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Captação e Gerenciamento

de Recursos
Autor: Prof. Rubens Pardini
Colaboradores: Prof. Claudio Ditticio
Profa. Rachel Niza
Professor conteudista: Rubens Pardini

Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras, pela Pontifícia Universidade Católica – PUC–SP. Bacharel em
Administração de Empresas, pela Faculdade de Administração e Estatística Paes de Barros. Bacharel em Ciências
Contábeis, pela Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo. Desde 1992, é docente do Curso de Ciências Contábeis
e Administração de Empresas da Universidade Paulista – UNIP, nos cursos presencial e EaD. Leciona as disciplinas
Contabilidade Internacional, Administração Financeira e Matemática Financeira. Anteriormente, de 1984 a 1992,
trabalhou na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, na Faculdade de Engenharia Industrial e na Escola
Superior de Administração de Negócios, em São Bernardo do Campo. Foi chefe do Departamento de Ciências Contábeis
da Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo. Participou da elaboração do Projeto Pedagógico para o Curso de
Ciências Contábeis da Uniesp. Na Fundação Getúlio Vargas foi professor de MBA em Contabilidade para Executivos e
professor‑tutor nos cursos livres em EaD. Também foi professor de Contabilidade do Senac, no Curso Técnico.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

P226c Pardini, Rubens.

Captação e Gerenciamento de Recursos. / Rubens Pardini - São


Paulo: Editora Sol, 2015.

120 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2-097/15, ISSN 1517-9230.

1. Planejamento estratégico governamental. 2. Sistema


monetário internacional. 3. Recursos do orçamento geral da União.
I. Título.

CDU 336.7

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Unip Interativa – EaD

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Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli

Material Didático – EaD

Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Carla Moro
Juliana Mendes
Sumário
Captação e Gerenciamento de Recursos

Apresentação.......................................................................................................................................................9
Introdução............................................................................................................................................................9

Unidade I
1 A Importância do Planejamento...................................................................................................... 11
1.1 Captação e gerenciamento de recursos....................................................................................... 11
1.2 Dívida Pública Federal (DPF)............................................................................................................. 12
1.3 Classificação da Dívida Pública Federal........................................................................................ 12
1.4 Administração da Dívida Pública Federal.................................................................................... 13
1.5 Tesouro Nacional................................................................................................................................... 13
1.6 Tesouro Direto......................................................................................................................................... 13
1.7 Títulos Públicos Federais..................................................................................................................... 13
1.8 Títulos Públicos do Tesouro Nacional............................................................................................ 14
1.8.1 Letras do Tesouro Nacional – LTN..................................................................................................... 14
1.8.2 Letras Financeiras do Tesouro – LFT................................................................................................. 14
1.8.3 Notas do Tesouro Nacional Série B – NTN-B............................................................................... 15
1.8.4 Notas do Tesouro Nacional Série B Principal – NTN-B Principal......................................... 15
1.8.5 Notas do Tesouro Nacional Série C – NTN-C ............................................................................. 15
1.8.6 Notas do Tesouro Nacional Série F – NTN-F................................................................................. 16
2 Planejamento Estratégico Governamental............................................................................ 16
2.1 Fundamentos legais do planejamento estratégico governamental................................. 17
2.1.1 A Constituição Federal........................................................................................................................... 17
2.1.2 O conteúdo básico do Plano Plurianual......................................................................................... 17
2.1.3 O Plano Plurianual – PPA..................................................................................................................... 17
2.1.4 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO............................................................................................ 17
2.1.5 Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF............................................................................................... 18
2.2 Planejamento governamental.......................................................................................................... 23
2.2.1 Estrutura organizacional do Ministério do Planejamento...................................................... 24
2.2.2 Visão estratégica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão......................... 26
2.2.3 Objetivos estratégicos............................................................................................................................ 26
2.3 Sistema Financeiro Nacional............................................................................................................ 28
2.3.1 Conselho Monetário Nacional............................................................................................................ 28
2.4 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão................................................................. 31
2.4.1 História......................................................................................................................................................... 31
2.4.2 Estrutura e Competências.................................................................................................................... 32
2.4.3 O papel das secretarias na estrutura organizacional do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão........................................................................................................... 33

Unidade II
3 Sistema Monetário Internacional................................................................................................. 38
3.1 Fundo Monetário Internacional – FMI........................................................................................ 38
3.2 Banco Mundial....................................................................................................................................... 39
4 Bancos Governamentais....................................................................................................................... 39
4.1 BNDES........................................................................................................................................................ 39
4.1.1 A Organização do BNDES..................................................................................................................... 42
4.1.2 Políticas Operacionais............................................................................................................................ 42
4.2 BNDES Finem – Linhas de Financiamento.................................................................................. 45
4.3 Sistema BNDES Finame, Bandespar e BNDES PLC................................................................... 46
4.3.1 BNDESPAR.................................................................................................................................................. 46
4.3.2 BNDES PLC.................................................................................................................................................. 47
4.4 Caixa Econômica Federal.................................................................................................................... 47
4.5 Banco do Brasil ..................................................................................................................................... 47
4.6 Banco da Amazônia.............................................................................................................................. 48
4.6.1 Estratégias do Banco da Amazônia.................................................................................................. 49
4.6.2 Código de Ética......................................................................................................................................... 49
4.6.3 Plano de Aplicação de Recursos........................................................................................................ 49
4.6.4 A região na perspectiva do desenvolvimento sustentável...................................................... 50
4.6.5 O papel do Banco da Amazônia como agente das iniciativas do Governo
Federal para a região ....................................................................................................................................... 51
4.6.6 As oportunidades de investimento nos Estados ....................................................................... 51
4.7 Banco do Nordeste do Brasil – BNB.............................................................................................. 60
4.7.1 Perfil do Banco do Nordeste – Comissão de Ética e Código de Conduta Ética ............ 60
4.7.2 Planejamento estratégico ................................................................................................................... 61
4.7.3 Acesso à informação ............................................................................................................................. 62
4.7.4 Responsabilidade socioambiental .................................................................................................... 62
4.7.5 Responsabilidade socioambiental – Governança, transparência e ética ......................... 63
4.7.6 Responsabilidade socioambiental – Investimentos sociais e culturais ............................ 63
4.7.7 Responsabilidade socioambiental – Desenvolvimento regional sustentável
e inovações ........................................................................................................................................................... 64
4.7.8 Responsabilidade socioambiental – Gestão ambiental .......................................................... 64
4.7.9 Responsabilidade socioambiental – Valorização da diversidade.......................................... 65
4.7.10 Responsabilidade socioambiental – Fornecedores (BRASIL, [s.d.]a).................................. 66
4.7.11 Responsabilidade socioambiental – Reconhecimentos e
destaques (BRASIL, [s.d.]b)............................................................................................................................... 66
4.7.12 Agricultura familiar ............................................................................................................................. 66
4.7.13 Crédito fundiário .................................................................................................................................. 67
4.7.14 Nordeste Territorial – Apresentação.............................................................................................. 68
4.7.15 Prodetur ................................................................................................................................................... 74
4.7.16 Prodetur/NE I – Prodetur II............................................................................................................... 75
Unidade III
5 Recursos do orçamento Geral da União – OGU e suas Emendas
e Consultas......................................................................................................................................................... 79
5.1 Receita Pública....................................................................................................................................... 79
5.2 As transferências constitucionais................................................................................................... 80
5.3 Outras fontes – Transferências constitucionais ....................................................................... 81
5.3.1 Origem dos recursos dos fundos ...................................................................................................... 81
6 Fontes Externas........................................................................................................................................... 82
6.1 O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – Bird........................... 82
6.2 O Banco Mundial................................................................................................................................... 82
6.2.1 Estrutura do Banco Mundial............................................................................................................... 82
6.3 Criticas à hegemonia norte‑americana ...................................................................................... 83
6.4 O Conselho de Relações Internacionais Americano e a Comissão Trilateral................. 84
6.5 Propósitos de conveniência.............................................................................................................. 84
6.6 Redução da pobreza............................................................................................................................. 84
6.7 Liberalização e ajustes estruturais.................................................................................................. 85
6.8 A Guerra da Água.................................................................................................................................. 85
6.9 Corrupção................................................................................................................................................. 86
6.10 Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID............................................................... 86
6.11 Organização do BID............................................................................................................................ 87
6.11.1 Clientes do BID....................................................................................................................................... 87
6.11.2 O que financia e quais são as metas.............................................................................................. 87
6.11.3 Investidores.............................................................................................................................................. 88
6.11.4 Outras atuações do BID – Instituições acadêmicas................................................................. 88
6.12 Avaliação e auditoria........................................................................................................................ 91
6.13 Integridade e responsabilidade no BID...................................................................................... 92
6.14 Salvaguardas para os cidadãos..................................................................................................... 92
6.15 Ética no Grupo BID............................................................................................................................ 93
6.16 Sistema de solução de conflitos internos................................................................................. 93

Unidade IV
7 Conceitos de Programas e Projetos............................................................................................. 97
7.1 Os diversos programas do Governo Federal............................................................................... 98
7.2 Gestão pública para excelência ...................................................................................................... 99
7.3 Princípios e Fundamentos da Gestão Pública para Excelência........................................... 99
7.4 Modelo de Excelência em Gestão Pública – MEGP ..............................................................102
8 DEFINIÇÃO DE PROJETO..............................................................................................................................104
8.1 Elementos do projeto .......................................................................................................................104
8.2 Tipologia de projetos ........................................................................................................................104
8.3 Iniciação do projeto...........................................................................................................................105
8.4 Planejamento do projeto.................................................................................................................106
8.5 Execução ................................................................................................................................................107
8.6 Monitoramento e controle..............................................................................................................108
Apresentação

Este livro-texto apresenta o conteúdo da disciplina Captação e Gerenciamento de Recursos, na qual


trataremos dos aspectos fundamentais de alocação de recursos, com foco no governo e nas entidades
do setor público.

O objetivo é capacitar nossos alunos sobre as principais fontes de recursos internos e externos
disponíveis, criando condições para a ampliação dos recursos financeiros necessários à consecução dos
objetivos definidos nos Programas Governamentais, bem como para o conhecimento de Administração
e Gerenciamento de Programas e Projetos Governamentais.

Dentre os objetivos específicos desta disciplina, podemos apontar: como o governo capta e gerencia
os recursos financeiros para os investimentos necessários ao país e o pagamento das despesas públicas;
o entendimento da composição da Dívida Pública Federal, a sua classificação e a sua respectiva
administração; o papel do Tesouro Nacional, Tesouro Direto, a emissão dos Títulos Públicos Federais que
financiam o Governo e como atuam no Mercado Financeiro Nacional.

Veremos os principais Títulos Públicos do Tesouro Nacional: Letra do Tesouro Nacional – LTN; Letra
Financeira do Tesouro – LFT; Nota do Tesouro Nacional Série B – NTB-N; Nota do Tesouro Nacional Série
B Principal – NTB–N; Nota do Tesouro Nacional Série C – NTC-C e Nota do Tesouro Nacional Série F –
NTF-F.

Estudaremos também os principais bancos governamentais sob a administração do Governo Federal


e os Bancos Regionais que se ocupam do desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste e seus programas
diversos, de interesse econômico e social do Brasil, além do Sistema Financeiro Internacional e seus
principais órgãos e bancos.

Introdução

A captação e o gerenciamento de recursos podem ser compreendidos a partir da reforma bancária pela
Lei 4.595/64 (BRASIL, 1964), assim como da reforma do Mercado de Capitais pela Lei 4.728/65 (BRASIL,
1965), seguindo o modelo europeu, não deixando apenas os bancos como elementos principais da
manutenção e do gerenciamento de recursos financeiros. Antes mesmo de 1964 já existiam as empresas
de crédito, financiamento e investimento. Com a reforma, foram criados os bancos de investimentos e
as associações de poupança e empréstimo. Deste cenário resulta a evolução dos bancos governamentais.
O Banco do Brasil, assim como o BNDES, já existia.

Com essa reforma institucional são criados o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do
Brasil, aliados às demais instituições financeiras, como Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e
Banco do Nordeste, que atuam como instituições importantes na condução da Política Econômica do
País, gerindo os recursos necessários à administração pública federal, estadual e municipal.

Algumas questões quando se trata de captação e gerenciamento de recursos:

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• Como atuam as autoridades monetárias do país?

• Como está estruturado o Conselho Monetário Nacional e Internacional?

• Quais papéis importantes exercem os Bancos Governamentais na captação e no gerenciamento


dos recursos?

• Quais requisitos devem ser perseguidos para a formação e o gerenciamento dos recursos?

• Os Bancos de Desenvolvimento Regionais são importantes na condução da política da redução


das desigualdades sociais e regionais?

Todos esses questionamentos são alvo não só da sociedade, mas também do próprio governo em
qualquer esfera. Por isso, serão discutidas neste livro-texto.

Trataremos da importância do planejamento e da captação de recursos, do Planejamento Estratégico


do Governo e de como é desenvolvido o planejamento governamental. Definiremos a atuação dos
Bancos Governamentais e os recursos do orçamento geral da União. Por fim, abordaremos os conceitos
de Programas e Projetos na Gestão Pública.

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Captação e Gerenciamento de Recursos

Unidade I
1 A Importância do Planejamento

1.1 Captação e gerenciamento de recursos

Quando discorremos sobre captação e gerenciamento de recursos, a primeira ideia associada a esse
conceito é a do planejamento.

O planejamento é algo inerente a nossas vidas, isto é, toda vez que praticamos uma ação,
inexoravelmente o ato de pensar vem antes, com o objetivo de percebemos como a ação deve ser
praticada.

O termo planejamento pode ser entendido ou aplicado de diversas maneiras.

Especificamente, o planejamento pode também ser associado ao termo estratégico, ou seja, àquilo
que é revestido de espírito empreendedor. Dessa associação de ideias ou palavras em administração vem
a definição de planejamento estratégico.

É importante também definir a palavra estratégia. Do ponto de vista empresarial ou de


negócios em uma economia de mercado, estratégia significa estabelecer objetivos, minimizando
os fatores desfavoráveis e procurando otimizar aquilo que é mais favorável: a estratégia ou
ação que deve ser praticada em qualquer tipo de organização, empresa ou em um determinado
negócio.

Planejamento implica analisar as variáveis tidas como relevantes ou ambientais externas e


internas à empresa. Além disso, as variáveis relevantes são classificadas em não controláveis
e controláveis.

O planejamento estratégico tornou-se muito importante. Existem vastas teorias a respeito de


planejamento estratégico, e dez escolas de pensamento se destacam. Essas escolas foram criadas
pelos autores Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel.

Cada uma delas apresenta uma perspectiva diferente sobre a formação das estratégias, ou
seja, como devem ser formuladas as práticas gerenciais que levam as organizações ao êxito. São
elas: Escola do Design, Escola do Planejamento, Escola do Posicionamento, Escola Empreendedora,
Escola Cognitiva, Escola do Aprendizado, Escola do Poder, Escola Cultural, Escola Ambiental e
Escola da Configuração.

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Unidade I

Saiba mais

Para mais conhecimentos sobre as Escolas do Planejamento Estratégico,


consulte:

MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um


safári pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.

1.2 Dívida Pública Federal (DPF)

A Dívida Pública Federal (DPF) corresponde à consolidação da Dívida Pública Mobiliária Federal
interna (DPMFi) com a Dívida Pública Federal externa (DPFe), sendo esta última composta pela Dívida
Mobiliária e Contratual. A maior parte da DPF está em poder do público, mas existe uma parcela da
DPMFi em poder do Banco Central.

A Dívida Pública Federal (DPF) é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit
orçamentário do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, bem como para
realizar operações com finalidades específicas definidas em lei.

1.3 Classificação da Dívida Pública Federal

A Dívida Pública Federal pode ser classificada de diferentes formas, sendo as principais:

• Quanto à forma de endividamento

Em relação à forma, o endividamento pode ocorrer por meio da emissão de títulos públicos ou pela
assinatura de contratos.

Quando os recursos são captados por meio da emissão de títulos públicos, a dívida daí decorrente
é chamada de mobiliária. Quando a captação é feita via celebração de contratos, a dívida é classificada
como contratual.

Os títulos públicos federais são instrumentos financeiros de renda fixa emitidos pelo Governo Federal
via oferta pública (leilão) ou diretamente ao detentor. Já os contratos são usualmente firmados com
organismos multilaterais, tais como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento,
com agências governamentais e com bancos privados.

• Quanto à moeda na qual ocorrem os fluxos de recebimento e pagamento da dívida

Em relação à moeda na qual ocorrem seus fluxos de recebimento e pagamento, a Dívida Pública
Federal pode ser classificada como interna ou externa. Quando os pagamentos e recebimentos são

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Captação e Gerenciamento de Recursos

realizados na moeda corrente em circulação no país, no caso brasileiro, o real, a dívida é chamada de
interna. Por sua vez, quando tais fluxos financeiros ocorrem em moeda estrangeira, usualmente o dólar
norte-americano, a dívida é classificada como externa.

1.4 Administração da Dívida Pública Federal

Atualmente, toda a Dívida Pública Federal em circulação no mercado nacional é paga em real e
captada por meio da emissão de títulos públicos, sendo por essa razão definida como Dívida Pública
Mobiliária Federal interna (DPMFi).

Já a Dívida Pública Federal existente no mercado internacional é paga em outras moedas que não
o real e tem sido captada tanto por meio da emissão de títulos quanto por contratos, sendo por isso
definida como Dívida Pública Federal externa (DPFe).

1.5 Tesouro Nacional

O Tesouro Nacional é o órgão público responsável pelo gerenciamento da dívida pública do Brasil.
Com esse objetivo, o Tesouro Nacional capta recursos do mercado financeiro por meio da emissão
primária de títulos para execução e financiamento das dívidas internas do governo. Para popularizar
e democratizar o investimento em títulos públicos federais, o Tesouro Nacional desenvolveu, em
2002, em parceria com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), o Tesouro Direto –
um programa que permite a compra e a venda de títulos públicos por investidores pessoas físicas
diretamente pela internet.

1.6 Tesouro Direto

Tesouro Direto é uma ferramenta desenvolvida pelo Tesouro Nacional, em parceria com a Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), que permite ao investidor pessoa física comprar e vender
títulos emitidos pelo Governo Federal diretamente através da internet. Trata-se de um investimento em
renda fixa de baixo risco, para aquele investidor que busca tranquilidade e segurança.

1.7 Títulos Públicos Federais

Os títulos públicos são considerados os ativos de menor risco da economia de um país, pois são 100%
garantidos pelo Tesouro Nacional. O Brasil possui excelente reputação de emissor, uma vez que seus
títulos detêm Grau de Investimento pelas três principais agências de classificação de risco: Standard &
Poor’s, Moody’s e Fitch.

O Governo Federal emite esses títulos com a finalidade de captar recursos para financiar a dívida
pública brasileira e garantir investimentos em áreas como educação, saúde e infraestrutura. Em troca,
compromete-se a devolver o valor aplicado acrescido de um valor adicional, que varia de acordo com
o indexador definido no ato da compra: taxa básica de juros (Selic), índice de inflação (IGP-M ou IPCA),
taxa de câmbio ou taxa de juros fixa preestabelecida.

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Unidade I

1.8 Títulos Públicos do Tesouro Nacional

O Tesouro Nacional emite diversos tipos de títulos para captação de recursos no mercado financeiro.
A sua remuneração é o recebimento dos juros, e o valor principal varia de acordo com a expectativa
do investidor. O investidor pode optar por aplicações cuja indexação seja pré-fixada ou pós-fixada pela
taxa básica de juros Selic ou pelos índices IGP-M ou IPCA, assim como o recebimento dos juros pode ser
diário, semestral ou ocorrer junto com o vencimento do valor principal aplicado.

Lembrete

O Tesouro Nacional é um órgão importante na administração e na


captação dos recursos no Mercado Financeiro.

Vejamos a seguir quais são os principais títulos.

1.8.1 Letras do Tesouro Nacional – LTN

As Letras do Tesouro Nacional são títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no momento da compra.
Por se tratar de um título pré-fixado, o investidor sabe exatamente a rentabilidade a ser recebida até a
data de vencimento. O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de
vencimento do título. As Letras do Tesouro Nacional são indicadas para o investidor que acredita que a taxa
de juros pré-fixada será maior que a taxa básica de juros (Selic) ou que a taxa de inflação (IGP-M ou IPCA).

1.8.2 Letras Financeiras do Tesouro – LFT

As Letras Financeiras do Tesouro são títulos com rentabilidade diária vinculada à taxa de
juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos registrados no
sistema Selic). Por se tratar de um título pós-fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor
variará até a data de vencimento. O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma
única parcela, na data de vencimento do título. As Letras Financeiras do Tesouro são indicadas
para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada à variação da taxa de juros
básica da economia (Selic) (LETRA..., [s.d.]).

Leia o texto a seguir.

Letra[s] Financeira[s] do Tesouro (LFT)

As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são títulos com rentabilidade diária vinculada à
taxa de juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos
registrados no sistema Selic).

Por se tratar de um título pós-fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor


variará até a data de vencimento.
14
Captação e Gerenciamento de Recursos

O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de


vencimento do título.

As Letras Financeiras do Tesouro são indicadas para o investidor que deseja uma
rentabilidade pós-fixada indexada à variação da taxa de juros básica da economia (Selic).

Características:

• indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada à taxa de
juros da economia (taxa Selic);

• fluxo simples: uma aplicação e um resgate.


Fonte: Letra... ([s.d.]).

1.8.3 Notas do Tesouro Nacional Série B – NTN-B

As Notas do Tesouro Nacional Série B são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA,
acrescida de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós-fixado, a rentabilidade
a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado
em uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos
periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série B são indicadas para
o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós-fixada periódica indexada à variação do principal
indicador inflacionário do Brasil (IPCA).

1.8.4 Notas do Tesouro Nacional Série B Principal – NTN-B Principal

As Notas do Tesouro Nacional Série B Principal são títulos com rentabilidade vinculada à variação
do IPCA, acrescidas de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós-fixado, a
rentabilidade a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal
e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título. As Notas do Tesouro
Nacional Série B Principal são indicadas para o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós-fixada
indexada à variação do principal indicador inflacionário do Brasil (IPCA).

1.8.5 Notas do Tesouro Nacional Série C – NTN-C

As Notas do Tesouro Nacional Série C são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IGP-M,
acrescida de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós-fixado, a rentabilidade
a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado
em uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos
periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série C são indicadas para
o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós-fixada periódica indexada à variação do principal
índice de reajuste de contratos de aluguel e de serviços do Brasil (IGP-M).

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Unidade I

Lembrete

Os diversos tipos de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional


permitem que o investidor decida aplicar seus recursos e remunerações
pré‑fixadas ou pós-fixadas.

1.8.6 Notas do Tesouro Nacional Série F – NTN-F

As Notas do Tesouro Nacional Série F são títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no
momento da compra. Por se tratar de um título pré-fixado, o investidor sabe exatamente a
rentabilidade a ser recebida até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado em
uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos
periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série F são indicadas
para o investidor que deseja receber uma remuneração pré-fixada periódica e que acredita que
a taxa de juros pré-fixada será maior que a taxa básica de juros (Selic) ou que a taxa de inflação
(IGP-M ou IPCA).

Observação

É importante o investidor decidir qual o tipo de aplicação mais


interessante do ponto de vista de caixa, o que implica a decisão de
comprar títulos com taxas pré‑fixadas ou pós-fixadas. A taxa pré-
fixada já determina qual será o seu rendimento, enquanto na pós-
fixada o rendimento somente será conhecido no vencimento do título.
Dependendo do comportamento da inflação, será possível ter um retorno
além ou aquém de suas expectativas financeiras.

2 Planejamento Estratégico Governamental

O planejamento governamental é muito amplo, pois deve ser elaborado por todos os entes que
formam a administração pública federal, estadual e municipal.

Sabemos que a administração pública está dividida entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
com exceção das esferas municipais, que não possuem Poder Judiciário.

Todos os poderes e seus entes devem fazer o planejamento estratégico. Inclusive, a Lei nº
10.180, de 6 de fevereiro de 2001, em seu artigo 2º, define: “Art. 2°. O Sistema de Planejamento
e de Orçamento Federal tem por finalidade: I - formular o planejamento estratégico nacional”
(BRASIL, 2001).

16
Captação e Gerenciamento de Recursos

2.1 Fundamentos legais do planejamento estratégico governamental

2.1.1 A Constituição Federal

A partir da Constituição de 1988 é que tomou impulso a atividade de planejamento governamental. Conforme
o artigo 165, por meio de leis próprias, de iniciativa do Poder Executivo, serão estabelecidos o Plano Plurianual
– PPA, as diretrizes orçamentárias (definidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO) e os orçamentos anuais.

No ano 2000, foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que introduziu novos conteúdos na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.

2.1.2 O conteúdo básico do Plano Plurianual

O conteúdo básico do Plano Plurianual é o seguinte (CF, art.165, parágrafo 1º): “A Lei que instituir o
plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração
Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes, e para os programas de duração
continuada” (BRASIL, 1988).

2.1.3 O Plano Plurianual – PPA

O Projeto de Lei é enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, até 31 de agosto do
primeiro ano de seu mandato, sendo devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa
de 15 de dezembro. O Plano Plurianual – PPA vigorará por 4 anos, a partir do segundo ano do mandato
presidencial até o final do primeiro ano do mandato presidencial subsequente.

Características gerais do PPA:

• Ordena as ações do governo para atingir os objetivos e as metas fixadas para um determinado
período de tempo.

• A Lei que o institui deverá estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas
da Administração Pública, tanto para as despesas de capital e outras decorrentes quanto para as
relativas aos programas de duração continuada (BRASIL, 1988).

2.1.4 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias é enviada anualmente pelo Presidente da República ao Congresso


Nacional, até o dia 15 de abril, e devolvida para sanção presidencial até o dia 30 de junho, sem a qual o
Congresso Nacional está impedido de iniciar o seu recesso de julho.

Essa lei compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas
de capital para o exercício subsequente, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA, dispõe
sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.
17
Unidade I

Observação

O termo fomento significa impulsionar para o progresso. Assim, foram


criadas instituições com objetivos próprios para atenderem às diversas áreas
sociais do País. Entre elas, estão o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES, responsável pela política de investimento a
longo prazo; o Banco do Brasil, que atua como principal executor da política
rural e como principal agente financeiro do país; e a Caixa Econômica
Federal, que administra o Fundo de Garantia, é banco para o trabalhador
do país e responsável pela política de saneamento básico.

Características principais da LDO:

• Com a LDO, o Poder Legislativo amplia a sua participação nas definições das prioridades
governamentais. A LDO cumpre, também, a função de elo entre o planejamento de médio e longo
prazo do PPA e o de curto prazo e do orçamento anual.

• Tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, que são compreendidos como
orçamento fiscal, de investimento e da seguridade social, de modo a adequá-los às diretrizes e às
metas da Administração Pública. Compreende as metas e prioridades da Administração Pública
Federal, incluindo as despesas de capital para o Exercício Financeiro subsequente.

• Orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA, disporá sobre alterações na Legislação
Tributária e estabelecerá a política de aplicação das Agências Financeiras de Fomento, de acordo
com o art. 165, parágrafo 2º, da Constituição Federal. Disporá sobre autorizações para o aumento do
gasto ou a contratação de pessoal da administração direta e indireta (BRASIL, 1988).

2.1.5 Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF

A Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000b) foi criada para atender aos preceitos constitucionais,
amparados pelo Capítulo II, Título VI da Constituição Federal.

O objetivo principal da lei foi introduzir na Administração Pública normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade da gestão fiscal, isto é, administrar os gastos públicos, tendo em vista
o atingimento das metas estabelecidas nos diversos planos governamentais e evitando desvios que
pudessem resultar em desequilíbrio das contas públicas.

Seus elementos principais são:

• equilíbrio entre receitas e despesas;

• critérios de limitação de empenho das despesas, quando as metas de resultado primário não
forem atendidas, quer pela realização das receitas em montante inferior às previsões, quer pela
18
Captação e Gerenciamento de Recursos

realização de despesas em montantes superiores à arrecadação, e quando a dívida consolidada de


determinado ente exceder seu respectivo limite.

2.1.5.1 Resultado primário

Procura medir o comportamento fiscal do governo no período, representando a diferença entre a


arrecadação de impostos, taxas, contribuições e outras receitas inerentes à função arrecadadora do
Estado, excluindo-se as receitas de aplicações financeiras, as despesas orçamentárias do governo no
período, as despesas com amortização, juros e encargos da dívida, bem como as despesas com concessão
de empréstimos.

Em síntese, avalia se o governo está ou não vivendo dentro de seus limites orçamentários, ou seja,
contribuindo para a redução ou a elevação do endividamento do setor público.

2.1.5.2 Resultado nominal

Para a apuração do resultado nominal, devem-se acrescentar ao resultado primário os valores pagos
e recebidos de juros nominais junto ao sistema financeiro, ao setor privado não financeiro e ao resto
do mundo. Assim, esse resultado indica, efetivamente, o montante de recursos que o setor público
necessitou captar junto ao sistema financeiro, ao setor privado e ao resto do mundo para a realização
de suas despesas orçamentárias.

Exemplo:

Tabela 1

Receitas Despesas
Tributária 3.000.000 Correntes 2.000.000
Aplicações Financeiras 600.000 Juros da Dívida 350.000
Operações de Crédito 500.000 Capital 500.000
Alienação de Bens 100.000 Amortização da Dívida 700.000
Total 4.200.000 Total 3.550.000

Resultado nominal: 4.200.000 (-) 3.550.000 = 650.000

Resultado primário: 3.000.000 (-) 2.500.000 = 500.000

Limitação de empenho:

• ocorrerá quando, ao final de um bimestre, se verificar que a realização das receitas não é compatível
com o cumprimento das metas do resultado primário ou nominal;
• enquanto perdurar o excesso, em relação aos limites da dívida consolidada de um ente da
Federação.
19
Unidade I

O ente da Federação ficará dispensado do atingimento das metas fiscais e da limitação de empenho
na ocorrência de calamidade pública devidamente reconhecida.

A Receita de Capital – Alienação de bens e direitos não poderá ser utilizada para realização de
despesas correntes. Exceção é feita quando a destinação desses recursos para os regimes de previdência
social é própria dos servidores públicos.

2.1.5.3 Fixação dos limites de despesas com pessoal

As despesas com pessoal estão limitadas a 50% (para a União) e 60% (para os Estados e Municípios)
da Receita Corrente Líquida.

Tabela 2 - Limites das despesas com pessoal

União 50%
2,5% Poder Legislativo, incluindo o TCU
6% Poder Judiciário
9,6% Ministério Público
40,9% Poder Executivo
Estados 60%
3% Poder Legislativo, incluindo o TCE
6% Poder Judiciário
2% Ministério Público
49% Poder Executivo
Municípios 60%
Poder Legislativo, incluindo o
6% Tribunal de Contas
54% Poder Executivo

2.1.5.4 Limite prudencial

Conceito relacionado quando a despesa com pessoal exceder 95% do limite. Caso isso ocorra, estarão
proibidos:

• concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título,


salvo se derivados de sentença judicial ou determinação legal ou contratual;

• criação de cargo;

• alteração na estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

• contratação de horas extras;

20
Captação e Gerenciamento de Recursos

Além disso, ultrapassado o limite, devem ser tomadas as seguintes providências:


• reduzir em 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
• exonerar servidores não estáveis;
• exonerar os servidores estáveis quando as duas medidas anteriores não forem suficientes.

2.1.5.5 Dívida e endividamento

Dívida fundada ou consolidada é o montante total, apurado, das obrigações financeiras do ente da
Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização das operações
de créditos em prazo superior a 12 meses.

A dívida pública mobiliária é representada por títulos emitidos pela União, inclusive o Banco Central,
Estados e Municípios.

As operações de crédito são compromissos financeiros assumidos em razão de mútuo acordo,


abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de
venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas.

A concessão de garantia é o compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual


assumido por ente da federação ou entidade a ele vinculada.

Já o refinanciamento da dívida mobiliária é a emissão de títulos para pagamento do principal


acrescido da atualização monetária.

Os limites de endividamento estabelecidos pelo Senado Federal são 200% da Receita Corrente
Líquida do Estado e 120% da Receita Corrente Líquida do Município.

2.1.5.6 Anexo de metas fiscais

O ente deve elaborar o Anexo de Metas Fiscais, que integrará o Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias, em atendimento ao disposto no art. 4º, § 1º, da Lei Complementar nº 101 (BRASIL, 2000b).

O Anexo de Metas Fiscais deverá ser elaborado de acordo com o § 2º, art. 1°, da LRF, pelo Poder Executivo da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo tanto o Poder Executivo quanto os Poderes
Legislativo e Judiciário. O Anexo de Metas Fiscais abrangerá os órgãos da administração direta dos Poderes e as
entidades da administração indireta, constituídas por autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas
e sociedades de economia mista que recebem recursos do Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive
sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal e custeio, ou de auxílios para pagamento de despesas de
capital, excluídas, neste caso, aquelas empresas lucrativas que recebam recursos para aumento de capital.

Na elaboração desse Anexo da LDO, deverão ser observados os critérios e as medidas, a fim de se
estabelecer padrões mínimos das informações que irão constar no referido anexo.
21
Unidade I

A LRF determina que no Anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas anuais, em valores
correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da
dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Conterá:

• avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

• demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem
os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores e
evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

• evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

• avaliação da situação financeira e atuarial:

— dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo
ao Trabalhador – FAT;

— dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das


despesas obrigatórias de caráter continuado.

A fim de dar cumprimento ao preceito da LRF, o Anexo de Metas Fiscais deve ser composto pelos
seguintes demonstrativos:

• Demonstrativo i – Metas anuais;

• Demonstrativo ii – Avaliação do cumprimento das metas fiscais do exercício anterior;

• Demonstrativo iii – Metas fiscais atuais comparadas com as metas fiscais fixadas nos três exercícios
anteriores;

• Demonstrativo iv – Evolução do patrimônio líquido;

• Demonstrativo v – Origem e aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

• Demonstrativo vi – Avaliação da situação financeira e atuarial do Regime Próprio de Previdência


Social – rpps;

• Demonstrativo vii – Estimativa e compensação da renúncia de receita;

• Demonstrativo viii – Margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

22
Captação e Gerenciamento de Recursos

2.2 Planejamento governamental

O planejamento é uma atividade imprescindível em todas as áreas de atuação. Todas as atividades


empresariais, não empresariais e governamentais devem possuir metas e objetivos. Como exemplo
de planejamento na área governamental, podemos citar a manutenção e a melhoria do bem-estar
econômico e social do País.

Dentre os diversos instrumentos de planejamento que o governo possui, um dos principais é o Plano
Plurianual – PPA, instrumento previsto no art. 165 da Constituição Federal, com o objetivo de organizar
todas as ações públicas, cumprindo o atendimento de todas as necessidades do País.

Em outras palavras, quais são os macro-objetivos que norteiam a administração pública?

Por meio do PPA, a sociedade também exerce um maior controle das ações perpetradas pelo governo.

O PPA teve também como objetivo resgatar o sentido do planejamento governamental. Foi uma
ação inovadora pela concepção e criação do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Bolsa
Família, do Programa de Apoio à Gestão Escolar – PDE, do Minha Casa Minha Vida, dentre outros.

Sendo o planejamento uma atividade importante na composição da administração direta do País,


temos o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, cujas atribuições principais são:

• participação na formulação do planejamento estratégico nacional, isto é, todos os demais órgãos


da administração pública direta e indireta devem elaborar o seu planejamento estratégico; o papel
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é acompanhar e orientar a formulação dos
diversos planos elaborados por cada um desses órgãos;

• avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e programas do Governo Federal e


elaboração de estudos especiais para a reformulação de políticas. Como exemplo, criação de
hidrelétricas, desvios naturais de cursos de rios, o sediamento da Copa e das Olimpíadas no Brasil e
seus impactos sociais e econômicos em termos ambientais, turísticos, de emprego, dentre outros;

• realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica e gestão


dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais;

• manutenção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, órgão subordinado ao


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e um dos principais provedores de dados e
informações, que permitem à sociedade e ao governo o acompanhamento dos sistemas de
informações estatísticas e cartográficas do país;

• elaboração, acompanhamento e avaliação do plano plurianual de investimentos e dos orçamentos


anuais; quando o governo libera recursos financeiros para os inúmeros programas governamentais,
por exemplo, o de prevenção a enchentes, cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão o acompanhamento da liberação e da aplicação desses recursos;
23
Unidade I

• viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo que devem ser entendidos
também como recursos oriundos do capital humano, e não necessariamente apenas recursos
financeiros; por exemplo, cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorizar
os concursos públicos da administração pública direta e indireta, assim como acompanhar as
diversas peças orçamentárias, verbas autorizadas versus aplicadas, convênios assinados com os
diversos segmentos da sociedade;

• coordenação da gestão de parcerias público-privadas, definidas pela Lei 11.079/04 (BRASIL, 2004)
como uma modalidade de concessão patrocinada ou administrada; a modalidade patrocinada é
aquela aplicável a obras e serviços nos quais ocorre a cobrança de tarifas aos usuários, enquanto
a modalidade administrada é aquela em que a administração pública é a própria usuária dos
serviços;

• formulação de diretrizes, articulação e coordenação institucional das negociações,


acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de projetos públicos com organismos
multilaterais e agências governamentais;

• administração patrimonial, que se refere ao cuidar de todos os bens patrimoniais utilizados pela
administração direta e indireta (exemplos: bens móveis e imóveis e softwares utilizados nos
diversos serviços do governo).

Observação

O planejamento se destaca entre as diversas funções administrativas


como elemento importante na minimização dos fatores desfavoráveis ao
atingimento dos objetivos pretendidos.

2.2.1 Estrutura organizacional do Ministério do Planejamento

Atualmente, a estrutura do Ministério é definida pelo Decreto nº 7.799, de 12 de setembro de 2012


(BRASIL, 2012).

A estrutura organizacional do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é composta de


diversos órgãos divididos em órgãos de assistência direta e imediata ao Estado e órgãos específicos
constituídos por secretarias e órgãos colegiados.

A seguir, alguns exemplos dos órgãos de assistência direta e imediata ao ministro do Estado e suas
metas principais:

• Diretoria de Administração – meta: melhorar a gestão dos recursos do Ministério;

• Diretoria de Planejamento e Gestão – meta: melhorar a gestão dos recursos do Ministério;

24
Captação e Gerenciamento de Recursos

• Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais –meta: manifestar-se sobre


pleitos de interesse das empresas estatais;

• Departamento de Órgãos Extintos – meta: gerir os processos relacionados à extinção de órgãos e


entidades da administração federal direta, autárquica e fundacional;

• Diretoria de Tecnologia da Informação – meta: promover o aperfeiçoamento da governança de


Tecnologia da Informação e Comunicação;

• Assessoria Econômica – meta: elaborar estudos, notas e pareceres sobre investimentos públicos e
conjuntura econômica;

• Consultoria Jurídica – meta: assegurar a legalidade administrativa dos atos praticados pelo Ministro
de Estado e pelas demais autoridades, seguindo a orientação da Advocacia Geral da União.

2.2.1.1 Órgãos específicos formados por diversas secretarias

Destacamos a Secretaria do Orçamento Federal, cuja meta principal é a continuada melhoria da


gestão do processo orçamentário da União.

Além da Secretaria do Orçamento Federal, as seguintes secretarias fazem parte da estrutura


organizacional do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão:

• Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos;

• Secretaria de Assuntos Internacionais;

• Secretaria de Gestão Pública;

• Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação;

• Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público;

• Secretaria do Patrimônio da União;

• Secretaria do Programa de Aceleração do Crescimento.

Os órgãos colegiados são constituídos pelas diversas comissões, desempenhando papéis específicos.
As principais comissões são:

• Comissão de Financiamentos Externos – Cofiex (Decreto nº 3.502, de 12 de junho de 2000) (BRASIL,


2000a) – a atividade principal é a análise dos pedidos de recursos externos solicitados no âmbito
dos governos federal, estadual e municipal.

25
Unidade I

• Comissão Nacional de Cartografia – Concar (Decreto de 1º de agosto de 2008) (BRASIL, 2008) – a


atividade principal é promover o planejamento da gestão territorial nos três níveis de governo.
A Concar retoma seus trabalhos com a disposição de desempenhar papel central na promoção
dos meios para atender às novas demandas, incorporar capacidades e tecnologias, bem como
promover a qualidade e a integração dos serviços e produtos cartográficos nos níveis federal,
estadual e municipal.

• Comissão Nacional de População e Desenvolvimento – CNPD (Decreto nº 8.009, de 15 de maio


de 2013).

Ainda existem outros grupos de trabalhos com atuações específicas, destacando-se o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e outros importantes órgãos, como:

• Comitê Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento – CGPAC;

• Grupo Executivo do Programa de Aceleração do Crescimento – Gepac;

• Comissão Gestora do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – Siconv;

• Comitê Gestor do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública;

• Comissão Interministerial de Governança Corporativa de Administração e Participação Societárias


da União – CGPAR;

• Entidades Vinculadas: Fundação Escola Nacional de Administração Pública – ENAP e Fundação


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

2.2.2 Visão estratégica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

A visão estratégica é uma tentativa de antever o futuro, planejando os recursos necessários, sua
consequente aplicação e, o mais importante, se os resultados planejados serão atingidos. Para o
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a visão estratégica situa‑se no planejamento e na
coordenação da administração pública, verificando se as políticas públicas adotadas são sustentáveis, de
tal maneira que os resultados atingidos possam atender às necessidades do cidadão.

2.2.3 Objetivos estratégicos

Os objetivos estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão estão definidos em


quatro macro-objetivos:

1 – Impactos à sociedade, cujas preocupações principais nesta etapa são:

• melhoria do funcionamento do Estado, procurando também a otimização dos recursos;

• ampliação da oferta de serviços públicos de qualidade;

26
Captação e Gerenciamento de Recursos

• integração das ações do planejamento, promovendo uma maior cooperação entre os governos
federal, estadual e municipal;

• desenvolvimento acelerado e sustentável dos diversos setores do país, principalmente aqueles


de infraestrutura amparados pelo Planejamento Acelerado do Crescimento – PAC, que envolve a
execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética.

2 – Resultados institucionais, que envolvem diversas premissas, dentre elas:

• fortalecimento e integração das funções de planejamento, orçamento, execução, avaliação e


controle das políticas públicas;

• modernização da gestão pública, melhoria da capacidade de gerenciamento do Estado;

• melhoria dos marcos legais dos processos de trabalho da tecnologia da informação e dos demais
sistemas;

• aperfeiçoamento da gestão das pessoas na administração pública orientada por competências;

• melhoria das relações de trabalho.

3 – Processos internos, que envolvem diversos subobjetivos, dos quais destacamos os seguintes:

• atuar na formulação do planejamento estratégico nacional e no aperfeiçoamento das políticas


públicas;

• coordenar e viabilizar a execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e


energética;

• ampliar a sustentabilidade nas compras e contratações visando fortalecer as políticas públicas e


aumentar a capacidade do poder de compra do Estado.

4 – Ações de sustentação, que objetivam:

• aprimorar a revisão de custos e a alocação de recursos;

• adaptar as melhores práticas de gestão e governança;

• modernizar e racionalizar sistemas;

• aperfeiçoar a gestão das informações e de conhecimento e os mecanismos de comunicações e


transparência;

• desenvolver a cultura institucional voltada à excelência e ao alto nível de satisfação dos públicos
interno e externo.

27
Unidade I

Saiba mais

Para mais conhecimentos sobre os macro-objetivos, consulte Planejamento


Estratégico, do Ministério do Planejamento:

<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/>.

2.3 Sistema Financeiro Nacional

2.3.1 Conselho Monetário Nacional

O Conselho Monetário Nacional faz parte do Sistema Financeiro Nacional, e seus principais
representantes são o Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o
Presidente do Banco Central. O papel principal do Conselho Monetário Nacional é fixar as diretrizes das
políticas monetária, de crédito e cambial do País.

Subordinada ao Conselho Monetário Nacional está a Comissão Técnica de Moeda e Crédito, cujas
funções executivas são cumpridas pelos seguintes órgãos:

• Banco Central, que faz a emissão da moeda, a fiscalização das instituições financeiras e o controle
cambial;

• Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que fiscaliza a emissão de ações e debêntures e faz a
auditoria das companhias abertas;

• Banco do Brasil, que atua como principal executor da política rural e como principal agente
financeiro do país;

• Caixa Econômica Federal, que é responsável pela política de saneamento básico do País, administra
o Fundo de Garantia e é o banco para o trabalhador do Brasil;

• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que é responsável pela política
de investimento a longo prazo;

• Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CRSFN, que é constituído de oito


conselheiros, subordinados ao Ministério da Fazenda, para julgar em segunda e última instância
os recursos e interpostos das decisões relativas à aplicação de penalidades administrativas pelo
Banco Central e pelo CVM.

Os conselheiros se distribuem da seguinte forma:

• um representante do Ministério da Fazenda;


28
Captação e Gerenciamento de Recursos

• um representante do Banco Central;

• um representante da Caixa Econômica Federal;

• um representante da Comissão de Valores Mobiliários – CVM;

• quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais, por elas
indicados por lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda.

Junto ao Conselho atua um Procurador da Fazenda Nacional, designado pelo Procurador-Geral da


Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância de leis, decretos, regulamentos e
demais atos administrativos.

O sistema financeiro nacional se ocupa do mercado monetário, que envolve as operações de curto
e curtíssimo prazo, proporcionando um controle ágil e rápido da liquidez da economia e da taxa de juros
básica pretendida pela política econômica das autoridades monetárias.

Nesse mercado são negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Banco Central e pelo
Tesouro Nacional, com o objetivo de financiar o orçamento público. São exemplos de papéis:
Letras do Tesouro Nacional – LTN; Notas do Tesouro Nacional – NTN; Certificados de Depósitos
Interfinanceiros – CDI (exclusivos de instituições financeiras) e Certificados de Depósito Bancário
e Debêntures – CDB.

Todos esses papéis são controlados e custodiados por dois grandes sistemas, denominados Selic e Cetip.

O Sistema de Custódia e Liquidação de Títulos – Selic foi desenvolvido pelo Banco Central e pela
Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto – Andima, operando com títulos públicos de
emissão do Bacen e do Tesouro Nacional (compra e venda de títulos).

A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados – Cetip passou a


funcionar em 1986 como um sistema semelhante ao Selic, mas abrigando títulos privados como CDB,
RDB Debêntures, CDI etc.

O sistema financeiro nacional também se ocupa do mercado de crédito, que visa


fundamentalmente suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos tanto das pessoas
físicas quanto das pessoas jurídicas.

As principais operações de crédito são:

• desconto bancário de títulos (duplicatas);

• contas garantidas, limite de crédito comum concedido pelas instituições bancárias;

• créditos rotativos – financiamentos de capital de giro;


29
Unidade I

• empréstimos de capital de giro e de pagamentos de tributos;

• operações de vendor (operações de crédito em que a instituição bancária paga à vista ao


vendedor, cobrando os respectivos encargos financeiros, e a responsabilidade de pagar a dívida ou
o título é do comprador);

• Resolução 63 – Empréstimos, repasse em moeda estrangeira;

• Crédito Direto ao Consumidor – CDC (geralmente o bem fica alienado);

• Adiantamento de Crédito de Câmbio – ACC (Financiamento da produção);

• Adiantamento sobre Cambiais Entregues – ACE (o exportador solicita o adiantamento após o


embarque da mercadoria);

Outro mercado do qual se ocupa o sistema financeiro é o mercado de capitais, voltado ao


financiamento de capital de giro e fixo das empresas. Ele é estruturado ou constituído basicamente
pelas seguintes instituições:

• instituições financeiras não bancárias que não apresentam capacidade de emitir moeda ou meios
de pagamento. Por exemplo: os bancos de investimentos que atuam como agentes financiadores de
operações de subscrição pública de ações, debêntures, leaseback etc.; os bancos de desenvolvimento
regional (de âmbito estadual), que visam ao desenvolvimento econômico e social da região onde
atuam; as Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (financeiras); as Sociedades de
Arrendamento Mercantil (leasing);

• instituições voltadas ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos, cujos recursos se originam


das cadernetas de poupança e FGTS; dentre essas instituições, destacam-se as Caixas Econômicas;

• instituições auxiliares, representadas pelas Bolsas de Valores, que se organizam como


sociedades civis sem fins lucrativos, através de títulos patrimoniais adquiridos pelas sociedades
corretoras, que fazem intermediações financeiras nos pregões das bolsas de valores. Como
intermediárias auxiliares existem ainda as sociedades distribuidoras, que fazem intermediação
nas negociações de títulos e valores mobiliários das empresas, cujos objetivos básicos se
assemelham aos das corretoras de títulos;

• as sociedades de fomento comercial – factoring, que são sociedades comerciais não financeiras
que operam nas aquisições de duplicatas, cheques etc., de forma similar a uma operação de
desconto bancário.

Nesse contexto, destacam-se as ações, debêntures e opções sobre ações, que são de emissão das
sociedades anônimas:

• as ações constituem a menor parcela (fração) do Capital Social de uma Sociedade Anônima;
30
Captação e Gerenciamento de Recursos

• as ações, quanto ao valor, podem ser emitidas com e sem valor nominal;

• as ações, quanto à natureza dos direitos e vantagens, podem ser de três espécies: ordinária,
preferencial e de gozo ou fruição;

• as vantagens dos investidores em ações são dividendos, bonificação, valorização e direito de subscrição;

• as debêntures são títulos de crédito emitidos pelas sociedades anônimas, tendo por garantia
seus ativos;

• os direitos e as remunerações oferecidas pelas debêntures são os juros, a participação nos lucros
e os prêmios de reembolso;

Por fim, o mercado cambial é o segmento do mercado financeiro em que ocorrem operações
de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis de moeda nacional para estrangeira e
vice-versa.

2.4 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

2.4.1 História

Até 1956 existia apenas, e de forma muito tímida, o Conselho de Desenvolvimento, responsável pelo
planejamento da política econômica. Com a evolução do planejamento, há muito tempo praticado pela
iniciativa privada, o Governo Federal, em 1962, passa a dar importância à atividade de planejamento
governamental. Foi criado o Ministério Extraordinário, que ficou responsável pela atividade de
planejamento. Celso Furtado foi escolhido como o primeiro ministro do planejamento. A partir de 1967,
o título é alterado para Ministério do Planejamento e Coordenação‑Geral.

Em 1º de maio de 1974, por meio da Lei nº 6.036 (BRASIL, 1974), o Planejamento deixa de ser
Ministério e passa a ser uma Secretaria, a Seplan. Com status de Ministério e ligada à Presidência da
República, a Seplan se tornaria, pelo comando de seus ministros no período, o centro das decisões
econômicas do país.

Nos anos 1980, com o descontrole da inflação e altas taxas inflacionárias, a política econômica passa
a ser administrada pela Secretaria de Abastecimento e Preços – SEAP, o Conselho Interministerial de
Preços – CIP, a Superintendência Nacional de Abastecimento – Sunab e a Secretaria Central de Controle
Interno – Secin.

Em razão da importância que a atividade de planejamento ensejava, e após uma série de políticas na
condução da economia do país, finalmente, no Governo Fernando Henrique, em 1999, a secretaria volta
a ser o Ministério do Planejamento e Orçamento. Nesse mesmo ano, passa a ser denominado Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão.

31
Unidade I

2.4.2 Estrutura e Competências

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BRASIL, [s.d.]d) tem como área de competência
os seguintes assuntos:

I – participação na formulação do planejamento estratégico nacional;

II – avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e programas do Governo Federal e


elaboração de estudos especiais para a reformulação de políticas;

III – realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica e


gestão dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais;

IV – elaboração, acompanhamento e avaliação das leis de iniciativa do Poder Executivo federal


previstas no art. 165 da Constituição (BRASIL, 1988);

V – viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo;

VI – coordenação da gestão de parcerias público-privadas;

VII – formulação de diretrizes, coordenação das negociações, acompanhamento e avaliação dos


financiamentos externos de projetos públicos com organismos multilaterais e agências governamentais;

VIII – coordenação e gestão dos sistemas de planejamento e orçamento federal, de pessoal civil, de
administração de recursos da informação e informática e de serviços gerais, bem como das ações de
organização e modernização administrativa do Governo Federal;

IX – formulação de diretrizes, coordenação e definição de critérios de governança corporativa das


empresas estatais federais;

X – administração patrimonial; e

XI – política e diretrizes para modernização da administração pública federal.

A estrutura do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi definida pelo Decreto nº 8.189,
de 21 de janeiro de 2014 (BRASIL, 2014).

Órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro do Estado:

• Gabinete;

• Secretaria‑Executiva;

• Diretoria de Planejamento e Gestão;


32
Captação e Gerenciamento de Recursos

• Diretoria de Administração;

• Diretoria de Tecnologia da Informação;

• Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais;

• Departamento de Órgãos Extintos;

• Consultoria Jurídica;

• Assessoria Econômica;

• Assessoria Especial para Modernização da Gestão.

Órgãos específicos singulares – Secretarias:

• Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos;

• Secretaria de Orçamento Federal;

• Secretaria de Assuntos Internacionais;

• Secretaria de Gestão Pública;

• Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação;

• Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público;

• Secretaria do Patrimônio da União;

• Secretaria do Programa de Aceleração do Crescimento.

2.4.3 O papel das secretarias na estrutura organizacional do Ministério do


Planejamento, Orçamento e Gestão

Dentre as diversas secretarias que constituem o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,


destacaremos duas importantes.

Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos

É a responsável pela elaboração do Plano Plurianual – PPA, cujo propósito principal é expandir
e assegurar os direitos individuais e sociais, reduzir as desigualdades, combater a pobreza, dentre
outros propósitos.

33
Unidade I

Além disso, o PPA é um instrumento obrigatório para a administração pública, pela importância
dos investimentos que são efetuados pela iniciativa privada, possibilitando o controle por parte da
sociedade por meio de entidades e movimentos sociais.

Cabe também à Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos a análise dos investimentos


e dos gastos estratégicos do governo, com atenção ao impacto territorial e à articulação dos
investimentos privados e de Estados e Municípios, para promover uma cooperação federativa em prol do
desenvolvimento. Dessa forma, exerce atribuições concernentes à Unidade Técnica Nacional do Fundo
para a Convergência Estrutural do Mercosul – Focem, que visa reduzir as assimetrias entre os membros
do bloco, atua na Coordenação do Conselho de Planejamento e Infraestrutura da União das Nações
Sul‑Americanas (Unasul) e preside a Comissão Nacional de Cartografia (Concar).

Destacamos algumas das principais competências da Secretaria de Planejamento e Investimentos


Estratégicos:

• coordenar o planejamento das ações de governo, em articulação com os órgãos setoriais


integrantes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal;

• estabelecer diretrizes e normas, coordenar, orientar e supervisionar a elaboração, a implementação,


o monitoramento e a avaliação do plano plurianual e a gestão de risco dos respectivos programas
e do planejamento territorial;

• disponibilizar informações sobre a execução dos programas e ações do Governo Federal integrantes
do plano plurianual, inclusive as relativas aos seus impactos socioeconômicos;

• realizar estudos especiais para a formulação de políticas públicas;

• identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos governamentais, inclusive no que


diz respeito ao seu impacto territorial, suas fontes de financiamento e sua articulação com os
investimentos dos demais entes federativos e com os investimentos privados; e

• exercer a supervisão da carreira de analista de Planejamento e Orçamento, em articulação com


a Secretaria de Orçamento Federal, observadas as diretrizes emanadas do Comitê de Gestão das
Carreiras do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Secretaria de Orçamento Federal – SOF

Compete à SOF o papel de coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da Lei de Diretrizes


Orçamentárias – LDO e da Lei Orçamentária Anual da União – LOA; estabelecer as normas necessárias
à elaboração e à implementação dos orçamentos federais sob sua responsabilidade; e proceder, sem
prejuízo da competência atribuída a outros órgãos, ao acompanhamento da execução orçamentária.

Na realidade, a missão da SOF é a racionalização do processo de alocação de recursos, zelando pelo


equilíbrio das contas públicas.
34
Captação e Gerenciamento de Recursos

Destacamos as principais competências da Secretaria de Orçamento Federal – SOF:

• coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da proposta


orçamentária da União, compreendendo os orçamentos fiscal e da seguridade social;

• estabelecer as normas necessárias à elaboração e à implementação dos orçamentos federais sob


sua responsabilidade;

• proceder, sem prejuízo da competência atribuída a outros órgãos, ao acompanhamento da


execução orçamentária;

• realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo


orçamentário federal;

• orientar, coordenar e supervisionar tecnicamente os órgãos setoriais de orçamento;

• exercer a supervisão da Carreira de Analista de Planejamento e Orçamento, em articulação com


a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos, observadas as diretrizes emanadas do
Comitê de Gestão das Carreiras do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

• estabelecer as classificações orçamentárias da receita;

• acompanhar e avaliar o comportamento da despesa e de suas fontes de financiamento, bem


como desenvolver (e participar de) estudos econômico-fiscais, voltados ao aperfeiçoamento do
processo de alocação de recursos;

Resumo

Nesta unidade vimos a importância do planejamento em Captação e


Gerenciamento de Recursos, o Tesouro Nacional e seu papel preponderante
na administração da dívida pública por meio da emissão ou contratação de
recursos e pela emissão dos vários Títulos Públicos, cada um atendendo as
expectativas dos investidores no que se refere à forma de remuneração dos
juros e ao resgate do valor principal aplicado.

Não menos importante também são os fundamentos e instrumentos


legais do planejamento estratégico, que são a Constituição Federal de
1988, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei de
Responsabilidade Fiscal.

Destaque também para o Ministério do Planejamento, Orçamento


e Gestão na sua função primordial de estabelecer e controlar todo o
planejamento estratégico do Governo Federal.
35
Unidade I

Vimos ainda a composição do Sistema Financeiro Nacional e seus


órgãos integrantes, como o Conselho Monetário Nacional, o Banco Central,
o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social e a Caixa Econômica Federal.

Exercícios

Questão 1. (Enade 2009) Entre meados da década de 1930 e a crise da dívida externa, em princípios
da década de 1980, prevaleceu na América Latina, em particular no Brasil, o chamado Modelo de
Desenvolvimento por Substituição de Importações.

São características desse modelo:

I – Perda do papel estratégico das exportações no processo de crescimento econômico.

II – Alto grau de participação do setor público na economia, inclusive como promotor do processo
de desenvolvimento socioeconômico.

III – Redução do elevado grau de concentração de renda do Modelo de Crescimento Primário Exportador.

IV – Inflação crônica resultante do desequilíbrio permanente das finanças públicas.

Estão corretas somente as afirmativas:

A) I e III.

B) I e IV.

C) II e III.

D) II e IV.

E) III e IV.

Resposta correta: alternativa D.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a exportação de café, embora perdendo gradualmente a importância, continuou


sendo responsável pela maior parte de nossas receitas, pelo menos até a década de 1950. As divisas
provenientes de sua exportação foram, inclusive, transferidas para o setor industrial então em ascensão,
36
Captação e Gerenciamento de Recursos

especialmente nos intervalos de tempo em que o setor exportador logrou sucesso e encontrou um
mercado internacional mais receptivo às compras do produto.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: reconhecendo a fragilidade do capital privado e sabendo da pouca disponibilidade para


investimentos por parte das empresas estrangeiras (investimentos esses que apenas cresceriam a partir
do final da Segunda Guerra Mundial), Vargas chamou para o Estado a função de promover o processo
de desenvolvimento.

III – Afirmativa incorreta.

Justificativa: o modelo agrário-exportador era concentrador de renda, tal como o modelo de


industrialização por substituição de importações: o processo de industrialização não se traduziu em
mudanças significativas no perfil da distribuição de renda, ao menos em termos de sua desigualdade e
de sua concentração. A dinâmica distributiva configurava-se, naquele instante, como estruturalmente
concentrada: os salários eram mantidos em patamares baixos, e os ganhos de produtividade não
chegavam ao trabalhador, sendo apenas apropriados para a expansão do consumo capitalista.

IV – Afirmativa correta.

Justificativa: o Estado era o principal agente fomentador do desenvolvimento econômico, e sua


participação se dava por meio de uma política inflacionária à base de empréstimos, da concessão de
crédito e da emissão de moedas. Além disso, o desequilíbrio das finanças públicas era frequente, já que
ora a política cambial procurava favorecer o setor cafeeiro, ora procurava facilitar as importações de
bens de capital do setor industrial.

Questão 2. (Enade 2006) A década de 1980 foi dominada pela inflação e pelo desequilíbrio externo,
para os quais concorreu (concorreram):

A) o elevado nível da atividade econômica em todo o período.

B) o serviço da dívida externa e a inflação, herdados da década anterior.

C) o saldo positivo da balança comercial.

D) os projetos de investimento do período, visando completar a estrutura industrial brasileira.

E) os juros reduzidos no mercado internacional.

Resolução desta questão na plataforma.

37
Unidade II

Unidade II
3 Sistema Monetário Internacional

3.1 Fundo Monetário Internacional – FMI

O FMI teve as suas operações no início de 1947 e é a principal instituição financeira internacional.

Algumas de suas funções são semelhantes a um banco central global. Um dos seus papéis principais
é estimular o comércio mundial e o crescimento econômico por meio da regulação, da promoção da
estabilidade e da cooperação para as questões monetárias internacionais.

O FMI tem por objetivos principais:

• promover a cooperação monetária internacional;


• facilitar a expansão e o crescimento equilibrado do comércio internacional;
• promover a estabilidade cambial;
• auxiliar na criação de um sistema multilateral de pagamentos;
• disponibilizar recursos (com as devidas salvaguardas) aos países‑membros com problemas no
balanço de pagamentos.

O FMI ainda desempenha três atividades complementares:

• vigilância financeira – avalia as políticas cambiais dos países‑membros a partir de uma análise
abrangente da situação econômica geral e das estratégias de política econômica de cada membro;
• assistência financeira – inclui créditos e empréstimos concedidos pelo FMI a países‑membros com
problemas temporários de balanço de pagamentos;
• assistência técnica – é o apoio e a consultoria oferecidos pelo FMI a seus membros em várias áreas
de planejamento e implementação de políticas fiscais e monetárias.

Lembrete

O Sistema Financeiro Internacional é a principal instituição financeira


internacional. Sua sede fica em Washington, nos Estados Unidos, e o
órgão surgiu logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. O FMI cuida do
38
Captação e Gerenciamento de Recursos

funcionamento dos países, monitorando as taxas de câmbio e a balança de


pagamentos e zelando pela estabilidade monetária de cada país associado.
O principal objetivo do FMI é evitar desequilíbrios no setor financeiro e nos
sistemas cambiais.

3.2 Banco Mundial

Fundado em 1946 e sediado em Washington, é formado por 180 países‑membros, e todos devem
pertencer ao FMI.

Foi criado inicialmente para financiar a reconstrução das economias europeias do


Pós‑guerra, mas, paralelamente, foi criado o Plano Marshall, que garantiu um fluxo de capitais
constante para aquele fim, e o Banco Mundial redirecionou as suas operações para os países
em desenvolvimento.

O banco empresta ao governo ou aos projetos com garantia governamental através do


International Finance Corporation – IFC, que promove fluxos de capital privado para países em
desenvolvimento. O IFC investe diretamente em empresas privadas ou oferece empréstimos ou
garantias para investidores privados.

Existe também o International Development Association – IDA, com o objetivo de atender aos países
mais necessitados do mundo com taxas de juros muito baixas ou nulas e prazos de 50 anos.

Observação

O Banco Mundial empresta ao governo ou a projetos com garantia


governamental por meio da Corporação Financeira Internacional, que
promove fluxos de capital privado para países em desenvolvimento.

4 Bancos Governamentais

4.1 BNDES

Leia o texto a seguir, sobre o BNDES.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública


federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização
de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as
dimensões social, regional e ambiental.

Desde a sua fundação, em 1952, o BNDES se destaca no apoio a agricultura,


indústria, infraestrutura e comércio e serviços, oferecendo condições especiais para
micro, pequenas e médias empresas. O Banco também vem implementando linhas
39
Unidade II

de investimentos sociais, direcionados para educação e saúde, agricultura familiar,


saneamento básico e transporte urbano.

O apoio do BNDES se dá por meio de financiamentos a projetos de investimentos,


aquisição de equipamentos e exportação de bens e serviços. Além disso, o Banco atua no
fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina financiamentos
não reembolsáveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e
tecnológico.

Em seu Planejamento Corporativo 2009/2014, o BNDES elegeu a inovação, o


desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental como os aspectos
mais importantes do fomento econômico no contexto atual, e que devem ser promovidos e
enfatizados em todos os empreendimentos apoiados pelo Banco.

Assim, o BNDES reforça o compromisso histórico com o desenvolvimento de toda a


sociedade brasileira, em alinhamento com os desafios mais urgentes da dinâmica social e
econômica contemporânea.
Fonte: A Empresa ([s.d.]).

Lembrete

Os bancos governamentais do País têm importância significativa no


controle da política monetária nacional, pois cuidam do desenvolvimento
regional, do saneamento básico e da política rural.

40
Captação e Gerenciamento de Recursos

AT
Comitê de auditoria Conselho de administração
Auditoria

Diretoria

GP AIE
Gabinete da Presidência Área de Infraestrutura

ATI AI
Área de Tecnologia da Informação Área Industrial

AP AEX
Área de Planejamento Área de Comércio Exterior

AJ AOI
Área Jurídica Área de Operações Indiretas

AA AIS
Área de Administração Área de Infraestrutura Social

AF AIB
Área Financeira Área de Insumos Básicos

AC AMC
Área de Crédito Área de Mercado De Capitais

APE AGIR
Área de Pesquisa e Secretaria de Gestão
Acompanhamento Econômico do Projeto Agir

AGR AEP
Área de Gestão de Riscos Área de Estruturação de Projetos

ACE ARH
Área de Capital Empreendedor Área de Recursos Humanos

AINT AMA
Área Internacional Área de Meio Ambiente

AGRIS
Área Agropecuária e
de Inclusão Social

Figura 1

Por ser uma empresa pública, o BNDES tem as suas operações financeiras, seus balanços e suas
políticas de gestão fiscalizadas por colegiados, compostos por representantes do governo, de entidades
externas e da sociedade civil. Estes colegiados são o Conselho de Administração, o Comitê de
Auditoria e o Conselho Fiscal.

41
Unidade II

4.1.1 A Organização do BNDES

O BNDES é organizado em três áreas de clientes e três áreas de produtos.

As áreas de clientes são:

• modernização do setor produtivo;

• infraestrutura e desenvolvimento social;

• urbano;

As áreas de produtos são:

• privatização;

• micro/pequena e média empresa;

• exportação.

O BNDES opera diretamente ou indiretamente por meio da rede de agentes financeiros públicos e
privados credenciados, que compreendem os Bancos de Desenvolvimento, o Banco de Investimento, os
Bancos Comerciais, as Financeiras e os Bancos Múltiplos.

4.1.2 Políticas Operacionais

Conforme Fortuna (2002), o objetivo principal é a melhoria de vida da população brasileira com
o apoio a investimentos que visem ao fortalecimento da competitividade da economia brasileira; à
geração de emprego e melhoria da qualidade dos pontos de trabalho; à atenuação das desigualdades
regionais; e à preservação do meio ambiente.

Os recursos utilizados para o alcance das políticas operacionais provêm de:

• Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT;

• PIS-Pasep;

• BNDES – Recursos próprios

• Recursos externos por empréstimos de instituições multilaterais de crédito ou captação de bônus

42
Captação e Gerenciamento de Recursos

Saiba mais

Leia:

DICICINO, R. Organizações internacionais: conheça as principais instituições


multilaterais. Uol Educação, 25 ago. 2009. Disponível em: <http://educacao.
uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacionais-conheca-as-
principais-instituicoes-multilaterais.htm>. Acesso em: 16 jul. 2015.

Algumas organizações multilaterais:

• Organização das Nações Unidas – ONU;

• Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco;

• Organização Mundial da Saúde – OMS;

• Organização do Tratado do Atlântico Norte – Otan;

• Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – Bird;

• Organização Mundial do Comércio – OMC;

• Organização Internacional do Trabalho – OIT.

Os bônus são títulos emitidos por empresas privadas ou públicas de grande penetração internacional;
também podem ser emitidos por governos para renegociação da dívida pública. Modalidade de recursos
que envolve grandes volumes financeiros.

Os tipos de operações para onde são direcionados estes recursos envolvem:

• financiamento de longo prazo;

• crédito produtivo popular;

• operações com valores mobiliários;

• prestação de garantias financeiras;

• leasing de equipamentos;

• financiamento à exportação de bens e serviços.


43
Unidade II

Os tipos de empreendimentos apoiados incluem:

• implantação, expansão e modernização de atividades produtivas e da infraestrutura;

• comercialização de produtos e serviços no Brasil e no exterior;

• capacitação tecnológica;

• treinamento de pessoal, formação e qualificação profissional;

• reestruturação industrial e empresarial;

São direcionados com prioridade para os seguintes itens:

• ativos fixos de qualquer natureza, exceto terrenos, benfeitorias já existentes e equipamentos usados;

• capital de giro: associado ao investimento fixo; para exportação de produtos e serviços e para
operações de crédito produtivo popular;

• despesas pré-operacionais.

Leia o texto a seguir.

Cesta de Moedas BNDES

O BNDES estabelece para seus clientes o custo dos empréstimos que tenham base
nos recursos captados em moeda estrangeira, sem vinculação com repasse em condições
específicas. Este custo, definido a partir do custo médio das captações do Banco no mercado
internacional, compõe-se da seguinte forma:

Unidade Monetária BNDES (UMBNDES)

A variação da UMBNDES reflete a média ponderada das variações cambiais das moedas
existentes na Cesta de Moedas do BNDES. Sempre que o BNDES efetua novas captações
externas e/ou amortiza operações existentes, sua composição é alterada. No sistema de
cotação de moedas, a UMBNDES, expressa em valor, tem o código 590.

Encargos da Cesta de Moedas (ECM)

Os Encargos da Cesta de Moedas (ECM) referem-se às condições financeiras para


a concessão de financiamento com equivalência em dólares americanos mediante a
utilização de recursos captados pelo BNDES em moeda estrangeira. Em moedas contratuais,
os Encargos da Cesta de Moedas (ECM), expressos em percentual ao ano, têm o código 006.

44
Captação e Gerenciamento de Recursos

ECM = Taxa de Juros Variável + Imposto de Renda

Taxa de Juros Variável: a média ponderada de todas as taxas e despesas não tributárias,
incorridas pelo BNDES na captação dos recursos, sendo apurada trimestralmente. No sistema
de cotação de moedas, a Taxa de Juros Variável da Cesta de Moedas, expressa em percentual
ao ano, tem o código 001.

Imposto de Renda: equivalente ao imposto de renda médio ponderado incidente


sobre os juros remetidos pelo BNDES aos seus credores externos, sendo, também, apurado
trimestralmente. No sistema de cotação de moedas, o Imposto de Renda da Cesta de Moedas,
expresso em percentual ao ano, tem o código 002.

Nos financiamentos em que o Custo Financeiro é composto por Cesta de Moedas,


podem também ser utilizadas, como uma alternativa à Cesta, a Taxa Fixa acrescida da
variação do dólar norte-americano ou Libor + Sobretaxa fixa acrescida da variação do dólar
norte‑americano.
Fonte: Cesta... ([s.d.]).

4.2 BNDES Finem – Linhas de Financiamento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, através do Finem, financia


empreendimentos acima de 20 milhões de reais e atende aos diversos segmentos de infraestrutura, como
energia, logística, petróleo e gás natural, telecomunicações, indústria, comércio, serviços agropecuários,
desenvolvimento social e urbano, internacionalização, meio ambiente e bens de capital.

Os projetos de infraestrutura na área de energia contemplam os segmentos de geração de vapor e


energia elétrica renovável e de transmissão e distribuição de energia.

Nos projetos de logística, a atenção especial é em relação aos modais rodoviários, ferroviários,
aeroportuários, hidroviários e portuários. Todos os tipos de modais são importantes, principalmente os
ferroviários e os hidroviários, com menores custos.

O BNDES, através do Finem, atende aos seguintes segmentos na área do petróleo: distribuição de
derivados de petróleo e gás natural, derivados de petróleo e biocombustíveis e transporte de petróleo,
gás natural.

Outras áreas importantes de infraestrutura também atendidas pelo Finem são: telecomunicações,
linha de apoio à indústria, linha de apoio à agropecuária, linha de apoio ao comércio e serviços, apoio ao
reflorestamento, à conservação e à recuperação florestal de áreas degradadas ou convertidas e ao uso
sustentável de áreas nativas na forma de manejo florestal.

Importante destacar os programas de financiamento para os Estados brasileiros e o Distrito Federal,


que contribuem para o desenvolvimento regional e socioambiental, a redução de desigualdades regionais

45
Unidade II

e sociais e em bases sustentáveis, a promoção de trabalho e renda, a melhoria da qualidade dos serviços
públicos e o desenvolvimento institucional e a modernização da gestão dos Estados.

Na área de internacionalização, o BNDES Finem atende empresas com participação de capital nacional
no mercado internacional com apoio à aquisição de ativos e à realização de projetos ou investimentos
no exterior, desde que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do País.

O BNDES Finem também está presente nos investimentos ligados à inovação em produtos, processos
e marketing.

Assim, o BNDES, com as suas linhas de financiamento, atende a uma infinidade de segmentos,
procurando ampliar as competências e o conhecimento técnico do país.

4.3 Sistema BNDES Finame, Bandespar e BNDES PLC

O BNDES Finame, de forma indireta e por meio de insituições credenciadas, financia a aquisição de
máquinas e equipamentos, bens de informática e automação novos de fabricação nacional.

São atendidas as empresas nacionais, estrangeiras e fundações com sede e administração no


Brasil; empresas de pequeno porte, como empresários individuais, transportadores autônomos de
carga residentes e domiciliados no País, para aquisição de caminhões e afins, e equipamentos especiais
adaptáveis a chassis, como plataformas, guindastes e tanques, nacionais e novos; associações, sindicatos,
cooperativas, condomínios e assemelhados; e clubes.

O objetivo principal da Finame é o financiamento de máquinas e equipamentos, mas também financia


capital de giro destinado à produção de máquinas e equipamentos e bens de informática e automação.

Em linhas gerais, ao cálculo do custo financeiro ou à taxa de juros são aplicados: a) Taxa de Juros
de Longo Prazo – TJLP; b) Taxa Média Selic Acumulada e apurada pelo Banco Central do Brasil em base
diária da Selic; c) Variação da UMBNDES, que é uma unidade monetária própria adotada pelo BNDES; e
d) Variação do Dólar Americano, acrescida da Cesta de Moedas – US$/Cesta.

Os prazos variam de 12 a 120 meses, conforme a natureza de financiamento e o porte da empresa.


O BNDES possui critério próprio de classificação em micro, pequena e grande empresa, em função do
faturamento ou da receita bruta anual.

4.3.1 BNDESPAR

O BNDES Participações S/A foi constituído como uma empresa subsidiária integral do BNDES, o que
significa que o BNDES tem preponderância nas deliberações sociais. Foi criado com o objetivo principal
de capitalizar as empresas privadas do país com: subscrição e integralização de valores mobiliários e, em
se tratando de ações, preferencialmente em proporções minoritárias; garantia de subscrição de ações ou
de debêntures conversíveis em ações ou de bônus de subscrição; aquisição e venda de valores mobiliários
no mercado secundário; e outras formas de colaboração compatíveis com o objeto social da BNDESPAR.
46
Captação e Gerenciamento de Recursos

Os objetivos principais da BNDESPAR são: apoiar empresas que reúnam condições de eficiência
econômica, tecnológica e de gestão e, ainda, que apresentem perspectivas adequadas de retorno para
o investimento, em condições e prazos compatíveis com o risco e a natureza de sua atividade; apoiar
o desenvolvimento de novos empreendimentos, em cujas atividades se incorporem novas tecnologias;
contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, por intermédio do acréscimo de oferta de
valores mobiliários e da democratização da propriedade do capital de empresas; e administrar carteira
de valores mobiliários, próprios e de terceiros.

4.3.2 BNDES PLC

A BNDES PLC também se caracteriza como empresa subsidiária integral do BNDES, constituída no
Reino Unido, em novembro de 2009. Com o processo crescente da globalização mundial o Governo
Brasileiro, através do BNDES, procurou a sua expansão na comunidade financeira internacional, buscando
auxiliar as empresas brasileiras que constantemente estão no seu processo de internacionalização ou
que buscam oportunidades no mercado internacional.

O BNDES PLC tem também importância em intermediar os interesses dos investidores estrangeiros
com as oportunidades de investimentos oferecidos pelo Brasil.

4.4 Caixa Econômica Federal

A Caixa Econômica Federal é organizada como uma empresa pública, o que significa que da
constituição do seu capital social participa somente o Governo Federal.

A Caixa Econômica Federal atua também como um banco comercial, fazendo operações bancárias
que são realizadas pelos bancos privados.

Foi criada principalmente para atuar como a responsável pela política de saneamento básico do País,
área de infraestrutura importante para todo o contingente populacional.

Além desse objetivo principal, é uma instituição financeira voltada a operacionalizar as necessidades do
trabalhador de baixa renda, financiando programas de habitação popular e cujos recursos são originados
pela administração do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e da Caderneta de Poupança,
Loterias, o Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS, o Programa de Integração Social – PIS, o
Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social – FAS e o Fundo de Desenvolvimento Social – FDS.

4.5 Banco do Brasil

O Banco do Brasil é organizado como uma empresa de economia mista, o que significa que o seu
capital social é formado por particulares e pelo Governo Federal.

O Governo Federal é detentor da maior parte do capital com direito a voto, o que lhe dá preponderância
nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos seus administradores.

47
Unidade II

O Banco do Brasil atua também como um banco comercial, realizando operações bancárias idênticas
às dos bancos privados. Foi criado principalmente para atuar como a responsável pela política oficial de
crédito rural. Atua também como um parceiro do Governo Federal, executando a prestação de serviços
bancários, por exemplo:

• administração da Câmara de Compensação de cheques e outros papéis;

• pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União;

• aquisição e financiamento dos estoques de produção exportável;

• agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do País;

• operação de fundos de investimentos setorial, como pesca e reflorestamento;

• captação de depósitos de poupança direcionados ao crédito rural e à operação do Fundo


Constitucional de Financiamento do Centro Oeste – FCO;

• execução da política de preços mínimos dos produtos agropastoris;

• execução do serviço da dívida pública consolidada;

• realização, por conta própria, de operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por conta
do Banco Central, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN;

• recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das importâncias provenientes da arrecadação de


tributos ou rendas federais; e

• execução dos serviços bancários de interesse do Governo Federal, inclusive suas autarquias,
recebimento em depósito, com exclusividade, das disponibilidades de quaisquer entidades federais,
compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e militares, instituições de previdência
e outras autarquias, comissões, departamentos, entidades em regime especial de administração e
quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adiantamentos.

O Banco do Brasil também atua no exterior, com muitos pontos de atendimento, divididos em
agências, subagências, unidades de negócios e escritórios e subsidiárias. Tem ampla experiência em
comércio internacional, produtos e serviços a clientes no exterior, embaixadas e consulados.

4.6 Banco da Amazônia

Criado como banco regional para apoio ao desenvolvimento das diversas áreas da Amazônia.

Destaca-se no Banco da Amazônia a criação do Fundo de Investimentos da Amazônia – Finam, que


tem a missão principal de assegurar os recursos necessários à implantação de projetos considerados pelo
Ministério da Integração Nacional como de interesse para o desenvolvimento da Amazônia Legal, que

48
Captação e Gerenciamento de Recursos

compreende os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e
parte do Maranhão.

O Finam foi criado pelo Decreto-lei nº 1376/74 e alterado posteriormente pela Lei nº 8.167/91, entre
diversos diplomas legais que complementam sua atuação.

Como fonte de recursos, o Finam possui parcelas dedutíveis do imposto de renda devido pelas pessoas
jurídicas tributadas pelo lucro real, que fazem opção a favor do fundo de investimentos.

Outras fontes de recursos existentes são:

• os dividendos resultantes das ações existentes na Carteira do Fundo;

• os valores decorrentes das amortizações das debêntures;

• os resultantes das vendas de ações existentes na Carteira do Fundo;

• as subscrições realizadas pela União;

• as subscrições voluntárias efetuadas pelas pessoas físicas e jurídicas de direito público e privado.

4.6.1 Estratégias do Banco da Amazônia

Além da promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia, o banco possui também a


preocupação de ser visto como um parceiro do desenvolvimento, que oferece produtos e serviços de
qualidade, atendendo a processos eficientes e à participação de colaboradores capazes, motivados
e comprometidos com o desenvolvimento regional.

Destaca ainda como valores: ética e transparência; compromisso com o desenvolvimento sustentável;
proatividade; respeito à diversidade; ser agente de mudança; gestão compartilhada; desenvolvimento
de competência e meritocracia; relacionamento e comunicação; e decisões colegiadas.

4.6.2 Código de Ética

O Banco da Amazônia S/A caracteriza-se como uma empresa pública. Os padrões necessários de conduta
profissional são exigidos de todos os administradores e empregados, estabelecendo em seu Código de Ética os
deveres e as proibições, que os conduzam à observação dos princípios de legalidade, probidade, impessoalidade
e transparência, bem como do respeito humano. Em resumo, os indivíduos possuem os seus próprios padrões
éticos que devem ser compatibilizados com o Código de Ética adotado pelo Banco da Amazônia.

4.6.3 Plano de Aplicação de Recursos

Todas as ações ou estratégias do Banco da Amazônia S/A são estabelecidas com as políticas e os
programas determinados pelo Governo Federal para a região amazônica.

49
Unidade II

A preocupação principal na atuação do Banco da Amazônia S/A está sempre na promoção do


desenvolvimento regional em bases sustentáveis, visando à inclusão social, à redução da pobreza, à
melhoria da condição de vida da população local e à diminuição dos desequilíbrios regionais.

Os principais planos de aplicação dos recursos elaborados pelo Banco da Amazônia S/A são:

• Plano de Aplicação de Recursos FNO;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado do Acre;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado do Amapá;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado do Amazonas;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado do Maranhão;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado do Mato Grosso;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado do Pará;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado de Roraima;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado de Tocantins;

• Plano de Aplicação de Recursos do Estado do Amapá;

• Plano de Incentivo ao Turismo da Amazônia.

4.6.4 A região na perspectiva do desenvolvimento sustentável

O Banco da Amazônia encontra-se plenamente sincronizado com os conceitos atuais de


desenvolvimento sustentável, o que significa uma coexistência pacífica e adequada com a preservação
do meio ambiente e a observação de todas as premissas estabelecidas pela ecologia e os indicadores de
desenvolvimento social.

A variedade natural da região amazônica ou da floresta amazônica, composta de várias formas de


vida de plantas, aves, mamíferos, insetos e micro-organismos, além de grandes recursos hidroelétricos,
possui necessidades que são peculiares à região e cujas necessidades que mais se destacam são: a
implantação de uma infraestrutura econômica capaz de facilitar o armazenamento, o escoamento
e a comercialização da produção; a promoção do ordenamento territorial mediante a regularização
fundiária, a proteção dos ecossistemas, os direitos das populações tradicionais e a melhor destinação
das terras para a exploração produtiva; a melhoria dos serviços de assistência técnica e extensão rural
prestados aos produtores locais; e a capacitação tecnológica dos setores produtivos tradicionais da
região, de forma que propicie adequada inserção comercial, introdução de novos empreendimentos
50
Captação e Gerenciamento de Recursos

baseados em conhecimento técnico-científico avançado (em especial com relação ao uso sustentável
da floresta) e outras ações que permitam a agregação de valor aos produtos regionais.

4.6.5 O papel do Banco da Amazônia como agente das iniciativas do Governo Federal
para a região

O banco foi criado inicialmente em 1942 com o nome de Banco de Crédito da Borracha, com o
objetivo próprio de desenvolver a cultura da borracha natural para atendimento às forças aliadas durante
a Segunda Guerra Mundial. Em 1950, é transformado em Banco de Crédito da Amazônia, participando
do desenvolvimento regional, financiando todos os segmentos. A partir de 1966 assume a denominação
de Banco da Amazônia S/A.

A atuação sempre voltada para o desenvolvimento regional procurou apoiar as atividades de


menor porte, sobretudo, aquelas desenvolvidas pelo segmento da agricultura de base familiar, além
de valorizar o associativismo e o cooperativismo de produção, as populações tradicionais da região
(ribeirinhos, extrativistas, quilombolas, pescadores artesanais, indígenas, entre outros povos), bem como
os agricultores sem-terra, nos programas oficiais de assentamento, colonização e reforma agrária.

O Banco da Amazônia S/A está sempre comprometido com a sustentabilidade, o que implica
controle socioambiental, procurando sempre aperfeiçoar os seus serviços por meio de programas
de apoio múltiplos em todas as áreas, como: ciência e tecnologia, projetos culturais, esportivos e
sociais, dentre outros. Os principais programas de apoio e de acordo com as iniciativas do Governo
Federal são:

• programas de apoio à reforma agrária;

• apoio à produção de pequenos agricultores ou agricultura familiar;

• incentivo às micro e pequenas empresas;

• apoio a empreendedores individuais, que atuam nas áreas urbanas;

• apoio e estímulo ao desenvolvimento turístico da região;

• programas de incentivo à cultura;

• apoio ao Programa de Aceleração Econômica – PAC, de projetos que contemplam setores


estratégicos da economia regional, como transporte, saneamento básico e geração de energia;

4.6.6 As oportunidades de investimento nos Estados

A área de abrangência da Amazônia Legal corresponde à totalidade dos estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão (a oeste do meridiano
de 44º), perfazendo uma superfície de 5.088.668,5 km², compreendendo cerca de 60% do território nacional.
51
Unidade II

4.6.6.1 Os Estados da Amazônia Legal

• Acre

Possui uma superfície de 152.581,4 km2 e está localizado na Amazônia Oriental, é composto por 22
municípios e a capital é Rio Branco. Suas fronteiras territoriais são com o Peru, a Bolívia e os Estados
de Rondônia e do Amazonas. A economia acreana tem como base produtiva a atividade extrativista de
bens de origem florestal (produtos madeireiros, borracha natural e castanha‑do‑brasil); o agronegócio,
com ênfase na pecuária; a agricultura de base familiar (arroz, feijão, milho, mandioca e fruticultura);
o comércio; e a pequena atividade industrial. O Estado do Acre apresenta excelentes oportunidades
para a realização de investimentos, oferecendo como atratividade, entre outras condições, a sua
localização geográfica fronteiriça com outros países da América do Sul, a possibilidade de acesso
para o mercado do Pacífico através da Rodovia Transoceânica, a potencialidade de recursos naturais
e o desenvolvimento de polos turísticos e agroindustriais.

• Amapá

Tem uma superfície de 142.814,6 km2 e está localizado na Amazônia Oriental; é composto por
16 municípios, e a capital é Macapá. O Estado faz fronteiras territoriais com dois países da
América do Sul (Guiana Francesa e Suriname), o Oceano Atlântico e o Estado do Pará. A economia
amapaense baseia-se, predominantemente, nas atividades de comércio e prestação de serviços,
com forte concentração nas áreas urbanas, principalmente, na capital Macapá. Por estar localizado
estrategicamente numa região de fronteira internacional, o Estado apresenta uma situação
favorável para a realização de parcerias comerciais com os países limítrofes, a exemplo do que já
ocorre em relação à Guiana Francesa.

• Amazonas

Dispõe de uma superfície de 1.570.745,7 km2 e está localizado na Amazônia Ocidental, sendo
composto por 62 municípios, e a capital é Manaus. Suas fronteiras territoriais são com a Venezuela,
a Colômbia, o Peru e os Estados de Roraima, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Pará.

A economia do Estado tem no setor industrial um dos seus principais pilares. As atividades se
concentram no Polo Industrial de Manaus (PIM), que se constitui em parte estratégica da Zona Franca
de Manaus, sediando inúmeras empresas nacionais e internacionais, sendo o segundo maior centro
de indústrias do Brasil e modelo de desenvolvimento regional. A pauta de exportação amazonense
é representada por diversos produtos, a exemplo de motocicletas, telefones, navalhas e lâminas
de barbear. O Estado caracteriza‑se também pela potencialidade dos seus recursos naturais, pela
riqueza de sua biodiversidade e pelo desenvolvimento de importantes polos turísticos, sobretudo,
o segmento do ecoturismo. As oportunidades de investimento no Estado do Amazonas apontam,
entre outras condições, para a sua localização geográfica fronteiriça com outros países da América
do Sul (Venezuela, Colômbia e Peru) e a crescente busca por investidores comprometidos com o
meio ambiente, direcionando esforços para diversificar a economia a partir do desenvolvimento de
atividades voltadas ao aproveitamento de recursos naturais nas áreas de agroindústria, bioindústria,
52
Captação e Gerenciamento de Recursos

fruticultura, turismo, energia, dentre outras potencialidades abundantes na região, objetivando a


melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.

• Maranhão

Apresenta uma superfície de 331.983,3 km² e está localizado na Região Nordeste (parte de seu território
situa-se na chamada Amazônia Legal), composto por 217 municípios, e a capital é São Luís. Suas
fronteiras territoriais são com o Oceano Atlântico e os Estados do Pará, Piauí e Tocantins. Por estar
localizado em área de transição de ecossistemas, o Estado apresenta uma variedade de climas, solos e
vegetação, conferindo-lhe opções de aproveitamento de seus recursos naturais. No setor agropecuário
maranhense, destaca-se a cadeia produtiva de grãos (principalmente soja e arroz); na indústria, os
segmentos mais representativos são o minerometalúrgico e a construção civil, enquanto no setor
terciário o principal destaque é a atividade turística. No porto de Itaqui circulam os principais produtos
exportados e importados pelo Maranhão. Na pauta de exportação, destacam-se o ferro gusa, o minério
de ferro, o manganês, o alumínio e a soja, enquanto no âmbito das importações os principais produtos
são os derivados de petróleo, os fertilizantes, o trigo e o carvão mineral.

• Mato Grosso

Tem uma superfície de 903.357,9 km² e está localizado na Região Centro-Oeste e integrado à chamada
Amazônia Legal; composto por 141 municípios, e a capital é Cuiabá. Suas fronteiras territoriais são
com a Bolívia e os Estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rondônia.

Dispõe de recursos hídricos, clima e solo favoráveis ao desenvolvimento das atividades


produtivas, e nos últimos anos vem apresentando um intenso padrão de crescimento, alavancado,
principalmente, pelo agronegócio. Os segmentos que mais se destacam na economia mato-
grossense são a indústria de máquinas e equipamentos (agrícola, agroquímica, fertilizantes,
moveleira e artefatos de couro), a agroindústria de transformação e agropecuária (suinocultura,
avicultura, bovinocultura, grãos, algodão, sorgo, girassol e cana de açúcar). As vantagens quanto
à logística agregam condições favoráveis de competitividade ao Estado, pois além de contar com
infraestrutura de transporte (rodovias, hidrovias e ferrovias) e de energia elétrica, está posicionado
geograficamente no centro do celeiro agrícola do País.

• Pará

Possui uma superfície de 1.247.689,5 km², está localizado na Amazônia Oriental, é composto por 144
municípios, e a capital é Belém. Suas fronteiras territoriais são com o Suriname, a Guiana Inglesa, o
Oceano Atlântico e os Estados do Amapá, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Amazonas e Roraima.

A base produtiva da economia paraense se apresenta bastante diversificada, com a pauta


de exportação estadual sendo composta, predominantemente, por produtos básicos e
semimanufaturados, destacando-se os produtos de origem mineral (ferro, alumínio e cobre),
animal (bovinos) e florestal (produção madeireira). As atividades econômicas mais relevantes do
Estado são: a extração mineral; a produção madeireira; o agronegócio, com ênfase na pecuária; a
53
Unidade II

produção de grãos; a fruticultura; a pesca; o turismo; e as culturas industriais (dendê e mandioca).


As oportunidades para a realização de investimentos no Estado apontam, entre outras condições,
para a sua localização geográfica privilegiada, a potencialidade hídrica e de recursos naturais, o
desenvolvimento de polos turísticos e agroindustriais e a disponibilidade de energia elétrica.

• Rondônia

Possui uma superfície de 237.576,2 km², está localizado na Amazônia Ocidental, é composto por
52 municípios, e a capital é Porto Velho. Suas fronteiras territoriais são com a Bolívia e os Estados
do Acre, Amazonas e Mato Grosso. A economia de Rondônia é bastante diversificada, fato que
tem contribuído para o desenvolvimento de sua vocação exportadora. A pauta de exportação
rondoniense é composta, sobretudo, por produtos básicos e semimanufaturados, destacando-se os
produtos de origem animal (pecuária), florestal (produtos madeireiros) e agrícola (grãos). O Estado
apresenta excelentes oportunidades para a realização de investimentos, oferecendo, dentre outras
condições, localização geográfica fronteiriça com a Bolívia, acesso via rodovias aos mercados do
Centro‑Oeste e do Sudeste, potencialidade hídrica e de recursos naturais, desenvolvimento de
polos agroindustriais e disponibilidade de energia elétrica.

• Roraima

Tem uma superfície de 224.299,0 km², está localizado no extremo norte da Amazônia Ocidental,
é composto por 15 municípios, e a capital é Boa Vista. Suas fronteiras territoriais são com a
Venezuela, a Guiana Inglesa e os Estados do Amazonas e Pará. A base da economia do Estado é
o setor de serviços, notadamente as atividades relacionadas à administração pública. No setor
industrial, destaca-se o crescimento do extrativismo mineral e da construção civil, enquanto no
setor primário os produtos agrícolas mais cultivados são soja, trigo, café, milho, cana-de-açúcar,
laranja, feijão, banana e mandioca. Na pauta de exportação roraimense, o principal produto é a
madeira, tendo a Venezuela como o mercado mais expressivo.

Como vantagens competitivas do Estado de Roraima estão a sua localização geográfica (o Estado
faz fronteira internacional com a Venezuela e a Guiana Inglesa), a diversidade de seus solos,
relevos, clima e vegetação e o fato de possuir períodos de safra no momento da entressafra da
maioria dos Estados brasileiros.

• Tocantins

Apresenta uma superfície de 277.620,9 km², está localizado no sudeste da Amazônia, é composto
por 139 municípios, e a capital é Palmas. Suas fronteiras territoriais são com os Estados do Pará,
Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso e Goiás. A base produtiva do Estado do Tocantins está assentada
na atividade rural, tendo suas prioridades econômicas voltadas para iniciativas empreendedoras
que visem à utilização racional das matérias-primas locais que venham a contribuir para o
aumento do valor agregado, aproveitando os recursos naturais da região com sustentabilidade.
A posição geográfica privilegiada do Estado (centro geodésico do Brasil), associada à excelente
disponibilidade de terras e de energia elétrica, permite que assuma destaque, principalmente,
54
Captação e Gerenciamento de Recursos

no âmbito do agronegócio, onde despontam diversas cadeias produtivas, tais como pecuária
de corte, pecuária de leite, grãos, abacaxi, apicultura e piscicultura. Com oportunidades reais
de desenvolvimento surgem as cadeias de minerais não metálicos (cerâmica), do turismo e dos
setores sucroalcooleiro e de reflorestamento. O cenário de oportunidades de investimento nos
Estados da Amazônia para os próximos anos sinaliza para a execução de projetos que contemplam
diversas áreas estratégicas da economia e da sociedade local, os quais estão definidos nos planos
de governo com maior tendência para serem implementados através da administração pública
estadual. As principais áreas estratégias a serem contempladas são saúde, educação, segurança
pública, infraestrutura, assistência social, desenvolvimento urbano e social, meio ambiente,
saneamento básico, energia, habitação, gestão pública, produção, agricultura, pecuária, indústria,
comércio e serviços, ciência e tecnologia, inovação, turismo, cultura e esporte e lazer.

4.6.6.2 A Programação Financeira para 2015

Para cumprir sua missão institucional de promover o desenvolvimento integrado e sustentável


da região amazônica e, ao mesmo tempo, reduzir as desigualdades intrarregionais e inter-regionais,
propiciando a melhoria da qualidade de vida das populações locais, o Banco da Amazônia utiliza as
seguintes fontes de financiamento para aplicação nos Estados: Fundo Constitucional de Financiamento
do Norte (FNO), criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei nº 7.827/89,
com recursos oriundos de 0,6% do produto da arrecadação do imposto sobre a renda e proventos
de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados para serem aplicados no
financiamento das atividades econômicas desenvolvidas em bases sustentáveis na Região Norte; Fundo
de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), destinado ao financiamento de projetos de infraestrutura
de energia, telecomunicações, portos e rodovias; Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO),
destinado ao financiamento de projetos em infraestrutura, serviços públicos e em empreendimentos
produtivos de grande capacidade germinativa de novos negócios e atividades produtivas; Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT), que atende exclusivamente micro e pequenos empreendedores urbanos,
profissionais liberais e mini e pequenos produtores rurais, com ênfase na agricultura de base familiar;
Fundo da Marinha Mercante (FMM), que atende as empresas brasileiras de navegação (pessoas jurídicas,
constituídas segundo as leis brasileiras, com sede no país, que tenham por objeto o transporte aquaviário,
próprio ou fretado, autorizadas a operar); recursos do Orçamento Geral da União (OGU), que atendem,
por meio do Pronaf, agricultores familiares da Região Amazônica, suas cooperativas e associações e
pessoas jurídicas formadas exclusivamente de agricultores familiares; recursos do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destinados às empresas e aos produtores rurais de mini/
micro, pequeno, médio e grande portes que atuam nos segmentos de agropecuária, agroindústria,
indústria, turismo, infraestrutura, exportação, comércio e serviços; recursos próprios, formados por
recursos da Caderneta de Poupança Rural, Recursos Próprios Livres (RPL) e Recursos Obrigatórios (ROB),
para atendimento exclusivo das atividades econômicas dos estados do Maranhão e Mato Grosso; e
recursos da Carteira de Crédito Comercial, que atendem os segmentos de pessoa jurídica e pessoa física
no crédito de curto prazo.

Para o exercício de 2015, serão disponibilizados para aplicação nos Estados da Amazônia Legal recursos
financeiros no valor de 8.990 milhões de reais, originários das fontes de fomento (FNO, FDA/FDCO, FAT,
FMM, OGU, BNDES e recursos próprios) e da carteira de crédito comercial do Banco da Amazônia.
55
Unidade II

Tabela 3 – Programação financeira para alocação


na Amazônia em 2015 (em milhões de reais)

Fonte R$ (milhões) %
Recursos de Fomento 7.140,0 79,4
FNO 5.720,0 63,6
FDA / FDCO* 500,0 5,6
FAT 10,0 0,1
FMM 350,0 3,9
OGU 10,0 0,1
BNDES ** 350,0 3,9
Recursos Próprios ** 200,0 2,2
Recursos da Carteira de Crédito Comercial 1.850,0 20,6
Total 8.990,0 100,0
Notas: (*) FDCO – Para atendimento exclusivo das atividades econômicas do Estado de
Mato Grosso; e (**) Para atendimento exclusivo das atividades econômicas dos Estados
do Maranhão e de Mato Grosso.

Conforme se observa, o FNO representa 63,6% do montante da dotação total dos recursos financeiros
para aplicação em 2015, fato que demonstra a importância dessa fonte como instrumento propulsor do
desenvolvimento regional sustentável. A tabela a seguir apresenta a distribuição dos recursos financeiros
nos Estados da Amazônia e fora deles, tomando-se como parâmetro a disponibilidade prevista para
contratação em 2015 e as expectativas de investimento de cada Estado, em conformidade com seus
planos plurianuais.

Tabela 4 – Distribuição dos recursos financeiros por Estado (em milhões de reais)

BNDES e Demais fontes Crédito


Estado FNO recursos Total
de fomento comercial
próprios
Acre 400,4 45,0 445,4
Amapá 286,0 15,0 301,0
Amazonas 1.086,8 150,0 1.236,8
Maranhão - 220,0 90,0 310,0
Mato Grosso - 330,0 105,0 435,0
Pará 1.716,0 556,2 2.272,2
Rondônia 972,4 94,0 1.066,4
Roraima 286,0 12,0 298,0
Tocantins 972,4 71,3 1.043,7
Fora da - 870,0 711,5 711,5
Amazônia
Total 5.720,0 550,0 870,0 18.850,0 6.990,0
Nota: as fontes de recursos do FDA, FAT, FMM e OGU serão utilizadas por demanda espontânea dos Estados.

56
Captação e Gerenciamento de Recursos

A tabela a seguir mostra a distribuição dos recursos do FNO por municípios tipificados pela Política
Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) como de alta renda, baixa renda, dinâmicos de menor
renda e estagnados de média renda. É possível observar que 71,1% dos recursos do Fundo previstos para
serem aplicados no exercício de 2015 deverão atender aos municípios com comprovada carência de uma
melhor infraestrutura econômica e social, enquanto 28,9% deverão contemplar municípios de alta renda.

Tabela 5 – Previsão de aplicação do FNO por


município conforme tipologia da PNDR (em milhões de reais)

Tipologia PNDR AC AM AP PA RO RR TO Total %


Alta Renda 124,1 597,7 120,1 257,4 243,1 68,6 243,2 1.654,2 28,9
Baixa Renda - 380,5 25,8 257,4 - 60,1 97,2 821,0 14,4
Dinâmica 132,1 54,3 120,1 514,8 389,0 143,0 87,5 1440,8 25,2
Estagnada 144,2 54,3 20,0 686,4 340,3 14,3 544,5 1.804,0 31,5
Total 400,4 1.086,8 286,0 1.716,0 972,4 286,0 972,4 5.720,0 100,0

Do total dos recursos do FNO disponíveis para aplicação em 2015 nos Estados do Acre, Amazonas,
Pará e Tocantins, serão destinados 612,6 milhões de reais para as mesorregiões diferenciadas da Região
Norte definidas pela PNDR, conforme demonstrado a seguir.

Tabela 6 – Previsão de aplicação do FNO por mesorregião


diferenciada da Região Norte definida pela PNDR

Mesorregião Diferenciada Estado nº de Municípios R$ (milhões)


Alto Solimões Amazonas 9 2,9
Vale do Rio Acre Amazonas 2 4,6
Acre 11 268,8
Total Vale do Rio Acre 273,4
Bico do Papagaio Pará 25 200,2
Tocantins 25 74,3
Total Bico do Papagaio 274,5
Chapada das Mangabeiras Tocantins 8 1,7
Xingu Pará 10 60,1
Total 612,6

Serão disponibilizados ainda 1.494 milhões de reais do FNO para os empreendimentos localizados
nos municípios pertencentes ao Programa Faixa de Fronteira da Região Norte.

57
Unidade II

Tabela 7 – Previsão de aplicação do FNO nos municípios pertencentes ao Programa Faixa


de Fronteira da Região Norte

Estado R$ (milhões)
Acre 400,4
Amapá 211,6
Amazonas 26,9
Pará 25,7
Rondônia 543,4
Roraima 286,0
Total 1.494,0

Com os financiamentos concedidos pelo Banco da Amazônia em 2015, prospecta-se o alcance de


significativos resultados socioeconômicos em benefício da população regional e de contribuição para
o desenvolvimento sustentável dos Estados e da região em sua totalidade. Dentre esses resultados,
destacam-se:

• a ampliação da base produtiva, da arrecadação fiscal e da infraestrutura econômica e social dos


Estados;

• a agregação de valor à produção estadual e à elevação do Produto Interno Bruto dos Estados;

• o aumento da oportunidade de emprego, da ocupação de mão de obra e da massa salarial;

• a promoção da inclusão social de populações de baixa renda;

• a redução do êxodo rural pelo estímulo à permanência do homem no campo;

• a criação de oportunidade para a introdução de novas tecnologias capazes de superar as


deficiências no setor produtivo;

• a contribuição para a geração e o aumento de excedentes exportáveis;

• o estímulo à internalização de renda a partir do fortalecimento dos arranjos produtivos locais e


das cadeias produtivas;

• a minimização das desigualdades internas através de incentivo à formação de novos polos


econômicos no interior;

• a melhoria do abastecimento interno de produtos básicos;

• a promoção da autossustentabilidade dos empreendimentos econômicos estaduais e o estímulo


ao aproveitamento econômico dos recursos naturais;

58
Captação e Gerenciamento de Recursos

• a satisfação do cliente na habilitação, concessão e gestão do crédito;

• o crescimento dos negócios sustentáveis e a conscientização da importância dos empreendimentos


para o desenvolvimento local e regional;

• a elevação da renda real dos empreendedores/produtores e a melhoria de sua qualidade de vida e


da de seus familiares e empregados;

• a criação de oportunidades de trabalho para os membros das famílias dos mini e pequenos
produtores;

• a expansão da oferta de produtos diversificados para o consumo local e a melhoria do padrão


alimentar da população;

• a maximização da renda dos consumidores, como reflexo da redução dos preços relativos dos
produtos agrícolas e industriais;

• a conservação e/ou a preservação do patrimônio natural através da indução e do estímulo ao


uso de melhores práticas produtivas que promovam o desenvolvimento da região em bases mais
sustentáveis;

• a reabilitação de áreas alteradas, ou em vias de degradação, mediante adoção de tecnologias


apropriadas;

• a contenção do avanço do desmatamento desordenado;

• a execução, pelo Banco da Amazônia, de políticas, planos e programas do Governo Federal para o
desenvolvimento da região;

• a consolidação e o fortalecimento de parcerias com objetivos convergentes e comprometidos com


o desenvolvimento regional sustentável; e

• o fortalecimento institucional do Banco da Amazônia e seu reconhecimento como agente


financeiro fomentador do desenvolvimento regional sustentável.

Para o ano de 2015, as prioridades econômicas para financiamento pelo Banco da Amazônia nos
estados da Região Amazônica estão voltadas para:

• o fortalecimento e o desenvolvimento dos arranjos produtivos locais prioritários para os Estados;

• o apoio aos projetos sustentáveis prioritários dos Estados; e

• o incentivo aos negócios sustentáveis identificados nas áreas de atuação das agências do Banco
da Amazônia localizadas nos Estados.
59
Unidade II

Lembrete

Os bancos governamentais se caracterizam como empresas


estatais, denominadas empresas de economia mista, isto é, que
possuem participação, no seu capital social, de particulares e governo,
por exemplo, Banco do Brasil e empresas públicas que têm somente a
participação do governo.

4.7 Banco do Nordeste do Brasil – BNB

É considerado o maior banco de desenvolvimento regional na América Latina, por sua abrangência e
atuação na promoção do desenvolvimento sustentável em todos os Estados da Região Nordeste.

Na sua missão está estabelecido: ser o banco preferido da região, por ser, além de um banco
público, competitivo e de reconhecimento pela excelência no atendimento e no desenvolvimento
sustentável.

O BNB se destaca como uma empresa de economia mista, cuja participação no capital social do
Governo Federal é cerca de mais de 90% das ações ordinárias.

Os Estados da Região Nordeste atendidos pela política de desenvolvimento regional são: Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, o norte de Minas
Gerais (incluindo os Vales do Mucuri e do Jequitinhonha) e o norte do Espírito Santo.

Por ser obrigatoriamente um banco executor das políticas públicas estabelecidas pelo Governo
Federal, administra diversos programas e fundos sociais: o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) e o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal
fonte de recursos operacionalizada pela empresa. Além dos recursos federais, o Banco tem acesso a
outras fontes de financiamento nos mercados interno e externo, por meio de parcerias e alianças com
instituições nacionais e internacionais, incluindo instituições multilaterais, como o Banco Mundial e o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O Banco do Nordeste se destaca como o maior programa de microcrédito da América do Sul e o


segundo da América Latina, através do Programa CrédiAmigo. Atua também como um financiador das
atividades turísticas da Região Nordeste com o Programa Prodetur.

4.7.1 Perfil do Banco do Nordeste – Comissão de Ética e Código de Conduta Ética

Como toda organização moderna e principalmente aquelas de natureza pública, o banco deve
possuir parâmetros relativos ao comportamento e ao relacionamento com os diversos usuários. Esse
comportamento, subordinado à Comissão de Ética Pública e instituído pelo Poder Executivo, estabeleceu
a prática da criação de Comissões Éticas setoriais.

60
Captação e Gerenciamento de Recursos

A Comissão de Ética do Banco do Nordeste, ainda que possa atuar no âmbito interno de maneira
independente, deve observar os limites estabelecidos pelos dispositivos legais que instituem o Código
de Ética indistintamente para todos os servidores públicos.

As principais atribuições da Comissão de Ética, de acordo com seu Código de Conduta, são:

• atuar como instância consultiva de dirigentes, de empregados e demais colaboradores do Banco


do Nordeste;

• aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
submetendo à CEP propostas para seu aperfeiçoamento, e dirimir dúvidas a respeito de sua
interpretação, deliberando sobre casos omissos;

• apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes;

• recomendar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, a


capacitação e o treinamento sobre as normas de ética e disciplina;

• representar o Banco do Nordeste na rede de ética do Poder Executivo Federal;

• supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Administração Federal e comunicar à


CEP situações que possam configurar descumprimento de suas normas;

• agir preventivamente contra atos que possam infringir o Código de Conduta Ética do Banco;

• decidir quanto ao juízo de admissibilidade de denúncia de natureza ética; e instaurar processo de


infração ética, julgar e decidir quanto à aplicação da pena de “censura ética”, na forma do Decreto
nº 6.029/2007 (BRASIL, 2007).

4.7.2 Planejamento estratégico

O planejamento estratégico formalmente pressupõe que alguns valores devam ser previamente
definidos. São eles a missão da organização, a visão do futuro e os valores que devem ser
cuidadosamente cultivados.

O Banco do Nordeste estabeleceu como:

• missão: atuar na promoção do desenvolvimento regional sustentável, como Banco Público


competitivo e rentável;

• visão: ser o banco preferido na região Nordeste, reconhecido pela excelência no atendimento e
pela efetividade na promoção do desenvolvimento sustentável;

• valores: justiça, honestidade, democracia, cooperação, disciplina, governança, sustentabilidade,


compromisso, confiança, civilidade, transparência, igualdade e respeito.

61
Unidade II

No planejamento estratégico também são definidas outras atitudes de posicionamento:


desenvolvimento sustentável, resultados competitivos, excelência no atendimento, eficiência
operacional e valorização das competências humanas.

4.7.3 Acesso à informação

Não somente pela vocação dos que administram o Banco do Nordeste S/A, que possuem
a consciência de que a transparência pública é um importante elemento de democracia e
desenvolvimento da cidadania, mas também por exigência das leis que regulam as publicações de
natureza contábil e financeira, o banco tem o dever de disponibilizar periodicamente as informações
de caráter econômico-financeiro da instituição.

4.7.4 Responsabilidade socioambiental

Na atualidade há uma preocupação de que todas as organizações necessariamente não se


ocupem ou se preocupem somente em atingir objetivos específicos ou próprios. A organização que
atua corretamente é aquela que, além de observar os princípios éticos, leva em consideração valores
importantes da comunidade onde está inserida, observando aspectos importantes, tais como: segurança
para os seus empregados e seus vizinhos, uso de tecnologia adequada que possa minimizar os impactos
ambientais, enfim, variedade de valores que devem ser observados.

O Banco do Nordeste S/A, consciente desses conceitos, também definiu que deve atuar sempre em
parceria com as comunidades visando à construção do bem-estar comum.

Linhas de Crédito Verde

O banco oferece diversas modalidades de crédito que valorizam o meio ambiente:

• FNE Verde

Financia empreendimentos e atividades econômicas que propiciem ou estimulem a preservação, a


conservação, o controle e a recuperação do meio ambiente.

Atende a produtores rurais, empresas rurais, industriais, agroindustriais, comerciais e de


prestação de serviços e a cooperativas e associações que realizam projetos fortemente voltados
à sustentabilidade ambiental.

• Pronaf

Oferece linhas de crédito exclusivas para o projeto ambiental. São elas:

- Pronaf Eco

62
Captação e Gerenciamento de Recursos

Linha de crédito voltada para o investimento em projetos de energia renovável e ao


financiamento de tecnologias ambientais sustentáveis. É a sustentabilidade gerando lucros para o
agricultor familiar.

- Pronaf Agroecologia

- Pronaf Semiárido

- Pronaf Floresta

Reflorestamento com espécies nativas, manejo sustentável, exploração extrativista ecologicamente


correta e recuperação de áreas degradadas. Com o Pronaf Floresta, o agricultor familiar lucra ao investir
em recursos florestais de maneira sustentável.

4.7.5 Responsabilidade socioambiental – Governança, transparência e ética

Governança corporativa

A governança corporativa tem como objetivo a adoção das boas práticas administrativas. No Banco
do Nordeste S/A, a preocupação principal é identificar os riscos ou potenciais riscos nos seus processos
administrativos, sempre no interesse da transparência, demonstrando continuadamente a forma pela
qual são conduzidos os interesses do banco e de seus clientes.

Ouvidoria

Atua como um canal de comunicação oferecido aos clientes, que possibilita registrar reclamações,
denúncias, sugestões e elogios a toda a estrutura administrativa do banco.

Gerenciamento de riscos

O gerenciamento de riscos operacional, de mercado e de crédito inerente a todas as instituições


financeiras conta com uma Diretoria de Controle e Risco, conforme dispõem as Resoluções nº  3.464
e nº 3.721 do Conselho Monetário Nacional.

4.7.6 Responsabilidade socioambiental – Investimentos sociais e culturais

O Banco do Nordeste S/A mantém por sua iniciativa um conjunto de investimentos sociais e
culturais:

• Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente – FIA, cujo objetivo principal é dar condições
financeiras ao desenvolvimento dos direitos da criança, bem como de programas e ações
públicas de promoção e proteção dos direitos da criança e do adolescente;

63
Unidade II

• Lei de Incentivo ao Esporte: o banco faz aportes financeiros com base na Lei de Incentivo ao
Esporte – Lei nº 11.438/06 (BRASIL, 2006b).

• Lei do Idoso: apoio aos projetos sociais de idosos.

4.7.7 Responsabilidade socioambiental – Desenvolvimento regional sustentável e


inovações

Programas de financiamentos, cujos recursos são originados do Fundo Constitucional de


Financiamento do Norte – FNO, que procura amparar inciativas inovadoras e empreendedoras em
projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação, em todos os segmentos.

Os principais itens de financiamento da inovação são:

• transferência e absorção de tecnologias;

• desenvolvimento de software;

• prestação de Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC);

• Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I);

• avaliação e certificação;

• treinamento, consultoria e outros serviços especializados;

• propriedade intelectual;

• marketing;

• infraestrutura e apoio.

4.7.8 Responsabilidade socioambiental – Gestão ambiental

O Banco do Nordeste tem uma preocupação permanente com a gestão ambiental, entendendo que
é necessário conciliar lucratividade com conservação dos recursos naturais. Para tal, uma Diretoria de
Desenvolvimento Sustentável e de Microfinanças atua como supervisora do desempenho econômico,
ambiental e social.

Dessa forma, o Banco do Nordeste S/A tem trabalhado para manter em evidência os compromissos
com essas questões ambientais, estimulando a adoção de práticas ambientais e objetivando:

• informar, sensibilizar e engajar continuamente seus públicos nas políticas e práticas de


sustentabilidade do banco;
64
Captação e Gerenciamento de Recursos

• desenvolver uma cultura de consumo consciente dos recursos naturais nos processos internos;

• financiar ações e projetos que visem à sustentabilidade.

Ainda, o Banco do Nordeste adota as seguintes linhas de ação prioritárias:

• uso sustentável de recursos: conjunto de ferramentas, procedimentos e ações que visam ao


combate do desperdício e à otimização do uso de energia elétrica, água, papel e descartáveis pelas
unidades do Banco;

• coleta seletiva solidária: em atendimento ao Decreto nº 5.940/2006 (BRASIL, 2006a), o Banco


do Nordeste realiza, desde 2007, o Programa Coleta Seletiva Solidária, que tem como objetivo
promover o descarte seletivo de resíduos recicláveis produzidos nas dependências do Banco e sua
destinação às associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis;

• gestão de resíduos: além dos resíduos recicláveis, o Banco também procura descartar e destinar
corretamente outros tipos de resíduos gerados em suas dependências, tais como resíduos de
equipamentos eletroeletrônicos, lâmpadas fluorescentes, óleo mineral, resíduos de podas, resíduos
de construção civil, dentre outros.

4.7.9 Responsabilidade socioambiental – Valorização da diversidade

O Banco do Nordeste também destaca como oportuno o equilíbrio saudável entre o seu público
interno e o externo. Incentiva o aprimoramento na gestão de pessoas, principalmente do seu
público interno ou de seus colaboradores, buscando:

• melhor qualidade de vida;

• oportunidade de crescimento profissional;

• reconhecimento de potencialidade individual, criatividade e inovação;

• educação permanente;

• remuneração digna e justa;

• ambiente de trabalho alicerçado em democracia, participação, transparência, respeito, harmonia,


cordialidade, liberdade de expressão, reconhecimento e solução negociada dos conflitos em todos
os níveis;

• ambiente físico adequado e seguro.

Em decorrência do Programa de Pró-equidade, o Banco da Amazônia, por meio de fóruns, colegiados e


demais canais, busca a democratização da participação de todos nos assuntos de interesse dos empregados.

65
Unidade II

4.7.10 Responsabilidade socioambiental – Fornecedores (BRASIL, [s.d.]a)

Aquisição de bens e serviços com o estrito cumprimento da legislação e de normativos vigentes.

O Banco do Nordeste pauta a aquisição de bens e serviços pelo estrito cumprimento da legislação e
de normativos vigentes, com imparcialidade e transparência no trato com seu público fornecedor.

Operações identificadas como de risco significativo de ocorrências de trabalho infantil e medidas


tomadas com vistas a contribuir para a abolição do trabalho infantil.

Em certames licitatórios, o Banco exige a apresentação de declaração do licitante, assinada por seu
representante legal, de que não possui, em seu quadro de pessoal, empregado(s) menor(es) de 18 anos
em trabalho noturno, perigoso ou insalubre, ou menor(es) de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de 14 anos.

4.7.11 Responsabilidade socioambiental – Reconhecimentos e destaques (BRASIL, [s.d.]b)

O Banco aderiu ao Cadastro Empresa Pró-ética, uma iniciativa da Controladoria-Geral da União e do


Instituto Ethos que avalia a existência de mecanismos institucionais de empresas para reduzir os riscos
de ocorrência de fraude e corrupção. O Cadastro Pró-ética engloba um seleto grupo de organizações
que valorizam princípios e práticas para promoção da ética e da integridade corporativas, tais como as
relacionadas à ampla transparência e à prevenção de fraude e corrupção.

O Banco do Nordeste foi agraciado, em outubro de 2013, com a premiação que reconhece as 150
empresas com as melhores práticas em Gestão de Pessoas no Brasil. A certificação, promovida pela
Editora Gestão & RH, reconhece o trabalho desenvolvido pelos profissionais de recursos humanos em
todo o País. A votação foi realizada pelos próprios profissionais da área e participaram aqueles que se
enquadram nas 1.000 Melhores e Maiores do Brasil (critério Exame) e nas 150 Melhores Empresas para
Trabalhar (Great Place to Work).

Em 2013, o Banco formalizou parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social – MDS com o
objetivo de realizar ações no plano Brasil sem Miséria, com vistas a superar a extrema pobreza, por meio
de estratégias conjuntas de fomento ao microcrédito e à melhoria da capacidade técnica, gerencial e
financeira dos empreendedores de baixa renda.

4.7.12 Agricultura familiar

Considerando a relevância da agricultura familiar, os recursos advêm do Programa Nacional de


Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf.

As principais diretrizes da política do Banco do Nordeste de apoio à agricultura familiar são:

• priorização do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE e de recursos do Tesouro


Nacional como fontes financiadoras;
66
Captação e Gerenciamento de Recursos

• adoção da metodologia de microcrédito produtivo orientado para o Pronaf, através do programa


Agroamigo;

• incentivo à atividade não agrícola no meio rural;

• estímulo às atividades de maior valor agregado;

• apoio à estruturação de cadeias produtivas;

• fortalecimento das parcerias para viabilizar assistência técnica e capacitação;

• incentivo à utilização de tecnologia de convivência com a seca.

O Banco do Nordeste é o agente financeiro que mais aplica recursos no Pronaf no Nordeste do Brasil
e no Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, atendendo agricultores familiares que desenvolvem
atividades agropecuárias e não agropecuárias, utilizando-se, basicamente, de mão de obra familiar.

O programa é composto pelos seguintes grupos: “A” e “ A/C”, de acordo com a condição de assentado,
e “B” e Pronaf Renda Variável, de acordo com a renda bruta anual obtida pelo produtor, que pode variar
de até R$ 20.000,00 para o Grupo B e acima de R$ 20.000,00 até R$ 360.000,00 para o Pronaf Renda
Variável.

O Pronaf também disponibiliza linhas de crédito especiais para públicos e atividades específicas: Pronaf
Mulher, Jovem, Agroindústria, Floresta, Mais Alimentos, Agroecologia, Agrinf (Custeio do Beneficiamento
e Industrialização de Agroindústria Familiar) e ECO, ou Linha de crédito voltada para o investimento
em projetos de energia renovável e ao financiamento de tecnologias ambientais sustentáveis, além de
investimentos em projetos de convivência com o semiárido - Pronaf Semiárido.

4.7.13 Crédito fundiário

O Banco do Nordeste S/A, através do Programa de Crédito Fundiário e Combate à Pobreza,


proporciona às Associações e Cooperativas de trabalhadores rurais sem-terra ou de pequenos produtores
rurais o financiamento à aquisição de imóveis rurais com benfeitorias já existentes, incluindo os custos
de impostos, taxas e despesas cartoriais e do registro do imóvel e despesas topográficas referentes à
demarcação da terra.

Os recursos financeiros provêm do Fundo de Terras e da Reforma Agrária, cujos encargos ou juros
variam em função do montante financiado por família. As taxas de juros variam de 2% a 5% ao ano.

O financiamento ainda conta com um bônus de adimplência de 30% a 40% sobre o valor de cada
prestação (principal e juros), de acordo com a região de localização do imóvel financiado, exclusivamente
quando for pago até a data do respectivo vencimento, e um bônus adicional: sobre o valor de cada
prestação (principal e/ou juros), referente ao valor financiado para a aquisição do imóvel, exclusivamente
quando a prestação for paga até a data do respectivo vencimento e a aquisição se efetivar por valor
67
Unidade II

inferior a, no mínimo, 10% do valor de referência estabelecido para cada caso, comunicado ao Banco
pela Unidade Técnica Estadual (UTE), será concedido bônus adicional de adimplência de 10%.

Quanto ao prazo do financiamento, ele varia entre 17 e 20 anos, com carência de 36 meses.

Outros programas de financiamento semelhantes são oferecidos pelo Banco do Nordeste S/A, como
o Subprojeto de Investimentos Comunitários – SIC; o Programa de Crédito Fundiário e Combate à
Pobreza Rural; e o Programa de Agricultura Familiar – CAF.

4.7.14 Nordeste Territorial – Apresentação

O fortalecimento da economia, do emprego e da renda tem sido uma das preocupações do Banco
do Nordeste. Por meio de sua política de desenvolvimento territorial, promove um conjunto de ações
articuladas combinando crédito, capacitação, assistência técnica e inovação tecnológica, que fazem
parte da Política de Desenvolvimento Territorial.

Essa Política garante a estruturação dos arranjos produtivos locais e a inserção dos empreendedores
nas principais cadeias produtivas das regiões Nordeste e Norte, destacando-se os Estados de Minas
Gerais e Espírito Santo.

Contando com o apoio de uma estrutura de 175 Agências Regionais e 195 Agentes de
Desenvolvimento, a Estratégia Nordeste Territorial contribui para a operacionalização dos Pronaf
A, Jovem e Semiárido; do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR);
do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Conab); do Programa Nacional de Alimentação
Escolar – Merenda Escolar (PNAE); da estratégia de Inovação e Difusão Tecnológica; e do Programa
Territórios da Cidadania, de apoio às micro e pequenas empresas, bem como para a realização das
demais ações do Banco do Nordeste que envolvam articulação institucional e mobilização social
dos Municípios, dos Territórios e dos Estados.

É por meio dessas ações que o Banco do Nordeste, considerando as determinações das políticas
governamentais (incluindo os programas de seleção e fortalecimento dos APLs, do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC), visa contribuir para a cooperação entre os elos das
cadeias produtivas regionais, gerando crescimento econômico com distribuição de renda, inclusão social
e erradicação da pobreza.

4.7.14.1 Finalidade do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE)

Direciona recursos para financiamentos que promovam o desenvolvimento do Nordeste.

Os recursos são originados do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste – FDNE, regulamentado


atualmente pelo Decreto nº 6.952 (BRASIL, 2009), com a finalidade de assegurar recursos para a
realização de investimentos na área de atuação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene),
gestora do fundo.

68
Captação e Gerenciamento de Recursos

4.7.14.2 Diretrizes e prioridades do FDNE

As prioridades para aplicação de recursos do FDNE são estabelecidas anualmente pelo Conselho
Deliberativo da Adene de acordo com o Plano Regional de Desenvolvimento, observadas as diretrizes
e orientações gerais estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional (MI) nos financiamentos aos
empreendimentos de grande relevância para a economia regional.

Algumas diretrizes devem ser observadas quanto aos projetos de investimentos:

• projetos de investimentos em infraestrutura, nas áreas que são reconhecidas como prioritárias
pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional;

• geração de emprego e renda sustentável;

• ampliação e fortalecimento da infraestrutura regional;

• expansão, modernização e diversificação da base econômica do Nordeste;

• aumento das vantagens competitivas do Nordeste;

• fortalecimento e integração da base produtiva regional;

• integração econômica entre as diversas regiões;

• fortalecimento e melhoria das cadeias produtivas.

4.7.14.3 Algumas vedações quanto à aplicação do FDNE

É vedada a concessão de crédito com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste para:


aplicações em projetos de geração, transmissão e distribuição de energia, exceto nos casos de geração
de energia para consumo próprio do empreendimento; aquisição de bens que apresentem índices de
nacionalização, em valor inferior a 60%, exceto nos casos em que não haja produção nacional do bem;
quando o bem cumprir o Processo Produtivo Básico (PPB); ou quando a Nomenclatura Comum do
Mercosul (NCM) do bem importado tiver alíquota 0% do Imposto de Importação.

4.7.14.4 Prioridades

Prioridade espacial

Conceder-se-á tratamento diferenciado e favorecido aos projetos que se localizarem nos espaços
reconhecidos como prioritários pela PNDR: mesorregiões diferenciadas; Regiões Integradas de
Desenvolvimento - RIDEs, semiárido e as microrregiões classificadas como de baixa renda, dinâmicas
ou estagnadas.

69
Unidade II

Prioridade setorial

• cadeia produtiva de veículos automotores e veículos pesados, da indústria naval e de tratores e


máquinas agrícolas;

• agroindústria;

• indústria química (exclusive de explosivos), petroquímicos, bioenergia, extração e refino de


petróleo e transformação de seus derivados;

• metalurgia, siderurgia e mecânica - fabricação de máquinas, equipamentos e ferramentas,


aparelhos, materiais e sistemas eletroeletrônicos vinculados a precisão, automação e controle
de processos produtivos (exclusive armas, munições e equipamentos bélicos), outras máquinas e
equipamentos específicos;

• extração de minerais metálicos e não metálicos;

• beneficiamento e transformação de minerais não metálicos;

• agricultura irrigada;

• agricultura não irrigada, desde que em áreas com comprovada aptidão edafoclimática,
considerando-se, inclusive, os espaços de zoneamento ecológico-econômico;

• setor agropecuário - considerando as atividades estratégicas de produção de alimentos para


consumo humano;

• turismo em suas diversas modalidades, considerando os empreendimentos hoteleiros e outros


projetos, integrados ou não a complexos turísticos, localizados em áreas vocacionadas;

• infraestrutura turística voltada para a realização da Copa do Mundo de 2014;

• fabricação de máquinas, equipamentos e ferramentas, aparelhos, materiais e sistemas


eletroeletrônicos vinculados a precisão, automação e controle de processos produtivos (exclusive
armas, munições e equipamentos bélicos), outras máquinas e equipamentos específicos;

• papel, papelão e celulose, desde que integrados a projetos de reflorestamento, inclusive pastas de
papel e papelão, admitidos projetos não integrados a reflorestamento, quando os produtos forem
resultantes de reciclagem;

• indústria de calçados e artefatos, mobiliários, têxtil, confecções, inclusive artigos de vestuário.

70
Captação e Gerenciamento de Recursos

Prioridade em setores com ênfase na inovação tecnológica

Projetos integrados e/ou vinculados às opções estratégicas de desenvolvimento produtivo e de


tecnologia da informação e da comunicação, como: eletroeletrônicos, semicondutores, fármacos,
robótica, nanotecnologia, biotecnologia, química verde, bioenergia.

4.7.14.5 Condições de financiamento do FDNE

Destinam-se às empresas dos setores de infraestrutura, agricultura, agroindústria, mineral,


industrial, inovação e tecnologia, turismo e serviços, considerados relevantes para a região do
Nordeste, com objetivo principal de reduzir as desigualdades regionais.

4.7.14.6 Área de atuação do FDNE

Os estados que estão amparados pelo FDNE são:

• Alagoas;

• Bahia;

• Ceará;

• Espírito Santo (porção norte do Estado);

• Maranhão (porção norte do Estado);

• Minas Gerais;

• Paraíba;

• Pernambuco;

• Piauí;

• Rio Grande do Norte;

• Sergipe.

4.7.14.7 Principais diretrizes

As seguintes diretrizes serão observadas pela Adene na aprovação de projetos de investimentos no


âmbito do FDNE:

I - concessão de tratamento diferenciado e favorecido aos projetos de investimentos em infraestrutura


e aos projetos que se localizam nos espaços reconhecidos como prioritários pela PNDR: a) o semiárido;
71
Unidade II

b) as mesorregiões diferenciadas do Bico do Papagaio (municípios do Estado do Maranhão), da Chapada


do Araripe, da Chapada das Mangabeiras (exceto municípios do Tocantins), do Seridó, do Jequitinhonha/
Mucuri, do Xingó e de Águas Emendadas (municípios do Estado de Minas Gerais, integrantes da área
de atuação da Sudene); c) os municípios integrantes das microrregiões classificadas pela tipologia da
PNDR como de baixa renda, estagnada ou dinâmica; e d) os municípios das Regiões Integradas de
Desenvolvimento (RIDEs): do Polo de Juazeiro/PE e Petrolina/BA e da Grande Teresina.

II - promoção do desenvolvimento includente e sustentável, com geração de emprego e incremento


da renda;

III - ampliação e fortalecimento da infraestrutura regional;

IV - expansão, modernização e diversificação da base econômica do Nordeste;

V - aumento e fortalecimento das vantagens competitivas do Nordeste;

VI - fortalecimento e integração da base produtiva regional;

VII - integração econômica inter ou intrarregional;

VIII - implantação, fortalecimento e melhoria de arranjos e cadeias produtivas estratégicas;

IX - apoio à inovação, integração e complementaridade tecnológica;

X - inserção da economia do Nordeste em mercados externos, em bases competitivas;

XI - atração e promoção de investimentos para a região com alavancagem de outras fontes de recursos.

4.7.14.8 Vedações

Fica vedada a concessão de crédito para:

I - aplicações em projetos de geração, transmissão e distribuição de energia, exceto nos casos de


geração de energia para consumo próprio do empreendimento, admitida a comercialização da energia
excedente, desde que limitada a 50% da capacidade de geração prevista no projeto;

II - aquisição de máquinas, veículos, aeronaves, embarcações ou equipamentos que apresentem


índices de nacionalização em valor inferior a 60% (sessenta por cento), exceto nos casos em que: a)
não haja produção nacional da máquina, veículo, aeronave, embarcação ou equipamento; b) a máquina,
veículo, aeronave, embarcação ou equipamento cumpra o Processo Produtivo Básico (PPB); ou c) a
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) da máquina, veículo, aeronave, embarcação ou equipamento
importado tenha alíquota 0% do Imposto de Importação.

72
Captação e Gerenciamento de Recursos

4.7.14.9 Limites de participação de recursos

Os limites de financiamento dos Fundos de Desenvolvimento são de até 60% do investimento


total, limitada a 80% do investimento fixo. As porcentagens correspondentes à participação variam de
acordo com a localização dos empreendimentos, podendo estar dentro ou fora de áreas consideradas
prioritárias, e com o setor da economia em que eles se encaixam. Os maiores limites se encontram nos
setores de infraestrutura e serviço público.

4.7.14.10 Sobre o Nordeste – FNE

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE é destinado exclusivamente à região


Nordeste e aos municípios dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo incluídos na área de atuação
da Adene (antiga Sudene).

Foi criado pelo artigo 159 da Constituição Federal e regulamentado pela Lei nº 7.827/1989, sempre
com os objetivos voltados à redução das desigualdades sociais e regionais.

O fundo provido de recursos federais financia investimentos de longo prazo e capital de giro.

Os setores abrangidos são: agropecuário, industrial, agroindustrial, turismo, comércio, serviços, e


também projetos culturais e de infraestrutura.

4.7.14.11 Prazos de financiamento

Até 12 anos (incluindo até 4 anos de carência). Para financiamento de projetos estruturantes,
localizados no semiárido, em municípios de baixa renda ou estagnados, o prazo é de até 15 anos
(incluindo até 5 anos de carência).

4.7.14.12 Taxas de juros

Para investimento, as taxas de juros dependem do porte da empresa:

• 6,75% ao ano, para empreendedores individuais e microempresas;


• 8,25% ao ano, para pequenas empresas;
• 9,50% ao ano, para médias empresas;
• 10,00% ao ano, para grandes empresas.

Para capital de giro e compra de matéria-prima, insumos e formação de estoques para vendas, a taxa
de juros varia de acordo com o banco e a avaliação de risco do empréstimo e do projeto.

O fundo prioriza o atendimento aos mini e pequenos produtores rurais, às micro e pequenas empresas,
à região semiárida e aos municípios localizados em microrregiões de baixa renda, dinâmicas e estagnadas
73
Unidade II

no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR); reforça-se a importância desse


instrumento de política de fomento para o desenvolvimento. Dessa forma, o planejamento da ação
desenvolvimentista e a integração de políticas, programas e ações em múltiplas escalas, desde o
intraurbano até o mesorregional, são fundamentais para assegurar uma maior eficiência na utilização
dos recursos públicos e maior efetividade na intervenção nas economias locais.

4.7.15 Prodetur

Leia o texto que segue.

Ampliando as atividades turísticas do Nordeste

O Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur/NE) é um programa de


crédito para o setor público (Estados e Municípios) que foi concebido tanto para criar condições
favoráveis à expansão e melhoria da qualidade da atividade turística nar Nordeste quanto para
melhorar a qualidade de vida das populações residentes nas áreas beneficiadas. O Prodetur/NE é
financiado com recursos do BID e tem o Banco do Nordeste como órgão executor.

A área de abrangência do Prodetur/NE compreende os nove estados nordestinos,


além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, onde sua atuação ocorre por meio do
financiamento de obras de infraestrutura (saneamento, transportes, urbanização e outros),
projetos de proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural, projetos de capacitação
profissional e fortalecimento institucional das administrações de Estados e Municípios.

O programa foi desenvolvido a partir de estudos encomendados pelo Banco Nacional de


Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no começo da década de 1990, para se identificar
as atividades econômicas que apresentariam vantagens competitivas caso desenvolvidas na
região Nordeste. A conclusão desses estudos identificou que uma das oportunidades mais
viáveis para a região era o turismo, pelo fato de a região Nordeste apresentar recursos cênicos
e culturais significativos, além de mão de obra em abundância e com custos relativamente
baixos. Com isso, para financiar atividades nestas quatro áreas, o BNDES inaugurou em 1994 o
Programa Nordeste Competitivo (PNC). A iniciativa em turismo do PNC foi apoiada pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Após negociações envolvendo a extinta Sudene, o
Banco do Nordeste (BNB), o BID, o então Ministério dos Esportes e Turismo e os Estados do
Nordeste, foi criado o Prodetur/NE, cuja primeira fase foi iniciada ainda em 1994.

Essa seção do Prodetur/NE está organizada de modo que:


• disponibilize informações básicas sobre o Prodetur/NE I e Prodetur/NE II, com
descrições sobre objetivos, componentes, principais resultados e situação atual de
duas fases do Programa;
• apresente informações sobre os polos turísticos dos Estados do Nordeste e dos
Estados do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo e respectivos Conselhos de
Turismo, associados ao desenvolvimento do Prodetur/NE II.
74
Captação e Gerenciamento de Recursos

• disponibilize o Regulamento Operacional do Prodetur/NE II e informações adicionais


sobre ele.

• disponibilize os Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável –


PDITS dos polos turísticos envolvidos no Programa.

• disponibilize material adicional relacionado ao Prodetur/NE e links para instituições


relacionadas ou que interagem/interferem no Programa.

• funcione como canal aberto e permanente para disponibilizar informações a respeito


do Prodetur/NE e para receber contribuições/comentários sobre este Programa, por
meio do Sistema Fale Conosco do Banco do Nordeste do Brasil.
Fonte: Brasil ([s.d.]c).

4.7.16 Prodetur/NE I – Prodetur II

Nos programas destinados ao turismo existem os Programas Prodetur I e Prodetur II.

O Prodetur I teve como meta inicial reforçar e manter a capacidade turística da região Nordeste,
atrair a iniciativa privada com melhor padrão e excelência no atendimento, gerar oportunidades de
empregos, elevar os níveis de renda e aumentar as receitas públicas, melhorando as condições de
vida da população, disponibilizando água, esgoto e pavimentação.

Como consequência do Prodetur houve o desenvolvimento institucional, que são os


investimentos em: reestruturação organizacional; desenvolvimento e implementação de sistemas de
apoio administrativo, financeiro e instrumentos operacionais; fortalecimento da capacidade fiscal e
regulatória, particularmente das administrações municipais; e treinamento de pessoal.

Podem ser apoiados os seguintes tipos de entidades:

• órgãos de turismo estaduais;

• órgãos ambientais estaduais;

• companhias de saneamento estaduais;

• departamentos estaduais de estradas;

• órgãos de planejamento e unidades executoras estaduais (do Prodetur/NE);

• governos municipais.

O desenvolvimento das áreas turísticas implica também programas de infraestrutura, como


saneamento, administração de resíduos e transporte.

75
Unidade II

Após a implementação da primeira fase do Prodetur I/NE ocorreram melhorias significativas na


infraestrutura de saneamento básico (água e esgoto) e de suporte ao turismo (aeroportos, urbanização
de áreas turísticas, centros de convenções, recuperação de patrimônio histórico), bem como um
aquecimento da economia das localidades turísticas beneficiadas e/ou impactadas pelas ações do
programa.

Entretanto, também pôde ser observada a ocorrência de impactos socioambientais negativos direta
e indiretamente associados às intervenções realizadas. Tais impactos tiveram uma repercussão negativa,
além de possivelmente representarem comprometimento de parte dos resultados do programa.

Com o conhecimento desses resultados observados, durante as negociações do Prodetur/NE II,


iniciadas em 1999, dois grandes direcionamentos estratégicos foram definidos: 1) a reparação dos
impactos negativos resultantes da primeira fase do programa e 2) a não repetição de tais impactos em
sua segunda fase, por meio da incorporação dos princípios do Desenvolvimento Sustentável.

A experiência adquirida com a execução do Prodetur/NE I permitiu a utilização de novos conceitos


e estratégias na estruturação da sua segunda fase, tais como:

• definição das áreas a serem beneficiadas pelas ações do programa, com base no conceito de polos
turísticos (espaço geográfico claramente definido, com pronunciada vocação para o turismo,
envolvendo atrativos turísticos similares e/ou complementares);

• realização de planejamento participativo, integrado e sustentável para o desenvolvimento do


turismo nos polos turísticos selecionados;

• foco em ações visando ao benefício da população local – desenvolvimento humano e social;

• priorização de ações que visam à mitigação de passivos ambientais, associados a alguns dos
projetos do Prodetur/NE I.

Resumo

Nesta unidade vimos os mecanismos principais do Sistema Financeiro


Internacional, em que se destacam o Fundo Monetário Internacional, cuja
missão principal é a promoção e cooperação monetária internacional, e o
Banco Mundial, que empresta ao governo ou aos projetos com garantia
governamental por meio da Corporação Financeira Internacional, que
promove fluxos de capital privado para países em desenvolvimento. A
CFI investe diretamente em empresas privadas ou oferece empréstimos
ou garantias para investidores privados. Existe também a Associação para
Desenvolvimento Internacional, com o objetivo de atender aos países mais
necessitados do mundo a taxas de juros muito baixas ou nulas e prazos de
50 anos.
76
Captação e Gerenciamento de Recursos

Vimos também os objetivos principais do bancos governamentais,


dentre eles: o Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico –
BNDES, cuja missão principal é atender às necessidades do desenvolvimento
regional por meio do apoio às iniciativas de financiamento de infraestrutura
do país; Caixa Econômica Federal, responsável pela política de saneamento
básico do País; Banco do Brasil, responsável pela política de crédito rural.
Abordamos, por fim, a importância dos bancos regionais, como o Banco
da Amazônia e o Banco do Nordeste, que também se dedicam a reduzir as
desigualdades e os desequilíbrios regionais.

Exercícios

Questão 1. (Enade 2009) O art. 175, relativo ao Título VII, “Da ordem econômica e financeira”,
Capítulo I, “Dos princípios gerais da atividade econômica”, da Constituição Federal de 1988, especifica:
“Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.

Quais são as implicações desse princípio no papel do Estado na formulação e na execução de políticas
públicas relativas aos serviços de infraestrutura (energia elétrica, telecomunicações, transportes etc.)?

A) Empresas privadas assumem todo o processo de formulação e de implementação de políticas


públicas nos setores de infraestrutura.

B) O Estado atua como formulador de políticas públicas na área de infraestrutura, podendo


descentralizar a sua execução para empresas privadas.

C) O Estado centraliza todo o processo de formulação e de execução de serviços públicos na área


de infraestrutura.

D) O Estado retira-se do processo de formulação e de implementação de políticas públicas na área


de infraestrutura, deixando esse papel para a iniciativa privada.

E) O processo de prestação de serviços públicos na área de infraestrutura se dá num regime de falta


de competição.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: cabe ao Estado, e não às empresas privadas, a formulação de políticas públicas.

77
Unidade II

B) Alternativa correta.

Justificativa: ao Estado cabe formular as políticas públicas e, por intermédio de licitação, delegar a
execução à iniciativa privada.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: a execução pode ser pulverizada, ou seja, transferida parcial ou totalmente para a
iniciativa privada, por meio de licitação.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: o Estado não pode delegar a formulação de políticas públicas.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: a licitação é uma modalidade de competição.

Questão 2. (Enade 2009) Um contador orientou vários clientes a elaborarem declarações de imposto
de renda de pessoa física com informações falsas, capazes de ensejar a supressão parcial de tributos.
Essas declarações efetivamente não coincidiam com a realidade e o intuito era, evidentemente, fraudar
o fisco, o que ocorreu. Todavia, a fiscalização da Receita Federal descobriu o esquema e identificou
os contribuintes, os quais foram intimados a apresentar explicações. Todos reconheceram a fraude,
declararam que tinham sido orientados pelo mesmo contador e realizaram o pagamento do tributo.

Considerando o cenário apresentado, é correto afirmar que:

A) nem os contribuintes nem o contador serão submetidos a processo criminal, já que a punibilidade
do crime de sonegação fiscal (o qual fora praticado por cada contribuinte em concurso com o
contador) foi extinta pelo pagamento do tributo.

B) os contribuintes serão denunciados pelo crime de sonegação fiscal juntamente com o contador,
mas receberão diminuição de pena pela confissão.

C) apenas o contador será processado criminalmente pela sonegação fiscal em continuidade delitiva,
já que a confissão espontânea dos contribuintes acarreta o perdão judicial.

D) apenas os contribuintes serão processados criminalmente, já que foram eles que se beneficiaram
da supressão do tributo. A ação do contador é uma participação inócua.

E) todos serão processados criminalmente pela prática de sonegação fiscal, sendo cada contribuinte
processado em concurso com o contador. O contador responderá, portanto, pela prática de crime
na forma continuada, ao passo que cada contribuinte responderá por um único crime.

Resolução desta questão na plataforma.


78
Captação e Gerenciamento de Recursos

Unidade III
5 Recursos do orçamento Geral da União – OGU e suas Emendas e
Consultas

5.1 Receita Pública

É todo recolhimento feito aos cofres públicos, seja em dinheiro ou bens de valor, que o Governo
tem o direito de arrecadar em virtude de leis, contratos e quaisquer outros títulos que lhe pertençam.
Neste conceito também estão incluídas as arrecadações na condição de depositário de valores que
não lhe pertençam, mas que por força de outras leis o Governo tem o dever de arrecadar, ainda que
temporariamente e para posterior devolução.

As receitas que pertencem ao Estado ou ao governo em qualquer esfera, federal, estadual ou


municipal, são as receitas orçamentárias, isto é, aquelas constantes do Orçamento Anual e conforme
os dispositivos legais da Lei Orçamentária Anual – LOA, elaborada até 31 de agosto de cada ano pelo
Poder Executivo e enviada para aprovação do Congresso Nacional até a última sessão legislativa anual
do Congresso Nacional.

Já as receitas que não pertencem ao governo, mas são arrecadadas por força de outras leis, são
denominadas receitas extraorçamentárias.

A previsibilidade da arrecadação das Receitas Orçamentárias está contida na Lei Federal nº 4.320/64
(BRASIL, 1964), e estas se encontram agrupadas em duas categorias: Receita Orçamentária Corrente e
Receita Orçamentária de Capital.

As Receitas Correntes são aquelas relativas às transações que o governo realiza diretamente ou por
meio de seus órgãos da administração indireta ou descentralizada, desde que não conduzam à alteração
patrimonial do ente público. São as receitas provenientes de arrecadação de tributos, contribuições, receitas
patrimoniais, receitas das atividades agropecuárias, industriais, de serviços. Nessa categoria também se
enquadram as receitas oriundas de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado e destinados à cobertura de despesas correntes, como despesas com a folha de pagamento.

Principais Receitas Correntes:

• tributárias: são as espécies de impostos e taxas;


• contribuições: são todas as contribuições sociais arrecadadas pelo Estado;

• patrimoniais: são todas as receitas imobiliárias, como aluguéis, arrendamentos e dividendos


recebidos pelo governo;
79
Unidade III

• agropecuária: são todas as receitas da produção animal e de derivados;


• industrial: são todas as receitas da indústria de transformação e outras receitas decorrentes das
atividades industriais, por exemplo, receita da indústria de construção, da indústria editora e
gráfica, dentre outras;
• serviços: são todas as receitas originadas de serviços comerciais, financeiros, portuários, de saúde,
de armazenamento, dentre outras;
• transferências correntes: são todas as transferências governamentais recebidas dos diversos
entes públicos.

Receitas de Capital são aquelas que resultam na constituição ou criação de bens de capital, alterando
o patrimônio do ente público.

São provenientes da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas de


conversão em espécie de bens e direitos, além dos recursos recebidos de outras pessoas de direito público
ou privado destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital e, ainda, o superávit do
orçamento corrente. As receitas de capital dividem-se em:

• operações de crédito: são todas as receitas de operações de empréstimos internos e externos,


entre outras receitas, como empréstimos compulsórios;
• alienação de bens e direitos: são todas as receitas da alienação de bens móveis e imóveis
do governo;
• amortização de empréstimos/financiamentos: são todas as receitas recebidas dos entes públicos
ou pela amortização ou pagamento desses mesmos entes públicos;
• transferências de capital: são todas as transferências realizadas entre os entes públicos ou até
mesmo de pessoas físicas para atender às necessidades de despesas de capital;
• outras receitas de capital: são todas as receitas decorrentes da subscrição e integralização de
capital social, de remuneração financeira das disponibilidades do Tesouro Nacional, assim como o
resultado obtido pelo Banco Central.

5.2 As transferências constitucionais

São as parcelas de recursos arrecadados pelo Governo Federal, transferidas para Estados, Distrito
Federal e Municípios, conforme estabelecido na Constituição Federal.

A Constituição Federal define modalidades de repasses de recursos da União para Estados, Distrito
Federal ou Municípios. O art. 159 trata das seguintes repartições tributárias:

• Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE);


• Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
80
Captação e Gerenciamento de Recursos

• Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustíveis);


• Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional ao valor das exportações (IPI-Exportação).

O art. 161 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) estabelece que ao Tribunal de Contas da União
compete calcular e fixar os coeficientes de participação na distribuição de recursos das referidas
repartições tributárias. Compete, ainda, ao TCU fiscalizar a entrega dos recursos aos beneficiários e
acompanhar, junto aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas que dão origem às
repartições.

Receitas de endividamento são as oriundas da constituição de dívidas.

5.3 Outras fontes – Transferências constitucionais

A partir de 1998, tornou-se obrigatória também a implantação do Fundo de Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). A partir de 2004, nos
termos das Emendas Constitucionais nº 44/04 e nº 42/03, parcela da arrecadação da Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo
e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível - Cide passou a ser destinada aos
Estados, Distrito Federal e Municípios.

5.3.1 Origem dos recursos dos fundos

Os recursos dos fundos provêm da arrecadação das receitas do Imposto de Renda – IR e do Imposto
sobre Produtos Industrializados – IPI, em percentuais indicados na tabela a seguir:

Tabela 8

Fundo IR IPI
FPE * 21,5% 21,5%
FPM * 22,5% 22,5%
FNE 1,8% 1,8%
FNO 0,6% 0,6%
FCO 0,6% 0,6%
FPEX ** 10,0%
(*) 15% são destinados ao Fundef.
(**) Cada Estado deve entregar 25% do valor recebido aos
respectivos municípios, observados os critérios estabelecidos na
Constituição Federal.

81
Unidade III

6 Fontes Externas

6.1 O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – Bird

Bird é a instituição financeira do Banco Mundial que faz empréstimos e assistência para o
desenvolvimento de países de renda média e que tenham bons antecedentes de crédito.

O Bird surgiu em decorrência das duas guerras mundiais. Ao término da Segunda Guerra e com
a Europa ainda temerosa de que novos conflitos pudessem surgir, foram criadas instituições com o
objetivo de promover a paz mundial. Uma delas foi o Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento. Seu objetivo maior era auxiliar a reconstrução dos países europeus que ficaram
destruídos economicamente e socialmente.

Os recursos financeiros do Bird se originam da venda de títulos nos mercados internacionais de capital.

O Bird atua emprestando dinheiro a juros baixos ou mesmo sem juros aos países, promove o
intercâmbio de conhecimento técnico e investe em programas variados de recuperação do meio
ambiente. É dirigido por uma equipe formada de indivíduos dos vários países que integram o Banco
Mundial, e dentro deste há pesos diferenciados para os países, uma vez que a condição econômica dos
países determina a sua representatividade.

Importante dizer que o Banco Mundial é formado por duas instituições financeiras. Uma delas é
o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento e a outra é a Associação Internacional de
Desenvolvimento (AID).

6.2 O Banco Mundial

O Banco Mundial teve como idealizadores o economista John Maynard Keynes e Harry Dexter White,
funcionário do alto escalão do governo norte‑americano.

Surgiu como parceiro do Fundo Monetário Internacional – FMI e foi criado na Conferência Monetária
de Bretton Woods, em 1944, no Estado norte‑americano de New Hampshire.

O seu nome original era Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento e somente em


1975 adotou o nome de Banco Mundial.

Seu objetivo inicial era a reconstrução da Europa devastada pela Segunda Guerra Mundial. Apesar
de ter sido criado como um banco da “reconstrução”, a sua atuação ficou aquém das necessidades da
Europa do Pós-guerra.

6.2.1 Estrutura do Banco Mundial

Hoje, o Banco Mundial é formado por unidades principais: o Bird e a Associação Internacional de
Desenvolvimento (AID, de International Development Association – IDA).
82
Captação e Gerenciamento de Recursos

A Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) empresta dinheiro a governos que possuem


dificuldades com crédito, normalmente, os países pobres do mundo.

Três outros afiliados unem-se ao Banco Mundial para serem coletivamente chamados de Grupo do
Banco Mundial:

• Corporação Financeira Internacional (CFI, de International Finance Corporation – IFC): fundada


em 1956, empresta diretamente ao setor privado dos países em desenvolvimento;
• Agência Multilateral de Garantias de Investimentos (Miga, de Multilateral Investment Guarantee
Agency): fundada em 1988, fornece garantias para os investidores que financiam projetos em
países em desenvolvimento contra as perdas causadas por riscos não comerciais;
• Centro Internacional para Solução de Disputas em Investimento (ICSID, de International Center
for Settlement of Investment Disputes): fundado em 1966, fornece facilidades internacionais para
conciliação e arbitragem das disputas envolvendo investimentos.

A sede do Banco Mundial está situada em Washington. O banco tem aproximadamente 7 mil
funcionários em sua sede e mais 3 mil funcionários em 109 escritórios espalhados pelos países‑membros.

Enquanto o Bird financia suas operações de empréstimos vendendo títulos com classificação AAA
e outros instrumentos de dívida aos outros bancos, fundos de pensão, seguradoras e grandes empresas
em todo o mundo, a AID é financiada pelas contribuições (dinheiro dos impostos dos contribuintes)
dos países‑membros. Os níveis atuais de empréstimo são aproximadamente iguais entre o Bird e a IDA.
A IFC gere seu próprio capital nos mercados abertos; já a Miga e o ICSID recebem a maioria de seu
financiamento do Banco Mundial, muito do qual é financiado pelos contribuintes.

A propriedade do Banco Mundial consiste de ações com direito a voto mantidas pelos países‑membros,
de acordo com o tamanho e as contribuições. Atualmente, os EUA são os maiores acionistas, com 16,4%
do total de votos. Os próximos maiores blocos são Japão (7,9%) e Alemanha (4,5%). Como as grandes
decisões requerem uma supermaioria com 85% dos votos, os EUA podem efetivamente vetar qualquer
alteração (100% –16,4% = 83,6%).

6.3 Criticas à hegemonia norte‑americana

Tanto o FMI quanto o Banco Mundial, criados para socorrer financeiramente os países em
desenvolvimento e com problemas financeiros graves, têm recebido críticas contundentes principalmente
pelos membros que são eleitos periodicamente como presidentes dessas instituições.

Ainda que não seja uma regra oficial, todo presidente do Banco Mundial vem dos Estados Unidos,
enquanto para o FMI sempre é escolhido um europeu.

Essa hegemonia indica o domínio de um grupo sobre outro, de tal maneira que o grupo dominante
sempre dita os termos do comércio que lhes sejam mais vantajosos em detrimento dos interesses do
comércio dos países em desenvolvimento.
83
Unidade III

A crítica também se relaciona aos ex-presidentes, que sempre pertenceram a uma elite que exerce
forte controle sobre as operações do Banco Mundial, em detrimento do comércio dos países menos
favorecidos economicamente. As críticas também são feitas a outros organismos, como o Conselho de
Relações Internacionais Americano – CRF e a Comissão Trilateral.

6.4 O Conselho de Relações Internacionais Americano e a Comissão


Trilateral

O Conselho de Relações Internacionais Americano e a Comissão Trilateral são citados como instituições
que exercem forte controle político e financeiro e que operam propositadamente e consistentemente
para o seu favorecimento e ganho financeiro, dominando tanto o FMI quanto o Banco Mundial.

6.5 Propósitos de conveniência

O propósito do Banco Mundial e do FMI foi inicialmente a reconstrução dos países devastados
pela Segunda Guerra Mundial. Contudo, o Banco Mundial foi impotente em ajudar na reconstrução da
Europa, pois a destinação financeira a esses países foi muito inferior ao que realmente era necessário.

Diante disso, o Banco Mundial muda a sua imagem pública para envolver os países pequenos e
menos importantes ou desfavorecidos economicamente que podiam ficar à mercê de outras ideologias
políticas, como o comunismo.

6.6 Redução da pobreza

O foco do Banco Mundial era a redução da pobreza, propósito que permanece até hoje. Contudo,
críticas continuam sendo feitas. Entende-se que a mudança de foco foi uma manobra, pois qualquer
ataque ao Banco Mundial poderia ser visto como ataque às políticas de diminuição da pobreza.

Em resumo, atendendo ou não aos propósitos reais voltados para a diminuição das dificuldades
econômicas e financeiras dos países menos favorecidos, os objetivos do Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento e da Associação para o Desenvolvimento Internacional são os seguintes:

• cooperar na reconstrução e no desenvolvimento dos territórios dos membros, facilitando o


investimento do capital em propósitos produtivos, incluindo a restauração das economias
destruídas ou prejudicadas pela guerra, a reconversão das instalações fabris para as necessidades
dos tempos de paz e o incentivo para o desenvolvimento das instalações produtivas e dos recursos
nos países menos desenvolvidos;

• promover o investimento estrangeiro privado por meio de garantias ou participações em


empréstimos e outros investimentos feitos por investidores privados; quando o capital privado
não estiver disponível em termos razoáveis, suplementar o investimento privado, fornecendo,
em condições adequadas, o financiamento para propósitos produtivos com seu próprio capital,
fundos arrecadados por ele e seus outros recursos.

84
Captação e Gerenciamento de Recursos

• promover o crescimento equilibrado de longo prazo do comércio internacional e a


manutenção do equilíbrio da balança de pagamentos, encorajando o investimento
internacional para o desenvolvimento dos recursos produtivos dos membros, ajudando a
elevar a produtividade, o padrão de vida e as condições de trabalho em seus territórios;
• escalonar os empréstimos feitos ou garantidos por ele em relação aos empréstimos internacionais
por meio de outros canais para que os projetos mais úteis e urgentes, tanto grandes quanto
pequenos, recebam prioridade.
• conduzir suas operações com a devida consideração pelos efeitos dos investimentos internacionais
em condições comerciais nos territórios dos membros e, nos anos imediatos do Pós-guerra, ajudar
a fazer uma transição tranquila de uma economia de tempo de guerra para uma economia de
tempo de paz.

6.7 Liberalização e ajustes estruturais

As reais intenções do Banco Mundial no que se refere à diminuição das desigualdades sociais sempre
são colocadas em dúvida.

No início dos anos de 1980, ocorreram mudanças profundas no departamento de pesquisa que
norteava o pensamento e a direção do Banco.

Anne Krueger, especialista em comércio internacional, assume como economista-chefe no Banco


Mundial e com novas ideias. Ela achava que os governos dos países pobres eram o problema. Radicalmente
a favor dos mercados livres, a economista impõe políticas de liberalização e ajustes estruturais com o
objetivo de forçar os países pobres a privatizarem suas indústrias, principalmente aquelas pertencentes
às áreas de infraestrutura, entregando as empresas multinacionais. Anne Krueger acreditava que com a
privatização as empresas poderiam operar melhor e de maneira mais eficiente que os organismos estatais.

6.8 A Guerra da Água

A denominada Guerra da Água aconteceu na Bolívia. Em 1998, o país necessitou de empréstimos


do FMI, destinados a controlar a inflação e estabilizar a economia. O empréstimo estava condicionado
a uma série de ajustes estruturais, entre eles os serviços de abastecimento de água, que não existissem
subsídios públicos para a água e que todos os projetos fossem administrados com base no “retorno do
custo”, o que significava que a população teria de arcar com todo o custo de construção, financiamento,
operação e manutenção de projetos de água e saneamento básico.

Nesse cenário, no final de 1999, a cidade de Cochabamba colocou o seu sistema de águas à venda.
O consórcio denominado Águas Del Tunari foi feito com uma empresa subsidiária da Bechtel, maior
empresa de engenharia do mundo, e recebeu a concessão por 40 anos para o abastecimento de água.

O maior problema é a forma como são feitas as concessões. Na cidade de Cochabamba, a população
teve de arcar com custos de construção de barragens, o que seria 600% mais caro do que outras
fontes alternativas.
85
Unidade III

Após o recebimento da concessão, a tarifa de água elevou-se em até 400%, enquanto o salário
mínimo era de US$ 100 mensais, causando sérios problemas financeiros aos consumidores.

6.9 Corrupção

O Banco Mundial tem recebido desde a sua fundação críticas severas ligadas à corrupção.
Organismos como a ONU têm informações e conhecimentos sobre a corrupção no Banco Mundial.
O senador americano pelo Estado de Indiana, Richard Lugar, em 2004, na condição de presidente do
Comitê de Relações Exteriores, deu início a inquéritos sobre a corrupção, convidando vários líderes de
bancos de desenvolvimento a testemunhar voluntariamente diante do comitê.

Em linhas gerais, o dinheiro tem sido mal-empregado por ser aplicado em falsos projetos com o
objetivo de estimular o comércio mundial, não contribuindo para a redução da pobreza.

Não foi determinado quais funcionários do Banco podem ter recebido suborno em troca de influência,
mas uma coisa é certa: qualquer negócio que começa com corrupção somente tem uma direção para
seguir: para baixo. No fim, são os indivíduos fracos, dependentes e que não têm como se ajudar que são
deixados com a conta. As dívidas contraídas e os projetos fracassados simplesmente são acrescentados
à conta das pessoas já empobrecidas.

6.10 Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID

O Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID é uma instituição financeira internacional criada


em 1959, com a participação de 19 países da América Latina e do Caribe. Atualmente, são 48 países
participantes, não somente do continente latino-americano, mas também de outros continentes. Dentre
os 48 países, 26 são membros mutuários latino-americanos que têm uma participação majoritária na
organização.

Por ser um Banco de Desenvolvimento, seu objetivo principal é apoiar iniciativas de países
latino‑americanos para reduzir a pobreza e promover a equidade de modo que fomente a integração
regional e o desenvolvimento sustentável.

Além dos empréstimos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento oferece doações, presta


assistência técnica e realiza pesquisas junto a governos, empresas privadas e organizações não
governamentais.

Com sede em Washington, nos Estados Unidos, o BID possui representações em todos os países
mutuários, além de um escritório regional em Tóquio e outro em Paris.

Para tornar-se membro regional, o país primeiro tem de ser membro da Organização dos Estados
Americanos. Para ser membro não regional, o país deve ser também membro do Fundo Monetário
Internacional. Uma segunda exigência em ambos os casos é a subscrição de ações do Capital Ordinário
e uma contribuição ao Fundo para Operações Especiais.

86
Captação e Gerenciamento de Recursos

6.11 Organização do BID

O órgão máximo de administração do BID é denominado Assembleia de Governadores, designado


por cada país integrante do BID e cujo poder de voto é proporcional ao capital subscrito.

A Assembleia é composta pelos ministros da Fazenda de cada país, pelos presidentes de Bancos
Centrais e por outros funcionários de alto nível. Reúnem-se anualmente nos meses de março ou
abril, com o objetivo de rever as operações do banco, assim como estabelecer normas importantes. A
Assembleia também pode convocar encontros extraordinários para resolver questões importantes.

Embora em última instância os governadores do BID sejam responsáveis pela supervisão


das atividades e da administração do Banco, na prática muitas dessas funções são delegadas à
diretoria‑executiva.

O Presidente do BID, eleito pela Assembleia de Governadores para um mandato de cinco anos, é
o principal executivo e o representante legal do banco, responsável pelo dia a dia das operações. É
auxiliado por um vice-presidente executivo e por quatro vice-presidentes.

Os membros da diretoria executiva eleita pela Assembleia de Governadores cumprem mandatos de


três anos na sede do BID, em Washington.

6.11.1 Clientes do BID

O BID empresta a governos nacionais, provinciais, estaduais e municipais, bem como a empresas do
setor privado. Organizações da sociedade civil também são elegíveis para financiamentos do BID.

6.11.2 O que financia e quais são as metas

O BID oferece soluções de financiamento flexíveis a mutuários soberanos de Capital Ordinário (CO)
para aprimorar as condições de gestão de risco dos mutuários em projetos, programas de empréstimos
e estratégias de gestão de ativos e passivos.

Por meio de opções incorporadas nos empréstimos FFF, os mutuários têm condição de adaptar os
termos financeiros na aprovação ou durante o tempo de duração de um empréstimo. A plataforma FFF
– financiamento baseado na Libor com opções incorporadas – permite aos clientes gerenciar os riscos
cambiais e de taxas de juros. Além disso, para atender às necessidades variáveis de cada projeto, os
mutuários também podem personalizar os termos de pagamento do empréstimo FFF para melhor gerir
os riscos de liquidez.

Como parte das opções de gestão de riscos de moeda oferecidas pelo FFF, os mutuários podem
optar por obter financiamento em sua própria moeda ou em moedas regionais alternativas no
início de um empréstimo ou durante o seu tempo de duração. Além disso, o BID oferece garantias
em moeda local (ML).

87
Unidade III

Os mutuários podem transformar empréstimos de produtos financeiros legados em financiamentos


flexíveis, baseados no mercado. Esta flexibilidade adicional permite aos mutuários gerir a sua carteira de
empréstimos com o BID de forma que atenda melhor seus programas de gestão de dívida.

6.11.3 Investidores

O Banco financia suas operações emitindo títulos em mercados de capitais internacionais. Possui
uma boa reputação de crédito, cuja classificação estabelecida pelas agências internacionais é a mais alta
possível, classificação AAA, exatamente pela sua reputação financeira com uma base de capital bastante
estável, também em razão de suas políticas conservadoras de investimentos e financiamentos, além do
respaldo dos países‑membros.

O BID oferece vários instrumentos de crédito para atender às necessidades dos investidores. O banco
trabalha com subscritores para assegurar que seus títulos tenham um preço justo e liquidez nos mercados
primários e secundários. Os títulos do banco também são uma alternativa de investimento sustentável.

Os principais títulos são:

• Global Debt Program – Títulos de Dívidas dos Governos

Os títulos de dívida emitidos pelos governos para financiar o orçamento são oferecidos no mercado
financeiro internacional pelo BID.

Por exemplo, em 2014, a Comissão de Valores Mobiliários autorizou o BID a fazer oferta pública
de Títulos de Dívida no Mercado Brasileiro, cujo prazo varia de 1 a 30 anos, e o objetivo principal é a
captação de recursos para financiar projetos de desenvolvimento econômico e social sustentável no País.

Uma série de outros títulos ou papéis é oferecida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento no
mercado financeiro internacional. Os principais são:

• Euro Medium Term Note Program ou Programa de Notas de Euros Médio Prazo;

• U.S. Medium Term Note Program ou Programa de Notas em Dólar Médio Prazo;

• Australian Dollar Medium Term Note Program ou Programa em Dólar Australiano de Notas Médio Prazo;

• Discount Note Program ou Programa de Desconto de Títulos.

6.11.4 Outras atuações do BID – Instituições acadêmicas

Como principal parceiro no desenvolvimento da América Latina e no Caribe, o Grupo BID trabalha
em estreita colaboração com universidades, institutos de pesquisa e outras instituições acadêmicas. Seja
para conhecimento, pesquisa ou curiosidade intelectual, o banco oferece uma gama de recursos para
profissionais acadêmicos e estudantes.
88
Captação e Gerenciamento de Recursos

O conhecimento também é um componente importante do trabalho do BID. Portanto, o banco


atribui grande importância para a geração e disseminação do conhecimento como parte fundamental
de sua missão de desenvolvimento.

A página de Pesquisa e Dados contém informações relacionadas com o desenvolvimento da América


Latina e do Caribe. Inclui trabalhos do BID em matéria de investigação, estatísticas e indicadores, e
plataformas para intercâmbio de conhecimentos, como os diálogos políticos e as redes de pesquisa.
O Departamento de Pesquisa do Banco trabalha sobre questões de desenvolvimento que apresentam
um desafio para a América Latina e o Caribe, ajudando a criar conhecimento e soluções úteis para as
estratégias e operações do BID.

O Instituto Interamericano de Desenvolvimento Econômico e Social (Indes) desenha e implementa


programas de formação para os funcionários do banco e instituições parceiras nos países‑membros
mutuários. Os programas se concentram em questões de desenvolvimento econômico e social, como
eficácia, indicadores e gestão do desenvolvimento.

O Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (Intal) cria e dissemina conhecimento
sobre os benefícios da integração regional, uma das principais prioridades do banco. O Intal
também oferece programas de formação para o fortalecimento institucional ligado a comércio e
integração.

Quadro 1 – Política social para equidade e produtividade

Prioridades setoriais Atividades em andamento Áreas de desenvolvimento


Expansão e melhoria dos Redes de segurança social
programas de transferência
Redes de segurança compatíveis com incentivos;
condicional de renda;
para os pobres articulação com mercados de
programas de emprego trabalho
temporário
Elaboração e financiamento
de sistemas de seguro social;
Treinamento, serviços de expansão do seguro social
Mercados de trabalho intermediação laboral para trabalhadores informais,
funcionamento dos mercados de
trabalho e informalidade
Desenvolvimento da primeira
Expansão da cobertura infância; transição da escola
Educação nos níveis pré-escolar e para o trabalho; qualidade do
secundário ensino primário e secundário
Expansão do acesso a Protocolos preventivos de saúde;
Saúde serviços básicos de saúde e transição epidemiológica
nutrição
Resultados do mercado de
Expansão dos serviços trabalho para mulheres; reduzir
básicos e redes de segurança lacunas na educação e na
Gênero e diversidade social a afrodescendentes e saúde das mulheres indígenas;
comunidades indígenas fortalecer o arcabouço jurídico
contra discriminação

89
Unidade III

Quadro 2 – Infraestrutura para competitividade e bem-estar social

Prioridades setoriais Atividades em andamento Áreas de desenvolvimento


Investimento em infraestrutura Governança e eficiência do setor
Serviços básicos para expandir acesso a água e de água e saneamento; manejo de
saneamento resíduos
Alternativas de transporte sustentável
Expansão da infraestrutura de
Infraestrutura produtiva nas áreas urbanas; eficiência
transporte e energia energética

Quadro 3 – Instituições para crescimento e bem-estar social

Prioridades setoriais Atividades em andamento Áreas de desenvolvimento


Reformas de instituições e políticas
Fortalecer o financiamento de PME
Serviços financeiros para melhorar os mercados de crédito
mediante veículos de segundo nível e serviços financeiros
Fortalecimento institucional no
âmbito nacional e subnacional; Políticas e administração do fisco;
Eficiência e sustentabilidade fiscal apoio contínuo à agenda de gestão do gasto público
descentralização
Intervenções multidimensionais em
Reabilitação social; modernização da segurança dos cidadãos; iniciativas de
Segurança dos cidadãos justiça criminal combate a corrupção e lavagem de
dinheiro

Quadro 4 – Integração internacional competitiva no âmbito regional e global

Prioridades setoriais Atividades em andamento Áreas de desenvolvimento


Negociação e implementação de Mecanismos de convergência entre vários
acordos comerciais; facilitação acordos comerciais; segurança e logística
do comércio e procedimentos comercial; quadros normativos para a migração
alfandegários; administração e de capital e trabalho; comércio de serviços;
Comércio e integração harmonização dos regulamentos
comerciais; promoção das exportações coordenação de operaçõesde
projetos internacionais infraestrutura;
soberanas nacionais
e investimento estrangeiro; corredores com externalidades transfronteiriças; bens
regionais de infraestrutura; bens públicos regionais de grande escala
públicos regionais

Quadro 5 – Proteger o meio ambiente, responder à mudança climática e aumentar a


segurança alimentar

Prioridades setoriais Atividades em andamento Áreas de desenvolvimento


Adaptação à mudança climática
Desenvolvimento de quadros em setores prioritários como
institucionais e normativos água, agricultura e energia;
para permitir investimentos desenvolvimento e uso de fontes
Meio ambiente e mudança climática em transporte sustentável, de energia sustentável (incluindo
combustíveis alternativos, renovável), tecnologias e práticas de
energia renovável e eficiência eficiência energética e financiamento
energética de carbono; gestão de riscos de
desastres naturais
Desenvolvimento agrícola; posse Aumentar a segurança alimentar por
Segurança alimentar da terra meio da produtividade agrícola

90
Captação e Gerenciamento de Recursos

6.12 Avaliação e auditoria

Em razão da complexidade natural das operações, o Banco Internacional de Desenvolvimento  –  BID


possui os mecanismos naturais para garantir que os projetos que financia tenham resultados satisfatórios,
com a prestação de contas adequada, cujo acompanhamento é feito desde os estágios de elaboração e
aprovação até o de execução final.

Dentre estes mecanismos que se destacam, temos:

• Escritório de Avaliação e Supervisão

O Escritório de Avaliação e Supervisão, ou OVE, divide a sua responsabilidade com a Administração.

A administração concentra-se em avaliações de projetos e na fiscalização do desempenho da carteira.

O OVE é independente da Administração e presta contas à diretoria‑executiva. Uma de suas atividades


consiste em assegurar que as estratégias, as políticas e os programas cumpram os objetivos e mandatos do
BID. O OVE supervisiona os mecanismos internos de fiscalização do Banco e realiza avaliações a posteriori.

• Auditorias internas

A principal função do Escritório do Auditor Executivo (AUG) é fazer auditorias internas destinadas
a agregar valor e aperfeiçoar as operações do Banco. O AUG ajuda o BID a cumprir seus objetivos, ao
adotar um enfoque sistemático e disciplinado apara avaliar e melhorar a eficácia da gestão de risco, dos
controles e dos processos de governança.

AUG constitui a principal unidade de assessoria ao presidente do BID, realizando periodicamente,


com independência e objetividade, avaliações e auditorias das atividades financeiras, contábeis,
operacionais, administrativas e de outra natureza, entre elas a identificação de possíveis meios para
melhorar a eficiência e a economia das operações e do uso de recursos.

• Auditorias externas

Durante o período de execução dos projetos, e até que todos os recursos a eles destinados tenham
sido desembolsados, as entidades executoras dos projetos e os próprios projetos são objeto de auditorias
externas das demonstrações financeiras.

As auditorias verificam se os recursos foram usados adequadamente e se a entidade executora


cumpriu as cláusulas contratuais referentes a finanças.

• Supervisão do Processo de Aquisições

O Comitê de Aquisições, constituído de seis administradores graduados do BID, analisa continuamente


as políticas de aquisições do banco, além de estabelecer regras e tomar decisões quanto a questões
concernentes a aquisições que surjam durante a execução do projeto.
91
Unidade III

• Mecanismo de Investigação Independente

Pessoas que se considerarem prejudicadas por atividades financiadas pelo BID poderão recorrer
ao Mecanismo Independente de Consulta e Investigação (Mici), que investiga se o banco deixou de
cumprir suas próprias normas relativas a planejamento, análise e execução de projetos. As solicitações
nesse sentido são examinadas pela diretoria‑executiva do Banco, que pode determinar que um grupo
independente do BID, formado por três membros, investigue a queixa e emita um relatório com
conclusões e recomendações.

• Escritório de Integridade Institucional

O Escritório de Integridade Institucional (OII), subordinado ao Presidente, investiga alegações de


fraude e corrupção que ocorram em atividades financiadas pelo banco.

As conclusões e recomendações do OII são passadas ao Comitê de Supervisão sobre Fraude e


Corrupção (OCFC), constituído de funcionários graduados do banco. Se constatada a transgressão das
leis de um país, o OCFC pode encaminhar o caso às autoridades nacionais.

• Tribunal Administrativo do BID

O Tribunal Administrativo do BID foi criado para resolver os conflitos que surgem da relação de
emprego do Banco ou da Corporação com seus funcionários.

Além disso, o Escritório do Ombudsman e o Comitê de Conciliação tratam das reclamações e


reivindicações apresentadas pelos funcionários.

6.13 Integridade e responsabilidade no BID

O Grupo BID esforça-se para assegurar que suas atividades sejam livres de fraude e corrupção e que
estejam sujeitas aos mais rigorosos mecanismos de controle.

O sistema de sanções do grupo do banco compreende o Escritório de Integridade Institucional


(OII), o Diretor de Casos e o Comitê de Sanções. O OII investiga denúncias de transgressões e realiza
atividades preventivas. O Diretor de Casos e o Comitê de Sanções examinam as informações obtidas em
investigações do OII e têm a autoridade de aplicar sanções às partes por conduta indevida. A lista de
infratores submetidos a sanções é publicada no website do BID.

6.14 Salvaguardas para os cidadãos

Dois mecanismos de prestação de contas – a Política de Acesso à Informação e o Mecanismo


Independente de Consulta e Investigação – asseguram que as atividades do banco, em especial os
projetos por ele financiados, permitam acesso rápido a informações para as partes interessadas e
possibilitem que comunidades ou indivíduos possam registrar reclamações quando acharem que talvez
estejam sendo adversamente afetados por operações financiadas pelo BID.
92
Captação e Gerenciamento de Recursos

6.15 Ética no Grupo BID

O compromisso do Grupo BID com a integridade e a transparência começa por seu próprio pessoal.
Os funcionários do BID obedecem a padrões éticos rígidos estabelecidos no Código de Ética e Conduta
Profissional de 2012. A diretoria‑executiva está sujeita a seu próprio Código. O Oficial de Ética do Banco
investiga transgressões éticas por parte de funcionários do BID e assegura o cumprimento das exigências
de transparência financeira. O banco tem mecanismos fortes para proteção de denunciantes.

6.16 Sistema de solução de conflitos internos

Para ajudar a resolver conflitos relacionados aos funcionários, o BID tem um Ombudsperson, um
Secretário de Mediação e um Departamento de Recursos Humanos, que são todos parte integrante de
seu sistema de solução de conflitos internos. A última instância para solucionar litígios nas relações dos
funcionários com o banco ou a corporação é o Tribunal Administrativo do BID.

Resumo

Nesta unidade, vimos os conceitos principais de Receitas Públicas que


se dividem em Receitas Correntes e Receitas de Capital.

As Receitas Correntes são aquelas relativas às transações que o governo


realiza diretamente ou por meio de seus órgãos da administração indireta
ou descentralizada. De outra forma, são as receitas provenientes de
arrecadação de tributos, contribuições, receitas patrimoniais, receitas das
atividades agropecuárias, industrial, de serviços.

Principais Receitas Correntes:

• tributárias: são as espécies de impostos e taxas;

• contribuições: são todas as contribuições sociais arrecadadas


pelo Estado;

• patrimoniais: são todas as receitas imobiliárias, como aluguéis,


arrendamentos e dividendos recebidos pelo Governo;

• agropecuária: são todas as receitas da produção animal e de derivados;

• industrial: são todas as receitas da indústria de transformação e


outras receitas decorrentes das atividades industriais, por exemplo,
receita da indústria de construção, da indústria editora e gráfica,
dentre outras;

93
Unidade III

• serviços: são todas as receitas originadas de serviços comerciais,


financeiros, portuários, de saúde, de armazenamento, dentre outras;

• transferências correntes: são todas as transferências governamentais


recebidas dos diversos entes públicos.

Receitas de Capital são aquelas que resultam na constituição ou


criação de bens de capital, alterando o patrimônio do ente público.
São provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas de conversão em espécie de bens e direitos,
além dos recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado destinados a atender despesas classificáveis em despesas de
capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. As receitas de
capital dividem-se em:

• operações de crédito: são todas as receitas de operações de


empréstimos internos e externos, dentre outras receitas, como
empréstimos compulsórios;

• alienação de bens e direitos: são todas as receitas da alienação de


bens móveis e imóveis do governo;

• amortização de empréstimos/financiamentos: são todas as receitas


recebidas dos entes públicos ou pela amortização ou pagamento
desses mesmos entes públicos;

• transferências de capital: são todas as transferências realizadas entre


os entes públicos ou até mesmo de pessoas físicas para atender às
necessidades de despesas de capital;

• outras receitas de capital: são todas as receitas decorrentes da


subscrição e integralização de capital social, de remuneração
financeira das disponibilidades do Tesouro Nacional, assim como o
resultado obtido pelo Banco Central.

Constituem-se em receitas de endividamento as oriundas da


constituição de dívidas.

Vimos também os objetivos principais das instituições financeiras


internacionais, como o Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento – Bird, o Banco Mundial e o Banco Internacional de
Desenvolvimento – BID, todos voltados a financiar projetos sustentáveis dos
países economicamente em desenvolvimento e cujos projetos contribuem
para diminuição das desigualdades sociais e redução da pobreza.
94
Captação e Gerenciamento de Recursos

Exercícios

Questão 1. (Enade 2006) Por ocasião da aprovação da Lei de Orçamento Anual – LOA, a previsão
das Receitas e a fixação das Despesas de uma determinada entidade governamental foram as seguintes:

Tabela 9

Receitas Correntes Despesas Correntes


Aquisição de Material de
Receita da Dívida Ativa R$ 300.000,00 R$ 300.000,00
Consumo
Outras Receitas Correntes R$ 400.000,00 Outras Despesas Correntes R$ 400.000,00
Receitas de Capital Despesas de Capital
Alienação de Bens Móveis R$ 200.000,00 Aquisição de Bens Móveis R$ 200.000,00
Transferências de Capital R$ 200.000,00 Empréstimos Concedidos R$ 200.000,00
Operações de Crédito R$ 400.000,00 Amortização da Dívida R$ 400.000,00

Ao final do período orçamentário aprovado, os saldos contábeis indicavam um total executado de


Receitas e Despesas conforme os valores a seguir.

Tabela 10

Receitas Correntes Despesas Correntes


Aquisição de Material de
Receita da Dívida Ativa R$ 260.000,00 R$ 260.000,00
Consumo
Outras Receitas Correntes R$ 340.000,00 Outras Despesas Correntes R$ 330.000,00
Receitas de Capital Despesas de Capital
Alienação de Bens Móveis R$ 200.000,00 Aquisição de Bens Móveis R$ 204.000,00
Transferências de Capital R$ 190.000,00 Empréstimos Concedidos R$ 205.000,00
Operações de Crédito R$ 340.000,00 Amortização da Dívida R$ 402.000,00

Com base nessas informações, qual foi o resultado orçamentário?

A) Superávit corrente de R$ 99.000,00.

B) Superávit de capital de R$ 89.000,00.

C) Déficit orçamentário de R$ 71.000,00.

D) Déficit corrente de R$ 81.000,00.

E) Déficit corrente de R$ 10.000,00.

95
Unidade III

Resposta correta: alternativa C.

Análise das alternativas

Justificativa geral: constaram do orçamento do período os valores que seguem:

• Receitas e despesas correntes = R$ 700.000,00 (R$ 300.000,00 + R$ 400.000,00).

• Receitas e despesas de capital = R$ 800.000,00 (R$ 200.000,00 + R$ 200.000,00 + R$ 400.000,00).

• Receitas e despesas totais = R$ 1.500.000,00 (R$ 700.000,00 + R$ 800.000,00).

Os valores executados revelam déficit orçamentário (incluídas as contas-correntes e de capital) de


R$ 71.000,00, considerando os dados a seguir:

Tabela 11

Receitas Correntes Despesas Correntes Resultado


R$ 600.000,00 R$ 590.000,00 R$ 10.000,00 (superávit)
(R$ 260.000,00 + R$ 340.000,00) (R$ 260.000,00 + R$ 330.000,00)

Questão 2. (FCC 2012) O orçamento que enfatiza os fins, em vez de destacar os meios, cuja
base fundamental é o planejamento, em vez de ser apenas um instrumento contábil de controle, é o
orçamento:

A) Programa.

B) Clássico.

C) Tradicional.

D) Legislativo.

E) Base zero.

Resolução desta questão na plataforma.

96
Captação e Gerenciamento de Recursos

Unidade IV
7 Conceitos de Programas e Projetos

O programa é um instrumento que o governo utiliza para articular todas as ações que concorrem
para um objetivo comum.

Todo objetivo deve ser preestabelecido e mensurado por indicadores que possam avaliar a condução
do programa que está sendo realizado.

Do ponto de vista governamental, os indicadores de avaliação são estabelecidos nos instrumentos


legais de planejamento do governo, como o Plano Plurianual – PPA, elaborado na esfera federal pelo
Presidente da República de 4 em 4 anos.

A necessidade dos indicadores é exatamente medir se os projetos elaborados em razão das


necessidades ou demandas da sociedade atingirão os resultados esperados ou planejados.

No caso do Governo Federal são estabelecidos basicamente quatro tipos de programas.

Os Programas Finalísticos são programas cujo resultado esperado são os bens e serviços que devem
ser oferecidos à sociedade ou ao cidadão. Os elementos básicos que constituem um programa finalístico
são: denominação, objetivo, público-alvo, indicadores, fórmulas de cálculo do índice, órgão, unidade
orçamentária e a unidade responsável pelo programa.

Os Programas de Gestão Pública abrangem a execução e avaliação das ações e políticas estabelecidas
pelo governo. Nesse processo de execução e avaliação onde as metas são estabelecidas, é necessário
identificar se as soluções para resolver problemas sociais em qualquer área de atuação do governo
estão devidamente atendidas ou encaminhadas. Por exemplo, Programa de Gestão da Política da Saúde.
Os elementos do programa são: denominação, objetivo, órgão, unidade orçamentária e a unidade
responsável pelo programa.

Os Programas de Serviços do Estado são aqueles que resultam em bens e serviços oferecidos
diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Os elementos do programa são:
denominação, objetivo, órgão, unidade orçamentária e a unidade responsável pelo programa.

Os Programas de Apoio Administrativo são aqueles que colaboram para a consecução dos Programas
Finalísticos e Programas de Gestão Pública. O objetivo principal do Programa de Apoio Administrativo é
auxiliar o órgão que possa executar um Programa Finalístico ou de Gestão.

97
Unidade IV

7.1 Os diversos programas do Governo Federal

Apenas para entender o universo dos programas que são elaborados e que estão sob a responsabilidade
de cada um dos ministérios, a seguir, alguns dos principais programas do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão.

Programas temáticos são aqueles que organizam as agendas de governo pelos temas das políticas
públicas. Cada programa está ligado a um macrodesafio, possui um valor global e se desdobra em objetivos.

O valor global indica uma estimativa dos recursos necessários ao programa no período predeterminado
do Plano.

Os objetivos expressam as escolhas do governo para a implementação de determinada política


pública. Possuem metas associadas e se desdobram em iniciativas. Metas apontam compromissos que o
governo deve perseguir e podem ser quantitativas ou qualitativas. Por sua vez, as iniciativas declaram
as entregas, à sociedade, de bens e serviços, resultantes da coordenação de ações orçamentárias,
institucionais, normativas, de pactuação entre entes federados, entre Estado e sociedade e de integração
de políticas públicas.

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é responsável por objetivos nos seguintes


Programas Temáticos:

• Democracia e Aperfeiçoamento da Gestão Pública;

• Integração Sul-americana;

• Petróleo e Gás.

Programa Gestão, Manutenção e Serviços do Estado são os programas de gestão, manutenção e


serviços ao Estado, que contemplam despesas destinadas ao apoio e à manutenção da ação governamental
ou, ainda, àquelas não tratadas nos Programas Temáticos. De forma geral, cada ministério tem um único
programa dessa natureza.

Nesta categoria, o MP elaborou o Programa de Gestão e Manutenção do Ministério do Planejamento,


Orçamento e Gestão.

Programa de Operações Especiais são despesas que não contribuem para a manutenção das ações
de governo, das quais não resulta um produto e que não geram contraprestação direta sob a forma de
bens ou serviços. Exemplos desse tipo de despesa são o pagamento de dívidas, ressarcimentos, sentenças
judiciais, transferências, indenizações, financiamentos e contribuições a entidades.

Os Programas de Operações Especiais são parte integrante da Lei Orçamentária Anual (LOA). A LOA
2012 contém os seguintes programas de operações especiais sob gestão ou supervisão do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão:
98
Captação e Gerenciamento de Recursos

• Gestão da Participação em Organismos Internacionais;


• Participação do Brasil em Organismos Financeiros Internacionais.

Saiba mais
Veja o detalhamento de um programa no site do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão:
<www.planejamento.gov.br>.

7.2 Gestão pública para excelência

A complexidade da elaboração dos programas governamentais e a sua eficácia dependem de


metodologias que possam medir adequadamente a atuação do governo. Nesse contexto, o Modelo
de Excelência em Gestão Pública – MEGP foi a maneira que o setor público brasileiro encontrou para
gerenciar os seus inúmeros e complexos programas.

O Modelo de Excelência em Gestão Pública procura orientar as organizações tendo em vista a melhoria
da capacidade gerencial, permitindo avaliações comparativas de desempenho das organizações públicas
com as organizações de mesma natureza no âmbito internacional, inclusive do setor privado.

O governo brasileiro já há muito tempo adotou o antigo Programa Brasileiro de Qualidade e


Produtividade – PBQP, hoje denominado Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização –
Gespública.

O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública contém critérios de


excelência, adotados também em diversos países, cujos fundamentos se balizam pelo “estado da arte”
em gestão ou administração.

A adoção sem adaptação das características da Administração Direta, representada pelos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, mostrou-se inadequada. Contudo, com o passar do tempo e apesar
das limitações da aplicação, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública
vem passando por aperfeiçoamentos contínuos.

7.3 Princípios e Fundamentos da Gestão Pública para Excelência

Diferentemente das organizações privadas, o Programa Nacional de Gestão Pública e


Desburocratização está atrelado a todos os diplomas legais, entre estes a Constituição Federal, que no
caput do seu artigo 37 enuncia que:

[...] a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

99
Unidade IV

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência


(BRASIL, 1988).

Conclui-se que a gestão pública deve ser exercida obrigatoriamente com a observância da legalidade,
o que significa afirmar que nenhuma gestão pública será considerada boa se efetuada fora do âmbito
da lei.

Os fundamentos do modelo de excelência da gestão pública são os seguintes:

• Pensamento sistêmico

A essência do pensamento sistêmico está na conscientização de que cada indivíduo deve saber
interagir e estabelecer as relações de interdependência, isto é, cada um depende do outro, e todos
devem realizar esforços mútuos para que os objetivos comuns sejam atingidos. O indivíduo não está
sozinho em seu ambiente organizacional; o espírito de equipe é que deve prevalecer. As relações com
o ambiente externo à organização também devem ser levadas em conta nesse processo de interação
dos indivíduos.

• Aprendizado organizacional

Outro elemento importante na disseminação de excelência da gestão pública é o aprendizado


organizacional, pois a competitividade crescente nos ambientes organizacionais, assim
como o dinamismo da administração, implica que individualmente e coletivamente todos
devem interpretar adequadamente a sua organização. Essa interpretação auxilia a todos no
estabelecimento das melhores práticas administrativas no encaminhamento das soluções, na
correção de erros e na inovação.

• Cultura da inovação

A busca de novas ideias e maneiras de inovar é algo inerente a toda a natureza humana.
Necessariamente nunca estamos satisfeitos com as coisas que fazemos e, ainda que ser inédito seja
uma atividade bastante difícil, sempre tentamos encontrar ideias originais. Em uma organização
pública ou privada, em razão da sua complexidade, às vezes somos levados a não perceber o
que é chamado, em administração, de superconformidade, isto é, desempenhamos as nossas
atividades porque aprendemos assim e na maioria das vezes não refletimos que é possível agir de
outra maneira.

• Liderança e constância de propósitos

Aqueles que têm liderança naturalmente interpretam com facilidade a sua organização. Essa
condição faz que transmitam com segurança a outros líderes e demais componentes os propósitos ou
objetivos principais que devem ser atingidos. Geralmente, o líder tem claramente o conhecimento dos
valores que conduzem a organização para a excelência na gestão. Esses valores, ainda que intangíveis,
como a missão da empresa ou da organização, a cultura, a ética, o relacionamento com o seu ambiente
100
Captação e Gerenciamento de Recursos

externo, dentre outros, são elementos imprescindíveis no estabelecimento e na confiança de todas as


partes interessadas integrantes da organização.

• Orientação por processos e informações

A orientação por processos e informações, ainda que definida de diversas maneiras, pode
ser entendida como uma sequência ordenada de etapas, eventos, atividades e operações que
determinam a consecução de um produto ou serviço. Devem ser observadas as atividades
executadas e se a análise dessas atividades agregam ou não valor ao processo, produto ou
serviço. As atividades que não agregam valor ao processo devem ser eliminadas, ganhando
mais eficiência, eficácia e redução de custos. A identificação de etapas, eventos e atividades
conduz a um conjunto de informações que naturalmente se transforma em conhecimentos,
subsidiando a capacidade de melhoria das ações e inovações dos produtos e serviços que são
ofertados aos clientes.

• Visão de futuro

A visão de futuro é a tentativa de anteciparmos como estará a organização num horizonte do tempo.
A visão do futuro implica que a organização deve traçar os seus horizontes ou o seu planejamento de
médio e longo prazo. Tudo indica que, se cumprido ao longo do tempo o que foi planejado e estabelecido,
no futuro a organização estará realmente onde queremos que esteja.

• Geração de valor

Esta outra condição inerente ao processo de excelência de gestão é sabermos se a geração


de produtos e serviços que possam ser ofertados efetivamente agrega valores ou é de utilidade
imprescindível. Devemos estar conscientes de que a condução de qualquer processo cuja
agregação de valores é incipiente apenas redundará no desperdício de recursos materiais e
humanos.

• Comprometimento com as pessoas

Em todas as atividades que desenvolvemos na vida, o comprometimento é condição relevante.


Necessitamos levar em conta que devemos superar e nos dedicar a todas as relações envolvidas nos
processos de gestão. Necessitamos entender o que realmente está sendo feito, como e por que deve ser
feito. O comprometimento se traduz no envolvimento que cada um deve ter na condução de qualquer
atividade e também se caracteriza como a oportunidade que temos de melhorar o nosso conhecimento
e competências humanas e profissionais.

• Foco no cidadão e na sociedade

O Governo tem um papel preponderante em todas as demandas da sociedade. Na realidade, o que


se observa é que as organizações públicas têm o dever de atender com qualidade e presteza todas as
necessidades do cidadão e garantir o acesso aos serviços públicos de modo permanente.
101
Unidade IV

• Desenvolvimento de parcerias

No âmbito dos serviços públicos, conceitualmente, é a oferta de serviços colocada à disposição da


sociedade que proporciona maior bem-estar social. Por ser muito ampla a necessidade de prestação
de serviços, o Poder Público necessita desenvolver parcerias com outras organizações com objetivos
comuns. Nesse sentido, existem os serviços públicos por concessão e por permissão e, mais recentemente,
as parcerias público-privadas. A atividade compartilhada nesse contexto se destaca também como um
item importante nos Princípios e Fundamentos da Excelência da Gestão Pública.

• Responsabilidade social

São atitudes voluntárias que promovam o bem-estar de todos. No âmbito da administração pública,
a responsabilidade social está voltada para assegurar às pessoas condições de cidadania e acesso aos
bens e serviços públicos. A responsabilidade social implica observação de inúmeros valores, como: o
respeito à individualidade, ao sentimento coletivo, à liberdade de associação, bem como a adoção de
políticas não discriminatórias e de proteção das minorias que devem orientar as relações da organização
com as pessoas. A organização deve buscar o desenvolvimento sustentável, identificar os impactos na
sociedade que possam decorrer de suas instalações, processos, produtos e serviços e executando ações
preventivas para eliminar ou minimizar impactos indesejáveis.

• Controle social

A participação de todos na gestão pública, na sua fiscalização e no controle de suas ações e


consequentemente no acompanhamento das políticas públicas é um elemento indispensável no
exercício da cidadania. O que a Administração Pública deve proporcionar é a visibilidade de seus atos e
ações, permitindo a participação social do seu funcionamento.

• Gestão participativa

Um conceito moderno que procura ouvir todos os integrantes da organização, ainda que possa ser
em maior ou menor escala. Na gestão pública, tornou-se importante ouvir todos que de alguma forma
possam contribuir com a Administração Pública. Sabemos que o governo possui conhecimento de todas
as necessidades da sociedade. Ouvir todos é importante pela democratização não só das informações,
mas também das decisões, porque todos alinham os objetivos que devem ser atingidos em seu benefício.

7.4 Modelo de Excelência em Gestão Pública – MEGP

A figura a seguir procurar demonstrar um sistema gerencial voltado à excelência em gestão pública.
A finalidade maior é demonstrar como as organizações públicas brasileiras podem ser conduzidas a
padrões elevados de desempenho.

A figura representa graficamente o modelo, destacando a relação entre suas partes.

102
Captação e Gerenciamento de Recursos

3 5
Cidadãos Pessoas

2
1 Estratégias e 8
Liderança planos Resultados
60

4 7
Sociedade Processos

5 Informações e conhecimento

Figura 2 – Representação Gráfica do Modelo de Excelência em Gestão Pública

O primeiro bloco da figura refere-se ao planejamento do modelo de excelência em gestão pública, que
destaca os conceitos principais nessa fase: Liderança, que tem um papel importante na identificação das
necessidades dos cidadãos; Estratégias, ou caminhos que devem ser percorridos; Plano, que evidencia
ou detalha as atividades que devem ser desenvolvidas; os Cidadãos e a Sociedade beneficiários dos bens
e serviços públicos.

O segundo bloco corresponde à fase de execução onde estão situadas as pessoas que operam os
processos, procurando fazer que cada um desses processos atinja os resultados esperados.

O terceiro bloco representa os resultados e o controle que serve para acompanhar o atendimento à
satisfação dos destinatários dos serviços.

O quarto bloco compreende o critério, Informações e Conhecimento e representa a inteligência da


organização.

Na próxima figura, a organização pública inicia o ciclo de melhoria contínua do sistema de gestão
do Gespública pela autoavaliação, com o apoio da Rede Nacional da Gestão Pública.

103
Unidade IV

Excelência em gestão Prêmio Nacional da


Gestão Pública

Modelo de Melhoria contínua do


Excelência sistema de gestão
em Gestão
Pública
Melhoria
Autoavaliação

Melhoria

Autoavaliação

Melhoria
Autoavaliação

Gestão do atendimento Desburocratização

Figura 3 – Processo de Melhoria Contínua do Gespública

8 DEFINIÇÃO DE PROJETO

Projeto pode ser tomado como sinônimo de plano, que corresponde ao desenvolvimento de maneira
lógica e encadeada de uma série de atividades para atingir um objetivo. Para o governo, o projeto atua
como um instrumento de programação para atender ao objetivo de um programa. O projeto envolve
um conjunto de operações que deve ser executado dentro de um limite de tempo. Do projeto, o que se
espera é que resulte em um produto que concorra para o aperfeiçoamento das ações do governo.

8.1 Elementos do projeto

Os elementos que se destacam em um projeto são: início, planejamento, execução, controle e


finalização.

Outros aspectos devem ser levados em consideração na elaboração e execução do projeto:


complexidade na realização de múltiplas e diferentes tarefas que são realizadas; o projeto caracterizado
como único em razão de ter sido elaborado para atender uma necessidade específica ou própria; e
incerteza: toda elaboração de um projeto implica também riscos, principalmente os relacionados com a
alocação de recursos necessários e que podem mudar durante a sua execução.

8.2 Tipologia de projetos

A tipologia está relacionada aos tipos de projetos, às dificuldades de gerenciamento e a alguns


graus de incerteza. Quanto maior o projeto, mais recursos materiais e humanos são necessários. Dúvidas
também existem quanto aos custos adequados, prazo e qualidade. Outro fator que pode influenciar é
o projeto apresentar-se exequível durante a fase do seu planejamento, mas o fator tempo ou o longo
prazo que leva para a sua consecução pode torná-lo inviável.

104
Captação e Gerenciamento de Recursos

8.3 Iniciação do projeto

Em toda iniciação de projeto, as questões fundamentais são relativas ao questionamento dos objetivos
dos projetos, aos recursos necessários a sua consecução, à experiência envolvida nos condutores do
projeto e às expectativas de que em algum momento a falta de informações necessárias pode conduzir
a um resultado insatisfatório.

Alguns questionamentos devem ser feitos na fase inicial:

• Quais são as informações disponíveis?

• O escopo já está definido?

Observação

Escopo significa que o projeto deve ser realizado atendendo a


especificações próprias dos “clientes” ou daqueles que demandaram a sua
elaboração.

E o orçamento?

O orçamento significa o estabelecimento de todos os custos ou despesas envolvidos na elaboração


do projeto. Conforme a complexidade do projeto, que obrigatoriamente é formado por uma série de
atividades ou um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, deve resultar
um produto necessário à manutenção da ação. Segundo Bezerra Filho (2006), os níveis que podem
atingir o detalhamento no orçamento são:

Quadro 6 – Exemplo de classificação orçamentária

Institucional Órgão/Unidade Orçam. Ministério da Saúde


Funcional Função Saúde
Subfunção Assistência Hospitalar e Ambulatorial
Programática Programa Implantação e Ampliação de Unidades de
Saúde – SUS
Projeto/Atividade Implantação e Ampliação de Unidades de
Saúde no Estado de Pernambuco – SUS
Regionalização Ampliação de Unidades de Saúde no Estado
de Pernambuco – SUS no Estado de PE,
Município de Recife
Natureza da Despesa Categoria Econômica Despesa de Capital
Grupo Investimentos
Modalidade Estados
Elementos de Despesa Obras e Instalações
Fontes Recursos do Tesouro Nacional

105
Unidade IV

Importante também é destacar como será o processo de financiamento dos recursos ou fontes
exigidos do projeto.

Além disso, outras informações devem ser claramente estabelecidas, tais como:

• Quem são as pessoas interessadas e mais influenciadas pelos resultados desse projeto (clientes,
usuários, desenvolvedores, patrocinador, gerência operacional, gerência‑executiva, escritório de
projetos, fornecedores etc.)?

• Quais são suas demandas e expectativas?

• Qual o poder de influência no projeto de cada uma das partes interessadas?

• Quais os impactos (positivos ou negativos) que cada um pode provocar?

• Quais os critérios para o sucesso do projeto?

• Quais os procedimentos para aceitação formal de suas entregas?

Assim, o resultado esperado dessa fase do projeto, com a consolidação das informações obtidas, é a
conclusão do que estabelece oficialmente o projeto. O gerente de projeto recebe autoridade para aplicar
recursos organizacionais às atividades do projeto.

8.4 Planejamento do projeto

O planejamento consiste em uma importante tarefa de gestão e administração, que está


relacionada com a preparação, organização e estruturação de um determinado objetivo. É essencial
na tomada de decisões e execução dessas mesmas tarefas. Posteriormente, existe a confirmação se as
decisões tomadas foram acertadas (feedback).

Em termos governamentais, o planejamento do governo está estruturado de acordo com as


disposições constitucionais no Plano Plurianual elaborado de 4 em 4 anos pelo Poder Executivo nas
esferas federal, estadual e municipal.

Como sabemos, o Plano Plurianual estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração


Pública para as despesas de capital e para aquelas relativas aos programas de duração continuada.

Ao final dessa fase, é preciso ter respondido a algumas questões, exemplificadas a seguir:

• Os objetivos traçados ou planejados estão claramente definidos?

• Como podemos entender os significados dos objetivos dentro da instituição?

• Em quanto tempo é possível obter os resultados?

• Como identificar as dificuldades que deverão surgir ao longo de todo o processo de execução?
106
Captação e Gerenciamento de Recursos

Entretanto, é importante ter em mente que ao longo do ciclo de vida do projeto é possível
que novas informações sejam adicionadas ou que haja solicitações de mudanças por parte dos
stakeholders.

Observação

Stakeholders é um termo usado em diversas áreas como gestão de


projetos, administração e arquitetura de software referente às partes
interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança
corporativa executadas pela empresa.

Os itens do planejamento de projeto que contêm as principais informações sobre as ações a serem
executadas e como elas serão monitoradas e controladas incluem outros conceitos, como escopo,
tempo, custos, qualidade, comunicação, risco e aquisições.

Considerando o volume, a importância e o detalhamento necessários, antes de continuar com a


elaboração do plano, pode ser interessante definir uma equipe de projeto, identificando quantas pessoas
são necessárias, as competências de cada um dos membros e as horas que serão disponibilizadas para
a equipe.

À medida que o projeto vai se desenvolvendo e as necessidades ficam mais perceptíveis, novos
integrantes e novas competências podem ser requeridas. Na realidade, a formação da equipe
de projeto é também fator preponderante para o sucesso do projeto. Concomitantemente, com
o desenvolvimento do projeto, o nível de detalhamento conduz as atividades que devem ser
executadas. Questões são suscitadas nessa fase, que se resume em estabelecer o seguinte: quais
as atividades necessárias a conclusão do projeto? Qual o tempo que todas as atividades levarão
para serem concluídas? Qual o grau de dependência entre as diversas atividades? Quais os recursos
humanos e materiais necessários?

Com toda essa informação disponível, pode-se então estabelecer um orçamento de custos,
contemplando todas as necessidades do projeto para atingir seus objetivos, atendendo aos requisitos
de qualidade definidos.

8.5 Execução

Depois de iniciar e planejar o projeto, o passo seguinte é executar as atividades definidas no


planejamento para atingir os objetivos estabelecidos, e a participação do gerente do projeto é decisiva
no desempenho da equipe.

Alguns fatores importantes devem ser levados em consideração na fase da execução: alocação dos
recursos, programando-os adequadamente; a forma pela qual os recursos são agregados ao projeto e se
eles se encontram disponíveis; a coordenação e integração das pessoas; o gerenciamento da qualidade,
no cumprimento dos padrões, medições etc.
107
Unidade IV

O gerente de projetos deve observar o desempenho e a interação dos membros dessa equipe, e as
seguintes questões podem ser levantadas: como será monitorado e avaliado o desempenho de cada
membro da equipe? Como resolver os problemas de comportamento e relacionamento da equipe? Como
fornecer feedback que favoreça o crescimento da equipe?

Finalmente, também é preciso garantir durante a execução do projeto que todos os envolvidos
estejam informados sobre o andamento do projeto e que tenham suas necessidades atendidas. Assim,
para proporcionar as informações requeridas, é preciso monitorar e controlar o andamento do projeto.

8.6 Monitoramento e controle

Monitoramento é sinônimo de acompanhamento e observação. Na realidade, essa fase é a averiguação


do progresso de todas as atividades disseminadas no projeto. É um processo realizado naturalmente. É
também dar um feedback sobre o projeto a todas as partes interessadas, na condição de colaboradores,
implementadores e beneficiários.

Outros aspectos relevantes devem ser levados em conta, como:

• se os recursos financeiros estão adequadamente aplicados conforme o previsto ou planejado;

• se as atividades estão sendo desenvolvidas de acordo com o cronograma estabelecido para o


projeto;

• como tratar os desvios que possam existir.

Também durante a execução do projeto pode ser que ocorram solicitações de mudança do próprio
cliente no escopo ou naquilo que se pretende atingir, ou até mesmo alterações nos prazos e custos do
projeto.

Resumo

Vimos nesta unidade os conceitos de Programas Governamentais. São


os Programas Finalísticos, cujo objetivo é a oferta de bens e serviços do
governo diretamente à sociedade; os Programas de Gestão de Políticas
Públicas, que abrangem as ações de gestão de governo; os Programas de
Serviços do Estado, que resultam em bens e serviços que são ofertados ao
Estado por instituições criadas para esse fim específico; e os Programas de
Apoio Administrativo, que atuam como apoio aos Programas Finalísticos,
de Gestão de Políticas Públicas e de Serviços do Estado.

Alguns exemplos dos Programas do Ministério do Planejamento,


Orçamento e Gestão se resumem em Programas Temáticos, aqueles que
organizam as agendas de governo pelos temas das Políticas Públicas; e
108
Captação e Gerenciamento de Recursos

Programa de Gestão, Manutenção e Serviços do Estado, que contemplam


despesas destinadas ao apoio e à manutenção da ação governamental
ou, ainda, aquelas não tratadas nos Programas Temáticos. Programas de
Operações Especiais são despesas que não contribuem para a manutenção
das ações de governo, das quais não resulta um produto e que não geram
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Exemplos desse tipo
de despesa são o pagamento de dívidas, ressarcimentos, sentenças judiciais,
transferências, indenizações, financiamentos e contribuições a entidades.

Vimos ainda as definições de projeto, elementos do projeto, tipos de


projetos, planejamento e execução e monitoramento.

Exercícios

Questão 1. (Enade 2006) Entre 1968 e 1973 a economia brasileira apresentou elevadas taxas de
crescimento com baixa inflação, sendo tal período apontado como “milagre econômico”. Contribuíram
para esse “milagre econômico”:

I - A realização de reformas tributária, financeira e salarial, no período 1964-1967.

II - A existência de capacidade ociosa na indústria, no início do período.

III - A conjuntura econômica mundial favorável, em termos comerciais e de financiamento.

Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):

A) I, apenas.

B) III, apenas.

C) I e II, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

Resposta correta: alternativa E.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa correta.

Justificativa: as reformas tributária, financeira e salarial do período 1964-1967 (por meio do Plano de
Ação Econômica do Governo – Paeg) efetivamente contribuíram para o “milagre econômico” do período
109
Unidade IV

posterior. Retomando o discurso desenvolvimentista, mas atrelando-o a um programa de estabilização


e de controle da inflação, o Paeg permitiu as transformações institucionais que preparariam o terreno
para o crescimento dos anos de 1968 a 1973. Do ponto de vista salarial, e com o objetivo de controlar o
excesso de demanda, que se entendia como causa principal da inflação, obteve-se um arrocho salarial
de quase 27%, somando-se as perdas de 1965 a 1967; é importante ressaltar, entretanto, que esse
achatamento salarial só foi possível por meio do autoritarismo e da ação repressora nos sindicatos e nas
representações trabalhistas, e da política “disciplinadora” assegurada pela criação do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS), que substituía a antiga estabilidade no emprego após dez anos de serviço.
O reajuste anual do salário completava a redução do poder aquisitivo dos salários.

Com relação à política financeira, o Paeg criou o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional
e institucionalizou os mecanismos de correção monetária com os reajustes a partir das Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN). Além de aparelhar o sistema financeiro, procurou restringir
a liquidez dos meios de pagamento, especialmente aqueles nas mãos dos trabalhadores. Em relação
à política tributária, o Paeg criou um sistema tributário centralizado, permitindo o aumento da
arrecadação: o Estado passou a se financiar atrelando a dívida pública às ORTNs ou às LTNs (Letras do
Tesouro Nacional), e fomentaram-se as exportações por meio de incentivos fiscais.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: como herança da recessão dos anos anteriores, havia capacidade ociosa na maioria
das indústrias, especialmente em função das escalas mínimas e da desorganização econômica: a queda
na produção industrial, nos anos anteriores, havia sido notável. A intenção de Delfim Netto, gestor do
“milagre econômico”, era aproveitar essa capacidade ociosa para, liberando o crédito e retomando o
investimento, fazer dela uma oportunidade para o crescimento.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: já recuperado da II Guerra Mundial e embalado pelo crescimento da própria economia


americana, o capitalismo internacional mostrava-se propício à expansão e ao crescimento. Antes do salto
brasileiro, as economias da Alemanha, do Japão, da Espanha e de Formosa já haviam recebido o impacto
positivo da elevação dos fluxos internacionais de comércio e de capital, mesmo porque os Estados
Unidos impulsionavam o crescimento de outras nações, particularmente os perdedores da II Guerra e os
países subdesenvolvidos, verdadeiros celeiros de oportunidades para investimentos diretos ou indiretos.
As economias dos países desenvolvidos caminhavam em direção ao pleno emprego, finalmente atingido
nos anos 1960: a crença era de crescimento e de prosperidade contínua. Segundo Hobsbawm (1995),
a produção de manufaturas no mundo, na década de 1960, já havia se quadruplicado, e o comércio
mundial dos produtos da industrialização havia se multiplicado por dez. Os números relativos à posse
de automóveis, de telefones e de outros bens industrializados provavam o crescimento econômico e a
disseminação do bem-estar para todos os que adotaram o modelo capitalista.

Questão 2. (Fecap 2012) Em relação aos Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial no setor
público, é correto afirmar que:

110
Captação e Gerenciamento de Recursos

A) O Balanço Financeiro demonstra e evidencia a movimentação financeira das entidades do setor


público no período a que se refere, e discrimina somente os recebimentos e os pagamentos
extraorçamentários.

B) O Balanço Financeiro demonstra e evidencia apenas a movimentação financeira das despesas


orçamentárias das entidades do setor público no período a que se refere, de natureza
extraorçamentária.

C) O Balanço Orçamentário demonstra e evidencia a movimentação financeira das entidades do


setor público no período a que se referem, e discrimina somente as receitas por fonte e espécie.

D) O Balanço Orçamentário demonstra e evidencia apenas as receitas e despesas previstas em


confronto com as realizadas, por categoria econômica.

E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

Resolução desta questão na plataforma.

111
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

ESTRUTURA organizacional. BNDES, [s.d.]. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/


bndes_pt/Institucional/O_BNDES/Quem_e_quem/estrutura_organizacional.html>. Acesso em: 15 jul.
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REFERÊNCIAS

Textuais

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Institucional/O_BNDES/A_Empresa/>. Acesso em: 16 jul. 2015.

ANGÉLICO, J. Contabilidade pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

BEZERRA FILHO, J. E. Contabilidade pública. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

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Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS que menciona; altera o Anexo II
ao Decreto no 4.740, de 13 de junho de 2003, que aprova o Estatuto e o Quadro Demonstrativo
dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE; e os Anexos I e II ao Decreto no 7.675, de 20 de janeiro de 2012, que aprova a
Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas
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___. Decreto nº 8.189, de 21 de janeiro de 2014. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro


Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão e remaneja cargos em comissão e funções comissionadas técnicas. Brasília, 2014.
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dá outras providências. Brasília, 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8167.
htm>. Acesso em: 22 jul. 2015.

___. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Brasília, 1993. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L8666cons.
htm>. Acesso em: 16 jul. 2015.

___. Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001. Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e


de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle
Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10180.htm>. Acesso em: 7 jul. 2015.

___. Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004. Institui normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da administração pública. Brasília, 2004. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm>. Acesso em: 7 jul. 2015.

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115
Exercícios

Unidade I – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


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Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas.
Questão 17. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA


(INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Administração. Questão 36.
Disponível em: <http://public.inep.gov.br/enade2009/ADMINISTRACAO.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Direito. Questão 27.
Disponível em: <http://public.inep.gov.br/enade2009/DIREITO.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

Unidade III – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Contábeis.
Questão 19. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
CIENCIAS_CONTABEIS.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

Unidade III – Questão 2: FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (FCC). Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
2012: Concurso Público para provimento de cargos de Analista Judiciário – APJ Contador. Questão 47.
Disponível em: <https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/prova/arquivo_prova/25292/fcc-2012-
tj-pe-analista-judiciario-contabilidade-prova.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

Unidade IV – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas.
Questão 16. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

Unidade IV – Questão 1: FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP). Exame de


Suficiência CFC 02/2012 – Setembro/2012. Questão 20. Disponível em: <http://www.fecap.br/pdf/
exame_suficiencia_2012_2.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

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