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de Recursos
Autor: Prof. Rubens Pardini
Colaboradores: Prof. Claudio Ditticio
Profa. Rachel Niza
Professor conteudista: Rubens Pardini
Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras, pela Pontifícia Universidade Católica – PUC–SP. Bacharel em
Administração de Empresas, pela Faculdade de Administração e Estatística Paes de Barros. Bacharel em Ciências
Contábeis, pela Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo. Desde 1992, é docente do Curso de Ciências Contábeis
e Administração de Empresas da Universidade Paulista – UNIP, nos cursos presencial e EaD. Leciona as disciplinas
Contabilidade Internacional, Administração Financeira e Matemática Financeira. Anteriormente, de 1984 a 1992,
trabalhou na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, na Faculdade de Engenharia Industrial e na Escola
Superior de Administração de Negócios, em São Bernardo do Campo. Foi chefe do Departamento de Ciências Contábeis
da Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo. Participou da elaboração do Projeto Pedagógico para o Curso de
Ciências Contábeis da Uniesp. Na Fundação Getúlio Vargas foi professor de MBA em Contabilidade para Executivos e
professor‑tutor nos cursos livres em EaD. Também foi professor de Contabilidade do Senac, no Curso Técnico.
CDU 336.7
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Carla Moro
Juliana Mendes
Sumário
Captação e Gerenciamento de Recursos
Apresentação.......................................................................................................................................................9
Introdução............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 A Importância do Planejamento...................................................................................................... 11
1.1 Captação e gerenciamento de recursos....................................................................................... 11
1.2 Dívida Pública Federal (DPF)............................................................................................................. 12
1.3 Classificação da Dívida Pública Federal........................................................................................ 12
1.4 Administração da Dívida Pública Federal.................................................................................... 13
1.5 Tesouro Nacional................................................................................................................................... 13
1.6 Tesouro Direto......................................................................................................................................... 13
1.7 Títulos Públicos Federais..................................................................................................................... 13
1.8 Títulos Públicos do Tesouro Nacional............................................................................................ 14
1.8.1 Letras do Tesouro Nacional – LTN..................................................................................................... 14
1.8.2 Letras Financeiras do Tesouro – LFT................................................................................................. 14
1.8.3 Notas do Tesouro Nacional Série B – NTN-B............................................................................... 15
1.8.4 Notas do Tesouro Nacional Série B Principal – NTN-B Principal......................................... 15
1.8.5 Notas do Tesouro Nacional Série C – NTN-C ............................................................................. 15
1.8.6 Notas do Tesouro Nacional Série F – NTN-F................................................................................. 16
2 Planejamento Estratégico Governamental............................................................................ 16
2.1 Fundamentos legais do planejamento estratégico governamental................................. 17
2.1.1 A Constituição Federal........................................................................................................................... 17
2.1.2 O conteúdo básico do Plano Plurianual......................................................................................... 17
2.1.3 O Plano Plurianual – PPA..................................................................................................................... 17
2.1.4 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO............................................................................................ 17
2.1.5 Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF............................................................................................... 18
2.2 Planejamento governamental.......................................................................................................... 23
2.2.1 Estrutura organizacional do Ministério do Planejamento...................................................... 24
2.2.2 Visão estratégica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão......................... 26
2.2.3 Objetivos estratégicos............................................................................................................................ 26
2.3 Sistema Financeiro Nacional............................................................................................................ 28
2.3.1 Conselho Monetário Nacional............................................................................................................ 28
2.4 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão................................................................. 31
2.4.1 História......................................................................................................................................................... 31
2.4.2 Estrutura e Competências.................................................................................................................... 32
2.4.3 O papel das secretarias na estrutura organizacional do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão........................................................................................................... 33
Unidade II
3 Sistema Monetário Internacional................................................................................................. 38
3.1 Fundo Monetário Internacional – FMI........................................................................................ 38
3.2 Banco Mundial....................................................................................................................................... 39
4 Bancos Governamentais....................................................................................................................... 39
4.1 BNDES........................................................................................................................................................ 39
4.1.1 A Organização do BNDES..................................................................................................................... 42
4.1.2 Políticas Operacionais............................................................................................................................ 42
4.2 BNDES Finem – Linhas de Financiamento.................................................................................. 45
4.3 Sistema BNDES Finame, Bandespar e BNDES PLC................................................................... 46
4.3.1 BNDESPAR.................................................................................................................................................. 46
4.3.2 BNDES PLC.................................................................................................................................................. 47
4.4 Caixa Econômica Federal.................................................................................................................... 47
4.5 Banco do Brasil ..................................................................................................................................... 47
4.6 Banco da Amazônia.............................................................................................................................. 48
4.6.1 Estratégias do Banco da Amazônia.................................................................................................. 49
4.6.2 Código de Ética......................................................................................................................................... 49
4.6.3 Plano de Aplicação de Recursos........................................................................................................ 49
4.6.4 A região na perspectiva do desenvolvimento sustentável...................................................... 50
4.6.5 O papel do Banco da Amazônia como agente das iniciativas do Governo
Federal para a região ....................................................................................................................................... 51
4.6.6 As oportunidades de investimento nos Estados ....................................................................... 51
4.7 Banco do Nordeste do Brasil – BNB.............................................................................................. 60
4.7.1 Perfil do Banco do Nordeste – Comissão de Ética e Código de Conduta Ética ............ 60
4.7.2 Planejamento estratégico ................................................................................................................... 61
4.7.3 Acesso à informação ............................................................................................................................. 62
4.7.4 Responsabilidade socioambiental .................................................................................................... 62
4.7.5 Responsabilidade socioambiental – Governança, transparência e ética ......................... 63
4.7.6 Responsabilidade socioambiental – Investimentos sociais e culturais ............................ 63
4.7.7 Responsabilidade socioambiental – Desenvolvimento regional sustentável
e inovações ........................................................................................................................................................... 64
4.7.8 Responsabilidade socioambiental – Gestão ambiental .......................................................... 64
4.7.9 Responsabilidade socioambiental – Valorização da diversidade.......................................... 65
4.7.10 Responsabilidade socioambiental – Fornecedores (BRASIL, [s.d.]a).................................. 66
4.7.11 Responsabilidade socioambiental – Reconhecimentos e
destaques (BRASIL, [s.d.]b)............................................................................................................................... 66
4.7.12 Agricultura familiar ............................................................................................................................. 66
4.7.13 Crédito fundiário .................................................................................................................................. 67
4.7.14 Nordeste Territorial – Apresentação.............................................................................................. 68
4.7.15 Prodetur ................................................................................................................................................... 74
4.7.16 Prodetur/NE I – Prodetur II............................................................................................................... 75
Unidade III
5 Recursos do orçamento Geral da União – OGU e suas Emendas
e Consultas......................................................................................................................................................... 79
5.1 Receita Pública....................................................................................................................................... 79
5.2 As transferências constitucionais................................................................................................... 80
5.3 Outras fontes – Transferências constitucionais ....................................................................... 81
5.3.1 Origem dos recursos dos fundos ...................................................................................................... 81
6 Fontes Externas........................................................................................................................................... 82
6.1 O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – Bird........................... 82
6.2 O Banco Mundial................................................................................................................................... 82
6.2.1 Estrutura do Banco Mundial............................................................................................................... 82
6.3 Criticas à hegemonia norte‑americana ...................................................................................... 83
6.4 O Conselho de Relações Internacionais Americano e a Comissão Trilateral................. 84
6.5 Propósitos de conveniência.............................................................................................................. 84
6.6 Redução da pobreza............................................................................................................................. 84
6.7 Liberalização e ajustes estruturais.................................................................................................. 85
6.8 A Guerra da Água.................................................................................................................................. 85
6.9 Corrupção................................................................................................................................................. 86
6.10 Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID............................................................... 86
6.11 Organização do BID............................................................................................................................ 87
6.11.1 Clientes do BID....................................................................................................................................... 87
6.11.2 O que financia e quais são as metas.............................................................................................. 87
6.11.3 Investidores.............................................................................................................................................. 88
6.11.4 Outras atuações do BID – Instituições acadêmicas................................................................. 88
6.12 Avaliação e auditoria........................................................................................................................ 91
6.13 Integridade e responsabilidade no BID...................................................................................... 92
6.14 Salvaguardas para os cidadãos..................................................................................................... 92
6.15 Ética no Grupo BID............................................................................................................................ 93
6.16 Sistema de solução de conflitos internos................................................................................. 93
Unidade IV
7 Conceitos de Programas e Projetos............................................................................................. 97
7.1 Os diversos programas do Governo Federal............................................................................... 98
7.2 Gestão pública para excelência ...................................................................................................... 99
7.3 Princípios e Fundamentos da Gestão Pública para Excelência........................................... 99
7.4 Modelo de Excelência em Gestão Pública – MEGP ..............................................................102
8 DEFINIÇÃO DE PROJETO..............................................................................................................................104
8.1 Elementos do projeto .......................................................................................................................104
8.2 Tipologia de projetos ........................................................................................................................104
8.3 Iniciação do projeto...........................................................................................................................105
8.4 Planejamento do projeto.................................................................................................................106
8.5 Execução ................................................................................................................................................107
8.6 Monitoramento e controle..............................................................................................................108
Apresentação
O objetivo é capacitar nossos alunos sobre as principais fontes de recursos internos e externos
disponíveis, criando condições para a ampliação dos recursos financeiros necessários à consecução dos
objetivos definidos nos Programas Governamentais, bem como para o conhecimento de Administração
e Gerenciamento de Programas e Projetos Governamentais.
Dentre os objetivos específicos desta disciplina, podemos apontar: como o governo capta e gerencia
os recursos financeiros para os investimentos necessários ao país e o pagamento das despesas públicas;
o entendimento da composição da Dívida Pública Federal, a sua classificação e a sua respectiva
administração; o papel do Tesouro Nacional, Tesouro Direto, a emissão dos Títulos Públicos Federais que
financiam o Governo e como atuam no Mercado Financeiro Nacional.
Veremos os principais Títulos Públicos do Tesouro Nacional: Letra do Tesouro Nacional – LTN; Letra
Financeira do Tesouro – LFT; Nota do Tesouro Nacional Série B – NTB-N; Nota do Tesouro Nacional Série
B Principal – NTB–N; Nota do Tesouro Nacional Série C – NTC-C e Nota do Tesouro Nacional Série F –
NTF-F.
Introdução
A captação e o gerenciamento de recursos podem ser compreendidos a partir da reforma bancária pela
Lei 4.595/64 (BRASIL, 1964), assim como da reforma do Mercado de Capitais pela Lei 4.728/65 (BRASIL,
1965), seguindo o modelo europeu, não deixando apenas os bancos como elementos principais da
manutenção e do gerenciamento de recursos financeiros. Antes mesmo de 1964 já existiam as empresas
de crédito, financiamento e investimento. Com a reforma, foram criados os bancos de investimentos e
as associações de poupança e empréstimo. Deste cenário resulta a evolução dos bancos governamentais.
O Banco do Brasil, assim como o BNDES, já existia.
Com essa reforma institucional são criados o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do
Brasil, aliados às demais instituições financeiras, como Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e
Banco do Nordeste, que atuam como instituições importantes na condução da Política Econômica do
País, gerindo os recursos necessários à administração pública federal, estadual e municipal.
9
• Como atuam as autoridades monetárias do país?
• Quais requisitos devem ser perseguidos para a formação e o gerenciamento dos recursos?
Todos esses questionamentos são alvo não só da sociedade, mas também do próprio governo em
qualquer esfera. Por isso, serão discutidas neste livro-texto.
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Captação e Gerenciamento de Recursos
Unidade I
1 A Importância do Planejamento
Quando discorremos sobre captação e gerenciamento de recursos, a primeira ideia associada a esse
conceito é a do planejamento.
O planejamento é algo inerente a nossas vidas, isto é, toda vez que praticamos uma ação,
inexoravelmente o ato de pensar vem antes, com o objetivo de percebemos como a ação deve ser
praticada.
Especificamente, o planejamento pode também ser associado ao termo estratégico, ou seja, àquilo
que é revestido de espírito empreendedor. Dessa associação de ideias ou palavras em administração vem
a definição de planejamento estratégico.
Cada uma delas apresenta uma perspectiva diferente sobre a formação das estratégias, ou
seja, como devem ser formuladas as práticas gerenciais que levam as organizações ao êxito. São
elas: Escola do Design, Escola do Planejamento, Escola do Posicionamento, Escola Empreendedora,
Escola Cognitiva, Escola do Aprendizado, Escola do Poder, Escola Cultural, Escola Ambiental e
Escola da Configuração.
11
Unidade I
Saiba mais
A Dívida Pública Federal (DPF) corresponde à consolidação da Dívida Pública Mobiliária Federal
interna (DPMFi) com a Dívida Pública Federal externa (DPFe), sendo esta última composta pela Dívida
Mobiliária e Contratual. A maior parte da DPF está em poder do público, mas existe uma parcela da
DPMFi em poder do Banco Central.
A Dívida Pública Federal (DPF) é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit
orçamentário do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, bem como para
realizar operações com finalidades específicas definidas em lei.
A Dívida Pública Federal pode ser classificada de diferentes formas, sendo as principais:
Em relação à forma, o endividamento pode ocorrer por meio da emissão de títulos públicos ou pela
assinatura de contratos.
Quando os recursos são captados por meio da emissão de títulos públicos, a dívida daí decorrente
é chamada de mobiliária. Quando a captação é feita via celebração de contratos, a dívida é classificada
como contratual.
Os títulos públicos federais são instrumentos financeiros de renda fixa emitidos pelo Governo Federal
via oferta pública (leilão) ou diretamente ao detentor. Já os contratos são usualmente firmados com
organismos multilaterais, tais como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento,
com agências governamentais e com bancos privados.
Em relação à moeda na qual ocorrem seus fluxos de recebimento e pagamento, a Dívida Pública
Federal pode ser classificada como interna ou externa. Quando os pagamentos e recebimentos são
12
Captação e Gerenciamento de Recursos
realizados na moeda corrente em circulação no país, no caso brasileiro, o real, a dívida é chamada de
interna. Por sua vez, quando tais fluxos financeiros ocorrem em moeda estrangeira, usualmente o dólar
norte-americano, a dívida é classificada como externa.
Atualmente, toda a Dívida Pública Federal em circulação no mercado nacional é paga em real e
captada por meio da emissão de títulos públicos, sendo por essa razão definida como Dívida Pública
Mobiliária Federal interna (DPMFi).
Já a Dívida Pública Federal existente no mercado internacional é paga em outras moedas que não
o real e tem sido captada tanto por meio da emissão de títulos quanto por contratos, sendo por isso
definida como Dívida Pública Federal externa (DPFe).
O Tesouro Nacional é o órgão público responsável pelo gerenciamento da dívida pública do Brasil.
Com esse objetivo, o Tesouro Nacional capta recursos do mercado financeiro por meio da emissão
primária de títulos para execução e financiamento das dívidas internas do governo. Para popularizar
e democratizar o investimento em títulos públicos federais, o Tesouro Nacional desenvolveu, em
2002, em parceria com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), o Tesouro Direto –
um programa que permite a compra e a venda de títulos públicos por investidores pessoas físicas
diretamente pela internet.
Tesouro Direto é uma ferramenta desenvolvida pelo Tesouro Nacional, em parceria com a Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), que permite ao investidor pessoa física comprar e vender
títulos emitidos pelo Governo Federal diretamente através da internet. Trata-se de um investimento em
renda fixa de baixo risco, para aquele investidor que busca tranquilidade e segurança.
Os títulos públicos são considerados os ativos de menor risco da economia de um país, pois são 100%
garantidos pelo Tesouro Nacional. O Brasil possui excelente reputação de emissor, uma vez que seus
títulos detêm Grau de Investimento pelas três principais agências de classificação de risco: Standard &
Poor’s, Moody’s e Fitch.
O Governo Federal emite esses títulos com a finalidade de captar recursos para financiar a dívida
pública brasileira e garantir investimentos em áreas como educação, saúde e infraestrutura. Em troca,
compromete-se a devolver o valor aplicado acrescido de um valor adicional, que varia de acordo com
o indexador definido no ato da compra: taxa básica de juros (Selic), índice de inflação (IGP-M ou IPCA),
taxa de câmbio ou taxa de juros fixa preestabelecida.
13
Unidade I
O Tesouro Nacional emite diversos tipos de títulos para captação de recursos no mercado financeiro.
A sua remuneração é o recebimento dos juros, e o valor principal varia de acordo com a expectativa
do investidor. O investidor pode optar por aplicações cuja indexação seja pré-fixada ou pós-fixada pela
taxa básica de juros Selic ou pelos índices IGP-M ou IPCA, assim como o recebimento dos juros pode ser
diário, semestral ou ocorrer junto com o vencimento do valor principal aplicado.
Lembrete
As Letras do Tesouro Nacional são títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no momento da compra.
Por se tratar de um título pré-fixado, o investidor sabe exatamente a rentabilidade a ser recebida até a
data de vencimento. O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de
vencimento do título. As Letras do Tesouro Nacional são indicadas para o investidor que acredita que a taxa
de juros pré-fixada será maior que a taxa básica de juros (Selic) ou que a taxa de inflação (IGP-M ou IPCA).
As Letras Financeiras do Tesouro são títulos com rentabilidade diária vinculada à taxa de
juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos registrados no
sistema Selic). Por se tratar de um título pós-fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor
variará até a data de vencimento. O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma
única parcela, na data de vencimento do título. As Letras Financeiras do Tesouro são indicadas
para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada à variação da taxa de juros
básica da economia (Selic) (LETRA..., [s.d.]).
As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são títulos com rentabilidade diária vinculada à
taxa de juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos
registrados no sistema Selic).
As Letras Financeiras do Tesouro são indicadas para o investidor que deseja uma
rentabilidade pós-fixada indexada à variação da taxa de juros básica da economia (Selic).
Características:
• indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada à taxa de
juros da economia (taxa Selic);
As Notas do Tesouro Nacional Série B são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA,
acrescida de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós-fixado, a rentabilidade
a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado
em uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos
periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série B são indicadas para
o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós-fixada periódica indexada à variação do principal
indicador inflacionário do Brasil (IPCA).
As Notas do Tesouro Nacional Série B Principal são títulos com rentabilidade vinculada à variação
do IPCA, acrescidas de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós-fixado, a
rentabilidade a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal
e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título. As Notas do Tesouro
Nacional Série B Principal são indicadas para o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós-fixada
indexada à variação do principal indicador inflacionário do Brasil (IPCA).
As Notas do Tesouro Nacional Série C são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IGP-M,
acrescida de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós-fixado, a rentabilidade
a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado
em uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos
periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série C são indicadas para
o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós-fixada periódica indexada à variação do principal
índice de reajuste de contratos de aluguel e de serviços do Brasil (IGP-M).
15
Unidade I
Lembrete
As Notas do Tesouro Nacional Série F são títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no
momento da compra. Por se tratar de um título pré-fixado, o investidor sabe exatamente a
rentabilidade a ser recebida até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado em
uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos
periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série F são indicadas
para o investidor que deseja receber uma remuneração pré-fixada periódica e que acredita que
a taxa de juros pré-fixada será maior que a taxa básica de juros (Selic) ou que a taxa de inflação
(IGP-M ou IPCA).
Observação
O planejamento governamental é muito amplo, pois deve ser elaborado por todos os entes que
formam a administração pública federal, estadual e municipal.
Sabemos que a administração pública está dividida entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
com exceção das esferas municipais, que não possuem Poder Judiciário.
Todos os poderes e seus entes devem fazer o planejamento estratégico. Inclusive, a Lei nº
10.180, de 6 de fevereiro de 2001, em seu artigo 2º, define: “Art. 2°. O Sistema de Planejamento
e de Orçamento Federal tem por finalidade: I - formular o planejamento estratégico nacional”
(BRASIL, 2001).
16
Captação e Gerenciamento de Recursos
A partir da Constituição de 1988 é que tomou impulso a atividade de planejamento governamental. Conforme
o artigo 165, por meio de leis próprias, de iniciativa do Poder Executivo, serão estabelecidos o Plano Plurianual
– PPA, as diretrizes orçamentárias (definidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO) e os orçamentos anuais.
No ano 2000, foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que introduziu novos conteúdos na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O conteúdo básico do Plano Plurianual é o seguinte (CF, art.165, parágrafo 1º): “A Lei que instituir o
plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração
Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes, e para os programas de duração
continuada” (BRASIL, 1988).
O Projeto de Lei é enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, até 31 de agosto do
primeiro ano de seu mandato, sendo devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa
de 15 de dezembro. O Plano Plurianual – PPA vigorará por 4 anos, a partir do segundo ano do mandato
presidencial até o final do primeiro ano do mandato presidencial subsequente.
• Ordena as ações do governo para atingir os objetivos e as metas fixadas para um determinado
período de tempo.
• A Lei que o institui deverá estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas
da Administração Pública, tanto para as despesas de capital e outras decorrentes quanto para as
relativas aos programas de duração continuada (BRASIL, 1988).
Essa lei compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas
de capital para o exercício subsequente, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA, dispõe
sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.
17
Unidade I
Observação
• Com a LDO, o Poder Legislativo amplia a sua participação nas definições das prioridades
governamentais. A LDO cumpre, também, a função de elo entre o planejamento de médio e longo
prazo do PPA e o de curto prazo e do orçamento anual.
• Tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, que são compreendidos como
orçamento fiscal, de investimento e da seguridade social, de modo a adequá-los às diretrizes e às
metas da Administração Pública. Compreende as metas e prioridades da Administração Pública
Federal, incluindo as despesas de capital para o Exercício Financeiro subsequente.
• Orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA, disporá sobre alterações na Legislação
Tributária e estabelecerá a política de aplicação das Agências Financeiras de Fomento, de acordo
com o art. 165, parágrafo 2º, da Constituição Federal. Disporá sobre autorizações para o aumento do
gasto ou a contratação de pessoal da administração direta e indireta (BRASIL, 1988).
A Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000b) foi criada para atender aos preceitos constitucionais,
amparados pelo Capítulo II, Título VI da Constituição Federal.
O objetivo principal da lei foi introduzir na Administração Pública normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade da gestão fiscal, isto é, administrar os gastos públicos, tendo em vista
o atingimento das metas estabelecidas nos diversos planos governamentais e evitando desvios que
pudessem resultar em desequilíbrio das contas públicas.
• critérios de limitação de empenho das despesas, quando as metas de resultado primário não
forem atendidas, quer pela realização das receitas em montante inferior às previsões, quer pela
18
Captação e Gerenciamento de Recursos
Em síntese, avalia se o governo está ou não vivendo dentro de seus limites orçamentários, ou seja,
contribuindo para a redução ou a elevação do endividamento do setor público.
Para a apuração do resultado nominal, devem-se acrescentar ao resultado primário os valores pagos
e recebidos de juros nominais junto ao sistema financeiro, ao setor privado não financeiro e ao resto
do mundo. Assim, esse resultado indica, efetivamente, o montante de recursos que o setor público
necessitou captar junto ao sistema financeiro, ao setor privado e ao resto do mundo para a realização
de suas despesas orçamentárias.
Exemplo:
Tabela 1
Receitas Despesas
Tributária 3.000.000 Correntes 2.000.000
Aplicações Financeiras 600.000 Juros da Dívida 350.000
Operações de Crédito 500.000 Capital 500.000
Alienação de Bens 100.000 Amortização da Dívida 700.000
Total 4.200.000 Total 3.550.000
Limitação de empenho:
• ocorrerá quando, ao final de um bimestre, se verificar que a realização das receitas não é compatível
com o cumprimento das metas do resultado primário ou nominal;
• enquanto perdurar o excesso, em relação aos limites da dívida consolidada de um ente da
Federação.
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Unidade I
O ente da Federação ficará dispensado do atingimento das metas fiscais e da limitação de empenho
na ocorrência de calamidade pública devidamente reconhecida.
A Receita de Capital – Alienação de bens e direitos não poderá ser utilizada para realização de
despesas correntes. Exceção é feita quando a destinação desses recursos para os regimes de previdência
social é própria dos servidores públicos.
As despesas com pessoal estão limitadas a 50% (para a União) e 60% (para os Estados e Municípios)
da Receita Corrente Líquida.
União 50%
2,5% Poder Legislativo, incluindo o TCU
6% Poder Judiciário
9,6% Ministério Público
40,9% Poder Executivo
Estados 60%
3% Poder Legislativo, incluindo o TCE
6% Poder Judiciário
2% Ministério Público
49% Poder Executivo
Municípios 60%
Poder Legislativo, incluindo o
6% Tribunal de Contas
54% Poder Executivo
Conceito relacionado quando a despesa com pessoal exceder 95% do limite. Caso isso ocorra, estarão
proibidos:
• criação de cargo;
20
Captação e Gerenciamento de Recursos
Dívida fundada ou consolidada é o montante total, apurado, das obrigações financeiras do ente da
Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização das operações
de créditos em prazo superior a 12 meses.
A dívida pública mobiliária é representada por títulos emitidos pela União, inclusive o Banco Central,
Estados e Municípios.
Os limites de endividamento estabelecidos pelo Senado Federal são 200% da Receita Corrente
Líquida do Estado e 120% da Receita Corrente Líquida do Município.
O ente deve elaborar o Anexo de Metas Fiscais, que integrará o Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias, em atendimento ao disposto no art. 4º, § 1º, da Lei Complementar nº 101 (BRASIL, 2000b).
O Anexo de Metas Fiscais deverá ser elaborado de acordo com o § 2º, art. 1°, da LRF, pelo Poder Executivo da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo tanto o Poder Executivo quanto os Poderes
Legislativo e Judiciário. O Anexo de Metas Fiscais abrangerá os órgãos da administração direta dos Poderes e as
entidades da administração indireta, constituídas por autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas
e sociedades de economia mista que recebem recursos do Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive
sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal e custeio, ou de auxílios para pagamento de despesas de
capital, excluídas, neste caso, aquelas empresas lucrativas que recebam recursos para aumento de capital.
Na elaboração desse Anexo da LDO, deverão ser observados os critérios e as medidas, a fim de se
estabelecer padrões mínimos das informações que irão constar no referido anexo.
21
Unidade I
A LRF determina que no Anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas anuais, em valores
correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da
dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Conterá:
• demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem
os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores e
evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;
• evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
— dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo
ao Trabalhador – FAT;
A fim de dar cumprimento ao preceito da LRF, o Anexo de Metas Fiscais deve ser composto pelos
seguintes demonstrativos:
• Demonstrativo iii – Metas fiscais atuais comparadas com as metas fiscais fixadas nos três exercícios
anteriores;
22
Captação e Gerenciamento de Recursos
Dentre os diversos instrumentos de planejamento que o governo possui, um dos principais é o Plano
Plurianual – PPA, instrumento previsto no art. 165 da Constituição Federal, com o objetivo de organizar
todas as ações públicas, cumprindo o atendimento de todas as necessidades do País.
Por meio do PPA, a sociedade também exerce um maior controle das ações perpetradas pelo governo.
O PPA teve também como objetivo resgatar o sentido do planejamento governamental. Foi uma
ação inovadora pela concepção e criação do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Bolsa
Família, do Programa de Apoio à Gestão Escolar – PDE, do Minha Casa Minha Vida, dentre outros.
• viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo que devem ser entendidos
também como recursos oriundos do capital humano, e não necessariamente apenas recursos
financeiros; por exemplo, cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorizar
os concursos públicos da administração pública direta e indireta, assim como acompanhar as
diversas peças orçamentárias, verbas autorizadas versus aplicadas, convênios assinados com os
diversos segmentos da sociedade;
• coordenação da gestão de parcerias público-privadas, definidas pela Lei 11.079/04 (BRASIL, 2004)
como uma modalidade de concessão patrocinada ou administrada; a modalidade patrocinada é
aquela aplicável a obras e serviços nos quais ocorre a cobrança de tarifas aos usuários, enquanto
a modalidade administrada é aquela em que a administração pública é a própria usuária dos
serviços;
• administração patrimonial, que se refere ao cuidar de todos os bens patrimoniais utilizados pela
administração direta e indireta (exemplos: bens móveis e imóveis e softwares utilizados nos
diversos serviços do governo).
Observação
A seguir, alguns exemplos dos órgãos de assistência direta e imediata ao ministro do Estado e suas
metas principais:
24
Captação e Gerenciamento de Recursos
• Assessoria Econômica – meta: elaborar estudos, notas e pareceres sobre investimentos públicos e
conjuntura econômica;
• Consultoria Jurídica – meta: assegurar a legalidade administrativa dos atos praticados pelo Ministro
de Estado e pelas demais autoridades, seguindo a orientação da Advocacia Geral da União.
Os órgãos colegiados são constituídos pelas diversas comissões, desempenhando papéis específicos.
As principais comissões são:
25
Unidade I
Ainda existem outros grupos de trabalhos com atuações específicas, destacando-se o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e outros importantes órgãos, como:
A visão estratégica é uma tentativa de antever o futuro, planejando os recursos necessários, sua
consequente aplicação e, o mais importante, se os resultados planejados serão atingidos. Para o
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a visão estratégica situa‑se no planejamento e na
coordenação da administração pública, verificando se as políticas públicas adotadas são sustentáveis, de
tal maneira que os resultados atingidos possam atender às necessidades do cidadão.
26
Captação e Gerenciamento de Recursos
• integração das ações do planejamento, promovendo uma maior cooperação entre os governos
federal, estadual e municipal;
• melhoria dos marcos legais dos processos de trabalho da tecnologia da informação e dos demais
sistemas;
3 – Processos internos, que envolvem diversos subobjetivos, dos quais destacamos os seguintes:
• desenvolver a cultura institucional voltada à excelência e ao alto nível de satisfação dos públicos
interno e externo.
27
Unidade I
Saiba mais
<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/>.
O Conselho Monetário Nacional faz parte do Sistema Financeiro Nacional, e seus principais
representantes são o Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o
Presidente do Banco Central. O papel principal do Conselho Monetário Nacional é fixar as diretrizes das
políticas monetária, de crédito e cambial do País.
Subordinada ao Conselho Monetário Nacional está a Comissão Técnica de Moeda e Crédito, cujas
funções executivas são cumpridas pelos seguintes órgãos:
• Banco Central, que faz a emissão da moeda, a fiscalização das instituições financeiras e o controle
cambial;
• Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que fiscaliza a emissão de ações e debêntures e faz a
auditoria das companhias abertas;
• Banco do Brasil, que atua como principal executor da política rural e como principal agente
financeiro do país;
• Caixa Econômica Federal, que é responsável pela política de saneamento básico do País, administra
o Fundo de Garantia e é o banco para o trabalhador do Brasil;
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que é responsável pela política
de investimento a longo prazo;
• quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais, por elas
indicados por lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda.
O sistema financeiro nacional se ocupa do mercado monetário, que envolve as operações de curto
e curtíssimo prazo, proporcionando um controle ágil e rápido da liquidez da economia e da taxa de juros
básica pretendida pela política econômica das autoridades monetárias.
Nesse mercado são negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Banco Central e pelo
Tesouro Nacional, com o objetivo de financiar o orçamento público. São exemplos de papéis:
Letras do Tesouro Nacional – LTN; Notas do Tesouro Nacional – NTN; Certificados de Depósitos
Interfinanceiros – CDI (exclusivos de instituições financeiras) e Certificados de Depósito Bancário
e Debêntures – CDB.
Todos esses papéis são controlados e custodiados por dois grandes sistemas, denominados Selic e Cetip.
O Sistema de Custódia e Liquidação de Títulos – Selic foi desenvolvido pelo Banco Central e pela
Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto – Andima, operando com títulos públicos de
emissão do Bacen e do Tesouro Nacional (compra e venda de títulos).
• instituições financeiras não bancárias que não apresentam capacidade de emitir moeda ou meios
de pagamento. Por exemplo: os bancos de investimentos que atuam como agentes financiadores de
operações de subscrição pública de ações, debêntures, leaseback etc.; os bancos de desenvolvimento
regional (de âmbito estadual), que visam ao desenvolvimento econômico e social da região onde
atuam; as Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (financeiras); as Sociedades de
Arrendamento Mercantil (leasing);
• as sociedades de fomento comercial – factoring, que são sociedades comerciais não financeiras
que operam nas aquisições de duplicatas, cheques etc., de forma similar a uma operação de
desconto bancário.
Nesse contexto, destacam-se as ações, debêntures e opções sobre ações, que são de emissão das
sociedades anônimas:
• as ações constituem a menor parcela (fração) do Capital Social de uma Sociedade Anônima;
30
Captação e Gerenciamento de Recursos
• as ações, quanto ao valor, podem ser emitidas com e sem valor nominal;
• as ações, quanto à natureza dos direitos e vantagens, podem ser de três espécies: ordinária,
preferencial e de gozo ou fruição;
• as vantagens dos investidores em ações são dividendos, bonificação, valorização e direito de subscrição;
• as debêntures são títulos de crédito emitidos pelas sociedades anônimas, tendo por garantia
seus ativos;
• os direitos e as remunerações oferecidas pelas debêntures são os juros, a participação nos lucros
e os prêmios de reembolso;
Por fim, o mercado cambial é o segmento do mercado financeiro em que ocorrem operações
de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis de moeda nacional para estrangeira e
vice-versa.
2.4.1 História
Até 1956 existia apenas, e de forma muito tímida, o Conselho de Desenvolvimento, responsável pelo
planejamento da política econômica. Com a evolução do planejamento, há muito tempo praticado pela
iniciativa privada, o Governo Federal, em 1962, passa a dar importância à atividade de planejamento
governamental. Foi criado o Ministério Extraordinário, que ficou responsável pela atividade de
planejamento. Celso Furtado foi escolhido como o primeiro ministro do planejamento. A partir de 1967,
o título é alterado para Ministério do Planejamento e Coordenação‑Geral.
Em 1º de maio de 1974, por meio da Lei nº 6.036 (BRASIL, 1974), o Planejamento deixa de ser
Ministério e passa a ser uma Secretaria, a Seplan. Com status de Ministério e ligada à Presidência da
República, a Seplan se tornaria, pelo comando de seus ministros no período, o centro das decisões
econômicas do país.
Nos anos 1980, com o descontrole da inflação e altas taxas inflacionárias, a política econômica passa
a ser administrada pela Secretaria de Abastecimento e Preços – SEAP, o Conselho Interministerial de
Preços – CIP, a Superintendência Nacional de Abastecimento – Sunab e a Secretaria Central de Controle
Interno – Secin.
Em razão da importância que a atividade de planejamento ensejava, e após uma série de políticas na
condução da economia do país, finalmente, no Governo Fernando Henrique, em 1999, a secretaria volta
a ser o Ministério do Planejamento e Orçamento. Nesse mesmo ano, passa a ser denominado Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão.
31
Unidade I
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BRASIL, [s.d.]d) tem como área de competência
os seguintes assuntos:
VIII – coordenação e gestão dos sistemas de planejamento e orçamento federal, de pessoal civil, de
administração de recursos da informação e informática e de serviços gerais, bem como das ações de
organização e modernização administrativa do Governo Federal;
X – administração patrimonial; e
A estrutura do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi definida pelo Decreto nº 8.189,
de 21 de janeiro de 2014 (BRASIL, 2014).
• Gabinete;
• Secretaria‑Executiva;
• Diretoria de Administração;
• Consultoria Jurídica;
• Assessoria Econômica;
É a responsável pela elaboração do Plano Plurianual – PPA, cujo propósito principal é expandir
e assegurar os direitos individuais e sociais, reduzir as desigualdades, combater a pobreza, dentre
outros propósitos.
33
Unidade I
Além disso, o PPA é um instrumento obrigatório para a administração pública, pela importância
dos investimentos que são efetuados pela iniciativa privada, possibilitando o controle por parte da
sociedade por meio de entidades e movimentos sociais.
• disponibilizar informações sobre a execução dos programas e ações do Governo Federal integrantes
do plano plurianual, inclusive as relativas aos seus impactos socioeconômicos;
Resumo
Exercícios
Questão 1. (Enade 2009) Entre meados da década de 1930 e a crise da dívida externa, em princípios
da década de 1980, prevaleceu na América Latina, em particular no Brasil, o chamado Modelo de
Desenvolvimento por Substituição de Importações.
II – Alto grau de participação do setor público na economia, inclusive como promotor do processo
de desenvolvimento socioeconômico.
III – Redução do elevado grau de concentração de renda do Modelo de Crescimento Primário Exportador.
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
I – Afirmativa incorreta.
especialmente nos intervalos de tempo em que o setor exportador logrou sucesso e encontrou um
mercado internacional mais receptivo às compras do produto.
II – Afirmativa correta.
IV – Afirmativa correta.
Questão 2. (Enade 2006) A década de 1980 foi dominada pela inflação e pelo desequilíbrio externo,
para os quais concorreu (concorreram):
37
Unidade II
Unidade II
3 Sistema Monetário Internacional
O FMI teve as suas operações no início de 1947 e é a principal instituição financeira internacional.
Algumas de suas funções são semelhantes a um banco central global. Um dos seus papéis principais
é estimular o comércio mundial e o crescimento econômico por meio da regulação, da promoção da
estabilidade e da cooperação para as questões monetárias internacionais.
• vigilância financeira – avalia as políticas cambiais dos países‑membros a partir de uma análise
abrangente da situação econômica geral e das estratégias de política econômica de cada membro;
• assistência financeira – inclui créditos e empréstimos concedidos pelo FMI a países‑membros com
problemas temporários de balanço de pagamentos;
• assistência técnica – é o apoio e a consultoria oferecidos pelo FMI a seus membros em várias áreas
de planejamento e implementação de políticas fiscais e monetárias.
Lembrete
Fundado em 1946 e sediado em Washington, é formado por 180 países‑membros, e todos devem
pertencer ao FMI.
Existe também o International Development Association – IDA, com o objetivo de atender aos países
mais necessitados do mundo com taxas de juros muito baixas ou nulas e prazos de 50 anos.
Observação
4 Bancos Governamentais
4.1 BNDES
Lembrete
40
Captação e Gerenciamento de Recursos
AT
Comitê de auditoria Conselho de administração
Auditoria
Diretoria
GP AIE
Gabinete da Presidência Área de Infraestrutura
ATI AI
Área de Tecnologia da Informação Área Industrial
AP AEX
Área de Planejamento Área de Comércio Exterior
AJ AOI
Área Jurídica Área de Operações Indiretas
AA AIS
Área de Administração Área de Infraestrutura Social
AF AIB
Área Financeira Área de Insumos Básicos
AC AMC
Área de Crédito Área de Mercado De Capitais
APE AGIR
Área de Pesquisa e Secretaria de Gestão
Acompanhamento Econômico do Projeto Agir
AGR AEP
Área de Gestão de Riscos Área de Estruturação de Projetos
ACE ARH
Área de Capital Empreendedor Área de Recursos Humanos
AINT AMA
Área Internacional Área de Meio Ambiente
AGRIS
Área Agropecuária e
de Inclusão Social
Figura 1
Por ser uma empresa pública, o BNDES tem as suas operações financeiras, seus balanços e suas
políticas de gestão fiscalizadas por colegiados, compostos por representantes do governo, de entidades
externas e da sociedade civil. Estes colegiados são o Conselho de Administração, o Comitê de
Auditoria e o Conselho Fiscal.
41
Unidade II
• urbano;
• privatização;
• exportação.
O BNDES opera diretamente ou indiretamente por meio da rede de agentes financeiros públicos e
privados credenciados, que compreendem os Bancos de Desenvolvimento, o Banco de Investimento, os
Bancos Comerciais, as Financeiras e os Bancos Múltiplos.
Conforme Fortuna (2002), o objetivo principal é a melhoria de vida da população brasileira com
o apoio a investimentos que visem ao fortalecimento da competitividade da economia brasileira; à
geração de emprego e melhoria da qualidade dos pontos de trabalho; à atenuação das desigualdades
regionais; e à preservação do meio ambiente.
• PIS-Pasep;
42
Captação e Gerenciamento de Recursos
Saiba mais
Leia:
Os bônus são títulos emitidos por empresas privadas ou públicas de grande penetração internacional;
também podem ser emitidos por governos para renegociação da dívida pública. Modalidade de recursos
que envolve grandes volumes financeiros.
• leasing de equipamentos;
• capacitação tecnológica;
• ativos fixos de qualquer natureza, exceto terrenos, benfeitorias já existentes e equipamentos usados;
• capital de giro: associado ao investimento fixo; para exportação de produtos e serviços e para
operações de crédito produtivo popular;
• despesas pré-operacionais.
O BNDES estabelece para seus clientes o custo dos empréstimos que tenham base
nos recursos captados em moeda estrangeira, sem vinculação com repasse em condições
específicas. Este custo, definido a partir do custo médio das captações do Banco no mercado
internacional, compõe-se da seguinte forma:
A variação da UMBNDES reflete a média ponderada das variações cambiais das moedas
existentes na Cesta de Moedas do BNDES. Sempre que o BNDES efetua novas captações
externas e/ou amortiza operações existentes, sua composição é alterada. No sistema de
cotação de moedas, a UMBNDES, expressa em valor, tem o código 590.
44
Captação e Gerenciamento de Recursos
Taxa de Juros Variável: a média ponderada de todas as taxas e despesas não tributárias,
incorridas pelo BNDES na captação dos recursos, sendo apurada trimestralmente. No sistema
de cotação de moedas, a Taxa de Juros Variável da Cesta de Moedas, expressa em percentual
ao ano, tem o código 001.
Nos projetos de logística, a atenção especial é em relação aos modais rodoviários, ferroviários,
aeroportuários, hidroviários e portuários. Todos os tipos de modais são importantes, principalmente os
ferroviários e os hidroviários, com menores custos.
O BNDES, através do Finem, atende aos seguintes segmentos na área do petróleo: distribuição de
derivados de petróleo e gás natural, derivados de petróleo e biocombustíveis e transporte de petróleo,
gás natural.
Outras áreas importantes de infraestrutura também atendidas pelo Finem são: telecomunicações,
linha de apoio à indústria, linha de apoio à agropecuária, linha de apoio ao comércio e serviços, apoio ao
reflorestamento, à conservação e à recuperação florestal de áreas degradadas ou convertidas e ao uso
sustentável de áreas nativas na forma de manejo florestal.
45
Unidade II
e sociais e em bases sustentáveis, a promoção de trabalho e renda, a melhoria da qualidade dos serviços
públicos e o desenvolvimento institucional e a modernização da gestão dos Estados.
Na área de internacionalização, o BNDES Finem atende empresas com participação de capital nacional
no mercado internacional com apoio à aquisição de ativos e à realização de projetos ou investimentos
no exterior, desde que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do País.
O BNDES Finem também está presente nos investimentos ligados à inovação em produtos, processos
e marketing.
Assim, o BNDES, com as suas linhas de financiamento, atende a uma infinidade de segmentos,
procurando ampliar as competências e o conhecimento técnico do país.
O BNDES Finame, de forma indireta e por meio de insituições credenciadas, financia a aquisição de
máquinas e equipamentos, bens de informática e automação novos de fabricação nacional.
Em linhas gerais, ao cálculo do custo financeiro ou à taxa de juros são aplicados: a) Taxa de Juros
de Longo Prazo – TJLP; b) Taxa Média Selic Acumulada e apurada pelo Banco Central do Brasil em base
diária da Selic; c) Variação da UMBNDES, que é uma unidade monetária própria adotada pelo BNDES; e
d) Variação do Dólar Americano, acrescida da Cesta de Moedas – US$/Cesta.
4.3.1 BNDESPAR
O BNDES Participações S/A foi constituído como uma empresa subsidiária integral do BNDES, o que
significa que o BNDES tem preponderância nas deliberações sociais. Foi criado com o objetivo principal
de capitalizar as empresas privadas do país com: subscrição e integralização de valores mobiliários e, em
se tratando de ações, preferencialmente em proporções minoritárias; garantia de subscrição de ações ou
de debêntures conversíveis em ações ou de bônus de subscrição; aquisição e venda de valores mobiliários
no mercado secundário; e outras formas de colaboração compatíveis com o objeto social da BNDESPAR.
46
Captação e Gerenciamento de Recursos
Os objetivos principais da BNDESPAR são: apoiar empresas que reúnam condições de eficiência
econômica, tecnológica e de gestão e, ainda, que apresentem perspectivas adequadas de retorno para
o investimento, em condições e prazos compatíveis com o risco e a natureza de sua atividade; apoiar
o desenvolvimento de novos empreendimentos, em cujas atividades se incorporem novas tecnologias;
contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, por intermédio do acréscimo de oferta de
valores mobiliários e da democratização da propriedade do capital de empresas; e administrar carteira
de valores mobiliários, próprios e de terceiros.
A BNDES PLC também se caracteriza como empresa subsidiária integral do BNDES, constituída no
Reino Unido, em novembro de 2009. Com o processo crescente da globalização mundial o Governo
Brasileiro, através do BNDES, procurou a sua expansão na comunidade financeira internacional, buscando
auxiliar as empresas brasileiras que constantemente estão no seu processo de internacionalização ou
que buscam oportunidades no mercado internacional.
O BNDES PLC tem também importância em intermediar os interesses dos investidores estrangeiros
com as oportunidades de investimentos oferecidos pelo Brasil.
A Caixa Econômica Federal é organizada como uma empresa pública, o que significa que da
constituição do seu capital social participa somente o Governo Federal.
A Caixa Econômica Federal atua também como um banco comercial, fazendo operações bancárias
que são realizadas pelos bancos privados.
Foi criada principalmente para atuar como a responsável pela política de saneamento básico do País,
área de infraestrutura importante para todo o contingente populacional.
Além desse objetivo principal, é uma instituição financeira voltada a operacionalizar as necessidades do
trabalhador de baixa renda, financiando programas de habitação popular e cujos recursos são originados
pela administração do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e da Caderneta de Poupança,
Loterias, o Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS, o Programa de Integração Social – PIS, o
Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social – FAS e o Fundo de Desenvolvimento Social – FDS.
O Banco do Brasil é organizado como uma empresa de economia mista, o que significa que o seu
capital social é formado por particulares e pelo Governo Federal.
O Governo Federal é detentor da maior parte do capital com direito a voto, o que lhe dá preponderância
nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos seus administradores.
47
Unidade II
O Banco do Brasil atua também como um banco comercial, realizando operações bancárias idênticas
às dos bancos privados. Foi criado principalmente para atuar como a responsável pela política oficial de
crédito rural. Atua também como um parceiro do Governo Federal, executando a prestação de serviços
bancários, por exemplo:
• realização, por conta própria, de operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por conta
do Banco Central, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN;
• execução dos serviços bancários de interesse do Governo Federal, inclusive suas autarquias,
recebimento em depósito, com exclusividade, das disponibilidades de quaisquer entidades federais,
compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e militares, instituições de previdência
e outras autarquias, comissões, departamentos, entidades em regime especial de administração e
quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adiantamentos.
O Banco do Brasil também atua no exterior, com muitos pontos de atendimento, divididos em
agências, subagências, unidades de negócios e escritórios e subsidiárias. Tem ampla experiência em
comércio internacional, produtos e serviços a clientes no exterior, embaixadas e consulados.
Criado como banco regional para apoio ao desenvolvimento das diversas áreas da Amazônia.
48
Captação e Gerenciamento de Recursos
compreende os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e
parte do Maranhão.
O Finam foi criado pelo Decreto-lei nº 1376/74 e alterado posteriormente pela Lei nº 8.167/91, entre
diversos diplomas legais que complementam sua atuação.
Como fonte de recursos, o Finam possui parcelas dedutíveis do imposto de renda devido pelas pessoas
jurídicas tributadas pelo lucro real, que fazem opção a favor do fundo de investimentos.
• as subscrições voluntárias efetuadas pelas pessoas físicas e jurídicas de direito público e privado.
Destaca ainda como valores: ética e transparência; compromisso com o desenvolvimento sustentável;
proatividade; respeito à diversidade; ser agente de mudança; gestão compartilhada; desenvolvimento
de competência e meritocracia; relacionamento e comunicação; e decisões colegiadas.
O Banco da Amazônia S/A caracteriza-se como uma empresa pública. Os padrões necessários de conduta
profissional são exigidos de todos os administradores e empregados, estabelecendo em seu Código de Ética os
deveres e as proibições, que os conduzam à observação dos princípios de legalidade, probidade, impessoalidade
e transparência, bem como do respeito humano. Em resumo, os indivíduos possuem os seus próprios padrões
éticos que devem ser compatibilizados com o Código de Ética adotado pelo Banco da Amazônia.
Todas as ações ou estratégias do Banco da Amazônia S/A são estabelecidas com as políticas e os
programas determinados pelo Governo Federal para a região amazônica.
49
Unidade II
Os principais planos de aplicação dos recursos elaborados pelo Banco da Amazônia S/A são:
baseados em conhecimento técnico-científico avançado (em especial com relação ao uso sustentável
da floresta) e outras ações que permitam a agregação de valor aos produtos regionais.
4.6.5 O papel do Banco da Amazônia como agente das iniciativas do Governo Federal
para a região
O banco foi criado inicialmente em 1942 com o nome de Banco de Crédito da Borracha, com o
objetivo próprio de desenvolver a cultura da borracha natural para atendimento às forças aliadas durante
a Segunda Guerra Mundial. Em 1950, é transformado em Banco de Crédito da Amazônia, participando
do desenvolvimento regional, financiando todos os segmentos. A partir de 1966 assume a denominação
de Banco da Amazônia S/A.
O Banco da Amazônia S/A está sempre comprometido com a sustentabilidade, o que implica
controle socioambiental, procurando sempre aperfeiçoar os seus serviços por meio de programas
de apoio múltiplos em todas as áreas, como: ciência e tecnologia, projetos culturais, esportivos e
sociais, dentre outros. Os principais programas de apoio e de acordo com as iniciativas do Governo
Federal são:
A área de abrangência da Amazônia Legal corresponde à totalidade dos estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão (a oeste do meridiano
de 44º), perfazendo uma superfície de 5.088.668,5 km², compreendendo cerca de 60% do território nacional.
51
Unidade II
• Acre
Possui uma superfície de 152.581,4 km2 e está localizado na Amazônia Oriental, é composto por 22
municípios e a capital é Rio Branco. Suas fronteiras territoriais são com o Peru, a Bolívia e os Estados
de Rondônia e do Amazonas. A economia acreana tem como base produtiva a atividade extrativista de
bens de origem florestal (produtos madeireiros, borracha natural e castanha‑do‑brasil); o agronegócio,
com ênfase na pecuária; a agricultura de base familiar (arroz, feijão, milho, mandioca e fruticultura);
o comércio; e a pequena atividade industrial. O Estado do Acre apresenta excelentes oportunidades
para a realização de investimentos, oferecendo como atratividade, entre outras condições, a sua
localização geográfica fronteiriça com outros países da América do Sul, a possibilidade de acesso
para o mercado do Pacífico através da Rodovia Transoceânica, a potencialidade de recursos naturais
e o desenvolvimento de polos turísticos e agroindustriais.
• Amapá
Tem uma superfície de 142.814,6 km2 e está localizado na Amazônia Oriental; é composto por
16 municípios, e a capital é Macapá. O Estado faz fronteiras territoriais com dois países da
América do Sul (Guiana Francesa e Suriname), o Oceano Atlântico e o Estado do Pará. A economia
amapaense baseia-se, predominantemente, nas atividades de comércio e prestação de serviços,
com forte concentração nas áreas urbanas, principalmente, na capital Macapá. Por estar localizado
estrategicamente numa região de fronteira internacional, o Estado apresenta uma situação
favorável para a realização de parcerias comerciais com os países limítrofes, a exemplo do que já
ocorre em relação à Guiana Francesa.
• Amazonas
Dispõe de uma superfície de 1.570.745,7 km2 e está localizado na Amazônia Ocidental, sendo
composto por 62 municípios, e a capital é Manaus. Suas fronteiras territoriais são com a Venezuela,
a Colômbia, o Peru e os Estados de Roraima, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Pará.
A economia do Estado tem no setor industrial um dos seus principais pilares. As atividades se
concentram no Polo Industrial de Manaus (PIM), que se constitui em parte estratégica da Zona Franca
de Manaus, sediando inúmeras empresas nacionais e internacionais, sendo o segundo maior centro
de indústrias do Brasil e modelo de desenvolvimento regional. A pauta de exportação amazonense
é representada por diversos produtos, a exemplo de motocicletas, telefones, navalhas e lâminas
de barbear. O Estado caracteriza‑se também pela potencialidade dos seus recursos naturais, pela
riqueza de sua biodiversidade e pelo desenvolvimento de importantes polos turísticos, sobretudo,
o segmento do ecoturismo. As oportunidades de investimento no Estado do Amazonas apontam,
entre outras condições, para a sua localização geográfica fronteiriça com outros países da América
do Sul (Venezuela, Colômbia e Peru) e a crescente busca por investidores comprometidos com o
meio ambiente, direcionando esforços para diversificar a economia a partir do desenvolvimento de
atividades voltadas ao aproveitamento de recursos naturais nas áreas de agroindústria, bioindústria,
52
Captação e Gerenciamento de Recursos
• Maranhão
Apresenta uma superfície de 331.983,3 km² e está localizado na Região Nordeste (parte de seu território
situa-se na chamada Amazônia Legal), composto por 217 municípios, e a capital é São Luís. Suas
fronteiras territoriais são com o Oceano Atlântico e os Estados do Pará, Piauí e Tocantins. Por estar
localizado em área de transição de ecossistemas, o Estado apresenta uma variedade de climas, solos e
vegetação, conferindo-lhe opções de aproveitamento de seus recursos naturais. No setor agropecuário
maranhense, destaca-se a cadeia produtiva de grãos (principalmente soja e arroz); na indústria, os
segmentos mais representativos são o minerometalúrgico e a construção civil, enquanto no setor
terciário o principal destaque é a atividade turística. No porto de Itaqui circulam os principais produtos
exportados e importados pelo Maranhão. Na pauta de exportação, destacam-se o ferro gusa, o minério
de ferro, o manganês, o alumínio e a soja, enquanto no âmbito das importações os principais produtos
são os derivados de petróleo, os fertilizantes, o trigo e o carvão mineral.
• Mato Grosso
Tem uma superfície de 903.357,9 km² e está localizado na Região Centro-Oeste e integrado à chamada
Amazônia Legal; composto por 141 municípios, e a capital é Cuiabá. Suas fronteiras territoriais são
com a Bolívia e os Estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rondônia.
• Pará
Possui uma superfície de 1.247.689,5 km², está localizado na Amazônia Oriental, é composto por 144
municípios, e a capital é Belém. Suas fronteiras territoriais são com o Suriname, a Guiana Inglesa, o
Oceano Atlântico e os Estados do Amapá, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Amazonas e Roraima.
• Rondônia
Possui uma superfície de 237.576,2 km², está localizado na Amazônia Ocidental, é composto por
52 municípios, e a capital é Porto Velho. Suas fronteiras territoriais são com a Bolívia e os Estados
do Acre, Amazonas e Mato Grosso. A economia de Rondônia é bastante diversificada, fato que
tem contribuído para o desenvolvimento de sua vocação exportadora. A pauta de exportação
rondoniense é composta, sobretudo, por produtos básicos e semimanufaturados, destacando-se os
produtos de origem animal (pecuária), florestal (produtos madeireiros) e agrícola (grãos). O Estado
apresenta excelentes oportunidades para a realização de investimentos, oferecendo, dentre outras
condições, localização geográfica fronteiriça com a Bolívia, acesso via rodovias aos mercados do
Centro‑Oeste e do Sudeste, potencialidade hídrica e de recursos naturais, desenvolvimento de
polos agroindustriais e disponibilidade de energia elétrica.
• Roraima
Tem uma superfície de 224.299,0 km², está localizado no extremo norte da Amazônia Ocidental,
é composto por 15 municípios, e a capital é Boa Vista. Suas fronteiras territoriais são com a
Venezuela, a Guiana Inglesa e os Estados do Amazonas e Pará. A base da economia do Estado é
o setor de serviços, notadamente as atividades relacionadas à administração pública. No setor
industrial, destaca-se o crescimento do extrativismo mineral e da construção civil, enquanto no
setor primário os produtos agrícolas mais cultivados são soja, trigo, café, milho, cana-de-açúcar,
laranja, feijão, banana e mandioca. Na pauta de exportação roraimense, o principal produto é a
madeira, tendo a Venezuela como o mercado mais expressivo.
Como vantagens competitivas do Estado de Roraima estão a sua localização geográfica (o Estado
faz fronteira internacional com a Venezuela e a Guiana Inglesa), a diversidade de seus solos,
relevos, clima e vegetação e o fato de possuir períodos de safra no momento da entressafra da
maioria dos Estados brasileiros.
• Tocantins
Apresenta uma superfície de 277.620,9 km², está localizado no sudeste da Amazônia, é composto
por 139 municípios, e a capital é Palmas. Suas fronteiras territoriais são com os Estados do Pará,
Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso e Goiás. A base produtiva do Estado do Tocantins está assentada
na atividade rural, tendo suas prioridades econômicas voltadas para iniciativas empreendedoras
que visem à utilização racional das matérias-primas locais que venham a contribuir para o
aumento do valor agregado, aproveitando os recursos naturais da região com sustentabilidade.
A posição geográfica privilegiada do Estado (centro geodésico do Brasil), associada à excelente
disponibilidade de terras e de energia elétrica, permite que assuma destaque, principalmente,
54
Captação e Gerenciamento de Recursos
no âmbito do agronegócio, onde despontam diversas cadeias produtivas, tais como pecuária
de corte, pecuária de leite, grãos, abacaxi, apicultura e piscicultura. Com oportunidades reais
de desenvolvimento surgem as cadeias de minerais não metálicos (cerâmica), do turismo e dos
setores sucroalcooleiro e de reflorestamento. O cenário de oportunidades de investimento nos
Estados da Amazônia para os próximos anos sinaliza para a execução de projetos que contemplam
diversas áreas estratégicas da economia e da sociedade local, os quais estão definidos nos planos
de governo com maior tendência para serem implementados através da administração pública
estadual. As principais áreas estratégias a serem contempladas são saúde, educação, segurança
pública, infraestrutura, assistência social, desenvolvimento urbano e social, meio ambiente,
saneamento básico, energia, habitação, gestão pública, produção, agricultura, pecuária, indústria,
comércio e serviços, ciência e tecnologia, inovação, turismo, cultura e esporte e lazer.
Para o exercício de 2015, serão disponibilizados para aplicação nos Estados da Amazônia Legal recursos
financeiros no valor de 8.990 milhões de reais, originários das fontes de fomento (FNO, FDA/FDCO, FAT,
FMM, OGU, BNDES e recursos próprios) e da carteira de crédito comercial do Banco da Amazônia.
55
Unidade II
Fonte R$ (milhões) %
Recursos de Fomento 7.140,0 79,4
FNO 5.720,0 63,6
FDA / FDCO* 500,0 5,6
FAT 10,0 0,1
FMM 350,0 3,9
OGU 10,0 0,1
BNDES ** 350,0 3,9
Recursos Próprios ** 200,0 2,2
Recursos da Carteira de Crédito Comercial 1.850,0 20,6
Total 8.990,0 100,0
Notas: (*) FDCO – Para atendimento exclusivo das atividades econômicas do Estado de
Mato Grosso; e (**) Para atendimento exclusivo das atividades econômicas dos Estados
do Maranhão e de Mato Grosso.
Conforme se observa, o FNO representa 63,6% do montante da dotação total dos recursos financeiros
para aplicação em 2015, fato que demonstra a importância dessa fonte como instrumento propulsor do
desenvolvimento regional sustentável. A tabela a seguir apresenta a distribuição dos recursos financeiros
nos Estados da Amazônia e fora deles, tomando-se como parâmetro a disponibilidade prevista para
contratação em 2015 e as expectativas de investimento de cada Estado, em conformidade com seus
planos plurianuais.
Tabela 4 – Distribuição dos recursos financeiros por Estado (em milhões de reais)
56
Captação e Gerenciamento de Recursos
A tabela a seguir mostra a distribuição dos recursos do FNO por municípios tipificados pela Política
Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) como de alta renda, baixa renda, dinâmicos de menor
renda e estagnados de média renda. É possível observar que 71,1% dos recursos do Fundo previstos para
serem aplicados no exercício de 2015 deverão atender aos municípios com comprovada carência de uma
melhor infraestrutura econômica e social, enquanto 28,9% deverão contemplar municípios de alta renda.
Do total dos recursos do FNO disponíveis para aplicação em 2015 nos Estados do Acre, Amazonas,
Pará e Tocantins, serão destinados 612,6 milhões de reais para as mesorregiões diferenciadas da Região
Norte definidas pela PNDR, conforme demonstrado a seguir.
Serão disponibilizados ainda 1.494 milhões de reais do FNO para os empreendimentos localizados
nos municípios pertencentes ao Programa Faixa de Fronteira da Região Norte.
57
Unidade II
Estado R$ (milhões)
Acre 400,4
Amapá 211,6
Amazonas 26,9
Pará 25,7
Rondônia 543,4
Roraima 286,0
Total 1.494,0
• a agregação de valor à produção estadual e à elevação do Produto Interno Bruto dos Estados;
58
Captação e Gerenciamento de Recursos
• a criação de oportunidades de trabalho para os membros das famílias dos mini e pequenos
produtores;
• a maximização da renda dos consumidores, como reflexo da redução dos preços relativos dos
produtos agrícolas e industriais;
• a execução, pelo Banco da Amazônia, de políticas, planos e programas do Governo Federal para o
desenvolvimento da região;
Para o ano de 2015, as prioridades econômicas para financiamento pelo Banco da Amazônia nos
estados da Região Amazônica estão voltadas para:
• o incentivo aos negócios sustentáveis identificados nas áreas de atuação das agências do Banco
da Amazônia localizadas nos Estados.
59
Unidade II
Lembrete
É considerado o maior banco de desenvolvimento regional na América Latina, por sua abrangência e
atuação na promoção do desenvolvimento sustentável em todos os Estados da Região Nordeste.
Na sua missão está estabelecido: ser o banco preferido da região, por ser, além de um banco
público, competitivo e de reconhecimento pela excelência no atendimento e no desenvolvimento
sustentável.
O BNB se destaca como uma empresa de economia mista, cuja participação no capital social do
Governo Federal é cerca de mais de 90% das ações ordinárias.
Os Estados da Região Nordeste atendidos pela política de desenvolvimento regional são: Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, o norte de Minas
Gerais (incluindo os Vales do Mucuri e do Jequitinhonha) e o norte do Espírito Santo.
Por ser obrigatoriamente um banco executor das políticas públicas estabelecidas pelo Governo
Federal, administra diversos programas e fundos sociais: o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) e o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal
fonte de recursos operacionalizada pela empresa. Além dos recursos federais, o Banco tem acesso a
outras fontes de financiamento nos mercados interno e externo, por meio de parcerias e alianças com
instituições nacionais e internacionais, incluindo instituições multilaterais, como o Banco Mundial e o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Como toda organização moderna e principalmente aquelas de natureza pública, o banco deve
possuir parâmetros relativos ao comportamento e ao relacionamento com os diversos usuários. Esse
comportamento, subordinado à Comissão de Ética Pública e instituído pelo Poder Executivo, estabeleceu
a prática da criação de Comissões Éticas setoriais.
60
Captação e Gerenciamento de Recursos
A Comissão de Ética do Banco do Nordeste, ainda que possa atuar no âmbito interno de maneira
independente, deve observar os limites estabelecidos pelos dispositivos legais que instituem o Código
de Ética indistintamente para todos os servidores públicos.
As principais atribuições da Comissão de Ética, de acordo com seu Código de Conduta, são:
• aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
submetendo à CEP propostas para seu aperfeiçoamento, e dirimir dúvidas a respeito de sua
interpretação, deliberando sobre casos omissos;
• apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes;
• agir preventivamente contra atos que possam infringir o Código de Conduta Ética do Banco;
O planejamento estratégico formalmente pressupõe que alguns valores devam ser previamente
definidos. São eles a missão da organização, a visão do futuro e os valores que devem ser
cuidadosamente cultivados.
• visão: ser o banco preferido na região Nordeste, reconhecido pela excelência no atendimento e
pela efetividade na promoção do desenvolvimento sustentável;
61
Unidade II
Não somente pela vocação dos que administram o Banco do Nordeste S/A, que possuem
a consciência de que a transparência pública é um importante elemento de democracia e
desenvolvimento da cidadania, mas também por exigência das leis que regulam as publicações de
natureza contábil e financeira, o banco tem o dever de disponibilizar periodicamente as informações
de caráter econômico-financeiro da instituição.
O Banco do Nordeste S/A, consciente desses conceitos, também definiu que deve atuar sempre em
parceria com as comunidades visando à construção do bem-estar comum.
• FNE Verde
• Pronaf
- Pronaf Eco
62
Captação e Gerenciamento de Recursos
- Pronaf Agroecologia
- Pronaf Semiárido
- Pronaf Floresta
Governança corporativa
A governança corporativa tem como objetivo a adoção das boas práticas administrativas. No Banco
do Nordeste S/A, a preocupação principal é identificar os riscos ou potenciais riscos nos seus processos
administrativos, sempre no interesse da transparência, demonstrando continuadamente a forma pela
qual são conduzidos os interesses do banco e de seus clientes.
Ouvidoria
Atua como um canal de comunicação oferecido aos clientes, que possibilita registrar reclamações,
denúncias, sugestões e elogios a toda a estrutura administrativa do banco.
Gerenciamento de riscos
O Banco do Nordeste S/A mantém por sua iniciativa um conjunto de investimentos sociais e
culturais:
• Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente – FIA, cujo objetivo principal é dar condições
financeiras ao desenvolvimento dos direitos da criança, bem como de programas e ações
públicas de promoção e proteção dos direitos da criança e do adolescente;
63
Unidade II
• Lei de Incentivo ao Esporte: o banco faz aportes financeiros com base na Lei de Incentivo ao
Esporte – Lei nº 11.438/06 (BRASIL, 2006b).
• desenvolvimento de software;
• avaliação e certificação;
• propriedade intelectual;
• marketing;
• infraestrutura e apoio.
O Banco do Nordeste tem uma preocupação permanente com a gestão ambiental, entendendo que
é necessário conciliar lucratividade com conservação dos recursos naturais. Para tal, uma Diretoria de
Desenvolvimento Sustentável e de Microfinanças atua como supervisora do desempenho econômico,
ambiental e social.
Dessa forma, o Banco do Nordeste S/A tem trabalhado para manter em evidência os compromissos
com essas questões ambientais, estimulando a adoção de práticas ambientais e objetivando:
• desenvolver uma cultura de consumo consciente dos recursos naturais nos processos internos;
• gestão de resíduos: além dos resíduos recicláveis, o Banco também procura descartar e destinar
corretamente outros tipos de resíduos gerados em suas dependências, tais como resíduos de
equipamentos eletroeletrônicos, lâmpadas fluorescentes, óleo mineral, resíduos de podas, resíduos
de construção civil, dentre outros.
O Banco do Nordeste também destaca como oportuno o equilíbrio saudável entre o seu público
interno e o externo. Incentiva o aprimoramento na gestão de pessoas, principalmente do seu
público interno ou de seus colaboradores, buscando:
• educação permanente;
65
Unidade II
O Banco do Nordeste pauta a aquisição de bens e serviços pelo estrito cumprimento da legislação e
de normativos vigentes, com imparcialidade e transparência no trato com seu público fornecedor.
Em certames licitatórios, o Banco exige a apresentação de declaração do licitante, assinada por seu
representante legal, de que não possui, em seu quadro de pessoal, empregado(s) menor(es) de 18 anos
em trabalho noturno, perigoso ou insalubre, ou menor(es) de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de 14 anos.
O Banco do Nordeste foi agraciado, em outubro de 2013, com a premiação que reconhece as 150
empresas com as melhores práticas em Gestão de Pessoas no Brasil. A certificação, promovida pela
Editora Gestão & RH, reconhece o trabalho desenvolvido pelos profissionais de recursos humanos em
todo o País. A votação foi realizada pelos próprios profissionais da área e participaram aqueles que se
enquadram nas 1.000 Melhores e Maiores do Brasil (critério Exame) e nas 150 Melhores Empresas para
Trabalhar (Great Place to Work).
Em 2013, o Banco formalizou parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social – MDS com o
objetivo de realizar ações no plano Brasil sem Miséria, com vistas a superar a extrema pobreza, por meio
de estratégias conjuntas de fomento ao microcrédito e à melhoria da capacidade técnica, gerencial e
financeira dos empreendedores de baixa renda.
O Banco do Nordeste é o agente financeiro que mais aplica recursos no Pronaf no Nordeste do Brasil
e no Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, atendendo agricultores familiares que desenvolvem
atividades agropecuárias e não agropecuárias, utilizando-se, basicamente, de mão de obra familiar.
O programa é composto pelos seguintes grupos: “A” e “ A/C”, de acordo com a condição de assentado,
e “B” e Pronaf Renda Variável, de acordo com a renda bruta anual obtida pelo produtor, que pode variar
de até R$ 20.000,00 para o Grupo B e acima de R$ 20.000,00 até R$ 360.000,00 para o Pronaf Renda
Variável.
O Pronaf também disponibiliza linhas de crédito especiais para públicos e atividades específicas: Pronaf
Mulher, Jovem, Agroindústria, Floresta, Mais Alimentos, Agroecologia, Agrinf (Custeio do Beneficiamento
e Industrialização de Agroindústria Familiar) e ECO, ou Linha de crédito voltada para o investimento
em projetos de energia renovável e ao financiamento de tecnologias ambientais sustentáveis, além de
investimentos em projetos de convivência com o semiárido - Pronaf Semiárido.
Os recursos financeiros provêm do Fundo de Terras e da Reforma Agrária, cujos encargos ou juros
variam em função do montante financiado por família. As taxas de juros variam de 2% a 5% ao ano.
O financiamento ainda conta com um bônus de adimplência de 30% a 40% sobre o valor de cada
prestação (principal e juros), de acordo com a região de localização do imóvel financiado, exclusivamente
quando for pago até a data do respectivo vencimento, e um bônus adicional: sobre o valor de cada
prestação (principal e/ou juros), referente ao valor financiado para a aquisição do imóvel, exclusivamente
quando a prestação for paga até a data do respectivo vencimento e a aquisição se efetivar por valor
67
Unidade II
inferior a, no mínimo, 10% do valor de referência estabelecido para cada caso, comunicado ao Banco
pela Unidade Técnica Estadual (UTE), será concedido bônus adicional de adimplência de 10%.
Quanto ao prazo do financiamento, ele varia entre 17 e 20 anos, com carência de 36 meses.
Outros programas de financiamento semelhantes são oferecidos pelo Banco do Nordeste S/A, como
o Subprojeto de Investimentos Comunitários – SIC; o Programa de Crédito Fundiário e Combate à
Pobreza Rural; e o Programa de Agricultura Familiar – CAF.
O fortalecimento da economia, do emprego e da renda tem sido uma das preocupações do Banco
do Nordeste. Por meio de sua política de desenvolvimento territorial, promove um conjunto de ações
articuladas combinando crédito, capacitação, assistência técnica e inovação tecnológica, que fazem
parte da Política de Desenvolvimento Territorial.
Essa Política garante a estruturação dos arranjos produtivos locais e a inserção dos empreendedores
nas principais cadeias produtivas das regiões Nordeste e Norte, destacando-se os Estados de Minas
Gerais e Espírito Santo.
Contando com o apoio de uma estrutura de 175 Agências Regionais e 195 Agentes de
Desenvolvimento, a Estratégia Nordeste Territorial contribui para a operacionalização dos Pronaf
A, Jovem e Semiárido; do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR);
do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Conab); do Programa Nacional de Alimentação
Escolar – Merenda Escolar (PNAE); da estratégia de Inovação e Difusão Tecnológica; e do Programa
Territórios da Cidadania, de apoio às micro e pequenas empresas, bem como para a realização das
demais ações do Banco do Nordeste que envolvam articulação institucional e mobilização social
dos Municípios, dos Territórios e dos Estados.
É por meio dessas ações que o Banco do Nordeste, considerando as determinações das políticas
governamentais (incluindo os programas de seleção e fortalecimento dos APLs, do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC), visa contribuir para a cooperação entre os elos das
cadeias produtivas regionais, gerando crescimento econômico com distribuição de renda, inclusão social
e erradicação da pobreza.
68
Captação e Gerenciamento de Recursos
As prioridades para aplicação de recursos do FDNE são estabelecidas anualmente pelo Conselho
Deliberativo da Adene de acordo com o Plano Regional de Desenvolvimento, observadas as diretrizes
e orientações gerais estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional (MI) nos financiamentos aos
empreendimentos de grande relevância para a economia regional.
• projetos de investimentos em infraestrutura, nas áreas que são reconhecidas como prioritárias
pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional;
4.7.14.4 Prioridades
Prioridade espacial
Conceder-se-á tratamento diferenciado e favorecido aos projetos que se localizarem nos espaços
reconhecidos como prioritários pela PNDR: mesorregiões diferenciadas; Regiões Integradas de
Desenvolvimento - RIDEs, semiárido e as microrregiões classificadas como de baixa renda, dinâmicas
ou estagnadas.
69
Unidade II
Prioridade setorial
• agroindústria;
• agricultura irrigada;
• agricultura não irrigada, desde que em áreas com comprovada aptidão edafoclimática,
considerando-se, inclusive, os espaços de zoneamento ecológico-econômico;
• papel, papelão e celulose, desde que integrados a projetos de reflorestamento, inclusive pastas de
papel e papelão, admitidos projetos não integrados a reflorestamento, quando os produtos forem
resultantes de reciclagem;
70
Captação e Gerenciamento de Recursos
• Alagoas;
• Bahia;
• Ceará;
• Minas Gerais;
• Paraíba;
• Pernambuco;
• Piauí;
• Sergipe.
XI - atração e promoção de investimentos para a região com alavancagem de outras fontes de recursos.
4.7.14.8 Vedações
72
Captação e Gerenciamento de Recursos
Foi criado pelo artigo 159 da Constituição Federal e regulamentado pela Lei nº 7.827/1989, sempre
com os objetivos voltados à redução das desigualdades sociais e regionais.
O fundo provido de recursos federais financia investimentos de longo prazo e capital de giro.
Até 12 anos (incluindo até 4 anos de carência). Para financiamento de projetos estruturantes,
localizados no semiárido, em municípios de baixa renda ou estagnados, o prazo é de até 15 anos
(incluindo até 5 anos de carência).
Para capital de giro e compra de matéria-prima, insumos e formação de estoques para vendas, a taxa
de juros varia de acordo com o banco e a avaliação de risco do empréstimo e do projeto.
O fundo prioriza o atendimento aos mini e pequenos produtores rurais, às micro e pequenas empresas,
à região semiárida e aos municípios localizados em microrregiões de baixa renda, dinâmicas e estagnadas
73
Unidade II
4.7.15 Prodetur
O Prodetur I teve como meta inicial reforçar e manter a capacidade turística da região Nordeste,
atrair a iniciativa privada com melhor padrão e excelência no atendimento, gerar oportunidades de
empregos, elevar os níveis de renda e aumentar as receitas públicas, melhorando as condições de
vida da população, disponibilizando água, esgoto e pavimentação.
• governos municipais.
75
Unidade II
Entretanto, também pôde ser observada a ocorrência de impactos socioambientais negativos direta
e indiretamente associados às intervenções realizadas. Tais impactos tiveram uma repercussão negativa,
além de possivelmente representarem comprometimento de parte dos resultados do programa.
• definição das áreas a serem beneficiadas pelas ações do programa, com base no conceito de polos
turísticos (espaço geográfico claramente definido, com pronunciada vocação para o turismo,
envolvendo atrativos turísticos similares e/ou complementares);
• priorização de ações que visam à mitigação de passivos ambientais, associados a alguns dos
projetos do Prodetur/NE I.
Resumo
Exercícios
Questão 1. (Enade 2009) O art. 175, relativo ao Título VII, “Da ordem econômica e financeira”,
Capítulo I, “Dos princípios gerais da atividade econômica”, da Constituição Federal de 1988, especifica:
“Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.
Quais são as implicações desse princípio no papel do Estado na formulação e na execução de políticas
públicas relativas aos serviços de infraestrutura (energia elétrica, telecomunicações, transportes etc.)?
A) Alternativa incorreta.
77
Unidade II
B) Alternativa correta.
Justificativa: ao Estado cabe formular as políticas públicas e, por intermédio de licitação, delegar a
execução à iniciativa privada.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a execução pode ser pulverizada, ou seja, transferida parcial ou totalmente para a
iniciativa privada, por meio de licitação.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. (Enade 2009) Um contador orientou vários clientes a elaborarem declarações de imposto
de renda de pessoa física com informações falsas, capazes de ensejar a supressão parcial de tributos.
Essas declarações efetivamente não coincidiam com a realidade e o intuito era, evidentemente, fraudar
o fisco, o que ocorreu. Todavia, a fiscalização da Receita Federal descobriu o esquema e identificou
os contribuintes, os quais foram intimados a apresentar explicações. Todos reconheceram a fraude,
declararam que tinham sido orientados pelo mesmo contador e realizaram o pagamento do tributo.
A) nem os contribuintes nem o contador serão submetidos a processo criminal, já que a punibilidade
do crime de sonegação fiscal (o qual fora praticado por cada contribuinte em concurso com o
contador) foi extinta pelo pagamento do tributo.
B) os contribuintes serão denunciados pelo crime de sonegação fiscal juntamente com o contador,
mas receberão diminuição de pena pela confissão.
C) apenas o contador será processado criminalmente pela sonegação fiscal em continuidade delitiva,
já que a confissão espontânea dos contribuintes acarreta o perdão judicial.
D) apenas os contribuintes serão processados criminalmente, já que foram eles que se beneficiaram
da supressão do tributo. A ação do contador é uma participação inócua.
E) todos serão processados criminalmente pela prática de sonegação fiscal, sendo cada contribuinte
processado em concurso com o contador. O contador responderá, portanto, pela prática de crime
na forma continuada, ao passo que cada contribuinte responderá por um único crime.
Unidade III
5 Recursos do orçamento Geral da União – OGU e suas Emendas e
Consultas
É todo recolhimento feito aos cofres públicos, seja em dinheiro ou bens de valor, que o Governo
tem o direito de arrecadar em virtude de leis, contratos e quaisquer outros títulos que lhe pertençam.
Neste conceito também estão incluídas as arrecadações na condição de depositário de valores que
não lhe pertençam, mas que por força de outras leis o Governo tem o dever de arrecadar, ainda que
temporariamente e para posterior devolução.
Já as receitas que não pertencem ao governo, mas são arrecadadas por força de outras leis, são
denominadas receitas extraorçamentárias.
A previsibilidade da arrecadação das Receitas Orçamentárias está contida na Lei Federal nº 4.320/64
(BRASIL, 1964), e estas se encontram agrupadas em duas categorias: Receita Orçamentária Corrente e
Receita Orçamentária de Capital.
As Receitas Correntes são aquelas relativas às transações que o governo realiza diretamente ou por
meio de seus órgãos da administração indireta ou descentralizada, desde que não conduzam à alteração
patrimonial do ente público. São as receitas provenientes de arrecadação de tributos, contribuições, receitas
patrimoniais, receitas das atividades agropecuárias, industriais, de serviços. Nessa categoria também se
enquadram as receitas oriundas de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado e destinados à cobertura de despesas correntes, como despesas com a folha de pagamento.
Receitas de Capital são aquelas que resultam na constituição ou criação de bens de capital, alterando
o patrimônio do ente público.
São as parcelas de recursos arrecadados pelo Governo Federal, transferidas para Estados, Distrito
Federal e Municípios, conforme estabelecido na Constituição Federal.
A Constituição Federal define modalidades de repasses de recursos da União para Estados, Distrito
Federal ou Municípios. O art. 159 trata das seguintes repartições tributárias:
O art. 161 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) estabelece que ao Tribunal de Contas da União
compete calcular e fixar os coeficientes de participação na distribuição de recursos das referidas
repartições tributárias. Compete, ainda, ao TCU fiscalizar a entrega dos recursos aos beneficiários e
acompanhar, junto aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas que dão origem às
repartições.
Os recursos dos fundos provêm da arrecadação das receitas do Imposto de Renda – IR e do Imposto
sobre Produtos Industrializados – IPI, em percentuais indicados na tabela a seguir:
Tabela 8
Fundo IR IPI
FPE * 21,5% 21,5%
FPM * 22,5% 22,5%
FNE 1,8% 1,8%
FNO 0,6% 0,6%
FCO 0,6% 0,6%
FPEX ** 10,0%
(*) 15% são destinados ao Fundef.
(**) Cada Estado deve entregar 25% do valor recebido aos
respectivos municípios, observados os critérios estabelecidos na
Constituição Federal.
81
Unidade III
6 Fontes Externas
Bird é a instituição financeira do Banco Mundial que faz empréstimos e assistência para o
desenvolvimento de países de renda média e que tenham bons antecedentes de crédito.
O Bird surgiu em decorrência das duas guerras mundiais. Ao término da Segunda Guerra e com
a Europa ainda temerosa de que novos conflitos pudessem surgir, foram criadas instituições com o
objetivo de promover a paz mundial. Uma delas foi o Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento. Seu objetivo maior era auxiliar a reconstrução dos países europeus que ficaram
destruídos economicamente e socialmente.
Os recursos financeiros do Bird se originam da venda de títulos nos mercados internacionais de capital.
O Bird atua emprestando dinheiro a juros baixos ou mesmo sem juros aos países, promove o
intercâmbio de conhecimento técnico e investe em programas variados de recuperação do meio
ambiente. É dirigido por uma equipe formada de indivíduos dos vários países que integram o Banco
Mundial, e dentro deste há pesos diferenciados para os países, uma vez que a condição econômica dos
países determina a sua representatividade.
Importante dizer que o Banco Mundial é formado por duas instituições financeiras. Uma delas é
o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento e a outra é a Associação Internacional de
Desenvolvimento (AID).
O Banco Mundial teve como idealizadores o economista John Maynard Keynes e Harry Dexter White,
funcionário do alto escalão do governo norte‑americano.
Surgiu como parceiro do Fundo Monetário Internacional – FMI e foi criado na Conferência Monetária
de Bretton Woods, em 1944, no Estado norte‑americano de New Hampshire.
Seu objetivo inicial era a reconstrução da Europa devastada pela Segunda Guerra Mundial. Apesar
de ter sido criado como um banco da “reconstrução”, a sua atuação ficou aquém das necessidades da
Europa do Pós-guerra.
Hoje, o Banco Mundial é formado por unidades principais: o Bird e a Associação Internacional de
Desenvolvimento (AID, de International Development Association – IDA).
82
Captação e Gerenciamento de Recursos
Três outros afiliados unem-se ao Banco Mundial para serem coletivamente chamados de Grupo do
Banco Mundial:
A sede do Banco Mundial está situada em Washington. O banco tem aproximadamente 7 mil
funcionários em sua sede e mais 3 mil funcionários em 109 escritórios espalhados pelos países‑membros.
Enquanto o Bird financia suas operações de empréstimos vendendo títulos com classificação AAA
e outros instrumentos de dívida aos outros bancos, fundos de pensão, seguradoras e grandes empresas
em todo o mundo, a AID é financiada pelas contribuições (dinheiro dos impostos dos contribuintes)
dos países‑membros. Os níveis atuais de empréstimo são aproximadamente iguais entre o Bird e a IDA.
A IFC gere seu próprio capital nos mercados abertos; já a Miga e o ICSID recebem a maioria de seu
financiamento do Banco Mundial, muito do qual é financiado pelos contribuintes.
A propriedade do Banco Mundial consiste de ações com direito a voto mantidas pelos países‑membros,
de acordo com o tamanho e as contribuições. Atualmente, os EUA são os maiores acionistas, com 16,4%
do total de votos. Os próximos maiores blocos são Japão (7,9%) e Alemanha (4,5%). Como as grandes
decisões requerem uma supermaioria com 85% dos votos, os EUA podem efetivamente vetar qualquer
alteração (100% –16,4% = 83,6%).
Tanto o FMI quanto o Banco Mundial, criados para socorrer financeiramente os países em
desenvolvimento e com problemas financeiros graves, têm recebido críticas contundentes principalmente
pelos membros que são eleitos periodicamente como presidentes dessas instituições.
Ainda que não seja uma regra oficial, todo presidente do Banco Mundial vem dos Estados Unidos,
enquanto para o FMI sempre é escolhido um europeu.
Essa hegemonia indica o domínio de um grupo sobre outro, de tal maneira que o grupo dominante
sempre dita os termos do comércio que lhes sejam mais vantajosos em detrimento dos interesses do
comércio dos países em desenvolvimento.
83
Unidade III
A crítica também se relaciona aos ex-presidentes, que sempre pertenceram a uma elite que exerce
forte controle sobre as operações do Banco Mundial, em detrimento do comércio dos países menos
favorecidos economicamente. As críticas também são feitas a outros organismos, como o Conselho de
Relações Internacionais Americano – CRF e a Comissão Trilateral.
O Conselho de Relações Internacionais Americano e a Comissão Trilateral são citados como instituições
que exercem forte controle político e financeiro e que operam propositadamente e consistentemente
para o seu favorecimento e ganho financeiro, dominando tanto o FMI quanto o Banco Mundial.
O propósito do Banco Mundial e do FMI foi inicialmente a reconstrução dos países devastados
pela Segunda Guerra Mundial. Contudo, o Banco Mundial foi impotente em ajudar na reconstrução da
Europa, pois a destinação financeira a esses países foi muito inferior ao que realmente era necessário.
Diante disso, o Banco Mundial muda a sua imagem pública para envolver os países pequenos e
menos importantes ou desfavorecidos economicamente que podiam ficar à mercê de outras ideologias
políticas, como o comunismo.
O foco do Banco Mundial era a redução da pobreza, propósito que permanece até hoje. Contudo,
críticas continuam sendo feitas. Entende-se que a mudança de foco foi uma manobra, pois qualquer
ataque ao Banco Mundial poderia ser visto como ataque às políticas de diminuição da pobreza.
Em resumo, atendendo ou não aos propósitos reais voltados para a diminuição das dificuldades
econômicas e financeiras dos países menos favorecidos, os objetivos do Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento e da Associação para o Desenvolvimento Internacional são os seguintes:
84
Captação e Gerenciamento de Recursos
As reais intenções do Banco Mundial no que se refere à diminuição das desigualdades sociais sempre
são colocadas em dúvida.
No início dos anos de 1980, ocorreram mudanças profundas no departamento de pesquisa que
norteava o pensamento e a direção do Banco.
Nesse cenário, no final de 1999, a cidade de Cochabamba colocou o seu sistema de águas à venda.
O consórcio denominado Águas Del Tunari foi feito com uma empresa subsidiária da Bechtel, maior
empresa de engenharia do mundo, e recebeu a concessão por 40 anos para o abastecimento de água.
O maior problema é a forma como são feitas as concessões. Na cidade de Cochabamba, a população
teve de arcar com custos de construção de barragens, o que seria 600% mais caro do que outras
fontes alternativas.
85
Unidade III
Após o recebimento da concessão, a tarifa de água elevou-se em até 400%, enquanto o salário
mínimo era de US$ 100 mensais, causando sérios problemas financeiros aos consumidores.
6.9 Corrupção
O Banco Mundial tem recebido desde a sua fundação críticas severas ligadas à corrupção.
Organismos como a ONU têm informações e conhecimentos sobre a corrupção no Banco Mundial.
O senador americano pelo Estado de Indiana, Richard Lugar, em 2004, na condição de presidente do
Comitê de Relações Exteriores, deu início a inquéritos sobre a corrupção, convidando vários líderes de
bancos de desenvolvimento a testemunhar voluntariamente diante do comitê.
Em linhas gerais, o dinheiro tem sido mal-empregado por ser aplicado em falsos projetos com o
objetivo de estimular o comércio mundial, não contribuindo para a redução da pobreza.
Não foi determinado quais funcionários do Banco podem ter recebido suborno em troca de influência,
mas uma coisa é certa: qualquer negócio que começa com corrupção somente tem uma direção para
seguir: para baixo. No fim, são os indivíduos fracos, dependentes e que não têm como se ajudar que são
deixados com a conta. As dívidas contraídas e os projetos fracassados simplesmente são acrescentados
à conta das pessoas já empobrecidas.
Por ser um Banco de Desenvolvimento, seu objetivo principal é apoiar iniciativas de países
latino‑americanos para reduzir a pobreza e promover a equidade de modo que fomente a integração
regional e o desenvolvimento sustentável.
Com sede em Washington, nos Estados Unidos, o BID possui representações em todos os países
mutuários, além de um escritório regional em Tóquio e outro em Paris.
Para tornar-se membro regional, o país primeiro tem de ser membro da Organização dos Estados
Americanos. Para ser membro não regional, o país deve ser também membro do Fundo Monetário
Internacional. Uma segunda exigência em ambos os casos é a subscrição de ações do Capital Ordinário
e uma contribuição ao Fundo para Operações Especiais.
86
Captação e Gerenciamento de Recursos
A Assembleia é composta pelos ministros da Fazenda de cada país, pelos presidentes de Bancos
Centrais e por outros funcionários de alto nível. Reúnem-se anualmente nos meses de março ou
abril, com o objetivo de rever as operações do banco, assim como estabelecer normas importantes. A
Assembleia também pode convocar encontros extraordinários para resolver questões importantes.
O Presidente do BID, eleito pela Assembleia de Governadores para um mandato de cinco anos, é
o principal executivo e o representante legal do banco, responsável pelo dia a dia das operações. É
auxiliado por um vice-presidente executivo e por quatro vice-presidentes.
O BID empresta a governos nacionais, provinciais, estaduais e municipais, bem como a empresas do
setor privado. Organizações da sociedade civil também são elegíveis para financiamentos do BID.
O BID oferece soluções de financiamento flexíveis a mutuários soberanos de Capital Ordinário (CO)
para aprimorar as condições de gestão de risco dos mutuários em projetos, programas de empréstimos
e estratégias de gestão de ativos e passivos.
Por meio de opções incorporadas nos empréstimos FFF, os mutuários têm condição de adaptar os
termos financeiros na aprovação ou durante o tempo de duração de um empréstimo. A plataforma FFF
– financiamento baseado na Libor com opções incorporadas – permite aos clientes gerenciar os riscos
cambiais e de taxas de juros. Além disso, para atender às necessidades variáveis de cada projeto, os
mutuários também podem personalizar os termos de pagamento do empréstimo FFF para melhor gerir
os riscos de liquidez.
Como parte das opções de gestão de riscos de moeda oferecidas pelo FFF, os mutuários podem
optar por obter financiamento em sua própria moeda ou em moedas regionais alternativas no
início de um empréstimo ou durante o seu tempo de duração. Além disso, o BID oferece garantias
em moeda local (ML).
87
Unidade III
6.11.3 Investidores
O Banco financia suas operações emitindo títulos em mercados de capitais internacionais. Possui
uma boa reputação de crédito, cuja classificação estabelecida pelas agências internacionais é a mais alta
possível, classificação AAA, exatamente pela sua reputação financeira com uma base de capital bastante
estável, também em razão de suas políticas conservadoras de investimentos e financiamentos, além do
respaldo dos países‑membros.
O BID oferece vários instrumentos de crédito para atender às necessidades dos investidores. O banco
trabalha com subscritores para assegurar que seus títulos tenham um preço justo e liquidez nos mercados
primários e secundários. Os títulos do banco também são uma alternativa de investimento sustentável.
Os títulos de dívida emitidos pelos governos para financiar o orçamento são oferecidos no mercado
financeiro internacional pelo BID.
Por exemplo, em 2014, a Comissão de Valores Mobiliários autorizou o BID a fazer oferta pública
de Títulos de Dívida no Mercado Brasileiro, cujo prazo varia de 1 a 30 anos, e o objetivo principal é a
captação de recursos para financiar projetos de desenvolvimento econômico e social sustentável no País.
Uma série de outros títulos ou papéis é oferecida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento no
mercado financeiro internacional. Os principais são:
• Euro Medium Term Note Program ou Programa de Notas de Euros Médio Prazo;
• U.S. Medium Term Note Program ou Programa de Notas em Dólar Médio Prazo;
• Australian Dollar Medium Term Note Program ou Programa em Dólar Australiano de Notas Médio Prazo;
Como principal parceiro no desenvolvimento da América Latina e no Caribe, o Grupo BID trabalha
em estreita colaboração com universidades, institutos de pesquisa e outras instituições acadêmicas. Seja
para conhecimento, pesquisa ou curiosidade intelectual, o banco oferece uma gama de recursos para
profissionais acadêmicos e estudantes.
88
Captação e Gerenciamento de Recursos
O Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (Intal) cria e dissemina conhecimento
sobre os benefícios da integração regional, uma das principais prioridades do banco. O Intal
também oferece programas de formação para o fortalecimento institucional ligado a comércio e
integração.
89
Unidade III
90
Captação e Gerenciamento de Recursos
• Auditorias internas
A principal função do Escritório do Auditor Executivo (AUG) é fazer auditorias internas destinadas
a agregar valor e aperfeiçoar as operações do Banco. O AUG ajuda o BID a cumprir seus objetivos, ao
adotar um enfoque sistemático e disciplinado apara avaliar e melhorar a eficácia da gestão de risco, dos
controles e dos processos de governança.
• Auditorias externas
Durante o período de execução dos projetos, e até que todos os recursos a eles destinados tenham
sido desembolsados, as entidades executoras dos projetos e os próprios projetos são objeto de auditorias
externas das demonstrações financeiras.
Pessoas que se considerarem prejudicadas por atividades financiadas pelo BID poderão recorrer
ao Mecanismo Independente de Consulta e Investigação (Mici), que investiga se o banco deixou de
cumprir suas próprias normas relativas a planejamento, análise e execução de projetos. As solicitações
nesse sentido são examinadas pela diretoria‑executiva do Banco, que pode determinar que um grupo
independente do BID, formado por três membros, investigue a queixa e emita um relatório com
conclusões e recomendações.
O Tribunal Administrativo do BID foi criado para resolver os conflitos que surgem da relação de
emprego do Banco ou da Corporação com seus funcionários.
O Grupo BID esforça-se para assegurar que suas atividades sejam livres de fraude e corrupção e que
estejam sujeitas aos mais rigorosos mecanismos de controle.
O compromisso do Grupo BID com a integridade e a transparência começa por seu próprio pessoal.
Os funcionários do BID obedecem a padrões éticos rígidos estabelecidos no Código de Ética e Conduta
Profissional de 2012. A diretoria‑executiva está sujeita a seu próprio Código. O Oficial de Ética do Banco
investiga transgressões éticas por parte de funcionários do BID e assegura o cumprimento das exigências
de transparência financeira. O banco tem mecanismos fortes para proteção de denunciantes.
Para ajudar a resolver conflitos relacionados aos funcionários, o BID tem um Ombudsperson, um
Secretário de Mediação e um Departamento de Recursos Humanos, que são todos parte integrante de
seu sistema de solução de conflitos internos. A última instância para solucionar litígios nas relações dos
funcionários com o banco ou a corporação é o Tribunal Administrativo do BID.
Resumo
93
Unidade III
Exercícios
Questão 1. (Enade 2006) Por ocasião da aprovação da Lei de Orçamento Anual – LOA, a previsão
das Receitas e a fixação das Despesas de uma determinada entidade governamental foram as seguintes:
Tabela 9
Tabela 10
95
Unidade III
Tabela 11
Questão 2. (FCC 2012) O orçamento que enfatiza os fins, em vez de destacar os meios, cuja
base fundamental é o planejamento, em vez de ser apenas um instrumento contábil de controle, é o
orçamento:
A) Programa.
B) Clássico.
C) Tradicional.
D) Legislativo.
E) Base zero.
96
Captação e Gerenciamento de Recursos
Unidade IV
7 Conceitos de Programas e Projetos
O programa é um instrumento que o governo utiliza para articular todas as ações que concorrem
para um objetivo comum.
Todo objetivo deve ser preestabelecido e mensurado por indicadores que possam avaliar a condução
do programa que está sendo realizado.
Os Programas Finalísticos são programas cujo resultado esperado são os bens e serviços que devem
ser oferecidos à sociedade ou ao cidadão. Os elementos básicos que constituem um programa finalístico
são: denominação, objetivo, público-alvo, indicadores, fórmulas de cálculo do índice, órgão, unidade
orçamentária e a unidade responsável pelo programa.
Os Programas de Gestão Pública abrangem a execução e avaliação das ações e políticas estabelecidas
pelo governo. Nesse processo de execução e avaliação onde as metas são estabelecidas, é necessário
identificar se as soluções para resolver problemas sociais em qualquer área de atuação do governo
estão devidamente atendidas ou encaminhadas. Por exemplo, Programa de Gestão da Política da Saúde.
Os elementos do programa são: denominação, objetivo, órgão, unidade orçamentária e a unidade
responsável pelo programa.
Os Programas de Serviços do Estado são aqueles que resultam em bens e serviços oferecidos
diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Os elementos do programa são:
denominação, objetivo, órgão, unidade orçamentária e a unidade responsável pelo programa.
Os Programas de Apoio Administrativo são aqueles que colaboram para a consecução dos Programas
Finalísticos e Programas de Gestão Pública. O objetivo principal do Programa de Apoio Administrativo é
auxiliar o órgão que possa executar um Programa Finalístico ou de Gestão.
97
Unidade IV
Apenas para entender o universo dos programas que são elaborados e que estão sob a responsabilidade
de cada um dos ministérios, a seguir, alguns dos principais programas do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão.
Programas temáticos são aqueles que organizam as agendas de governo pelos temas das políticas
públicas. Cada programa está ligado a um macrodesafio, possui um valor global e se desdobra em objetivos.
O valor global indica uma estimativa dos recursos necessários ao programa no período predeterminado
do Plano.
• Integração Sul-americana;
• Petróleo e Gás.
Programa de Operações Especiais são despesas que não contribuem para a manutenção das ações
de governo, das quais não resulta um produto e que não geram contraprestação direta sob a forma de
bens ou serviços. Exemplos desse tipo de despesa são o pagamento de dívidas, ressarcimentos, sentenças
judiciais, transferências, indenizações, financiamentos e contribuições a entidades.
Os Programas de Operações Especiais são parte integrante da Lei Orçamentária Anual (LOA). A LOA
2012 contém os seguintes programas de operações especiais sob gestão ou supervisão do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão:
98
Captação e Gerenciamento de Recursos
Saiba mais
Veja o detalhamento de um programa no site do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão:
<www.planejamento.gov.br>.
O Modelo de Excelência em Gestão Pública procura orientar as organizações tendo em vista a melhoria
da capacidade gerencial, permitindo avaliações comparativas de desempenho das organizações públicas
com as organizações de mesma natureza no âmbito internacional, inclusive do setor privado.
A adoção sem adaptação das características da Administração Direta, representada pelos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, mostrou-se inadequada. Contudo, com o passar do tempo e apesar
das limitações da aplicação, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública
vem passando por aperfeiçoamentos contínuos.
99
Unidade IV
Conclui-se que a gestão pública deve ser exercida obrigatoriamente com a observância da legalidade,
o que significa afirmar que nenhuma gestão pública será considerada boa se efetuada fora do âmbito
da lei.
• Pensamento sistêmico
A essência do pensamento sistêmico está na conscientização de que cada indivíduo deve saber
interagir e estabelecer as relações de interdependência, isto é, cada um depende do outro, e todos
devem realizar esforços mútuos para que os objetivos comuns sejam atingidos. O indivíduo não está
sozinho em seu ambiente organizacional; o espírito de equipe é que deve prevalecer. As relações com
o ambiente externo à organização também devem ser levadas em conta nesse processo de interação
dos indivíduos.
• Aprendizado organizacional
• Cultura da inovação
A busca de novas ideias e maneiras de inovar é algo inerente a toda a natureza humana.
Necessariamente nunca estamos satisfeitos com as coisas que fazemos e, ainda que ser inédito seja
uma atividade bastante difícil, sempre tentamos encontrar ideias originais. Em uma organização
pública ou privada, em razão da sua complexidade, às vezes somos levados a não perceber o
que é chamado, em administração, de superconformidade, isto é, desempenhamos as nossas
atividades porque aprendemos assim e na maioria das vezes não refletimos que é possível agir de
outra maneira.
Aqueles que têm liderança naturalmente interpretam com facilidade a sua organização. Essa
condição faz que transmitam com segurança a outros líderes e demais componentes os propósitos ou
objetivos principais que devem ser atingidos. Geralmente, o líder tem claramente o conhecimento dos
valores que conduzem a organização para a excelência na gestão. Esses valores, ainda que intangíveis,
como a missão da empresa ou da organização, a cultura, a ética, o relacionamento com o seu ambiente
100
Captação e Gerenciamento de Recursos
A orientação por processos e informações, ainda que definida de diversas maneiras, pode
ser entendida como uma sequência ordenada de etapas, eventos, atividades e operações que
determinam a consecução de um produto ou serviço. Devem ser observadas as atividades
executadas e se a análise dessas atividades agregam ou não valor ao processo, produto ou
serviço. As atividades que não agregam valor ao processo devem ser eliminadas, ganhando
mais eficiência, eficácia e redução de custos. A identificação de etapas, eventos e atividades
conduz a um conjunto de informações que naturalmente se transforma em conhecimentos,
subsidiando a capacidade de melhoria das ações e inovações dos produtos e serviços que são
ofertados aos clientes.
• Visão de futuro
A visão de futuro é a tentativa de anteciparmos como estará a organização num horizonte do tempo.
A visão do futuro implica que a organização deve traçar os seus horizontes ou o seu planejamento de
médio e longo prazo. Tudo indica que, se cumprido ao longo do tempo o que foi planejado e estabelecido,
no futuro a organização estará realmente onde queremos que esteja.
• Geração de valor
• Desenvolvimento de parcerias
• Responsabilidade social
São atitudes voluntárias que promovam o bem-estar de todos. No âmbito da administração pública,
a responsabilidade social está voltada para assegurar às pessoas condições de cidadania e acesso aos
bens e serviços públicos. A responsabilidade social implica observação de inúmeros valores, como: o
respeito à individualidade, ao sentimento coletivo, à liberdade de associação, bem como a adoção de
políticas não discriminatórias e de proteção das minorias que devem orientar as relações da organização
com as pessoas. A organização deve buscar o desenvolvimento sustentável, identificar os impactos na
sociedade que possam decorrer de suas instalações, processos, produtos e serviços e executando ações
preventivas para eliminar ou minimizar impactos indesejáveis.
• Controle social
• Gestão participativa
Um conceito moderno que procura ouvir todos os integrantes da organização, ainda que possa ser
em maior ou menor escala. Na gestão pública, tornou-se importante ouvir todos que de alguma forma
possam contribuir com a Administração Pública. Sabemos que o governo possui conhecimento de todas
as necessidades da sociedade. Ouvir todos é importante pela democratização não só das informações,
mas também das decisões, porque todos alinham os objetivos que devem ser atingidos em seu benefício.
A figura a seguir procurar demonstrar um sistema gerencial voltado à excelência em gestão pública.
A finalidade maior é demonstrar como as organizações públicas brasileiras podem ser conduzidas a
padrões elevados de desempenho.
102
Captação e Gerenciamento de Recursos
3 5
Cidadãos Pessoas
2
1 Estratégias e 8
Liderança planos Resultados
60
4 7
Sociedade Processos
5 Informações e conhecimento
O primeiro bloco da figura refere-se ao planejamento do modelo de excelência em gestão pública, que
destaca os conceitos principais nessa fase: Liderança, que tem um papel importante na identificação das
necessidades dos cidadãos; Estratégias, ou caminhos que devem ser percorridos; Plano, que evidencia
ou detalha as atividades que devem ser desenvolvidas; os Cidadãos e a Sociedade beneficiários dos bens
e serviços públicos.
O segundo bloco corresponde à fase de execução onde estão situadas as pessoas que operam os
processos, procurando fazer que cada um desses processos atinja os resultados esperados.
O terceiro bloco representa os resultados e o controle que serve para acompanhar o atendimento à
satisfação dos destinatários dos serviços.
Na próxima figura, a organização pública inicia o ciclo de melhoria contínua do sistema de gestão
do Gespública pela autoavaliação, com o apoio da Rede Nacional da Gestão Pública.
103
Unidade IV
Melhoria
Autoavaliação
Melhoria
Autoavaliação
8 DEFINIÇÃO DE PROJETO
Projeto pode ser tomado como sinônimo de plano, que corresponde ao desenvolvimento de maneira
lógica e encadeada de uma série de atividades para atingir um objetivo. Para o governo, o projeto atua
como um instrumento de programação para atender ao objetivo de um programa. O projeto envolve
um conjunto de operações que deve ser executado dentro de um limite de tempo. Do projeto, o que se
espera é que resulte em um produto que concorra para o aperfeiçoamento das ações do governo.
104
Captação e Gerenciamento de Recursos
Em toda iniciação de projeto, as questões fundamentais são relativas ao questionamento dos objetivos
dos projetos, aos recursos necessários a sua consecução, à experiência envolvida nos condutores do
projeto e às expectativas de que em algum momento a falta de informações necessárias pode conduzir
a um resultado insatisfatório.
Observação
E o orçamento?
105
Unidade IV
Importante também é destacar como será o processo de financiamento dos recursos ou fontes
exigidos do projeto.
Além disso, outras informações devem ser claramente estabelecidas, tais como:
• Quem são as pessoas interessadas e mais influenciadas pelos resultados desse projeto (clientes,
usuários, desenvolvedores, patrocinador, gerência operacional, gerência‑executiva, escritório de
projetos, fornecedores etc.)?
Assim, o resultado esperado dessa fase do projeto, com a consolidação das informações obtidas, é a
conclusão do que estabelece oficialmente o projeto. O gerente de projeto recebe autoridade para aplicar
recursos organizacionais às atividades do projeto.
Ao final dessa fase, é preciso ter respondido a algumas questões, exemplificadas a seguir:
• Como identificar as dificuldades que deverão surgir ao longo de todo o processo de execução?
106
Captação e Gerenciamento de Recursos
Entretanto, é importante ter em mente que ao longo do ciclo de vida do projeto é possível
que novas informações sejam adicionadas ou que haja solicitações de mudanças por parte dos
stakeholders.
Observação
Os itens do planejamento de projeto que contêm as principais informações sobre as ações a serem
executadas e como elas serão monitoradas e controladas incluem outros conceitos, como escopo,
tempo, custos, qualidade, comunicação, risco e aquisições.
À medida que o projeto vai se desenvolvendo e as necessidades ficam mais perceptíveis, novos
integrantes e novas competências podem ser requeridas. Na realidade, a formação da equipe
de projeto é também fator preponderante para o sucesso do projeto. Concomitantemente, com
o desenvolvimento do projeto, o nível de detalhamento conduz as atividades que devem ser
executadas. Questões são suscitadas nessa fase, que se resume em estabelecer o seguinte: quais
as atividades necessárias a conclusão do projeto? Qual o tempo que todas as atividades levarão
para serem concluídas? Qual o grau de dependência entre as diversas atividades? Quais os recursos
humanos e materiais necessários?
Com toda essa informação disponível, pode-se então estabelecer um orçamento de custos,
contemplando todas as necessidades do projeto para atingir seus objetivos, atendendo aos requisitos
de qualidade definidos.
8.5 Execução
Alguns fatores importantes devem ser levados em consideração na fase da execução: alocação dos
recursos, programando-os adequadamente; a forma pela qual os recursos são agregados ao projeto e se
eles se encontram disponíveis; a coordenação e integração das pessoas; o gerenciamento da qualidade,
no cumprimento dos padrões, medições etc.
107
Unidade IV
O gerente de projetos deve observar o desempenho e a interação dos membros dessa equipe, e as
seguintes questões podem ser levantadas: como será monitorado e avaliado o desempenho de cada
membro da equipe? Como resolver os problemas de comportamento e relacionamento da equipe? Como
fornecer feedback que favoreça o crescimento da equipe?
Finalmente, também é preciso garantir durante a execução do projeto que todos os envolvidos
estejam informados sobre o andamento do projeto e que tenham suas necessidades atendidas. Assim,
para proporcionar as informações requeridas, é preciso monitorar e controlar o andamento do projeto.
Também durante a execução do projeto pode ser que ocorram solicitações de mudança do próprio
cliente no escopo ou naquilo que se pretende atingir, ou até mesmo alterações nos prazos e custos do
projeto.
Resumo
Exercícios
Questão 1. (Enade 2006) Entre 1968 e 1973 a economia brasileira apresentou elevadas taxas de
crescimento com baixa inflação, sendo tal período apontado como “milagre econômico”. Contribuíram
para esse “milagre econômico”:
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
I – Afirmativa correta.
Justificativa: as reformas tributária, financeira e salarial do período 1964-1967 (por meio do Plano de
Ação Econômica do Governo – Paeg) efetivamente contribuíram para o “milagre econômico” do período
109
Unidade IV
Com relação à política financeira, o Paeg criou o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional
e institucionalizou os mecanismos de correção monetária com os reajustes a partir das Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN). Além de aparelhar o sistema financeiro, procurou restringir
a liquidez dos meios de pagamento, especialmente aqueles nas mãos dos trabalhadores. Em relação
à política tributária, o Paeg criou um sistema tributário centralizado, permitindo o aumento da
arrecadação: o Estado passou a se financiar atrelando a dívida pública às ORTNs ou às LTNs (Letras do
Tesouro Nacional), e fomentaram-se as exportações por meio de incentivos fiscais.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: como herança da recessão dos anos anteriores, havia capacidade ociosa na maioria
das indústrias, especialmente em função das escalas mínimas e da desorganização econômica: a queda
na produção industrial, nos anos anteriores, havia sido notável. A intenção de Delfim Netto, gestor do
“milagre econômico”, era aproveitar essa capacidade ociosa para, liberando o crédito e retomando o
investimento, fazer dela uma oportunidade para o crescimento.
Questão 2. (Fecap 2012) Em relação aos Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial no setor
público, é correto afirmar que:
110
Captação e Gerenciamento de Recursos
111
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
REFERÊNCIAS
Textuais
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www.planejamento.gov.br/editoria.asp?p=editoria&index=62&ler=s666>. Acesso em: 16 jul. 2015.
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___. Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006. Institui a separação dos resíduos recicláveis
descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte
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2006/2006/Decreto/D5940.htm>. Acesso em: 13 jul. 2015.
112
___. Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007. Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo
Federal, e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
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___. Decreto de 1º de agosto de 2008. Dispõe sobre a Comissão Nacional de Cartografia - Concar, e dá
outras providências. Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.inde.gov.br/images/inde/19Decreto
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___. Decreto nº 8009, de 15 de maio de 2013. Dispõe sobre a reorganização da Comissão Nacional de
População e Desenvolvimento. Brasília, 2013. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Ato2011-
2014/2013/Decreto/D8009.htm>. Acesso em: 28 jul. 2015.
___. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Brasília, 2000b. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 7 jul. 2015.
___. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília,
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Exercícios
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000