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Unidade II
5 TRABALHO PERICIAL
Segundo Sá (1997, p. 31), “[...] plano de trabalho em perícia contábil é a previsão, racionalmente
organizada, para a execução das tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços pela redução
dos riscos sobre a opinião ou resposta”.
O autor complementa:
Segundo Ornelas (2000), o desenvolvimento do trabalho pericial deve obedecer algumas etapas,
como o compromisso (que, inobstante não seja mais obrigatório assumir, por força do contido no artigo
466 do CPC). O perito deve ter alguns cuidados e atitudes antes de assumir efetivamente a função
judicial. Cabe, todavia, ressalvar que, no âmbito da Justiça do Trabalho, persiste a obrigatoriedade do
compromisso, como se depreende do artigo 827 da CLT.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Saiba mais
O planejamento representa um quadro onde estão definidas todas as etapas e subetapas de uma
perícia contábil, em ordem sequencial. O objetivo do planejamento é definir as etapas que devem ser
executadas e em que ordem elas devem ocorrer.
Deve ser produzido pelo perito‑contador e sua equipe, logo após ser designado, e aceitar a
incumbência de executar da perícia, definir prazos e chegar a um acordo sobre os honorários.
O planejamento serve também para controle das etapas previstas no desenvolvimento de uma
perícia contábil. A eventual necessidade de diligência (averiguação feita fora dos domínios do local
onde ocorreu o confronto que gerou um litígio) só será considerada quando outras etapas previstas
no planejamento (legislação, documentos, registros, livros etc.) forem realizadas e ficar demonstrada a
necessidade de se fazer uma diligência, com muita convicção.
Depois de fixado, o planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio. O planejamento só deve
ser revisado parcialmente quando surgirem fatos novos ou muito importantes para a solução do litígio.
Ressalta‑se que um planejamento bem elaborado, ou seja, produzido com critério e com um
profissional responsável como autor, competente e prudente (perito‑contador), será de muita utilidade.
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Unidade II
De posse dos autos, o perito deve analisar todas as peças do processo, com o objetivo de conhecer a
ação. A leitura começa pela peça inicial, na qual constam o pedido e o motivo que levaram a parte a buscar o
judiciário. Após isso, dá‑se início à verificação de documentos que possam acompanhá‑lo. A seguir, procede‑se
à verificação da defesa e de eventuais documentos juntados também a essa peça: depoimentos das partes
e das testemunhas, ata de audiência, despacho saneador, se houver, a sentença, os embargos e o Acórdão.
Figura 7
Etapas da perícia
1) Coleta
Informes e aspectos sobre o litígio
2) Reivindicações
Argumentos e provas das partes em litígio (litigantes)
3) Validade
Veracidades das argumentações das pelas partes
4) Avaliar
Documentos e contratos firmados entre as partes
5) Busca
Parâmetros legais sobre as argumentações
6) Metodologia
Constatação ou não de operações entre as partes
7) Diagnóstico parcial
Direcionar a sequência da perícia
8) Promover a perícia direta (direcionada)
Analise e diagnóstico dos resultados da fase 6
9) Diagnóstico final
Conclusão e elaboração do laudo pericial
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Planejamento
Objetivos
(c) estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo estabelecido;
Desenvolvimento
32. Os documentos dos autos servem como suporte para obtenção das
informações necessárias à elaboração do planejamento da perícia.
Para Alberto (2000, p. 134), os papéis de trabalho são um documento, que deve conter:
1. registros iniciais;
2. análises iniciais;
3. diligências;
4. análises complementares;
5. levantamento de dados;
7. digitação e operação;
9. impugnações;
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Figura 8
A Norma Técnica de Perícia Contábil (NBC TP 01) também trata os papéis de trabalho como documento
de vital importância. Está redigida conforme segue (CFC, 2015):
Como descrito na organização do trabalho, todo o procedimento de leitura e verificação dos documentos
juntados aos autos são anotados nos papéis de trabalho, dando atenção especial para os documentos, pois
a verificação deles é, na maioria dos casos, de vital importância para a elaboração da perícia, uma vez que
o perito não pode emitir sua opinião sem a devida fundamentação legal.
5.3 Diligências
Esse trabalho será procedido fora do escritório do perito, pois há a necessidade do deslocamento
deste para os locais onde irá buscar os elementos faltantes para o início e conclusão do trabalho pericial.
Legalmente, a diligência está prevista no artigo 473, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil
(BRASIL, 2015), que traz a seguinte redação:
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Unidade II
A Norma Brasileira de Contabilidade NBC TP 01, em seu item 41, estabelece que “termo de diligência
é o instrumento por meio do qual o perito solicita documentos, coisas, dados e informações necessárias
à elaboração do laudo pericial contábil e do parecer técnico-contábil”.
Conforme Santos (1997, p. 49), “[...] verificando o perito ausência de documentos que possam
comprometer o resultado do trabalho, deve ele diligenciar ao local dos fatos e obter os documentos,
ou a comprovação de sua não existência, certificando assim nos autos a transparência de seus
procedimentos. O autor complementa: “[...] informando que, ao início das diligências, o perito deve
relacionar os livros e dados de que necessite, solicitando por escrito sua exibição, através de termo de
diligência, retendo cópia assinada pelo representante legal da parte que o recebeu”.
As diligências devem ser executadas e documentadas com um termo de diligência, que também fará
parte dos papéis de trabalho que acompanharão o laudo pericial.
Nesse termo, o perito deve informar o número do processo, as partes envolvidas na demanda, a vara
onde está tramitando o processo, a relação dos documentos necessários, a data e a hora em que será
realizada a diligência.
A diligência pode ser efetuada em duas etapas; a primeira será a simples entrega do termo de diligência,
caso a parte solicite prazo para entrega dos documentos solicitados. Nesse caso, o perito, observando o
prazo que lhe foi dado para a entrega do laudo, determinará o prazo para que a parte providencie os
documentos. Na maioria dos casos, recomenda‑se conceder um prazo não superior a cinco dias, pois
concedido um prazo maior, poderá o perito ficar comprometido no cumprimento de seu próprio prazo
perante o juiz ou a parte que o contratou.
A segunda etapa pode ser a da retirada dos elementos solicitados, o momento em que se fará a
constatação de coisas ou que se ouvirão as pessoas.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Quanto aos documentos solicitados, o perito deve requerer que eles sejam exibidos em originais,
cópias autenticadas ou cópias simples. No caso de cópias simples, a parte deverá providenciá‑las
juntamente com os originais, para que o perito possa verificar sua autenticidade. Nesse caso, é permitida
a juntada ao laudo de documentos em cópias simples, pois o perito possui fé pública.
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose roberto rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe vem, respeitosamente requerer a Vossa Excelência, a intimação das
partes junto aos assistentes técnicos designados para a diligência junto a autora para
obtenção e analise de documentos necessários a elaboração do laudo pericial.
Isto posto, requer a sua a juntada desta aos autos para tornar ciente as partes interessadas
e para os devidos fins de direito.
É o que requer,
Pede deferimento.
Figura 9
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Unidade II
Observação
5.4 Quesitos
Segundo Ornelas (2000, p. 78), “[...] pode‑se entender por questionário básico os quesitos formulados,
seja pelo magistrado, seja pelas partes, antes do início das diligências, isto é, antes do desenvolvimento
da produção da prova pericial contábil e entrega da peça técnica”.
O autor complementa: “[...] são perguntas de natureza técnica ou científica a serem respondidas pelo
perito. São, em geral, apreciadas pelo magistrado e pelas partes a fim de evitar indagações impertinentes”.
Uma característica das perícias nos processos trabalhistas é que, em grande parte dos casos, há a
falta de apresentação de quesitos por parte do juiz e também pelas partes, seja a perícia determinada
na fase de instrução ou na fase de execução do processo.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Os quesitos apresentados pelo juiz para a perícia nos processos trabalhistas se dão, na maioria das
vezes, no processo em fase de instrução.
Como o objetivo dos quesitos é direcionar o perito ao objeto a ser periciado, eles devem ser
pertinentes ao objeto.
O perito deve sempre ficar atento a quesitos que fogem do objeto da perícia, pois, em alguns casos,
existem quesitos que visam buscar outras provas que não são pertinentes e que já tiveram seu prazo de
produção esgotado. Nesse caso, deve ter a seguinte resposta “não faz parte do objeto da perícia”.
A NBC TP 01 dedica‑se à forma como devem ser tratados e respondidos os quesitos apresentados
pelo juiz e pelas partes em seu item 69, com a seguinte redação:
Quesitos e respostas
69. O perito deve observar as perguntas efetuadas pelo juízo e/ou pelas
partes, no momento próprio dos esclarecimentos, pois tal ato se limita às
respostas a quesitos integrantes do laudo ou do parecer e às explicações
sobre o conteúdo da lide ou sobre a conclusão.
Baseando‑se nos aspectos da norma, é necessário colocar novamente as observações sobre a perícia
no processo trabalhista.
Deve‑se observar, quando o perito contábil estiver atuando nesse tipo de processo, se há a falta de
apresentação de quesitos. Sendo assim, o perito deve orientar‑se, quando a perícia for determinada
em processo na fase de instrução, no despacho que determinou a perícia e em processos na fase de
execução, na sentença, nos embargos e nos acórdãos.
É, portanto, necessário que o perito esteja atento a essas situações, pois ocorrem com muita frequência,
ficando o profissional preocupado em auxiliar a justiça, mas com a situação que foi colocada nos autos
com o intuito de desviá‑lo do objeto principal; para se obter uma conclusão justa e em tempo hábil para
atender a celeridade processual, faz‑se necessário uma mudança no trabalho do perito, gerando certa
dificuldade no desempenho profissional e tempo necessário para resolver a questão através dos quesitos.
Observação
Segundo Sá (1997, p. 43), “a manifestação literal do perito sobre os fatos patrimoniais devidamente
circunstanciados gera a peça tecnológica denominada Laudo Pericial Contábil”.
Ainda segundo o autor, de qualquer forma, o laudo traz a opinião ou o conjunto delas e é preciso
que tenha requisitos de qualidade.
2. identificação do perito;
Como resultado do trabalho pericial, o laudo deve obedecer, no mínimo, aos requisitos básicos que
identifiquem o laudo e seu objetivo, finalizando com a apuração do objeto periciado de forma clara,
para que os envolvidos tenham esse documento como prova do que se buscou no processo.
Laudo é uma palavra que provém da expressão verbal latina substantivada laudare (laudare, laudare),
no sentido de pronunciar.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Segundo Ornelas (2000, p. 86), o laudo pericial contábil pode ser entendido sob dois aspectos:
[...] podemos conceituar laudo pericial como a prova escrita, através da qual
o perito‑contador ou perito do juiz expõe, de forma objetiva e sequenciada,
o resultado do estudo, evidenciando o fato litigioso, com esclarecimentos e
opiniões técnicas, dirimindo dúvidas e levando informações aos usuários, ou
seja, às partes interessadas.
Segundo Santos (1997, p. 51), “[..] o laudo pericial é o registro escrito pelo perito dos fatos observados,
estudados, analisados e concluídos, de acordo com as condições dos fatos”.
Segundo Magalhães et al. (2001, p. 38), “[...] é o laudo que consubstancia o trabalho pericial nos
aspectos de exposição e documentação, principalmente no propósito de expressar a opinião do perito
sobre questões formuladas nos quesitos”.
As Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TP 01 (CFC, 2015) trazem o seguinte conceito de laudo:
Segundo Sá (1997, p. 46), para que um laudo possa classificar‑se como de boa qualidade, precisa
atender aos seguintes requisitos mínimos:
• objetividade;
• rigor tecnológico;
• concisão;
• argumentação;
• exatidão;
• clareza.
A concisão exige que as respostas evitem o prolixo. Ela, todavia, não deve
chegar ao absurdo da exclusão de argumentos.
70
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O perito, durante a elaboração do laudo pericial, deve estar consciente de que está preparando algo
para terceiros que, em sua grande maioria, não são pessoas conhecedoras de contabilidade e de cálculos.
Por esse motivo, o laudo tem de ser peça clara, fácil de ler e interpretar, mesmo para leigos.
A peça final e fundamental de todo o trabalho do perito é o laudo pericial. É essa peça técnica que
expõe, de forma circunstanciada, todos os passos necessários à consecução da perícia e as conclusões
técnicas do perito‑contador.
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos
do processo em epígrafe vem, respeitosamente apresentar a Vossa Excelência, no prazo
estipulado, o laudo pericial contábil, consubstanciado com as determinações.
Isto posto, requer a sua a juntada desta aos autos para tornar ciente as partes interessadas
e para os devidos fins de direito.
É o que requer,
Pede deferimento.
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Unidade II
Saiba mais
O laudo pericial deve conter todas as provas e evidências, ser efetuado através de análise dos dados,
provas e responder aos quesitos formulados pelo juiz e as partes.
A elaboração do laudo pericial, como qualquer outro tipo de relatório, deve obedecer a princípios
técnicos fundamentais:
• o laudo deve ser o mais abrangente possível, com visão generalizada de toda a matéria examinada;
• se não houver quesitos a responder, o perito deve empregar todos os seus conhecimentos técnicos
de forma criteriosa, especificando no laudo quais os procedimentos e critérios adotados;
O perito jamais deve olvidar que seu trabalho, quando em juízo, deve ser entregue por intermédio
de uma petição (requerimento), onde consta a identificação da junta ou vara por onde tramita a ação,
identificação da ação, identificação do perito e espécie de perícia a que se refere o laudo.
Fora esses princípios básicos, são recomendáveis outros cuidados no que se refere à estética
do laudo pericial, haja vista que, em muitas varas ou juntas, são exigidas certas normas de
apresentação, quais sejam:
Apresentação/valorização do laudo
A estética do laudo contábil envolve dois aspectos a serem considerados pelo perito contábil.
O primeiro deles é que o seu trabalho não será apreciado apenas pelo que nele consta, mas também
pela forma gráfica que adotou; deve ser um trabalho atrativo para seus leitores.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O segundo deles se refere ao que o perito contábil deve oferecer no laudo contábil, de forma a
possibilitar uma leitura fácil e, nesse sentido, alguns aspectos gráficos devem ser levados em conta.
Afinal, o laudo contábil é a materialização de todo o esforço técnico desenvolvido pelo perito
contábil, portanto, o perito deve valorizá‑lo, oferecendo‑o de forma bem apresentada. Não basta o
conteúdo estar correto, é importante cuidar de sua apresentação.
Margens do laudo
O texto deve ser disposto considerando uma margem esquerda de no mínimo 3,0 centímetros,
de 1,5 centímetros de margem direita e margens superiores e inferiores de 2,5 centímetros cada
uma. Especial atenção para a margem esquerda, pois o laudo pericial, quando juntado aos autos
sem essa margem, sem espaço conveniente, tem sua leitura prejudicada, já que parte do texto
ficará encoberta.
Laudo pericial
Rodrigo dos Santos Pinheiro, brasileiro, solteiro, contador, estabelecido a Av. Santana,
bairro Centro, CEP 68.925‑000, Santana/AP. Perito judicial nomeado nos autos do processo
supramencionado, tendo encerrado seu trabalho pericial, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência.
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Unidade II
Diz a autora que logo após, foi celebrado outro contrato, quando estabeleceram outra
forma de remuneração levando vantagem somente a parte ré.
Conclusão
Pois como a prova pericial destina‑se a verificar fatos relacionados com o objetivo
da lide e seu resultado fica impossibilitado de determinar e responder os quesitos
apresentados, pois não há documentos em que podemos analisar e procedermos as
respostas dos quesitos, salientando que as respostas do termo de diligência não foi
apresentado a este perito, sabemos que as respostas dos quesitos precisa ser exato e
preciso. Até este momento me encontro a disposição da lide em questão para solucionar
o caso. Aguardo decisão de vossa excelência.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Espaçamento
Ainda para facilitar a leitura, o texto deve ser datilografado ou digitado em espaço dois. O referido
espaço permite a leitura na horizontal, enquanto o texto com linhas muito próximas umas das outras
provoca, às vezes, leitura na forma oblíqua, obrigando o leitor a retornar ao início do texto.
Tamanho de letra
O tamanho de letra utilizada no texto é outro aspecto a ser considerado dentro das preocupações
com o leitor. É recomendado para o texto normal o tamanho 12 e para os títulos de cada capítulo o
tamanho 14.
Todas as recomendações são voltadas à permissão de uma boa estética ao trabalho pericial,
transformando o ato de ler num momento agradável.
5.6 Prazos
Os prazos para entrega do laudo pericial, no caso da perícia judicial, são determinados pelo juiz
no momento da nomeação do perito, como determina o artigo 465 do Código de Processo Civil, com
a seguinte redação: “Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de
imediato o prazo para a entrega do laudo”. (BRASIL, 2015).
Figura 10
No caso de atuação em processos trabalhistas, o prazo está estabelecido no artigo 3º da Lei n. 5.584,
de 26 de junho de 1970, com a seguinte redação: “Art. 3º. Os exames periciais serão realizados por perito
único designado pelo Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo” (BRASIL, 1970).
Esse prazo poderá ser prorrogado por mais uma vez, desde que solicitado por escrito pelo perito, nos
termos do artigo 476 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), com a seguinte redação:
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo
dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela
metade do prazo originalmente fixado.
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Unidade II
Na atuação como assistente técnico na Justiça do Trabalho, o perito deverá observar o prazo estabelecido
no Parágrafo único da Lei n. 5.584 de 26 de junho de 1970 (BRASIL, 1970), com a seguinte redação:
Art. 3º. Parágrafo único. Permitir‑se‑á a cada parte a indicação de um
assistente, cujo laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado
para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos.
Portanto, deverá ser observado, na atuação como perito assistente na Justiça do Trabalho, o mesmo
prazo dado ao perito judicial nomeado pelo juiz para entrega de seu parecer técnico que, no caso da Lei,
é chamado também de laudo.
Essa observação é importantíssima, pois a Lei determina que o não cumprimento desse prazo leva
o laudo do assistente técnico a ser desentranhado dos autos, o que causaria prejuízo para a defesa da
parte que o contratou, na apresentação de eventual impugnação ao laudo do perito judicial.
O perito, ao atuar em perícia extrajudicial ou arbitral, deverá observar o prazo estipulado em contrato
e protocolizar seu laudo ou parecer pelo meio indicado no contrato, no caso de perícia extrajudicial, ou
por petição, no caso de perícia arbitral.
Lembrete
5.7 Honorários
Os honorários periciais são a remuneração do perito pelo serviço prestado na perícia judicial, extrajudicial ou
arbitral, como traz a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC PP 01 (CFC, 2015) nos itens destacados a seguir:
Honorários
Elaboração de proposta
Quesitos suplementares
35. O perito deve ressaltar, em sua proposta de honorários, que esta não
contempla os honorários relativos a quesitos suplementares e, se estes
77
Unidade II
forem formulados pelo juiz e/ou pelas partes, pode haver incidência de
honorários complementares a serem requeridos, observando os mesmos
critérios adotados para elaboração da proposta inicial.
O artigo 95 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015) estabelece a responsabilidade pelo pagamento
dos honorários periciais, com a seguinte redação:
Conforme Ornelas (2000, p. 103), “[...] sendo o perito nomeado pelo magistrado, portanto, na
função judicial, compete àquele fixar sua remuneração. Esse ato processual praticado pelo magistrado
é conhecido por arbitramento”.
O autor complementa: “[...] nada mais justa que esta medida, em certos casos, pois muitas perícias,
pelo seu vulto, exigem tempo dilatado e investimentos em pagamentos de auxiliares e de meios para
conseguir os elementos necessários” (SÁ, 1997, p. 72). Esse procedimento se refere aos honorários
prévios, solicitados nos processos que tramitam nas varas civis e federais, pois nas varas do trabalho
normalmente não se concede honorários prévios.
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe vem, respeitosamente requere a Vossa Excelência a fixação dos
honorarios periciais em R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
É o que requer,
Pede deferimento.
Os honorários periciais não se restringem apenas aos honorários prévios. O perito, com base
em seus papéis de trabalho, deve manter anotação dos custos envolvidos na realização da perícia,
pois, na entrega do laudo pericial, deve‑se verificar se os honorários depositados previamente
são suficientes para a remuneração do trabalho realizado. Em caso contrário, o perito deverá
solicitar honorários definitivos, indicando os custos do trabalho e o total das horas envolvidas. Esse
demonstrativo deve ser realizado de forma muito clara, pois poderá haver impugnação das partes
sobre o valor solicitado.
Os valores solicitados de honorários periciais têm causado alguns problemas para os peritos e também
para os magistrados, como se verifica em Cleto (2001), que traz a seguinte colocação: “[...] a falta de
apresentação de um planejamento detalhado do trabalho pericial, incluindo planilha de custos justificada,
é uma das dificuldades enfrentadas pelos juízes no arbitramento de honorários de peritos judiciais.”
O problema que ocorre na fixação dos honorários periciais se relaciona aos valores solicitados pelos
peritos e o arbitramento feito pelo juiz, pois ele, sem parâmetro, arbitra o valor solicitado com redução
de até 60% e esses honorários, reduzidos, em muitos casos sequer pagam os custos que o perito teve
na elaboração do laudo. Por outro lado, os juízes argumentam que os peritos não demonstram de forma
clara os custos que tiveram com a elaboração do laudo pericial, pois, como se trata de um trabalho feito
pelo perito fora da visão do juiz, este não tem como saber o que foi envolvido na perícia.
Como os juízes, em alguns casos, argumentam que não há parâmetros para fixar os honorários periciais
e as partes, por sua vez, não concordam com os valores pleiteados, segue um modelo de estimativa de
honorários de perícia contábil, elaborado pela Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo.
Trata‑se de um modelo padrão, que não impede o perito de criar um modelo próprio que demonstre
o valor pleiteado por seus honorários, de forma detalhada, com base sempre na clareza dos gastos
efetuados com a perícia e com as horas gastas em suas várias fases. Vale lembrar que a justa remuneração
pelo trabalho realizado irá quase sempre depender de tal demonstrativo, como no quadro a seguir:
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Unidade II
Quadro 2
Custos
a. Horas técnicas/itens Horas estimadas Vlr/hora R$ Totais em R$
Estimativa/carga
Análise autos/docs./relatórios
Diligências
Levantamento de dados
Digitação
Reuniões com assistentes técnicos
Montagem laudo
Revisão/assinatura/entrega do laudo
Total item horas técnicas
Resumo R$
Item horas técnicas
Item material direto aplicado
Total dos honorários
Pelos motivos apresentados, grande parte dos peritos que atuavam quase que exclusivamente como
peritos judiciais estão preferindo trabalhar como assistentes técnicos ou em perícias extrajudiciais,
por terem mais garantias no recebimento de seus honorários nas bases em que foram contratados.
No entanto, é imprescindível a existência de um contrato de prestação de serviços.
80
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Processo nº
Nome completo do Perito, nacionalidade, estado civil, perito contador, RG nº, inscrito
no CPF sob o nº e no Conselho Regional de Contabilidade sob nº, perito nomeado no
processo de número em epígrafe (fls. nº), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência
apresentar PROPOSTA DE HONORÁRIOS, conforme planilha abaixo:
Quadro 3
Planejamento nº horas
Pesquisa documental nº horas
Equipe técnica e outros técnicos nº horas
Respostas de quesitos nº horas
Elaboração do laudo nº horas
Total nº horas
Considerando-se que o trabalho terá a duração de nº horas, o valor total dos honorários
será de R$ valor (valor expresso), sendo certo que o valor de cada hora é de R$ valor
(valor expresso).
O valor desta proposta não cobre eventuais quesitos suplementares. Caso as partes
apresentem quesitos suplementares, o total do valor dos honorários supramencionado
ficará acrescido de XX% (-------- por cento), depositados nos mesmos moldes do
valor inicial.
Nesses termos,
pede deferimento.
81
Unidade II
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe vem, respeitosamente requere a Vossa Excelência a liberação dos
honorários periciais fixados em R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
É o que requer,
Pede deferimento.
Saiba mais
82
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Para Sá (1997), o método da perícia é basicamente o analítico, não se dispensando detalhes, sempre
que necessários.
É preciso, pois:
4. ter muita cautela na conclusão e só emiti‑la quando estiver absolutamente seguro sobre os resultados;
Na fase do planejamento, o perito contador deve prever as etapas e o desenvolvimento das atividades,
além de definir os honorários pela execução do laudo pericial. Caso não haja determinação do juiz, deve
ser cumprido o prazo fixado no Código do Processo Civil.
Portanto, as técnicas devem buscar uma conclusão de forma clara, precisa e inequívoca, atendendo
aos requisitos exigidos pela perícia.
Lembrete
As fases do processo judicial servem para entender em quais momentos o perito judicial intervém,
de acordo com o juiz e as partes – autor ou reclamante, reclamada ou réu.
A fase inicial do processo é denominada fase de instrução. Nela é que as partes produzirão provas para
que o juiz possa julgar a ação proposta. Assim, a perícia, nessa fase processual, será elemento de prova.
Quando houver a necessidade de técnico para a verificação das alegações das partes como
prova para o juiz proceder ao julgamento da ação proposta, haverá a nomeação de perito de sua
confiança, para fornecer elementos necessários a esse julgamento. Essa perícia poderá ser contábil,
médica, de engenharia, segurança do trabalho ou outras, dependendo do objeto a ser periciado.
A perícia judicial, na fase de instrução do processo, dar‑se‑á de acordo com o andamento processual.
Para dar o impulso ao processo, há uma petição inicial, na qual o reclamante ou autor irá demonstrar as
justificativas da necessidade de perícia contábil.
A reclamada ou réu, por sua vez, também irá demonstrar de forma fundamentada, em sua defesa,
que nada é devido ao reclamante ou autor.
De posse das duas peças, defesa e contestação, o juiz irá verificar se tem todos os elementos
para o seu julgamento. Caso não os possua, determinará perícia, nomeando seu perito de
confiança e determinando que as partes, se quiserem, apresentem seus quesitos e indiquem seus
assistentes técnicos.
Realizada a perícia, será aberto prazo para que as partes se manifestem sobre o laudo. Após essa
manifestação, ocorrendo a impugnação do laudo por uma ou por ambas as partes, o perito procederá
aos devidos esclarecimentos.
85
Unidade II
A fase final do processo, denominada fase de execução, é aquela que busca a liquidação do processo,
transformando a condenação imposta em pecúnia.
Após a fase de instrução, como já mencionado, poderá haver perícia. O juiz proferirá a sentença em
primeira instância, que poderá ser totalmente procedente, procedente em parte ou improcedente. Isso
não significa que irá, de imediato, iniciar‑se o processo de execução, pois a parte que se sentir prejudicada
no julgamento poderá impetrar embargos de declaração e, posteriormente, recurso ordinário (processo
do trabalho) ou apelação (processo comum) para a segunda instância ou recurso de revista (processo do
trabalho) ou recurso especial ou extraordinário (processo comum) para a terceira. Cabe esclarecer alguns
termos utilizados anteriormente, por tratar‑se de matéria jurídica.
• segunda instância: nos Tribunais de Justiça, sendo um em cada unidade da federação. Neles, as
partes irão buscar uma nova análise da matéria, podendo a sentença de primeira instância ser
mantida ou modificada;
• terceira instância: Tribunal Superior (TST, STJ e STF), localizados em Brasília; tem limitação quanto
à matéria a ser analisada, pois só pode buscar a sua análise se as partes provarem que houve, nos
julgamentos de primeira e segunda instância, a violação de algum dispositivo constitucional.
• totalmente procedente: nesse tipo de sentença, o autor prova que o réu não afastou as alegações
feitas na ação promovida. Assim, o réu será condenado em todos os pedidos formulados;
• parcialmente procedente: ocorre quando apenas parte das alegações foi provada e o réu foi
condenado em parte dos pedidos formulados;
• totalmente improcedente: ocorre quando o autor não consegue provar nenhuma das alegações
efetuadas. Nesse caso, o réu ficará isento de condenação e o autor será condenado nas custas
processuais e, se o resultado da perícia, na fase de instrução, foi negativo, também será condenado
ao pagamento dos honorários periciais.
• liquidação por cálculos: será efetuada quando a apuração do montante depender de simples
operações aritméticas;
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
• liquidação por artigos: a liquidação por artigos será procedida quando houver necessidade de
alegar e provar fato novo, para efeito de determinar o valor da condenação.
Restando dúvidas após os esclarecimentos, haverá prazo para as partes apresentarem sua impugnação
fundamentada, com indicação dos itens e valores objetos da discordância.
Quando a outra parte indica os itens que entende incorretos e também apresenta os cálculos que
entende devidos, muitas vezes são elaborados da mesma forma do cálculo que está sendo impugnado.
Nesse momento, caberá ao juiz analisar as duas contas apresentadas, para proceder à homologação
daquela que cumpriu a condenação nos limites da sentença prolatada. Desse modo, fica o juiz
impossibilitado de ter segurança na homologação de uma das contas, porque ambas não estão
claramente demonstradas.
Nos termos do parágrafo único do artigo 3º da Lei n. 5.584/70, notificará as partes para que apresentem
seus quesitos e indiquem seus assistentes técnicos se quiserem, pois esse procedimento não é obrigatório.
Se as partes apresentarem seus quesitos e indicarem seus assistentes técnicos ou, se vencido o
prazo e nenhuma das partes apresentarem quesitos e indicar assistente, o perito nomeado pelo juiz será
intimado a prestar compromisso e retirar o processo para elaboração do laudo pericial.
Compromisso é um termo de responsabilidade preenchido de próprio punho pelo perito nomeado,
no qual se compromete a cumprir o encargo assumido com ética, imparcialidade e no prazo determinado
pelo juiz.
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Unidade II
2. Iniciará seu trabalho, primeiramente, lendo a sentença de primeiro grau, embargos (se
houver) e acórdãos proferidos pelos tribunais (também se houver); esse procedimento tem
como objetivo verificar o objeto a ser periciado, bem como proceder à liquidação por cálculo,
artigo ou arbitramento.
4. De posse de todos os elementos necessários, o perito irá proceder à elaboração das planilhas de
cálculo das verbas deferidas, que devem ser efetuadas de forma clara e analítica.
6. Resta então a parte de texto do laudo pericial, como a introdução, a identificação do objeto, a
especificação e objetivo de cada quadro analítico, a conclusão, o encerramento e o pedido dos
honorários pretendidos.
7. Finalizado o laudo pericial, deverá submetê‑lo à apreciação dos assistentes técnicos das partes,
caso tenham sido indicados. Esse procedimento recebe o nome de conferência reservada. Assim,
poderá haver entendimentos distintos entre o perito e os assistentes e, sendo procedentes, haverá
modificação do laudo ou, se não concordar em modificá‑lo, o assistente que discordar deve
elaborar um parecer divergente e, havendo concordância, todos assinam o laudo em conjunto.
8. Submetido aos assistentes, o laudo será protocolado no setor de protocolos das secretarias e será
remetido à vara onde está tramitando.
Esses procedimentos devem ser seguidos para as três formas de liquidação, por cálculos, por artigos
ou por arbitramento.
Portanto, a perícia judicial, na fase de execução do processo trabalhista, inicia‑se com a divergência
dos cálculos das partes, com a determinação da perícia e consequente nomeação do perito de confiança
do juiz, que despachará, dando prazo para que as partes, se quiserem, apresentem quesitos e indiquem
assistente técnico.
Realizada a perícia, será aberto prazo para as partes se manifestarem sobre o laudo. Caso haja
impugnação, o perito procederá aos devidos esclarecimentos ou alteração do laudo, se forem procedentes
as impugnações. Após esses esclarecimentos, o juiz poderá homologar o laudo e fixar o crédito do
reclamante e os honorários do perito.
Após a fixação do crédito, o juiz fixará prazo para que a reclamada efetue o pagamento do crédito
do autor e determinará qual das partes pagará os honorários periciais, pois a parte que for perdedora no
objeto da perícia arcará com os honorários periciais.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Entregue o laudo pericial, o juiz abrirá prazo para as partes se manifestarem e essa manifestação
poderá vir da seguinte forma:
IV – concordância parcial.
Caso haja concordância de ambas as partes, o laudo pericial será homologado, havendo também
nessa homologação a fixação dos honorários periciais e a determinação da parte que ficará responsável
pelo seu pagamento.
Caso uma ou ambas as partes discordem dos valores apurados no laudo pericial, oferecerá
impugnação ao mesmo, sendo que essa impugnação deverá ser fundamentada e os itens e valores da
discordância especificados.
Recebida a impugnação pela vara, o juiz intimará o perito para que proceda ao esclarecimento dos
pontos que foram impugnados.
Recebida a intimação, o perito retira o processo em carga e verifica os termos das impugnações.
Se forem procedentes, ou seja, se o perito cometeu algum equívoco na apuração de alguma verba,
procederá à correção do mesmo e reapresentará o laudo com as devidas correções. Se forem
improcedentes, responderá às impugnações justificando os procedimentos adotados, dentro dos limites
do objeto periciado, mantendo, na íntegra, o laudo já apresentado.
Realizados os esclarecimentos do perito, o juiz poderá homologar o laudo pericial, ou solicitar que
as partes se manifestem sobre esses esclarecimentos.
Resumo
Exercícios
Questão 1. Mauro Uorque foi indicado como perito judicial em uma ação trabalhista movida
por Pedro Marcio Neiro contra a Construtora Imóvel Firme S/A. Pedro Marcio reclama várias verbas
trabalhistas que não foram pagas, entre elas, horas extras, insalubridade e periculosidade. Nos quesitos
apresentados pela construtora ela pergunta se o perito leu documentos que haviam sido juntados ao
processo e pergunta como ele interpreta esses documentos. Pedro, na qualidade de perito judicial,
responde a essas perguntas com um simples “não faz parte do objeto da perícia”. A construtora, por
intermédio de seu advogado, critica o perito pela resposta e pede sua substituição, sob alegação de que
a resposta foi indelicada e impertinente. Você como juiz:
B) Substitui o perito imediatamente e veta seu nome para outras designações como perito.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
C) Mantém o perito, mas determina que ele peça desculpas para a parte em razão da resposta.
D) Mantém o perito, mas faz uma reprimenda por escrito no processo, determinando que ele não dê
mais respostas dessa natureza.
E) Mantém o perito, não faz nenhuma reprimenda e determina que os documentos sejam retirados
do processo porque haviam sido juntados fora do prazo processual previsto na lei.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para substituir o perito e nem para vetar
designações para outros processos.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para determinar que o perito peça desculpas
à parte, porque a resposta do perito foi correta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para proceder a uma reprimenda por escrito,
porque a atitude do perito está correta.
E) Alternativa correta.
Justificativa: nos processos judiciais as partes não atuam livremente, ao contrário, elas devem
cumprir rigorosamente a lei processual que determina prazos e formas para que as partes atuem nos
processos. Assim, as provas documentais deverão ser anexadas aos processos em um momento específico,
diferente para o autor e para o réu. Se eles deixam de cumprir os prazos legais perdem o direito de
anexar documentos e, se por acaso fizerem a juntada fora do prazo, esses documentos poderão ser
desentranhados dos autos, ou seja, retirados. Os advogados da construtora juntaram documentos no
processo fora do prazo legal e, cientes de que eles poderiam ser retirados por ordem judicial, tentaram
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Unidade II
fazer com que o perito se manifestasse sobre esses documentos nas respostas aos quesitos formulados.
Se tivessem conseguido seu intento, os documentos poderiam até ser retirados por ordem judicial,
porque a opinião do perito no laudo seria uma prova em substituição aos documentos. Mas como
o perito estava atento para o fato de que a perícia deve ficar restrita ao objeto determinado para
análise, e não a qualquer aspecto ou dimensão do processo, ele acertou ao responder que a análise dos
documentos não fazia parte do objeto da pesquisa, e com isso não permitiu que a parte obtivesse êxito
em sua tentativa de utilizar indevidamente a perícia.
Questão 2. Uma empresa fabricante de vacinas para cavalos comprou de um fornecedor produtos
químicos necessários para a produção das vacinas. Após receberem a vacina alguns animais morreram.
Eram exemplares de grande qualidade e custavam milhões de reais, o que causou enorme prejuízo a
seus proprietários. A empresa fabricante de vacinas foi procurada por vários proprietários de cavalos
mortos que querem indenizações; por isso, realizou perícia química nas vacinas e constatou que parte do
problema pode ser decorrente dos produtos químicos adquiridos. A questão envolve milhões de reais em
indenização e grande complexidade para definir o grau de culpabilidade de cada empresa, em razão dos
estudos químicos que terão que ser feitos com as vacinas remanescentes. Além disso, os proprietários
dos animais mortos e o próprio laboratório fabricante das vacinas têm pressa, porque precisam recompor
seus prejuízos e voltar a fabricar o produto para atender o mercado. Querem também que o assunto
fique restrito às partes interessadas, ou seja, que não seja explorado pela mídia para não trazer ainda
maiores prejuízos para as partes. Nessas condições, a melhor forma para resolver o problema é adotar a
arbitragem, porque:
D) É um procedimento adequado para situações que envolvem grande número de partes interessadas.
A) Alternativa incorreta.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
B) Alternativa correta.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: os casos que envolvem indústrias químicas poderão ser solucionados por meio de
arbitragem, mediação ou processo judicial, de acordo com a vontade das partes.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o número de pessoas envolvidas não é determinante para decidir se deve ser utilizado
o processo judicial ou a arbitragem.
E) Alternativa incorreta.
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