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Trabalhou em empresas como Camargo Correia Industrial S/A, Indústria de Confecções Vila Romana S/A,
Bunge S/A e outras, exercendo as funções de conversão de balanços em dólares, consolidação das demonstrações
contábeis da empresa controladora e de suas controladas, elaboração de relatórios sobre alternativas de
investimento e avaliação de empresas.
CDU 657
U510.09 – 21
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permissão escrita da Universidade Paulista.
CONTABILIDADE AVANÇADA
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Lucas Kater
Juliana Mendes
CONTABILIDADE AVANÇADA
Sumário
Contabilidade Avançada
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS....................................................................................9
1.1 Técnicas de consolidação................................................................................................................... 18
1.2 Investimentos e acionistas não controladores.......................................................................... 23
1.2.1 Investimentos............................................................................................................................................ 23
1.2.2 Acionistas não controladores............................................................................................................. 23
1.2.3 Dividendos.................................................................................................................................................. 25
2 DUPLICATAS A RECEBER E CONTAS-CORRENTES............................................................................... 25
2.1 Duplicatas a receber............................................................................................................................. 25
2.2 Contas-correntes................................................................................................................................... 25
3 VENDAS E DESPESAS COM VENDAS........................................................................................................ 26
3.1 Vendas e Custo das Vendas............................................................................................................... 26
3.2 Comissões sobre vendas, juros e outras receitas e despesas............................................... 26
3.3 Lucros nas transações entre empresas do grupo..................................................................... 26
3.4 Estoques.................................................................................................................................................... 27
3.5 Ativo imobilizado................................................................................................................................... 28
4 IMPOSTOS NA CONSOLIDAÇÃO.................................................................................................................. 29
4.1 Imposto de Renda e Contribuição Social.................................................................................... 29
4.2 ICMS, IPI e PIS......................................................................................................................................... 30
4.3 ISS e Cofins.............................................................................................................................................. 31
4.4 Exemplos completos de consolidação.......................................................................................... 31
4.5 Apresentação das Demonstrações Financeiras......................................................................... 43
Unidade II
5 COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS: PRIMEIRA PARTE................................................................................. 53
5.1 Aspectos societários e contábeis.................................................................................................... 53
5.1.1 Aspectos societários............................................................................................................................... 53
5.1.2 Aspectos contábeis.................................................................................................................................. 56
6 INCORPORAÇÃO E COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS............................................................................... 60
6.1 Incorporação........................................................................................................................................... 60
6.2 Combinação de negócios................................................................................................................... 69
6.2.1 Fusão............................................................................................................................................................. 69
6.2.2 Cisão................................................................................................................................................. 80
Unidade III
7 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – PRIMEIRA PARTE...................................................................................... 96
8 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – SEGUNDA PARTE..................................................................................144
CONTABILIDADE AVANÇADA
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
No mundo moderno, as operações que envolvem grandes conglomerados se tornam cada vez
mais frequentes. Todos os dias, nos meios de comunicação, surgem notícias de aquisições ou fusões
de empresas, tanto no mercado nacional como no internacional. Dificilmente encontramos empresas
isoladas no mundo dos negócios; o que observamos comumente é que existem grupos de empresas.
Quando precisamos analisar o desempenho de uma empresa para elaborar um relatório ou tomar
uma decisão de investimento, é preciso conhecer a situação das outras empresas do mesmo grupo, pois
a empresa, individualmente, pode estar econômica e financeiramente bem, mas as outras empresas
do grupo podem não estar, e, como elas estão ligadas à saúde financeira do grupo, isso influencia a
empresa analisada. Por outro lado, podemos querer analisar o grupo de empresas, e nesse caso não
basta fazermos uma análise individual, pois elas podem realizar operações entre si que podem estar
distorcendo suas demonstrações contábeis. Podem existir, por exemplo, operações entre elas visando a
transferências de lucros.
Para que possamos analisar corretamente as empresas do grupo, é necessário que tenhamos
Demonstrações Contábeis que espelhem a situação real do grupo. Essas demonstrações não podem
estar distorcidas por políticas internas, então devemos ter uma Demonstração Contábil que mostre a
situação do grupo como se fosse uma única empresa e com os efeitos das operações entre as empresas
do grupo eliminadas; trata‑se da Demonstração Consolidada.
Temos de conhecer cada uma dessas operações, para que, de posse de demonstrações corretas,
possamos elaborar as Demonstrações Contábeis Consolidadas. Então vamos estudar também a legislação
e as técnicas envolvidas na combinação de negócios.
7
CONTABILIDADE AVANÇADA
Unidade I
CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: PRIMEIRA PARTE
A Lei nº 6.404/76, conhecida como lei das Sociedades por Ações, normatizou em seus artigos 249 e
250 os procedimentos para a elaboração e publicação das Demonstrações Contábeis. O art. 249 delegou
para a Comissão de Valores Mobiliários poderes para expedir normas de caráter obrigatório para as
companhias de capital aberto. A Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, não alterou esses artigos.
Lembrete
Usando dessas atribuições, a CVM, por meio de sua Instrução nº 15, de 3 de novembro de 1980,
atualizada pela Instrução nº 247, de 27 de março de 1996, introduziu mudanças significativas nos
procedimentos vigentes.
Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor
do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades
controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações
financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250.
A instrução da CVM nº 247, de 27 de março de 1996, com as alterações introduzidas pelas instruções
CVM nº 269/97, 285/98, 464/08 e 469/08 sobre o dever de elaborar e divulgar demonstrações contábeis
consolidadas dispõe o seguinte:
Em seu pronunciamento XXI – “Normas de Consolidação”, parágrafo 2º, o Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (IBRACON, 1982) define as Demonstrações Contábeis Consolidadas como o
produto de agregação de demonstrações contábeis de uma ou mais controladas com as demonstrações
contábeis da controladora após a eliminação de saldos e transações entre as companhias e efetuada a
constituição de provisão para os interesses de minoritários nas controladas.
Segundo o parágrafo 3º, tais demonstrações são o reconhecimento de que as entidades legais,
separadamente, são componentes de uma unidade econômica distinta da controladora ou de qualquer
de suas controladas e devem refletir as operações da controladora e de suas controladas, no país ou no
exterior, a partir da data de aquisição destas.
Observação
O controle pode ser exercido de forma direta ou indireta (por intermédio de outras controladas).
Assim, por exemplo, se duas subsidiárias integrais da companhia A possuírem, cada uma, 30% do capital
votante da Companhia C, então a Companhia C é uma controlada da Companhia A.
A recomendação encontrada no parágrafo 5º é a de que a Lei das Sociedades por Ações estabelece a
obrigatoriedade da consolidação somente para as companhias abertas e, mesmo assim, apenas quando
os investimentos nas controladas atingem ou excedem 30% do patrimônio líquido da controladora.
Consequentemente, poderá acontecer que a controladora detenha 99% na controlada e, ainda assim,
o investimento não atinja 30% do capital da controladora. Nesse caso, embora a norma contábil aqui
enunciada recomende a consolidação, a controladora estaria desobrigada, pela lei, de fazê‑la.
Para os casos de empresas de um mesmo grupo econômico cujas operações sejam demasiado
heterogêneas, o Ibracon recomenda, em seu parágrafo 7º, a consolidação com evidenciação das
controladas, a natureza de suas operações e elementos que identifiquem, se possível, a procedência dos
principais saldos.
Segundo o parágrafo 8º, mesmo que, no caso específico das companhias abertas, a Comissão de
Valores Mobiliários seja o órgão determinado pela Lei nº 6.404/76 para autorizar, em casos especiais, a
exclusão ou inclusão de sociedades na consolidação, a opinião do Ibracon (1982) é: “a consolidação é
indevida se inexistir o efetivo controle sobre a controlada, mesmo que temporariamente, como no caso
de falência, intervenção, ou acordo entre acionistas etc.”.
Observação
A CVM, Comissão de Valores Mobiliários, por meio de sua Deliberação CVM nº 608, de 26 de novembro
de 2009, aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 36 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
13
Unidade I
Outros conceitos que precisam ficar bem-definidos para a elaboração das demonstrações consolidadas
são os conceitos de Controladora e Controlada, que são utilizados para definir grupo econômico, objeto
da consolidação. Controladora é uma entidade que tem uma ou mais controladas. Controlada é a
entidade na qual a controladora é titular de direitos de sócio que lhe garantem, de modo permanente, a
supremacia nas decisões da sociedade e o poder de eleger a maioria dos administradores. Esses direitos
de sócio podem ser exercidos diretamente ou por meio de outras controladas.
Para que uma empresa seja controlada, é necessário que a controladora tenha o controle de outras
entidades, e esse controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da empresa tida
como controlada, de forma que obtenha benefício das suas atividades, ou seja, a controladora toma
decisões sobre as políticas da empresa considerada controlada, e essas políticas vão gerar benefícios
para a empresa controladora. O conceito de controle é mais abrangente que o controle acionário.
Muitas vezes, o capital da empresa controlada não pertence totalmente à empresa controladora.
Uma parte desse capital pode pertencer a outras empresas do grupo, ou até mesmo a acionistas que
não fazem parte do grupo econômico. Essa é a chamada participação de não controlador, que é a parte
do patrimônio líquido da empresa controlada não atribuível à controladora. Essa participação tem um
tratamento especial na elaboração das demonstrações consolidadas, que veremos mais adiante.
O período de abrangência das demonstrações contábeis deve ser idêntico para todas as empresas
envolvidas na consolidação. Havendo defasagem nesse período, deve ser eliminada.
14
CONTABILIDADE AVANÇADA
Se uma entidade do grupo econômico utiliza políticas contábeis diferentes daquelas adotadas nas
demonstrações contábeis consolidadas para transações e eventos de mesma natureza, em circunstâncias
semelhantes, serão necessários ajustes para adequar as demonstrações contábeis dessa entidade quando
da elaboração das demonstrações contábeis consolidadas.
Nesse caso, se as demonstrações contábeis de uma controlada, utilizadas para fins de consolidação,
forem de uma data diferente da data de encerramento das demonstrações da controladora, deverão ser
feitos os ajustes necessários, em razão dos efeitos de eventos ou transações relevantes que ocorrerem
entre aquela data e a data das demonstrações contábeis da controladora.
Presume‑se que exista controle quando a controladora possui, direta ou indiretamente, por meio de
suas controladas, mais da metade do poder de voto de uma entidade, a menos que, em circunstâncias
excepcionais, possa ficar claramente demonstrado que tal relação de propriedade não constitui controle.
15
Unidade I
Conforme o CPC 36, o controle também pode existir no caso de a controladora possuir menos da
metade do poder de voto de uma entidade, quando houver:
(a) poder sobre mais da metade dos direitos de voto por meio de um acordo
com outros investidores;
(d) poder para mobilizar a maioria dos votos nas reuniões da diretoria ou
conselho de administração, quando o controle da entidade é exercido por
essa diretoria ou conselho (CPC, 2011, p. 870)
Uma controlada não deve ser excluída da consolidação porque suas atividades de negócio são
diferentes daquelas das demais entidades do grupo econômico.
Informações relevantes são fornecidas pela consolidação de tais controladas e pela divulgação
de informações adicionais nas demonstrações contábeis consolidadas sobre as diferentes atividades
de negócio dessas controladas. Por exemplo, podem ser divulgadas informações por segmento para
descrever a relevância das diferentes atividades de negócio dentro do grupo econômico.
A empresa controladora pode perder o controle sobre uma controlada mesmo que não ocorra uma
mudança de propriedade absoluta ou relativa. Esse fato pode acontecer quando uma controlada se
torna sujeita ao controle do governo, tribunal, ou órgão regulador. A perda de controle também pode
acontecer em decorrência de um acordo contratual.
Segundo o CPC 36, um ou mais dos itens a seguir podem indicar se a controladora deve contabilizar
um contrato múltiplo como uma única transação:
(b) eles formam uma única transação, projetada para alcançar efeito
comercial global;
(c) reconhecer:
17
Unidade I
Saiba mais
Depois que você tomou conhecimento de todos os aspectos conceituais e legais sobre a consolidação
de demonstrações contábeis, vamos, no item seguinte apresentar as técnicas de consolidação.
Lembrete
Observação
Nem todas as operações efetuadas pelas empresas de um determinado grupo deverão necessariamente
ser representadas por uma única conta na consolidação. Tais procedimentos estão amparados pelo
artigo 250 da Lei 6.404/76, alterado pela Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009, conforme segue:
18
CONTABILIDADE AVANÇADA
Saiba mais
Como explicado anteriormente, com a convergência das normas contábeis brasileiras às normas
internacionais, a legislação sobre as Demonstrações Contábeis Consolidadas passou a ser baseada nas
instruções do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o CPC 36. Veja a seguir como as eliminações são
abordadas nesse documento.
19
Unidade I
(c) identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das controladas
consolidadas, separadamente da parte pertencente à controladora. A participação dos não
controladores nos ativos líquidos é composta:
(ii) da participação dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas
consolidadas desde a data da combinação.
19. Quando existirem potenciais direitos de voto, a parte atribuível à controladora nos
resultados e demais variações do patrimônio líquido da controlada é determinada com
base na sua atual participação e não deve refletir o possível exercício ou conversão dos
potenciais direitos de voto.
deve elaborar, para fins de consolidação, demonstração contábil adicional na mesma data
das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável.
27. A participação dos não controladores deve ser apresentada no balanço patrimonial
consolidado dentro do patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos
proprietários da controladora.
21
Unidade I
A participação dos não controladores, que são os acionistas que não detêm o controle acionário da
empresa, é composta do montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial
e da parte dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas desde a data
da combinação.
Observação
A seguir, estudaremos as eliminações e vamos resolver vários exemplos práticos para que você possa
entender claramente os procedimentos de eliminação.
22
CONTABILIDADE AVANÇADA
1.2.1 Investimentos
A participação acionária que uma empresa tiver na outra, representada pela conta Investimentos,
deverá ser eliminada. Devem ser eliminados os investimentos da controladora e o Patrimônio Líquido
das controladas.
Suponhamos que a controladora tenha 100% do capital da controlada. A controlada tem um capital
de $ 15.000 e $ 5.000 de Reservas de Lucros. A eliminação de consolidação dos investimentos é:
Capital $ 15.000
a Investimentos $ 20.000
Observação
A Participação dos Não Controladores é a parte do patrimônio líquido de uma controlada não
atribuível, direta ou indiretamente, à controladora. É a parcela do patrimônio líquido de empresas
controladas que pertence a acionistas minoritários, representados por terceiros que não pertencem ao
grupo. O valor dessa participação é constituído pela parte do capital desses minoritários e pelos outros
itens do patrimônio líquido.
Lembrete
23
Unidade I
O lucro ou prejuízo do período e cada componente dos outros resultados abrangentes são atribuídos
aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores. O resultado abrangente total é
atribuído aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores, independentemente
de esses resultados tornarem negativa a participação dos não controladores.
As mudanças na participação relativa da controladora sobre uma controlada que não resultem
em perda de controle devem ser contabilizadas como transações de capital (ou seja, transações com
sócios, na qualidade de proprietários). Em tais circunstâncias, o valor contábil da participação da
controladora e o valor contábil da participação dos não controladores devem ser ajustados para refletir
as mudanças nas participações relativas das partes na controlada. A diferença entre o montante pelo
qual a participação dos não controladores foi ajustada e o valor da quantia recebida ou paga deve ser
reconhecida diretamente no patrimônio líquido atribuível aos proprietários da controladora.
O Ibracon (1982) estabelece em seu pronunciamento que a absorção de prejuízos pelos minoritários se
limita à sua participação no patrimônio líquido, devendo tal excesso e os prejuízos futuros ser absorvidos
pelos sócios majoritários. Entretanto, os lucros futuros serão creditados aos sócios majoritários até que
aqueles prejuízos sejam absorvidos pelos minoritários.
Suponhamos que a controladora tenha 80% do capital da controlada. Esta tem um capital
de $ 15.000 e $ 5.000 de Reservas de Lucros. A participação dos acionistas não controladores será
destacada da seguinte forma:
Observação
Suponhamos que a controladora tenha 80% do capital da controlada. Esta tem um Lucro Líquido do
Exercício de $ 5.000. A participação dos acionistas não controladores será destacada da seguinte forma:
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CONTABILIDADE AVANÇADA
Os lucros estão colocados duas vezes, uma sob a forma de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial
e outra como saldo final na Demonstração de Resultados. Nesse sistema, os lançamentos referentes a
ajustes e eliminações na Demonstração de Resultados só são considerados nas parcelas que se referem
às contas de Resultado.
1.2.3 Dividendos
Observação
Receita (investidora)
Se uma empresa do grupo vendeu, ao preço de custo, $ 40.000 de mercadorias para outra empresa
do grupo, a empresa compradora tem um passivo de $ 40.000 para com a empresa vendedora, e
esta, por sua vez, tem a receber $ 40.000 da empresa compradora. Nesse caso, os lançamentos de
eliminações são:
2.2 Contas-correntes
Várias operações podem ocorrer entre as empresas do grupo, as quais serão debitadas ou creditadas
em conta-corrente. Na data do balanço, por ocasião da consolidação, haverá saldo devedor em uma
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Unidade I
empresa e um correspondente saldo credor em outra. Ambos deverão ser eliminados na consolidação,
com o seguinte lançamento:
Contas-correntes Credoras
As vendas de uma empresa para outra do grupo devem ser eliminadas, assim como o custo dos
produtos vendidos. Se uma delas vendeu, a preço de custo, $ 40.000 de mercadorias para a outra, o
lançamento seria da seguinte forma:
As receitas e despesas de uma controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas
a partir da data de aquisição. Devem estar baseadas nos valores dos ativos e passivos reconhecidos
na posição consolidada da controladora na data da aquisição. Por exemplo, despesas de depreciação,
reconhecidas na demonstração consolidada do resultado do período, devem estar baseadas nos valores
dos ativos depreciáveis reconhecidos na posição consolidada da data da aquisição. As receitas e despesas
de uma controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas até a data em que a
controladora perder o controle sobre essa controlada.
Várias transações podem ocorrer entre as empresas do grupo, gerando comissões sobre vendas, juros
e outras receitas e despesas que não representam receitas e despesas efetivas com terceiros; portanto,
essas Receitas e Despesas devem ser eliminadas pelo lançamento a seguir:
É comum que, havendo diversas empresas em um mesmo grupo, haja entre elas transações de
vendas de produtos e, em casos menos comuns, de bens do Imobilizado. As demonstrações consolidadas
não devem incluir lucros ou prejuízos não realizados nas transações efetuadas entre as empresas do
grupo, portanto estes devem ser eliminados.
26
CONTABILIDADE AVANÇADA
A eliminação de resultados, para fins de consolidação, derivados das transações entre empresas
consolidadas durante o exercício, deve ser feita da seguinte forma: no caso de aquisição de empresa a
ser consolidada, devem ser consideradas apenas as despesas e receitas do período após a aquisição, e no
caso de venda de empresa até então consolidada, devem‑se incluir os resultados obtidos até a data da
venda, apresentados numa única linha.
Observação
Os fatores que provocam divergências, segundo o Ibracon (1982), são: os lucros não realizados nas
transações entre a controladora e suas controladas, que são eliminados na consolidação, mas não são
pelo método da equivalência patrimonial; e o patrimônio líquido negativo da controlada é ajustado no
patrimônio líquido consolidado, permanecendo, pelo método da equivalência patrimonial, com o valor
zero na conta de investimentos da controladora.
3.4 Estoques
A eliminação do lucro das operações intercompanhias em que haja lucro não realizado nos estoques
deve ser feita da seguinte forma:
a) Se uma empresa do grupo vendeu por $ 40.000, para outra empresa do grupo, mercadorias que
custaram $ 30.000, e a empresa compradora não vendeu os estoques, o lançamento seria assim:
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
– não há contabilização
b) Se uma empresa do grupo vendeu por $ 40.000, para outra empresa do grupo, mercadorias
que custaram $ 30.000, e a empresa compradora vendeu 50% dos estoques, o lançamento seria da
seguinte forma:
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
c) Se uma empresa vendeu por $ 40.000, para outra do mesmo grupo, mercadorias que custaram
$ 30.000, e a empresa compradora vendeu todos os estoques, o lançamento seria da seguinte forma:
No Balanço Patrimonial:
– não há contabilização
Na Demonstração de Resultados:
O valor dos estoques nas demonstrações consolidadas consiste na soma dos valores nos balanços
individuais, deduzida a parcela de lucro não realizado decorrente de transações entre o grupo, que se
realizará somente quando da venda definitiva a terceiros.
Segundo o Ibracon (1982), o lucro nos estoques pode ser calculado por dois métodos:
a) Método Detalhado: consiste em identificar, dentro de cada parcela dos estoques, em qualquer
estágio (matéria‑prima, produto em processo ou produto acabado), a parte correspondente aos negócios
com as companhias consolidadas e o correspondente lucro não realizado;
Outro caso em que há lucro não realizado é o lucro remanescente no ativo imobilizado, que ocorre
quando uma empresa vende terrenos, máquinas, veículos ou outros bens do ativo a outra do grupo. O
lucro existente no ativo imobilizado, em virtude das transações intercompanhias, deve ser eliminado na
consolidação, como também a depreciação referente ao lucro incorporado no valor do custo do bem
adquirido na empresa que o comprou.
Vamos supor que, no final do período, uma empresa vendeu por $ 5.000, para outra do mesmo
grupo, uma máquina com custo contábil de $ 3.000. O lançamento de eliminação seria realizada da
seguinte forma no Balanço Patrimonial:
28
CONTABILIDADE AVANÇADA
Após um ano, e supondo que a depreciação da máquina seja de 10% ao ano, o lançamento de
eliminação seria o seguinte:
Após o segundo ano, e supondo que a depreciação da máquina seja de 10% ao ano, o lançamento
de eliminação seria o seguinte:
Esse lançamento seria repetido até que o lucro no ativo fosse totalmente eliminado.
O Ibracon (1982) distingue o tratamento contábil para os resultados positivo e negativo na venda
de ativo permanente entre companhias consolidadas. Os prejuízos são contabilizados como despesa
não operacional por representarem retificação no valor contábil do bem. Os lucros são eliminados na
consolidação, no exercício de sua geração, e nos exercícios seguintes essa eliminação deve considerar a
depreciação e a amortização, como se o bem não tivesse sido vendido, para evitar a superavaliação na
empresa que o comprou.
4 IMPOSTOS NA CONSOLIDAÇÃO
Nas Demonstrações Consolidadas, é preciso eliminar os lucros não realizados das operações
intercompanhias. Como muitos desses lucros contabilizados individualmente geraram tributos nas
sociedades em que foram lançados, é necessário ajustar esses tributos.
29
Unidade I
Lembrete
Por exemplo: se uma empresa do grupo vendeu por $ 40.000, para outra empresa do grupo, mercadorias
que custaram $ 30.000, a empresa vendedora foi tributada em 30% (0,30 x $ 10.000 = $ 3.000), e a
empresa compradora não vendeu os estoques, o lançamento seria da seguinte forma.
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
Se a empresa vender uma parte de seu estoque, o IR Diferido deverá ser proporcional ao lucro não
realizado. Se o lucro eliminado não voltar a aparecer na consolidação, então não haverá ajuste a fazer,
pois a incidência do imposto é uma despesa para o consolidado. Todas as considerações relativas ao
imposto de renda se aplicam à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Esses impostos, quando são recuperáveis, não fazem parte do custo de aquisição dos estoques da
compradora nem da receita líquida da vendedora. No balanço consolidado, é preciso eliminar o lucro
não realizado, mas nenhum ajuste é necessário em termos de IPI, ICMS e PIS. Os saldos a recolher
ou a recuperar desses impostos não são eliminados no consolidado. Na demonstração consolidada do
resultado, é necessário eliminar o Faturamento referente à transação, o IPI, a Receita Bruta, o ICMS, o
PIS, a Receita Líquida e o Custo dos Produtos Vendidos.
Por exemplo, se uma empresa do grupo vendeu, por $ 45.000, para outra empresa do grupo,
mercadorias que custaram $ 40.000, e na receita estão inclusos $ 5.000 de ICMS, na Demonstração de
Resultados o lançamento seria da seguinte forma:
30
CONTABILIDADE AVANÇADA
Observação
Agora vamos considerar três exemplos completos de consolidação que vão aumentando de complexidade.
No primeiro exemplo, a empresa compradora de mercadorias não revende essas mercadorias.
Exemplo 1:
• A empresa A comprou mercadorias de terceiros por $ 700 e vendeu essas mercadorias a prazo por
$ 1.100 para a empresa B. A empresa B não vendeu as mercadorias.
31
Unidade I
Tabela 1
Eliminações
BP A B A+B AB
DEB CRED
Ativo 2.600 2.100 4.700 - - 2.480
Bancos 700 500 1.200 - - 1.200
Dup 1.100 500 1.600 - (1) 1.100 500
Estoques 0 1.100 1.100 - (2) 400 700
Investimentos 800 0 800 - (3) 800 0
IR - - - (4) 80 - 80
Passivo 2.600 2.100 4.700 -
Fornecedores 800 1.100 1.900 (1) 1.100 - 800
IR a Pagar 80 0 80 - - 80
N.Contrl. - - - - (5) 200 200
(3) 640
Capital 1.200 800 2.200 - 1200
(5) 160
(3) 160
Res Lucros 520 200 720 (2) 400 (4) 80 200
(5) 40
Tabela 2
Eliminações
DRE A B A+B AB
DEB CRED
R. Vendas 1.100 - 1.200 (6) 1.100 - 0
(-) CMV (700) - (700) - (6) 700 0
L. Bruto 400 - 400 - - 0
(-) IR -20% (80) - (80) - (7) 80 0
LLAP N. Contrl 320 - 320 - - 0
(-) PAN. Contrl - - - - - 0
LLDP N. Contrl - - - - - 0
Se uma empresa vendeu a prazo $ 1.100 de mercadorias para outra do grupo, a compradora tem
um passivo de $ 1.100 para com a vendedora, e esta, por sua vez, tem $ 1.100 a receber da empresa
compradora. Nesse caso, o lançamento de eliminação é:
32
CONTABILIDADE AVANÇADA
Observação
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
Como os lucros estão colocados duas vezes, uma sob a forma de Lucros Acumulados no Balanço
Patrimonial e outra como saldo final na Demonstração de Resultados, nesse sistema, os lançamentos
referentes a ajustes e eliminações na Demonstração de Resultados só são considerados nas parcelas que
se referem às contas de Resultado.
Observação
Como a consolidação de demonstrações contábeis não tem efeito fiscal e as empresas do grupo
que apuraram isoladamente o imposto vão ter de pagá‑lo, para a elaboração das demonstrações
consolidadas, esse imposto vai ser diferido no ativo, como uma forma de compensar o imposto a pagar
do passivo e não distorcer as demonstrações consolidadas. Quando a empresa compradora vender os
estoques, o diferimento será proporcional ao lucro das mercadorias não vendidas. O lançamento será
feito da seguinte forma:
33
Unidade I
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
Suponhamos que a controladora tenha 80% do capital da controlada. A controlada tem um capital
de $ 800 e $ 200 de Reservas de Lucros. A eliminação de consolidação dos investimentos é:
No Balanço Patrimonial:
a Investimentos $ 800
A participação dos acionistas não controladores será destacada em uma conta específica dentro do
Patrimônio Líquido, da seguinte forma:
No Balanço Patrimonial:
a N. Contrl. $ 200
Na Demonstração de Resultados:
Não há lançamento a ser feito, pois a empresa controlada não apurou nenhum resultado no período.
A seguir, vejamos o Exemplo 2, que apresenta um grau de complexidade maior que o exercício anterior.
Exemplo 2:
A empresa A comprou mercadorias de terceiros por $ 1.000 e vendeu 80% dessas mercadorias a
prazo, por $ 1.400, para a empresa B.
A empresa B vendeu para a empresa A, à vista, uma máquina com custo contábil de $ 300 e
depreciação acumulada de $ 270, por $ 50.
A empresa B vendeu 60% dos estoques para terceiros, a prazo, por $ 1.050.
Tabela 3
Eliminações
BP A B A+B AB
DEB CRED
Ativo 2.944 2.600 5.544 - - 2.956
Bancos 250 500 750 - - 750
Dup. Rec. 1,400 1.120 2.520 - (1) 1.400 1.120
Estoques 200 480 680 - (2) 160 520
Investimentos 1,044 500 1.544 - (6) 1.044 500
(5) 32 32
IR - - - - (4) 4 4
Máquinas 50 50 (4) 20 30
Passivo 2.944 2.600 5.544 - 2.956
Fornecedores 800 1.400 2.200 (1) 1400 - 800
IR a Pagar 80 40 120 - - 120
N. Contrl. - - - - (7) 116 116
(7) 100 -
Capital 1.600 1.000 2.600 1.600
(6) 900
(6) 144
(2) 160 (3) 32
Lucros Acum. 464 160 624 320
(7) 16 (5) 4
(4) 20
Tabela 4
Eliminações
DRE A B A+B AB
DEB CRED
R. Bruta 1.400 1.050 2.450 (8) 1.400 - 1.050
(-) Ded. (200) (100) (300) - (8) 200 (100)
R. Líquida 1.200 950 2.150 - - 950
(8) 800
(-) CMV (800) (720) (1.520) - (480)
(8) 240
L. Bruto 400 230 630 - - 470
(-) DOP - (50) (50) - - (50)
(+) Ven. Imob. - 20 20 (11) 20 - -
35
Unidade I
Eliminações
DRE A B A+B AB
DEB CRED
(+) Res. Eq. 144 - 144 (12) 144 - -
(13) 32
(-) IR -20% (80) (40) (120) - (84)
(14) 4
LLA N. Contrl. 464 160 624 - - 336
(-) N. Contrl. - - - (15) 16 - (16)
LLD N. Contrl. - - - - - 320
Se uma empresa do grupo vendeu, a prazo, $ 1.400 de mercadorias para outra empresa do grupo,
a empresa compradora tem um passivo de $ 1.400 para com a empresa vendedora, e esta, por sua vez,
tem $ 1.400 a receber da empresa compradora. Nesse caso, o lançamento de eliminação é:
Uma empresa vendeu para outra do mesmo grupo, por $ 1.400, mercadorias que custaram $ 800,
com impostos sobre a venda recuperáveis de $ 200, e a empresa compradora vendeu 60% dos estoques
para terceiros. O estoque na empresa compradora é de ($ 1.400 – $ 200) x 0,40 = $ 480. O lucro contido
nos estoques é de $ 400 / $ 1.200 x $ 480 = $ 160. O lançamento será realizado da seguinte forma:
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
a Deduções $ 200
36
CONTABILIDADE AVANÇADA
Lembrete
Se a empresa vendedora for tributada em 20% (0,20 x $ 400 = $ 80) e a empresa compradora vender
uma parte de seu estoque para terceiros, o IR Diferido deverá ser proporcional ao lucro não realizado
(0,20 x $ 160 = $ 32), e o lançamento será feito de acordo com o que segue:
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
Se uma empresa vendeu uma máquina, no final do período, com custo contábil de $ 270 por $ 300
para outra empresa do grupo por $ 50, o lançamento de eliminação seria realizado da seguinte forma
no Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
Se a empresa vendedora foi tributada em 20%, o lançamento seria da seguinte forma (0,20 x $ 20 = $ 4):
No Balanço Patrimonial:
37
Unidade I
Na Demonstração de Resultados:
Suponhamos que a controladora tenha 90% do capital da controlada. A controlada tem um capital
de $ 1.000 e $ 160 de Reservas de Lucros. A eliminação de consolidação dos investimentos é:
No Balanço Patrimonial:
a Investimentos $ 1.044
Na Demonstração de Resultados:
A participação dos acionistas não controladores será destacada em uma conta específica dentro do
Patrimônio Líquido da seguinte forma:
No Balanço Patrimonial:
a N.Contrl. $ 116
Na Demonstração de Resultados:
Depois de estudar os dois exemplos anteriores, você pode resolver o Exemplo 3, que aborda os
principais conceitos já estudados.
Exemplo 3:
38
CONTABILIDADE AVANÇADA
A empresa A comprou mercadorias de terceiros por $ 700 e vendeu essas mercadorias a prazo por
$ 1.400 para a empresa B.
A empresa B vendeu 60% dos estoques para terceiros, à vista, por $ 1.200.
A empresa C vendeu por $ 360 para a empresa A, à vista, um terreno com custo contábil de $ 300 e,
por $ 170, um veículo com custo de aquisição de $ 400 e depreciação acumulada de $ 270.
Tabela 5
Eliminações
BP A B C A+B AB
DEB CRED
Ativo 3.230 2.300 800 6.330 - - 3.237,6
Bancos 100 220 200 520 - - 520
Dup. Rec. 800 1.200 300 2.300 - (1) 1.400 900
Estoques 480 100 580 - (2) 200 380
Invest. 1.800 400 200 2.400 - (3) 1.452,4 947,6
Terrenos 360 - - 360 - (6) 60 300
Veículos 170 - - 170 - (7) 40 130
IR Diferido - - - 0 (8) 60 - 60
Passivo 3.230 2.300 800 6.330 - - 3.237,6
Fornecedor 899 1.200 100 2.199 (1) 1.400 - 799
IR a Pagar 80 54 16 150 - - 150
(3) 1.034
Capital 1.600 730 500 2.830 - 1.600
(9) 196
R. Lucros 651 316 184 1.151 (3) 418,4 (8) 60 411
(9) 81,6
(2) 200
PANC - - - - (9) 277,6 277,6
(6) 60
(7) 40
Tabela 6
Eliminações
DRE A B C A+B AB
DEB CRED
RBO 1.400 1.200 - 2.600 (10)1.400 - 1.200
(-) Imp. (200) (140) - 340 - (10) 200 (140)
RLV 1.200 1.060 - 2.260 - - 1.060
CMV (700) (720) - (1.420) - (10) 700 (420)
L. Bruto 500 340 - 840 - (10) 300 640
Res. Eq. 231 - - 231 (11) 231 - 0
(-) Dop (100) (70) (20) (190) - - (190)
(+) ORO - - 100 100 (12) 100 - 0
IR - 20% (80) (54) (16) (150) - (13) 60 (90)
39
Unidade I
Eliminações
DRE A B C A+B AB
DEB CRED
LLAPANC 551 216 64 831 - - 360
(-) PANC - - - - (14) 49,6 - (49,6)
LLDPANC - - - - - - 310,4
Se uma empresa vendeu, a prazo, $ 1.400 de mercadorias para outra do grupo, a empresa compradora
tem um passivo de $ 1.400 para com a empresa vendedora, e esta, por sua vez, tem $ 1.400 a receber
da empresa compradora. Nesse caso, o lançamento de eliminação é:
Se uma empresa vendeu para outra do grupo, por $ 1.400, mercadorias que custaram $ 700, com
impostos sobre a venda recuperáveis no valor de $ 200, e a empresa compradora vendeu 60% dos
estoques para terceiros, o estoque na empresa compradora é de ($ 1.400 – $ 200) x 0,40 = $ 480. O lucro
contido nos estoques é de $ 500 / $ 1.200 x $ 480 = $ 200. O lançamento seria realizado da seguinte
forma:
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
a Deduções $ 200
Como os lucros estão colocados duas vezes, uma sob a forma de Lucros Acumulados no Balanço
Patrimonial e outra como saldo final na Demonstração de Resultados, nesse sistema os lançamentos
referentes a ajustes e eliminações na Demonstração de Resultados só são considerados nas parcelas que
se referem às contas de Resultado.
40
CONTABILIDADE AVANÇADA
Se a empresa vendedora tiver sido tributada em 20%, então 0,20 x ($ 500 – 100) = $ 80. Se a empresa
compradora vender uma parte de seu estoque para terceiros, o IR Diferido deverá ser proporcional ao
lucro não realizado (0,20 x $ 200 = $ 40), mas nesse caso nós devemos calcular o IR Diferido também
sobre o lucro não realizado da venda de imobilizado [0,20 x ($ 60 + 40)], que é de $ 20. O IR Diferido
total é $ 40 + $ 20 = $ 60. O lançamento seria feito da seguinte forma:
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
Se uma empresa vendeu, por $ 170, para outra empresa do grupo, um veículo no final do período com
custo contábil de $ 130, o lançamento de eliminação seria da seguinte forma no Balanço Patrimonial:
Se uma empresa vendeu, por $ 360, para outra empresa do grupo, um terreno no final do período com
custo contábil de $ 300, o lançamento de eliminação seria realizado da seguinte forma no Balanço Patrimonial:
Lembrete
No Balanço Patrimonial:
Na Demonstração de Resultados:
No Balanço Patrimonial:
42
CONTABILIDADE AVANÇADA
Na Demonstração de Resultados:
Observação
Empresas controladas não consolidadas e suas razões, o aumento de participação em investida com
posterior consolidação ou diminuição de participação com posterior exclusão da consolidação, decisões
judiciais de retirada de investimentos em subsidiária e diferenças nas datas de encerramento de balanços
são itens constantes de notas explicativas às demonstrações consolidadas.
Lembrete
43
Unidade I
O artigo 275 da Lei nº 6.404/1976 refere‑se à publicação das demonstrações financeiras de grupo de
sociedades e de cada um de seus componentes:
No caso de grupo de sociedades que inclua companhia aberta, o parágrafo 4º exige a submissão das
demonstrações à auditoria independente devidamente registrada na CVM:
O parágrafo 4º do artigo 250 limita a diferença entre as datas de encerramento de exercício para
efeito de consolidação:
§ 4º Para fins deste artigo, as sociedades controladas, cujo exercício social termine
mais de 60 (sessenta) dias antes da data de encerramento do exercício da
companhia, elaborarão, com observância das normas desta lei, demonstrações
financeiras extraordinárias em data compreendida nesse prazo (BRASIL, 1976).
Saiba mais
44
CONTABILIDADE AVANÇADA
Observação
O Ibracon (1982) observa que datas e períodos de apuração do resultado das controladas que sejam
diferentes da controladora, serão informados em notas explicativas, e que qualquer mudança de data
representará quebra de uniformidade, devendo seu efeito, no resultado do período, se material, também
ser revelado em nota explicativa.
O Ibracon (1982) acrescenta ainda que, de qualquer forma, o período de abrangência das transações
das controladas, para fins de consolidação, deve ser igual ao compreendido no exercício da controladora,
independentemente das datas em que esses períodos são encerrados. Também deve ser evidenciado em
nota explicativa, se material, o efeito do aumento ou da redução, em certo período, de participação numa
coligada, o que pode determinar a sua inclusão ou exclusão nas demonstrações contábeis consolidadas,
afetando a comparabilidade destas.
Segundo o CPC 36 (2011) as seguintes divulgações devem ser feitas nas demonstrações
contábeis consolidadas:
45
Unidade I
Segundo o CPC 36 (2011) uma controladora pode não apresentar as demonstrações contábeis
consolidadas somente nas seguintes hipóteses:
46
CONTABILIDADE AVANÇADA
Como você sabe, as Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras são informações complementares
às Demonstrações Financeiras, representando parte integrante destas, e sua função é auxiliar o analista
no entendimento das Demonstrações Financeiras.
• Eventos subsequentes relevantes para a empresa que ocorrerão no próximo exercício financeiro.
Saiba mais
47
Unidade I
Resumo
48
CONTABILIDADE AVANÇADA
Excercícios
A) Possuir 30% do patrimônio líquido sob forma de investimento nas empresas controladas.
B) Possuir 20% do patrimônio líquido sob forma de investimento nas empresas controladas.
E) Possuir 20% do patrimônio líquido sob forma de investimento nas empresas controladas e mais
de 50% da empresa controlada sob seu controle.
A) Alternativa correta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. Em 2015, o lucro de uma empresa controlada foi de R$ 500.000,00. A controladora detém
65% do capital da empresa em questão. Sabendo que esse resultado deve constar na demonstração
consolidada do resultado, a informação destacada será no valor de:
A) R$ 325.000,00.
B) R$ 500.000,00.
C) R$ 175.000,00.
D) R$ 435.000,00.
E) R$ 125.000,00.
A) Alternativa incorreta.
51
Unidade I
Justificativa: os R$ 325.000,00 representam, na verdade, os 65% dos lucros e não o valor atinente
à controlada.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
Justificativa: os R$ 175.000,00 correspondem aos 35% dos lucros do minoritários que, segundo o
Ibracon, devem aparecer de forma destacada.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: os R$ 435.000,00 tiveram dedução de R$ 65.000,00 do lucro total, o que não faz o sentido.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: R$ 125.000,00 representam 25% do lucro total do exercício, valor que não atende a
exigência de destaque na demonstração consolidada do resultado.
52