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QUESTÕES - UNIDADE 3

1. Quais são os objetivos da CIPA?

2. Como deve ser composta a representação na CIPA?

3. Por quantos mandatos consecutivos poderão


ser indicados os membros titulares da CIPA, repre-
sentantes do empregador?

4. Quais documentos devem ser apresentados


para realizar o pedido de registro na CIPA?

5. Como deve ser realizada a eleição dos mem-


bros representantes dos empregados na CIPA?
NM UNIDADE 4- PERÍCIA E LAUDO PERICIAL MNA
Todo laudo pericial deve ser claro, objetivo,
fundamentado e conclusivo. Os dados que o peri-
to julgar importantes e contribuir efetivamente para
que o juiz tenha seu convencimento devem ser le-
vantados. Esses preceitos servem para a perícia judi-
cial e extrajudicial.
Alguns itens imprescindíveis devem conter no
laudo pericial para fundamentação dos pareceres
que servirá de base técnica para a decisão do juiz.
Nas Normas e Leis existentes, pode-se recorrer
a técnicas existentes, tais como:

- interpretação gramatical;
- lógica;
- história;
- jurisprudência;
- direito comparado e outros.

Na falta de disposições legais ou contratuais, o


juiz em sua decisão nos princípios gerais do direito,
jurisprudências e à analogia. — principalmente direi-
to do trabalho — e ainda usos e costumes do direito
comparado (artigo 8.º da CLT).
Já, o perito, na interpretação das normas e leis,
especialmente naquelas que determinem a avaliação
qualitativa do agente deverá se socorrer em Normas
da Higiene Ocupacional e da Segurança e Medicina
do Trabalho para enquadramento correto da insalu-
bridade e periculosidade, não podendo se limitar a
interpretação literal da norma.
Para sua fundamentação, o parecer técnico pe-
ficial deve ser precedido de dados corretos e dentro
das técnicas de avaliação, da análise do posto de tra-
balho e das respectivas atividades insalubres e peri-
gosas, bem como, análise das medidas de proteção
adotada e de sua eficiência.

Um Laudo Técnico Periícial deve conter no mí-


nimo, os seguintes itens:

a) Critério adotado

O perito deverá mencionar a legislação, as nor-


mas, a bibliografia, entre outros, em que se baseou
para elaboração da prova pericial (critérios qualitati-
vos e quantitativos).

b) Instrumentos utilizados
Todos os instrumentos utilizados na avalia-
ção devem ser especificados no laudo pericial, in-
cluindo marca, modelo, tipo, fabricante, faixas de
leitura, calibração, certificação, dentre outros.

oc) Metodologia de avaliação


À metodologia adotada para medição e ava-
liação devera ser sucintamente descrita no laudo
pericial. A NR15 e seus anexos estabelecem me-
todologia simplificada de avaliação, especialmente
para critérios quantitativos. Procedimentos técnicos
das normas da FUNDACENTRO, do NIOSH, da
OSHA, da ISSO, entre outras, complementam as la-
cunas técnicas da NR15.

d) Descrição da atividade e condições de expo-


sição
Na perícia deverão constar os locais de tra-
balho do reclamante e as atividades preponderante-
mente desenvolvidas, a frequência, o tempo de ex-
posição e a forma de contato dos agentes capazes de
causar a insalubridade. Poderá utilizar informações
do pessoal do setor de trabalho do reclamante, ouvir
as testemunhas, verificar documentos, fotografias e
principalmente, inspecionar as instalações, onde o
reclamante desenvolvia suas atividades.

e) Dados obtidos
Todos os dados devem ser especificados de for-
ma clara e objetiva. Incluindo resultado quantitativo,
memória de cálculo, tempo de exposição do agente
analisado, certificados de análises químicas, delimi-
tação de área de risco, croquis, fotografias, tabelas e
gráficos necessários à compreensão do laudo.

f) Respostas aos quesitos formulados pelas partes


Os quesitos são perguntas formuladas pelas
partes ao perito, com finalidade de esclarecer os fa-
tos, são de grande importância, pois o perito deve
estudá-los cuidadosamente antes de realizar a prova
pericial e procurar respondê-los de maneira objetiva
e fundamentada. Deve evitar lacunas nas respostas.
Em muitos casos, os quesitos alertam o perito de
algumas situações que poderiam passar despercebi-
dos durante a diligência, fazendo tudo de maneira
técnica para facilitar o julgamento e a decisão da lide
pelo juiz.

g) Conclusão pericial
Item importante, pois explicará claramente as
atividades analisadas, se foi ou não considera insalu-
bre ou perigosa. Se resultado positivo deverá men-
cionar o grau de insalubridade, ou seja, grau mínimo,
médio ou máximo, em função do agente insalubre,
o período de contrato de trabalho em que foi ca-
racterizada a insalubridade e/ou periculosidade. À
conclusão condicionada a outras provas deverá ser
evitada, a menos que não seja possível durante a dili-
gência, a completa convicção do perito, por diligên-
cias de informação das partes.

4.1. FORMULÁRIO

Observat o anexo que segue nesse livro da POR-


TARIA Nº 3.311, DE 29 DE NOVEMBRO DE
1989 (DO.U. de 30/11/89 — Seção 1 — pág. 22.008
a 22.011): “Estabelece os princípios norteadores do
programa de desenvolvimento do Sistema Federal de
Inspeção do Trabalho e dá outras providências”.

MINISTERIO DO TRABALHO
Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho
Delegacia Regional do Trabalho
Divisão Seção de Segurança e Medicina do Trabalho
(Formulário B)

Laudo de perícia de Insalubridade


Periculosidade nº
Data ehora dainspeção — / / min.

1-
Identificação
2-
Identificação do local periciado
3-
Identificação do ambiente de trabalho
4-
Análise qualitativa
4.1. da função do trabalhador
4.2. dos agentes do processo operacional
4.3. dos possíveis riscos operacionais
4.4. os modos de exposição dos riscos
5 - interpretação e análise dos resultados
5.1. análise quantitativa da periculosidade
5.2. discriminação da área
5.3. delimitação da área de risco
5.4. interpretação e análise dos resultados
6 - Conclusão
6.1. fundamento científico
6.2. fundamento legal
7 - Proposta técnica para correção
7.1. imediatas
7.2. mediatas
8 - Medida adotada pelo Orgão Regional

Cidade UF Data Assinatura


4.1.1. INSTRUÇÃO PARA A ELABO-
RAÇÃO DO LAUDO PERICIAL DE IN-
SALUBRIADE E PERICULOSIDADE

1- Identificação.
Neste item, deve constar a identificação do lau-
do, como: número do processo, nome e endereço da
empresa, nome do requerente.

2- Identificação do local periciado.


Neste item, devem constar os elementos neces-
sários à identificação do local onde a perícia é reali-
zada, tais como: Divisão de..., Seção..., da fábrica...,
localizada no.

3- Identificação do ambiente de trabalho.


Deve constar elementos necessários à caracte-
rização do ambiente de trabalho, tais como: arranjo
físico, metragem da área física, condições gerais de hi-
giene, ventilação, iluminação, tipo de construção, co-
bertura, paredes, janelas, piso, mobiliário, divisória etc.

4- Análise qualitativa.
4.1. Da função do trabalhador — esclarecer com
verbo no infinitivo todas as tarefas que compõem a
função, por ex.: Auxiliar administrativo — a) datilo-
grafar textos — b) anotar recados — c) atender tele-
fones etc.
4.2. Das etapas do processo operacional — ob-
servando o desenrolar da atividade e/ou do movi-
mento do maquinário, especificar as fases do mé-
todo do trabalho, inclusive questionando a chefia e
outros empregados.
4.3. Dos possíveis riscos ocupacionais — o téc-
nico especializado deve ser capaz e perceber e ava-
liar a intensidade dos riscos presentes no ambiente
de trabalho ou na etapa do processo laborativo — a
qualidade dos tiscos a que se submete o trabalhador
durante a sua jornada.
4.4. O tempo de exposição ao risco — essa fase
traduz a quantidade de exposição em tempo (horas,
minutos, segundos) a determinado risco sem pro-
teção, multiplicado pelo número de vezes que essa
exposição ocorre, pois pode ser declarada exposição
eventual ou contínua.

5- Interpretação e análise dos resultados.


5.1. Análise quantitativa é a fase de medição do
risco imediatamente após as considerações qualita-
tivas, com atenção especial à essência do risco e ao
tempo de exposição. Essa fase pericial é possível de
ser realizada quando o técnico tem convicção firma-
da de que o tempo, se somados configuraria situação
intermitente ou contínua, pois a eventualidade não
ampara a concessão do adicional.
5.2. Discriminação da área - tanto o instrumen-
tal quanto a técnica adotados, e até mesmo o método
de amostragem, devem constar por extenso, de for-
ma clara e definida no corpo do laudo.
5.3. Delimitação da área de risco - declaração
dos valores, especificando, inclusive, os tempos ho-
tários inicial e final de cada aferição.
5.4. Interpretação e análise dos resultados - a
interpretação e a consequente análise dos resultados
necessitam estar de acordo com o prescrito no texto
legal, no caso, a Norma Regulamentadora. Caso a
contrarie, será nula de pleno direito.

6- Fundamentação.
6.1. Científica - o fundamento científico com-
preende, então, as vias de absorção e excreção do
agente insalubre, o processo orgânico de metaboli-
zação, o mecanismo de patogenia do agente no or-
ganismo humano e as possíveis lesões.
6.2. Legal - é tudo aquilo estritamente previsto
nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Me-
dicina do Trabalho, Portaria MTb n.º 32141/78 e Lei
n.º 6.5141/77.

7 - Proposta técnica para correção.


Neste item, devem constar as propostas para
eliminação da insalubridade através da utilização de
medidas de proteção ambiental.
Propor medidas de proteção ambiental significa
estabelecer um conjunto sistemático de ações técnico-
-científicas eficaz para transformar, a curtos e médios
prazos, um ambiente insalubre em outro salubre.
Entre estas medidas destacam-se: alteração do
método operacional ou de uma das etapas desse mé-
todo, utilização de medidas de proteção coletiva e,
nos casos previstos na NR 6.2, os equipamentos de
proteção individual.

8 - Medidas adotadas pelo órgão regional.


Devem constar as medidas adotadas pelo órgão
regional do MTb, quando ficar caracterizada ativida-
de insalubre ou perigosa - Lei n.º 6.514177, artigo
191, incisos 1 e II, e parágrafo único, Portaria n.º
3.214178, NR 15, subitem 15.4.1.1, e Portaria n.º
12183, NR 9, item 9A, alínea a.

4,2. PROVA PERICIAL

O artigo 420 do CPC estabelece que:

Art. 420 - À prova pericial consiste em exame, visto-


ria ou avaliação.

obs.dji.grau.2: Art. 145, $ 1.º, Perito - Órgãos judiciá-


rios e auxiliares da justiça - CPC; Art. 850, Produção
antecipada de provas - Procedimentos cautelares es-
pecíficos — CPC.
obs.dji.grau.3: Art. 33, Despesas e multas - Deveres
das partes e dos seus procuradores - CPC; Art. 95,
Trapicheiros e administradores de armazéns de de-
pósitos - Agentes auxiliares do comércio - Comércio
em geral - Código comercial - L-000.556-1850; Art.
212, V e Art. 229, 1, Prova - Fatos Jurídicos - Código
Civil - CC - 1L-010,406-2002.

obs.djigrau.4: Honorário do Perito; Prova (s); Prova Perícial.

obs.dji.grau.5: Ação de Indenização em Caso de Ava-


ria - Vistoria Judícial - Súmula nº 261 - STF; Exame
de Livros Comerciais em Ação Judicial - Limitação -
Transações entre os Litigantes - Súmula n.º 260 — STE.

obs.dji.grau.6: Admissibilidade e valor da prova tes-


temunhal - CPC; Atos processuais - CPC; Audiência

- CPC; Confissão - CPC; Cumprimento da Sentença -


CPC; Depoimento pessoal - CPC; Disposições finais
e transitórias - CPC; Exibição de documento ou coisa
- CPC; Formação, suspensão e extinção do processo -
CPC; Inspeção judicial - CPC; Julgamento conforme
o estado do processo - CPC; Jurisdição e ação - CPC;
Liquidação de Sentença - CPC; Ministério Público -
CPC; Órgãos judiciários e auxiliares da justiça - CPC;
Partes e procuradores - CPC; Petição inícial - CPC;

Procedimento ordinário - Processo de conhecimen-


to - CPC; Procedimentos especiais - CPC; Processo
cautelar - CPC; Processo de conhecimento - CPC;
Processo de execução - CPC; Processo e procedi-
mento - CPC; Processo nos Tribunais - CPC; Pro-
dução da prova testemunhal - CPC; Prova documen-
tal - CPC; Prova testemunhal - CPC; Provas - CPC;
Providências preliminares - CPC; Recursos - CPC;

Resposta do réu - CPC; Revelia - CPC; Sentença e


coisa julgada - CPC

Parágrafo único - O juiz indeferirá a perícia quando:


I - a prova do fato não depender do conhecimento
especial de técnico;
TI - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
IM - a verificação for impraticável.

Quando a prova dos fatos depende de conhe-


cimento técnico específico ou científico, os peritos
serão escolhidos entre profissionais de nível uni-
versitário, devidamente inscrito em órgão de classe
competente devendo comprovar sua especialidade
na matéria sobre a qual, deverá opinar.
Em perícias de insalubridade e periculosidade o
artigo 195 da CLT estabelece:

“Art. 195 - À caracterização e a classificação da insa-


lubridade e da periculosidade, segundo as normas do
Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a
cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Tra-
balho, registrados no Ministério do Trabalho.

$ 1.º - É facultado às empresas e aos sindicatos das


categorias profissionais interessadas requererem ao
Ministério do Trabalho a realização de perícia em
estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de
caracterizar e classificar ou delimitar as atividades in-
salubres ou perigosas.

$ 2.º - Arguida em juízo insalubridade ou perículo-


sidade, seja por empregado, seja por Sindicato em
favor de grupo de associado, o juiz designará perito
habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente ao Ministério
do Trabalho.

$ 3.º - O disposto nos $$ anteriores não prejudica a


ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho nem a
realização "ex-offício" da perícia.

Neste caso, observamos que para caracteriza-


ção de insalubridade ou periculosidade será imposta
pela norma legal como método obrigatório, não se
aplicando no caso o CPC subsidiariamente, na qual
o juiz poderá dispensar a prova perícial quando as
partes, na inicial ou na contestação, apresentarem as
questões de fato, pareceres técnicos ou documentos
elucidativos (art. 427 CPO).
Quando desativado o local de trabalho, ao peri-
to é facultada a utilização de todos os meios neces-
sários para a conclusão da perícia, obviamente com
base nos conhecimentos técnicos de sua especialida-
de (art. 335, parte final, do CPO).
À empresa incumbe contestar lealmente o pedi-
do sob o pressuposto da desativação e, depois, ofere-
cer impugnação com respaldo em elementos técnicos
que deve possuir, como os laudos a que se refere o
parágrafo do art. 195 da CLT e os documentos obri-
gatórios previstos na Portaria 3.214/78, do Ministé-
tio do Trabalho (TRT-SP 02980218930 RO - Ac. 08.º*
T. 02990196654 - DOE 25/05/1999 - Rel. WILMA
NOGUEIRA DE ARAUJO VAZ DA SILVA).
O laudo técnico para classificação e caracteri-
zação da insalubridade, nos termos do art. 195 da
CLT, pode ser elaborado por médico ou engenheiro
do trabalho, não havendo nenhuma distinção en-
tre ambos (TRT-SP 02980391098 RO - Ac. 03.º T.
02990312565 - DOE 06/07/1999 - Rel. MARCE-
LO FREIRE GONÇALVES).

4.3. PERÍCIA EXTRAJUDICIAL

O $ 1.º do artigo 195 da CLT traz estabelecido


ser facultado às empresas e aos sindicatos fazerem te-
quisição ao MTb para realização de perícia em estabe-
lecimentos ou setores deste, com objetivo de caracte-
rizar e classificar as atividades insalubres ou perigosas.
A Lei atribuiu ao Poder Executivo a competên-
cla para realização de perícia. Na prática, dificilmen-
te isso ocorre, pois o MTb teria prejudicada a sua
função de fiscalização e cumprimento das Normas
de Segurança e Medicina do Trabalho.
O correto seria o MTb credenciar entidades, em-
presas e profissionais da área para executar tal serviço.
Muitas vezes, sindicatos e empresas, através de
acordos, fazem perícia por intermédio de profissio-
nais e empresas terceirizadas. Essa prática, também,
é recomendada para substituir a atribuição conferida
ao MTPb pelo artigo 195 da CLT.
Destacamos que também ocorre a perícia a pe-
dido do MTb, quando a empresa faz a perícia ou
contrata serviço de terceiro e, em seguida, submete
o laudo à aprovação do órgão competente do MTb.
Mesmo fora do âmbito judicial, a perícia é im-
prescindível para a determinação da insalubridade
e periculosidade, tanto no aspecto legal, quanto no
prejuízo que poderá trazer às partes, devido o en-
quadramento errôneo ou inadequado das funções/
atividades insalubres ou perigosas.

4,4. PERÍCIAS JUDICIAIS

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