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São Cristóvão - SE
2019
1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................5
2. OBJETIVOS...............................................................................................5
3. METODOLOGIA........................................................................................5
4. DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES........................................................7
5. DIMENSIONAMENTOS...........................................................................10
6. BRAÇOS DA SUSPENSÃO.....................................................................12
6.1. Tradução.................................................................................12
6.2. Triagem...................................................................................12
6.3. Classificação e Documentação...............................................14
7. MANGA DE
EIXO.....................................................................................18
7.1. Tradução.................................................................................18
7.2. Triagem...................................................................................19
7.3. Classificação e Documentação...............................................20
8. ORELHAS DE
FIXAÇÃO..........................................................................24
8.1. Tradução.................................................................................24
8.2. Triagem...................................................................................24
8.3. Classificação e Documentação...............................................25
9. AÇOS DE BAIXA
LIGA.............................................................................29
9.1. Braços da suspensão..............................................................31
9.2. Manga de eixo.........................................................................32
9.3. Orelhas de
fixação...................................................................33
10. CONCLUSÃO..........................................................................................34
11. REFERÊNCIAS........................................................................................34
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Lista de Ilustrações
3
Lista de Tabelas
4
1. Introdução
Diante Waddel et. al (1933), "engenharia é a ciência e a arte de tratar eficientemente com
materiais e forças. Ela envolve o design e a construção mais econômicos e assegura, quando
realizada adequadamente, a combinação mais vantajosa de acuidade, segurança, durabilidade,
velocidade, simplicidade e eficiência possível para as condições de design e serviço verificadas".
Dessa forma, a escolha de um material é bastante criteriosa, envolvendo várias etapas, que
auxiliam o projetista a escolher o material mais adequado para o uso pretendido.
Com isso, esse relatório objetiva expor e destrinchar o que se diz respeito a seleção do
material e dimensionamento dos componentes estruturais da suspensão traseira de um mini baja
para uma competição Baja-Sae Brasil. O componente como um todo, trata-se de uma suspensão
independente com geometria do tipo H-arm.
2. Objetivo
O trabalho tem como objetivo selecionar, dentre um conjunto de materiais possíveis, aquele
que possuiu as características e propriedades mais adequadas à aplicação dos esforços e
restrições exigidas para uma suspensão traseira de um mini baja, sem comprometer as
geometrias obtidas com a suspensão.
Desse modo, faz-se uso das ferramentas dos processos de seleção dos materiais, como
índices de Mérito, Mapas de Propriedades dos Materiais e matrizes de decisão, considerando
para tal um objetivo bem definido, restrições e variáveis livres.
3. Metodologia
5
Figura 1: Estratégia para seleção de materiais conforme Ashby
Fonte: Seleção de Materiais no Projeto Mecânico, Ashby
Uma breve descrição das peças e da metodologia do dimensionamento dos componentes são
apresentadas. Logo após inicia-se as etapas de tradução, ou seja, traduzir requisitos de projeto
expressos como a função do produto que se pretende escolher o material e da identificação das
variáveis livres do projeto. No que diz respeito a sua restrição e objetivos, estes são descritos em
termos de parâmetros, ou propriedades, dos materiais para que, no caso dos objetivos, fosse
possível começar a pensar-se em índices de mérito – ferramentas fundamentais para o processo
de seleção. Já na parte das restrições, pudessem ser estabelecidos os limites de atributos, os
quais serviram de base para a etapa seguinte.
A etapa de triagem, significa, como a palavra mesmo diz, triar usando restrições para eliminar
materiais que não podem fazer o serviço e utilizar ferramentas para otimizar a eliminação, a
exemplo dos diagramas de seleção dos materiais. Em seguida, é feita a etapa de Classificação,
em que os materiais aprovados na parte de triagem foram ordenados de acordo com os seus
Índices de Mérito. Por fim, é feita a parte de Documentação, no qual os materiais melhor
classificados na etapa anterior foi utilizada uma matriz de decisão para considerar outros fatores
na seleção do material final além dos índices de mérito, sendo que esse entrou como um dos
critérios. Foram procurados dados de uso, de preço,
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Figura 2: Definição de requisitos de projeto
Fonte: Seleção de Materiais no Projeto Mecânico, Ashby
Por ser um veículo off-road, projetado com a finalidade de estudo e pesquisa, espera-se dele
um ótimo desempenho dinâmico aliado a uma otimização do custo. Sabe-se que esse modelo de
carro é submetido a situações brutas de choques de baixa e alta frequência, aliados
respectivamente a altas e baixas amplitudes. Em questão ao outro quesito, para tornar-se mais
viável sua fabricação, o custo torna-se algo importante.
Dessa forma, a seleção correta dos materiais será imprescindível para a realização e,
também, otimização do projeto. A seguir são mostrados os desenhos dos componentes.
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Figura 6: Desenho técnico das orelhas inferiores da manga de eixo.
9
Figura 9: Montagem unilateral completa da suspensão.
5. Dimensionamentos
Assim, foram estimadas cargas de impacto vertical, na qual foi feita uma consideração
conservadora onde buscou-se simular um salto onde o veículo “caia de bico” apenas com as duas
rodas traseiras no chão. Para tanto adotou-se 3g de aceleração vertical estando 60% da massa
está localizada na traseira e assim, encontrou-se 2,8kN em cada roda. Para a carga de impacto
lateral adotou-se um valor igual a 3,5kN a fim de simular um capotamento provocando um
possível empenamento da bandeja de suspensão. Com os valores estimados de impacto lateral e
vertical em mãos e utilizando-se o recurso Unit load point forces do software Lotus Suspension
Analysis, aplicou-se estes esforços no centro da roda e obteve-se o valor das componentes de
reação em cada ponto da suspensão. A seguir, com os dados obtidos dispostos em uma tabela,
foram analisadas as duas condições, a de impacto vertical e a de impacto lateral.
A partir destas duas condições, verificou-se qual delas gerou mais esforços em cada ponto do
sistema, para desta forma, utilizar suas cargas no dimensionamento dos componentes. Devido à
complexidade geométrica dos demais componentes, seu dimensionamento foi feito com base em
simulações em elementos finitos com auxílio do software Solidworks, onde foram aplicadas as
devidas condições de contorno e avaliadas as tensões de von Mises.
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Figura 10: Simulação de orelhas superiores pelo Solidworks.
Tabela 1: Fatores utilizados para determinar um coeficiente de segurança para materiais dúcteis.
Logo, consideramos:
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F3 = 2 (Foram utilizados softwares como o Lotus Suspension Analysis e o Solidworks para
modelar forças e tensões)
6. Braços da suspensão
6.1. Tradução
6.2. Triagem
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Sua rigidez à flexão S deve ser no mínimo S*:
C 1 EI
S= 3
≥ S ¿ (6.2 .2)
L
Onde:
m=massa do componente ;
A=área da secção transversal;
L=comprimento normal à secção transversal ;
r =raio;
C 1=constante que depende somente da distribuição das cargas ;
π r4
I =momento de segunda ordem de área= .
4
Podemos diminuir a massa reduzindo r, porém somente até o ponto em que a restrição de
rigidez ainda é atendida. Usando as duas últimas equações para eliminar r na função objetivo
temos:
( ) (E )
¿ 1/ 2
4S
m= ( L5 /2 ) ρ1 /2 ( 6.2.3)
C1
( )(6.2.3)
1/ 2
E
ℑ=
ρ
Note que o perfil utilizado nos braços é tubular, para a realização dos cálculos do Índice de
Mérito foi realizada a simplificação para um perfil circular a fim de simplificar os cálculos que se
tornariam intratáveis para nossa finalidade, para verificar que essa mudança não alteraria a
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função do Índice de Mérito, a qual é indicar que quanto maior o valor do mesmo menor será
massa necessária para cumprir as restrições, pegou-se três materiais que foram aprovados no
mapa de propriedades, calculou-se os seus IMs, o novo raio interno para cada material com a
m=π ( ℜ2−Ri2 ) Lρ, para cada material, verificando que o material que tinha maior IM tinha menor
massa, o de IM intermediário massa intermediária e o de menor IM maior massa.
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soldagem mínima, como “regular” a partir do software. Com isso, passou-se de 100 grupos de
materiais para apenas 7.
Após a escolha das famílias de materiais, através do diagrama montado a partir do programa
CES, foram feitas pesquisas para encontrar dados a respeito das principais características de
cada um desses materiais. Como a variação nos valores dessas características dentro de cada
família é, de certa forma, elevada, o primeiro critério utilizado pelos projetistas foi considerar que
seriam utilizados os melhores tipos de cada material escolhido, ou seja, distribuindo os melhores
dados de cada grupo de materiais.
A forma de avaliação ocorreu de forma semelhante na maioria das propriedades, uma vez que
era tomado como o valor de referência superior o maior valor que um material possuía para uma
determinada propriedade ou uma aproximação. Com o valor de referência inferior, considerou-se
como o menor valor que um material possuía ou uma aproximação. Após encontrar o valor
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superior, subtraiu-se do inferior e dividiu-se por cinco e dessa forma são estabelecidos os
intervalos e as notas respectivas para esse intervalo.
Com tudo, no avaliativo “Custo” foi considerado como máximo considerando seu desvio
padrão, pois os custos, quando comparados, mostravam um desequilíbrio muito grande. Dessa
forma, gerava pouca precisão na nota dos materiais. Os projetistas, então, perceberam que
utilizando um cálculo simples de Desvio Padrão, a precisão melhora. O cálculo, algebricamente,
fica como:
Entretanto, afim de agilizar o projeto, utilizou-se a ferramenta Excell. Para o devido cálculo,
utilizou-se o algoritmo: =DESVPAD(B2:B8). Foi feito, também, o cálculo de média aritmética:
=MÉDIA(B2:B8). O intuito foi demonstrar que o desvio padrão traria, realmente, mais precisão que
a média e que a diferença entre os maiores e menores valores. Com isso, obtivemos o seguinte
resultado:
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O Desvio padrão foi considerado como 25,34. Assim, através da Tabela 2, pode-se observar
claramente como foi a escolha de cada nota.
Limite elástico 1900 - 390 1598 - 1296 - 994 - 1296 692 - 994 390 - 692
(Mpa) 1900 1598
Índice de mérito 58,97 – 58,2 - 59 57,4 – 58,2 56,6 – 57,4 55,8 – 56,6 55 - 55,8
55,18
MÓDULO DE 245 - 210 238 - 245 224 - 238 224 - 231 217 - 224 210 - 217
YOUNG (GPA)
TENACIDADE 200 - 82 176 - 200 152 - 176 128 - 152 104 - 128 80 - 104
(MPA× m0.5 )
A partir disso, montamos a matriz de decisão, na qual cada valor receberá o valor
correspondente ao intervalo de cada propriedade. Sabendo – se que cada avaliativo contém seu
peso respectivo, tomando em conta sua importância para o componente do projeto. Essa
distribuição de peso segue a seguinte condição:
Peso 4 – Importante
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Sendo assim, logo abaixo, é construída a tabela com essas condições e a somatória dos
valores com os pesos. Com isso, pode-se achar a melhor família de materiais para os braços da
suspensão.
7. Manga de eixo
7.1. Tradução
Função: ser a estrutura de suporte para as orelhas e fazer a ligação com o cubo de roda,
suportar os esforços aos quais são submetidas.
Restrições: assim como nas orelhas, a deflexão é baixa neste componente, portanto suas
restrições são trabalhar no regime elástico, após simulação no Solidworks utilizando
material genérico e dimensões apontadas na seção 4, aplicado o coeficiente de segurança,
obteve-se uma tensão de escoamento mínima 372 MPa. Além disso, assim como nos
braços da suspensão e orelhas, o material deve ter soldabilidade no mínimo regular (valor
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igual a 3 no CES) e tenacidade a fratura de mínima de 18 MPa.m1/2, o material escolhido
também deve ter usinabilidade no mínimo regular (valor igual a 3 no CES).
Objetivos: são objetivos para o melhor desempenho na competição minimizar a massa, o
preço e maximizar o limite elástico, a rigidez, a resistência a corrosão, tenacidade.
Variáveis livres: o diâmetro externo de 121 mm por um comprimento de 35,5 mm visto na
seção A-A da Figura 4 e o diâmetro de 114 mm interno por um comprimento de 84,5 mm
também na seção A-A da Figura 4 e o material.
7.2. Triagem
m= ALρ (7.2.1)
F
≤ σ esc (7.2 .2)
A
onde σesc é a tensão de escoamento do material. Eliminando A entre essas duas equações temos:
m=( F )( L )
( σρ )(7.2.3)
esc
σ esc
ℑ= (7.2.4)
ρ
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constante agora terá inclinação 1, pois log ( σ esc )=log ( ρ ) + log(Constante ). Aplicadas as devidas
restrições encontrou-se o seguinte diagrama:
O resultado encontrado aprovou 14 materiais para serem analisados, sendo todos metais,
devido a restrições como os processos de fabricação exigirem soldabilidade e usinabilidade. Os
projetistas interpretaram, através da classificação do CES, como pelo menos “regular” as
soldabilidade e usinagem. Além de que, foram consideradas as restrições de Tensão de
escoamento e Tenacidade mínimos.
Os materiais candidatos foram selecionados, mais uma vez, com o auxílio do CES. Sendo
assim, da mesma forma, os projetistas pesquisaram a respeito dos materiais, afim de encontrar as
principais características requeridas de cada um desses deles. Considerou-se, novamente, a
escolha das melhores características de cada propriedade, interpretando ser o melhor material de
cada grupo.
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Materiais DENSI Preço Módulo LIMITE TENACIDA IM SOLDABILID Usinagem
DADE (BRL/ de DE DE (MPA ADE
(KG/ Kg) Young ESCOAM 0.5
×m )
m 3) (GPa) ENTO
(MPA)
Aço 8100 13,00 210 1300 150 16,05 5 3,0
inoxdável
Aço de 7900 1,27 215 1160 92 14,68 4 3,5
alto
carbono
Aço de 7900 1,27 216 900 92 11,39 4 3,5
médio
carbono
Aço de 7900 1,25 215 395 82 5,00 5 3,5
baixo
carbono
Aço de 7900 1,35 217 1500 200 19,00 5 3,5
liga leve
Ligas 2900 5,29 80 610 35 21,00 3,5 4,5
forjadas
endureci-
das com o
tempo
Latão 8550 14,70 110 500 60 5,85 4,5 4,5
Bronze 9300 21,70 105 500 60 5,38 4,5 4,5
Níquel 8950 40,90 220 900 110 10,10 3,5 3,0
Superli- 8650 54,60 245 1900 110 22,00 4,5 3,0
gas a
base de
níquel
Liga de 8500 55,00 220 460 110 5,42 4 3,0
Cromo e
Níquel
Liga de 4800 56,30 120 1200 70 25,00 4,5 3,0
titanium
Liga de 1950 8,34 47 410 18 21,00 4 5,0
magnésio
forjado
Titânio 4520 26,90 105 600 60 13,27 4,5 3,0
puro
comercia-
vel
Tabela 6: Manga de eixo: Grupos candidatados e suas propriedades.
Assim como foi feito com os braços, o processo ocorreu de maneira semelhante. Entretanto,
como a discrepância entre os custos não foi tão alta, essa classificação seguiu da mesma forma
como os demais. Sendo assim, todos os avaliativos foram tomados em conta os menores e
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maiores valores, divididos em 5 intervalos de nota. Assim, através da Tabela X, pode-se observar
claramente como foi a escolha de cada nota:
Limite elástico 1900 1599 - 1298 - 997 - 1298 696 - 997 395 - 696
(Mpa) 1900 1599
Índice de 25 20 - 25 15 - 20 10 - 15 5 - 10 0-5
mérito
Com os valores das propriedades em mãos e os intervalos para as notas definidos, pode-se
montar a matriz de decisão para averiguar o material mais indicado para a nossa aplicação. A
atribuição de pesos segue a lógica dos braços da suspensão, em que
Peso 4 – Importante
Com isso, construiu-se a tabela a seguir com os resultados obtidos para a seleção da melhor
família de materiais.
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MATERIAI DENSIDA Preço Módulo LIMITE DE TENACIDA IM SOLDA. USINA. ANS=
S DE (KG/m3 (BRL/Kg) de ESCOAMEN DE (MPA 4 4 5
) 5 Young TO (MPA) 0.5
×m )
3 (GPa) 5 4
4
Aço 1 4 5 4 4 4 5 1 120
inoxdável
Aço de alto 1 5 5 3 3 3 4 2 113
carbono
Aço de 1 5 5 2 3 3 4 2 108
médio
carbono
Aço de 1 5 5 1 3 2 5 2 103
baixo
carbono
Aço de liga 1 5 5 4 5 4 5 2 134
leve
Ligas 5 5 1 1 1 5 2 4 101
forjadas
endurecidas
com o
tempo
Latão 1 4 2 1 2 2 4 4 88
Bronze 1 4 2 1 2 2 4 4 88
Níquel 1 2 5 2 3 3 2 1 80
Superligas 1 1 5 5 3 5 4 1 106
a base de
níquel
Liga de 1 1 5 1 3 2 3 1 70
Cromo e
Níquel
Liga de 4 1 2 3 2 5 4 1 89
titanium
Liga de 5 5 1 1 1 5 3 5 110
magnésio
forjado
Titânio puro 4 3 2 1 2 3 4 3 91
comerciável
Tabela 8 – Manga de eixo: Matriz de decisão
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8. Orelhas de fixação
8.1. Tradução
8.2. Triagem
σ esc
ℑ= (7.2.4)
ρ
24
Figura 14: Diagrama de propriedades com eixos Limite elástico x Densidade
Um número maior de materiais foi aprovado para este componente do que para o anterior,
contabilizando um total de 17 selecionados, isso se deve ao limite de escoamento de restrição ser
mais baixo que na manga de eixo e de não se exigir usinabilidade do material.
Os materiais que foram aprovados na fase de triagem foram organizados na tabela a seguir
listando-se os valores de propriedades a serem analisadas na matriz de decisão para a obtenção
do material que tem a melhor combinação de todas as propriedades desejadas.
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Aço de 7900 1,25 215 395 82 5,00 5
baixo
carbono
Aço de liga 7900 1,35 217 1500 200 19,0 5
leve 0
Ligas 2900 5,29 80 610 35 21,0 3,5
forjadas 0
endurecidas
com o
tempo
Latão 8550 14,70 110 500 60 5,85 4,5
Bronze 9300 21,70 105 500 60 5,38 4,5
Liga 2900 5,27 89 330 35 11,3 3,5
Fundida 8
Titânio puro 4520 26,90 105 600 60 13,2 4,5
comerciável 7
Cobre 8940 19,80 148 350 90 3.92 3
Níquel 8950 40,90 220 900 110 10,1 4,5
0
Superligas 8650 54,60 245 1900 110 22,0 4,5
a base de 0
níquel
Liga de 8500 55,00 220 460 110 5,42 4
Cromo e
Níquel
Liga forjada 2900 5,33 72 286 42 9,86 3,5
endurecida
não
envelhecida
Liga de 4800 56,30 120 1200 70 25 4,5
titânio
Liga de 1960 122 380 800 60 40,8 3,5
tungstênio 2
Liga de 1950 8,34 47 410 18 21,0 4
magnésio 0
forjado
Tabela 9 – Orelhas de fixação: Grupos candidatados e suas propriedades.
A metodologia para a escolha dos intervalos, correspondentes a cada nota que o material irá
receber, foi a mesma utilizada para os braços. Ou seja, os custos relativos dos materiais também
possuíam disparidades grandes quando comparados. Desse modo, foi utilizado o mesmo método
de Desvio Padrão, utilizando-se, novamente, o Excel como ferramenta.
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Tabela 10 – Orelhas de fixação: Desvio padrão de custo no Excel
Com isso, dispomos das seguintes notas para o que se quer avaliar de cada família de
materiais:
Limite elástico 1900 1577 - 1200 - 931 - 1254 608 - 931 285 - 608
(Mpa) 1900 1577
MÓDULO DE 380 313 - 380 246 - 313 179 - 246 112 - 179 45 - 112
YOUNG
(GPA)
TENACIDADE 200 160 - 200 120 - 160 80 - 120 40 - 80 18 - 40
(MPA× m0.5 )
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Tabela 11 – Orelhas de fixação: Intervalos e notas para cada propriedade.
Com os valores das propriedades em mãos e os intervalos para as notas definidos pode-se
montar a matriz de decisão para averiguar o tipo de material mais indicado para a nossa
aplicação. Da mesma forma, como foi feita com os dois componentes anteriores, a matriz é
composta pelos valores de intervalos e os respectivos pesos de cada avaliativos, justificados
assim:
Dessa forma, foi feita a matriz de decisão para a melhor família de materiais que será
selecionada para as orelhas de fixação.
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Níquel 1 1 3 2 3 2 4 70
Superligas 1 1 3 5 3 3 4 89
a base de
níquel
Liga de 1 1 3 1 3 1 3 56
Cromo e
Níquel
Liga forjada 5 5 1 1 2 2 2 75
endurecida
não
envelhecida
Liga de 4 1 2 3 2 3 4 80
titânio
Liga de 5 1 5 2 2 5 2 88
tungstênio
Liga de 5 4 1 1 1 3 3 75
magnésio
forjado
Tabela 12: Orelhas de fixação: Matriz de decisão.
Todo aço contém carbono, porém quando é necessário que o produto atinja outras
propriedades mecânicas que o aço carbono comum não atinge, os elementos de liga — cromo,
níquel, vanádio, entre outros — são adicionados à composição química. Os aços-liga costumam
ser designados de acordo com o elemento predominante, por exemplo: aço-níquel, aço-cromo,
aço-cromo-vanádio. A seguir algumas características dos aços de baixa liga:
São aços com adição intencional de pequenos teores de outros elementos de liga (1,5% -
5,0%).
Em sua Composição Química a soma dos teores dos elementos de liga não ultrapassa
5%.
Obtenção de melhores propriedades mecânicas
Aumento de dureza e resistência mecânica
Redução de custos
Cromo (Cr):
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Aumenta a resistência a corrosão e a oxidação.
Aumenta a resistência em altas temperaturas (granulação fina).
Resistência ao desgaste.
Reduz a velocidade crítica de têmpera.
Aumenta a dureza.
Molibdênio (Mo):
Vanádio (V):
Silício (Si):
Níquel (Ni):
Refina o grão.
Melhora a resistência a tração.
Aumenta a resistência à oxidação e corrosão.
Aumenta a resistência ao impacto.
Cobalto (Co):
30
9.1. Braços da suspensão
O aço de baixa liga escolhido para os braços da suspensão foi o AISI 9310, um aço-níquel-
cromo-molibdênio de baixo carbono, o que confere boa soldabilidade e tenacidade (devido ao
refinamento de grão provocado pelo níquel), restrições do componente, além disso o cromo
proporciona uma melhor resistência a corrosão e o molibdênio boa resistência. A seguir a
composição química e algumas propriedades desse aço obtidas no CES:
COMPOSIÇÃO PORCENTAGEM
CR (CROMO) 1 - 1,4%
NI (NÍQUEL) 3 - 3,5%
P (FÓSFORO) 0 - 0,025%
S (ENXOFRE) 0 - 0,025%
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9.2. Manga de eixo
Para este componente, levamos em conta a sua condição de fabricação ser usinabilidade,
logo os aços da série 61xx são os indicados devido ser um aço-cromo-vanádio, este componente
melhora a usinabilidade desse material. O aço escolhido foi o AISI 6150, também de médio
carbono, garantindo boa resistência ao material, o cromo aumenta a resistência a corrosão do
material. A seguir a composição química e algumas propriedades desse aço obtidas no CES:
COMPOSIÇÃO PORCENTAGEM
CO (COBALTO) 0,25%
CU (COBRE) 0,25%
MN (MANGANÊS) 0 - 0,04%
P (FÓSFORO) 0 - 0,035%
S (ENXOFRE) 0 - 0,04%
32
Tabela 16: Composição do AISI 6150.
O material escolhido foi do tipo aço-molibdênio, o AISI 4140, aço de médio carbono
(permitindo uma boa compatibilidade com a manga para a soldagem) cuja presença de molibdênio
aumenta a resistência a tração e de cloro a resistência a corrosão. A seguir a composição química
e algumas propriedades desse aço obtidas no CES:
COMPOSIÇÃO PORCENTAGEM
MN (MANGANÊS) 0,75 - 1%
P (FÓSFORO) 0 - 0,04%
S (ENXOFRE) 0 - 0,04%
33
10. Conclusão
A primeira conclusão que podemos chegar é que a seleção de materiais não é uma tarefa
fácil, mas dá resultados mais precisos de material selecionado para o uso escolhido. Após várias
etapas de seleção encontramos matérias que condizem e são satisfatórios para o nosso uso de
um veículo mini baja. Os aços de baixa liga têm propriedades superiores aos dos aços carbonos
simples (material de referência), o que proporcionará um melhor desempenho. Com o material
escolhido, o projeto pode seguir para a fixação das outras variáveis livres, otimizando-as.
11. Referências
Seleção de Materiais no Projeto Mecânico, ASHBY, Michael F., Editora Elsevier, 3ª Ed.
Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. CALLISTER JR, William D., Editora LTC, 5ª
Ed.
Seleção de Materiais no Projeto Mecânico, ASHBY, Michael F., Editora Elsevier, 3ª Ed.
Aços e Ferros Fundidos, CHIAVERINI, Vicente, ABM, 6ª Ed.
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