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Master em Avaliações e

Perícias de Engenharia /
Elaboração de Laudo
Fase de Investigação
 Definição dos pontos controversos colocados pelas
partes em litígio, o que irá determinar o foco dos futuros
levantamentos;
 Solicitação e análise da documentação, com elaboração
de histórico;
 Vistoria no local ou no bem objeto da controvérsia;
 Exame da documentação pertinente;
 Levantamento de dados de interesse à perícia;
 Exames complementares;
 Pesquisa.
Fase de Diagnóstico
 Levantamento da origem dos questionamentos;
 Análise das causas das ocorrências verificadas;
 Execução de testes e/ou ensaios específicos;
 Estudo dos mecanismos de ocorrência;
 Aplicação das técnicas específicas (estudos estatísticos,
cálculos, medições, conferência de dados, etc.).
Fase de Conclusão
 Definição do caminho (conduta) a ser adotado;
 Seleção e organização das informações coletadas e
dados técnicos;
 Definição da conclusão obtida;
 Estruturação do trabalho;
 Confecção do relatório técnico.
Título
 Alguns dos títulos adotados nos trabalhos pericias são
os seguintes:
 Laudo pericial;
 Laudo de avaliação;
 Laudo de vistoria;
 Laudo de arbitramento;
 Parecer técnico.
Considerações preliminares
 O primeiro item a ser considerado é o título;
 Em seguida indica-se o interessado, Juiz, Vara,
Comarca, número do processo, tipo de ação, nome do
Autor e do Réu;
 Indica-se também o proprietário;
 Um item considerado fundamental é a identificação do
objetivo do trabalho;
 Apresentar o objeto do trabalho pericial, onde se fará
uma descrição o mais clara e objetiva possível;
 Outras informações de caráter genérico ou introdutório.
Apresentação de relatórios e
critérios adotados
 Fazer uma sequência lógica, mas sucinta, dos fatos
passados;
 Relatório contendo os fatos narrados pelo Autor e pelo
Réu;
 Leitura do processo com observação dos quesitos
formulados, pois podem ser solucionados nesta etapa;
 Análise de documentos, transcrevendo partes que
interferem diretamente na perícia;
 Fatos narrados devem ser apresentados na ordem
cronológica;
Apresentação de relatórios e
critérios adotados
 Trabalhos especiais, devem ser apresentadas a
metodologia e sequência adotadas em separado;
 Perícias avaliatórias, apresentação da metodologia
adotada, com respaldo nas normas técnicas.
Sequência do trabalho
pericial
 Parte principal da perícia, onde serão descritos os
elementos levantados durante a fase de diligências;
 Correlacionar a descrição com as fotografias e
documentos;
 Testemunha, citar seu nome e outros dados que o
identifiquem;
 Coleta de depoimentos, ser o mais detalhista possível;
 Técnica de utilização de um gravador de bolso;
 Discussão de quantitativos, elaborar quadros
comparativos;
Sequência do trabalho
pericial
 Composição de custos, apresentar uma planilha
orçamentária;
 Perícia de cunho avaliatório, apresentar a pesquisa de
valores, tratamento estatístico e eventuais cálculos.
Componentes finais
 Respostas aos quesitos;
 Conclusão, síntese do parecer elaborado pelo perito;
 Perícia de avaliação ou arbitramento, na conclusão
apresenta-se o valor final encontrado;
 Indicar o número de páginas, anexos, local, data,
assinatura, nome, modalidade, registro no CREA e
filiação a entidade;
 Anexos (não são apresentados, necessariamente, em
separado).
Anexos
 Fotografias;
 Croquis;
 Plantas;
 Mapas;
 Levantamentos topográficos;
 Aerofotos;
 Planilhas orçamentárias;
 Ensaios e testes;
Anexos
 Tabelas e gráficos;
 Quadros resumo;
 Memórias de cálculo;
 Planilhas;
 Cópias de publicações técnicas;
 Exames;
 Pesquisa de valores;
 Cálculos estatísticos;
Anexos
 Cálculo de benfeitorias;
 Outros documentos - separados em anexo e
devidamente numerados;
 Anotação de Responsabilidade Técnica.
Estrutura do Laudo Pericial
1 - CONTRATANTE
Nome / Endereço / CNPJ ou CPF / Telefone
2 - PROPRIETÁRIO
Nome / Endereço / CNPJ ou CPF / Telefone
3 - OBJETIVO
Avaliação / Vistoria Cautelar / Vistoria / Identificar danos e causas
4 - FINALIDADE
Judicial / Administrativo / Medição / Arbitragem
5 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Data e hora da vistoria / Acompanhante / Local do imóvel ; Situação de
uso do imóvel / Decreto desapropriação
Estrutura do Laudo Pericial
6 - DESCRIÇÃO DO OBJETO DA PERÍCIA
Região / Imóvel (terreno, edificações, benfeitorias) / Infraestrutura
urbana
7 - HISTÓRICO DO CASO
Ordem cronológica / Fatos ocorridos
8 - METODOLOGIA E CRITÉRIOS ADOTADOS
Normas e procedimentos adotados
9 - PESQUISA DE VALORES
Planilha com os dados de pesquisa com fonte de informações
10 - TRATAMENTO DOS DADOS
Relatório do tratamento dos dados (por fatores ou científico)
Estrutura do Laudo Pericial
11 - ESPECIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO
Enquadramento conforme os graus de fundamentação e precisão
12 - DIAGNÓSTICO DO MERCADO
Demanda / número de ofertas / liquidez
13 - CÁLCULO DAS BENFEITORIAS
Pesquisas / Planilhas de cálculo
14 - DETERMINAÇÃO DO VALOR DO IMÓVEL
Valor total do imóvel / Data de referência
15 - DANOS EXISTENTES
Relacionar danos existentes no imóvel
Estrutura do Laudo Pericial
16 - CAUSAS DOS DANOS
Identificar as causas (investigação)
17 - ORIGEM DO IMÓVEL
Busca dos registros anteriores do imóvel em cartório / processos de
divisão
18 - SOLUÇÃO PARA RECUPERAÇÃO DOS DANOS
Descrever os serviços de reparação dos danos / planilhas de orçamento
19 - CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES
Informações importantes
20 - RESPOSTAS AOS QUESITOS FORMULADOS
Autor / Réu
Estrutura do Laudo Pericial
21 - CONCLUSÕES
Valor total do imóvel / Danos existentes / Causas dos danos /
Proprietário do imóvel / Posseiro do imóvel
22 - ANEXOS
Documentos citados anteriormente
23 - ENCERRAMENTO
Local / Data / Assinatura / Qualificação do profissional
Utilização de recursos
fotográficos
 A fotografia no Código de Processo Civil, de forma
isolada, encontra-se regulada na seção destinada à
prova documental (arts. 422 a 424), cujo novo texto legal
se adequou à existência de fotografias digitais, retirando
a exigência da juntada de negativos.
Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a
cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para
fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua
conformidade com o documento original não for impugnada por aquele
contra quem foi produzida.
§ 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de
computadores fazem prova das imagens que reproduzem, devendo, se
impugnadas, ser apresentada a respectiva autenticação eletrônica ou,
não sendo possível, realizada perícia.
Utilização de recursos
fotográficos
§ 2º Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será
exigido um exemplar original do periódico, caso impugnada a
veracidade pela outra parte.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de mensagem
eletrônica.

Art. 423. As reproduções dos documentos particulares, fotográficas ou


obtidas por outros processos de repetição, valem como certidões
sempre que o escrivão ou o chefe de secretaria certificar sua
conformidade com o original.

Art. 424. A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante


que o original, cabendo ao escrivão, intimadas as partes, proceder à
conferência e certificar a conformidade entre a cópia e o original.
Utilização de recursos
fotográficos
 Equipamentos recomendados:
 Máquina fotográfica:
 Possuir uma reserva é sempre útil;
 Tenha sempre um conjunto de baterias para reposição.
 Tomadas fotográficas:
 Sugestão de iniciar as tomadas pelas imagens gerais,
passando depois para as específicas;
 Procurar fazer um roteiro “natural”, reproduzindo o caminho
do observador.
Utilização de recursos
fotográficos
 Aplicação no trabalho pericial:
 Numerar as fotos;
 Fazer uma descrição objetiva;
 Aplicar um carimbo e assinatura, objetivando
identificar a foto à folha;
 O destaque de algum detalhe deve ser feito com uma
marcação (seta, círculo, etc.) sobre a própria foto.
Utilização de recursos
fotográficos
 Aplicação no trabalho pericial:
 Utiliza-se ainda o recurso de ampliação de uma ou
mais fotos, para utilização na capa ou destaque de
ponto significativo;
 Utilização de uma planta de articulação das fotos.
Laudo Pericial
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
I - a exposição do objeto da perícia;
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando
ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do
conhecimento da qual se originou;
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz,
pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em
linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou
suas conclusões.
Laudo Pericial
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação,
bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico
ou científico do objeto da perícia.
§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes
técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas,
bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos,
fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do
objeto da perícia.
Recomendações quanto à
redação
 Sempre que citar um documento, fazer referência a sua
localização (“fls. XX dos autos”, “anexo Y do laudo”);
 Se usar termos excessivamente técnicos, apresentar
uma explicação coloquial em seguida, seja um simples
parêntesis ou um bloco em destaque;
 Não adotar exercícios de “achismos” (“pode ser que o
prédio desabe a qualquer momento”);
 Não usar floreio (“este modesto profissional, dignificado
com a honrosa nomeação de V. Exa., salvo melhor
juízo, entende que o imóvel vale ...”);
Recomendações quanto à
redação
 Não utilizar gírias (“o pilotis estava uma zorra, mas a
garagem encontrava-se nos trinc’s”);
 Cuidado com redundância ou expressões óbvias (“os
anexos seguem em separado”);
 Descrições errôneas e que comprometem a lógica do
profissional (“aproximadamente 4.572,27 m²”);
 Exageros objetivando valorizar o trabalho do perito (“ao
adentrar no imóvel, o perito realizou minuciosa inspeção
e, após demorados estudos, seguidos de prolongada
análise, constatou que o mesmo encontrava-se
inacabado”);
Recomendações quanto à
redação
 Evitar o emprego de palavras estrangeiras, que, sendo
necessário, deverão vir entre aspas e com a tradução
entre parêntesis;
 Expressões latinas também devem ser evitadas (caso
“in locus”);
 Neologismo (palavra criada na própria língua ou
adaptada de outra) somente deve ser usada na
ausência de sinônimo (caso do “deletar” e “salvar”);
 Quem escreve muito corre o risco de não ser lido, o
ideal é o laudo conciso, tomando-se a precaução de não
se tornar lacônico.
Equívocos reais
 Extraído de laudo de perito judicial sobre a descrição de uma
edificação: “...um barracão com pé direito de 5 metros e pé
esquerdo de 4 metros...”
 Avaliação feita por um oficial de justiça: “...um crucifixo, em
madeira, estilo country - colonial, marca INRI® - sem número
de série...”
 Outra, de avaliador leigo, descrevendo bens para penhora em
execução: “...o material é imprestável mas pode ser
utilizado...”
 Mais uma sobre ação de Execução, em certa Comarca de
Mato Grosso, onde o despacho judicial, assim determinava:
“Arquive-se esta execução, porque, o exequente foi
executado (a bala) pelo devedor.”
Equívocos reais
 Conclusão tirada de estudo de viabilidade econômica de
empreendimento agropecuário: “O investimento é viável,
desde que tenha um começo, um meio e uma eternidade.”
 Num processo em Santo André-SP, onde o advogado
requereu a citação pessoal do "de cujus" (ou seja, o morto),
sobreveio o seguinte despacho: “Para que se não venha
alegar cerceamento de direito, venha, em 48 horas
improrrogáveis, nova, correta e definitiva emenda à inicial, eis
que, o "de cujus" encontra-se "nos céus" ou "nos
purgatórios", ou ainda "nos infernos", não dispondo o Juízo
de "dons mediúnicos" para convoca-lo à resposta.”
Equívocos reais
 Ainda sobre "dons mediúnicos ou sobrenaturais" , esta foi
extraída de Relatório de fiscal do Banco do Nordeste, após
visita efetuada à propriedade rural de um mutuário que,
segundo soube o fiscal, abandonara o imóvel e montara um
terreiro de macumba nas proximidades da cidade: “Achamos
difícil o retorno de nosso capital, de vez que o mutuário
abandonou as lides agropecuárias, dedicando-se atualmente
às atividades sobrenaturais, onde exerce as altas funções de
pai-de-santo.”
 Extraído de laudo pericial: “quanto a determinar a causa do
colapso dos taludes, com a consequente avaria das
fundações já executadas, este Perito nada pode responder,
pois não estava lá na ocasião.”
Equívocos reais
 O caso da Ponte dos Remédios em SP. Após a conclusão
dos trabalhos investigatórios sobre o ocorrido, o CREA-SP
encaminhou a vários organismos governamentais proposta
no sentido de serem feitos exames preventivos em "obras de
arte". Resposta de um assessor do governo federal: “Que a
proposta era interessante e fora encaminhada ao Ministério
da Cultura!”
 Perito descrevendo problemas construtivos encontrados em
condomínio, especificamente em relação à piscina: “O piso e
paredes da piscina apresentam rachaduras tanto nas
paredes, quanto no piso (vide fotos). As rachaduras são
consideráveis e começam a afundar.”
Equívocos reais
 Em ação revisional, Perito se dirige ao imóvel a ser
vistoriado, questionando ao locatário se o mesmo possui
planta:
- Sim, responde o prestativo morador.
- Pode me conceder uma cópia? - indaga o perito, já
sorridente por antever a abreviação de sua tarefa. Algo
constrangido mas disposto a colaborar, o locatário
ordena: - Me acompanhe.
E se dirigem aos jardins do imóvel, onde muitas plantas
foram colocadas à disposição do perito.
Equívocos reais
 Extraído de laudo de perito judicial, após vistoria em edifício
de apartamentos: “Quanto ao desligamento de floreiras das
paredes, põem em risco os moradores, quer por queda de
massa ou mesmo por exaustão dos ferros que fixam as
floreiras, que podem sofrer "oxigenação" pelo tempo.”
 Frase retirada de um laudo judicial, mais particularmente do
capítulo relativo à descrição do móvel: “O imóvel está uma
boneca.”
 Relatório sobre a aplicação de financiamento concedido a
fazendeiro do interior: “As garantias permanecem em perfeito
estado de abandono e conservação. Mutuário mantém vida
privada na fazenda.”
Equívocos reais
 Sugestão oferecida por perito, após vistoria feita no local
onde deveria ter sido aplicado o empréstimo: “Acho bom o
banco suspender o negócio com o cliente, para não ter
aborrecimentos futuros.”
 De um relatório elaborado por fiscal da CREIA do Banco do
Brasil: “Financiado executou o trabalho braçalmente e
animalmente.”
 Início de relatório de perito-avaliador: “Chegando na fazenda
do Sr. Pedro Jacaré e em não encontrando o réptil...”
 Opinião de fiscal do CREAI do Banco do Brasil: “Desconfio
que o mutuário está com intenção de pagar o débito.”
Equívocos reais
 De um relatório de inspeção de propriedade agrícola que
recebeu financiamento bancário: “Cliente faz roçado
juntamente com a mulher.”
 Informação de fiscal da CREAI do Banco do Brasil: “O
mutuário foi para São Paulo melhorar de vida. Quando voltar
vai liquidar com o Banco.”
 Extraído de sentença de ação de desapropriação em
Comarca do interior de SP ( onde este profissional funcionou
como A.T. ): “À vista do trabalho apresentado pelo Assistente
Técnico do expropriado, o laudo do perito judicial é de uma
pobreza franciscana...”
Equívocos reais
 Descrição de máquina elétrica, integrante de relatório sobre
um financiamento: “A máquina elétrica financiada é toda
manual e velha.”
 Relato de perito que gosta de ter seu trabalho valorizado:
“Visitamos um açude nos fundos da fazenda e depois de
longos e demorados estudos constatamos que o mesmo
estava vazio.”
 De um relatório de fiscal da CREAI do Banco do Brasil: “O
mutuário vendeu o touro financiado porque o mesmo estava
frouxo. Trocou-o por um mais potente.”
Equívocos reais
 Sugestão do mesmo fiscal: “Tendo em vista que o mutuário
adquiriu aparelhagem para processar inseminação artificial e
que um dos touros holandeses morreu, sugerimos que se
fizesse o treinamento de uma pessoa para tal função.”
 Memorando de justificação de falta de funcionário de banco:
REF.: Cobra “Comunico que faltei ao expediente do dia 14
em virtude de ter sido mordido pela epigrafada.”
 Frase de um relatório de perito avaliador com tendência a
profeta: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca
se acabe. Ele vai terminar sendo executado pelo banco.”
 Perito tentando dar uma imagem real da topografia de uma
área: “Era uma ribanceira tão ribanceada que se estivesse
chovendo e eu andasse a cavalo e o cavalo escorregasse,
adeus perito.”
Pareceres dos assistentes
técnicos
 Designação no art. 477 do CPC/2015, mas tratam-se de
laudos periciais;
 Alguns juízes entendem ser a única oportunidade do
assistente técnico se manifestar no processo;
 Dever do assistente técnico com seu cliente;
 Não deve faltar à verdade (risco da contradição);
 Trabalho deve ser extremamente conciso, no sentido de
despertar a atenção do leitor;
 Usual utilizar o auxílio de imagens ou gravuras, que
facilitam o entendimento.
Pareceres dos assistentes
técnicos
Art. 477 O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo
juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e
julgamento.
§ 1º As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o
laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo
o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo,
apresentar
seu respectivo parecer.
§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias,
esclarecer ponto:
I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das
partes, do juiz ou do órgão do Ministério Público;
II - divergente apresentado no parecer do assistente
técnico da parte.
Pareceres dos assistentes
técnicos
§ 3º Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte
requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a
comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde
logo, as perguntas, sob forma de quesitos.
§ 4º O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico,
com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.
Tipologia dos pareceres
 Concordância - endosso ou petição direta;
 Divergência parcial - situação mais usual, pois permite
um relatório sucinto sobre determinado ponto;
 Divergência total - quando se faz necessário refazer
todo o procedimento do perito, devendo ser precedido
por justificativa;
Tipologia dos pareceres
 Comentário positivo - trata-se de situação equivalente à
concordância, seguida de alguns comentários sobre as
conclusões do perito;
 Reforço ou correção de omissão - ocorre quando o
perito não foi suficientemente claro em sua
fundamentação ou omisso em algum aspecto
importante.
Honorários profissionais
DO PERITO OFICIAL
 Vulto do serviço, interesse econômico em litígio e
capacidade financeira das partes.
 Responsabilidade, competência, experiência e renome
do profissional.
 Alguns peritos possuem valores mínimos.
 Levantamento dos custos necessários à realização da
perícia.
 Critério do valor do bem, do tipo de perícia e do bem ou
pela quantidade de horas técnicas.
Honorários profissionais
DO PERITO OFICIAL
 O perito deve solicitar depósito prévio dos honorários.
 Pode ser solicitado ao Juiz um adiantamento.
 O perito não pode fixar honorários percentuais.
 Evitar receber honorários diretamente de uma das
partes.
 A proposta de honorários do perito deve ser
apresentada com utilização de um indexador.
 Quando os honorários propostos se mostrarem
insuficientes, é lícito um pedido de complementação.
Honorários profissionais
DO ASSISTENTE TÉCNICO
 Mesmos parâmetros dos honorários do perito.
 São tratados diretamente entre o profissional e as partes.
 Não têm, obrigatoriamente, vínculo com os honorários do
perito.
 Restante na finalização da perícia, podendo ser
vinculado aos honorários do perito.
 Quando já atuou anteriormente, levar em consideração
para cobrança dos honorários.
 Pode cobrar um percentual sobre o valor recebido.
Contratos de Prestação de
Serviço
REQUISITOS ESSENCIAIS DOS CONTRATOS
 Agentes capazes (legalmente aptos para contratar);
 Objeto lícito, determinado e possível;
 Forma (prescrita em lei ou não proibida).
Contratos de Prestação de
Serviço
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
 Obrigação de prestação de serviços pessoais (muitos
com conotação “intuitu personae”);
 Remuneração fixa ou variável (podendo ser em função
dos resultados);
 Independência técnica (profissional é juiz do modo como
o serviço deve ser prestado);
 Ausência de subordinação hierárquica (não existe
vínculo de obediência ao contratante, nem inserção na
estrutura da empresa).
Contratos de Prestação de
Serviço
ESPÉCIES DE CONTRATO
 Escrito - é a forma convencional e mais conhecida, onde
as regras acordadas são integralmente transcritas no
instrumento formal;
 Epistolar - consiste na troca de correspondência entre
os contratantes, onde estipulam-se as regras contratuais
com anuência recíproca;
 ART ou RRT - instrumento exclusivo dos profissionais
registrados nos CREAs ou CAUs, onde consta uma
súmula das obrigações contraídas com o cliente para a
prestação de serviço;
Contratos de Prestação de
Serviço
ESPÉCIES DE CONTRATO
 Tácito - tem os mesmos efeitos do contrato expresso,
caracterizado por ações das partes que demonstram a
existência de obrigações recíproca.
ABNT NBR 14653-1:2018
9 Apresentação do laudo de avaliação
Os requisitos mínimos do laudo de avaliação estão listados
a seguir:
a) identificação do solicitante do trabalho;
b) objetivo da avaliação;
c) finalidade da avaliação;
d) identificação e caracterização do bem avaliando;
e) documentação utilizada para a avaliação;
f) pressupostos e condições limitantes da avaliação;
ABNT NBR 14653-1:2018
g) dados e informações efetivamente utilizados;
h) memória de cálculo;
i) indicação do(s) método(s) utilizado(s), com justificativa
da escolha;
j) especificação da avaliação;
k) resultado da avaliação e sua data de referência;
l) qualificação legal completa e assinatura do(s)
responsável(is) técnico(s) pela avaliação;
m) local e data da elaboração do laudo;
ABNT NBR 14653-1:2018
n) outros requisitos previstos nas demais partes desta
Norma.
Para que o trabalho avaliatório seja considerado em
conformidade com esta Norma, devem ser atendidas todas
as alíneas citadas anteriormente.
A apresentação do laudo de avaliação pode ser resumida,
de acordo com o estabelecido entre as partes contratantes,
desde que atendidas as alíneas anteriores na própria peça
técnica principal ou em arquivos e documentos a ela
vinculados.
ABNT NBR 14653-1:2018
10 Laudo de avaliação de uso restrito
O laudo de avaliação de uso restrito obedece às condições
específicas pré-combinadas entre as partes contratantes,
no que tange à sua confidencialidade, finalidade ou
utilização.
ABNT NBR 14653-2:2011
10 Apresentação do laudo de avaliação
10.1 Laudo de avaliação completo
O laudo de avaliação completo deve conter no mínimo os
seguintes itens:
a) identificação do solicitante;
b) finalidade do laudo, quando informado pelo solicitante;
c) objetivo da avaliação;
d) pressupostos, ressalvas e fatores limitantes – atender
ao disposto em 7.2 da ABNT NBR 14653-1:2001;
ABNT NBR 14653-2:2011
e) identificação e caracterização do imóvel avaliando –
.atender ao disposto em 7.3 da ABNT NBR 14653-1:2001,
no que couber;
f) diagnóstico do mercado – relatar conforme 7.7.2 da
ABNT NBR 14653-1:2001;
g) indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s)
– relatar conforme Seção 8 da ABNT NBR 14653-1:2001;
h) especificação da avaliação – indicar a especificação
atingida, com relação aos graus de fundamentação e
precisão, conforme Seção 9. Quando solicitado pelo
contratante, deve ser apresentado demonstrativo da
pontuação atingida;
ABNT NBR 14653-2:2011
i) planilha dos dados utilizados;
j) no caso de utilização do método comparativo direto de
dados de mercado, descrição das variáveis do modelo,
com a definição do critério de enquadramento de cada
uma das características dos elementos amostrais. A escala
utilizada para definir as diferenças qualitativas deve ser
especificada de modo a fundamentar o correto
agrupamento dos dados de mercado;
ABNT NBR 14653-2:2011
k) tratamento dos dados e identificação do resultado –
Explicitar os cálculos efetuados, o campo de arbítrio, se for
o caso, e justificativas para o resultado adotado. No caso
de utilização do método comparativo direto de dados de
mercado, deve ser apresentado o gráfico de preços
observados versus valores estimados pelo modelo,
conforme 8.2.1.4.1;
l) resultado da avaliação e sua data de referência;
m) qualificação legal completa e assinatura do(s)
profissional(is) responsável(is) pela avaliação.
ABNT NBR 14653-2:2011
10.2 Laudo de avaliação simplificado
O laudo de avaliação simplificado deve atender no mínimo,
de forma resumida, aos itens, 10.1 a) até 10.1 h) e 10.1.k),
desta Parte 2.
ABNT NBR 14653-3:2018
11 Apresentação de laudos de avaliação
O laudo de avaliação deve conter, além do estabelecido
pela ABNT NBR 14.653-1, no mínimo as informações
abaixo relacionadas:
a) roteiro de acesso ao imóvel avaliando:
- planta esquemática de localização;
b) descrição da região, conforme 7.3.1;
c) classificação dos bens avaliandos, conforme a Seção 5.;
ABNT NBR 14653-3:2018

Podem ser incluídos, de acordo com os graus de


fundamentação, entre outros, os seguintes anexos:
documentação dominial ou possessória, fotografias do
imóvel avaliando, imagens de satélite, plantas das
benfeitorias, levantamentos topográficos e relatórios dos
aplicativos utilizados nos cálculos.
ABNT NBR 13752:1996
6 Apresentação de laudos
6.1 A apresentação de laudos deve obedecer às
prescrições desta Norma.
6.2 Na apresentação de laudos deve constar,
obrigatoriamente, o seguinte:
a) indicação da pessoa física ou jurídica que tenha
contratado o trabalho e do proprietário do bem objeto da
perícia;
b) requisitos atendidos na perícia conforme 4.3;
c) relato e data da vistoria, com as informações
relacionadas em 5.2;
ABNT NBR 13752:1996
d) diagnóstico da situação encontrada;
e) no caso de perícias de cunho avaliatório, pesquisa de
valores, definição da metodologia, cálculos e determinação
do valor final;
f) memórias de cálculo, resultados de ensaios e outras
informações relativas à sequência utilizada no trabalho
pericial;
g) nome, assinatura, número de registro no CREA e
credenciais do perito de engenharia.
ABNT NBR 13752:1996
6.3 As perícias de engenharia na construção civil devem
ser acompanhadas da ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica), conforme estabelece a Lei nº
6496/77.
NORMA DE VISTORIA CAUTELAR - IBAPE-MG 003

3.1 Elaboração Final do Laudo


3.1.1 Tópicos Essenciais do laudo
O Laudo de Vistoria Cautelar deverá conter no mínimo os
seguintes itens:
...
3.1.2 Apresentação do Relatório Fotográfico
Considerando que as fotografias poderão ser utilizadas
futuramente em análises, tanto no âmbito administrativo,
quanto no contencioso, se for o caso, recomenda-se que
as mesmas obedeçam aos seguintes critérios:
...
NORMA DE VISTORIA CAUTELAR - IBAPE-MG 003

3.1.3 Entrega dos Trabalhos


O laudo de vistoria cautelar deverá ser elaborado de forma
individualizada, ou seja, um laudo para cada imóvel
vistoriado.
Recomenda-se que o laudo seja reproduzido em no
mínimo 02 (duas) vias impressas: uma das vias deverá ser
entregue ao proprietário da obra, que ficará responsável
pelo seu arquivamento; e a outra via deverá ser entregue
ao proprietário do imóvel vistoriado, que também ficará
responsável pelo seu arquivamento.
NORMA PARA ENTREGA E RECEBIMENTO DE OBRAS
DA CONSTRUÇÃO CIVIL - IBAPE-MG 004

3.1 Tópicos Exigíveis do Laudo


Com o intuito de realizar a caracterização da região e da
edificação, a composição de dados, as desconformidades
identificadas, ou a fase em que se encontra a obra,
preconiza-se que o laudo deverá constar, no mínimo, das
informações preliminares que seguem abaixo descritas:
• Contratante;
• Objetivo;
NORMA PARA ENTREGA E RECEBIMENTO DE OBRAS
DA CONSTRUÇÃO CIVIL - IBAPE-MG 004

• Finalidade;
• Data(s) e hora(s) da(s) vistoria(s);
• Identificação do(s) acompanhante(s) da vistoria;
• Localização do imóvel vistoriado/obra vistoriada;
• Pressupostos e condições limitantes da vistoria;
• Metodologias adotadas;
• Descrição da documentação técnica analisada para a
vistoria;
• Considerações e observações da documentação
apresentada;
NORMA PARA ENTREGA E RECEBIMENTO DE OBRAS
DA CONSTRUÇÃO CIVIL - IBAPE-MG 004

• Descrição técnica da obra e dos sistemas vistoriados;


• Relatório fotográfico;
• Checklist das desconformidades;
• Conclusão - Considerações Finais;
• Encerramento com data da emissão e qualificação legal
completa e assinatura do(s) profissional(is)
responsável(is) técnicos pelo laudo;
• ART - Anotação de Responsabilidade Técnica ou RRT -
Registro de responsabilidade Técnica.
Exemplos
Descrição objetiva
O destaque de algum detalhe deve ser feito com uma marcação (seta, círculo, etc.) sobre a
própria foto
Utilização de uma planta de articulação das fotos
Utilização de uma planta de articulação das fotos
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR Nº 13.752: Perícias de engenharia de construção
civil. ABNT, dez. 1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR Nº 14.653-2: Avaliação de Bens - Parte 2: Imóveis
Urbanos. ABNT, fev. 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR Nº 14.653-1: Avaliação de Bens - Parte 1:
Procedimentos gerais. ABNT, abr. 2017. Projeto de
Revisão.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR Nº 14.653-3: Avaliação de Bens - Parte 3: Imóveis
rurais e seus componentes. ABNT, abr. 2017. Projeto de
Revisão.
Apostilas e apresentações do Professor José Fiker.
Fiker, José. Linguagem do laudo pericial: técnicas de
comunicação e persuasão, 2. ed. - São Paulo: Liv. E Ed.
Universitária de Direito, 2010.
INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS
DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS. IBAPE-MG 003
Norma de Vistoria Cautelar.
Referências
INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS
DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS. IBAPE-MG 004
Norma para Entrega e Recebimento de Obras da
Construção Civil.
Lara, Aurélio José. Elaboração de laudos, 6. ed. - Belo
Horizonte: Pós-graduação lato sensu em “Avaliações e
Perícias de Engenharia”, 2012.
Maia Neto, Francisco. A prova pericial no novo processo
civil e na arbitragem, 2. ed. - Belo Horizonte: Del Rey,
2015.
Exemplos

Prática - Elaboração da
Estrutura de um Laudo
Pericial

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