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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL


“DARIO GERALDO SALLES”
METROLOGIA

O conteúdo deste material está protegido pela lei n 9610 de 1998. A reprodução deste material sem
autorização do autor por qualquer meio eletrônico ou reprográfico será considerado crimeMÓDULO
Aluno(a): e sujeito às I
Turma:
penalidades da lei. 2019-2
2

Apresentação

Este material foi desenvolvido para os alunos do I módulo do Curso Técnico em


Mecânica, Eletromecânica e Fabricação Mecânica, que precisam de uma
compreensão concisa, clara e abrangente em metrologia.

Ficha Catalográfica

Dias, Antonio Ronaldo Costa. Apostila Metrologia. CEDUP Dario G. Salles


– Joinville, 2019.

www.cedup.com.br

Autorizo a reprodução parcial deste material desde que seja citada a fonte.

Qualquer observação, contribuição ou crítica a respeito deste material de estudo


pode ser encaminhado para os seguintes e-mails:

vencereditorial@gmail.com

Prof. Antonio Ronaldo Costa Dias


Engenheiro Mecânico

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penalidades da lei.
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SUMÁRIO

Introdução ...............................................................................................................................................5
Resolução................................................................................................................................................ 5
Padrão ..................................................................................................................................................... 5
Rastreabilidade........................................................................................................................................ 5
O que é processo de medição? .............................................................................................................. 5
O que é medir? ........................................................................................................................................ 5
Onde a metrologia industrial se faz presente .......................................................................................... 6
Sistema Internacional de Unidades ......................................................................................................7
Medidas e conversões ............................................................................................................................ 8
Frações .................................................................................................................................................... 8
Leitura de medidas em polegada .......................................................................................................... 10
Sistema Inglês, decimal: ....................................................................................................................... 11
Régua graduada ou escala ..................................................................................................................15
Régua graduada. ................................................................................................................................... 15
Tipos e usos de réguas ......................................................................................................................... 15
Características da régua ....................................................................................................................... 16
Leitura no sistema métrico: ................................................................................................................... 16
O paquímetro ........................................................................................................................................19
Partes constitutivas ............................................................................................................................... 19
Paquímetro quadrimensional ................................................................................................................ 20
Tipos de paquímetros ............................................................................................................................ 20
Traçador de altura ................................................................................................................................. 21
Paquímetro no Sistema Métrico ............................................................................................................ 23
Paquímetro no Sistema Inglês .............................................................................................................. 30
Micrômetro Externo .............................................................................................................................36
Princípio de funcionamento ................................................................................................................... 36
Tipos de micrômetros ............................................................................................................................ 37
Micrômetro Interno ................................................................................................................................ 46
Verificadores .........................................................................................................................................48
Réguas de controle ............................................................................................................................... 48
Réguas de fio retificado ......................................................................................................................... 48
Figura: Telecurso 2000 – Metrologia .................................................................................................... 48
Verificador de ângulo de broca ............................................................................................................. 48
Esquadro de precisão ........................................................................................................................... 49
Classificação quanto à forma e ao tamanho ......................................................................................... 49
Verificador de raio ................................................................................................................................. 50
Verificador de ângulos ........................................................................................................................... 50
Verificador de rosca .............................................................................................................................. 50
Blocos-padrão ......................................................................................................................................51
Bloco padrão protetor ............................................................................................................................ 52
Composição de um jogo de blocos-padrão, contendo 114 peças ........................................................ 52
Materiais utilizados na confecção dos blocos-padrão........................................................................... 53
Relógio Comparador ............................................................................................................................55
Relógio comparador eletrônico ............................................................................................................. 56
Condições de uso .................................................................................................................................. 56
Aplicações dos relógios comparadores ................................................................................................ 57
Relógio Apalpador ...............................................................................................................................59
Relógio com ponta de contato de alavanca (apalpador) ...................................................................... 59
Goniômetro ...........................................................................................................................................62
Leitura do goniômetro ........................................................................................................................... 67
Cálculo da resolução ............................................................................................................................. 67
Régua de seno ......................................................................................................................................71
Trigonometria ........................................................................................................................................ 71
Mesa de seno ........................................................................................................................................ 72
Técnica de utilização. ............................................................................................................................ 73
Medição de pequenos ângulos. ............................................................................................................ 73
Controle trigonométrico ......................................................................................................................75
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Projetor de perfil ...................................................................................................................................77


Funcionamento do projetor ................................................................................................................... 78
Projeção episcópica (superfície) ........................................................................................................... 79
Projeção diascópica (contorno ) ............................................................................................................ 79
Rugosidade das superfícies. ..............................................................................................................80
Rugosidade ........................................................................................................................................... 80
Influência da rugosidade ....................................................................................................................... 80
Parâmetro de Rugosidade .................................................................................................................... 83
Simbologia, equivalência e processos de usinagem ............................................................................ 84
Tolerância geométrica .........................................................................................................................88
Tolerância Geométrica de Forma.......................................................................................................... 88
Tolerância Geométrica de Orientação .................................................................................................. 93
Tolerância Geométrica de Posição ....................................................................................................... 97
Posição de um elemento ....................................................................................................................... 97
Concentricidade e coaxialidade ............................................................................................................ 97
Simetria ................................................................................................................................................. 98
Tolerância de Movimentação ................................................................................................................ 98
Batimento radial..................................................................................................................................... 98
Batimento axial ...................................................................................................................................... 99
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................100

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INTRODUÇÃO

Entendemos que é a ciência das medições e abrange todos os aspectos técnicos


e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza, no campo da ciência
ou tecnologia.

Resolução

Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador (escala) que pode


ser significativamente percebida.

(VALOR DE DIVISÃO / INCREMENTO / DIVISÃO DE ESCALA).

Padrão

É a medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou


sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade
ou um ou mais valores de uma grandeza para servir como referência.

Rastreabilidade

Manter as mesmas referências o mesmo padrão num processo de medição,


através de um controle contínuo de comparações, todas tendo incertezas
estabelecidas.

O que é processo de medição?

É a operação de medição realizada de forma mais genérica, por um sistema de


medição. O sistema de medição é a união das pessoas mais os instrumentos,
aparelhos ou equipamentos de medição e o método usado para medir algo.

O que é medir?

Medir é comparar grandezas com base em um padrão. Medir é monitorar,


acompanhar a produção, ou investigar um processo; para evitar a aprovação de
produtos ruins ou reprovação de produtos bons, (redução de custo). A medição é
fundamental para a tomada de decisões, pois fornece dados importantes para a
análise do que está acontecendo no processo de produção dos produtos
industrializados.
Assim, para obter uma medição correta, é necessária a existência de um sistema
de medidas ou unidades, através dos órgãos que estabeleçam o sistema
compulsoriamente, e isto é feito no Brasil através do CONMETRO. O segundo é feito
através da manutenção de padrões de referência e de meios de disseminação para

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os usuários, e isto é feito - à semelhança do National Bureau of Standard (NBS) nos


EUA - pelo INMETRO.

Onde a metrologia industrial se faz presente

• No Projeto de um Produto:
• Na transformação de um produto.
• No projeto deve considerar a possibilidade de execução das fases do Processo,
da Fabricação, e da Garantia da Qualidade do produto.

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SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES

O termo unidade pode ser definido como sendo um valor usado como padrão para
outros valores. As unidades são medidas indispensáveis para qualquer instrumento
de medição. O Sistema Internacional de Unidades é um conjunto de definições
utilizado em quase todo o mundo moderno que visa facilitar e uniformizar as medições.

Unidades básicas do SIU

Na tabela a seguir observa-se as sete unidades básicas do SIU. A partir delas


podem-se derivar todas as unidades existentes.

Grandeza Unidade Símbolo


Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Tempo Segundo s
Corrente elétrica Ampere A
Temperatura Kelvin k
Matéria Mol mol
Intensidade luminosa candela cd

Múltiplos de unidades

Exemplos

a) 10 cm ......................dm

b) 9,5 cm....................m

c) 2,7 mm......................centésimos

d) 6.35 dm...................mm

e) 5,8 m........................mm

f) 19.05 m....................décimos

g) 25,4 mm.......................cm

h) 9.5 mm.................milésimos

Faça a conversão para as unidades pedidas

a) 6,93 mm.......................................centésimos

b) 11,12 cm.......................................dm
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c) 14,34 dm.......................................mm

d) 15,85 m.........................................cm

e) 22,22 mm......................................centésimos

f) 34,15 mm.......................................milésimos

g) 4,185 m..........................................mm

h) 842,10 dm......................................m

i) 610 cm...........................................dm

j) 525,38 mm...................................décimos

Medidas e conversões

O sistema Inglês é utilizado no Brasil, em função de termos equipamentos que


provém dos países onde este sistema é padrão. Portanto o aprendizado se faz
necessário para transformarmos do sistema Inglês para o sistema Métrico, ou vice-
versa.

Frações

Neste momento é bastante importante que o aluno tenha uma noção básica de
frações

Frações simples

São frações do tipo onde o número 1 é o numerador e 2 é o denominador

1
2

Frações compostas

São frações com um inteiro e o restante fracionário

3
2
4

Na leitura de instrumentos de medição é muito importante adquirir habilidade de


manipular números fracionários

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Simplificando frações

Quando se deparar com frações onde o numerador e o denominador são


múltiplos devemos proceder com a simplificação até chegarmos a uma fração
irredutível.

Exemplo
24 12 6 3
= = =
128 64 32 16

Somando frações

Ao somar frações utilize a regra do (Mínimo Múltiplo Comum)

1 3 4+1 5
+ = =
2 8 8 8

Utilize também a regra da multiplicação da fração. Observe

5 3 5. (32) 3 160 3 163


+ = + = + =
4 128 4. (32) 128 128 128 128

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Exercícios

Simplifique as frações e deixe-as na forma irredutível

Número fracionário Fração irredutível

6"
32

24"
16

8 "
2
128

32 "
256

22"
2
64

4 "
1
128

10"
1
32

64 "
1
512

256 "
1024

64 "
128

Leitura de medidas em polegada

A polegada divide-se em frações ordinárias com denominadores 2; 4; 8; 16; 32;


64; 128...

1" 1" 1" 1 " 1 " 1 " 1 "


2 4 8 16 32 64 128

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Condições

1. Os numeradores das frações devem ser números ímpares:


2. Quando o numerador for par, deve-se proceder à simplificação da fração:

Sistema Inglês, decimal:

Para transformar polegada fracionária em milímetros, deve-se multiplicar o valor


da polegada fracionária por 25,4 mm.

Exemplos:

7" . 25,4 = 177,8

3"
. 25,4 = 9,525
8

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Faça os exercícios abaixo.

Transformar os valores em polegada fracionária para milímetros:

Polegada fracionária Correspondente em milímetros

7"
32

3"
16

3"
2
16

7"
16

3"
2
8

7"
1
16

3"
1
8

5"
4

25"
64

Para transformar milímetro em polegada fracionária, devemos multiplicar o valor


em milímetro por uma constante igual a 5,04 (numerador), e utilizar como
denominador a menor fração da polegada, 128.

128
= 5,039 = 5,04
25,4

Vamos tomar como exemplo 12,7 mm

5,04 64,008 64 1"


12,7. = = =
128 128 128 2
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Faça os exercícios abaixo:

Transformar os valores em milímetros, para frações da polegada:

Grandeza em mm Polegada fracionária

3,175

6,35

30,16

5,159

9,525

158,175

4,7625

38,10

1,5875

Para transformar polegada milesimal em milímetro, basta multiplicar o valor por 25,4
mm.

Exemplo:

Transformar .3906” em milímetro: .3906 x 25,4 = 9,922 mm.

Transformar polegada milesimal em milímetros:

a) 0.335” = ...........................................................

b) 0.100” = ............................................................

c) 2.350” = ............................................................

d) 1.550” = ............................................................

e) 3.734” = .............................................................

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Para transformar milímetros em polegada milesimal, basta dividir o valor por 25,4 mm.

Exemplo:

Transformar 17,0 milímetro em polegada milesimal = 17,0 : 25,4 = .669”

Faça os exercícios abaixo:

Transformar os valores em milímetros em polegada milesimal:

a) 25,4 mm. = ...............................................................

b) 1,685 mm. = ................................................................

c) 32,87 mm. = ................................................................

d) 54,50 mm. = ................................................................

e) 140,75 mm.= ................................................................

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RÉGUA GRADUADA OU ESCALA

Régua graduada ou escala graduada é o instrumento de medição mais elementar,


utilizado em oficinas e laboratórios, para a tomada de medidas lineares. Para que seja
completa, deverá estar graduada no sistema métrico e no sistema inglês.

Régua graduada.

Figura: Telecurso 2º grau - Metrologia

Utiliza-se a régua graduada nas medições com “erro admissível” superior a menor
graduação. Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm. Ou 1/32”.

As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões de 150,200,250,300,


500,600, 1000,1500,2000 e 3000 mm. As mais utilizadas nas oficinas são as de 150
mm.(6”) 3 300 mm. (12”).

Tipos e usos de réguas

Régua de encosto interno, destinada a medições que apresentam faces internas


de referência.

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

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Neste caso quando não conseguimos apoio para a régua, subtraímos do resultado
o valor acrescido para melhor visualizar a medida.

Características da régua

De modo geral, uma escala apresenta bom acabamento superficial, bordas retas,
graduação bem definidas uniformes e equidistantes e finos, o material de preferência
aço inoxidável.

Leitura no sistema métrico:

Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais, e cada parte


equivale a 1 mm.
Assim, a leitura pode ser feita em milímetro, conforme mostra abaixo de forma
ampliada.

Figuras: Telecurso 2000 - Metrologia

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Leitura no sistema inglês, polegada fracionária.

Neste sistema, a polegada divide-se em 2, 4, 8, 16 ... partes iguais. As escalas de


precisão chegam a apresentar 32 divisões por polegada, enquanto as demais só
apresentam frações de 1/16”. Veja a seguir a representação em tamanho ampliado.

Faça os exercícios a seguir:

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O PAQUÍMETRO

O Paquímetro é utilizado para a medição de peças, é utilizado para dimensões


externas e internas, profundidade e ressaltos , quando a quantidade não justifica um
instrumental especifico e a precisão requerida não desce a menos que 0,02mm
,1/128’’ e 0,001’’.

Partes constitutivas

O instrumento compõe-se basicamente de uma régua graduada sobre a qual


corre um cursor.

Figura: fonte Telecurso 2º grau - metrologia

1 – Orelha Fixa 8 – Encosto Fixo


2 – Orelha Móvel 9 – Encosto Móvel
3 – Nônio ou Vernier 10 – Bico Móvel
4 – Parafuso de Trava 11- Nônio ou Vernier (Milímetro)
5 - Cursor 12 – Impulsor
6 – Escala Fixa em 13- Escala fixa de Milímetros
7- Bico Fixo 14- Haste de Profundidadde

Polegada:

O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um mínimo de


folga. Ele é dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier. Essa escala
permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa.
O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é
pequena. Os instrumentos mais utilizados apresentam uma resolução de:

0,1; 0,05 e 0,02 mm. e 1/128” ou .001”

As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento geralmente é


feito de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a 20º C.

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Paquímetro quadrimensional

Paquímetro de profundidade

Serve para medir profundidade de furos vazados, rasgos, rebaixos etc. Esse tipo
de paquímetro pode apresentar haste simples ou haste com gancho.

Tipos de paquímetros

Digital

Utilizado para leitura rápida, livre de erro de paralaxe, e ideal para controle
estatístico.

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Traçador de altura

Esse instrumento baseia-se no mesmo princípio de funcionamento do paquímetro,


apresentando a escala fixa e cursor na vertical. É empregado na traçagem e no
controle dimensional de peças.

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Princípio do Nônio

A escala do cursor é chamada de nônio ou vernier, em homenagem aos seus


inventores, o português Pedro Nunes e ao francês Pierre Vernier.

Cálculo da resolução

As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro, podem ser


calculadas pelas resoluções.

! " #$%
çã =
& '$($ õ &ô+$

Paquímetro no Sistema Métrico

Leitura no sistema métrico.

Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura feita antes do zero do nônio


corresponde à leitura em milímetro. Em seguida contamos os traços do nônio até o
ponto em que um dos traços coincida com a escala fixa. Depois somamos o número
de que deu na escala fixa ao número de traços que deu no nônio.

Etapas

Leitura escala fixa


Leitura do nônio (coincidência das linhas)
Somatória das leituras
Obtenção do resultado final

Escala em milímetro e nônio com 10 divisões.

1
çã = = 0,1
10

Escala em milímetro e nônio com 20 divisões.

1
çã = = 0,05
20

Escala em milímetro e nônio com 50 divisões.

1
çã = = 0,02
50

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Faça a leitura e escreva a medida nas linhas pontilhadas

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Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Exemplo:

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1. Exercícios paquímetro resolução 1/20

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2. Exercícios paquímetro resolução 1/20

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3. Exercícios paquímetro resolução 1/50

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4. Exercícios paquímetro resolução 1/50

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Paquímetro no Sistema Inglês

Leitura de polegada milesimal

No paquímetro com sistema milesimal, cada polegada da escala fixa divide-se em 40


partes iguais, cada parte corresponde a .025”

Onde: 1” .= .025”
40

Tendo o nônio 25 divisões, a resolução desse paquímetro é:

Resolução = .025” = .001”


25

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Leitura de polegada fracionária: (1 polegada em 16 divisões)

No sistema inglês, a escala fixa do paquímetro é graduado em polegada e frações


da polegada. Esses valores fracionários são completados com o uso do nônio.

,
Escala Fixa 1
-.

/
Nônio -01

, / 02 / 03 03
Soma 1 -. + -01 = -01
+ -01 = -01 = 1 -01

03 "
Resultado 1 -01

Leitura direta

Verifique se o zero do nônio coincide com um dos traços da escala fixa. Se


coincidir, faça a leitura normalmente na escala fixa.

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-
Escala Fixa
-.

.
Nônio -01

- . 1 . -2 4
Soma -. + -01 = + -01 = -01 = .2
-01

4"
Resultado .2

2a Etapa

Se o zero do nônio não coincidir, verifique qual dos traços do nônio está nessa
situação e faça a leitura do nônio.

3a Etapa

Verifique na escala fixa quantas divisões existem antes do zero. (16 divisões em
1 polegada)

4a Etapa

Se cada divisão na escala fixa é 1/16 avos de polegada. Basta agora contar a
quantidade de divisões e representar a fração da escala fixa e do nônio com o mesmo
denominador.

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33

1. Exercícios paquímetro resolução 1/16”

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2. Exercícios paquímetro resolução 1/16”

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1. Exercícios paquímetro milesimal resolução 0,025”

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MICRÔMETRO EXTERNO

A Precisão de medição que se obtém com o paquímetro, às vezes, não é


suficiente, para medições mais rigorosas, utiliza-se o micrometro, que assegura uma
exatidão de 0,01mm.
O micrometro é um instrumento de dimensão variável que permite medir, por
leitura direta, as dimensões reais com uma aproximação de até 0,001mm.

Princípio de funcionamento

Assemelha-se ao do sistema parafuso e porca. Assim, há uma porca fixa e um


parafuso móvel que, se der uma volta completa, provocará um deslocamento igual ao
seu passo.

Figura: Telecurso 2o grau - Metrologia

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Tipos de micrômetros

Micrômetro para medição externa

Micrômetro para a medição de espessura de tubos

Micrômetro com discos para a medição de espessura de papel, cartolina e


borracha

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Micrômetro Oltimeter para a medição de diâmetros externos de peças com


números ímpares de divisões tais como machos, fresas e eixos entalhados

Micrômetro para a medição de roscas

Micrômetro Mitutoyo Passa e Não Passa (PNP)

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Micrômetro com resolução de 0,01 mm.

A cada volta completa do tambor o fuso micrométrico avança uma distância


chamada passo (p).
Para obter a medida, divide-se o passo pelo número de divisões do tambor.

5 "
çã =
&ú 7$($ õ 8 9

• Sendo o passo da rosca 0,5 mm. e o tambor tem 50 divisões, a resolução será:

0,5
çã = = 0,01
50

• Assim girando o tambor, cada divisão provocará um deslocamento de 0,01 mm.

Micrômetro com resolução de 0,001 mm

Quando no micrômetro houver nônio, ele indicará o valor a ser acrescentado à


leitura obtida na bainha e no tambor. A medida indicada no nônio é igual à leitura do
tambor, dividida pelo número de divisões do nônio.
Se o nônio tiver dez divisões marcadas na bainha, sua resolução será:

0,01
çã = = 0,001
10

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1. Exercício Micrômetro Centesimal

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2. Exercício Micrômetro Centesimal

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3. Exercício Micrômetro Milesimal

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4. Exercício Micrômetro Milesimal

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5. Exercício Micrômetro Interno

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Micrômetro Interno

Este tipo de instrumento de alta precisão para medições de diâmetros internos,


permitindo leitura rápida e direta, sua característica principal é de ser auto-centrante,
pois a forma e a disposição de suas pontas de contato que formam entre - si um ângulo
de 120º facilita este processo, também conhecido como imicro.

Sua leitura é feita no sentido contrário à do micrômetro externo.

A leitura em micrômetros internos de três contatos é realizada da seguinte


maneira:

• O tambor encobre a divisão da bainha corresponde a 36,5 mm;


• A esse valor deve ser somado aquele fornecido pelo tambor: 0,240 mm;
• O valor total da medida será, portanto 36,740 mm.

Exercícios

Faça a leitura das medidas abaixo:

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penalidades da lei.
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VERIFICADORES

São instrumentos de verificação indireta, que se aplica para controle de peças no


sentido visual, e não mensurável, pois não há existência de escalas ou mesmo nônio,
para informar valores correspondentes, aplicando-se respectivamente nas oficinas
para um controle rápido.

Réguas de controle

São instrumentos para verificação de superfícies planas, construídas de aço, ferro


fundido ou de granito. Apresentam diversas formas e tamanhos, e classificam-se em
dois grandes grupos:

• Fios retificados;
• Réguas de faces lapidadas, retificadas ou rasqueteadas.

Réguas de fio retificado

Construída de aço carbono em forma de faca (biselada), temperada e retificada,


com o fio ligeiramente arredondado. É muito utilizada na verificação de superfícies
planas.

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Verificador de ângulo de broca

Serve para a verificação do ângulo de 59 e para a medição da aresta de corte de


brocas.

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Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Esquadro de precisão

É um instrumento em forma de ângulo reto, construído de aço ou granito. Usa-se


para verificação de superfícies em ângulo de 90.

Classificação quanto à forma e ao tamanho

a) Forma: Esquadro simples ou plano de uma só peça.

b) Tamanho: Esquadro de lâmina biselada, para se obter melhor visualização, em


virtude da pequena superfície de contato.

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Verificador de raio

Serve para verificar raios internos e externos. Em cada lâmina é estampada a


medida do raio. Suas dimensãoes variam, geralmente, de 1 a 15 mm ou de 1/32 a ½.

Verificador de ângulos

Usa-se para verificar superfícies em ângulos. Em cada lâmina vem gravado o


ângulo, que varia de 1 a 45.

Verificador de rosca

Usa-se para verificar roscas em todos os sistemas. Em suas lâminas está


gravado o número de fios por polegada ou o passo da rosca em milímetros.

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BLOCOS-PADRÃO

Para realizar qualquer medida, é necessário estabelecer previamente um padrão


de referência.
Ao longo do tempo, diversos padrões foram adotados: o pé, o braço etc. mais
tarde, no século XVIII, foi introduzido, na França, o sistema métrico.
Em 1898, C. E. Johanson solicitou a patente de blocos-padrão: peças de 30 ou 35
mm x 9 mm, variando de espessura a partir de 0.5 mm. Atualmente, nas indústrias
são encontradas blocos-padrão em milímetro e em polegada.

Figura: Mitutoyo Instruments Corporation

Muito utilizados como padrão de referência na indústria moderna, desde o


laboratório até a oficina, são de grande utilidade nos dispositivos de medição, nas
traçagens de peças nas próprias máquinas operatrizes.
Existem jogos de blocos-padrão com diferentes quantidades de peças. Não
devemos, porém, adotá-los apenas por sua quantidade de peças, mas pela variação
de valores existentes em seus blocos fracionários.

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Figura: Telecurso 2º grau - Metrologia

Bloco padrão protetor

A fabricação dos blocos protetores obedece às normas utilizadas na construção


dos blocos-padrão normais. Entretanto, emprega-se material que permite a obtenção
de maior dureza.
Geralmente são fornecidos em jogos de dois blocos, e suas espessuras
normalmente são de 1, 2 ou 2.5 mm, podendo variar em situações especiais.
Os blocos protetores têm como finalidade proteger os blocos-padrão no momento
de sua utilização.

Composição de um jogo de blocos-padrão, contendo 114 peças

• 2 blocos-padrão protetores de 2.00 mm de espessura


• 1 bloco-padrão de 1.0005 mm
• 9 blocos-padrão de 1.001; 1.002; 1.003.....1.009 mm
• 49 blocos-padrão de 1.01, 1.02, 1.03.....1,49 mm
• 49 blocos-padrão de 0.50, 1.00, 1.50, 2.00.....24.5 mm
• 4 blocos-padrão de 25, 50, 75 e 100 mm

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

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Materiais utilizados na confecção dos blocos-padrão

Aço

É o mais utilizado na indústria. O aço é tratado termicamente para garantir a


estabilidade dimensional, além de assegurar dureza de 800 HV.

Metal duro

São blocos geralmente fabricados em carbureto de tungstênio. Hoje, este tipo de


bloco-padrão é mais utilizado como bloco protetor. A dureza deste tipo de bloco
padrão situa-se acima de 1500 HV.

Cerâmica

O material básico utilizado é o zircônio. A utilização deste material ainda é recente,


e suas principais vantagens são a excelente estabilidade dimensional e a resistência
à corrosão. A dureza obtida nos blocos-padrão de cerâmica situa-se acima de 1400
HV.

Exemplo:

Os blocos-padrão podem ser usados para verificar um rasgo em forma de rabo de


andorinha com roletes, no valor de 12.573 + 0.005. Devemos fazer duas montagens
de blocos-padrão, uma na dimensão mínima de 12.573 mm e outra na dimensão
máxima de 12.578 mm.

Figura: Telecurso 2º grau - Metrologia


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Exercícios

1. Considere a composição de um jogo de blocos-padrão, contendo 114 peças.


Determine o empilhamento dos blocos-padrão nos itens abaixo.

a) 49,125 mm

b) 98,996 mm

c) 56,123 mm

d) 89,564 mm

e) 101,333 mm

f) 75,452 mm

g) 62,351 mm

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RELÓGIO COMPARADOR

O Relógio comparador é um instrumento de grande precisão e sensibilidade, tem


geralmente um aspecto de relógio, pelo movimento de um ponteiro, num mostrador
dividido em 100 partes iguais, o comparador acusa desvios ou diferenças de medidas
da ordem de centésimos ou milésimos de milímetro, conforme sua menor medida.
Quando sua ponta de contato sofre uma pressão, a ponteira maior gira no sentido
horário a diferença é positiva, isso significa que a peça está maior em relação ao
padrão pré-estabelecida, se gira no sentido anti-horário a diferença é negativa, ou
seja, ela está menor.

Figuras: Mitutoyo Instruments Corporation

Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem


resolução de 0,01 mm. O curso do relógio também varia de acordo com o modelo,
porém os mais comuns são de 1 mm, 10 mm, 0.25” ou 1”.

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Relógio comparador eletrônico

Este relógio comparador possibilita uma leitura rápida, indicando


instantaneamente a medida no display em milímetros, com conversão para polegada,
zeragem em qualquer ponto e com saída para microprocessadores estatísticos.

Nos comparadores mais utilizados, uma volta completa do ponteiro corresponde a


um deslocamento de 1 mm da ponta de contato. Como o mostrador contém 100
divisões, cada divisão equivale a 0,01 mm.

Condições de uso

Antes de medir a peça, devemos nos certificar de que o relógio se encontra em


boas condições de uso.
A verificação de possíveis erros é feita da seguinte maneira com o auxílio de um
suporte de relógio, tomam-se as diversas medidas nos blocos-padrão. Em seguida,
deve-se observar se as medidas obtidas no relógio correspondem às dos blocos. São
encontrados também calibradores específicos para relógios comparadores.

Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

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Aplicações dos relógios comparadores

Verificação de paralelismo

Verificação de concentricidade

Figura: Telecurso 20 grau – Metrologia

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Verificação do alinhamento das pontas de um torno

Figura: Telecurso 2º grau - Metrologia

Figura: Relógio comparador de dupla face Mitutoyo

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RELÓGIO APALPADOR

Relógio com ponta de contato de alavanca (apalpador)

É um dos relógios mais versáteis que se usa na mecânica. Seu corpo monobloco
possui três guias que facilitam a fixação em diversas posições. Existem dois tipos de
relógios apalpadores. Um deles possui reversão automática do movimento da ponta
de medição; outro tem alavanca inversora, a qual seleciona a direção do movimento
de medição ascendente ou descendente. O mostrador giratório “com resolução de
0.01 mm, 0.002 mm, 0.01” ou ainda 0.001”.

Figura: Mitutoyo Instruments Corporation

Por sua enorme versatilidade, pode ser usado para grande variedade de
aplicações, tanto na produção como na inspeção final.

Exemplos:

• Excentricidade de peças,
• Alinhamento e centragem de peças nas máquinas,
• Paralelismo entre faces,
• Medições internas,
• Medições de detalhes de difícil acesso.

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Exercícios

1. Faça a leitura dos relógios comparadores a seguir

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GONIÔMETRO

O goniômetro é um instrumento de medição ou de verificação de medidas


angulares. Também conhecido como transferidor de grau, é utilizado em medidas
angulares que não necessitam extremo rigor. Sua menor divisão é de 1 (um grau). Há
vários modelos de goniômetro. A seguir mostramos um tipo bastante usado, em que
podemos observar as medidas de um tipo bastante usado em que podemos observar
as medidas de um ângulo agudo e de um ângulo obtuso.

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

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Leitura do goniômetro

Os graus inteiros são lidos na graduação do disco, com o traço zero do nônio. Na
escala fixa, a leitura pode ser feita tanto no sentido horário quanto no sentido anti-
horário. A leitura dos minutos, por sua vez, é realizada a partir do zero do nônio,
seguindo a mesma direção da leitura dos graus.

Figura: fonte Telecurso 2º grau - metrologia

Cálculo da resolução

Na leitura do nônio, utilizamos o valor 5’ para cada traço do nônio.Dessa forma,


se é o 2º traço do nônio que coincide com um traço da escala fixa, adicionamos 10’
aos graus lidos na escala fixa; se é o 3º traço, adicionamos 15’; se é o 4º, 20’ etc...
A resolução do nônio é dada pela fórmula geral, a mesma utilizada em outros
instrumentos de medida com nônio, ou seja: divide-se a menor divisão do disco
graduado pelo número de divisões do nônio.

Resolução = Menor divisão do disco graduado


Número de divisão do nônio
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Figuras: Telecurso 2º grau - Metrologia

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Exercícios:

1. Leia e escreva as medidas abaixo de cada desenho

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Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

Figura: Mitutoyo Instruments Corporation

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penalidades da lei.
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RÉGUA DE SENO

É constituída de uma barra de aço temperado e retificado. Com formato retangular,


possui dois rebaixos: um na extremidade e outro próximo à extremidade oposta.
Nesses rebaixos é que se encaixam os dois cilindros que servem de apoio à régua.

Trigonometria

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penalidades da lei.
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O fabricante garante a exatidão da distância (L). A altura (H) é conseguida com a


utilização de blocos-padrão.

Por exemplo: deseja-se inclinar a régua de seno 30, sabendo que a distância entre
os cilindros é igual a 100 mm(l). Qual é a altura (H) dos blocos-padrão?

Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

Mesa de seno

A mesa de seno é semelhante à régua de seno. Suas proporções, entretanto, são


maiores. Possui também uma base, na qual se encaixa um dos cilindros, o que facilita
a inclinação.

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Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

Técnica de utilização.

Para medir o ângulo de uma peça com a mesa de seno, é necessário que a mesa
esteja sobre o desempeno e que tenha como referência de comparação o relógio
comparador.
Se o relógio, ao se deslocar sobre a superfície a ser verificada, não alterar a sua
indicação, significa que o ângulo da peça é semelhante ao da mesa. Com a mesa de
seno com contrapontas, podemos medir ângulos de peças cônicas.
Para isso basta inclinar a mesa, até a superfície superior da peça ficar paralela a
base da mesa.

Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

Medição de pequenos ângulos.

Nessa medição, a mesa de seno e a mesa de seno com contra pontas possuem
uma diferença de plano (dp). Essa diferença de plano varia de acordo com os
fabricantes, sendo que as alturas mais comuns são de 5, 10 e 12,5 mm.

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Para obter a igualdade de plano colocam-se blocos padrão que correspondam à


diferença de altura entre a base e o cilindro. Com esse recurso podemos fazer
qualquer inclinação, por menor que seja, e ainda usar blocos-padrão protetores.

Exercícios:

Para inclinar 30º na mesa de seno, com distância entre cilindros de 200 mm.,
dp = 5 mm., qual será a altura dos blocos padrão.

R: _____________________________________

Para inclinar a régua de seno 10º 30’ e com a distância entre cilindro = 100 mm ,
qual será a altura do padrão.

R: _____________________________________

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CONTROLE TRIGONOMÉTRICO

Certos tipos de peças, devidos sua forma, não podem ser medidas diretamente.
Essas medições exigem auxilio de peças elementares e controle trigonométrico.
Por causa de sua forma, não é possível medir corretamente certos tipos de peças.
Estamos no referindo as peças prismáticas ou as chamadas peças de revolução,
como por exemplo, superfícies de prismas, com rasgos em V, calibradores cônicos
parafusos etc.
Existem, em entretanto, um modo simples e confiável de medir essas peças.
Trata-se de um processo muito empregado na verificação das peças com qualidade.
Nesse processo de medição, é que usamos as peças complementares, como
cilindros, esferas, meia esfera.
Esses instrumentos devem ser de aço temperado e retificado, duráveis e com suas
dimensões conhecidas. As peças complementares, usadas na medição indireta de
ângulos especialmente quando se trata de medição interna de superfícies únicas.
Desse modo, podemos calcular valores angulares de determinadas peças. A medição,
com peças complementares tem como base de cálculo duas relações trigonométricas
elementares.
OBS: Os eixos – padrões devem ser escolhidos de modo que os contatos com
as faces das peças que será medida situem-se , de preferência a meia altura dos
flancos. É necessário verificar previamente se os ângulos considerados como
referência para a medição, o correspondem as especificações no desenho. Com
alguns exemplos veremos como se faz a medição de uma ranhura e um encaixe rabo
de andorinha.

Exercícios

Calcule as medidas x e y

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penalidades da lei.
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PROJETOR DE PERFIL

Os meios óticos de medição foram empregados, no início, como recurso de


laboratório, para pesquisas, entretanto, pouco a pouco conquistou as oficinas,
resolvendo problemas que facilitam a produção e melhoram a qualidade dos produtos.
A principal característica do projetor de perfil, é a verificação de peças pequenas
com formatos complexos, onde com ampliação das imagens consegue-se maior
precisão no controle dimensional das peças.

Figura: Mitutoyo Instruments Corporation

A tela do projetor possui gravadas duas linhas perpendiculares, que podem ser
utilizadas como referência nas medições. O projetor possui uma mesa de
coordenadas móvel com dois cabeçotes micrométricos, ou duas escalas lineares,
posicionados a 90.

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Funcionamento do projetor

Ao colocar a peça que será medida sobre a mesa, obtemos na tela uma imagem
ampliada, pois a mesa possui uma placa de vidro em sua área central que permite
que a peça seja iluminada por baixo e por cima simultaneamente, projetando a
imagem na tela do projetor. O tamanho original da peça pode ser ampliado 5, 10, 20,
50 ou 100 vezes por meio de lentes intercambiáveis, o que permite a verificação de
detalhes da peça em vários tamanhos.

Figura: Mitutoyo Instruments Corporation

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

A mesa do projetor movimenta-se em duas coordenadas, longitudinal e


transversal movimentando a mesa, até que as linhas de referencia da tela se ajustem
com as da peça, fazendo-se a leitura no fuso micrométrico.
O projetor de perfil permite a medição de ângulos, pois sua tela é rotativa e
graduada de 1º a 360º. A leitura angular se faz com o auxilio do nônio que permite
resolução de 05’.
Outra maneira de verificação é através do uso do acetato transparente fixado na
tela, com o desenho do perfil que se quer medir.

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Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

Projeção episcópica (superfície)

Nesse sistema, a iluminação se concentra na superfície da peça, cujos detalhes


aparecem na tela. Eles se tornam ainda mais evidentes se o relevo for nítido e pouco
acentuado. Esse sistema é utilizado na verificação de moedas, circuitos impressos,
gravações, acabamentos superficiais etc....

Projeção diascópica (contorno )

Na projeção diascópica, a iluminação transpassa a peça que será


examinada.Com isso, obtemos na tela uma silhueta escura, limitada pelo perfil que se
deseja verificar.

Montagem e regulagem do projetor de perfil.

Vejamos, agora, como se monta:

1- Devemos selecionar a objetiva que permita visualizar com nitidez a peça.


2- Posicionar a chave que permite a projeção episcópica, diascópica ou ambas.
3- Regular o foco com a movimentação vertical da mesa.
4- Alinhar a peça de modo que a imagem do objeto fique alinhada ao eixo de
referência.

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80

RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES.

As superfícies dos componentes mecânicos devem ser adequadas ao tipo de


função que exercem. Por este motivo, a importância do estudo do acabamento
superficial aumenta à medida que crescem as exigências do projeto. As superfícies
dos componentes deslizantes, como o eixo de um mancal, devem ser lisas para
reduzir o atrito, já as superfícies externas tem menos exigências. A produção das
superfícies lisas exige, em geral, custo de fabricação mais elevado. Os diferentes
processos de fabricação de componentes mecânicos determinam acabamentos
diversos nas suas superfícies.
As superfícies, por mais perfeitas que sejam, apresentam irregularidades, e essas
irregularidades compreendem dois grupos de erros; macrogeométricos e
microgeométricos. Erros macrogeométricos são erros de forma, verificáveis por meio
de instrumentos convencionais de medição, tipo micrômetro, relógio comparador e
projetor de perfil etc...

9.1 Durante a usinagem, as principais causas dos erros macrogeométricos são:

• Defeito em guias de máquina – ferramenta;


• Desvios da máquina ou da peça;
• Fixação errada da peça;
• Distorção devido a tratamento térmico.

Rugosidade

É o conjunto de irregularidades, isto é, pequenas saliências e reentrâncias que


caracterizam uma superfície. Essas irregularidades podem ser avaliadas com
aparelhos eletrônicos, a exemplo do rugosímetro. A rugosidade desempenha papel
importante no comportamento dos componentes mecânicos.

Influência da rugosidade

• Qualidade de deslizamento;
• Resistência ao desgaste;
• Possibilidade de ajuste do acoplamento forçado;
• Resistência a corrosão e a fadiga;
• Vedação;
• Aparência.

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A grandeza, a orientação e o grau de irregularidade da rugosidade podem indicar


suas causas que, entre outras são:

• Imperfeições nos mecanismos de máquinas – ferramenta;


• Vibrações no sistema peça – ferramenta;
• Desgaste das ferramentas;
• O método de conformação da peça.

Superfície geométrica

Superfície ideal prescrita no projeto, na qual não existem erros de forma e


acabamento. Por exemplo: superfície plana, cilíndrica etc., que sejam, por definição,
perfeitas. Na realidade, isso não existe; trata-se apenas de uma referência.

Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia


Perfil real

Intersecção da superfície real com um plano perpendicular. Neste caso, o plano


perpendicular imaginário cortará a superfície que resultou do método usinagem e
originará uma linha irregular.

Superfície real

Superfície que limita o corpo e separa do meio que o envolve. É a superfície que
resulta do método empregado na sua produção. Torneamento, ataque químico etc.

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Perfil geométrico

Interseção da superfície geométrica com um plano perpendicular. Por exemplo:


uma superfície plana perfeita, cortada por um plano perpendicular, originará um perfil
geométrico que será uma linha reta.

Composição da superfície

Tomando-se uma pequena porção da superfície, observam-se certos elemento


que a compõem.

Figura: Telecurso 2000 - Metrologia

Critérios para avaliar a rugosidade

Comprimento de amostragem (CUT Off)

Toma-se perfil efetivo de uma superfície num comprimento lm, comprimento total
de avaliação. Chama-se comprimento Le de comprimento de amostragem (NBR
6405/1988).

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O comprimento de amostragem nos aparelhos eletrônicos, chamado de Cut-Off


(Le), não deve ser confundido com distância total (lt) percorrida pelo apalpador sobre
a superfície.
É recomendado pela norma ISO que os rugosímetros devam medir 5
comprimentos de amostragem e devem indicar o valor médio.

Figura: Telecurso 2000 - Metrologia

Parâmetro de Rugosidade

É a média aritmética dos valores absolutos das ordenadas de afastamento(Yi) dos


pontos do perfil de rugosidade em relação a linha média, dentro do percurso de
medição. Essa grandeza pode corresponder à altura de um retângulo, cuja área é
igual à soma absoluta das áreas delimitadas pelo perfil de rugosidade e pela linha
média, tendo por comprimento o percurso de medição.

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Vantagens do parâmetro Ra:

• É o parâmetro de medição mais utilizado em todo mundo.


• É aplicável à maioria dos processos de fabricação.
• Devido a sua grande utilização, quase todos os equipamentos apresentam
esse parâmetro (de forma analógica ou digital eletrônica).
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• Os riscos superficiais inerentes ao processo não alteram muito seu valor.


• Para a maioria das superfícies, o valor da rugosidade nesse parâmetro está de
acordo com a curva de Gauss, que caracteriza a distribuição de amplitude.

Desvantagens do parâmetro Ra:

• O valor de Ra em um comprimento de amostragem indica a média da


rugosidade. Por isso, se um pico ou vale não típico aparecer na superfície, o
valor da média não sofrerá grande alteração, ocultando o defeito.

• O valor de Ra não define a forma das irregularidades do perfil. Dessa forma,


poderemos ter um valor de Ra para superfícies originadas de processos
diferentes de usinagem.
• Nenhuma distinção é feita entre picos e vales. Para alguns processos de
fabricação com freqüência muito alta de vales ou picos, como é ocaso dos
sinterizados, o parâmetro não é adequado, já que a distorção provocada pelo
filtro eleva a erros de alto nível.

Simbologia, equivalência e processos de usinagem

A tabela na página seguinte classifica os acabamentos superficiais – geralmente


encontrados na indústria mecânica – em 12 grupos, e as organiza de acordo com o
grau de rugosidade e o processo de usinagem que pode ser usado em sua obtenção.
Permite também visualizar uma relação aproximada entre a simbologia de triângulos,
as classes e o valores de Ra(mm).

Indicações do estado da superfície no símbolo

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Tabela de classificação dos acabamentos superficiais e suas simbologias


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Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possa ser lidos
tanto com o desenho na posição normal como pelo lado direito.

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Exercícios

Interprete as simbologias de rugosidade

a)

b)

c)

d)

e)

f)

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TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA

Tolerância Geométrica de Forma

Erro de forma:

Um erro de forma corresponde à diferença entre a superfície real da peça e a


forma geométrica teórica.
A forma de um elemento será correta quando cada um dos seus pontos for igual
ou inferior ao valor da tolerância dada.
A diferença de forma deve ser medida perpendicularmente à forma geométrica
teórica, tomando-se cuidado para que a peça esteja apoiada corretamente no
dispositivo de inspeção, para não se obter um falso valor.

Causas

Os erros de forma são ocasionados por vibrações, imperfeições na geometria da


máquina, defeito no mancais e nas árvores etc. Tais erros podem ser detectados e
medidos com instrumentos convencionais e de verificação, tais como réguas,
micrômetros, comparadores ou aparelhos específicos para quantificar esses desvios.
Com instrumentos não é possível o exame de toda uma superfície de uma só vez.
Por isso examina-se um corte dessa superfície de cada vez.

• Perfil real: Corte da superfície real

• Perfil geométrico: Corte da superfície geométrica

• Perfil efetivo: Corte da superfície efetiva

Notações e simbologia dos erros macrogeométricos

Retilineidade

É a condição pela qual cada linha deve estar limitada dentro do valor de tolerância
especificada. Se o valor da tolerância (t) for precedido pelo símbolo, o campo de
tolerância será limitado por um cilindro “t”, conforme figura.

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Figuras: Telecurso 2000 - Metrologia

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Retlineidade

É a condição pelo qual cada linha deve estar limitada dentro do valor de tolerância
especificada.

Figuras: Telecurso 2000 - Metrologia

Planeza

É a condição pelo qual toda a superfície deve estar limitada pela zona de tolerância
compreendida entre dois planos paralelos

Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

Tolerância dimensional e planeza – Quando, no desenho do produto, não se


especifica a tolerância de planeza, admite-se que ele possa variar desde que não
ultrapasse a tolerância dimensional.

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Figuras: Telecurso 2000 - Metrologia

Observa-se pela última figura, que a tolerância de planeza é independente da


tolerância dimensional especificada pelos limites de medida. Conclui-se que a zona
forma (planeza) poderá variar de qualquer maneira, dentro dos limites dimensionais.
Mesmo assim, satisfará as especificações de tolerância.
A tolerância de planeza tem uma importante aplicação na construção de
máquinas-ferramenta, principalmente guias de assento de carros, cabeçote etc.

Geralmente, os erros de planicidade ocorrem devido aos fatores:

• Variação de dureza da peça ao longo do plano de usinagem;


• Desgaste prematuro do fio de corte
• Deficiência de fixação da peça, provocando movimentos indesejáveis durante
a usinagem.
• Má escolha dos pontos de locação e fixação da peça, ocasionando
deformação.
• Folga nas guias da máquina.
• Tensões internas decorrentes da usinagem, deformando a superfície.

As tolerâncias admissíveis de planeza mais aceitas são:

• TORNEAMENTO (0,01 a 0,03 mm)


• FRESAMENTO (0,02 a 0,05 mm)
• RETIFICA (0,005 a 0,01 mm)

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Circularidade

É a condição pela qual qualquer círculo deve estar dentro de uma faixa definida
por dois círculos concêntricos, distante no valor da tolerância especificada.

O erro de circularidade é verificado na produção com dispositivo de medição entre


centros.
Se a peça não puder ser medida entre centros, essa tolerância será difícil de ser
verificada, devido à infinita variedade de erros de forma que podem ocorrer em virtude
de estabelecer uma superfície padrão, com a qual a superfície pudesse ser
comparada. E m geral, adota-se um prisma em “V” e um relógio comparador, para que
possa fazer medidas em três pontos.

Cilindricidade

É a condição pela qual a zona de tolerância especificada é a distância radial entre


dois cilindros coaxiais.

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Método de medição

Utiliza-se o dispositivo ilustrado abaixo

Figuras: Telecurso 2000 - Metrologia

Forma de uma linha qualquer

O campo de tolerância é limitado por duas linhas envolvendo círculos cujos


diâmetros sejam iguais à tolerância especificada e cujos centros estejam situados
sobre o perfil geométrico correto da linha.

Figura: Telecurso 2000 - Metrologia

Tolerância Geométrica de Orientação

Tolerância de posição.

A tolerância de posição estuda a relação entre dois ou mais elementos. Essa


tolerância estabelece o valor permissível de variação de um elemento da peça em
relação à sua posição teórica, estabelecida no desenho do produto.
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No estudo das diferenças de posição será suposto que as diferenças de forma


dos elementos associados são desprezíveis em relação à sua diferença de posição.
Se isso não acontecer, será necessária a separação entre o tipo de medição, para
que se faça a detecção de um ou outro desvio. As diferenças de posição, de acordo
com a norma ISO NBR-1101, são classificadas em orientação para dos elementos
associados e posição dos elementos associados.
As tolerâncias de posição por orientação estão resumidas na tabela abaixo:
Tolerância de posição
Orientação de elementos

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Paralelismo

É a condição de uma linha ser equidistante em todos os seus pontos de um eixo


ou plano de referência.

Perpendicularidade

É a condição pela qual o elemento deve estar dentro do desvio angular, tomado
como referência o ângulo reto entre uma superfície ou uma reta, e tendo como
elemento de referência uma superfície ou uma reta.

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Figuras: Telecurso 2000 - Metrologia

Figuras: Telecurso 2000 – Metrologia

Pela indicação de tolerância de orientação, especificando o elemento que será


medido e sua referência.

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Inclinação

O campo de tolerância é limitado por dois planos paralelos, cuja distância é o valor
da tolerância e inclinados em relação à superfície de referência do ângulo

Figura: Telecurso 2000 – Metrologia

Exercícios

O símbolo de paralelismo é: O símbolo de inclinação é:

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Tolerância Geométrica de Posição

Figura: Telecurso 2000 - Metrologia

Posição de um elemento

Desvio tolerado de um determinado elemento (ponto, reta e plano) em relação a


sua posição teórica.

Concentricidade e coaxialidade

Condição segundo a qual os eixos de duas ou mais figuras geométricas, tais como
cilindros, cones etc. são coincidentes.

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Simetria

O campo de tolerância é limitado por duas retas paralelas, ou por dois planos
paralelo, distantes no valor especificado e dispostos simetricamente em relação ao
eixo (ou plano de referência)

Tolerância de Movimentação

Batimento radial

Definida como um campo de distância t entre dois círculos concêntricos, medidos


em um plano perpendicular ao eixo considerado.

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Batimento axial

Definida como o campo de tolerância determinado por duas superfícies, paralelas


entre si e perpendiculares ao eixo de rotação da peça, dentro do qual deverá estar a
superfície real quando a peça efetuar uma volta, sempre referida no seu eixo de
rotação.

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REFERÊNCIAS

APOSTILA Telecurso 2º grau profissionalizante mecânica metrologia. São Paulo, ed.


Globo SP, 2000.

AGOSTINHO, Oswaldo Luiz; RUFFINO, Rosalvo Tiago; LIRANI, João. Tolerâncias,


ajustes, desvios e análise de dimensões. UFSC. São Carlos, 1977.

GRANADO, Renê Mendes. Metrologia – UNIP. Editora Universidade Paulista. São


José do Rio Preto, 2009.

GONÇALVES, Armando Albertazzi. Metrologia Parte I. LABMETRO – UFSC.


Florianópolis, 2004.

CAVACO, Armando Albertazzi. Metrologia Parte II. LABMETRO – UFSC.


Florianópolis, 2004.

VIM – Vocabulário Internacional de Metrologia 1 Edição Luso Brasileira – 2012. Rio


de Janeiro, 2012.

VIM – Vocabulário Internacional Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia 5


Edição. Editora SENAI – 1995. Rio de Janeiro, 2007.

Small Tools Instruments and Data Management. Catalog Mitutoyo Instruments


Corporation.

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