Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Economista, contador, mestre em Administração. Exerceu diversos cargos de gerência e direção em empresas
nacionais e multinacionais. Lecionou disciplinas da área contábil em Instituições como FAAP, ESPM durante mais de
20 anos, foi Coordenador Geral do curso de Ciências Contábeis da UNIP. Atualmente leciona e coordena o curso de
Ciências Contábeis da UNIP Paraíso.
CDU 657.3
U512.18 – 21
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Geraldo Teixeira Jr.
Amanda Casale
Virgínia Bilatto
Sumário
Contabilidade Comercial
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 NOÇÕES DE COMÉRCIO E OPERAÇÕES COM MERCADORIAS........................................................ 11
1.1 Tipos de entidades mercantis........................................................................................................... 11
1.2 Operações com mercadorias............................................................................................................. 12
1.3 Resultado bruto com mercadorias (RCM)................................................................................... 13
1.4 Métodos de avaliação do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), do
Resultado Com Mercadorias (RCM) e dos Estoques Finais de Mercadorias......................... 14
2 MÉTODO DO PREÇO ESPECÍFICO – MÉTODO “MAIS SIMPLES” DE AVALIAÇÃO DO
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV), DO RESULTADO COM MERCADORIAS
(RCM) E DOS ESTOQUES FINAIS DE MERCADORIAS.............................................................................. 15
2.1 Conceito e utilização........................................................................................................................... 15
2.2 Contabilização........................................................................................................................................ 16
2.3 Exemplo..................................................................................................................................................... 18
3 MÉTODO DO VAREJO – MÉTODO “SIMPLES” DE AVALIAÇÃO DO CUSTO DAS
MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) E DOS ESTOQUES FINAIS DE MERCADORIAS....................... 21
3.1 Conceito e aplicação............................................................................................................................ 21
3.2 Contabilização........................................................................................................................................ 22
3.3 Exemplo..................................................................................................................................................... 24
4 MÉTODOS PERIÓDICOS – MÉTODOS “SIMPLES” DE AVALIAÇÃO DO CUSTO DAS
MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) E DOS ESTOQUES FINAIS DE MERCADORIAS....................... 26
4.1 Conceito e aplicação............................................................................................................................ 26
4.2 Contabilização pelo método da conta desdobrada................................................................. 27
4.2.1 Exemplo 1................................................................................................................................................... 28
4.2.2 Exemplo 2................................................................................................................................................... 31
4.3 Contabilização pelo método da conta mista............................................................................. 34
4.3.1 Exemplo 1................................................................................................................................................... 35
4.3.2 Exemplo 2................................................................................................................................................... 37
Unidade II
5 MÉTODOS PERMANENTES – MÉTODOS MAIS COMPLEXOS DE AVALIAÇÃO DO CUSTO
DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) E DOS ESTOQUES FINAIS DE MERCADORIAS.............. 44
5.1 Conceito e aplicação............................................................................................................................ 44
5.2 Contabilização........................................................................................................................................ 46
5.3 Exemplo..................................................................................................................................................... 48
6 APLICAÇÃO DOS MÉTODOS PERMANENTES: PEPS, UEPS, MPM E MPF..................................... 50
6.1 PEPS - Primeiro item a Entrar no estoque será o Primeiro a Sair..................................... 51
6.1.1 Contabilização........................................................................................................................................... 53
6.2 UEPS - Último item a Entrar no estoque será o Primeiro a Sair........................................ 56
6.2.1 Contabilização ......................................................................................................................................... 59
6.3 Média Ponderada Móvel (MPM)...................................................................................................... 62
6.3.1 Contabilização........................................................................................................................................... 65
6.4 Média Ponderada Fixa (MPF)............................................................................................................ 68
6.4.1 Contabilização........................................................................................................................................... 70
6.5 Comparação entre os Métodos Permanentes apresentados............................................... 73
Unidade III
7 FATOS QUE ALTERAM OS VALORES DE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS...................... 78
8 REGISTRO DOS FATOS QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS .................................................. 80
8.1 Inventário ou método periódico - registro dos fatos que alteram o valor
das compras.................................................................................................................................................... 80
8.1.1 Devoluções de compras......................................................................................................................... 80
8.1.2 Abatimentos sobre compras .............................................................................................................. 81
8.1.3 Fretes/seguros sobre compras............................................................................................................. 82
8.1.4 Encerramento das contas que afetam as compras.................................................................... 82
8.2 Inventário ou método periódico - registro dos fatos que alteram o valor
das vendas....................................................................................................................................................... 83
8.2.1 Devoluções de vendas............................................................................................................................ 83
8.2.2 Abatimentos sobre vendas................................................................................................................... 84
8.2.3 Encerramento das contas que afetam as vendas ...................................................................... 85
8.3 Apresentação na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) dos fatos
que alteram as compras e as vendas de mercadorias para o inventário ou
método periódico......................................................................................................................................... 85
8.4 Inventário ou método permanente - registro dos fatos que alteram o valor
das compras – ficha de estoques........................................................................................................... 93
8.4.1 Devoluções de compras......................................................................................................................... 93
8.4.2 Abatimentos sobre compras................................................................................................................ 93
8.4.3 Descontos comerciais sobre compras.............................................................................................. 94
8.4.4 Frete sobre compras/seguros ............................................................................................................. 94
8.5 Inventário ou método permanente – registro dos fatos que alteram o valor
das compras – contabilização................................................................................................................. 94
8.5.1 Devoluções de compras ....................................................................................................................... 94
8.5.2 Abatimentos sobre compras .............................................................................................................. 95
8.5.3 Fretes/seguros sobre compras............................................................................................................. 96
8.5.4 Apuração das compras líquidas......................................................................................................... 96
8.6 Inventário ou método permanente - registro dos fatos que alteram o valor
das vendas – ficha de estoques.............................................................................................................. 97
8.6.1 Abatimentos e descontos comerciais sobre vendas.................................................................. 97
8.6.2 Devoluções de vendas............................................................................................................................ 97
8.6.3 Fretes e seguros sobre vendas............................................................................................................ 97
8.6.4 Apuração das vendas líquidas............................................................................................................ 97
8.7 Inventário ou método permanente – registro dos fatos que alteram o valor
das vendas – contabilização..................................................................................................................... 98
8.7.1 Registro no Diário das devoluções de vendas.............................................................................. 98
8.7.2 Registro no Diário dos abatimentos sobre vendas..................................................................... 99
APRESENTAÇÃO
Apresentamos mais uma disciplina que compõe o curso de Ciências Contábeis, e consequentemente
a formação de um contador – Contabilidade Comercial. Acreditamos que já tenha visto em nosso site o
número e o nome das disciplinas necessárias para a formação de um profissional na área contábil, cada
uma com suas especificidades, algumas você já conhece e agora, entre outras disciplinas que compõem
a grade curricular, teremos a Contabilidade Comercial, então você deverá estar se perguntando, qual a
finalidade desta disciplina? É realmente importante o seu estudo para minha formação de contador? Onde
aplicarei tais conhecimentos? Perguntas e mais perguntas são de extrema importância para, em primeiro
lugar, entendermos se realmente tais conhecimentos serão utilizados para a formação de um contador,
e, em segundo lugar, é a partir da aplicação de tais conhecimentos que o interesse, como estudante de
Ciências Contábeis, deve aumentar, ou não.
Preferimos responder que o interesse só irá aumentar, uma vez que será a partir dos conhecimentos
adquiridos na disciplina Contabilidade Comercial, voltada especificamente às empresas do ramo comercial
(um número significativo de empresas em nosso país), para quem será possível analisar, por exemplo, se o
resultado obtido com a venda de determinada mercadoria foi positivo ou negativo, ou seja, se a empresa
ganhou ou perdeu com tal operação, ou ainda, se os preços pagos pelas mercadorias para posterior
revenda aumentarem significativamente, terei como obter o mesmo resultado esperado? E ainda, se para
atividade comercial sua receita principal refere‑se à revenda de mercadorias, logo pode‑se entender que o
investimento no bem chamado estoque será extremamente significativo para essa atividade?
Essas e outras perguntas relacionadas à atividade comercial serão respondidas ao longo do nosso
livro‑texto.
INTRODUÇÃO
O objetivo principal desta disciplina, conforme exposto, está em demonstrar e apurar o resultado
bruto (lucro ou prejuízo) com as mais diversas operações ocorridas numa empresa com atividade
comercial (empresa que compra mercadorias e as revende sem quaisquer alterações). Entre as operações
de compra e venda, também podem ocorrer as devoluções, quer de compras ou de venda, e aqui está
uma das maiores preocupações: os impactos na formação do resultado do respectivo período.
Vale informar que toda e qualquer operação financeira de uma empresa deve ser registrada, ou seja,
deve ser feita a contabilização dos fatos, por meio das partidas dobradas, utilizando‑se sempre os dois
principais livros contábeis – Diário e Razão.
Outras questões ocorrem numa atividade comercial, por exemplo, os descontos comerciais (redução
do preço de compra e ou venda no ato da operação), talvez uma das operações mais comuns de tal
atividade, e assim, pergunta‑se, como proceder seu registro contábil? Também vamos abordar em nosso
livro‑texto assuntos dessa natureza.
Não podemos nos esquecer de que existem os impostos, tanto sobre as compras quanto sobre
as vendas de mercadorias, mas, para melhor entendimento, abordaremos o assunto impostos sobre
9
Unidade I
compras e vendas na disciplina Contabilidade Tributária, aqui, quando for o caso, apenas informaremos
os valores dos impostos incidentes na respectiva operação.
A partir do exposto, podemos afirmar que a disciplina Contabilidade Comercial vai além da apuração
do resultado bruto do período, seu objetivo também está na apuração do valor dos estoques de
mercadorias nas empresas comerciais. Em outras palavras, para uma atividade comercial, o estoque
de mercadorias representa nada mais do que seu principal investimento, assim, seu controle é de extrema
importância, uma vez que, em contrário, poderá comprometer a sobrevivência da respectiva empresa.
A partir dos tipos mais comuns de avaliação dos estoques, distribuídos nas unidades do nosso
livro‑texto, serão consideradas operações que normalmente envolvem uma transação comercial, tais
como: descontos, fretes, devoluções, entre outras; porém, a finalidade será sempre a mesma, apurar
o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) que levará ao valor do Resultado Bruto com Mercadorias
(RCM), ou Lucro Bruto (LB) como também é conhecido, a partir sempre da receita principal da atividade
comercial – a revenda das mercadorias.
É de extrema importância que você, estudante de Ciências Contábeis, tenha conhecimento que toda
abordagem em nosso livro‑texto segue a Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007 (alteração da Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976), que introduziu o Brasil no contexto Internacional de Contabilidade
e por consequência a necessidade de adotarmos procedimentos técnicos que atendam às Normas
Internacionais de Contabilidade (IAS – International Accounting Standards e IFRS – International
Financial Reporting Standards). Ao longo do nosso livro‑texto, faremos algumas chamadas de assuntos
relacionados à disciplina Contabilidade Comercial, em que haverá, por sua vez, a possibilidade de buscar
mais assuntos para complementar sua formação acadêmica, embora o livro‑texto ora apresentado esteja
totalmente adequado ao assunto proposto (contabilidade comercial), a sua participação é de extrema
importância, uma vez que permitirá de forma ampla o encontro do ensino‑aprendizagem.
10
CONTABILIDADE COMERCIAL
Unidade I
1 NOÇÕES DE COMÉRCIO E OPERAÇÕES COM MERCADORIAS
Em termos gerais, pode‑se afirmar que desde que o mundo é mundo o comércio existe, ou seja,
a troca de mercadorias entre as pessoas com a finalidade de satisfazer às mais diversas necessidades
humanas.
Pode‑se entender que a atividade comercial é uma das mais importantes dentro do cenário
econômico, uma vez que coloca à disposição de seus consumidores uma infinidade de itens necessários
para suprir os mais diversos anseios do ser humano.
Sabe‑se que na Antiguidade o comércio era feito por meio do escambo, ou seja, troca de mercadoria
por mercadoria, não havia moeda. O povo, na sua maioria, era nômade, não fixava residência, o fato
de ir de um lugar para outro, em alguns momentos, fazia com que sobrassem itens e faltassem outros,
por exemplo, a sobra de pequenos animais, como galinha e porcos, e falta itens como vestimenta e
calçados, conforme conta a história da humanidade, e assim, ocorria a troca ou escambo dos excedentes
com as respectivas necessidades, o que ocorre até hoje, porém, tendo a moeda como troca, ou seja, as
mercadorias passaram a ter um valor monetário.
Saiba mais
As entidades ou empresas mercantis são aquelas com atividades exclusivamente comerciais, ou seja,
compram e revendem mercadorias, e são classificadas em dois grandes grupos: empresas comerciais
atacadistas e empresas comerciais varejistas.
11
Unidade I
Vale informar que as empresas comerciais varejistas também podem comprar suas mercadorias das
indústrias, porém alguns fatores podem impedir essa decisão, por exemplo, política de compra (quanto
e quando comprar), política de financiamentos (à vista ou a prazo), ou seja, as indústrias vendem seus
produtos em maior quantidade, o que para uma empresa varejista nem sempre é possível a aquisição em
grande escala, tendo, assim, como melhor opção adquirir suas mercadorias de outra empresa comercial,
ou seja, das empresas comerciais atacadistas.
Outra classificação refere‑se àquelas empresas que compram e vendem “por conta própria” (empresas
atacadistas e varejistas) e àquelas que operam “por conta de terceiros” (os chamados representantes
comerciais, que atuam no mercado apenas como intermediários das transações, recebendo uma
comissão pelo serviço prestado).
Saiba mais
As empresas que têm como atividade principal a compra e venda de mercadorias (sem nada
acrescentar às mercadorias compradas para sua venda) são denominadas empresas comerciais.
Nas empresas comerciais, as operações de compra e venda de mercadorias constituem o seu principal
objetivo operacional, uma vez que todos os investimentos em infraestrutura (pessoal, treinamento,
tecnologia etc.) são realizados para que a empresa consiga conquistar sua principal finalidade: revender
as mercadorias adquiridas e assim formar sua receita.
Sendo a principal finalidade de uma empresa comercial a compra e venda de mercadorias, será na operação
de venda que a empresa terá a sua evolução patrimonial, ou seja, a partir da receita gerada com tal transação.
Nesta disciplina, abordaremos as principais operações que envolvem compras e vendas de mercadorias
com seus desdobramentos, entre eles, descontos, abatimentos e devoluções.
12
CONTABILIDADE COMERCIAL
A receita principal de uma empresa comercial ocorre a partir das vendas das mercadorias adquiridas
para esta finalidade, ou seja, toda empresa comercial depende primeiro do investimento chamado
estoques, da compra de mercadorias, e em seguida revender tais mercadorias por um preço maior do
que aquele pelo qual foram adquiridas.
É importante lembrarmos que os bens, direitos e obrigações compõem o patrimônio de uma empresa
e, ainda, que os bens e direitos formam o ativo, e as obrigações o passivo de quaisquer entidades. Assim,
o investimento em estoques, ou seja, bens adquiridos para revenda, serão registrados primeiro no ativo
da empresa e quando ocorrer a venda serão baixados. Porém, para que a empresa alcance um ganho
com essa venda, precisa revender as mercadorias por um valor acima daquele adquirido, formando o
resultado bruto com mercadorias ou lucro bruto.
O resultado com mercadorias, ou lucro bruto, é obtido aritmeticamente pelas empresas comerciais,
subtraindo‑se da receita total das vendas de mercadorias o custo pelo qual essas mercadorias foram
adquiridas, ou seja:
Ou
RCM = V – CMV
O resultado com mercadorias é importante para as empresas comerciais, por representar o resultado
principal obtido pela sua atividade, em outras palavras, á partir do RCM ou LB que a empresa saberá se está
ganhando ou perdendo com o investimento chamado estoques; se as receitas de vendas não cobrirem o
custo de aquisição destas mercadorias, a empresa não terá condições de manter sua estrutura (despesas
necessárias para o desenvolvimento de sua atividade) e assim, fatalmente, entrará num processo de falência.
Para obtenção do Resultado Líquido do Período (RLP), parte‑se do RCM acrescentando‑se outras
receitas e subtraindo‑se das despesas, conforme demonstrado:
Lembrete
13
Unidade I
Exemplificando: a Comércio de Brinquedos “Sonho Belo” Ltda., durante o mês de março de 2009,
apurou os seguintes valores em seus registros contábeis:
Vendas................................................................... $ 170.000
Pede‑se apurar o RCM – Resultado com Mercadorias e o RLP – Resultado Líquido do Período, por
meio da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício:
DRE
Vendas 170.000
(‑) CMV 120.000
(= )RCM ou Lucro bruto 50.000
(+) Receita de comissões 20.000
(‑) Despesas de salários 28.000
(‑) Despesas de vendas 30.000
(‑) Despesas gerais 10.000
(=) Resultado líquido do período 2.000
Observação
14
CONTABILIDADE COMERCIAL
Em resposta a esse questionamento, podemos afirmar que existem quatro métodos que permitem a
apuração do CMV, do RCM e consequentemente o valor dos Estoques Finais de Mercadorias:
Quadro 1
Em termos didáticos, ou seja, para um melhor entendimento sobre a formação do CMV (Custo das
Mercadorias Vendidas), RCM (Resultado com Mercadorias ou Lucro Bruto como também é conhecido)
e consequentemente o valor do Estoque Final de Mercadorias, faremos uma classificação dos métodos
em “Mais Simples”, “Simples” e “Complexos”, ou seja, para o “Mais Simples”: teremos o método do preço
específico; já para o “Simples”, deixaremos o método do varejo e métodos periódicos, ficando, portanto,
para o “Complexos” os métodos permanentes.
O método do preço específico é utilizado por empresas que comercializam mercadorias de valor
significativo. Ele relaciona cada venda a seu custo respectivo. É usado quando for possível identificar
claramente a mercadoria e o seu custo, sendo comum sua utilização por empresas que comercializam
veículos, imóveis, obras de arte, equipamentos pesados, entre outros.
Portanto, independentemente da época que foi adquirido o item para estoque que agora será
vendido, o CMV e o RCM (ou lucro bruto) serão apurados tomando‑se como base o valor de aquisição.
A empresa, quando utilizar o método do preço específico, deverá utilizar uma ficha de controle de
estoque, para melhor identificar o custo de aquisição e a respectiva venda do produto e assim apurar o
seu CMV, logo cada tipo de mercadoria terá sua respectiva ficha.
15
Unidade I
2.2 Contabilização
No método do preço específico, as aquisições de itens para o estoque são registradas diretamente
na conta de mercadorias. Em termos gerais, pode‑se entender que o método utiliza três contas básicas:
• Mercadoria: é uma conta patrimonial (BP) que representa o estoque. É debitada nas compras,
recebendo como crédito também uma conta patrimonial (BP). Se a operação for à vista,
credita‑se a conta Caixa ou Bancos, se for a prazo, a conta deverá representar uma obrigação,
preferencialmente, a conta Fornecedores. A conta de Mercadorias é creditada no momento da
venda, para informar o custo das mercadorias vendidas. Seu saldo mostrará o valor dos estoques
de mercadorias no momento;
• Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): é uma conta de resultado (DRE), debitada pelo valor do
custo de cada venda e a conta creditada será a de Mercadorias;
• Vendas: é uma conta de resultado (DRE); é creditada pelo valor bruto da venda e a conta debitada será
uma conta patrimonial (BP). Se a operação for à vista, debita‑se a conta Caixa ou Bancos, se for à prazo,
a conta deverá representar um direito, ou seja, Duplicatas a Receber, Clientes ou Contas a Receber.
Os saldos das contas CMV e Vendas, no final do período, serão transferidos para a conta Resultado
Bruto com Mercadorias (RCM), e esta última mostrará o resultado bruto da empresa, ou seja, o resultado
alcançado com sua atividade principal – a compra e revenda de mercadorias.
16
CONTABILIDADE COMERCIAL
Na compra de mercadorias
D – Mercadorias
Na venda de mercadorias
No método do preço específico, devemos proceder dois registros quando tratamos das vendas das mercadorias.
O primeiro, para registrarmos as vendas propriamente ditas, ou seja, as receitas, e o segundo para
registrar o custo das mercadorias vendidas.
Para apuração do resultado com mercadorias, teremos que encerrar no mínimo duas contas, a
Receita de Vendas e o Custo das Mercadorias Vendidas (independente da ordem), assim teremos:
17
Unidade I
Observação
2.3 Exemplo
A empresa Gama S/A é revendedora de veículos para frotistas. No início de novembro de 2009, tinha
um saldo de $ 100.000 em caixa e dois veículos do tipo X em estoque a um custo de $ 30.000 cada.
Durante novembro, ocorreram as seguintes operações, todas à vista:
O exemplo nos mostra três modelos diferentes de veículos, logo deveremos elaborar três fichas de
controle de estoques, em seguida, as operações serão registradas no Diário e Razão.
Veículo - tipo X
18
CONTABILIDADE COMERCIAL
Veículo - tipo Y
Veículo - tipo W
Figura 2
Conforme demonstrado em Ficha de Estoque, é possível conhecer o CMV – Custo das Mercadorias
Vendidas de cada modelo de veículo, uma vez que estamos adotando o método do preço específico.
– D – Mercadorias 25.000
– C – Caixa 25.000
– D – Caixa 45.000
– C – Vendas 45.000
– D – CMV 30.000
– C – Mercadorias 30.000
19
Unidade I
– D – Caixa 30.000
– C – Vendas 30.000
– D – CMV 25.000
– C – Mercadorias 25.000
– D – Mercadorias 40.000
– C – Caixa 40.000
– D – RCM 55.000
– C – CMV 55.000
– D – Vendas 75.000
– C – RCM 75.000
CMV RCM
3) 30.000 7) 55.000 75.000 7.1)
5) 25.000 20.000 → ou Lucro Bruto
55.000 55.000 7)
20
CONTABILIDADE COMERCIAL
Após a apuração do resultado no final de novembro de 2009, observa‑se que a empresa Gama S/A
obteve pelo método do preço específico (um preço para cada item vendido) um Custo das Mercadorias
Vendidas (CMV) no valor de 55.000, um lucro bruto de 20.000 e um estoque final de 70.000, composto
por um veículo tipo X (30.000) e um veículo do tipo W (40.000), que não foram vendidos.
Lembrete
Vendas 75.000
(‑) CMV (55.000)
(=) RCM ou LB 20.000
Iniciamos os nossos estudos sobre a avaliação do Custo das Mercadorias Vendidas, do resultado
de mercadorias e da formação do valor dos estoques finais, em que apresentamos os quatro métodos
principais utilizados para essa situação. Primeiramente, fizemos, para fins didáticos, a classificação dos
métodos entre: “Mais Simples”, “Simples” e “Complexos”, e assim, estudamos como “Mais Simples” o
método do preço específico. Em seguida, buscando a classificação dos Métodos “Simples” estudaremos
dois métodos: o método do varejo e o método periódico; logo, posteriormente, teremos os métodos
permanentes, em outras palavras, os métodos considerados “Complexos” devido às suas características,
o que você, caro aluno, irá concordar na certa com as com classificação de um método mais complexo,
ao compará‑lo com outros já estudados.
O método do varejo, também conhecido por método do preço de venda, é aplicado a empresas
comerciais que possuem um diversidade nos itens a serem comercializados, por exemplo: lojas de
departamentos. Para esse ramo de atividade, a empresa possui vários setores com mercadorias totalmente
distintas, necessitando de uma apuração distinta de outra atividade comercial.
das empresas, ser cada departamento responsável pelas próprias compras e também pelos respectivos
controles de estoques.
Assim, o preço de venda é determinado em cada departamento, tomando‑se como base o custo
de aquisição multiplicado pelo markup (percentual determinado pela empresa sobre o custo de
aquisição para formar o preço de venda), e assim todos os produtos são etiquetados e colocados
nas prateleiras para venda (ou gôndolas, araras, enfim, colocados à disposição do público).
Uma avaliação do estoque poderá ocorrer de duas maneiras: se a empresa optar pela periódica
(levantamento físico do estoque uma vez por ano) ou permanente (levantamento físico do estoque por
dia, semana, ou mês), bastará apurar o número de itens na loja, somar os preços das etiquetas e dividir
pelo markup adotado no departamento.
Saiba mais
3.2 Contabilização
• Mercadoria: é uma conta patrimonial (BP) que representa o estoque. É debitada nas compras,
recebendo como crédito também uma conta patrimonial (BP). Se a operação for à vista,
credita‑se a conta Caixa ou Bancos, se for a prazo, a conta deverá representar uma obrigação,
preferencialmente a conta Fornecedores. A conta de Mercadorias é creditada no momento da
venda, para informar o custo das mercadorias vendidas. Seu saldo mostrará o valor dos estoques
de mercadorias no momento.
• Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): é uma conta de resultado (DRE), debitada pelo valor do
custo de cada venda.
• Vendas: é uma conta de resultado (DRE); é creditada pelo valor bruto da venda e a conta debitada
será uma conta patrimonial (BP). Se a operação for à vista, debita‑se a conta Caixa ou Bancos,
se for a prazo, a conta deverá representar um direito, ou seja, Duplicatas a Receber, Clientes ou
Contas a Receber.
22
CONTABILIDADE COMERCIAL
Os saldos das contas CMV e Vendas, no final do período, serão transferidos para a conta Resultado
com Mercadorias (RCM), e esta última mostrará o resultado bruto da empresa, ou seja, o resultado
alcançado com sua atividade principal – a compra e revenda de mercadorias, sendo possível apurar o
RCM por departamento.
• Na compra de mercadorias
— D – Mercadorias
— C – Caixa ou Bancos ou Fornecedores
• Na venda de mercadorias
Também no método do varejo, devemos proceder dois registros quando tratamos das vendas das
mercadorias.
O primeiro, para registrarmos as vendas propriamente ditas, ou seja, as receitas, e o segundo para
registrar o custo das mercadorias vendidas.
— D – Caixa ou clientes
— C – Vendas
— D – CMV
— C – Mercadorias (pelo valor do custo das mercadorias vendidas apurado de forma periódica ou
de forma permanente, ou seja, utilizando‑se a ficha de estoque)
Para apuração do resultado com mercadorias, teremos que encerrar no mínimo duas contas, a receita
de vendas e o Custo das Mercadorias Vendidas (independente da ordem), assim teremos:
— D – Vendas
— C – RCM
23
Unidade I
— D – RCM
— C – CMV
Observação
Para apuração do resultado líquido do período (lucro ou prejuízo), vale
ressaltar que a conta Resultado Com Mercadorias (RCM) deverá também
ser encerrada contra a conta Apuração do Resultado (ARE), e esta, por
sua vez, contra a conta patrimonial, pertencente ao patrimônio líquido –
Reservas de Lucros ou Prejuízo Acumulado.
3.3 Exemplo
Determinada empresa do ramo comercial, especificamente uma loja de departamentos, adquire uma
mercadoria a prazo por $ 120. A empresa atribui um lucro de 30% sobre o custo, ou seja, um markup
de 1,30. Assim, pode‑se afirmar que o lucro sobre a venda será de 23%, e as vendas ocorrem somente à
vista e não há estoques iniciais e finais no período.
Tabela 1
• No Diário
— 1. Contabilização da compra
– D – Mercadorias 120
– C – Fornecedores 120
— 2. Contabilização da receita
– D – Caixa 156
– C – Vendas 156
24
CONTABILIDADE COMERCIAL
– D – CMV 120
– C – Mercadorias 120
• No Razão1
Como na outras transações, poderemos encerrar as contas de resultado (vendas e Custos das
Mercadorias Vendidas) e apurar o Resultado com Mercadorias (RCM) ou Lucro Bruto do período.
• No Diário
– D – Vendas 156
– C – RCM 156
– D – RCM 120
– C – CMV 120
• No Razão
Vendas CMV
4) 156 156 2) 3)120 120 4.1)
RCM
4.1) 120 156 4)
36 → ou
Lucro
Bruto
1
Em que SI = Saldo Inicial, e SF = Saldo Final.
25
Unidade I
Lembrete
Vendas 156
(‑) CMV (120)
(=) RCM ou LB 36
O sistema de inventário periódico é um sistema simples que é adotado pela empresa que não quer
ou que não tem condições de manter controle permanente e contínuo dos estoques de mercadorias,
sendo mais comum a sua utilização nas pequenas e médias empresas comerciais.
Conforme exposto, nesse sistema, os lançamentos são realizados no fim do período contábil, por
ocasião do inventário físico, objetivando a apuração do resultado. Não se faz, portanto, o lançamento
na conta mercadoria por ocasião da compra ou da venda de mercadorias durante o intervalo entre
um inventário e outro. A conta mercadoria é utilizada apenas para registrar o estoque final, que será o
estoque inicial do próximo período contábil.
Há duas técnicas para utilizar o método de controle de inventário periódico, basicamente, a diferença
está nas contas contábeis a ser utilizada, as técnicas são: conta desdobrada de mercadorias e conta
mista de mercadorias.
26
CONTABILIDADE COMERCIAL
A contabilização de mercadorias pelo sistema de inventário periódico pode ser feita abrindo‑se
contas específicas para cada operação, ou seja, uma conta para registrar as compras, outra conta para
registrar as vendas e outra para registrar as mercadorias pelo seu valor de estoque inicial e final; é o
chamado método de conta desdobrada de mercadorias.
O sistema de inventário periódico pelo método da conta desdobrada utiliza, portanto, para o registro
de operações com mercadorias, três contas específicas:
• Compras: é uma conta de resultado, cuja função é registrar todas as compras de mercadorias realizadas
pela empresa mediante o lançamento do débito. Ela é creditada na ocasião do encerramento do
exercício social, quando seu saldo é transferido para o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).
• Vendas: é uma conta de resultado (receita), cuja função é registrar todas as vendas de mercadorias
realizadas pela empresa, sejam elas realizadas à vista ou a prazo, mediante o lançamento do
crédito. Ela é debitada na ocasião do encerramento do exercício social, quando seu saldo é
transferido para o Resultado Com Mercadorias (RCM).
• Mercadorias: é uma conta patrimonial cujo saldo devedor inicial (EI) fica inalterado durante todo
o período, até que se proceda à nova contagem física (inventário) dos estoques. Para apuração do
Custo das Mercadorias Vendidas, o valor do estoque inicial será creditado na conta mercadoria e
debitado no CMV, e o valor do estoque final, apurado no novo inventário, será debitado na conta
Mercadoria e creditado no CMV.
CMV = EI + C – EF
A apuração do RCM ou Lucro Bruto, conforme já estudado também poderá ser apurada por fórmula3:
RCM = V‑ CMV
Observação
2
Em que: CMV = Custo das Mercadorias Vendidas; EI = Estoque Inicial; C = Compras e EF = Estoque Final.
3
Em que: RCM = Resultado com Mercadorias; V = Vendas e CMV = Custo das Mercadorias Vendidas.
27
Unidade I
4.2.1 Exemplo 1
A empresa comercial Lota S/A apresenta um saldo de caixa em 01/01/2008 no valor de 300.000.
Efetuar os lançamentos no Diário e no Razão, considerando que a empresa efetuou à vista as seguintes
operações:
Resolução
• No Diário
– D – Compras – 40.000
– C – Caixa - 40.000
– D – Caixa - 35.000
– C – Vendas - 35.000
– D – Compras - 18.000
– C – Caixa - 18.000
– D – Caixa - 40.000
– C – Vendas - 40.000
28
CONTABILIDADE COMERCIAL
• No Razão
Caixa Compras
SI 300.000 40.000 1) (1 40.000
(2 35.000 18.000 3) (3 18.000
40.000 58.000
(4 375.000 58.000
317.000
Vendas
35.000 2)
40.000 4)
75.000
• No Diário
– D – CMV - 20.000
– D – CMV - 58.000
– C – Compras - 58.000
– C – CMV - 25.000
– D – Vendas - 75.000
– C – RCM - 75.000
– D – RCM - 53.000
– C – CMV - 53.000
29
Unidade I
• No Razão
Mercadorias Compras
→ ou
40.000 4) 5.1) 58.000 22.000 Lucro Bruto
Observação
CMV = EI + C – EF
CMV = 53.000
RCM = V – CMV
RCM = 22.000
Lembrete
30
CONTABILIDADE COMERCIAL
não podemos esquecer que para os usuários das informações contábeis, quer
internos ou externos, deveremos elaborar as demonstrações financeiras.
Especificamente para o nosso exemplo teremos somente a Demonstração
do Resultado do Exercício – DRE, uma vez que não temos dados suficientes
para elaborar o Balanço Patrimonial.
Vendas 75.000
(=)RCM ou LB 22.000
4.2.2 Exemplo 2
Dando continuidade aos saldos anteriores: a empresa Comercial Lota S/A apresenta um saldo de
caixa em 31/01/2008 no valor de 317.000. Efetuar os lançamentos do Diário e no Razão, considerando
que a empresa efetuou à vista as seguintes operações em fevereiro 2008:
• No Diário
– D – Compras 55.000
– C – Caixa 55.000
– D – Caixa 68.000
– C – Vendas 68.000
31
Unidade I
– D – Compras 62.000
– C – Caixa 62.000
– D – Caixa 75.000
– C – Vendas 75.000
Observação
• No Razão
Caixa Compras
Vendas
68.000 2)
75.000 4)
143.000
• No Diário
– D – CMV 25.000
32
CONTABILIDADE COMERCIAL
– D – CMV 117.000
– C – Compras 117.000
– C – CMV 42.000
– D – Vendas 143.000
– C – RCM 143.000
– D – RCM 100.000
– C – CMV 100.000
• No Razão4
Mercadorias CMV Compras
SI 25.000 25.000 5) 5) 25.000 42.000 7) 1) 55.000
7) 42.000 6) 117.000 2) 62.000
SF 142.000 42.000 117.000 117.000 6)
100.000 100.000 9)
4
Em que SI = saldo inicial e DF = saldo final.
33
Unidade I
Lembrete
Vendas 143.000
(=)RCM ou LB 43.000
Pode‑se entender que “o controle da conta de mercadorias com o método conta mista constitui
uma exceção em toda a Contabilidade” uma vez que, conforme será demonstrado a seguir, a conta
de Mercadorias ora é classificada como conta patrimonial, ora como de resultado, parece confuso,
mas você verá que requer apenas um pouco de atenção para identificar a respectiva conta em cada
classificação.
É importante ressaltar que o método da conta mista não fere a legislação atual, logo, poderá ser utilizado
pela empresas, pois dependendo dos recursos que ela tem disponíveis (por exemplo: físicos, tecnológicos e
também humanos) poderá não ter alternativa para apurar o CMV, RCM e Estoque Final de Mercadorias.
Por esse método de registro da conta Mercadoria, quando a empresa utiliza o inventário periódico,
usa‑se uma única conta Mercadorias para registrar o estoque inicial debitando a conta Mercadorias; as
compras também são lançadas a débito da conta Mercadorias, enquanto as vendas são nela creditadas,
ou seja:
5
EI = estoque inicial.
34
CONTABILIDADE COMERCIAL
• Qualquer que seja o saldo da conta mercadoria conta mista (devedor ou credor), este não representa
o RCM, pois o EF (Estoque Final) de mercadorias não é parte integrante dessa sistemática de
contabilização envolvendo operações com mercadorias.
• Quando o saldo da conta mercadoria conta mista for credor, adicionamos a esse o valor do EF
(apurado extracontabilmente) e teremos um RCM positivo.
• Quando o saldo da conta mercadoria conta mista for devedor, o resultado só será positivo se o
valor do EF (apurado extracontabilmente) for maior do que o valor desse saldo da conta mista.
Saiba mais
Esse método não tem utilização prática em nossos dias, entretanto faz parte do
programa de alguns importantes concursos públicos, entre eles, o de auditor fiscal
da Receita Federal. Para saber mais, acesse o site: <http://www.receita.federal.br>.
4.3.1 Exemplo 1
Resolução
• No Diário
— 1. Compra de mercadorias
– D – Mercadorias – 2.400
– C – Caixa – 2.400
35
Unidade I
— 2. Vendas de mercadorias
– D – Caixa – 4.500
– C – Mercadorias – 4.500
• No Razão6
Mercadorias
SI 1.800 4.500 2)
1) 2.400
4.200 4.500
300
Caixa
SI 9.500
2.400 1)
2) 4.500
14.000 2.400
SF 11.600
Para obtermos o RCM, devemos somar ao saldo credor o estoque final, assim, teremos:
Observemos que, ao final do exercício social, devemos efetuar um lançamento de ajuste para
contabilizar o Estoque Final (EF).
• No Diário
— 3. D – Mercadorias 1.800
— C – RCM 1.800
6
Em que: SI = Saldo Inicial, e SF = Saldo Final.
36
CONTABILIDADE COMERCIAL
• No Razão
Mercadorias RCM
(3) 1.800 300 1.800 3)
SF 1.500
Observação
= 4.500 – CMV
Lembrete
Vendas 4.500
(=)RCM ou LB 1.800
4.3.2 Exemplo 2
Dando continuidade aos saldos: a empresa Lambada S/A apresentou os dados a seguir. Contabilize as
operações utilizando a conta mista de mercadorias e calcule o RCM (considerar todas as operações à vista).
37
Unidade I
• No Diário
— 1. Referentes a Compras:
– D – Mercadoria 3.900
– C – Caixa 3.900
— 2. Referente a Vendas:
– D – Caixa 4.200
– C – Mercadorias 4.200
• No Razão
Mercadorias Caixa
SI 1.500 4.200 2) SI 11.600 3.900 1)
1) 3.900 2) 4.200
5.400 4.200 15.800 3.900
1.200 11.900
RCM = EF – 1.200
Observemos que, ao final do exercício social, devemos efetuar um lançamento de ajuste para
contabilizar o estoque final:
• No Diário
— 3. D – Mercadorias.......1.170
— C – RCM...........................1.170
38
CONTABILIDADE COMERCIAL
• No Razão
Mercadorias RCM
Saldo 1.200 1.170 3)
3) 1.170
EF 2.370
Observação
Lembrete
Vendas 4.200
(=)RCM ou LB 1.170
39
Unidade I
Resumo
40
CONTABILIDADE COMERCIAL
Exercícios
Para responder à questão, é necessário, inicialmente, ordenar as informações recebidas bem como o
que se solicita.
41
Unidade I
• Informações recebidas.
— Estoques = R$ 6.600,00
42
CONTABILIDADE COMERCIAL
Sabe‑se que:
• No dia 10.02.2011, foram vendidas 120 unidades de produtos ao preço de R$ 40,00 cada uma.
O Lucro Bruto com Mercadorias, a quantidade final de unidades em estoque e o valor unitário de
custo em estoques de produtos, no dia 28.02.2011, são de:
43
Unidade II
Unidade II
5 MÉTODOS PERMANENTES – MÉTODOS MAIS COMPLEXOS DE AVALIAÇÃO
DO CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) E DOS ESTOQUES FINAIS
DE MERCADORIAS
Esse sistema possibilita a obtenção de informações gerenciais para a empresa, tais como:
Observação
44
CONTABILIDADE COMERCIAL
Figura 6 – Modelo de Ficha de Estoque (o mesmo utilizado pelo método do preço específico)
Os métodos permanentes, por sua vez, subdividem-se em: PEPS, UEPS, MPM e MPF, dos quais
ora apresentamos os respectivos significados e, em seguida, as explicações detalhadas sobre aplicação,
cálculos e efeitos no resultado do período:
Quadro 2
45
Unidade II
Conforme já estudamos tanto antriormente, é por meio do método adotado que serão apurados
o CMV, o RCM e Estoque Final de Mercadorias. Assim, já podemos entender que a formação
do resultado (lucro ou prejuízo) do período, base para tributação, será influenciado pelo
método escolhido.
A informação sobre o tipo do método: contábil ou gerencial, está relacionada com o Decreto-Lei nº
1.598 de 1977, que altera a legislação do Imposto de Renda, vejamos o Art.14 na íntegra:
Conforme determina o Art.14, o custo das mercadorias revendidas (atividade comercial) e das
matérias-primas terá como base os registros permanentes de estoques, logo caberá à empresa adotar
um dos três métodos permanentes: PEPS, MPM ou MPF, uma vez que o UEPS é não é permitido pela
legislação do Imposto de Renda, conforme alteração do Art.14, § 2º, Redação dada pela Lei nº 8.541
de 1992:
Acredito que tenha ficado entendido que os três métodos permanentes: PEPS, MPM ou MPF são
considerados contábeis justamente por serem aceitos pela legislação atual, enquanto o UEPS torna-se
um método gerencial, mas de extrema importância para a gestão de uma empresa, como será estudado
nos itens a seguir.
5.2 Contabilização
• Mercadoria: é uma conta patrimonial (BP) que representa o estoque. É debitada nas compras,
recebendo como crédito também uma conta patrimonial (BP). Se a operação for à vista,
46
CONTABILIDADE COMERCIAL
credita-se a conta Caixa ou Bancos, se for a prazo, a conta deverá representar uma obrigação,
preferencialmente a conta Fornecedores. A conta de Mercadorias é creditada no momento da
venda, para informar o custo das mercadorias vendidas. Seu saldo mostrará o valor dos estoques
de mercadorias no momento;
• Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): é uma conta de resultado (DRE), debitada pelo valor
do custo de cada venda;
• Vendas: é uma conta de resultado (DRE); é creditada pelo valor bruto da venda e a conta debitada
será uma conta patrimonial (BP). Se a operação for à vista, debita-se a conta Caixa ou Bancos,
se for a prazo, a conta deverá representar um direito, ou seja, Duplicatas a Receber, Clientes ou
Contas a Receber.
Os saldos das contas CMV e Vendas, no final do período, serão transferidos para a conta Resultado
com Mercadorias (RCM), e esta última mostrará o resultado bruto da empresa, ou seja, o resultado
alcançado com sua atividade principal – a compra e revenda de mercadorias.
• Na compra de mercadorias
— D – Mercadorias
• Na venda de mercadorias
No sistema de inventário permanente, devemos proceder a dois registros quando tratamos das
vendas das mercadorias.
O primeiro registro, para registrarmos as vendas propriamente ditas, as receitas, e o segundo para
registrar o custo das mercadorias vendidas.
— D – Caixa ou clientes
— C – Vendas
— D – CMV
Observação
5.3 Exemplo
A empresa Delta possui estoque de mercadorias no valor de 150.000; vende um terço dele por
80.000, sendo a venda à vista. A contabilização será feita da seguinte maneira:
• No Diário
— 1. Contabilização da receita
- D – Caixa 80.000
- C – Vendas 80.000
- D – CMV 50.000
- C – Mercadorias 50.000
• No Razão1
SF 100.000
Continuando nesse exemplo, vamos supor que a empresa, após a realização dessas transações, comprasse
mercadorias a prazo por 30.000 e apurasse o Resultado com Mercadorias (RCM) ou Lucro Bruto do período.
1
SI = Saldo Inicial; SF = Saldo Final.
48
CONTABILIDADE COMERCIAL
• No Diário
• No Razão
Mercadoria Fornecedores
SI 150.000 50.000 2) 30.000 3)
100.000
3) 30.000
SF 130.000 |
• No Diário
• No razão
Vendas CMV
4) 80.000 80.000 1) 2)50.000 50.000 4.1)
RCM
4.1) 50.000 80.000 4)
30.000 → ou
Lucro
Bruto
49
Unidade II
Saiba mais
O exemplo apresentado no item 5.3 nos mostrou um fato importante sobre o valor do CMV, ou seja,
um terço do estoque de mercadorias. Trata-se de uma maneira didática de abordar o assunto, porém o
CMV deverá ser apurado de acordo com métodos que passaremos a estudar.
Se analisarmos a operação de compras, sabemos que diversos motivos (concorrência, índice de preços
– inflação ou deflação) influenciam o custo das mercadorias vendidas. Assim, problemas de atribuição
de valor ao CMV e ao Estoque Final quando compramos mercadorias a preços diferentes podem ser
solucionados quando avaliamos os estoques segundo os quatro principais métodos já expostos:
Observação
Pelo método do PEPS, também conhecido como FIFO, expressão inglesa (First In, First Out), a baixa
das mercadorias vendidas, em termos financeiros, ocorrerá a partir das primeiras entradas, ou seja, tanto
o CMV quanto o estoque de mercadorias serão apurados tomando-se como base o valor de aquisição
das mercadorias mais antigas.
Ao utilizarmos esse método, teremos comparativamente aos outros métodos em uma época de inflação
(preços crescentes ao longo do tempo), o valor do estoque final maior e o CMV menor, pois, na venda
(saída), conforme já mencionado, sairão primeiro as mercadorias mais antigas, geralmente, as com preço
menor de aquisição, permanecendo nos estoques as mercadorias compradas por um preço maior.
Os autores Iudícibus e Marion “reafirmam que o CMV retrata o valor das mercadorias adquiridas
há mais tempo e o que resta, o estoque final, retrata o valor do custo das mercadorias que foram
compradas mais recentemente”.
Exemplo
A comercial Troia Ltda. utiliza o sistema de inventário permanente e realizou as operações a seguir
relacionadas no mês de outubro de 2009, para a mercadoria geladeira branca de 440 litros.
Sabendo-se que a companhia avalia seus estoques pelo método PEPS, que todas as operações foram
a prazo e que no dia 01/10 o estoque de mercadorias era composto por 15 unidades a 450 cada uma,
pede-se determinar para o período:
1. O valor do CMV.
2. O valor do estoque final.
51
Unidade II
Resolução
Respostas
52
CONTABILIDADE COMERCIAL
6.1.1 Contabilização
• No Diário
- D – Mercadorias – 4.000
- C – Fornecedores – 4.000
- D – Mercadorias – 8.800
- C – Fornecedores –8.800
- D – Clientes – 15.000
- C – Vendas – 15.000
53
Unidade II
— 3.1) Em 10.10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 10.750
- C – Mercadorias – 10.750
- D – Mercadorias – 16.800
- C – Fornecedores – 16.800
- D – Clientes – 19.200
- C – Vendas – 19.200
— 5.1) Em 23.10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 13.600
- C – Mercadorias – 13.600
- D – Mercadorias – 5.000
- C – Fornecedores – 5.000
Observação
54
CONTABILIDADE COMERCIAL
• No Razão
Mercadorias Fornecedores
SI 6.750 10.750 3.1) 4.000 1)
1) 4.000 13.600 5.1) 8.800 2)
2) 8.800 16.800 4)
4) 16.800 5.000 6)
6) 5.000
34.600
41.350 24.350
SF 17.000
Clientes Vendas
3) 15.000 15.000 3)
5) 19.200 19.200 5)
34.200 34.200
CMV
3.1) 10.750
5.1) 13.600
24.350
Lembrete
• No Diário
- D – Vendas – 34.200
- C – RCM – 34.200
- D – RCM – 24.350
- C – CMV – 24.350
55
Unidade II
• No Razão
Lembrete
Vendas 34.200
Pelo método UEPS, também conhecido como LIFO, expressão inglesa (Last In, First Out), de forma
contrária ao método PEPS, procede-se a saída primeiramente das mercadorias mais recentes, ficando no
estoque aquelas mercadorias mais antigas. Ao utilizarmos esse método, teremos comparativamente aos
outros métodos em uma época de inflação (preços crescentes ao longo do tempo) o valor do Estoque
Final menor e o CMV maior.
Iudícibus e Marion informam que “o CMV obtido pelo UEPS reflete o valor das mercadorias
compradas mais recentemente e o Estoque Final retrata o valor das mercadorias compradas mais
antigamente”.
Exemplo
A comercial Troia Ltda. utiliza o sistema de inventário permanente e realizou as operações a seguir
relacionadas no mês de outubro de 2009, para a mercadoria geladeira branca de 440 litros.
56
CONTABILIDADE COMERCIAL
Sabendo-se que a companhia avalia seus estoques pelo método UEPS, que todas as operações
foram a prazo e que no dia 01/10 o estoque de mercadorias era composto por 15 unidades a 450 cada
uma, pede-se determinar para o período:
1. O valor do CMV.
5. O valor do RCM.
Resolução
57
Unidade II
Respostas
58
CONTABILIDADE COMERCIAL
6.2.1 Contabilização
• No Diário
- D – Mercadorias – 4.000
- C – Fornecedores – 4.000
- D – Mercadorias – 8.800
- C – Fornecedores – 8.800
- D –Clientes – 15.000
- C – Vendas – 15.000
— 3.1) Em 10/10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 10.800
- C – Mercadorias – 10.800
- D – Mercadorias – 16.800
- C – Fornecedores – 16.800
- D – Clientes – 19.200
- C – Vendas – 19.200
59
Unidade II
— 5.1) Em 23/10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 14.400
- C – Mercadorias – 14.400
- D – Mercadorias – 5.000
- C – Fornecedores –5.000
Observação
• No Razão
Mercadorias Fornecedores
SI 6.750 10.750 3.1) 4.000 1)
1) 4.000 13.600 5.1) 8.800 2)
2) 8.800 16.800 4)
4) 16.800 5.000 6)
6) 5.000
34.600
41.350 25.200
SF 16.150
Clientes Vendas
3) 15.000 15.000 3)
5) 19.200 19.200 5)
34.200 34.200
CMV
3.1) 10.800
5.1) 14.400
25.200
60
CONTABILIDADE COMERCIAL
Lembrete
• No Diário
- D – Vendas – 34.200
- C – RCM – 34.200
- D – RCM – 25.200
- C – CMV – 25.200
• No Razão
Lembrete
61
Unidade II
Vendas 34.200
Saiba mais
Para contornar as dificuldades operacionais causadas pelo controle de valores por lotes, como é feito
nos métodos PEPS e UEPS, uma vez que sem controles de lotes não é possível tanto formar o CMV, o
RCM bem como o valor do Estoque Final, sendo assim, podemos utilizar o método da Média Ponderada,
dividindo-se em Móvel ou Fixa.
No método da Média Ponderada, os estoques são avaliados tomando-se como base o valor total do
estoque dividindo-se pelo número de unidades em estoque.
Para a subdivisão do método, a Média Ponderada Móvel (MPM), os estoques terão seu valor
médio alterado a cada nova unidade comprada por valores diferentes dos valores existentes no
estoque, enquanto para Média Ponderada Fixa (MPF) o valor total dos estoque será dividido pelo
número total de unidades existentes no período.
Vale informar que apesar do detalhamento nos controles dos lotes, em termos contábeis/fiscais,
o método PEPS é o que nos irá fornecer o valor real dos estoques, uma vez que os estoques são
avaliados pelo preço de aquisição de seus respectivos itens. Já em termos gerenciais, o método
UEPS, mesmo com a complexidade também dos controles dos lotes, é o método que indica o
quanto a empresa está gastando para repor os seus estoques. Porém, ao compararmos com o
método da Média Ponderada, é importante entendermos que ganharemos pela simplicidade do
método, conforme exemplos a seguir, mas perderemos com a formação dos valores envolvidos
62
CONTABILIDADE COMERCIAL
sobre avaliação de estoques, uma vez que estaremos alterando o valor de aquisição das mercadorias,
justamente para formamos o valor médio de aquisição.
Porém, conforme veremos a seguir, o método MPM, pela facilidade de operacionalização, é o mais
utilizado pelas empresas comerciais.
Exemplo
Refazendo o exemplo da empresa comercial Troia Ltda. para o mês de outubro de 2009,
e procedendo-se aos arredondamentos necessários (utilizando-se duas casas decimais e
desprezando-se as demais), teremos: a comercial Troia Ltda. utiliza o sistema de inventário
permanente e realizou as operações a seguir relacionadas no mês de outubro de 2009, para a
mercadoria geladeira branca de 440 litros:
Sabendo-se que a companhia avalia seus estoques pelo método MPM, que todas as operações
foram a prazo e que no dia 01/10 o estoque de mercadorias era composto por 15 unidades a 450 cada
uma, pede-se determinar para o período:
1. O valor do CMV.
5. O valor do RCM.
63
Unidade II
Resolução
Respostas
6.3.1 Contabilização
• No Diário
- D – Mercadorias – 4.000
- C – Fornecedores – 4.000
- D – Mercadorias – 8.800
- C – Fornecedores – 8.800
- D – Clientes – 15.000
- C – Vendas – 15.000
— 3.1. Em 10/10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 10.861
- C – Mercadorias – 10.861
- D – Mercadorias – 16.800
- C – Fornecedores – 16.800
- D –Clientes – 19.200
- C – Vendas – 19.200
65
Unidade II
— 5.1. Em 23/10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 13.902,90
- C – Mercadorias – 13.902,90
- D – Mercadorias – 5.000
- C – Fornecedores – 5.000
Observação
• No Razão
Mercadorias Fornecedores
SI 6.750 10.861,00 3.1) 4.000 1)
1) 4.000 13.902,90 5.1) 8.800 2)
2) 8.800 16.800 4)
4) 16.800 5.000 6)
6) 5.000
34.600
41.350 24.763,90
SF 16.585,75
(*)
Clientes Vendas
3) 15.000 15.000 3)
5) 19.200 19.200 5)
34.200 34.200
CMV
3.1) 10.861,00
5.1) 13.902,90
24.763,90
66
CONTABILIDADE COMERCIAL
Lembrete
• No Diário
- D – Vendas – 34.200
- C – RCM – 34.200
- D – RCM – 24.763,90
- C – CMV – 24.763,90
• No Razão
Lembrete
67
Unidade II
Vendas 34.200,00
(=)RCM ou LB 9.436,10
Conforme abordamos no item anterior, a Média Ponderada torna-se um método mais simplificado
para avaliarmos os estoques, se compararmos com o PEPS e UEPS, mas pela sua praticidade torna-se o
método mais utilizado pelas empresas comerciais.
Vejamos agora a sua outra subdivisão, a Média Ponderada Fixa (MPF), em que diferentemente da
Média Ponderada Móvel (MPM), em que a cada unidade comprada diferente do preço já constante em
estoque, a empresa apura uma nova média. A MPF será formada somente uma vez no mês, sendo assim,
lançam-se todas as compras no mês para depois apurar o valor médio de aquisição e, assim, todas as
vendas ocorridas no mesmo período terão o seu CMV apurado pelo mesmo valor de custo médio.
Exemplo
Mais uma vez, utilizaremos os mesmos dados do exemplo da empresa comercial Troia Ltda. para o
mês de outubro de 2009, e procedendo-se aos arredondamentos necessários (utilizando-se duas casas
decimais e desprezando-se as demais), teremos: a comercial Troia Ltda. utiliza o sistema de inventário
permanente e realizou as operações a seguir relacionadas no mês de outubro de 2009, para a mercadoria
geladeira branca de 440 litros.
Sabendo-se que a companhia avalia seus estoques pelo método MPF, que todas as operações foram
a prazo e que no dia 01/10 o estoque de mercadorias era composto por 15 unidades a 450 cada uma,
pede-se determinar para o período:
68
CONTABILIDADE COMERCIAL
1. O valor do CMV.
2. O valor do Estoque Final.
3. O valor das compras.
4. O valor das vendas.
5. O valor do RCM.
Resolução
Respostas
6.4.1 Contabilização
• No Diário
- D – Mercadorias – 4.000
- C – Fornecedores – 4.000
- D – Mercadorias – 8.800
- C – Fornecedores –8.800
- D –Clientes – 15.000
- C – Vendas – 15.000
— 3.1. Em 10/10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 11.486
- C – Mercadorias – 11.486
- D – Mercadorias – 16.800
- C – Fornecedores – 16.800
70
CONTABILIDADE COMERCIAL
- D –Clientes – 19.200
- C – Vendas– 19.200
— 5.1. Em 23/10: registro do CMV referente a essa venda (O valor do CMV foi consultado
na ficha de estoque)
- D – CMV – 13.783,20
- C – Mercadorias – 13.783,20
- D – Mercadorias – 5.000
- C – Fornecedores –5.000
Observação
Didaticamente, ou seja, para um melhor entendimento sobre a
contabilização das operações comerciais, estamos registrando primeiro nos
Razonetes as operações com compra e venda de mercadorias, conforme
já fizemos em outros exemplos deste mesmo livro-texto, para depois
registrarmos tanto no Diário quanto no Razão (ou Razonetes) os lançamentos
contábeis relacionados à apuração do RCM, ou seja, o encerramento das
contas a ele correspondentes: a conta do CMV e da receita de vendas.
• No Razão
Mercadorias Fornecedores
SI 6.750 11.486 3.1) 4.000 1)
1) 4.000 13.783,20 5.1) 8.800 2)
2) 8.800 16.800 4)
4) 16.800 5.000 6)
6) 5.000
34.600
41.350 25.269,90
SF 16.080,80
Clientes Vendas
3) 15.000 15.000 3)
5) 19.200 19.200 5)
34.200 34.200
71
Unidade II
CMV
3.1) 11.486,00
5.1) 13.783,20
25.269,20
Lembrete
Após os registro das operações de compras e vendas no Diário e
Razão (ou Razonetes), volta-se ao Diário e, em seguida ao Razão, para
efetuar os lançamentos de encerramento (CMV e Vendas) e, assim, apurar
contabilmente o RCM – Resultado com Mercadorias.
• No Diário
- D – Vendas – 34.200
- C – RCM – 34.200
- D – RCM – 25.269,20
- C – CMV – 25.269,20
• No Razão
Lembrete
Vale informar que o Livro Razão (aqui simplificado para os Razonetes)
tem a finalidade de evidenciar a composição do saldo de cada conta, porém
não podemos esquecer que para os usuários das informações contábeis, quer
internos ou externos, deveremos elaborar as demonstrações financeiras.
Especificamente para o nosso exemplo, teremos somente a Demonstração
do Resultado do Exercício – DRE, uma vez que não temos dados suficientes
para elaborar o Balanço Patrimonial.
72
CONTABILIDADE COMERCIAL
Vendas 34.200,00
(-) CMV (25.269,20)
(=)RCM ou LB 8.930,80
A princípio, deixo como sugestão, que você faça uma retrospectiva, ou seja, retome cada método
permanente estudado: o PEPS, UESP, MPM e MPF, e analise como foi registrada na ficha de estoque cada
operação indicada em nosso Exemplo. Após essa análise, comece a visualizar a tabela comparativa em
que transcrevemos os valores do CMV e dos Estoques Finais das respectivas fichas de estoques.
Tabela 6 2
Como pode ser observado na tabela comparativa, a cada método adotado do Inventário Permanente,
é apurado um RCM – Resultado com Mercadorias ou Lucro Bruto diferente e com, consequentemente, o
valor do Estoque Final de Mercadorias.
Em relação ao RCM é de fácil entendimento que ele irá interferir na formação do RLP – Resultado
Líquido do Período (Demonstração do Resultado do Exercício) o qual será levado para o Patrimônio
Líquido (Balanço Patrimonial), motivo esse pelo qual a legislação atual não permite a utilização do
método UEPS para fins tributários, uma vez que, geralmente, os valores para repor um estoque são mais
altos do que aqueles já existentes, provocando assim um maior valor do CMV (conforme demonstra a
Tabela) e consequentemente um menor RCM.
O valor do Estoque Final terá sua influência na formação do Ativo Circulante (Balanço Patrimonial),
do período correspondente.
Observação
Lembrete
Vale ressaltar que com exceção do método UEPS todos os outros são
aceitos pela legislação tributária para apuração tanto do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ) quanto da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL), tributos incidentes sobre o RLP – Resultado Líquido do Período.
Porém, será por meio do método UEPS que a empresa conhecerá o seu
verdadeiro resultado, ou seja, o quanto a empresa está gastando para repor
o seu estoque, daí sendo considerado um método de utilização gerencial.
[...] O estoque é um item que deve ser bem administrado dentro de uma organização e
quando não administrado adequadamente pode trazer sérios danos às finanças da empresa,
pondo em risco a sua saúde financeira. Têm empresários que não conseguem responder a
algumas perguntas ou, quando respondem, não tem certeza do que dizem. Você controla
o seu estoque? Qual o tipo de controle, permanente ou periódico? Alguns empresários
administram os estoques no olhômetro ficando difícil responder àquelas perguntas. Outros
questionamentos acerca do estoque podem ser como: “você sabe qual o valor do seu estoque
hoje?” “Você sabe quantas unidades de cada produto existem hoje em seu estoque?” ou “Você
sabe qual é o seu estoque mínimo?” ou ainda “você sabe qual é o seu estoque máximo?”.
Todos estes questionamentos são muito pertinentes e a má administração dos estoques pode
levar uma empresa a enfrentar sérios problemas financeiros, como a falta de capital de giro
em dinheiro que afeta em cheio o fluxo de caixa, obrigando o empresário a tomar capital de
terceiros para honrar compromissos. Ou seja, transformou disponibilidade em estoque sem
saber de quanto em quanto tempo é o giro do estoque, sem saber qual o estoque mínimo
que deveria ter daquela mercadoria ou qual o estoque máximo tolerável daquele produto
sem comprometer as disponibilidades da empresa. Conhecendo-se os estoques mínimos e
máximos de cada produto, além do giro, tornar-se-á mais fácil administrar uma parte das
finanças de uma empresa.
controle permanente utiliza uma ficha para cada produto, onde estão identificados a
data da movimentação, o histórico (compra, venda ou devolução), entradas, saídas e
saldo existente. Este sistema necessita de um controlador de estoque para atualizá-
lo constantemente, dando entrada das mercadorias que foram adquiridas e entraram
para o estoque, bem como fazendo as baixas das mercadorias que foram vendidas e ou
devolvidas. Caso o sistema não seja abastecido com as informações de entrada e saída
de mercadoria, de nada adianta o sistema. [....]
Fonte: RAMOS, M. V. M. Controlando os Estoques com inteligência. São Paulo: SEBRAE, s.d.
Resumo
Exercícios
o Método Permanente de estoque permite às empresas que o utilizam maior controle do estoque de
mercadorias, bem como da quantidade de unidades existentes em determinada data
porque
seu procedimento da baixa da mercadoria que está sendo vendida permite acompanhamento do
saldo atualizado da conta mercadorias.
E) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
76
CONTABILIDADE COMERCIAL
Justificativa: a empresa que utiliza esse método tem, a todo instante, o valor das compras (entradas)
do período, o valor das vendas (saídas) do custo de mercadorias vendidas, bem como o valor dos estoques
inicial e final.
III – Pelo método da Média Ponderada Móvel, os estoques terão seu valor médio alterado a cada
unidade comprada por valores diferentes dos existentes no estoque.
IV – Comparativamente aos métodos PEPS e UEPS, o Método da Média Ponderada apresenta-se mais
simples e, por sua praticidade, é o mais utilizado por empresas comerciais.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I, II e III.
77
Unidade III
Unidade III
7 FATOS QUE ALTERAM OS VALORES DE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS
Antes de apresentarmos os fatos que alteram os valores de compra e venda de mercadorias, acredito
que ao longo das unidades estudadas você tenha observado o quanto os estoques são necessários para
a atividade comercial, em outras palavras, é da compra e revenda de mercadorias que uma atividade
comercial prospera (ou não). Sendo assim, é de fácil entendimento que os estoques representam um
investimento significativo para uma empresa que escolheu o ramo comercial para gerir suas atividades,
portanto é do controle e da avaliação dos estoques que tal atividade depende.
Tomando-se como base essa premissa (controle e avaliação dos estoques), sem perder de vista o
propósito desta unidade, é possível oferecer mais conhecimentos sobre o assunto, ou seja, situações
que possam abalar as corporações empresariais, especificamente as relacionadas à atividade comercial,
possam alterar o valor dos estoques para cima ou para baixo, por exemplo, crises econômicas, logo,
você deverá estar pensando, não basta apenas apurar o valor dos estoques finais por um dos métodos
apresentados e registrar o valor no Balanço Patrimonial? Não será bem assim, temos que avaliar os
nossos estoques de acordo com a economia.
Para tanto, conforme consta na Apresentação da nossa disciplina, Contabilidade Comercial, início
do nosso livro-texto, com a mudança da Legislação Societária (atualmente Lei nº 11.638 de 2007),
algumas alterações ocorreram em nossa forma de avaliar diversos itens pertencentes ao Ativo de uma
empresa, em nosso caso, falaremos dos “estoques de itens para revenda” e para tanto foram criados
Pronunciamentos Contábeis que dão sustentação à Legislação Societária vigente.
Saiba mais
78
CONTABILIDADE COMERCIAL
Por outro lado, caso esses fatos venham a ocorrer com as vendas de mercadorias, a alteração será
direta no RCM.
Os fatos que alteram CMV e RCM, ou seja, os valores de compras e vendas são:
a) Devolução: fato por meio do qual as mercadorias adquiridas retornam do comprador para o
vendedor, por não atenderem às condições do pedido no que diz respeito, por exemplo, a tipo,
qualidade, preço, quantidade, embalagem.
b) Abatimento: caso o comprador não esteja satisfeito com a mercadoria comprada, por culpa do
vendedor, e não julgar necessário devolvê-la, pode negociar um acordo com o vendedor e exigir
uma redução de preço, objetivando evitar a devolução total ou parcial da mercadoria. Os fatos
mais comuns que podem gerar o abatimento são, por exemplo, o atraso na entrega, divergência
nas especificações técnicas, entre outros.
d) Frete e seguro sobre compras: caso sejam de responsabilidade de pagamento por parte da empresa
compradora, devem ser adicionados ao valor do custo de aquisição da mercadoria.
79
Unidade III
Observação
Lembrete
8.1 Inventário ou método periódico - registro dos fatos que alteram o valor
das compras
Devoluções de compras: devemos criar uma conta específica para registrar esse fato, objetivando a
obtenção de melhores informações.
• No Diário
— C – Devoluções de compras.
(*) A conta a ser debitada (Fornecedores ou Caixa/Banco/ Contas a receber) dependerá da origem da
operação, ou seja:
80
CONTABILIDADE COMERCIAL
a) Se as compras foram adquiridas a prazo e a empresa não quitou os fornecedores, poderá debitar
tal conta pagando no vencimento o valor pendente ao fornecedor;
c) Uma terceira situação seria, ou a empresa compradora já pagou o fornecedor, ou mesmo que a
compra tenha sido à vista, poderá ocorrer que o fornecedor não tenha no momento o dinheiro
para devolver, sendo assim, após negociação, marcará uma data para efetuar tal pagamento, logo,
a empresa compradora que está devolvendo a mercadoria, passa a ter um direito, e, assim, a conta
a ser debitada será a de “Contas a Receber”.
No final do período, a conta de “Devolução de compras” deverá ser encerrada contra o saldo da
conta “Compras”, objetivando a obtenção das compras líquidas.
Abatimento sobre compras: devemos criar uma conta específica para registrar esse fato, objetivando
a obtenção de melhores informações.
• No Diário
(*) a conta a ser debitada (Fornecedores ou Caixa/Banco/ Contas a receber) dependerá da origem da
operação, ou seja:
a) Se a compras foram adquiridas a prazo e a empresa não quitou os fornecedores, poderá debitar
tal conta, pagando no vencimento o valor pendente ao fornecedor;
b) A empresa ou comprou as mercadorias à vista ou já quitou os fornecedores, neste caso irá querer
o seu dinheiro de volta, assim, debitaremos a conta do “Caixa” se o valor for entregue em espécie,
mas se for entregue em cheque pelos fornecedores, debitaremos a conta de “Bancos”;
c) Uma terceira situação seria ou a empresa compradora já pagou o fornecedor, ou mesmo que a
compra tenha sido à vista, poderá ocorrer que o fornecedor não tenha no momento o dinheiro
para devolver, sendo assim, após a negociação, marcará uma data para efetuar tal pagamento,
logo, a empresa compradora que está devolvendo a mercadoria passa a ter um direito, e, assim, a
conta a ser debitada será a de “Contas a Receber”.
No final do período, a conta de “Abatimento sobre Compras” deverá ser encerrada contra a conta
“Compras”, objetivando a obtenção das compras líquidas.
81
Unidade III
Observação
Talvez você esteja se perguntado, qual a diferença entre uma
“Devolução de Compras” e “Abatimento sobre Compras”? A resposta
é simples, na primeira operação há movimentação física no estoque
(redução de quantidade e valor), enquanto na segunda haverá apenas
uma redução do valor do estoque, uma vez que a empresa ficará com a
mercadoria, apenas precisa de uma redução no seu valor.
Fretes/seguros sobre compras: devemos criar uma conta específica para registrar esse fato,
objetivando a obtenção de melhores informações.
• No Diário
(*) Se a operação for à vista, usaremos a conta de Caixa ou Bancos, caso contrário, usaremos uma
conta que possa identificar a dívida assumida, como a conta de Contas a pagar.
A conta de “Fretes/seguros sobre compras” deverá, no final do período, ser encerrada contra a
conta “Compras”, objetivando a obtenção das compras líquidas.
Vale informar que o saldo das compras será aumentado com a transferência do valor da conta de
“Fretes/seguros sobre compras”, isto significa que, tanto fretes quanto seguros sobre compras integram
o custo de aquisição das mercadorias.
— D – Devoluções de compras
— C – compras
82
CONTABILIDADE COMERCIAL
— C – Compras
— D – Compras
8.2 Inventário ou método periódico - registro dos fatos que alteram o valor
das vendas
Devolução de vendas: devemos criar uma conta específica para registrar esse fato, objetivando
a obtenção de melhores informações, porém não devemos esquecer que na operação de devolução
de vendas teremos sempre dois lançamentos contábeis, um para informar a operação em si sobre a
devolução de vendas e outro para ajustar o valor do CMV, uma vez que as mercadorias retornarão ao
estoque, pelo preço de custo, e ainda deverá ser considerado sempre o método aplicado para avaliação
dos estoques (preço específico, preço a varejo, periódico e ou permanente, e, sobre este último, devemos
ainda saber o método utilizado, PEPS, MPM ou MPF).
• No Diário
— D – Devoluções de vendas
— D – Mercadorias
— C – CMV
(*) A conta a ser creditada (Caixa/ Banco/ Clientes /Contas a pagar) dependerá da origem da operação,
ou seja:
a) Se as vendas foram à vista, deveremos devolver o dinheiro para o cliente e assim creditaremos a
conta de “Caixa” se o nosso pagamento for em espécie, ou creditaremos a conta de “Banco” se
pagarmos o cliente em cheque;
83
Unidade III
b) Se as vendas foram a prazo e o cliente ainda não quitou sua dívida, logo teremos um direito,
porém, este direito será reduzido pela devolução de vendas feita pelo cliente, logo, deveremos
creditar a conta de “Clientes” (ou Duplicatas a Receber) a fim de reduzir tal direito;
c) Uma terceira situação seria, ou o cliente já pagou sua dívida, ou mesmo se a operação tenha sido
realizada à vista, porém a empresa vendedora no momento não tem condições financeiras para
devolver o dinheiro e, assim, por meio de uma negociação, poderá marcar uma data para efetuar
tal pagamento, gerando, portanto, uma obrigação em saldar tal operação, logo, a conta creditada
será a de “Contas a Pagar”.
A conta de “Devoluções de vendas” deverá, no final do período, ser encerrada contra a conta
“Vendas”, objetivando a obtenção das “Vendas líquidas”.
Abatimentos sobre vendas: devemos criar uma conta específica para registrar esse fato, objetivando
a obtenção de melhores informações, não havendo quaisquer alterações no CMV, uma vez que não
haverá alteração no número de unidades em estoque.
• No Diário
(*) A conta a ser creditada (Caixa/ Banco/ Clientes /Contas a pagar) dependerá da origem da operação,
ou seja:
a) Se as vendas foram à vista, deveremos devolver o dinheiro para o cliente e, assim, creditaremos
a conta de “Caixa” se o nosso pagamento for em espécie, ou creditaremos a conta de “Banco” se
pagarmos o cliente em cheque;
b) Se as vendas foram a prazo e o cliente ainda não quitou sua dívida, logo teremos um direito,
porém esse direito será reduzido pela devolução de vendas feita pelo cliente, logo, deveremos
creditar a conta de “Clientes” (ou Duplicatas a Receber) a fim de reduzir tal direito;
c) Uma terceira situação seria, ou o cliente já pagou sua dívida, ou mesmo se a operação tenha sido
realizada à vista, porém, a empresa vendedora no momento não tem como condições financeiras
para devolver o dinheiro e, assim, por meio de uma negociação, poderá marcar uma data para
efetuar tal pagamento, gerando, portanto, uma obrigação em saldar tal operação, logo, a conta
creditada será a de “Contas a Pagar”.
A conta de “Abatimentos sobre vendas” deverá, no final do período, ser encerrada contra a conta
“Vendas”, objetivando a obtenção das “Vendas líquidas”.
84
CONTABILIDADE COMERCIAL
Conforme informado nos itens 6.2.1, 6.2.2, as contas de “Devolução de vendas”, “Abatimentos sobre
vendas”, ao final do período, deverão ter seus saldos encerrados contra a conta de “Vendas”, justamente
para apurar o valor líquido das vendas. Assim, teremos:
— D – Vendas
— C – Devoluções de vendas
— D – Vendas
Vendas brutas
(-) CMV
Estoque Inicial
(+) Compras
85
Unidade III
(= )Lucro bruto/RCM
Exemplo
A empresa Pernambuco S/A apresentou, no mês de dezembro do ano 2001, as seguintes operações:
• 08/12 – obtenção de abatimento sobre o saldo restante da compra do dia 06/12 $ 600;
• 15/12 – pagamento da compra feita em 06/12, com desconto de 10% calculado sobre o líquido;
• 22/12 – recebimento líquido de vendas de 09/12, com desconto de 5% sobre dívida inicial;
Sabendo-se que a empresa avalia seus estoques pelo método periódico, com Estoque Inicial de
mercadorias em $ 4.000 e o estoque avaliado em $ 4.800, também com um saldo inicial na conta “Caixa”
de $ 10.000, pede-se:
86
CONTABILIDADE COMERCIAL
Resolução
• No Diário
- D – Compras 7.500
- C – Caixa 7.500
- D – Clientes 8.600
- C – Vendas 8.600
- C – Clientes 600
- C – Clientes 1.400
- D – Compras 9.000
- C – Fornecedores 9.000
- D – Fornecedores 400
87
Unidade III
- D – Fornecedores 600
- D – Clientes 9.500
- C – Vendas 9.500
- C – Caixa 120
— 10. Em 15/12 – pagamento da compra feita em 06/12, com desconto de 10% calculado
sobre o líquido
- D – Fornecedores 8.000
- C – Caixa 7.200
- C – Clientes 700
- D – Caixa 8.325
- C – Clientes 8.800
88
CONTABILIDADE COMERCIAL
- C – Caixa 1.200
• No Razão
Vendas
8.600 2) Descontos Comerciais sobre Vendas Devolução de Vendas
9.500 8) 3) 600 4) 1.400
18.100
Fornecedores
6) 400 9.000 5) Devolução de Compras Abatimentos sobre Compras
7) 600 400 6) 600 7)
10) 8.000
9.000 9.000
Descontos Financeiros
Concedidos Despesas Diversas
12) 475 13) 1.200
Lembrete
89
Unidade III
• No Diário
- D – CMV 4.000
- C – Mercadorias 4.000
- C – Compras 400
- C – Compras 600
- D – Compras 120
- D – CMV 15.620
- C – Compras 15.620
- D – Mercadorias 4.800
- C – CMV 4.800
90
CONTABILIDADE COMERCIAL
- D – RCM 14.820
- C – CMV 14.820
- D – Vendas 1.400
- D – Vendas 700
- D – Vendas 600
- D – Vendas 15.400
- C – RCM 15.400
- D – RCM 580
- C – ARE 580
- C – ARE 800
91
Unidade III
- D – ARE 475
- D – ARE 1.200
- C – ARE 295
• No Razão
Observação
92
CONTABILIDADE COMERCIAL
Vale lembrar que a avaliação dos estoques utilizando-se do método permanente depende da
elaboração da ficha de controles de estoques, sendo assim, os fatos que alteram as compras também
deverão ser registrados nas respectivas fichas de controle de estoques.
São registradas na ficha de controle de estoques corrigindo para menos o valor das compras. Assim,
devemos registrar as devoluções de compras na coluna de entradas com valor negativo nas colunas
da quantidade e do valor total.
Os abatimentos sobre compras são registrados na ficha de controle de estoque corrigindo para
menos o valor das compras. Sendo assim, devemos registrar os abatimentos sobre compras na coluna de
93
Unidade III
entradas, com valor negativo apenas nas colunas de valores (unitário e total), uma vez que não haverá
saída física de itens do estoque.
É importante entender que a coluna quantidade permanece inalterada, pois as quantidades não
se alteram com os abatimentos sobre compras.
Os descontos comerciais sobre compras são registrados na ficha de controle de estoques, corrigindo
para menos o valor das compras.
Assim sendo, devemos registrar os descontos comerciais sobre compras na coluna de entradas, com
valor negativo, apenas nas colunas de valores (unitário e total).
É importante entender que a coluna quantidade permanece inalterada, pois as quantidades não
se alteram com os descontos comerciais sobre compras.
Outro fato relevante quanto aos descontos comerciais sobre compras ou descontos comerciais
obtidos é que, como ocorrem no ato da compra, o registro desta é feito pelo valor líquido (já descontado
das compras o valor dos descontos comerciais), sendo, portanto, o procedimento mais comum adotado
pelas empresas não registrar esse fato.
Esses gastos devem ser adicionados ao valor da nota fiscal de compra da mercadoria, para lançamento na
ficha de controle de estoques pelo total. Entretanto, caso não seja possível, devemos lançar o valor do frete e
seguros sobre compras na coluna de entradas somente nas colunas de valores (unitário e total).
8.5 Inventário ou método permanente – registro dos fatos que alteram o valor
das compras – contabilização
Vale lembrar, que a conta a ser utilizada para tais operações será a de “Mercadorias”, sendo a conta
de “Compras” utilizada somente pelas empresas que optarem pelo método do inventário periódico.
• No Diário
— C – Devoluções de compras
(*) A conta a ser debitada (Fornecedores ou Caixa/ Banco/ Contas a receber) dependerá da origem da
operação, ou seja:
94
CONTABILIDADE COMERCIAL
a) Se as compras foram adquiridas a prazo e a empresa não quitou os fornecedores, poderá debitar
tal conta pagando no vencimento o valor pendente ao fornecedor;
b) A empresa ou comprou as mercadorias à vista ou já quitou os fornecedores, neste caso, irá querer
o seu dinheiro de volta, assim debitaremos a conta do “Caixa” se o valor for entregue em espécie,
mas se for entregue em cheque pelos fornecedores, debitaremos a conta de “Bancos”;
c) Uma terceira situação seria, ou a empresa compradora já pagou o fornecedor, ou mesmo que a
compra tenha sido à vista, poderá ocorrer que o fornecedor não tenha no momento o dinheiro
para devolver. Assim, após a negociação, marcará uma data para efetuar tal pagamento, logo a
empresa compradora que está devolvendo a mercadoria passa a ter um direito, e, assim, a conta
a ser debitada será a de “Contas a Receber”.
No final do período, a conta de “Devolução de compras” essa conta deverá ser encerrada contra o
saldo da conta “Mercadorias”, objetivando a obtenção das compras líquidas.
• D – Devolução de compras
• C – Mercadorias
— C – Devoluções de compras
(*) A conta a ser debitada (Fornecedores ou Caixa/ Banco/ Contas a receber) dependerá da origem da
operação, ou seja:
a) Se as compras foram adquiridas a prazo e a empresa não quitou os fornecedores, poderá debitar
tal conta, pagando no vencimento o valor pendente ao fornecedor;
b) A empresa ou comprou as mercadorias à vista ou já quitou os fornecedores, neste caso irá querer
o seu dinheiro de volta, assim, debitaremos a conta do “Caixa” se o valor for entregue em espécie,
mas se for entregue em cheque pelos fornecedores, debitaremos a conta de “Bancos”;
c) Uma terceira situação seria, ou a empresa compradora já pagou o fornecedor, ou mesmo que a
compra tenha sido à vista, poderá ocorrer que o fornecedor não tenha no momento o dinheiro
para devolver. Assim, após a negociação, marcará uma data para efetuar tal pagamento, logo, a
empresa compradora que está devolvendo a mercadoria, passa a ter um direito, e, assim, a conta
a ser debitada será a de “Contas a Receber”.
No final do período, a conta de “Devolução de compras” deverá ser encerrada contra o saldo da
conta “Mercadorias”, objetivando a obtenção das compras líquidas.
95
Unidade III
Para o registro das operações com fretes e seguros teremos duas contabilizações, a primeira para
registrar a operação ocorrida, e a segunda para transferir tal gasto para a conta de “Mercadorias”, a fim
de apurar o seu custo de aquisição, assim temos:
• D – Mercadorias
• C – Frete/seguro sobre compras
(*) O registro na conta credora dependerá da forma de pagamento do gasto com fretes e ou seguros,
se pago pelo “Caixa” creditaremos tal conta, se pago com cheque, utilizaremos a conta de “Bancos”,
porém, se a operação for a prazo, teremos uma dívida, logo, devemos utilizar uma conta que expresse
tal situação, neste caso, usamos a conta de “Contas a Pagar”.
Tal qual apresentamos no cálculo do CMV e do RCM, podemos, no caso das compras, resumir as
operações na fórmula seguinte:
Em que:
CL = compras líquidas.
CBR = compras brutas.
FR = fretes sobre compras.
SEG = seguro do frete sobre compras.
Dcom = descontos comerciais sobre compras.
ABTC = abatimentos sobre compras.
DEVC = devoluções de compras.
96
CONTABILIDADE COMERCIAL
8.6 Inventário ou método permanente - registro dos fatos que alteram o valor
das vendas – ficha de estoques
Assim como os fatos que alteram as compras, quando se utiliza o método do inventário permanente,
são registrados nas fichas de controle de estoques, também utilizaremos o mesmo procedimento para
registrar os fatos que alteram as vendas.
Fretes sobre vendas e seguros sobre fretes e sobre vendas não devem ser registrados na ficha de
controle de estoques, pois não alteram o estoque nem o CMV. Devem ser lançados como despesas
normais do período na apuração do resultado líquido do período.
Tal qual demonstramos para as compras líquidas, o valor das vendas líquidas pode ser resumido na
fórmula seguinte:
VL = VB - DCV - AV - DV
Em que:
VL = vendas líquidas.
VB = vendas brutas.
DV = devoluções de vendas.
97
Unidade III
CMV = EI + CL - EF
Em que:
EI = Estoque Inicial.
CL = compras líquidas.
EF = Estoque Final.
RCM = VL - CMV
Em que:
VL = vendas líquidas.
8.7 Inventário ou método permanente – registro dos fatos que alteram o valor
das vendas – contabilização
• D – Devoluções de vendas
• D – Mercadorias
(*) a conta a ser creditada (Caixa/ Banco/ Clientes/ Contas a pagar) dependerá da origem da operação,
ou seja:
98
CONTABILIDADE COMERCIAL
a) Se as vendas foram à vista, deveremos devolver o dinheiro para o cliente e, assim, creditaremos
a conta de “Caixa” se o nosso pagamento for em espécie, ou creditaremos a conta de “Banco” se
pagarmos o cliente em cheque;
b) Se as vendas foram a prazo e o cliente ainda não quitou sua dívida, logo teremos um direito,
porém, este direito será reduzido pela devolução de vendas feita pelo cliente, logo, deveremos
creditar a conta de “Clientes” (ou Duplicatas a Receber) a fim de reduzir tal direito;
c) Uma terceira situação seria, ou o cliente já pagou sua dívida, ou mesmo se a operação tiver sido
realizada à vista, porém, a empresa vendedora, no momento não tem condições financeiras para
devolver o dinheiro e, assim, por meio de uma negociação, poderá marcar uma data para efetuar
tal pagamento, gerando, portanto, uma obrigação em saldar tal operação, logo, a conta creditada
será a de “Contas a Pagar”.
A conta de “Devolução de vendas” deverá, no final do período, ser encerrada contra a conta
“Vendas”, objetivando a obtenção das “Vendas líquidas”.
D – Vendas
C – Devolução de Vendas
(*) a conta a ser creditada (Caixa/ Banco/ Clientes /Contas a pagar) dependerá da origem da operação,
ou seja:
a) Se as vendas foram à vista, deveremos devolver o dinheiro para o cliente e, assim, creditaremos
a conta de “Caixa” se o nosso pagamento for em espécie, ou creditaremos a conta de “Banco” se
pagarmos o cliente em cheque;
b) Se as vendas foram a prazo e o cliente ainda não quitou sua dívida, logo teremos um direito,
porém, este direito será reduzido pela devolução de vendas feita pelo cliente, logo, deveremos
creditar a conta de “Clientes” (ou Duplicatas a receber) a fim de reduzir tal direito;
c) Uma terceira situação seria, ou o cliente já pagou sua dívida, ou mesmo se a operação tiver sido
realizada à vista, porém, a empresa vendedora no momento não tem condições financeiras para
devolver o dinheiro e, assim, por meio de uma negociação, poderá marcar uma data para efetuar
tal pagamento, gerando, portanto, uma obrigação em saldar tal operação, logo, a conta creditada
será a de “Contas a Pagar”.
99
Unidade III
A conta de “Abatimento sobre vendas” deverá, no final do período, ser encerrada contra a conta
“Vendas”, objetivando a obtenção das “Vendas líquidas”.
D – Vendas
Observação
Exemplo
A empresa Acapulco S/A apresentou, no mês de outubro/x0, as seguintes operações relativas a uma
das mercadorias que comercializa (fogões de quatro bocas brancos):
• 03/10 – abatimento sobre as 28 unidades restantes, no total de 280 $10 por unidade;
• 10/10 – contratação para pagamento do frete relativo à venda do dia 09/10 no valor de $ 25.
100
CONTABILIDADE COMERCIAL
Sabendo-se que o estoque inicial era constituído por 5 unidades que foram compradas ao preço de
$ 105 cada uma e que todas as operações foram a prazo, pede-se:
• elaborar a ficha de controle de estoque pelos métodos PEPS, UEPS, MPM e MPF;
• elaborar os lançamentos no Diário e Razão para cada método apontado;
• elaborar a DRE de forma dedutiva para cada método apontado.
• No Diário
- D – Mercadorias 3.600
- C – Fornecedores 3.600
101
Unidade III
- D – Fornecedores 240
- D – Fornecedores 280
- D – Clientes 5.000
- C – Vendas 5.000
- D – CMV 2.175
- C – Mercadorias 2.175
- C – Clientes 1.000
— 5.1. Ajuste do CMV referente à devolução efetuada pelo cliente, conforme ficha de
controle de estoques = $ 440
- D – Mercadorias 440
- C – CMV 440
- C – Clientes 160
102
CONTABILIDADE COMERCIAL
- D – Mercadorias 1.150
- C – Fornecedores 1.150
- C – Contas a pagar 50
- D – Clientes 3.000
- C – Vendas 3.000
- D – CMV 1.650
- C – Mercadorias 1.650
— 10. Em 10/10 – contratação para pagamento do frete relativo à venda do dia 09/10 no
valor de $ 25
- C – Contas a pagar 25
• No Razão
Observação
Após a transposição das operações do Diário para o Razão, iremos apurar o CMV, o RCM e o resultado
do exercício no Diário e no Razão.
103
Unidade III
• No Diário
- C – Mercadorias 240
- C – Mercadorias 280
- D – Mercadorias 50
- D – Vendas 1.000
- D – Vendas 160
- D – Vendas 6.840
- C – RCM 6.840
- D – RCM 3.385
- C – CMV 3.385
104
CONTABILIDADE COMERCIAL
- D – RCM 3.455
- C – ARE 3.455
— 19. Encerramento da conta de despesa de fretes sobre vendas, transferência para o ARE
– Apuração do Resultado do Exercício
- D – ARE 25
- D – ARE 3.430
• No Razão
Observação
(-) CMV
105
Unidade III
= RCM/LB 3.455
Data Operação Q Vu VT Q Vu VT Q Vu VT
01/10 EI 5 105 525
5 525
01/10 C 30 120 3.600 105
30 3.600
120
35 4.125
5 525
105
02/10 DC (2) 120 (240) 28 120 3.360
33 3.885
5 525
105
03/10 ABTC (280) 28 110 3.080
33 3.605
05 525
105
04/10 V 20 110 2.200 08 110 880
13 1.405
05 525
105
05/10 DV (4) 110 (440) 12 110 1.320
17 1.845
05 525
105
12 1.320
07/10 C 10 115 1.150 10 110 1.150
115
27 2.995
106
CONTABILIDADE COMERCIAL
05 525
105
12 1.370
08/10 FRC 50 110
10 1.200
120
27 3.095
10 1.200 05 525
120 105
09/10 V 5 110 550 07 110 770
15 1.750 12 1.295
4.280 CMV Valor EF
Compras 3.510 1.295
líquidas
CMV = ET + CL - EF
• No Diário
- D – Mercadorias 3.600
- C – Fornecedores 3.600
- D – Fornecedores 240
- D – Fornecedores 280
- D – Clientes 5.000
- C – Vendas 5.000
- D – CMV 2.200
- C – Mercadorias 2.200
107
Unidade III
- C – Clientes 1.000
— 5.1. Ajuste do CMV referente à devolução efetuada pelo cliente, conforme ficha de
controle de estoques = $ 440
- D – Mercadorias 440
- C – CMV 440
- C – Clientes 160
- D – Mercadorias 1150
- C – Fornecedores 1150
- C – Contas a pagar 50
- D – Clientes 3.000
- C – Vendas 3.000
- D – CMV 1.750
- C – Mercadorias 1.750
108
CONTABILIDADE COMERCIAL
— 10. Em 10/10 – contratação para pagamento do frete relativo à venda do dia 09/10 no
valor de $ 25
• No Razão
Observação
Caro aluno, convido-o a elaborar os Razonetes finais, ou seja, registrar
os lançamentos contábeis do nº 1 ao 10, abrindo um Razonete para cada
conta, seguindo a numeração do lançamentos contábeis registrados no
Diário (recomendo, para melhor entendimento do assunto, refazer os
Razonetes, para o método permanente UEPS).
Após a transposição das operações do Diário para o Razão, iremos apurar o CMV, o RCM e o resultado
do exercício no Diário e no Razão.
• No Diário
- D – Mercadorias 50
- C – Frete sobre compras 50
- D – Vendas 1.000
- C – Devolução de vendas 1.000
109
Unidade III
- D – Vendas 160
- C – Abatimento sobre vendas 160
- D – Vendas 6.840
- C – RCM 6.840
- D – RCM 3.510
- C – CMV 3.510
- D – RCM 3.330
- C– ARE 3.330
— 19. Encerramento da conta de Despesa de fretes sobre vendas, transferência para o ARE
– Apuração do Resultado do Exercício
- D – ARE 25
- C – Fretes sobre vendas 25
- D – ARE 3.305
- C – Reserva de lucros 3.305
• No Razão
Observação
(-) CMV
EI 525
= RCM/LB 3.330
111
Unidade III
• No Diário
- D – Mercadorias 3.600
- C – Fornecedores 3.600
- D – Fornecedores 240
- D – Fornecedores 280
112
CONTABILIDADE COMERCIAL
- D – Clientes 5.000
- C – Vendas 5.000
- D – CMV 2.184,80
- C – Mercadorias 2.184,80
- C – Clientes 1.000
— 5.1. Ajuste do CMV referente à devolução efetuada pelo cliente, conforme ficha de
controle de estoques = $ 440
- D – Mercadorias 436,96
- C – CMV 436,96
- C – Clientes 160
- D – Mercadorias 1150
- C – Fornecedores 1150
- C – Contas a pagar 50
113
Unidade III
- D – Clientes 3.000
- C – Vendas 3.000
- D – CMV 1.698,30
- C – Mercadorias 1.698,30
— 10. Em 10/10 – Contratação para pagamento do frete relativo à venda do dia 09/10 no
valor de $ 25
• No Razão
Observação
Caro aluno, convido-o a elaborar os Razonetes finais, ou seja, registrar
os lançamentos contábeis do nº 1 ao 10, abrindo um Razonete para cada
conta, seguindo a numeração dos lançamentos contábeis registrados no
Diário (recomendo, para melhor entendimento do assunto, refazer os
Razonetes, para o método permanente MPM).
Após a transposição das operações do Diário para o Razão, iremos apurar o CMV, o RCM e o resultado
do exercício no Diário e no Razão.
• No Diário
- D – Mercadorias 50
- D – Vendas 1.000
- D – Vendas 160
- D – Vendas 6.840
- C – RCM 6.840
- D – RCM 3.446,14
- C – CMV 3.446,14
- D – RCM 3.393,86
- C – ARE 3.393,86
— 19. Encerramento da conta de Despesa de fretes sobre vendas, transferência para o ARE
– Apuração do Resultado do Exercício
- D – ARE 25
115
Unidade III
- D – ARE 3.368,86
• No Razão
Observação
(-) CMV
EI 525
= RCM/LB 3.393,86
Tabela 10 – Ficha controle de estoque – mercadoria – fogão 4 bocas branco – método MPF
Lembrete
117
Unidade III
• No Diário
- D – Mercadorias 3.600
- C – Fornecedores 3.600
- D – Fornecedores 240
- D – Fornecedores 280
- D – Clientes 5.000
- C – Vendas 5.000
- D – CMV 2.234,80
- C – Mercadorias 2.234,80
- C – Clientes 1.000
— 5.1. Ajuste do CMV referente à devolução efetuada pelo cliente, conforme ficha de
controle de estoques = $ 440
- D – Mercadorias 446,96
- C – CMV 446,96
118
CONTABILIDADE COMERCIAL
- D – Mercadorias 1150
- C – Fornecedores 1150
- D – Clientes 3.000
- C – Vendas 3.000
- D – CMV 1.676,10
- C – Mercadorias 1.676,10
— 10. Em 10/10 – contratação para pagamento do frete relativo à venda do dia 09/10 no
valor de $ 25
• No Razão
Observação
Após a transposição das operações do Diário para o Razão, iremos apurar o CMV, o RCM e o resultado
do exercício no Diário e no Razão.
• No Diário
- C – Mercadorias 240
- C – Mercadorias 280
- D – Mercadorias 50
- D – Vendas 1.000
- D – Vendas 160
- D – Vendas 6.840
- C – RCM 6.840
120
CONTABILIDADE COMERCIAL
- D – RCM 3.463,94
- C – CMV 3.463,94
- D – RCM 3.376,24
- C– ARE 3.376,24
— 19. Encerramento da conta de Despesa de fretes sobre vendas, transferência para o ARE
– Apuração do Resultado do Exercício
- D – ARE 25
- C – Fretes sobre vendas 25
- D – ARE 3.351,24
- C – Reserva de lucros 3.351,24
• No Razão
Observação
121
Unidade III
(-) CMV
= RCM/LB 3.376,24
Como pode ser observado na tabela comparativa, a cada método adotado do Inventário Permanente,
é apurado um RCM – Resultado com Mercadorias ou Lucro Bruto diferente e com, consequentemente, o
valor do Estoque Final de Mercadorias.
Em relação ao RCM é de fácil entendimento que ele irá interferir na formação do RLP – Resultado
Líquido do Período (Demonstração do Resultado do Exercício) o qual será levado para o Patrimônio
Líquido (Balanço Patrimonial), motivo esse pelo qual a legislação atual não permite a utilização do
122
CONTABILIDADE COMERCIAL
método UEPS para fins tributários, uma vez que, geralmente, os valores para repor um estoque são mais
altos do que aqueles já existentes, provocando, assim, um maior valor do CMV (conforme demonstra a
Tabela) e consequentemente um menor RCM e também menor tributação.
O valor do Estoque Final terá sua influência na formação do Ativo Circulante (Balanço Patrimonial),
do período correspondente.
Observação
Lembrete
Saiba mais
123
Unidade III
Resumo
124
CONTABILIDADE COMERCIAL
Exercícios
Questão 1. Considerando o inventário ou método permanente, registro dos fatos que alteram o
valor das compras, notadamente na ficha de estoque, leia as afirmativas:
devoluções de compras são registradas na ficha de controle de estoques corrigindo para menos o
valor das compras
porque
deve-se registrar as devoluções de compras na coluna de entradas com valor negativo nas colunas
da quantidade e do valor total.
E) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
Justificativa: devoluções de compras devem baixar o valor das compras que foram efetuadas pela
empresa diminuindo estoque.
125
Unidade III
II – No Diário, fretes são debitados em sua conta e sua contrapartida é dada a crédito na Conta
Caixa se o pagamento foi à vista.
A) I, II e III.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I e II.
E) I e III.
126
REFERÊNCIAS
BRAGA, H. R.; ALMEIDA, M. C. Mudanças contábeis na lei societária. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Contabilidade comercial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. Exercícios. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Sites
<http://www.ascarassociados.com.br/servicos/evolucao.html>
<http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/0EE562D0A6BDC6E5032571E100694844/$File/
NT0003220E.pdf>
<http://www.brasilescola.com/historia/historia-da-moeda.html>
<http://www.cfc.org.br>
<http://www.cpc.org.br>
<http://www.cpc.org.br/oque.htm>
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8934.htm>
<http://www.planalto.org.br>
<http://www.receita.federal.br>
Exercícios
Unidade III – Questão 1: CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CEF). Exame de suficiência: bacharel
em Ciências Contábeis, 1. ed. 2003. Questão 1. Disponível em: <http://50.97.105.38/~cfcor495/
wordpress/wp-content/uploads/2012/12/prova-bacharel.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2013.
128
129
130
131
132
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000