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de Projetos
Autor: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto
Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin
Prof. Fábio Gomes da Silva
Profa. Cláudia Palladino
Professor conteudista: Antônio Palmeira de Araújo Neto
Especialista em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau),
Pernambuco (2010), engenheiro de telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008) e Mestrando
em Engenharia de Produção na Universidade Paulista. Profissional certificado em ITIL v3 Foundation e COBIT v4.1
Foundation.
Tem experiência de mais de dez anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas
do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações.
CDU 658
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quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Rose Castilho
Andréia Andrade
Sumário
Elaboração e Análise de Projetos
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 PROJETOS............................................................................................................................................................ 11
1.1 Conceitos.................................................................................................................................................. 11
1.1.1 Projeto...........................................................................................................................................................11
1.1.2 Programa..................................................................................................................................................... 12
1.1.3 Portfólio....................................................................................................................................................... 13
1.1.4 Operações.................................................................................................................................................... 14
1.1.5 Ciclo de vida do projeto........................................................................................................................ 14
1.1.6 Premissa e restrição................................................................................................................................ 15
1.1.7 Sucesso em projetos e restrição tripla............................................................................................ 15
1.1.8 Motivações para projetos..................................................................................................................... 17
1.2 Gerenciamento de projetos............................................................................................................... 17
1.2.1 Conceito de gerenciamento de projetos........................................................................................ 17
1.2.2 Gerente de projetos................................................................................................................................ 18
1.2.3 Gerenciamento de portfólio e gerenciamento de programas .............................................. 19
1.2.4 Maturidade na gestão de projetos................................................................................................... 21
1.3 Estruturas organizacionais................................................................................................................ 22
1.3.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 22
1.3.2 Cultura organizacional ......................................................................................................................... 23
1.3.3 Estrutura organizacional funcional.................................................................................................. 24
1.3.4 Estrutura organizacional projetizada.............................................................................................. 25
1.3.5 Estrutura organizacional matricial................................................................................................... 26
1.4 Escritório de projetos........................................................................................................................... 29
1.4.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 29
1.4.2 Implantação de um escritório de projetos.................................................................................... 30
1.5 Principais modelos e práticas de gerenciamento de projetos............................................ 32
1.5.1 A Tomada de decisão na gestão de projetos................................................................................ 33
1.5.2 Qualidade na tomada de decisões ................................................................................................... 34
2 MODELOS TRADICIONAIS DE GESTÃO DE PROJETOS......................................................................... 36
2.1 PMBOK....................................................................................................................................................... 36
2.1.1 Introdução.................................................................................................................................................. 36
2.1.2 Aplicabilidade do modelo..................................................................................................................... 36
2.1.3 Ciclo de vida do gerenciamento do projeto.................................................................................. 37
2.1.4 Áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos.......................................................... 39
2.1.5 Certificação................................................................................................................................................ 43
2.2 PRINCE2.................................................................................................................................................... 44
2.2.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 44
2.2.2 Estrutura da metodologia.................................................................................................................... 44
3 MÉTODOS ÁGEIS............................................................................................................................................... 48
3.1 Manifesto Ágil........................................................................................................................................ 48
3.2 Métodos ágeis......................................................................................................................................... 49
3.2.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 49
3.2.2 O Scrum....................................................................................................................................................... 51
4 INTEGRAÇÃO EM PROJETOS........................................................................................................................ 52
4.1 Gerenciamento da Integração em Projetos................................................................................ 52
4.1.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 52
4.1.2 Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto (TAP).................................................................. 53
4.1.3 Métodos de seleção dos projetos...................................................................................................... 55
4.1.4 Desenvolver o Plano de Gerenciamento de Projeto (PGP)..................................................... 56
4.1.5 Realizar o controle integrado de mudanças................................................................................. 57
4.1.6 Orientar e gerenciar a execução do projeto................................................................................. 58
4.1.7 Monitorar e controlar o trabalho do projeto............................................................................... 58
4.1.8 Encerrar o projeto ou a fase................................................................................................................ 58
Unidade II
5 ESCOPO E TEMPO EM PROJETOS............................................................................................................... 63
5.1 Gerenciamento do Escopo em Projetos....................................................................................... 63
5.1.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 63
5.1.2 Coletar os requisitos............................................................................................................................... 63
5.1.3 Definir o escopo....................................................................................................................................... 64
5.1.4 Criar a Estrutura Analítica de Projeto (EAP) ................................................................................ 65
5.1.5 Verificar o escopo.................................................................................................................................... 67
5.1.6 Controlar o escopo.................................................................................................................................. 68
5.2 Gerenciamento do tempo em projetos........................................................................................ 69
5.2.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 69
5.2.2 Definir as atividades............................................................................................................................... 70
5.2.3 Sequenciar as atividades...................................................................................................................... 71
5.2.4 Estimar os recursos das atividades................................................................................................... 75
5.2.5 Estimar a duração das atividades...................................................................................................... 75
5.2.6 Desenvolver o cronograma.................................................................................................................. 75
5.2.7 Controlar o cronograma....................................................................................................................... 76
6 QUALIDADE E CUSTOS EM PROJETOS ................................................................................................... 76
6.1 Gerenciamento da qualidade em projetos.................................................................................. 76
6.1.1 Conceitos..................................................................................................................................................... 76
6.1.2 O que é gestão de qualidade.............................................................................................................. 77
6.1.3 Processos do Gerenciamento de Qualidade em Projetos........................................................ 80
6.1.4 O custo da qualidade (CDQ)................................................................................................................ 83
6.1.5 Planejar a qualidade .............................................................................................................................. 83
6.1.6 Realizar a garantia da qualidade....................................................................................................... 85
6.1.7 Realizar o controle da qualidade....................................................................................................... 86
6.1.8 Ferramentas e técnicas utilizadas pelo Gerenciamento da Qualidade.............................. 88
6.2 Gerenciamento de custos.................................................................................................................. 88
6.2.1 Introdução.................................................................................................................................................. 88
6.2.2 Estimar os custos..................................................................................................................................... 90
6.2.3 Determinar o orçamento...................................................................................................................... 90
6.2.4 Controlar os custos................................................................................................................................. 92
Unidade III
7 RECURSOS HUMANOS E COMUNICAÇÕES EM PROJETOS ............................................................. 96
7.1 Gerenciamento de recursos humanos em projetos................................................................. 96
7.1.1 Introdução ................................................................................................................................................. 96
7.1.2 Desenvolver o plano dos recursos humanos................................................................................ 97
7.1.3 Mobilizar a equipe do projeto............................................................................................................ 98
7.1.4 Desenvolver a equipe de projeto....................................................................................................... 99
7.1.5 Gerenciar a equipe do projeto ........................................................................................................100
7.1.6 Gerenciamento de Conflitos em Projetos....................................................................................101
7.1.7 Liderança...................................................................................................................................................102
7.1.8 Motivação.................................................................................................................................................109
7.2 Gerenciamento de Comunicação.................................................................................................110
7.2.1 Conceito.................................................................................................................................................... 110
7.2.2 Gerenciamento de Processos Comunicacionais.........................................................................111
7.2.3 Identificação das partes interessadas............................................................................................ 113
7.2.4 Planejamento das Comunicações ..................................................................................................114
7.2.5 Distribuição das informações...........................................................................................................115
8 RISCOS E AQUISIÇÕES EM PROJETOS ...................................................................................................116
8.1 Gerenciamento de Riscos.................................................................................................................116
8.1.1 Conceitos de riscos................................................................................................................................116
8.1.2 Área de conhecimento de Gerenciamento de Riscos............................................................. 116
8.1.3 Processos do Gerenciamento de Riscos........................................................................................ 117
8.1.4 Planejar o gerenciamento dos riscos............................................................................................. 118
8.1.5 Identificar os riscos...............................................................................................................................119
8.2 Gerenciamento de Aquisições........................................................................................................120
8.2.1 Conceitos.................................................................................................................................................. 120
8.2.2 Processos de Gerenciamento de Aquisições ..............................................................................121
8.2.3 Planejar as aquisições..........................................................................................................................121
8.2.4 Análise de fazer ou comprar............................................................................................................ 123
APRESENTAÇÃO
O objetivo desta disciplina é fazer com que o aluno entenda os principais conceitos acerca de projetos
e gestão de projetos, destacando os principais modelos, seus métodos, técnicas e ferramentas. A ideia é
que eles possam adquirir, produzir e aplicar os conhecimentos necessários para analisar projetos a fim
de decidir sobre sua viabilidade, planejamento, execução e controle.
Ao ler este livro-texto, espera-se uma compreensão do significado, da relevância e dos fatores
críticos de sucesso do gerenciamento de projetos nas organizações, bem como sua importância prática
no contexto empresarial.
Outro objetivo tem a ver com o conhecimento da metodologia e das ferramentas de planejamento
e controle de projetos, tendo em vista pré-requisitos como tempo, custo e qualidade. Por fim, um
último objetivo relaciona-se à compreensão do papel e das inter-relações do gerente de projetos nas
organizações.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO
A elaboração e a análise desses projetos exige, cada vez mais, administradores que carregam um
conjunto de conhecimentos em gestão de projetos capazes de compreender as particularidades dos
custos, comunicações, recursos humanos, integração, aquisições, riscos, qualidade e tempo em projetos.
Há, também, a necessidade de visão multidisciplinar, além das distinções entre projetos e operações,
em todas as suas características.
Neste livro-texto, serão abordados conceitos gerais em projetos, mostrando as principais estruturas
organizacionais em projetos, além do próprio escritório de gerenciamento de projetos. Ainda
conheceremos os dois principais modelos de gestão de projetos: PMBOK e PRINCE2. E veremos, com
maior profundidade, os grupos de processos das áreas de conhecimento em gestão de projeto, abordando
inicialmente o gerenciamento da integração em projetos.
Por fim, as áreas de conhecimento serão complementadas com o estudo do gerenciamento dos
recursos humanos, das comunicações, das aquisições e dos riscos em projetos.
9
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Unidade I
1 PROJETOS
1.1 Conceitos
1.1.1 Projeto
As realidades que envolvem os projetos fazem parte do cotidiano das corporações, do poder público,
das pessoas, das famílias; enfim, de toda a sociedade. Eles envolvem pessoas, processos, ferramentas e
práticas sem os quais não é possível atingir os objetivos ligados a eles.
Marques Junior e Plonsky (2011) afirmam que os projetos têm papel preponderante na estratégia
organizacional, comportando-se como vetores de mudanças e inovações e trazendo vantagens
competitivas para as empresas.
Monteiro (2008) menciona a definição de projeto dada pelo Conjunto de Conhecimento para
Gestão de Projetos (Project Management Body of Knowledge – PMBOK), segundo o qual o projeto
é visto como empreendimento de caráter temporário com atividades relacionadas e executadas
progressivamente para atingir uma meta definida, com um produto ou serviço único.
Rabechini Junior et al. (2002) citam, a partir de uma vasta bibliografia, que projeto é um
processo único consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas
para início e término, composto por pessoas dedicadas, visando atingir um propósito e objetivo
específico.
Na menção de todos os autores apresentados, encontram-se pelo menos três características inerentes
à definição de projeto. São elas:
• Temporal
— Esta característica denota a limitação de tempo inerente a um projeto, ou seja, ele tem “dia e
hora” para iniciar e para acabar.
11
Unidade I
• Exclusividade
— O entregável, seja produto ou serviço, produzido por um projeto é algo único, exclusivo,
diferente de qualquer outro produto ou serviço já visto.
• Objetivo
Um projeto pode criar: um produto que pode ser um item final ou um item
componente de outro item; uma capacidade de realizar um serviço, como
funções de negócios que são suporte à produção ou à distribuição, ou um
resultado, como um produto ou um documento (por exemplo, um projeto de
pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para determinar
se uma tendência está presente ou se um novo processo beneficiará a
sociedade) (PMI, 2008, p. 1).
Exemplo de aplicação
Um projeto sempre remete à criação de algo nunca visto. Esta é até uma de suas características.
Pense em quatro projetos que uma empresa pode executar e reflita sobre qual é o entregável desse
projeto. Atente para o detalhe de que esse entregável pode ser um produto ou um serviço.
1.1.2 Programa
Programa é um grupo relacionado e coordenado de projetos para a obtenção de uma meta que
não seria possível de se alcançar caso os projetos ocorressem de modo individual e independentes
(HELDMAN, 2009; FERNANDES; ABREU, 2012).
Pode-se citar como exemplo um programa para o desenvolvimento de um país. Esse programa
deve ser composto de uma série de projetos, que, juntos, corroboram a meta do programa. Alguns que
poderiam compor esse programa seriam, por exemplo:
12
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Cada um desses projetos que compõem o programa, embora criando produtos ou serviços únicos,
colaboram com a mesma meta. Por exemplo, no caso do projeto para adequação da infraestrutura de
estradas, temos um produto único a ser gerado, que é a estrada, mas a meta principal é definida pelo
programa, que é o desenvolvimento de um país.
1.1.3 Portfólio
Segundo Heldman (2009), portfólios são conjuntos de programas e projetos que sustentam metas
e objetivos das organizações. Os projetos e os programas que integram esse portfólio não estão
necessariamente interligados ou relacionados, gerando uma relação de independência. Por exemplo:
uma mesma corporação pode ter em seu portfólio alguns projetos e programas voltados para a área de
recursos humanos e desenvolvimento de competências, assim como um projeto de mudança de sede
do escritório central. Esses projetos e programas não têm necessariamente uma relação direta e de
dependência.
Fernandes e Abreu (2012) mencionam que portfólio é um conjunto de projetos e/ou programas
agrupados com o intuito de facilitar a gestão efetiva do trabalho no atendimento aos objetivos
estratégicos. Afirmam também que as características de um portfólio são:
Portfólio
Programas Projetos
Projetos
Outros
trabalhos
13
Unidade I
1.1.4 Operações
Diferente dos projetos, as operações são contínuas e repetitivas. Elas não têm uma data de término,
além de produzirem sempre os mesmos resultados.
Lembrete
Programa é um conjunto de projetos. Portfólio é um conjunto de
projetos e programas. Os projetos integrantes de um programa colaboram
para que uma meta seja atingida.
Os ciclos de vida do projeto são semelhantes aos ciclos experimentados pelos pais ao acompanhar o
crescimento de seus filhos até a fase adulta. Os filhos começam como bebês e dão muitas alegrias aonde
quer que vão. Entretanto, a princípio não os conhecemos muito bem. Assim, nós os acompanhamos em
seu crescimento e avaliamos suas necessidades. Com o passar do tempo, eles amadurecem e crescem, até
o dia em que a responsabilidade dos pais em relação a eles termina. Os projetos começam exatamente
do mesmo modo e percorrem uma trajetória semelhante. Alguém apresenta uma excelente ideia para
um projeto e solicita apoio para tal. Depois de aprovado, o projeto passa pelas fases intermediárias até
a fase final, quando é concluído e encerrado (HELDMAN, 2009, p. 24).
Dinsmore e Barbosa (2009) afirmam que o ciclo de vida do projeto é composto por fases, que são
determinadas por características e necessidades específicas de cada projeto.
A quantidade de fases de um projeto depende de sua complexidade e da área à qual ele está
relacionado; mas, de modo geral, elas são quatro: concepção e início do projeto; planejamento e
organização do trabalho do projeto; execução do trabalho do projeto; encerramento e conclusão do
projeto. A figura a seguir mostra as etapas do ciclo de vida de um projeto.
3
Execução 4
Conclusão
2
Planejamento
1
Concepção/iniciação
14
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Para melhor exemplificar, vamos pensar no projeto da construção de um carro. A primeira fase
desse projeto envolve a concepção de qual necessidade ele atenderia (necessidade de criação de carro
elétrico). A segunda etapa trata do planejamento, ou seja, o detalhamento de como será esse carro.
A terceira envolve a execução ou construção do protótipo do carro. A quarta trata da validação e do
encerramento desse projeto com a entrega do carro.
Premissas são suposições consideradas verdadeiras, certas e reais para propósitos de planejamento,
afetando diversos aspectos do projeto. As premissas precisam ser validadas e analisadas, no intuito
de descobrir os impactos que podem causar nos projetos. Elas têm um profundo envolvimento com a
gestão de riscos de um projeto. Por exemplo, se um determinado analista “Y” encontra-se de férias até
o final deste mês e ele é fundamental para o início de um novo projeto, todo o planejamento será feito
tendo como premissa que o analista “Y” estará disponível no início do próximo mês.
• A logística de transporte da nossa empresa deve ser executada por meio do modal terrestre
(apenas por estradas).
• As novas tecnologias adquiridas por nossa corporação valorizam a sustentabilidade ambiental.
Restrições são fatores limitantes para a equipe de projeto e do gerente de projetos. Por exemplo,
se em um determinado condomínio as obras cíveis nos apartamentos só podem acontecer das 8 às 18
horas, devemos considerar essa restrição em qualquer projeto de mudança interna nos apartamentos.
Um projeto é considerado um sucesso quando atende a, pelo menos, três condições fundamentais:
Esses fatores de sucesso são descritos por meio da restrição tripla, representada por um triângulo
que indica um perfeito equilíbrio entre três itens:
• prazo;
• custo;
• escopo.
Seja qual for a combinação das três restrições, sempre se deverá levar em conta o adequado equilíbrio,
no intuito de alcançar a satisfação do cliente dentro da qualidade almejada por ele.
Estas três restrições podem impactar os objetivos e o sucesso dos projetos, e também cada uma delas
pode influenciar nas outras:
Cu
op
sto
Qualidade
Esc
e satisfação
do cliente
Prazo
Para melhor entendermos, consideremos que um projeto para instalação de 200 computadores numa
faculdade é executado por uma empresa de tecnologia, sob o custo de R$ 100,00 por computador,
totalizando R$ 20.000,00. Na faculdade, só há disponibilidade para execução do serviço no sábado e no
domingo. A faculdade e a empresa de tecnologia combinaram de efetuar essa instalação em um final de
semana, envolvendo nesse projeto dez técnicos de informática.
Consideremos, agora, que a faculdade deseja que sejam instalados 100 computadores a mais no
mesmo final semana, ou seja, 300 computadores. Não é difícil perceber que, com o aumento de 50% de
serviço, haverá também um aumento nos custos e possivelmente no prazo.
Heldman (2009) afirma que os projetos podem ser demandados pelos seguintes itens:
• demanda do mercado;
• solicitação do cliente;
• avanço tecnológico;
• exigência legal;
• impactos ecológicos;
• necessidade social.
• Individuais
• Equipe
• Empresa
Para que o gerenciamento de projetos seja eficaz, é necessário que haja uma ação efetiva de um
gerente de projetos que zele pelos níveis de qualidade desejados pelo cliente, bem como por prazos,
custo e cumprimento de especificações.
Brusamolin e Moresi (2008) mencionam que o gerente de projetos precisa das seguintes habilidades
interpessoais:
• liderança;
• comunicação;
• negociação;
18
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
• solução de problemas;
• influência.
A comunicação é uma das principais habilidades. Um bom gerente tem que ser um bom comunicador
e extremamente hábil em trocar informações, na comunicação oral, escrita, interna, externa, formal,
informal ou vertical.
O objetivo primordial do gerente de projetos é zelar para que haja sucesso no projeto e que os
produtos ou serviços sejam desenvolvidos dentro do prazo, custo e qualidade desejados.
O gerenciamento do portfólio, juntamente com o gerenciamento das operações, trabalha para que as
metas organizacionais sejam alcançadas a partir dos recursos organizacionais utilizados nas atividades
recorrentes (operações) e nas atividades projetizadas (projetos).
Visão
Missão
Planejamento e Planejamento e
gerenciamento das gerenciamento do
operações portfólio de projetos
Recursos organizacionais
20
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Jucá Junior, Conforto e Amaral (2010) mencionam que maturidade na gestão de projetos é o
desenvolvimento de sistemas e processos, conjunto de atividades, de ordem repetitiva, que garantem a
alta probabilidade de sucesso nos projetos.
Essa maturidade, ainda segundo os autores, pode ser expressa por meio de um modelo que tem
a função de medir o estágio da corporação na gestão de seus projetos, demonstrando caminhos de
melhoria.
O Project Management Maturity Model (PMMM) é composto por cinco níveis, de modo semelhante
ao modelo proposto pelo Software Engineering Institute, em que cada nível se relaciona a um grau
diferente de maturidade em gerenciamento de projetos. Os níveis do PMMM podem ser vistos na figura
a seguir:
Melhoria dos
processos
Controle dos Nível 5 -
processos Melhoria
Definição dos Nível 4 -
processos contínua
Conhecimento Benchmarking
Nível 3 -
básico Metodologia
Nível 2 - singular
Processos
Nível 1 - comuns
Linguagem
comum
O Organization Project Management Maturity Model (OPM3) foi criado pelo Project Management
Institute (PMI), sendo utilizado conjuntamente com o Project Management Body of Knowledge (PMBOK).
Esse modelo estabelece um checklist para verificar o estágio de competência das organizações (JUCÁ
JUNIOR; CONFORTO; AMARAL, 2010).
21
Unidade I
Práticas
Melhoria
contínua
Controle
Medição
Padronização
Estágio de melhoria
• nível 2: planejamento;
• nível 3: implementação;
• nível 4: testes;
1.3.1 Conceitos
Cada organização tem a sua própria maneira de conduzir projetos, possuindo estruturas as mais
variadas possíveis, de acordo com a regra de cultura organizacional. Não obstante, as estruturas
organizacionais que gerenciam os projetos, normalmente, são enquadradas em uma das três modalidades:
• Funcional.
• Projetizada.
• Matricial.
22
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Segundo Heldman (2009), um gerente de projeto tem seu nível de autoridade dentro da corporação
totalmente dependente da estrutura organizacional existente.
Cultura organizacional é um sistema sociocultural que revela a identidade da organização por meio
de padrões de comportamento.
Sobre cultura organizacional, Souza (1978, p. 75) menciona que ela “é o conjunto de fenômenos
resultantes da ação humana, visualizada dentro de fronteiras de um sistema”. Essa definição revela para
nós a ação humana como algo determinante na cultura das empresas.
Ainda sobre a ação humana relacionada à cultura organizacional, Schein (1992, p.12) menciona:
• Cultura clã ou grupal – nesse tipo de cultura é enfatizada a participação das pessoas na tomada
de decisão. Valores morais e trabalho em grupo são incentivados. Há um alto comprometimento
dos colaboradores;
• Cultura inovativa ou adhocracia – nesse tipo de cultura há uma grande abertura à flexibilidade
e à mudança organizacional. O ambiente de trabalho é marcado pelo dinamismo, em que há o
incentivo às iniciativas individuais e à liberdade.
• Cultura de mercado ou racional – nesse tipo de cultura, há uma orientação a partir de tendências
de mercado e bases seguras de clientes. O resultado é o objetivo principal para que o negócio
melhore a sua posição competitiva.
Esse é o tipo de estrutura mais comum e mais antigo nas corporações, conhecido também como
método tradicional de organização. É centrado em especializações e agrupado por função.
24
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Direção
• quando existem projetos, eles são planejados e implementados dentro da própria área;
• os funcionários dão maior ênfase ao trabalho técnico de sua área do que aos projetos da
organização;
Essa é a estrutura mais simpática para os projetos. Diferentemente da estrutura funcional, o gerente
de projetos tem grande autoridade, quase que absoluta, sendo, na maioria das situações, subordinado
diretamente à direção.
Nessa estrutura, as outras funções (recursos humanos, financeira, contabilidade, entre outras) são
enxergadas como apoio e, algumas vezes, respondem direto aos gerentes de projeto.
• determinação da alta direção, que não se sente confortável nas estruturas mais antigas.
• gerente de projetos dotado de poder decisório e com recursos sob sua gerência;
• ociosidade indesejada, porque os recursos podem não ter outro trabalho (projeto) quando o
projeto acaba;
• instalações, estruturas e funções duplicadas, porque cada projeto vai naturalmente exigindo seus
próprios recursos e estruturas.
Direção
Essa estrutura organizacional é considerada uma estrutura híbrida, porque combina características da
estrutura organizacional funcional e da estrutura organizacional projetizada, minimizando as diferenças
entre os pontos fortes e fracos das duas estruturas citadas anteriormente.
26
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Existem três categorias na estrutura organizacional matricial. São elas: matricial fraca; matricial
balanceada; matricial forte.
Na matricial fraca, os gerentes funcionais têm um pouco mais de poder que os gerentes de projeto,
que são “reduzidos” a apenas coordenadores de projeto, sendo responsáveis apenas pela sua execução.
Direção
Recursos
humanos Comercial TI Produção Marketing
Na matricial forte, os gerentes de projeto têm um pouco mais de poder que os gerentes funcionais,
conseguindo convencê-los das necessidades corriqueiras de um projeto.
Direção
Das estruturas matriciais, a balanceada é aquela que se encontra numa posição intermediária, com
o equilíbrio de poder dos gerentes de projeto e funcional.
27
Unidade I
Direção
Recursos
humanos Comercial TI Produção Marketing
28
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Se a corporação quiser dar maior ênfase em projetos e uma crescente autoridade ao gerente de
projetos, estabelece-se uma escala de importância das estruturas organizacionais, conforme a figura a
seguir:
Ênfase no
Matriz Matriz Matriz projeto
Funcional Projetizada
fraca balanceada forte
+
Autoridade
do gerente
de prjeto
Saiba mais
1.4.1 Conceitos
29
Unidade I
Ainda em sua pesquisa, Alves et al. (2012) fazem a descrição de quinze melhores práticas para a
implantação de um escritório de gerenciamento de projetos. São elas:
31
Unidade I
Saiba mais
As organizações de modo geral desejam que seus projetos sejam executados com sucesso. De
fato, é fator crítico de sucesso que exista um escritório de gerenciamento de projetos e que haja
uma conscientização de todos, desde a alta direção até as equipes de projeto, da necessidade de uma
metodologia adequada para a gestão de projetos.
No entanto, os autores citados também comentam que, antes da implantação de qualquer método
ou modelo de gerenciamento de projetos, as corporações devem analisar quais são os conceitos que
melhor se aplicam à sua estratégia.
32
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
• Guidebook of Project and Program Management for Enterprise Innovation (P2M / PMCC).
Entre esses métodos, o mais utilizado é o PMBOK, seguido pelo PRINCE2. Na área de TI, especificamente,
existem algumas outras metodologias, como as que utilizam métodos ágeis. Entre os métodos ágeis, o
mais conhecido é o Scrum.
1.5.1.1 Conceitos
A tomada de decisão não é algo fácil. Mesmo fazendo parte do dia a dia dos administradores e
empreendedores, ela tem que ser um processo efetuado de modo racional, em que devem ser utilizadas
técnicas por meio das quais os objetivos organizacionais são atingidos.
A este respeito, dois pontos devem ser comentados desde já. O primeiro diz
respeito à tendência que muitos executivos têm de confiar cegamente na
sua capacidade de decidir com base na experiência ou na intuição, sem levar
em conta informações e metodologias que lhes permitam ter muito mais
clareza e eficácia naquilo sobre o que decidem. É evidente que, em muitos
desses casos, o resultado pode ser adverso, para desagradável surpresa
dessas sumidades.
O segundo ponto a deixar claro é que nem sempre a melhor decisão conduz
ao melhor resultado. Isto decorre de que, muitas vezes, há informações e
realidades que não estão disponíveis ao decisor no momento em que faz a sua
opção. Ou seja, em geral influi no resultado de uma decisão o famoso “fator
sorte”, que pode agir positiva ou negativamente, e que, em última análise,
embute os efeitos de diversos fatores desconhecidos, devido às causas ditas
aleatórias, impedindo uma tomada de decisão perfeita e isenta de erros.
Não se deve, portanto, avaliar a qualidade de uma decisão e do método em
que foi baseada apenas em consequência dos seus resultados. Uma coisa,
entretanto, se pode afirmar: é muito mais provável que se colham melhores
resultados com decisões tomadas com o amparo de técnicas adequadas,
em condições favoráveis, do que através daquelas feitas sem esses devidos
cuidados (COSTA NETO, 2007, p. 1).
33
Unidade I
Alguns fatores devem ser considerados para que as decisões sejam tomadas com alto grau de
qualidade. Costa Neto (2007) estabelece alguns desses fatores:
— Prezam pela tomada de decisão com base em fatos e dados, ao invés de palpites ou opiniões
subjetivas sem qualquer embasamento técnico. No processo de tomada de decisão, é importante
transformar os dados em informações, bem como as informações em conhecimento.
— Consideram que se deve sempre pensar estrategicamente no longo prazo. Numa corporação a
visão como norteador estratégico é importantíssima nesse processo de tomada de decisão.
• Decisões consensuais
— Consideram que as decisões precisam ter base em indicadores que surgem por meio de métodos
quantitativos adequadamente escolhidos.
— Estabelecem que as decisões precisam ser pautadas em critérios éticos, justos e que observam
disposições legais.
34
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
— No processo de tomada de decisão, é necessário a capacidade de fugir dos moldes comuns, das
soluções batidas, das determinações padronizadas, das decisões conhecidas de antemão.
• Estudo de viabilidade
• Qualidade
— Para se certificar de que o produto está de acordo com as necessidades apresentadas inicialmente
pelo cliente.
• Suprimentos
• Riscos
• Comunicações
• Controles
35
Unidade I
2.1 PMBOK
2.1.1 Introdução
O Guia Project Management Body of Knowledge (PMBOK) foi elaborado pelo Project Management
Institute (PMI) em conjunto com diversos profissionais e especialistas filiados. A primeira versão publicada
em 1996, a segunda em 2000, a terceira, em 2004 e a quarta, em 2008.
Segundo o PMI (2008), o principal objetivo desse método é delimitar um conjunto de conhecimentos
em gestão de projetos amplamente reconhecido como boa prática.
O PMBOK fornece vocabulário comum aos gerentes de projetos, assim como um guia de processos,
ferramentas e técnicas extremamente uteis na condução dos projetos de uma organização.
Segundo Fernandes e Abreu (2012), o método do PMBOK pode ser utilizado nos mais variados
projetos, incluindo os de tecnologia da informação (TI).
O mapeamento dos grupos de processos do gerenciamento de projetos pode ser visto na figura a
seguir.
37
Unidade I
Monitoramento
e controle
Planejamento
Iniciação Encerramento
Execução
Observação
O grupo de processos de iniciação reúne os processos de definição de um novo projeto ou a nova fase
do projeto, incluindo as aprovações para comprometimento dos recursos organizacionais necessários ao
início de um projeto ou de uma fase específica.
O grupo de processos de planejamento inclui os processos que estabelecem o escopo total do esforço,
determinando um planejamento, bem como revisitando e refinando as metas e os objetivos do projeto.
Esta é uma das fases mais importantes de um ciclo de vida de gerenciamento de projetos.
O grupo de processos de execução é composto por processos que concretizam os planos de projeto.
Assegura, também, que a execução do processo permaneça sincronizada com os objetivos e as metas
definidos.
Os processos dos grupos de processos interagem e se sobrepõem uns aos outros de formas, muitas
vezes, iterativas, devendo ser revisitados várias vezes ao longo do ciclo de vida. Esses processos
produzem saídas que são entradas em outros processos, inclusive de grupos diferentes, conforme pode
ser verificado na figura a seguir.
Iniciação
Planejamento
Execução
Monitoramento e
controle
Encerramento
Além dos grupos de processos, o modelo PMBOK é constituído por nove áreas de conhecimento em
gerenciamento de projetos. São elas: Gerenciamento da Integração do Projeto; Gerenciamento do Escopo
do Projeto; Gerenciamento do Tempo do Projeto; Gerenciamento dos Custos do Projeto; Gerenciamento
da Qualidade do Projeto; Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto; Gerenciamento das
Comunicações do Projeto; Gerenciamento dos Riscos do Projeto; e Gerenciamento das Aquisições do
Projeto.
— Processo de iniciação:
— Processo de planejamento:
— Processo de execução:
— Processo de encerramento:
— Processos de planejamento:
- coletar requisitos;
- definir escopo;
- criar Estrutura Analítica de Projeto (EAP).
- verificar escopo;
- controlar escopo.
— Processos de planejamento:
- definir atividades;
40
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
- sequenciar atividades;
- estimar os recursos das atividades;
- estimar a duração das atividades;
- desenvolver o cronograma.
- controlar o cronograma.
— Processos de planejamento:
- estimar os custos;
- determinar o orçamento.
- controlar os custos.
— Processo de planejamento:
- planejar a qualidade.
— Processo de execução:
— Processo de planejamento:
— Processos de execução:
41
Unidade I
— Processo de iniciação:
— Processo de planejamento:
- planejar as comunicações.
— Processos de execução:
- distribuir informações;
- reportar o desempenho.
— Processos de planejamento:
- identificar os riscos;
42
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
— Processo de planejamento:
- planejar as aquisições.
— Processo de execução:
- conduzir as aquisições.
- administrar as aquisições.
— Processo de encerramento:
- encerrar as aquisições.
2.1.5 Certificação
O PMI possui duas certificações voltadas para profissionais que trabalham no gerenciamento de
projetos. São elas:
• Project Management Professional (PMP): voltado para gerentes de projetos, em que os mesmos
precisam comprovar um número de horas de projeto (4.500 horas para profissionais de nível
superior e 7.500 horas para profissionais de nível médio) e ter um número de 143 acertos numa
prova de 200 questões.
• Certified Associate in Project Management (CAPM): voltado para gerentes de projetos iniciantes,
em que estes precisam comprovar um número de horas de projeto (2.500 horas), mínimo de 23
horas em um curso de gerenciamento de projetos, além de ter nível médio e um número de 88
acertos numa prova de 150 questões.
Observação
43
Unidade I
2.2 PRINCE2
2.2.1 Conceitos
A metodologia Project In Controlled Environments (PRINCE) foi desenvolvida em 1989 pelo Central
Computer and Telecommunications Agency (CCTA), ligado ao governo britânico, a partir de uma
metodologia mais antiga em gerenciamento de projetos, chamada PROMPTII, criada em 1975 pela
empresa Simpact Systems Ltda.
Em 1996, após o CCTA ser integrado ao Office of Government Commerce (OGC), foi lançada uma
melhoria dessa metodologia, denominada PRINCE2, que atualmente encontra-se em sua quinta edição,
publicada em 2009, e é o padrão utilizado no governo britânico, além de ser bastante difundida e
reconhecida na Europa.
Fernandes e Abreu (2012) afirmam que o PRINCE2, de modo similar ao PMBOK, tem como base a
experiência de gerentes e equipes de projetos, nos seus erros, acertos e sucesso.
• gere proatividade na gestão de projetos, mas que não deixe de considerar mudanças repentinas
em consequência de eventos inesperados;
O PRINCE2 é composto por dois livros que orientam o uso da metodologia, o modelo de processos e
a lista de atividades por processo. Os livros são:
Ambos os livros são de autoria da Office of Governament Commerce (OGC) e foram publicados pela
editora The Stationery Office Books.
O PRINCE2 é constituído por oito processos, que são divididos em atividades. Os processos da
metodologia são:
44
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
• Processo PL – planejamento.
Mandato do projeto
Directing a project
Conduzindo um projeto
• autorizar iniciação;
45
Unidade I
• autorizar projeto;
• fornecer direção;
O processo IP (iniciando um projeto) trabalha com a base fornecida pelo processo SU, aceitando-a,
obtendo acordo sobre uso de recursos, encorajando o comitê de projetos e assegurando investimentos
a serem feitos. Suas atividades são:
• transferir produtos;
• avaliar o projeto;
• recomendar encerramento.
47
Unidade I
• elaborar o plano;
• preparar estimativas;
• preparar cronograma;
• analisar os riscos;
• documentar o plano.
Lembrete
3 MÉTODOS ÁGEIS
Entre os métodos ágeis, o mais importante e também o mais utilizado é o Scrum, principalmente em
projetos da área de tecnologia da informação (TI).
Os métodos ágeis surgiram após o “Manifesto Ágil”, que teve início na década de 1990; entre os
principais fatores que causaram esse manifesto, estão:
• O então modelo utilizado nessa época para projetos de TI, mais especificamente de softwares,
conhecido como “modelo cascata” ou “modelo clássico”, era considerado muito burocrático.
• O modelo usado apresentava algumas contradições com relação à forma convencional utilizada
pelos engenheiros de software.
Com os problemas do cenário apresentado anteriormente, os membros que integravam uma comunidade
preocupada com questões voltadas para projetos de TI da época reuniram-se e criaram o Manifesto Ágil,
um documento que reúne as principais práticas e técnicas desse modelo de desenvolvimento de projetos
48
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
de software. A partir da criação desse manifesto, começaram a aparecer várias outras propostas referentes
a métodos ou metodologias ágeis, entre elas está o Scrum, método ágil mais usado na área de TI.
O Manifesto Ágil é uma espécie de declaração de todos os princípios que servem de base para o
desenvolvimento ágil de software e possui três aspectos fundamentais:
• A capacidade de adaptação às mudanças mais do que o seguir o plano que foi estabelecido.
Em sua essência, a maioria dos métodos ágeis procura mitigar o risco inerente ao desenvolvimento
de software sob alguns aspectos:
3.2.1 Conceitos
É importante saber que os métodos ágeis são bem diferentes dos métodos de gerenciamento
tradicionais, quando consideramos a forma de fazer a gestão.
Alguns métodos podem ser complementados por meio do uso de guias para que possam ter uma
direção mais específica sobre os rumos do projeto.
• Devemos reconhecer que o Manifesto Ágil foi um marco dentro do mundo da gestão de projetos.
• O gerenciamento ágil de projetos é uma abordagem fundamentada em uma série de princípios, cujo
principal objetivo é fazer da arte de gestão de projetos algo mais simples, com mais flexibilidade
e interatividade.
49
Unidade I
• O método ágil tem como meta realizar a adaptação de práticas típicas da gestão de projetos
tradicional para a aplicação em ambientes dinâmicos de projetos, com especificidades regidas
para a inovação, elevando níveis de incerteza e complexidade.
Na visão de dois autores da área de métodos ágeis, Conforto (2009) e Conforto e Amaral (2010),
podemos compilar alguns princípios sobre métodos ágeis:
• Realizar o desenvolvimento de processos que tenham flexibilidade e que sejam capazes de absorver
mudanças no projeto.
• Tentar agregar valor ao cliente e também para a equipe que está desenvolvendo o projeto.
• Fazer uso do conceito de iterações e também de entregas parciais, que devem ser realizadas em
curtos períodos de tempo.
• Incentivar a tomada de decisão participativa, para que todos os membros da equipe sintam-se
como parte do processo.
• Incentivar a inovação e a criatividade como formas de criar soluções que agreguem valor.
Saiba mais
50
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
3.2.2 O Scrum
O Scrum foi apresentado por Jeff Sutherland, John Scumniotales e Jeff McKenna, que conceberam,
documentaram e implementaram o processo na empresa Easel Corporation, em 1993, incorporando os
estilos de gerenciamento observados por Takeuchi e Nonaka (1986).
Em 2000, ele implantou a metodologia na empresa Patient Keeper e, nos anos seguintes, lançou três
livros, sendo o primeiro deles o Agile Software Development with Scrum (SCHWABER; BEEDLE, 2001).
Uma característica importante do Scrum é forçar as pessoas a seguir uma sequência de passos
predefinida, com pouca flexibilidade para mudança. Sua abordagem visa ao oposto do modelo em
cascata, iniciando-se na análise, assim que alguns requisitos estiverem disponíveis.
O projeto Scrum começa com uma visão, composta por requisitos e funcionalidades que concretizam
uma lista de tarefas, denominada product backlog.
As prioridades dos itens desse documento determinam o quanto de valor cada item gera para o negócio.
Depois de priorizados os itens, antes de cada iteração (sprint), a equipe se reúne para dizer quantos
itens é possível entregar em um sprint, que, segundo Schwaber, deve durar cerca de trinta dias, como
boa prática.
Quando cada iteração termina, o que foi desenvolvido é apresentado ao cliente (Product Owner)
em uma reunião e, antes do início da próxima iteração, é feita uma reunião de retrospectiva, em que é
possível extrair lições aprendidas.
Esse método mostra um conjunto de papéis que devem ser representados pelos participantes nos
projetos denominados Scrum:
• Product Owner – pode ser definido como o patrocinador do projeto, é o responsável por determinar
e priorizar as funcionalidades do produto;
E também contém diversas fases que formam o ciclo de desenvolvimento do projeto Scrum:
• Sprint Planning – é uma reunião antes do início de um sprint, para alinhar com o Product Owner
o que será feito dentro do próximo sprint;
51
Unidade I
• Sprint – é o tempo estimado pelo time para produzir, testar e homologar determinadas
funcionalidades, que serão priorizadas pelo Product Owner no sprint;
• Planning – de acordo com as práticas adotadas por Schwaber, um sprint deve durar trinta dias;
• Daily Scrum – são reuniões diárias em que cada membro do time coloca em um quadro o que fez
no dia anterior e o que fará para o dia seguinte;
• Retrospective ou Sprint Review – é uma reunião sobre lições aprendidas que ocorre após a entrega
de um sprint. Tem como objetivo analisar se o que foi feito está bom e o que pode ser melhorado.
As tarefas de uma fase do projeto Scrum devem ser colocadas em um quadro que fique visível para
o time, em forma de post-its.
Para o próximo sprint começar, o anterior tem de estar finalizado e aprovado pelo Product Owner em
uma reunião de validação denominada de Post Sprint Demonstration and Meeting.
A adoção do método ágil Scrum, de acordo com Schwaber (2004), além de uma mudança de cultura
no gerenciamento de projetos, ainda necessita de uma automação muito consistente.
4 INTEGRAÇÃO EM PROJETOS
4.1.1 Conceitos
Dinsmore e Barbosa (2009) afirmam que é nessa área que montamos um quebra-cabeça, em que
cada peça precisa ser colocada em sua devida posição, de modo coerente e consistente, com o objetivo
de se obter o resultado final desejado.
Lembrete
Os processos de cada área de conhecimento estão distribuídos no
ciclo de vida do gerenciamento de projetos, que compreende cinco
grupos de processos: iniciação, planejamento, execução, encerramento e
monitoramento e controle.
Este é um dos principais processos de integração e do grupo de iniciação, porque tem como principal
resultado o Termo de Abertura do Projeto, também conhecido, na língua inglesa, como Project Charter.
O TAP é um documento formal de autorização para início de um projeto que informa o escopo
aprovado, estabelecendo responsabilidades e papéis no projeto.
53
Unidade I
Em geral, o responsável pela emissão desse documento é o patrocinador, que nada mais é do que
o “facilitador” junto à gerência e à equipe de projeto, o qual garante a consistência do projeto aos
objetivos organizacionais da empresa.
• Declaração do trabalho do projeto: é composta pela descrição do que será produzido no projeto,
as necessidades de negócios e o plano estratégico empresarial.
• Contrato: documento formal entre a corporação e o cliente externo, que deseja o produto.
Observação
• cronograma de marcos;
• premissa e restrições;
Em algumas corporações, o TAP é ainda mais detalhado, incluindo uma declaração base do escopo e
um plano de gerenciamento de projeto.
54
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Como as organizações têm uma capacidade limitada de conduzir vários projetos ao mesmo tempo,
é necessário, em muitas situações, escolher ou priorizar os projetos.
O PMI (2008) estabelece duas principais categorias de métodos de seleção de projetos. São elas:
No intuito de demonstrar um desses métodos, é possível observar a equação a seguir, que demonstra
como é calculado o valor presente.
FV
PV = (3.1)
(1 + r)n
Onde:
PV = Valor Presente
FV = Valor Futuro
r = taxa de juros
n = número de períodos
55
Unidade I
Para Costa Neto (2007), a tomada de decisões em gestão de projetos sempre deve levar em
consideração critérios qualitativos e quantitativos que podem ser expressos por meio de estudos de
viabilidade, análise da qualidade, análise de recursos e suprimentos necessários, além de uma boa análise
de riscos.
Saiba mais
Esse processo integra o grupo de processos de planejamento e tem como função primordial gerar o
Plano de Gerenciamento de Projeto.
O PGP é um documento formal, desenvolvido pelo gerente de projeto com a colaboração de toda a
equipe, que deve ser aprovado e utilizado em toda a execução do projeto.
• declaração de escopo;
• diagrama de rede;
• matriz de responsabilidades;
• principais marcos;
• alterações legais;
• mudanças tecnológicas;
• solicitação do cliente;
• riscos desconhecidos;
• estimativas imprecisas.
O processo de controle integrado de mudanças tem como função evitar mudanças desnecessárias,
identificar proativamente mudanças, verificando suas origens, e distribuir informações sobre elas. Pode
ter como entrada:
57
Unidade I
• requisições de mudanças;
Esse processo gera ações corretivas e preventivas em suas saídas e tem como entradas o plano de
gerenciamento de projetos e as informações de desempenho do projeto.
Encerrar o projeto ou a fase integra o grupo de processos de encerramento e tem o papel de finalizar
todas as atividades do cronograma, bem como de entregar o produto do projeto de acordo com as
especificações.
Esse processo é frequentemente ignorado pelos gerentes de projeto, que atribuem pouca importância
a ele. No entanto, é nele que é considerada a aceitação formal do cliente e no qual ocorre o encerramento
administrativo.
O PMI (2008) recomenda que os processos sejam encerrados de modo que as informações úteis
não se percam. Estas são as chamadas lições aprendidas, fundamentais para a geração de uma base de
58
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
dados que irá compor um conjunto de informações históricas sobre os projetos, contribuindo para o
gerenciamento do conhecimento.
Observação
Resumo
Exercícios
Questão 1. Leia o texto a seguir:
III – Fornece um vocabulário comum aos gerentes de projetos, o que facilita seu entendimento.
60
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
I – Afirmativa falsa.
II – Afirmativa verdadeira.
Justificativa: o Guia PMBOK® apresenta grupos de processos que abrangem diversas áreas de
conhecimento. A partir da combinação entre grupos de processos e áreas de conhecimento, o Guia
PMBOK® apresenta processos que são sugeridos como necessários e aplicáveis para gerenciar um
projeto, desde o seu início até a sua entrega.
Justificativa: o Guia PMBOK® é padronizado com um vocabulário e com expressões comuns que
facilitam o entendimento dos profissionais que o utilizam, independentemente das empresas nas quais
eles atuem.
I – Somente gerentes de projetos com nível de formação superior podem se candidatar para o teste.
II – O nível de acerto nas questões deve ser superior a 75% para obter a certificação.
III – Gerentes de projetos iniciantes precisam comprovar 2.500 horas de projeto para se candidatar
ao teste.
61
Unidade I
62