Bira, você está assim só porque sabe que ela
nunca mais vai andar.
Bira – É isso mesmo, não quero ter essa responsabilidade. Além disso, já
estou em outra.
Mariana – Você poderia pelo menos fazer uma visita.
Bira – Tá bom, vou ver.

CENA 6 – Bira visita Marcella levando flores.


Gilda – Marcella, tem um moço lindo aqui querendo falar com você.
Ele disse que é o Bira!
Marcella – Bira?! Espere um pouco.(passou batom e perfume)
(cumprimentaram-se com um abraço e ele lhe entrega as
flores)Marcella – São lindas, Bira! Obrigada!
Bira – Por nada. Desculpe a demora para visitá-la, estava ocupado com os
treinos.
Marcella – Não tem problema, o importante é que você está aqui!
(Marcella pega na mão de Bira e ele solta rápido e sem graça)
Bira – É verdade que você...
Marcella – Pode perguntar Bira, não tem problema. Os médicos disseram
que eu nunca mais vou andar como antes, mas semana que vem começo a
fisioterapia. Meu pai está providenciando uma cadeira de rodas. Custa
caro, mas meu tio vai ajudar a pagar.
Bira – Tomara que dê tudo certo.
(pausa)
Bira – Bom, eu já vou indo.Marcella – Mas já? Fique mais um pouco.
Bira – Não posso, tenho um compromisso daqui a pouquinho.Tchau
Marcella.
Marcella – Então tá, tchau.

CENA 7 – Marcella vê Bira e Cris juntos.


(Aída esperando Marcella na saída da escola)
Aída – Mariana, vem aqui por favor!
Mariana – Aconteceu alguma coisa Aída? Estou tão feliz que a Marcela
voltou a vir para a escola!
Aída – Será que você poderia pedir para o Bira visitar a Marcella de novo?
Ela gosta muito dele.
Mariana – Não adianta Aída, o Bira está em outra.
Aída – Você acha que é porque ela ficou paralítica?
Mariana – Infelizmente é por isso sim, ele me disse. Ele foi muito egoísta,
é até melhor ele ficar longe. Marcella não merece um cara desses!
(Mariana sai andando e Marcella chega)
Marcella – Oi, mãe!
Aída – Oi, filha!
(Aída dá um beijo em Marcella)
Aída – Vamos?
(Marcella concorda com a cabeça)
(Bira e Cris aparecem, Marcella expressa decepção no olhar)
Marcella – Oi Bira, oi Cris, tudo bem?
(Bira fica sem graça)
Bira – E aí, Marcella.
Cris – Oi Marcella, fiquei sabendo o que aconteceu com você, sinto muito
(tom de deboche)
(pausa)
Cris – Vamos, amor! Tchau, Marcella.
(Bira e Cris vão para um lado, Marcella e Aída para outro)

CENA 8 – O baile. (pedido)


Aída – Marcella, eu já falei que você não vai nesse baile! Você precisa
descansar.
Marcella – Descansar mais do que eu já estou descansando?
Mariana – Eu e o Gui ficaremos com ela, pode confiar.
Aída – De jeito nenhum!
(Bruno chega)
Bruno – Você vai sim, filha, mas o Gui ou a Mariana têm que ficar
sempre por perto! Você promete ficar com ela, Mariana?
Marcella – Falando assim parece até que vou estar no meio de bandidos.
Mariana – Pode deixar, Bruno, vai dar tudo certo.

CENA 9 – O baile. (arrumação)


Marcella – Esta é a primeira vez que me sinto linda depois do acidente.
Aída – Você está deslumbrante, filha!
(Aída pega um chale e um colar de pérolas e coloca em Marcella)
Gui – Você está linda, irmã!
Gilda – Princesinha da vovó!
Bruno – Vamos, gente! Precisamos deixar essa princesa no baile.
(Marcella ri e eles saem)

CENA 10 – O baile. (queda)


(Marcella observa todos no cantinho quando de repente Emílio chega)
Emílio – O que uma menina linda assim está fazendo aqui sozinha?
(Marcella ri com vergonha)
Emílio – Meu nome é Emílio, e o seu?
Marcella – Marcella, prazer.
Emílio – Conte-me um pouco mais sobre você, o que quer fazer no futuro?
Marcella – Ano que vem entro no cursinho para medicina.
Emílio – Quem me dera estar perto do vestibular, ainda falta muito
tempo.
Marcella – Para mim também, mas já vou entrar para ir me preparando
bem, até porque é muito concorrido.
(pausa)
Emílio – Vamos dançar,Marcella?

Marcella – Então... não dá.


Emílio – Que bobagem! Vai ficar aí festa toda?
Marcella – Não, é que...
Emílio – Aaah... vem!
(Emílio puxa Marcella e ela cai no chão, todos olham para ela tentando se
levantar)
Mariana – Seu idiota, imbecil! Está vendo o que você fez?
(Mariana coloca Marcella na cadeira) Emílio – Desculpe-me, eu não sabia...
Mariana – (chega assustada e nervosa) Vá embora, seu idiota!
Marcella – Eu quero ir para casa.
Gui – Não dá, o papai e a mamãe só chegam mais tarde.
Mariana – Dá sim!
Gui – Como?
Mariana – A casa de vocês nem é tão longe, a gente ajuda a Marcella
atravessar as ruas, rapidinho a gente chega.

CENA 11 – Voltando para casa.


(Gui ri)
Gui – Desculpa irmã, mas ficou engraçada a cara do tal Emílio na hora, sem
entender nada.
Mariana – Ficou mesmo! Deve estar confuso até agora, tadinho.
(Marcella olha para eles séria, mas não aguenta e ri também)
Marcella – Tenho que admitir que ficou engraçada mesmo!
(os três riem)
Marcella – Gente, obrigada por tudo! Vocês são incríveis!
Mariana – Vamos estar aqui sempre!
(os três se abraçam)

CENA 12 – O bilhete.
(Emílio volta para a escola e encontra Mariana)
Emílio – Ei, preciso falar com você.
(Mariana olha estranho para ele)
Emílio – Sou o Emílio, fui eu... você sabe... que derrubei sua amiga da
cadeira.
Mariana – Ah, foi você! Agora estou reconhecendo, o que você quer?
Emílio – Queria falar com a Marcella.
Mariana – Não acho uma boa ideia.
Emílio – Sei que foi vergonhoso...
Mariana – Bota vergonhoso nisso!
Emílio – Ajude-me, por favor...
Mariana – Tá bom, escreva uma carta que eu entrego para ela.
Emílio – Muito obrigado!

CENA 13 – Bruno acha o bilhete.


(Bruno acha um livro e pega para dar uma olhada, acha o bilhete dentro e
lê)
Bruno – Aída, corre aqui!

Aída – O que foi Bruno?


Bruno – Olha o que eu achei dentro do livro da Marcella.
(Aída lê o bilhete)
Aída – Eu não acredito! Marcella, vem aqui agora!(Marcella chega)
Aída – Eu posso saber o que é isso?
Marcella – Vocês não tinham nada que ter lido! É meu!
(Marcella pega o bilhete da mão de Aída)
Bruno – E você não tinha que ter nos enganado!
Marcella – Mas eu não estava enganando vocês, só queria esperar um
pouco para contar.
Aída – Marcella, você está sendo ingênua! Esse menino só pode ter alguma
intenção ruim!
Marcella – Por quê? Só por que não ando mais? O Emílio gosta de mim,
gosta de conversar comigo.
Bruno – Pois agora tudo voltará a ser como era antes, já que você não tem
juízo!
Marcella – Quando eu andava, vocês nem ligavam.
Bruno – Ficávamos preocupados sim! Mas agora você está mais exposta,
precisamos cuidar mais de você.
Marcella – O Emílio gosta de mim! Vocês têm que parar de me tratar
como se eu fosse uma inválida! Eu não aguento mais isso!
Aída – É tudo para o seu bem filha. Vou voltar a levar você para a escola em
vez de deixar ir com o Gui e a Mariana. E nada de sair sozinha mais, mesmo
já sabendo se virar bem!

CENA 14 – Gilda deixa Emílio visitar Marcella.


(Marcella está lendo um livro e Gilda chega)
Gilda – Marcella o que você acha de trazer o Emílio aqui hoje? Depois que
seu pai sair para trabalhar.
Marcella – Você está falando sério, vó?
Gilda – Ao invés de proibir, não é melhor conhecer?

Marcella – Obrigada, vó! Você é a melhor!


(as duas se abraçam)
Marcella – Vou falar com ele.
Gilda – Tá bom, aproveita e chama suas amigas também.
(Marcella concorda)

CENA 15 – Visita dos amigos.


Marcella – Vó, eles chegaram.
(Gilda entra)
Gilda – Oi meus amores, fiquem à vontade, vou preparar uns lanchinhos
para vocês.
(Gilda sai)
Isabela – Sua avó é uma gracinha Marcella!
Marcella – É mesmo!
Isabela – Emílio, o que você acha de tocar alguma coisa para a gente? Você
sabe tocar, né?
Emílio – Opa! Pega lá.
(Isabela sai, volta com o violão e entrega para Emílio)
Emílio – O que vocês querem ouvir?
Isabela – Você que sabe.
(Emílio começa a tocar)
(Emílio termina)
Isabela – Temos que fazer isso mais vezes!
Mariana – Amanhã a gente vem de novo, está ficando tarde.
Marcella – Até amanhã então.
(eles saem e Marcella fica)

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CENA 16 – Bruno e Aída descobrem tudo.
(Bruno, Aída e Matilde entram)
Bruno – Entra Matilde, o que está acontecendo?
Matilde – Vim aqui para reclamar da falação que está tendo aqui toda
tarde, está me atrapalhando!
Bruno – Como assim? Não sei do que você está falando.
Matilde – Toda tarde vem um monte de amigos da sua filha aqui na sua
casa, e ficam fazendo o maior barulho na garagem.
Bruno – Eu não acredito! Dona Gilda, vem aqui por favor.

Gilda – O que foi Bruno?


Bruno – Que história é essa de adolescentes na minha garagem?
Aída – Mamãe, a senhora ficou louca? Que tipo de gente vem aqui?
Gilda – Vem gente que gosta da sua filha! O Emílio, a Mariana, a Isabela.
Deixa sua filha ser feliz!
Bruno – E a senhora deixa de ser maluca!
Gilda – Você está me ofendendo!
Bruno – Eu deveria interná-la no hospício!
Gilda – Chega! Eu não vou ficar ouvindo isso! Vou embora amanhã
mesmo.
Aída – Mãe, calma!
Gilda - Não quero ficar aqui vendo minha neta infeliz, quando ela pode
ser feliz de novo, com um monte de gente legal, que gosta dela, que
pode passear , cantar, viver!!!! A Marcella tem esse direito!!!
(Gilda sai e Aída vai atrás dela)

CENA 17 – Final.
(Aída, Bruno, Gui estão reunidos na sala)

Marcella – Eu preciso falar com vocês!


Gui – O que foi Marcella?
Marcella- Gui, chama a vovó, por favor, antes que ela vá embora!

(Gui sai e volta com a avó para a sala.)


Marcella – Vocês me tratam como se eu fosse uma incapaz.
Aída – Filha, não diga uma coisa dessas!
Marcella – Mas é verdade! Antes do acidente vocês não ficavam atrás de
mim o tempo todo, agora parece que virei um vaso de cristal, só falam em
cuidar de mim e me proteger.
Bruno – Filha, você não pode negar que ficou mais frágil...
Marcella – Sim, eu sei, mas eu não morri. Sabe o que eu acho que está no
fundo do seu coração pai? No fundo você acha que ninguém mais vai
gostar de mim, só porque eu não ando. Quando o Bira sumiu eu também
comecei a pensar assim, mas aí apareceu o Emílio, eu me sinto bem e
segura com ele, e com a Mariana também! Foi ela que me convenceu a ir
naquela festa, quando eu caí passei a maior vergonha da minha vida, foi
horrível! Mas a volta para casa foi tão legal, a gente riu tanto que até
compensou a queda! Aí chegou o bilhete do Emílio, a gente começou a
conversar, se encontrar, eu estava com muito medo de me apaixonar, mas
ele me ensinou a ter esperança de novo! Sem contar que as tardes na
garagem eram incríveis! Eles me fazem feliz! Bom, é isso! Ninguém sabe
até onde posso chegar, mas se passar a vida presa dentro de casa, não vou
chegar a lugar nenhum! Hoje eu entendo que tenho muita capacidade,
que posso sonhar com uma profissão, e vou me dedicar muito para
alcançar tudo o que eu quero e sei que tenho amigos incríveis e uma
família que sempre estará por perto!
( Bruno abraça Marcella)
Bruno – Obrigado, filha. Você tem muita coragem!
Aída – A cada evolução sua nós aprendemos que tudo é possível com
perseverança, fé e amor!

(Marcela olha para fora em direção ao céu)


Marcella – Olhem para o céu, para as estrelas. Muitas vezes penso
nelas! Olhando daqui, parecem todas iguais, mas se a gente olha com
um microscópio, cada estrela é diferente, especial! E nós, todos nós,
somos como um pedaço da noite! De longe, estrelas perfeitas, de perto,
estrelas tortas! Eu não posso andar, mas se quiser, eu voo! Posso chegar
até as estrelas!
Todos se abraçam e a cortina se fecha.

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