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Rio de Janeiro,
2012
1
SUMÁRIO
1. Laudo ................................................................................................................................. 3
2. Estrutura do laudo............................................................................................................ 3
5. Propriedades do laudo.................................................................................................... 41
1. Laudo
Parecer técnico escrito e fundamentado, emitido por um especialista indicado
por autoridade, que relata o resultado de exames, vistorias e avaliações, responde aos
quesitos formulados ou deferidos pelo juiz e conclui sobre matéria submetida à análise.
Na Engenharia Legal:
2. Estrutura do laudo
Não há regra legal para a estrutura de um laudo, mas, de forma geral, o
documento apresenta a seguinte configuração:
Neste item deverão ser apresentados todos os dados obtidos durante a vistoria,
como endereço; características da região; informações sobre a infraestrutura do local,
terreno e construção. Além disso, devem estar descritos os acontecimentos ocorridos
durante a diligência considerados relevantes para elucidar a questão.
Essa apresentação deve ser feita de forma clara e objetiva, considerando que será
analisada por leigos, técnicos e/ou especialistas.
5
2.5 - Conclusão
O perito tem a obrigação de responder aos quesitos deferidos pelo juiz, porém os
que fogem da matéria em análise devem ser desconsiderados com a devida justificativa.
2.7 - Encerramento
Deve informar o número de páginas contidas no laudo e nos anexos (se houver),
formato do papel e número de faces utilizadas para a impressão, ressaltando que todas
as folhas estão rubricadas. Além disso, deve conter a data e o nome do profissional
responsável.
2.8 - Anexos
NBR 14653-1:2001
a) identificação da pessoa física ou jurídica e/ou seu representante legal que tenha
solicitado o trabalho;
b) objetivo da avaliação;
e) especificação da avaliação;
10.2 Modalidades
NBR 14653-2:2004
a) identificação do solicitante;
c) objetivo da avaliação;
10.3 Anexos
3. O parecer técnico
A partir das análises e conclusões do perito, os assistentes técnicos podem
elaborar o parecer técnico, que pode ser concordante, parcialmente
concordante/discordante ou discordante do laudo pericial, sempre apresentando
justificativas, considerações, cálculos, argumentos e conclusões fundamentados, com o
objetivo de fornecer subsídios para a decisão judicial.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 11ª VARA CÍVEL DO RIO DE JANEIRO – RJ
10cm
PROCESSO N.º 2000.001.XXXXXX-X
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL
AUTOR: XXXXXXXXXX
RÉU: XXXXXXXXXX
Pedro G. Sepulveda
Perito do Juízo
CREA/RJ nº 88102407-5
TJ/RJ – nº 0464
(CPF 648.714.607-20)
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LAUDO PERICIAL
NOVEMBRO DE 2011
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1 – Objetivo do laudo
1.1 – Vistoriar o imóvel em lide acompanhado dos assistentes técnicos indicados nos
autos e produzir LAUDO DE AVALIAÇÃO apresentando estimativa atualizada do
seu valor de mercado para venda e locação.
1.2 – Responder aos quesitos ofertados pelas partes.
2 – Considerações
Obter o justo valor de mercado para venda e locação do imóvel em lide tomando
como referência o mês de Outubro de 2011.
4 – Descrição do imóvel
O endereço do imóvel objeto desta Ação é Rua Alfredo Ceschiatti, nº 55, bloco
1, apartamento 701 (Ed. Veneza) – Condomínio Rio2. Esta rua é transversal à Avenida
Embaixador Abelardo Bueno, onde fica localizado o referido empreendimento, no
bairro de Jacarepaguá (próximo à Barra da Tijuca), nesta cidade.
A região onde fica situado o imóvel foi urbanizada recentemente com o
lançamento simultâneo de diversos empreendimentos imobiliários, restaurantes, casas
de shows e, principalmente, as obras destinadas às Olimpíadas de 2016 que acontecerão
no Rio de Janeiro, pois as competições de diversas modalidades esportivas acontecerão
nas cercanias do autódromo de Jacarepaguá. Portanto, trata-se de localidade que será
alvo das atenções de todo o mundo nos próximos anos. Portanto, a valorização dos
imóveis lá situados é crescente.
O Rio2 é praticamente um bairro, com área de quase um milhão de m 2
equivalente ao Leblon, para se ter uma ideia de sua dimensão. Dispõe de grandes áreas
verdes, 4 km de ciclovias, transporte exclusivo para as principais regiões da cidade (em
ônibus do próprio Condomínio), quadras de esportes, áreas de lazer (piscinas, saunas,
churrasqueiras, salões de festas, bares etc.) e toda a infraestrutura compatível com um
empreendimento deste porte.
O Residencial Verona é composto por duas torres com doze andares: Ed. Porto
Veneza (bloco 1), com 8 (oito) apartamentos por andar, e Ed. Porto Trieste (bloco 2)
com 4 (quatro) apartamentos por andar. A unidade em questão está localizada no bloco
1 que fica voltado para a Av. Embaixador Abelardo Bueno, na altura do Parque
Aquático e Autódromo de Jacarepaguá, que ficam no lado oposto da via.
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RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Foto 7 – Cozinha
Foto 9 – Varanda
Foto 10 – Quarto
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Foto 11 – Quarto
Foto 12 – Sala
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Foto 13 – WC
5 – Da avaliação
São eles:
Fo = Fator de oferta
Ajusta a amostra em razão da variação entre o preço ofertado e o preço de venda
(efetivo).
Apresenta variação de 0,8 (para imóveis em oferta a mais de 60 dias) a 1,0 (imóvel
negociado).
Ft = Fator de transposição
Também chamado de fator de localização, é utilizado para transpor os valores do local
pesquisado para o local do imóvel avaliando.
O fator admite a variação de 0,8 a 1,2.
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Resultado da Pesquisa
Endereço /
Preço/m²
N° Ofertante / Características Valor (R$) Área (m²) Preço/m² Fa Fo Feq Ft
Homogeneizado
Contato
Residencial Verano - Rio2 11º andar, 4
Lopes Consultoria de Imóveis S/A quartos (2 suítes, 2
1 Raika – (21) 7842-6575 vagas), vista para o 950.000,00 144,00 6.597,22 1,0 0,9 1,0 1,0 5.937,50
Consulta em out/2011 bosque e lagoa. (1ª
locação)
Residencial Verano - Rio2 9º andar, 4 quartos
Lopes Consultoria de Imóveis S/A (2 suítes, 2 vagas),
2 Raika – (21) 7842-6575 vista para a 880.000,00 144,00 6.111,11 1,0 0,9 1,0 1,0 5.500,00
Consulta em out/2011 piscina. (1ª
locação)
Residencial Verano - Rio2 3º andar, 4 quartos
Lopes Consultoria de Imóveis S/A (2 suítes, 2 vagas),
Raika – (21) 7842-6575 vista para a
3 850.000,00 144,00 5.902,78 1,0 0,9 1,0 1,0 5.312,50
Consulta em out/2011 piscina. (1ª
locação)
n=7
d/S crítico = 1,80 (tabelado)
d(6)/S = (X – X6)/S
d(6)/S = (5.355,93 – 4.860,00)/325,67 = 1,52
Assim, temos:
Adotaremos 3 (três) classes e em cada uma delas verifica-se quais os elementos que nela
estão contidos. A classe que contiver o maior número de elementos do rol saneado terá,
na ponderação a ser efetuada, peso maior.
R$ 382,90/3 = 127,63
A razão Sv/Sp nos dará o valor unitário procurado. Assim, temos que Sv/Sp =
26.694,04/5 = 5.338,81 = valor unitário.
Resultado da Pesquisa
Endereço /
Preço/m²
N° Ofertante / Características Valor (R$) Área (m²) Preço/m² Fa Fo Feq Ft
Homogeneizado
Contato
Residencial Cote D'Azur - Edifício 11º andar (ap.
Nice (R. Mario Agostinelli, 55) - Rio2 1.102) (4 quartos,
1 XXXXXXXXXX 2 suítes, 2 vagas), 3.900,00 153,47 25,41 1,0 0,9 1,0 1,0 22,87
Aurélio – (21) 9177-7527 vista para a
Consulta em out/2011 Abelardo Bueno.
Residencial Cote D'Azur - Edifício 11º andar (4
Nice (R. Mario Agostinelli, 55) - Rio2 quartos, 2 suítes, 2
2 Expan Imóveis vagas), vista para a 3.900,00 153,00 25,49 1,0 0,9 1,0 1,0 22,94
Emiko – (21) 7709-9794 piscina.
Consulta em out/2011
Condomínio Rio2
Lopes Consultoria de Imóveis S/A
3 4quartos 4.150,00 150,00 27,67 1,0 0,9 1,0 1,0 24,90
Duquesa – (21) 8101-0494
Consulta em out/2011
Condomínio Rio2
Imóvel Fácil RJ
4 4quartos 3.750,00 150,00 25,00 1,0 0,9 1,0 1,0 22,50
Vinícius – (21) 7859-8960
Consulta em out/2011
Condomínio Rio2
Apartamentos RJ
5 4quartos 3.750,00 150,00 25,00 1,0 0,9 1,0 1,0 22,50
Alex – (21) 8791-3010
Consulta em out/2011
Condomínio Rio2
Imobiliária Marcelo
6 4quartos 4.500,00 150,00 30,00 1,0 0,8 1,0 1,0 24,00
Marcelo – (21) 2843-1753
Consulta em out/2011
n=6
d/S crítico = 1,73 (tabelado)
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d(4e5)/S = (X – X4e5)/S
d(4e5)/S = (23,29 – 22,50)/0,96 = 0,82
Adotaremos 3 (três) classes e em cada uma delas verifica-se quais os elementos que nela
estão contidos. A classe que contiver o maior número de elementos do rol saneado terá,
na ponderação a ser efetuada peso maior.
R$ 1,28/3 = 0,43
. A primeira classe abrangerá os valores entre Xmín.= 22,65 e R$ 23,08 (22,65 + 0,43),
onde estão contidos os elementos 1, e 2, portanto, esta classe terá peso 2.
. A segunda classe abrangerá os valores entre R$ 23,08 e R$ 23,51 (23,08 + 0,43), onde
não estão contidos os elementos da amostra, portanto, esta classe terá peso 0.
(5- CONCLUSÃO)
6 – Conclusão
Pedro G. Sepulveda
Perito do Juízo
CREA/RJ 88102407-5
TJ/RJ nº 0464
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3) Caso a resposta ao quesito anterior seja afirmativa, queira o Perito elucidar se o autor
pagou alguma diferença à Ré por tais melhorias.
5) A partir do valor final encontrado no quesito 4 acima, queira o expert multiplicar pelo
número de meses correspondente ao período de agosto de 1999 até a entrega das chaves
em outubro de 2005.
2) Caso negativa a resposta do quesito anterior, diga o I. Perito qual é sua formação e
especialidade, esclarecendo ainda qual é a normativa do CREA/RJ que permite
engenheiros de sua formação ou especialidade realizar perícias da área civil?
3) A presente perícia foi realizada de forma direta (visita ao imóvel) ou indireta (através
de documentos)? (Peço que justifique o critério e o motivo na resposta deste quesito).
Resposta: A presente perícia foi realizada de forma direta com vistoria ao imóvel da
qual participaram os assistentes técnicos indicados nos autos.
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4) Esclareça o r. Perito ser deverá ser cumprida a norma da ABNT NBR 14.652-2, que
regulamenta os procedimentos de periciais, que determina expressamente ao perito
apresentar as fontes das amostras elencadas, bem como os seus contatos, endereços, e a
respectiva vistoria com foto cada amostra, para permitir a análise comparativa, bem
como informar se os imóveis possuem 1 ou mais vagas de garagem?
5) Queira o r. Perito informar se utilizou amostras ofertadas por qualquer das partes em
seu laudo. Caso positivo, esclareça por que parte, quantas amostras foram e qual o seu
peso na influência destas amostras na apuração do resultado; bem como esclareça o
motivo de não ter preferido o r. Perito utilizar amostras independentes.
12) Queira o r. Perito informar quanto monta na presente data (hoje) o valor de R$
3.000,00 (três mil reais) contido no pedido (fl. 15) atualizado monetariamente pela
UFIR/RJ considerando como a data temporal de base inicial de calculo de atualização
monetária a data de 31/08/2000 quando foi distribuída a Ação (fl. 02)?
às relações locatícias de praxe até a presente data calculados por rata dia (obs. Aplicam-
se o art. 293 do CPC e a Súmula n.º 254 do STF ao caso em tela).
14) Qual o valor total do dano material apurado no cálculo do quesito acima, e qual é o
valor do mesmo acrescido de honorários de sucumbência arbitrados em 10%?
(7- ENCERRAMENTO)
9 – Encerramento
Pedro G. Sepulveda
Perito do Juízo
41
5. Propriedades do laudo
5.1 - Clareza
Para um texto ser claro, é ideal que cada parágrafo tenha apenas uma ideia
central. É importante lembrar que o texto deve ser bem compreendido tanto por
especialistas quanto por leigos no assunto.
O laudo não deve conter neologismos nem palavras estrangeiras que possam ser
fielmente traduzidas para a língua portuguesa. Recomenda-se evitar linguagem jurídica
e termos técnicos sem a devida explicação.
A formatação do texto também contribui para a sua clareza. Por isso, sugere-se
que seja adotado o padrão que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
recomenda para a apresentação de trabalhos científicos, conforme descrito a seguir.
Fonte: Times New Roman, corpo 12. Alguns autores defendem o uso facultativo
da Arial, porém deve-se adotar a Times New Roman como padrão.
Alinhamento: justificado.
03), meses de datas são escritos de forma extensa ou abreviada (ex.: 5/4 ou 5 de abril) e
as horas são representadas da seguinte forma: 10h, 10h30.
A citação indireta, também chamada de livre, pode ser feita das seguintes
formas:
Ou então:
A citação direta, também chamada textual, pode ser feita de duas formas
conforme o tamanho do trecho a ser reproduzido. Se tiver menos de três linhas, deve
estar inserida no próprio parágrafo, entre aspas e acompanhada da menção da fonte.
Caso tenha mais de três linhas, deve ser recuada na formatação do texto, colocando-se
em novo parágrafo, entre aspas, com recuo de 4 cm, entrelinhamento simples e corpo
11. Seguem exemplos:
Exemplo:
Sobre as fontes, a norma recomenda a Times New Roman, tamanho 12, porém
outros tipos são, frequentemente, utilizados como opção: Arial, Verdana e Tahoma.
O título de cada capítulo deve ser numerado por algarismos arábicos (1, 2, 3 etc.)
e os subtítulos respeitarão a sequência dos capítulos (1.1, 1.2, 1.3 etc.). O mesmo
acontece com as subdivisões, que não devem passar do terceiro nível (1.1.1, 1.1.2, 1.1.3
etc.). Se houver necessidade de novos itens, utilizar letras (a, b, c etc.) e caso se opte por
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usar marcador, este deve ser único, não sendo recomendado o uso de mais de um tipo no
trabalho.
Os laudos judiciais não devem ser encadernados, visto que serão juntados nos
Autos. Normalmente, são entregues com grampo tipo trilho.
As questões jurídicas não são objeto do laudo e devem ser tratadas pelos
advogados. A missão do perito é emitir um parecer técnico que forneça subsídios para a
decisão do juiz.
O texto não deve expressar opiniões pessoais nem ser construído em primeira
pessoa. Ex.: substituir a frase “adotei o seguinte procedimento” por “foi adotado o
seguinte procedimento”.
5.3 - Concisão
Por outro lado, deve-se tomar cuidado para não omitir informações úteis e
relevantes. O texto deve resumir a ideia, mas sem prejudicar o conteúdo. Se necessário
para o bom entendimento do assunto que está sendo tratado, pode-se citar exemplos,
transcrever trechos da norma e citação de livros técnicos.
5.4 - Concludência
5.5 - Correção
Além da correção nos cálculos e análises, o laudo tem que ser escrito
corretamente, em conformidade com a norma culta da língua portuguesa. Um texto bem
elaborado, claro, objetivo, conciso e coerente proporciona o bom entendimento e
contribui para a credibilidade e a seriedade do trabalho que está sendo realizado.
Alfabeto
Trema
O trema não existe mais. Permanece apenas nos nomes próprios e seus
derivados. Ex.: cinquenta, consequência, frequentemente.
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Acentuação
As palavras terminadas em oo e eem não são mais acentuadas (ex.: voo, veem,
leem). Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir,
assim como de seus derivados manter, deter, reter, conter, convir etc. Ex.: eles têm, eles
vêm.
Não se acentua mais a letra u nas formas verbais arrizotônicas (o acento tônico
não está no radical – parte invariável da palavra à qual se justapõem os afixos), quando
precedidas g ou q e antes de e ou i (que, que, gui, qui). São válidas as formas: enxague
ou enxágue; enxaguemos ou enxáguemos; apazigue ou apazígue; averigue ou averígue;
oblique ou oblíque. A regra vale também para os verbos aguar, desaguar, delinquir etc.
Deve-se dar preferência para as formas que contêm o a e o i tônicos. Argui só admite
essa forma.
Hífen
Sem hífen diante de r e s, sendo que essas consoantes devem ser dobradas. Ex.:
antissocial, cosseno, ultrassonografia, antessala, contrarregra.
- Observações:
Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n
e vogal. Ex.: circum-navegação, pan-americano.
Usa-se sempre o hífen com os prefixos vice, ex, sem, além, aquém, recém, pós,
pré, pró. Ex.: vice-presidente, ex-aluno, pós-graduação, pré-requisito, sem-terra, recém-
construído.
Usa-se hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Ex.:
capim-açu.
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Os pronomes átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) podem ser
colocados:
O pronome átono pode ser colocado antes ou depois de ter e haver quando esses
verbos formam um tempo composto, mas nunca pode ser colocado após o particípio.
Ex.: Eu tinha me lembrado de que você viria.
50
São os que remetem a um termo expresso anteriormente. São eles: que, quem,
onde, o(a) qual, os(as) quais, cujo(a), cujos(as), quanto, quantos(as). Observar que a
forma quanta não é utilizada como pronome relativo.
51
Quando o trato não é direto, o pronome Vossa deve ser substituído por Sua. Em
ambos os casos o verbo deverá sempre estar na 3ª pessoa.
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Outros casos:
Comendador (Com.);
Doutor (Dr.);
Meritíssimo Juiz (M.M. Juiz) - para juízes de Direito. Vocativo: Senhor Juiz;
Professor (Prof.).
Você (v.).
Ao ano - a.a.;
Ao mês - a/m;
Associação - assoc.;
Citação - cit.;
Companhia - Cia.;
Conforme - cf.;
Decreto - dec.;
Em mãos - E.M.;
Idem - id.;
Isto é - i.e.;
Limitada - Ltda.;
Mês - m.;
Observação - obs.;
Ofício - of.
Parecer - par.;
Promotor - Prom.;
Respeitável - r.;
Remetente - remte.;
Rubrica - rubr.;
No final de frase interrogativa, escreve-se por quê. Ex.: O prazo foi prorrogado.
Por quê?
As formas irregulares são construídas com o verbo ser. Ex.: O recurso não foi
aceito.
6.9 - Crase
- Expressões que indicam hora. No entanto, junto à palavra hora sem especificação, a
crase não é utilizada. Ex. A vistoria será às 10 horas. A hora de contestar é essa.
- Expressão à moda de, mesmo que o termo esteja subentendido. Ex.: Ele desenha à
Oscar Niemeyer (à moda de Oscar Niemeyer).
- No termo à distância de, quando a distância está determinada. Ex.: Estava à distância
de dez metros do local do acidente. Estava a pequena distância do local do acidente.
Na dúvida, se for possível substituir: aquele por: a aquele, para aquele, naquele;
aquela por: a aquela, para aquela, naquela; aquilo por: a aquilo, para aquilo, naquilo;
ocorre a crase.
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- Junto aos pronomes relativos que, qual, quais, dependendo do termo antecedente
(feminino) e do regente. Ex.: Admiro as causas à que você se dedica (quem se dedica, se
dedica a alguma coisa ou a alguém). Estas são as normas às quais o laudo obedece
(quem obedece, obedece a alguém ou a alguma coisa).
- Diante de nomes de lugar usa-se a crase quando à pode ser substituído por para a.
Caso seja substituído apenas por para, não se usa a crase. Na dúvida, trocar o verbo ir
pelos verbos voltar e vir. Se for necessário usar voltar (vir) da, usas-se a crase. Caso
seja utilizado voltar (vir) de, a crase não é utilizada. Ex.: Vou à Espanha (venho da
Espanha). Vou a Portugal (venho de Portugal).
- Diante dos pronomes de tratamento senhora, senhorita, dona. Ex. Referi-me à senhora
sua vizinha.
Ex.: Eis a pesquisa à qual dediquei dois meses de estudo. Passando para o
masculino: Eis o cálculo ao qual dediquei dois meses de estudo. Então, ocorre a crase.
- Antes da palavra terra quando indica “terra firme” (em oposição a mar). Caso a
palavra esteja modificada, admite artigo e, portanto, exige crase. Ex.: Voltei a terra para
terminar o trabalho. Voltei à terra de origem para fazer as pesquisas.
- Antes da palavra casa quando significar o próprio lar. Caso a palavra esteja
modificada, admite artigo e, portanto, exige crase Ex.: Voltei a casa para pegar a
máquina fotográfica. Voltei à casa paterna para buscar documentos antigos.
- Antes de expressões formadas por palavras repetidas. Ex.: Passo a passo para fazer um
bom laudo.
- Antes de pronomes indefinidos. Ex.: Ele está sempre exposto a alguma situação de
risco.
- Antes de nomes próprios femininos. Ex.: Você referiu-se a (à) Júlia e não a mim.
Vírgula
Separa elementos repetidos, o nome do lugar nas datas, palavras que exercem a
mesma função sintática. Ex.: A secretária falava baixinho, baixinho. Rio de Janeiro, 5
de abril de 1993. João, José, Antônio não compareceram ao local.
É utilizada quando o quê tiver valor explicativo. Ex.: a pesquisa continha outros
dados, que não foram anexados.
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É usada antes das conjunções adversativas. Ex.: Eles apelaram, mas não
obtiveram o resultado desejado.
Ponto e vírgula
Ponto-final
Dois-pontos:
Reticências
Ponto de interrogação
É colocado no final de uma palavra ou frase, indicando uma pergunta. Ex.: Qual
a data da reunião?
Ponto de exclamação
Aspas
Travessão
Parênteses
Utilizados para isolar parte do texto que encerram uma reflexão, comentário ou
explicação. Ex.: As pesquisas (iniciadas há apenas dois meses) já se mostram obsoletas.
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A regra geral é o sujeito concordar com o verbo, no entanto existem alguns casos
que geram dúvida, seguem os principais:
- Quando o sujeito for constituído por um coletivo, o verbo fica no singular. Se houver
especificação dos elementos, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Ex.: O grupo
compareceu à aula. Um grupo de pessoas invadiu (ou invadiram) o prédio.
- Se o sujeito for constituído por uma expressão que indica quantidade aproximada
(perto de, cerca de, aproximadamente), o verbo geralmente fica no plural e os números
devem ser arredondados. Ex.: Perto de mil profissionais entraram em greve.
- Se o sujeito for constituído por uma expressão que indica parte de um todo, o verbo
pode ficar no singular ou no plural. Caso seja empregado o verbo ser, este concorda
com o predicativo. Ex.: A maioria das pessoas assistiu (ou assistiram) à demolição. A
maioria das pessoas eram mulheres.
- Se o sujeito for constituído pelo pronome relativo que, o verbo concorda com o
antecedente do pronome. Se o pronome relativo vier antecedido pelas expressões um
dos ou um dos + substantivo, geralmente o verbo fica na 3ª pessoa do plural. Ex.: Foram
eles que detectaram o problema. Ele é um dos engenheiros que integram a comissão.
- Se o sujeito for constituído pelo pronome relativo quem, o verbo pode ficar na 3ª
pessoa do singular ou concordar com o pronome pessoal, sujeito da oração anterior. Ex.:
A partir deste momento, sou eu quem assume (ou assumo) o cargo.
- Se o sujeito for constituído por expressões como quais de, quantos de, alguns de,
vários de etc., seguidas dos pronomes nós, vós ou vocês, o verbo fica na 3ª pessoa do
plural , ou concorda com o pronome que representa o todo. Se a expressão estiver no
singular, o verbo acompanha. Ex.: Quantos de nós foram (ou fomos) convocados? Um
de nós foi convocado.
- Quando o sujeito é composto e vem após o verbo, este concorda com o núcleo mais
próximo ou com todo o sujeito. Ex.: Abordou-nos (ou abordaram-nos) o engenheiro e o
arquiteto.
- Se os núcleos dos sujeitos compostos forem ligados por ou ou nem, o verbo fica no
plural quando todos os sujeitos praticam a ação. Se a ação for atribuída a apenas um
sujeito, o verbo fica no singular. Ex.: Dinheiro ou joias não o corromperam. Sua
honestidade ou desonestidade revela o seu caráter.
- Se o sujeito for constituído por um ou outro ou nem um nem outro, geralmente o verbo
fica no singular. Ex.: Um ou outro prédio será demolido.
- Se o sujeito for formado por um e outro, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Com o verbo ser, geralmente a concordância fica no singular. Ex.: Um e outro assistente
entregaram (ou entregou) o parecer técnico. Um e outro advogado é contrário à decisão.
- Se os núcleos do sujeito estiverem unidos por com, como, assim como etc., o verbo
pode ficar no singular ou no plural. Ex.: O leigo, assim como o técnico, compreendeu
(ou compreenderam) o texto.
- Quando o sujeito é formado por uma expressão numérica em que se enfatiza a ideia de
conjunto, o verbo ser fica no singular. Ex.: A extensão do muro é dez metros.
- O verbo existir se flexiona normalmente. O mesmo ocorre com seu auxiliar quando o
verbo existir fizer parte de uma locução. Ex.: Existem muitos casos parecidos com o
seu. Devem existir muitas provas para esse argumento.
singular. Ex.: Faz dois meses que iniciei o trabalho. Fez vários dias de sol durante o
período do projeto.
- As palavras alerta e menos são invariáveis. Ex.: Estamos sempre alerta. Dessa vez ele
recebeu menos críticas.
- Quando a palavra meio é empregada como adjetivo, concorda com o nome a que se
refere. Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece
invariável. Ex.: Escrevi apenas meia página. A pesquisa ficou meio incompleta.
6.13 - Regência
preposição
Pedi adiamento.
preposição
Regência Verbal
Regência nominal
Acostumado: a, com / Aflito: com, por / Alheio: a, de / Ansioso: de, para, por /
Antipatia: a, com, contra, por / Apegado: a / Apto: a, para / Assíduo: a, em / Atenção: a,
com, para, para com, sobre / Atencioso: a, com, para com / Atento: a, em / Aversão: a,
para, por / Avesso: a / Bom: a, com, de, em, para, para com / Capacidade: de, para /
Capaz: de / Comum: a, entre / Confiança: com, entre / Conforme: a, com /
Consideração: a, acerca de, a respeito de, de, sobre, com, por / Contente com, em, de,
por / Contrário: a / Curioso: de, por / Desejoso: de / Digno: de / Empenho: de, em, por /
Equivalente: a, de / Estima: a, de, por / Fácil: a, de, em, para / Farto: de, em / Gosto: a,
de, em, para, por / Habituado: a, com / Idêntico: a, em / Inclinação: a, por, para /
Ingrato: a, com, para, para com / Medo: a, de / Nocivo: a / Obediência, obediente: a /
Peculiar: a, de / Predileção: para com, por / Preferência: por, sobre / Preferível: a /
Pronto: a, em, para / Próprio: a, de, para / Próximo: a, de / Relacionado: com / Respeito:
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a, de, para com, por / Satisfeito: com, de, em, por / Simpatia: com, para com, por /
Suspeito a, de / Último: a, de, em / União: a, com, de, entre / Único: a, entre.
Pleonasmo: é a redundância que nada acrescenta à frase. Ex.: Ele saiu para fora
do prédio.
Acontecer - evitar o uso. Quando possível, substituir por outros termos. Ex.: A
vistoria será realizada amanhã às 11h.
À custa de - está correto. Às custas de está errado. Ex.: Consegui o cargo à custa
de muito trabalho.
A cinco anos atrás - está errado duas vezes: para indicar tempo decorrido, usa-
se o verbo haver e há cinco anos atrás é redundância. Ex.: Comecei o curso há cinco
anos.
A meu ver - está correto. Ao meu ver está errado. Ex.: A meu ver, o resultado é
coerente.
A ponto de - está correto. Ao ponto de está errado. Ex.: Ele se arriscou a ponto
de sofrer um acidente.
Adiar para depois - é redundância. Ex.: Seu compromisso foi adiado para as
16h.
Afim / a fim - afim corresponde a semelhante. A fim pode significar para, com
finalidade. Ex.: Nossos objetivos são afins. Farei isso a fim de buscar novos dados.
Além - não deve ser usado com também ou ainda. Ex.: Além de engenheiro, ele
é arquiteto.
Através - quando significar por meio, preferir essa forma. Ex.: Cheguei ao
resultado por meio desta fórmula.
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Etc. - significa e tais coisas. Não deve ser precedido de vírgula e deve ser
seguido de ponto. Ex.: No laudo, devem ser descritos os dados obtidos durante a
vistoria, como endereço, características da região, informações sobre a infraestrutura do
local etc.
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Haja vista – é sempre invariável. Haja vista o prazo, o laudo teve que ser
entregue.
Lhe – substitui a ele, a ela, a você e a vocês. Ex.: Não lhe respondi antes por
falta de tempo.
Mais / maiores - maior é usado para exprimir tamanho. Ex.: Para mais
informações, é aconselhável recorrer à norma.
Mal / mau - mal é o contrário de bem; mau é o contrário de bom. Ex.: Ele
avaliou mal os riscos. Ele não o acusou de ser mau profissional.
Nenhum / nem um - nenhum = zero; nem um = nem sequer um. Após palavra
negativa, emprega-se nenhum(a) e não qualquer ou algum(a). Ex.: Não tenho nenhuma
dúvida. Nem um profissional ficou até o fim da palestra.
Onde / aonde - onde é usado com verbos de permanência e aonde, com verbos
de movimento. Ex.: Onde estão os documentos? Aonde você vai?
Por hora / por ora - por hora = por 60 minutos; por ora = por agora. Ex.: Ele
cobrou por hora para fazer o projeto. Por ora, não tenho mais nenhuma consideração a
fazer.
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Senão / Se não - senão = caso contrário; se não = se por acaso não. Ex.: Melhor
anotar a data, senão você vai esquecer. Avise se não for à reunião.
Sequer - deve ser usado com palavra negativa. Ex.: Ele nem sequer foi
informado.
Ter de - no sentido de obrigação, usa-se ter de e não ter que. Ex.: Tenho de
avaliar a procedência dessa informação.
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Dicas de consulta:
Referências bibliográficas
Livros:
Manuais:
Meio eletrônico:
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