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Autor: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto
Colaboradores: Prof. Ricardo Sewaybriker
Profa. Christiane Mazur Doi
Professor conteudista: Antônio Palmeira de Araújo Neto
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista – UNIP (2013). Especialista Lato Sensu em Gestão
da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Uninassau em Pernambuco (2010) e em Formação Pedagógica
para Graduados não Licenciados pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (2017). Bacharel em
Engenharia Elétrica com habilitação em Telecomunicações pela Universidade de Pernambuco – UPE (2008).
Professor e coordenador geral do curso superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação na UNIP
na modalidade presencial e em EaD. Também coordena na mesma universidade os cursos de pós-graduação em TI de
Estratégia dos Negócios e Gestão e Governança de TI. Professor e coordenador do curso técnico de Telecomunicações
da Fundação Instituto de Educação de Barueri – FIEB.
Tem experiência na área de tecnologia da informação e telecomunicações em empresas dos mais diversos ramos,
além de ter trabalhado para concessionárias de serviços de telecomunicações. Possui experiência de mais de 10 anos
na docência em cursos de pós-graduação, ensino superior e ensino básico. Trabalha como conteudista em cursos de
graduação e pós-graduação desde 2012 em diversas instituições de ensino superior espalhadas pelo país.
CDU 658.011.56
U514.53 – 22
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permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Unip Interativa
Material Didático
Comissão editorial:
Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
Profa. Dra. Angélica L. Carlini
Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista
Profa. Deise Alcantara Carreiro
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Kleber Souza
Bruna Baldez
Sumário
Princípios de Sistemas de Informação
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO......................................................................... 11
1.1 Conceitos básicos de TI e sua evolução........................................................................................ 11
1.1.1 Evolução da tecnologia na sociedade..............................................................................................11
1.1.2 Evolução da computação..................................................................................................................... 16
1.1.3 Evolução da TI nas organizações....................................................................................................... 19
1.1.4 Conceito de dado, de informação e de conhecimento............................................................ 21
1.2 A tecnologia da informação e as organizações........................................................................ 23
1.2.1 Papel da TI................................................................................................................................................... 23
1.2.2 A informação e a tecnologia nas organizações.......................................................................... 25
1.2.3 Recursos de TI............................................................................................................................................ 27
1.2.4 Administração da TI................................................................................................................................ 28
2 INFRAESTRUTURA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.................................................................... 30
2.1 Hardware e software............................................................................................................................ 31
2.1.1 Hardware..................................................................................................................................................... 31
2.1.2 Software...................................................................................................................................................... 33
2.1.3 O computador........................................................................................................................................... 35
2.1.4 Tipos de computadores......................................................................................................................... 36
2.2 Banco de dados e redes de computadores................................................................................. 38
2.2.1 Banco de dados........................................................................................................................................ 38
2.2.2 Os dados e a tomada de decisão....................................................................................................... 42
2.2.3 Redes de computadores e as telecomunicações........................................................................ 44
2.2.4 Internet........................................................................................................................................................ 46
Unidade II
3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO........................................................................................................................ 54
3.1 Conceitos e classificações dos sistemas de informação........................................................ 54
3.1.1 Conceitos de sistemas............................................................................................................................ 54
3.1.2 Desempenho e propriedade dos sistemas..................................................................................... 56
3.1.3 Sistemas de informação........................................................................................................................ 57
3.1.4 Classificação dos sistemas de informação.................................................................................... 59
3.2 Sistemas ERP........................................................................................................................................... 61
3.2.1 Sistemas de processamento de transações (SPT)........................................................................ 61
3.2.2 Falta de integração e existência de silos........................................................................................ 63
3.2.3 Conceito e histórico do ERP................................................................................................................ 65
3.2.4 Operação de um ERP.............................................................................................................................. 66
4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E TOMADA DE DECISÃO...................................................................... 68
4.1 Tomada de decisão............................................................................................................................... 68
4.1.1 Decisão: conceitos e tipos.................................................................................................................... 68
4.1.2 Processo de tomada de decisão......................................................................................................... 71
4.2 Sistemas de informação apoiando as decisões......................................................................... 73
4.2.1 Sistemas de informação gerencial.................................................................................................... 73
4.2.2 Aspectos funcionais do SIG................................................................................................................. 76
4.2.3 Sistemas de apoio à decisão............................................................................................................... 81
Unidade III
5 TECNOLOGIAS EMERGENTES E GESTÃO DO CONHECIMENTO....................................................... 89
5.1 Sistemas de informação especialistas e tecnologias emergentes..................................... 89
5.1.1 Inteligência artificial............................................................................................................................... 89
5.1.2 Tecnologias em nuvem.......................................................................................................................... 93
5.1.3 Internet das coisas e Big Data............................................................................................................ 97
5.1.4 Realidade virtual e realidade aumentada...................................................................................... 98
5.2 Gestão do conhecimento.................................................................................................................100
5.2.1 Conhecimento.........................................................................................................................................100
5.2.2 Conceitos básicos de gestão do conhecimento........................................................................102
5.2.3 A conversão do conhecimento.........................................................................................................103
5.2.4 Modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento....................................105
6 UTILIZAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS E TECNOLOGIAS...................................................................108
6.1 Utilização de ferramentas e aplicações em computadores...............................................108
6.1.1 Introdução aos sistemas operacionais..........................................................................................108
6.1.2 Utilizando o sistema operacional....................................................................................................109
6.1.3 Navegadores da internet.................................................................................................................... 114
6.1.4 Aplicativos em smartphones.............................................................................................................121
6.2 Gestão de sistemas e tecnologias.................................................................................................122
6.2.1 Administração dos sistemas e tecnologias da informação................................................. 122
6.2.2 Gerenciamento de serviços de TI.................................................................................................... 123
6.2.3 Modelo ITIL®............................................................................................................................................. 124
6.2.4 Governança de TI.................................................................................................................................. 126
Unidade IV
7 APLICATIVOS PARA ESCRITÓRIOS (PARTE 1).......................................................................................136
7.1 Planilhas eletrônicas..........................................................................................................................136
7.1.1 Utilização de planilhas eletrônicas................................................................................................ 136
7.1.2 Componentes da planilha eletrônica............................................................................................ 139
7.1.3 Outros componentes do Excel®....................................................................................................... 145
7.1.4 Pastas, planilhas e células................................................................................................................. 147
7.1.5 Dados e células.......................................................................................................................................151
7.1.6 Fórmulas................................................................................................................................................... 154
7.1.7 Funções..................................................................................................................................................... 157
7.2 Processadores de texto.....................................................................................................................163
7.2.1 Word®......................................................................................................................................................... 163
7.2.2 Configuração de fontes, parágrafos e estilos............................................................................ 166
7.2.3 Grupos de comandos para configurar página.......................................................................... 169
7.2.4 Configurações da guia Revisão....................................................................................................... 169
7.2.5 Lista de comandos rápidos................................................................................................................171
8 APLICATIVOS PARA ESCRITÓRIOS (PARTE 2).......................................................................................172
8.1 Gerador de apresentação.................................................................................................................172
8.1.1 Guias, grupos e comandos do PowerPoint®............................................................................... 172
8.1.2 Inserção de slides e configuração do design............................................................................. 173
8.1.3 Configuração de slide mestre.......................................................................................................... 175
8.1.4 Inserção de tabelas, gráficos, imagens e formas..................................................................... 176
8.1.5 Transições de slides e animações................................................................................................... 179
8.2 Software de e-mails e gestão de compromissos....................................................................180
8.2.1 Outlook®.................................................................................................................................................... 180
8.2.2 Escrevendo um e-mail e criando catálogo de endereços no Outlook®........................... 183
8.2.3 Elaboração de assinatura e de respostas automáticas no Outlook®................................ 184
8.2.4 Criação de pastas no Outlook®........................................................................................................ 186
8.2.5 Outras opções de navegação no Outlook®................................................................................. 187
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
Vamos começar nossa jornada na área de tecnologia da informação (TI), a qual envolve a compreensão
dos princípios de sistemas de informação, que fundamentam o uso da TI pelas organizações e pessoas
de forma geral.
INTRODUÇÃO
A TI tem exercido ao longo dos anos intensas mudanças na forma como trabalhamos, estudamos,
consumimos produtos e serviços, enfim, como vivemos. Os sistemas de informação e as ferramentas
tecnológicas têm tido um papel decisivo na metamorfose pela qual a sociedade passa.
Hoje sequer conseguimos imaginar a vida sem os aparatos tecnológicos presentes ao nosso redor.
Afinal, eles trouxeram inúmeras melhorias e benefícios que reinventaram os processos do cotidiano,
inserindo-nos em um mundo digital nunca antes visto.
É sobre essa reinvenção, a partir dos sistemas e das tecnologias da informação, que vamos tratar
neste livro-texto. Ele está dividido em quatro unidades, apresentando um conteúdo introdutório do
mundo da TI e suas aplicações práticas de ferramentas, tecnologias e sistemas de informação.
Na primeira unidade vamos apresentar uma introdução geral da TI, contemplando aspectos
históricos, conceitos básicos e sua infraestrutura, composta de aspecto tecnológico pelos recursos de
hardware, software, armazenamento de dados (banco de dados) e redes de computadores ou
telecomunicações. O lastro teórico-prático construído nela é fundamental para compreendermos o
funcionamento dos sistemas de informação.
A segunda unidade terá como principal temática os sistemas de informação, apresentando conceitos
básicos, terminologias e classificações. A ênfase vai recair sobre dois tipos: planejamento de recursos
empresariais (Enterprise Resource Planning – ERP) e sistemas que suportam a decisão.
9
Na terceira unidade continuaremos com o foco nos sistemas de informação e demais tecnologias,
agora mencionando os sistemas especialistas, as tecnologias emergentes e os sistemas de gestão
do conhecimento. Finalizaremos a unidade abordando questões voltadas para a gestão e utilização de
recursos e sistemas computacionais.
Bom estudo!
10
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Unidade I
1 FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Para iniciarmos bem os nossos estudos voltados para os sistemas de informação, precisamos
compreender que eles estão situados no contexto da tecnologia da informação (TI). Assim, neste tópico,
apresentaremos a TI e a tecnologia de forma geral, contemplando primeiro o seu histórico e a sua
evolução até chegarmos ao papel estratégico que ela exerce nos dias de hoje.
Vamos ainda neste momento mencionar os conceitos e fundamentos básicos de TI, envolvendo a
compreensão sobre dado, informação e conhecimento. Abordaremos também uma visão geral sobre os
recursos de TI e como eles são utilizados no cotidiano das pessoas.
Não temos a pretensão de fazer abordagens conceituais profundas sobre TI, mas apenas formar a
base de conteúdos que vai possibilitar a compreensão do funcionamento dos sistemas de informação e
suas tecnologias derivadas nas organizações e na vida das pessoas.
Consequentemente, toda TI é tecnologia, mas nem toda tecnologia é de fato uma TI. Por exemplo,
um simples relógio antigo de corda que funciona sem bateria é uma tecnologia (diga-se de passagem,
bem inovadora quando do seu surgimento). Outro modelo pode ser encontrado na pintura, em que
a combinação de cores e o uso de pincéis também podem ser uma tecnologia. Outro exemplo
que nada tem a ver com TI é o surgimento do tear mecânico, criado em 1767, como uma máquina
de fiar, quando nem se vislumbrava a criação de um simples computador, que tem o seu desenho
apresentado na figura 1.
11
Unidade I
Partindo agora para a evolução tecnológica (que a princípio não tem relação direta com TI), Veloso
(2011, p. 32) menciona que:
Com uma contribuição direta das inovações e descobertas, a tecnologia tem sido desenvolvida
ao longo da história, muitas vezes impulsionada por guerras (Primeira e Segunda Guerra Mundial,
Guerra Fria, entre outras) e motivada também por questões econômicas, principalmente envolvendo o
acirramento entre o capitalismo e o socialismo no século passado. Observamos grandes evoluções nas
mais variadas áreas, desde a saúde, passando pela educação, até a prestação de serviços públicos etc.
12
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
1ª 2ª 3ª 4ª
Mecânica, energia a Eletricidade, produção Uso de sistemas Sistemas ciberfísicos (CPS),
vapor, hidráulica em massa, linha de computacionais internet das coisas (IoS),
montagem e da robótica na descentralização dos
manufatura. processos de manufatura
Avanços da eletrônica.
Controladores lógicos
programáveis (CLPs)
A Primeira Revolução Industrial se firmou com o surgimento da máquina a vapor no século XVIII
e a utilização dos teares mecânicos e hidráulicos. Tudo isso marcou o início da tecelagem industrial
no mundo mais desenvolvido. Sobre esse período, Tigre (2006, p. 15) menciona que a Primeira
Revolução Industrial:
A Segunda Revolução Industrial, ocorrida no século XIX, tem como grande marco o surgimento
da eletricidade, principalmente para fins manufatureiros. Também é possível afirmar que há enorme
aumento da produção de aço e modernização do maquinário industrial, além do surgimento e da
expansão das estradas de ferro, que contribuíram para o processo logístico integrado à indústria.
13
Unidade I
A Terceira Revolução Industrial ocorre ao final da Segunda Guerra Mundial, quando da chegada da
produção enxuta, automação e uso intensivo da TI no período pós-guerra, por volta da década de 1960.
Nessa época a TI começa a ser percebida com importância considerável para a indústria e a sociedade
de forma geral.
A Quarta Revolução Industrial apresenta a ideia de Indústria 4.0 e ocorre no século XXI. Nela as
tecnologias baseadas na internet das coisas, na inteligência artificial e demais tendências de TI começam
a ser utilizadas de forma mais intensa. Segundo Sacomano et al. (2018, p. 29), a Indústria 4.0 é:
Saiba mais
A figura 3 apresenta a ideia de Indústria 4.0, na qual sistemas ciberfísicos associados à computação,
à comunicação e ao controle auxiliam no fluxo da informação.
Computação
Fís
er
Cib
ico
Informação
Co
mu
le
ro
Sistemas
nic
nt
Co
aç
ão
14
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Alguns autores apresentam inúmeros elementos que formam a Indústria 4.0. Sacomano et al. (2018)
exibem um agrupamento desses itens não de forma definitiva, mas em uma perspectiva didática para
facilitar a nossa compreensão. Assim, encontramos a Indústria 4.0 constituída por três elementos:
Indústria 4.0
Elementos complementares
Realidade Realidade
Etiquetas Manufatura
QR code aumentada virtual
de RFID aditiva
(RA) (RV)
Elementos estruturantes
Comunicação Inteligência
máquina a Análise de Computação Integração Segurança
Automação artificial
máquina Big Data em nuvem de sistemas cibernética
(AI)
(M2M)
Internet das coisas (IoT) Sistemas ciberfísicos (CPS) Internet de serviços (IoS)
15
Unidade I
Comecemos, então, entendendo o termo computador, que nos remete automaticamente, pela raiz
da palavra, à ação de calcular. Assim, podemos dizer que ele nada mais é que um dispositivo que efetua
cálculos. Por isso, é comum afirmarmos que as calculadoras iniciais foram os computadores originais
(carentes de características dos tempos atuais). Eles foram criados para atender à necessidade de
efetuar cálculos rápidos e precisos.
Interligando o termo computação à ideia de calcular, contar e estimar, Turing (2019, p. 6) menciona que:
Encontramos como primeiro dispositivo computacional o ábaco, desenvolvido em 2500 a.C., seguido
de diversas outras ferramentas utilizadas para efetuar cálculos. Aproximando-se um pouco mais dos dias
atuais, há a calculadora do matemático Blaise Pascal em 1642. Esse invento era utilizado em operações
de cálculos com soma e subtração e recebeu o nome de pascalina, referenciando o nome do seu inventor.
No século XIX, após um período em que conhecemos as mais arcaicas e rústicas ferramentas
computacionais, chegamos a Charles Babbage. Ele foi um grande engenheiro e matemático que criou
a máquina diferencial, com o objetivo de operar cálculos envolvendo funções de até 3º grau. Tudo isso
ocorreu em 1832 e não parou por aí. Babbage ainda elaborou o projeto da máquina analítica (operando
com uma programação), que infelizmente não foi totalmente implementada, mas é considerada (no
quesito projeto) uma grande precursora dos computadores com caráter mais moderno que surgiriam
mais adiante.
Além de Babbage, outros grandes nomes foram de fundamental importância para a chegada das
tecnologias computacionais do nosso cotidiano. Entre eles, podemos citar:
16
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
• George Boole (1815-1864): criador da álgebra de Boole, muito utilizada quando manipulamos
números binários.
Observação
Por volta da década de 1950, inicia-se uma nova era na evolução da computação, conhecida como
Primeira Geração, marcada pela utilização das válvulas (dispositivo eletrônico semicondutor). Surgem aí
os primeiros computadores eletrônicos ainda com uma construção um pouco rudimentar, mas com o
objetivo de processar dados de forma um pouco mais apurada.
O Electronic Numerical Integrator and Calculator (Eniac) é o primeiro computador dessa geração
e foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia e especialistas do Laboratório
de Pesquisas Balísticas do Exército dos EUA. Ele foi criado com a finalidade de ser um dispositivo
computacional que favorecesse os norte-americanos no período que se deu a Segunda Guerra Mundial
(mais especificamente nos cálculos balísticos).
Logo depois da criação do Eniac, outros computadores foram projetados e comercializados em escala
considerável, sendo utilizados em aplicações civis, nas grandes corporações e no mundo acadêmico de
forma geral, em especial nos Estados Unidos.
Observação
A Segunda Geração dos computadores ocorre por volta do final da década de 1950 e é conhecida
como a geração do transistor, que praticamente substituiu as válvulas na construção dos circuitos
eletrônicos computadorizados. O transistor possibilitou a redução do tamanho das máquinas e o
consequente aumento de unidades fabricadas por corporações de destaque na área de TI para o período,
como IBM e DEC.
17
Unidade I
A Terceira Geração inicia-se na década de 1965, ao mesmo tempo que são utilizados os circuitos
integrados. Esses dispositivos de microeletrônica possibilitaram a miniaturizada de centenas de
transistores, contribuindo, assim, para a diminuição no consumo de energia, a redução do tamanho
dos computadores, o crescimento das capacidades computacionais, levando-nos para a concepção dos
sistemas computacionais que temos nos tempos mais modernos.
Os computadores pessoais com tamanhos reduzidos são criados nessa geração. Os principais deles
e que merecem destaque são: Kenbak-1, Micral, Altair 8800 e Apple I. Desses, destacamos o Kenbak-1,
construído em 1971 e considerado o primeiro computador pessoal que operava sem processador. Outro
interessante computador pessoal, considerado o primeiro com processador, foi o Micral, desenvolvido
em 1973. O Altair 8800 e o Apple I tiveram maior destaque e comercialização mais voltados para a
segunda metade da década de 1970.
A Quarta Geração dos computadores surge na década de 1980, sendo conhecida como a geração
da integração em larga escala. Nesse período os circuitos integrados tiveram aumento considerável na
capacidade elevada de integrar transistores em um único chip. A escala de integração era tão alta que
chegava à ordem de milhares de transistores, possibilitando fabricação em massa e comercialização
de computadores.
Saiba mais
Tecnologia Computadores de
Geração Velocidade de operação Período
eletrônica destaque
Primeira Válvula 40.000 operações por segundo 1945 até 1955 Eniac
Segunda Transistor 200.000 operações por segundo 1955 até 1965 TX0 e PDP-I
Terceira Circuito integrado 1.000.000 operações por segundo 1965 até 1980 Família System 360 da IBM
Quarta Circuito integrado 1.000.000.000 operações por segundo A partir de 1980 IBM-PC e Macintosh
18
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
No período que engloba a Segunda e Terceira Gerações dos computadores, as organizações começam
a perceber a importância das ferramentas de tecnologia da informação, fato que contribuiu para a
adoção, ainda meio tímida, da TI pelas empresas.
Tudo começou com a chegada dos mainframes, que eram computadores de grande porte com
considerável performance no processamento centralizado. Eles começaram a ser instalados por volta
da década de 1960 por empresas como IBM, Control Data, GE, Honeywell, NCR, RCA e Burroughs
(hoje conhecida como Unisys). Algumas delas logo se transformaram em grandes corporações e
dominaram durante anos o mercado de mainframes, vendendo milhões de unidades nas mais diversas
partes do mundo.
Nesse momento são estabelecidos os primeiros centros de processamento de dados nas grandes
organizações, fazendo com que a área de TI fosse conhecida como CPD.
Além de ser o nome dado à área de TI, CPD é o conjunto de infraestruturas responsável pelo
processamento de dados por meio dos mainframes e do trabalho dos operadores e programadores de
computadores. Suas aplicações tinham praticamente como objetivo o auxílio nas tarefas manuais nas
empesas. É importante destacar que no período citado o desenvolvimento das aplicações não se dava
por meio de metodologias estruturadas, mas de forma muito rústica e até mesmo artesanal.
É possível citar ainda como características da década de 1960: mão de obra especializada muito
insuficiente; processos com menor importância, quando comparados com as tecnologias; poucas
soluções tecnológicas; e altos custos associados às ferramentas computacionais.
Passando para a década de 1980, percebemos dois fatos interessantes que marcam a evolução da TI
nas empresas. O primeiro é a comercialização em larga escala dos computadores pessoais, já mencionado
no tópico anterior. O segundo são o crescimento das redes de computadores e o estabelecimento da
internet, que começa a tomar uma forma mais definida.
19
Unidade I
Observação
Na referida década, percebe-se também o estabelecimento de forma ainda meio incipiente das boas
práticas no gerenciamento da infraestrutura de TI e no desenvolvimento de software. Outro destaque
reside nas ideias de terceirização e integração que começam a se estabelecer. A integração foi possível
graças aos sistemas de planejamento de recursos empresariais (Enterprise Resource Planning – ERP),
que por meio dos seus módulos favoreceram a melhoria nos processos organizacionais. Partindo para
a terceirização da TI nos negócios, verifica-se que eles ganharam muito espaço ao perceberem que as
questões tecnológicas não compunham o core business.
Considerando aspectos importantes, ainda referentes a esse período, podemos citar diversas outras
ferramentas de tecnologia que começaram a surgir; em contrapartida, as demais se tornaram obsoletas.
Uma delas é a computação centralizada, que começa a dar espaço para as arquiteturas cliente-servidor.
Observação
Voltando-nos agora para os dias de hoje, percebemos um crescimento explosivo da internet, que
modificou toda a nossa vida em sociedade e a forma como as empresas desenvolvem e operam os seus
negócios. As mudanças habilitadas por TI são tantas que até nos espantamos com o protagonismo
assumido pela área.
20
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Consequentemente, as tecnologias da informação se configuram cada vez mais como uma fonte de
oportunidades e de vantagens competitivas. Elas se estabelecem como um fator crítico para o sucesso
das empresas e contribuem de maneira decisiva para as estratégias de negócio.
O mais básico dos três elementos é o dado. Segundo Stair e Reynolds (2015, p. 5), “os dados consistem
em fatos brutos, como o número de funcionários, horas totais trabalhadas em uma semana, números
de peças no estoque ou pedidos de vendas”. Eles formam a base para criação de valor, mesmo que por
si só eles nada revelem, porque é deles que extraímos a informação utilizada pelas pessoas. O quadro 2
apresenta os tipos de dados mais comuns encontrados e a sua forma de representação.
Quando agrupamos os dados e estabelecemos uma relação entre eles, geramos as informações.
Assim, podemos dizer que informação é o conjunto de dados que entrega um valor e é dotado de uma
significância. Fazendo uma analogia com um quebra-cabeça, poderíamos dizer que cada peça seria um
dado e a junção organizada individual delas apresentaria a informação.
Observação
Recorrendo a outro exemplo, podemos observar a figura 5, que apresenta os dados meteorológicos
da cidade de São Paulo, coletados no site do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Encontramos
como dados a variação da temperatura (mínima de 14 ºC e máxima de 22 ºC) e a umidade do ar (mínima
de 40% e máxima de 95%). Ao relacioná-los, podemos obter uma informação que nos remeta a um
tempo ameno na cidade de São Paulo, sem extremos de calor ou frio.
21
Unidade I
Em relação ao significado de conhecimento, podemos recorrer à definição de Stair e Reynolds (2015, p. 6),
que dizem: “conhecimento como a consciência e compreensão de um conjunto de informações e maneiras
como essas informações podem ser úteis para apoiar uma tarefa específica ou para chegar a uma decisão”.
Voltando ao exemplo em que utilizamos os dados meteorológicos da cidade de São Paulo, colhidos no
site do Inmet, chegamos à interessante informação que temos uma temperatura amena. O conhecimento
desta informação nos ajuda a tomar a melhor decisão sobre a vestimenta mais adequada e a necessidade
de maior ou menor ingestão de líquidos, devido aos percentuais de umidade.
Contexto
Conhecimento
Outras informações
Tomada de decisão
Aparato psíquico
Finalidade
Informação
Contexto Significado
22
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Portanto, podemos entender que há uma relação hierárquica como se fosse uma pirâmide, na qual
temos o dado na base e o conhecimento no topo. A figura 7 apresenta essa relação hierárquica.
Conhecimento
Informação
Dados
1.2.1 Papel da TI
Hoje observamos que grande parte das organizações considera a TI como aquela que exerce um papel
extremamente estratégico para os negócios. Já outras empresas, em número menor, não conseguem
perceber o valor da TI entregue por meio dos sistemas de informação e pela sua infraestrutura, além de
não enxergar a forte dependência que a operação dos negócios tem do ambiente tecnológico nestes
tempos de utilização da internet de forma mais intensa.
23
Unidade I
Laurindo (2008) apresenta um grid estratégico organizando as empresas de acordo com a visão que
elas têm do papel da TI e os seus impactos nos negócios em duas perspectivas distintas. A primeira está
relacionada ao longo prazo, a partir da compreensão da visão de futuro e do caráter estratégico da TI.
A segunda nos remete ao curto prazo, quando observamos o papel e os impactos da TI nos dias de hoje,
com um caráter mais operacional.
Fábrica Estratégico
Impacto presente
Suporte Transição
Baixo
Baixo Alto
Impacto futuro
Partindo para o próximo quadrante, encontramos as companhias cuja área de TI exerce o papel de
fábrica. Nelas os sistemas e as tecnologias são decisivos para o cotidiano do negócio, ou seja, uma parada
em um sistema de informação pode acarretar a parada automática no negócio. Outra característica
desse tipo de empresa reside na pouca importância atribuída à TI nas estratégias de negócio, fazendo
com que os impactos da TI em longo prazo sejam extremamente baixos.
O próximo quadrante é conhecido como transição. Nele encontramos organizações que atribuem
grande importância à TI no delineamento das suas estratégias. No entanto, observando por uma
perspectiva mais operacional (curto prazo), as influências e os impactos da TI no negócio dessas
empresas são baixos.
24
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
O último quadrante é ocupado por empresas cuja área exerce um papel estratégico. Nelas tanto a
operação quanto a estratégia, passando ainda pelas táticas, dependem das ferramentas de TI. Nessas
organizações, uma indisponibilidade geral dos sistemas e das tecnologias da informação leva a uma
parada imediata nos negócios e a grandes impactos estratégicos.
A informação sempre ocupou um papel importante nas organizações, seja nas mais simples operações
dos processos de negócios, seja na tomada de decisão mais complexa executada pelos administradores.
Tudo isso favoreceu a busca pela qualidade da informação, na qual critérios precisam ser considerados
para o atendimento das necessidades de negócio.
O quadro 3 apresenta os critérios contidos em ITGI (2007) ainda hoje valorizados pelas organizações.
A informação tem ganhando papéis de destaque nos últimos anos e se tornado ao mesmo tempo
um recurso, um ativo e um produto. Como recurso, ela pode ser comparada a um insumo utilizado
nos processos produtivos de uma empresa, por exemplo, as informações sobre demandas dos
clientes que podem disparar gatilhos de aumento ou diminuição na linha de produção. Como
ativo, a informação pode representar a propriedade da companhia, por exemplo, as listas de
contatos e necessidades dos principais clientes. Como produto, a informação pode ser algo a
ser comercializado pela própria instituição, por exemplo, as instituições de comunicação cujo
conteúdo vendido é a informação (GORDON; GORDON, 2013).
Stair e Reynolds (2015) mencionam que, para agregar valor aos negócios, as informações precisam
ser dotadas de certos aspectos. Do contrário, os prejuízos serão grandes ao utilizar a base de informação
disponível. O quadro 4 apresenta as características da informação valiosa.
25
Unidade I
Característica Definição
A informação deve ser facilmente acessada pelos usuários autorizados, de forma que
Acessível possam obtê‑la no formato e tempo corretos para atender às suas necessidades.
Uma informação precisa ser livre de erros. Em alguns casos, uma informação imprecisa é
Precisa gerada por conta de dados incorretos inseridos no processo de transformação. Geralmente,
isso é chamado de entra lixo, sai lixo.
A informação completa contém todos os fatos importantes. Por exemplo, um relatório de
Completa investimento que não inclua todos os custos relevantes não é completo.
A informação deve ser relativamente econômica para produzir. Os tomadores de decisão
Econômica precisam sempre balancear o valor da informação com o custo para produzi-la.
A informação flexível pode ser usada para variadas finalidades. Por exemplo, a informação
sobre quando o estoque está disponível para uma peça em especial pode ser utilizada por um
Flexível representante de vendas para fechar um negócio, por um gerente de produção com o objetivo
de determinar se é necessário repor o estoque e pelo executivo financeiro a fim de indicar o
valor total que a companhia investiu no estoque.
A informação relevante é importante para o tomador de decisões. Uma informação que mostra
Relevante que os preços da madeira devem cair pode não ser relevante para um fabricante de chips.
A informação confiável pode dar confiança ao usuário. Em muitos casos, a confiabilidade da
informação depende da confiabilidade do método de coleta de dados. Em outros momentos,
Confiável ela precisa da fonte da informação. Rumores de uma fonte não confiável de que o preço do
óleo pode subir não devem ser considerados garantidos.
A informação deve estar segura para não ser acessada por usuários
Segura não autorizados.
A informação deve ser simples, não complexa. Uma informação sofisticada e detalhada pode
não ser necessária. De fato, o excesso de informações pode causar sobrecarga de informações,
Simples situação na qual o tomador de decisões tem dados em excesso e se vê incapaz de determinar
quais delas são realmente importantes.
A informação atualizada é fornecida quando necessário. Conhecer as condições climáticas da
Atualizada semana anterior não irá ajudá-lo a escolher o casaco que usará hoje.
A informação deve ser verificável. Isso significa que é preciso checar para certificar-se de que
Verificável ela é correta, talvez verificando a mesma informação de várias outras fontes.
Esse cenário de preocupações foi construído porque as informações vitais das organizações, utilizadas
nos processos de negócio, estão contidas nos sistemas de informações, que por sua vez funcionam a
partir de uma infraestrutura de TI instalada e operante na empresa. A figura 10 retrata essa ideia.
26
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Relatórios e informações
Sistemas de informação
Infraestrutura de TI
1.2.3 Recursos de TI
A TI é formada por componentes que integram um grande mecanismo conhecido como infraestrutura
de TI, que sustenta as aplicações de negócio envolvendo toda a cadeia produtiva das organizações.
A figura 11 apresenta a ideia de relacionamento entre a infraestrutura de TI e os processos de negócio.
Aplicações
de negócio
Infraestrutura de TI
Aplicações de TI compartilhadas
e padronizadas
Serviços compartilhados de
tecnologia da informação
Recursos humanos
Componentes de TI
27
Unidade I
Os recursos tecnológicos que formam a infraestrutura de TI são: hardware, software, banco de dados
e redes de computadores. Esses quatro itens têm as suas peculiaridades e suportam as aplicações de
negócios utilizadas nas empresas.
Lembrete
Em uma visão mais moderna, a infraestrutura de TI pode ser percebida como um serviço. Por isso,
Weill e Ross (2006, p. 37) mencionam que:
1.2.4 Administração da TI
A TI, como qualquer outro recurso organizacional, precisa ser bem administrada, sob pena de não
atender às necessidades da empresa, quando for requisitada. Essa compreensão sobre a forma de
administrar a TI evoluiu ao longo de décadas desde o seu surgimento.
Em um primeiro momento, a TI, que era conhecida como CPD, era gerenciada como uma provedora
de tecnologia. A característica marcante da época era a falta de profissionalização da gestão, formada
por profissionais essencialmente técnicos e sem formação de gestão.
28
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Lembrete
Algumas décadas depois, a área de TI evoluiu e estabeleceu a ideia de que não há mais apenas a
entrega de uma infraestrutura, mas de um serviço. Essa quebra de paradigma propiciou o entendimento
de que a TI precisava ser gerenciada como um serviço.
Nos dias atuais, com a forte propagação das ideias de governança corporativa e do caráter mais
estratégico da TI, estabeleceu-se a necessidade de se governar por meio da TI. Isso se deu com o
surgimento das boas práticas de governança de informação e de tecnologia, como as descritas no
modelo COBIT®.
Conforme essa nova perspectiva, a gestão da tecnologia tornou a área de TI uma parceira estratégica
da empresa, sendo que o alinhamento estratégico entre a TI e as áreas de negócios configurou-se como
uma necessidade de primeira ordem. Dessa forma, o alinhamento estratégico transformou-se em uma
das ações fundamentais para a TI moderna.
29
Unidade I
Essa infraestrutura é formada pelos recursos de TI: hardware, software, bancos de dados, redes
de computadores e telecomunicações. Em uma concepção mais ampla, podemos incluir como seus
integrantes: as pessoas, os procedimentos e os serviços. No entanto, considerando uma perspectiva
puramente tecnológica, compreendemos como integrantes apenas os recursos de TI mencionados.
2.1.1 Hardware
Observação
Barramentos
A figura anterior mostrou a arquitetura de um sistema computacional que exibe como os elementos
de hardware estão organizados. São eles: unidade central de processamento (UCP), memórias,
dispositivos periféricos de entrada, dispositivos periféricos de saída e barramentos.
O primeiro componente é a UCP, também conhecido como processador ou pelo seu termo em
inglês, Central Processing Unit (CPU). Ela é considerada o coração do sistema computacional e tem
como função processar os dados e comandar todos os circuitos eletrônicos que formam o hardware do
sistema computacional.
31
Unidade I
A CPU está dividida em três componentes: unidade de controle, unidade lógica e aritmética, e
registradores. A unidade de controle é responsável por coordenar as partes do sistema computacional
a fim de que as instruções sejam efetivamente executadas e o fluxo de dados seja ordenado.
A unidade lógica e aritmética prima pela execução dos cálculos e manipulação de dados por
meio de operações lógicas e aritméticas. Por fim, os registradores são pequenos bancos de memória
de altíssima velocidade e reduzida capacidade de armazenamento, que agregam mais agilidade na
operação de tarefas específicas da CPU.
Observação
O processador é formado por circuitos eletrônicos lógicos digitais que
estão confinados em um circuito integrado. Os processadores da Intel e da
AMD estão entre os mais conhecidos.
O segundo componente da arquitetura do sistema computacional é a memória, que tem como função
básica o armazenamento de dados e instruções executadas pelo computador. Ela pode ser classificada
em memória primária e memória secundária. Na primária, encontramos um tipo de acesso direto por
parte do processador, no intuito de armazenar (mesmo que temporariamente) dados. Já as memórias
secundárias têm por finalidade a armazenagem permanente de dados em grandes quantidades, por isso
são também chamadas de memória de armazenamento de massa.
Observação
Alguns periféricos exercem a função de dispositivo de entrada e de
saída ao mesmo tempo. Podemos citar como exemplos: monitores touch
screen, multifuncionais, unidades de disco e fita, entre outros.
As configurações utilizadas em cada um dos componentes são de fundamental importância para que o
computador trabalhe de forma eficiente e atenda às expectativas do usuário. Especificamente na memória
e no processador, encontramos as principais preocupações para o funcionamento adequado do sistema.
32
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
2.1.2 Software
A evolução do software se deu mais durante o final da segunda metade do século passado, quando
do surgimento das primeiras aplicações estruturadas. Ele experimentou forte disseminação por meio dos
modelos web e mobile utilizados nos dias de hoje nos notebooks, desktops e smartphones.
Os softwares de aplicação objetivam suportar o usuário em suas atividades de negócios, ou seja, eles
atendem às expectativas específicas com finalidades gerais e singulares. Por exemplo, quando o usuário
deseja escrever um texto, ele utiliza um processador de texto, o Word®.
É possível encontrar também uma subdivisão dos softwares de aplicação em software vertical e
horizontal. Os softwares verticais são utilizados em processos específicos de um ramo de negócio.
Os softwares horizontais são aqueles utilizados em quase todos os tipos de negócio, automatizando
tarefas desempenhadas em todas as organizações. Podemos citar como exemplo o software de
correio eletrônico (Outlook®), compreendido como software horizontal pelo simples motivo de que
toda e qualquer organização o utiliza na comunicação via e-mail. Não obstante, um aplicativo
usado para controle de produção agrícola parece ser um software vertical empregado em empresas
do ramo do agronegócio.
Outra subdivisão dos softwares de aplicação apresenta aqueles que são customizados e disponíveis
em prateleira. O software customizado é desenvolvido internamente (pelos profissionais de TI) ou por
33
Unidade I
Já os softwares de prateleira são aqueles que podem ser comprados diretamente no fornecedor na
forma de soluções em um padrão e previamente formatados com as melhores práticas e costumes das
organizações para apoio às suas tarefas. Seus benefícios são o baixo custo inicial para o desenvolvimento
e a considerável qualidade. Mas é importante destacar a desvantagem do pagamento por características
não requisitadas e a ausência de aspectos importantes necessários para atender ao usuário.
Observação
Seja qual for a classificação do software de aplicação, é necessário que ele sempre agregue valor às
atividades do cotidiano do usuário. Para tanto, diversos fatores precisam ser levados em consideração a
fim de mensurar o valor do software. O quadro 7 apresenta quais são eles.
Fator Descrição
O software constitui um sistema bem desenvolvido de instruções de computador ou objetos que não
Eficiência utilizam muita capacidade de memória ou tempo de processamento?
Flexibilidade Ele consegue lidar facilmente com tarefas de processamento sem precisar de grandes modificações?
Segurança Ele fornece procedimentos de controle para erros, defeitos e uso inadequado?
Ele é habilitado para rede de forma a poder acessar facilmente a internet, a intranet, a extranet e
Conectividade outras redes de modo autônomo, ou acessá-las por meio de operação com navegadores ou outro
software de rede?
Ele é escrito em uma linguagem de programação que seja utilizada por nossos próprios
Linguagem programadores (da empresa contratante)?
Documentação O software é bem documentado? Ele inclui instruções úteis ao usuário?
Hardware O hardware existente possui as características exigidas para utilizar da melhor forma esse software?
Quais são suas características de desempenho, de custo, de confiabilidade, de disponibilidade, de
Outros fatores compatibilidade, de modularidade, de tecnologia, de ergonomia, de adaptabilidade e de suporte?
Exemplo de aplicação
34
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
2.1.3 O computador
Assim, a concepção inicial do uso de computadores é a mesma que perdura até os dias de hoje.
A ideia consiste no estabelecimento de um sistema (formado por uma parte física e uma parte lógica)
capaz de executar tarefas (braçais ou mais refinadas) até então cumpridas apenas pelos seres humanos.
Lembrete
Para atender, então, às necessidades dos seres humanos na execução de tarefas, os computadores
têm o seu funcionamento baseado no princípio do programa (software) armazenado em suas memórias
(item de hardware) e executado pelo processador (outro item de hardware). Sobre isso, Marçula e Benini
Filho (2019, p. 49) mencionam que o:
Outra informação de destaque relacionada aos computadores é que eles somente manipulam dados
no formato binário (base de numeração binária). Essa visão difere da nossa (dos seres humanos), que foi
largamente condicionada (desde a mais tenra idade) a perceber o mundo no formato decimal (base de
numeração decimal).
Desta forma, a base de numeração compreendida pelos computadores inclui apenas dois números:
0 (zero) e 1 (um). Eles representam aquilo que conhecemos por dígitos binários ou, de forma simplificada,
bits, e a lógica de programação no mais baixo nível (nível de máquina) envolve um conjunto de instruções
formadas por eles.
Os bits e os bytes (que representam um conjunto de oito bits) são as quantidades utilizadas para
medir diversas grandezas na informática. Por exemplo, a capacidade de memória de um dispositivo
é dada normalmente em MB (Mega Bytes) ou GB (Giga Bytes). Recorrendo às redes de computador,
observamos outro exemplo, no qual a velocidade em um canal de comunicação é dada em kbps (quilo
bits por segundo), Mbps (Mega bits por segundo) ou Gbps (Giga bits por segundo).
35
Unidade I
Observação
Comecemos pelo mais antigo deles: o mainframe. Ele surgiu por volta da década de 1960 e teve
a sua fabricação e venda controladas por grandes empresas de informática da época, como a IBM e a
Burroughs (que posteriormente se fundiu com a empresa Sperry e formou a gigante de informática da
década de 1990, conhecida como Unisys).
Observação
Com o passar dos anos, as empresas foram substituindo o mainframe e a arquitetura centralizada por
outro tipo de computador, chamado de servidor. O servidor é um componente central do funcionamento
e da operação das aplicações em uma arquitetura de TI. Seus objetivos são: controlar, armazenar e
compartilhar recursos tecnológicos por meio de uma rede de comunicação de dados.
36
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Saiba mais
Observação
Não obstante, percebemos que alguns anos depois os desktops foram perdendo espaço para os
computadores portáteis, principalmente devido à redução de preços de notebooks, tablets e smartphones.
Tudo isso por causa do desejo de mobilidade que todo usuário de plataformas computacionais tem.
Os notebooks têm a sua história iniciada no início da década de 1980, com o Osborne 1, que pesava
mais de 10 kg. A primeira versão do Osbone não utilizava bateria, mas a posterior possuía uma bateria
fabricada por terceiros, com autonomia extremamente baixa quando ele estava desligado da tomada.
De forma similar aos desktops e auxiliados pela microeletrônica, os notebooks foram diminuindo de
tamanho e aumentando em eficiência, passando a preencher espaços antes ocupados pelos desktops
nas atividades do cotidiano das empresas. É importante destacar também que o desenvolvimento de
tecnologias de acesso à rede sem fio cooperou com a popularização dos notebooks.
Surgiram algumas variações do conceito de notebook e uma delas foi caracterizada por versões ainda
menores, com um número reduzido de recursos. Eles eram conhecidos como netbooks e apareceram por
37
Unidade I
volta de 2007, mas, por diversos motivos, não conseguiram encontrar uma boa aceitação por parte dos
usuários. Alguns desses fatos incluíam suas dimensões (monitor e teclado muito pequenos) e a carência
de recursos tão usados no período, como, por exemplo, o número diminuído de conexões USB.
Em se tratando dos tablets, encontramos as suas primeiras versões lançadas na década de 1990, pela
Acorn Computers. O primeiro recebeu o nome de Newspad. Em 2010, os tablets conseguem alcançar
uma boa fatia de mercado com o lançamento do iPad da Apple e do Galaxy Tab da Samsung. Além da
mobilidade, a tela touch screen era um dos grandes atrativos.
Por fim, partindo para uma ideia mais avançada de mobilidade no uso de recursos computacionais,
chegamos ao uso do smartphone. A IBM criou em 1994 o primeiro smartphone, o Simon. Ele não obteve
sucesso comercial, mas marcou o início da utilização dos smartphones.
Observação
Voltamos a vivenciar uma era dos dados, um pouco diferente daquela das décadas de 1960 e 1970,
quando falávamos nos centros de processamento de dados. O novo momento apresenta o dado como
ativo corporativo de grande importância, considerado por alguns especialistas como o novo petróleo.
Observação
Ainda sobre os dados e as organizações, Stair e Reynolds (2015, p. 170) mencionam que:
Uma organização não pode concluir com sucesso a maior parte das
atividades do negócio sem dados e sem a capacidade gerenciá-los. Ela não
poderia pagar os funcionários, enviar contas, solicitar pedidos ao estoque ou
38
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Esses dados são assim agrupados de forma organizada em arquivos e tabelas que integram o
recurso da infraestrutura de TI, conhecido como banco de dados (BD). O BD é de grande importância
nas corporações para auxiliar na melhor gestão financeira, operacional, comercial e das demais áreas de
negócios, além de ser fundamental no fornecimento de subsídios para a tomada de decisão.
A ideia de BD, sem as características modernas, surgiu com o estabelecimento da TI nas organizações.
No início, os BDs eram armazenados em fitas magnéticas e cartões perfurados e depois foram
substituídos pelos discos rígidos.
Entre os mais diversos benefícios dos bancos de dados é possível mencionar: aprimoramento na
utilização estratégica dos dados; eliminação da redundância de dados; preservação da integridade
dos dados; facilidade na modificação e atualização dos dados; favorecimento da independência dos
programas; melhoria no acesso aos dados e às informações; padronização no acesso de dados; adequada
estrutura para desenvolvimento de software; melhoria na proteção dos dados e compartilhamento do
recurso de dados.
Perceba que a tabela 1 exibe uma matriz de linhas e colunas. As linhas nos remetem à ideia
de registros e trazem dados relativos à entidade armazenada nesta pequena tabela de um BD.
Nela encontramos cinco registros. A entidade localizada no BD é o cliente de uma determinada
organização. As colunas nos remetem à ideia de campos e representam um atributo (característica)
específico do registro da entidade. Na tabela constam cinco campos.
39
Unidade I
tabela de campo-chave, chave primária ou simplesmente chave. Por exemplo, o cliente Carlos José
Coelho tem uma identificação única de número 0004.
Para que um banco de dados funcione de forma adequada, é necessária a instalação de um software
para criar, armazenar, organizar e acessar os dados, além de disponibilizá-los para as aplicações. Trata‑se
do chamado sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD), que permite e gerencia o acesso
simultâneo aos dados e é responsável pela execução de comandos de leitura e gravação no banco
de dados por meio de uma linguagem padrão. A figura 14 apresenta o SGBD no contexto de uso em
aplicações e no banco de dados.
SGBD
Banco
de dados
Um dos mais interessantes tipos de BD é conhecido como banco de dados relacional, que por ser mais
didático será abordado nesta disciplina. O BD relacional organiza os dados em tabelas bidimensionais
com colunas e linhas. Os dados ali armazenados são representados por valores relacionados.
40
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Na figura anterior também encontramos a relação das tabelas por meio do campo “Número_
Fornecedor”, sendo ele chamado de chave estrangeira na tabela de produtos. A chave estrangeira é um
campo comum nas duas tabelas interligadas.
No modelo que utiliza BD relacional podemos encontrar três tipos de relacionamentos. São eles:
• Relacionamento um para um: ocorre quando temos um registro de uma tabela se relacionando
apenas com um registro de outra.
• Relacionamento muitos para muitos: ocorre quando temos muitos registros de uma tabela se
relacionando com muitos registros de outra.
41
Unidade I
Com o crescimento da cultura data driven, os dados e os BDs começaram a ser mais observados
como de fundamental importância para a tomada de decisão corporativa. Pensando, por exemplo, em
uma grande rede varejista, a massa de dados gerada diariamente tem grande potencial para auxiliar os
administradores no delineamento das suas estratégias de oferecimento de novos produtos, na melhoria
de relacionamento com o cliente, redução de custos etc.
A figura 16 apresenta uma evolução das tecnologias de dados e outras utilizadas no apoio à tomada
de decisão corporativa. Observe que esse processo evolutivo abrange desde as ferramentas como os
sistemas de informação para apoio à decisão até as atuais tecnologias de Big Data.
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Anos 1970 Anos 1980 Anos 1990 Anos 2000 Anos 2010
Sistemas de apoio à decisão SI empresarial/executivo Inteligência de negócios Data Warehouse Big Data ...
Primeiramente, comentaremos a respeito do DW, que nada mais é que um grande conjunto de
dados armazenados com potencial interesse estratégico para a tomada de decisão empresarial. Trata-se
de um subconjunto do BD da organização utilizado para efetuar consultas e fazer análises estratégicas
envolvendo dados.
Poderíamos nos perguntar: por que devemos estabelecer um DW na organização se já temos um BD?
Não seria um trabalho adicional?
42
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
na qual o BD é utilizado nas operações do dia a dia, como o registro da venda de um produto, controle
da entrada/saída no estoque, controle do acesso de funcionários etc.
Ele pode ser dividido em pequenos BDs, chamados de Data Mart (DM). Assim, um DM é um
subconjunto do DW. Consequentemente, os dados que foram coletados e disponibilizados no DW e
DM podem ser utilizados na tomada de decisão estratégica da organização. Para isso, há uma série de
técnicas e ferramentas conhecidas como Inteligência de Negócios ou Business Intelligence (BI).
O Data Mining é uma interessante ferramenta utilizada para fornecer percepções dos dados
corporativos que, com dificuldade, são obtidas com o processamento analítico on-line. Ele é totalmente
orientado à descoberta, encontrando padrões de dados e relacionamentos ocultos em grandes BDs
corporativos, auxiliando na inferência de regras que contribuem na previsão de comportamentos futuros.
Na verdade, o Data Mining opera por meio de um conjunto de tecnologias emergentes que
auxiliam na exploração de uma grande massa de dados, extraindo dela o conhecimento para
estabelecer hipóteses.
Em se tratando de tecnologias mais atuais, falaremos agora sobre o Big Data. Fernandes, Diniz e
Abreu (2019) apresentam o Big Data como um arcabouço de tecnologias e ferramentas utilizadas na
rápida e veloz coleta, armazenamento e processamento de grandes massas de dados, de forma que
elas sejam analisadas. Entre as tecnologias de Big Data, podemos citar: data lakes, soluções de análise
preditiva, hadoop, spark, visual analytics etc.
Saiba mais
Para conhecer outros aspectos a respeito das tecnologias Big Data, leia
a primeira parte do seguinte livro:
43
Unidade I
Chegamos agora ao último recurso integrante da infraestrutura de TI, que é representado pelas
redes de computadores e telecomunicações, fundamentais para os negócios e a vida das pessoas nas
sociedades atuais. Esse recurso (redes de computadores e telecomunicações) ressignificou inclusive a
utilização dos outros, por exemplo, o software, que hoje somente encontra lógica quando está em uma
conexão em rede.
Canal de
Emissor comunicação Receptor
Todos os sistemas de telecomunicações têm a sua constituição baseada na ideia dos componentes
mencionados na figura 17. Entre os mais diversos sistemas, podemos citar:
• Comunicação via satélite: grande sistema que utiliza um repetidor de sinal, chamado de satélite,
que com os seus transponders amplifica os sinais de diferentes frequências.
• Comunicação por fibras ópticas: sistema que utiliza os cabos de fibra de vidro extremamente
transparentes no transporte das informações via sinais de luz.
• Telefonia fixa: um dos mais antigos sistemas e opera em grande parte por meio de cabos de
pares metálicos na transmissão de sinais de voz através de uma rede comutada por circuitos. Seu
meio físico também é utilizado para a transmissão de dados.
• Comunicação móvel celular: sistema que opera por meio da transmissão de ondas eletromagnéticas
para o envio e a recepção de sinais de voz e dados. Todo o processo se dá por meio da comunicação
entre a estação móvel celular (telefone) e a Estação Rádio Base (ERB).
44
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Por volta da segunda metade do século XX, quando surgem os primeiros computadores, estabelece‑se
a necessidade de interligá-los em rede, para prover o compartilhamento de recursos e a comunicação
entre os usuários. As primeiras redes de computadores de cunho arcaico se estabelecem, com um
grande crescimento observado entre as décadas de 1980 e 1990 devido ao surgimento da internet.
São elementos das redes de computadores: protocolos, meios físicos, dispositivos e mensagens.
• Meio físico: utilizado para interligar dispositivos. Ele pode ser confinado ou não confinado. Na
forma confinada, temos os cabos de pares metálicos, os cabos de fibra óptica e os cabos coaxiais.
Na forma não confinada, temos os meios sem fio e conexão wireless e não temos a utilização de
cabos para a transmissão de sinais.
• Mensagens: significam aquilo que desejamos transmitir entre a origem e o destino. A formação,
codificação e formatação da mensagem obedecem a regras que, como já vimos, são chamadas
de protocolos.
45
Unidade I
Observação
2.2.4 Internet
Para conhecermos a história da internet, é necessário voltarmos para o final da década de 1960,
quando a Agência de Projetos e Pesquisas Avançadas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos
criou a Arpanet. Ela é considerada a precursora da internet, interligando um número bem pequeno
de computadores.
No início da década de 1980, a Arpanet foi dividida em duas redes: uma para fins exclusivamente
militares e a outra destinada à pesquisa e interconexão do ambiente acadêmico. Ainda, na mesma
década, mais redes foram interligadas à Arpanet, tanto dentro quanto fora dos EUA, e acabaram por
formar o que conhecemos hoje como internet.
Poucos anos depois houve o crescimento exponencial da internet, que se configurou como o maior
e mais importante fato tecnológico atual, sempre em constante expansão à medida que cada vez mais
empresas, organizações, usuários, computadores e redes aderem a ela.
Olhando para os dias de hoje, percebemos praticamente o mundo todo conectado por meio de
ferramentas de redes. Elas são cada vez mais utilizadas, principalmente as plataformas mobile (telefonia
móvel celular).
Há diversas tecnologias de conexão à internet e comunicação de longa distância que podemos usar
em nossas residências e nas empresas que trabalhamos, como, por exemplo, a tecnologia Linha Digital
Assimétrica para Assinante (Asymmetric Digital Subscriber Line – ADSL), as tecnologias de conexão via
fibras ópticas, entre outras. As tecnologias ADSL trabalham com um processo de transmissão de sinais
no mesmo cabo de cobre utilizado no sistema de telefonia fixa. As tecnologias de conexão por fibras
ópticas, por exemplo, Fiber to the Home (FTTH), utilizam a fibra óptica para a transmissão de sinais,
sendo essas as que alcançam maiores velocidades.
46
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Resumo
47
Unidade I
Exercícios
Computação moderna
A computação moderna pode ser definida pelo uso de computadores digitais, que não utilizam
componentes analógicos como base de seu funcionamento, podendo ser dividida em várias gerações.
Eniac
Figura 18
A principal inovação foi a computação digital, muito superior aos projetos mecânicos-analógicos
desenvolvidos até então. Com o Eniac, a maioria das operações era realizada sem a necessidade de
movimentar peças de forma manual, e sim pela entrada de dados no painel de controle.
Essa máquina era muito grande, com aproximadamente 25 metros de comprimento por 5,5 metros
de altura, com peso total de 30 toneladas. O valor representa algo como um andar inteiro de um prédio.
48
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Na segunda geração, houve a substituição das válvulas eletrônicas por transistores, o que diminuiu
muito o tamanho do hardware. A tecnologia de circuitos impressos também foi criada, evitando que
fios e cabos elétricos ficassem espalhados. É possível dividir os computadores dessa geração em duas
grandes categorias: supercomputadores e minicomputadores.
IBM 7030
O IBM 7030, também conhecido como Strech, foi o primeiro supercomputador lançado na segunda
geração, desenvolvido pela IBM. Seu tamanho era bem reduzido se comparado com máquinas como o
Eniac, podendo ocupar somente uma sala comum. Ele era utilizado por grandes companhias, custando
em torno de 13 milhões de dólares na época.
A máquina executava cálculos em microssegundos, o que permitia até 1 milhão de operações por
segundo; dessa maneira, um novo patamar de velocidade foi atingido.
Várias linguagens foram desenvolvidas para os computadores de segunda geração, como Fortran,
Cobol e Algol; assim, softwares podiam ser criados com mais facilidade. Muitos mainframes (modo
como as máquinas da época são chamadas) ainda estão em funcionamento em várias empresas, como
na própria IBM.
Figura 19
49
Unidade I
Os computadores dessa geração foram conhecidos pelo uso de circuitos integrados que permitiram
que uma mesma placa armazenasse vários circuitos que se comunicavam com hardwares distintos
ao mesmo tempo. Dessa maneira, as máquinas se tornaram mais velozes e com um número maior de
funcionalidades. O preço também diminuiu consideravelmente.
Um dos principais exemplos da terceira geração é o IBM 360/91, lançado em 1967, um grande
sucesso em vendas na época. Essa máquina já trabalhava com dispositivos de entrada e saída modernos,
como discos e fitas de armazenamento, além de poder imprimir todos os resultados em papel.
O IBM 360/91 foi um dos primeiros a permitir programação da CPU por microcódigo, então as
operações usadas por um processador qualquer podiam ser gravadas através de softwares, sem a
necessidade de projetar todo o circuito de forma manual.
A quarta geração é conhecida pelo advento dos microprocessadores e computadores pessoais, com a
redução drástica do tamanho e do preço das máquinas. As CPUs atingiram o incrível patamar de bilhões
de operações por segundo, permitindo que muitas tarefas fossem implementadas.
De alguns anos para cá, cada vez mais computadores móveis são lançados no mercado, os quais
podem ser carregados dentro do bolso — por isso o seu nome. Entre esses dispositivos, podemos
citar os celulares, que cada vez mais executam funções existentes nos computadores, tendo sistemas
operacionais completos, além de palmtops, pendrives, câmeras fotográficas, TVs portáteis etc.
Disponível em: https://bit.ly/3pzg6SS. Acesso em: 3 dez. 2021. Adaptado.
III – Os computadores de terceira geração empregavam circuitos integrados, o que gerou maior
grau de compactação, aumento de velocidade de processamento e diminuição de custos em relação à
geração anterior.
50
PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
B) I, II e IV, apenas.
D) I e II, apenas.
I – Afirmativa correta.
Justificativa: de acordo com o texto, “a primeira geração de computadores modernos tinha como
principal característica o uso de válvulas eletrônicas com dimensões enormes e que utilizavam
quilômetros de fios, chegando a atingir temperaturas muito elevadas, o que frequentemente causava
problemas de funcionamento”.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: de acordo com o texto, “na segunda geração, houve a substituição das válvulas
eletrônicas por transístores, o que diminuiu muito o tamanho do hardware”. Além disso, “a tecnologia de
circuitos impressos também foi criada, evitando que fios e cabos elétricos ficassem espalhados”.
Justificativa: de acordo com o texto, “os computadores de terceira geração foram conhecidos
pelo uso de circuitos integrados que permitiram que uma mesma placa armazenasse vários circuitos
que se comunicavam com hardwares distintos ao mesmo tempo”. Além disso, “dessa maneira, as
máquinas se tornaram mais velozes e com um número maior de funcionalidades” e “o preço também
diminuiu consideravelmente”.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: de acordo com o texto, “a quarta geração é conhecida pelo advento dos microprocessadores
e computadores pessoais, com a redução drástica do tamanho e do preço das máquinas”. Além
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Unidade I
disso, “as CPUs atingiram o incrível patamar de bilhões de operações por segundo, permitindo que
muitas tarefas fossem implementadas”.
Hardware
Software
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas e a relação proposta entre elas.
porque
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PRINCÍPIOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
I – Afirmativa verdadeira.
Justificativa: de acordo com o texto, “os componentes da infraestrutura de TI são feitos de elementos
interdependentes, e os dois grupos principais de componentes são o hardware e o software”. Além disso,
“o hardware usa software como um sistema operacional para trabalhar” e “um sistema operacional
gerencia recursos do sistema de hardware”.
II – Afirmativa falsa.
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