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Explicação e mística da Arte para a Logo de Pentecostes 2024 -

Manacapuru
Paróquia Nossa Senhora de Nazaré - Paróquia Cristo Libertador -
Paróquia Santo Afonso

Por: Manoel Nerys

Os elementos que compõem a arte Logo: a pomba branca, a mão


perfurada de Cristo, as três raças (branco, indígena e negro), as sete
tochas com os dons do Espírito Santo, a linha espiral, a Cruz de Cristo e
as folhas verdes com palavras, a Palavra Pentecostes, a cor quente ao
fundo - são ricos em significado e profundidade e cada um deles foram
incluídos sob a perspectiva teológica e antropológica da nossa festa
litúrgica.

1. A Pomba Branca
No livro de Gênesis, quando Noé soltou uma pomba da arca após o
dilúvio, ela retornou com um ramo de oliveira no bico, simbolizando a
paz entre Deus e a humanidade. Além disso, nos Evangelhos, a pomba
está associada ao Espírito Santo, que desceu sobre Jesus no momento
de seu batismo. “Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se
abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar
sobre ele.” (Mt, 3, 16) O seu voo nos lembra da busca pela reconciliação
e harmonia entre Deus e os seres humanos “E a pomba voltou a ele à
tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico; e conheceu
Noé que as águas se tinham retirado de sobre a terra.” (Gênesis 8:11)

2. A Mão Perfurada de Cristo


A mão perfurada de Cristo é um símbolo central na teologia cristã. Ela
representa o sacrifício redentor de Jesus na cruz. Quando olhamos para
essa mão, vemos o amor incondicional de Deus por toda a humanidade.
A mão perfurada aponta para a humanidade, convidando-nos a aceitar
o dom da salvação. “Pôs-lhes diante das mãos a sua vida, e com ele o
mundo, e nos mandou pregar o evangelho.” (1 João 4:9)
A mão perfurada, nos lembra que, quem chama e nos envia é Aquele
que morreu e ressuscitou e agora nos convida a seguir o seu caminho
de vida eterna.

3. As Três Raças: Branco, Indígena e Negro


Três figuras humanas, representando as três raças, é uma forma de
representação das três paróquias que formam o povo de Manacapuru,
com sua cultura e características Amazônicas, brasileiras formadas e
constituídas através de influências culturais de três raças: a europeia, a
africana e a indígena. No entanto, a arte nos lembra que apesar da
diversidade humana que vai além dessas categorias simplistas, somos
todos diante de Deus, no sangue de Cristo, e nas águas do batismo,
partes de uma única família humana, que forma o Povo de Deus, Igreja
de Jesus Cristo.“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn 1,27)

4. As 7 Tochas com os Dons do Espírito Santo


Os dons estão representados nas tochas, que se organizam dando uma
leve aparência da imagem da menorá judaica. Esses dons nos
capacitam a viver uma vida cristã plena e a testemunhar o amor de
Deus no mundo. Assim eles estão representados:
1. Sabedoria: Permite discernir o que favorece o projeto de Deus.
2. Entendimento: Ilumina para aceitar as verdades reveladas por
Deus.
3. Conselho: Ajuda a discernir caminhos e opções.
4. Ciência: Revela o pensamento de Deus sobre nós.
5. Piedade: Abre-nos à vontade de Deus e nos faz agir como Jesus.
6. Fortaleza: Torna-nos corajosos para enfrentar as dificuldades da
vida cristã.
7. Temor de Deus: Não é medo, mas reverência e respeito diante do
sagrado.
“E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e
de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de
conhecimento e de temor do Senhor.” (Isaías 11:2)

5. A Linha Espiral
A linha espiral que envolve todo o desenho é um símbolo antigo que
representa o movimento contínuo, a evolução e a jornada espiritual. “O
Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos,
e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um
manancial, cujas águas nunca faltam.” (Isaías 58:11). Ela nos lembra
que nossa vida é uma busca constante por crescimento, transformação
e conexão com o divino. A espiral também simboliza o ciclo da vida,
morte e renascimento. É a Ação do Espírito Santo que renova todas as
coisas. (Sl 104:30)

6. A Cruz de Cristo
A Cruz de Cristo é o símbolo central do desenho. Ela corta o desenho de
leste a oeste, de norte ao sul. Nos lembra que a liturgia que celebramos
é uma festa Cristã, é mistério Pascal de Cristo celebrado. Ela representa
o sacrifício supremo de Jesus, que foi crucificado para redimir a
humanidade de seus pecados. “Porque primeiramente vos entreguei o
que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as
Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras”, (1Cor 15,3-4).

7. As Folhas Verdes com as Palavras escritas


As folhas verdes com palavras são um símbolo de vida, crescimento e
renovação. Cada palavra inscrita nessas folhas nos coloca em
comunhão com a ação da Igreja Sinodal, que em seu documento
conclusivo ressalta essas quatro palavras:
1. Escuta: A capacidade de ouvir atentamente é fundamental para a
compreensão mútua e para a relação com Deus. Escutar a Palavra
de Deus nos orienta em nossa jornada espiritual.
2. Acolhida: Acolher o outro, independentemente de sua origem,
raça ou história, é um imperativo cristão. Acolher é demonstrar
amor e compaixão.
3. Vivência: A fé não é apenas teoria; é uma experiência vivida. A
vivência da fé nos leva a agir de acordo com os ensinamentos de
Cristo.
4. Anúncio: O anúncio do Evangelho é uma missão compartilhada
por todos os cristãos. Devemos proclamar a Boa Nova com
palavras e ações.

Esses elementos, organizados em conjunto, formam um mosaico


complexo e profundo da experiência humana e divina celebrada na
Liturgia do Pentecostes da Igreja deste ano 2024.

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