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[Poema 12]
Nota ao Poema 12
Dos poemas vertidos por Tagore, este foi, talvez, o que mais repercutiu no Ocidente,
impressionando profundamente Yeats e outros intelectuais que o leram. De fato, o símbolo do
cisne é recorrente na cultura mundial. A história do Patinho Feio, que, ridicularizado por sua
aparência e inadaptado ao seu meio durante a infância, cresce e amadurece como um esplêndido
cisne, é uma clássica metáfora daquele que trilha o caminho espiritual. Seu autor, o
dinamarquês Hans Christian Andersen (1805 – 1875), a considerava autobiográfica. E o escritor
Idries Shah afirma que Andersen se inspirou em uma passagem do Masnavi, a obra-mestra de
Rumi. No hinduísmo, o cisne é a montaria (vahana) da deusa Saraswati, protetora do
conhecimento, da música e da literatura. E o título Paramahansa (Supremo Cisne) foi atribuído
a muitos mestres que teriam alcançado a iluminação, aludindo à capacidade do cisne de
transitar entre os diferentes planos de realidade (a terra, a água, o ar) sem se apegar a nenhum
deles. Ramakrishna e Yogananda foram os mais famosos iogues dos tempos modernos que
receberam esse título.
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[Poema 78]
Ó Sadhu!
Ouve minhas palavras imortais.
Se tens isto por certo, o que há para temer? Então, nada teme.
Se o Senhor não está perto, quem é, então, que sustenta este mundo?
Kabir diz: Por que sofres com a dor da separação, se Ele te preenche?
Pois, dos pés à cabeça, não há nada em ti que não seja Ele.
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O poeta se faz vidente por um longo, imenso e pensado desregramento de todos os
sentidos. todas as formas de amor, de sofrimento, de loucura; ele busca a si mesmo,
ele exaure em si mesmo todos os venenos, para então guardar apenas as
quintessências. inefável tortura na qual necessita de toda a fé, toda a força sobre-
humana, onde ele se torna entre todos o grande doente, o grande criminoso, o grande
maldito, – e o supremo sábio! – pois ele chega ao desconhecido! uma vez que ele
cultivou sua alma, já rico, mais que todos! ele chega ao desconhecido, e quando,
enlouquecido, ele acabaria por perder a inteligência de suas visões, ele as viu! que ele
estoure em seu sobressalto pelas coisas inaudíveis e inomináveis: virão outros
horríveis trabalhadores; eles começarão pelos horizontes onde o outro se abateu!
Arthur Rimbaud