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M7 - Organização da Emergência

Curso: Técnico Superior de Segurança


no Trabalho

PLANO DE
EMERGÊNCIA
INTERNO

Mário Leite
Plano de Emergência Interno

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4
1) CARACTERÍSTICAS DO ESTABELECIMENTO .......................................................................... 5
1.1) IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO ................................................................................... 5
1.2) DESCRIÇÃO DO ESTABELECIMENTO .............................................................................. 7
1.3) IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS FONTES DE ENERGIA ......................................... 8
2) ESTIMATIVA DE RISCOS ........................................................................................................ 9
2.1) RISCO INTERNOS ........................................................................................................... 9
2.1.1) RISCOS MECÂNICOS .............................................................................................. 9
2.1.2) RISCOS ELÉCTRICOS ............................................................................................. 10
2.1.3) RISCOS FÍSICOS .................................................................................................... 10
2.1.4) RISCOS QUÍMICOS ............................................................................................... 11
2.1.5) RISCOS BIOLÓGICOS ............................................................................................ 11
2.1.6) DESRESPEITO DOR PRINCIPIOS ERGONÓMICOS ................................................. 11
2.1.6) RISCO DE INCÊNDIO............................................................................................. 11
2.2) RISCO EXTERNOS ......................................................................................................... 12
2.2.1) SISMO .................................................................................................................. 12
2.2.2) TROVOADA .......................................................................................................... 12
2.2.3) AMEAÇA DE BOMBA ........................................................................................... 12
3) MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO ........................................................................................... 13
3.1) UTILIZAÇÃO - TIPO....................................................................................................... 13
3.2) CATEGORIA DE RISCO .................................................................................................. 13
3.3) MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO EXIGÍVEIS ................................................................... 14
4) LEVANTAMENTO DE MEIOS E RECURSOS .......................................................................... 16
4.1) EQUIPAMENTOS DE 1ª INTERVENÇÃO ........................................................................ 16
4.2) SISTEMA DE ILUMINAÇÃO E SINALIZAÇÃO ................................................................. 16
4.3) MEIOS DE DETEÇÃO, ALARME E ALERTA ..................................................................... 16
4.4) MEIOS AUTOMÁTICOS DE DETENÇÃO E EXTINÇÃO .................................................... 17
5) PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO (PEI) ............................................................................ 18
5.1) ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA.................................................................................. 18
5.2) PLANO DE AÇÃO .......................................................................................................... 19
5.3) PLANO DE EVACUAÇÃO ............................................................................................... 21

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Plano de Emergência Interno

ÍNDICE DE FÍGURAS

Figura 1 - Alçado principal do Edifício .............................................................................. 5


Figura 2 - Imagem Satélite da Localização do Estabelecimento ...................................... 6
Figura 3 - Planta do Estabelecimento ............................................................................... 7
Figura 4 - Quadro VII, do Anexo II, da Lei 123/2019 ...................................................... 13
Figura 5 - Quadro XXXIX, Artº 198, Portaria 135/2020 .................................................. 15
Figura 6 - Quadro XXXVI, Artº125, Portaria 135/2020 ................................................... 17
Figura 7 - Quadro XXXVIII, Artº194, Portaria 135/2020 ................................................. 18
Figura 8 - Planta de evacuação em caso de emergência................................................ 22

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Plano de Emergência Interno

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Identificação da Empresa................................................................................. 5


Tabela 2 - Números de Emergência.................................................................................. 6
Tabela 3 - Identificação dos Funcionários ........................................................................ 7
Tabela 4 - Descrição das funções do responsável de segurança.................................... 19
Tabela 5 - Procedimento a seguir em caso de acidente mecânico ................................ 19
Tabela 6 - Procedimento a seguir em caso de acidente elétrico ................................... 20
Tabela 7 - Procedimento a seguir em caso de acidente físico ....................................... 20
Tabela 8 - Procedimento a seguir em caso de acidente químico................................... 20
Tabela 9 - Procedimento a seguir em caso de acidente biológico ................................. 20
Tabela 10 - Procedimento a seguir em caso de acidente por desrespeito dos princípios
ergonómicos ................................................................................................................... 21
Tabela 11 - Procedimento a seguir em caso de incêndio ............................................... 21

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Plano de Emergência Interno

INTRODUÇÃO

O Plano de Emergência Interno define um conjunto de normas e procedimentos


que definem uma gestão otimizada dos meios humanos e materiais, sendo
simultaneamente um instrumento de prevenção e de gestão, pois faz a estimativa os
riscos e estabelece os meios para fazer face a um acidente grave, catástrofe ou
calamidade, que possa colocar em risco a segurança das pessoas, instalações ou do meio
ambiente.

O plano de emergência interno (PEI) representa uma referência a seguir numa


eventual situação de emergência. Este plano pressupõem a colaboração de toda a
equipa de trabalho que deverá estar informada e formada para a tarefa que lhe está
atribuída.

A elaboração de um PEI deve ter como ponto de partida uma análise prévia que,
em conjunto com a estrutura interna de segurança, constituem um conjunto de etapas,
indispensáveis à sua operacionalidade, em qualquer situação de emergência:

 Caracterização do espaço;
 Estimativa dos riscos;
 Identificação de meios e recursos disponíveis;
 Plano de ação;
 Plano de evacuação;
 Instruções de segurança.

A Lei nº 123/2019 de 18 de Outubro que altera o Decreto-Lei nº 220/2008 de 12


de Novembro - Regime jurídico da segurança contra incêndio em edifícios (SCIE),
engloba as disposições regulamentares de segurança contra incêndio aplicáveis a todos
os edifícios. Estes encontram-se classificados por doze utilizações tipo. A cada utilização
tipo corresponde uma categoria de risco, numa escala de 1 a 4, sendo a 1ª categoria de
risco a menos gravosa e a 4ª a de maior perigosidade.

A Portaria 135/2020 de 2 de Junho, que altera a Portaria 1532/2008 de 29 de


Dezembro – estabelece as condições de SCIE a que devem obedecer a instalação e a
exploração dos recintos itinerantes ou provisórios, nomeadamente no que diz respeito
às condições de exteriores comuns, comportamento ao fogo, isolamento e proteção,
evacuação, instalações técnicas, equipamentos e sistemas de segurança, e medidas de
autoproteção.

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Plano de Emergência Interno

1) CARACTERÍSTICAS DO ESTABELECIMENTO

1.1) IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO

O talho Manuel Diogo Leite e Herdeiros é um estabelecimento de venda ao


público, de carnes verdes e fumeiro artesanal. A confeção dos produtos de fumeiro é
feito localmente. Este estabelecimento comercial já está em funcionamento há largos
anos, passando por várias gerações, sempre dentro do mesmo agregado familiar.
Tabela 1 - Identificação da Empresa

Identificação da empresa
Nome do estabelecimento Talho Manuel Diogo Leite e Herdeiros
Morada Rua Dr. Joaquim Manuel da Costa, nº 65
Código Postal 4420 – 438
Concelho Gondomar
Freguesia Valbom
Telefone 224830037
Responsável José Leite

Este espaço está inserido numa habitação unifamiliar de 2 pisos mais águas
furtadas. No piso R/C está dividido para uso habitacional e para o estabelecimento
comercial. A altura total do edifício é de 11,25 metros, tendo o R/C uma altura de piso a
piso de 4,05 metros, o 1º andar uma altura piso a piso de 3,90 metros e as águas furtadas
um altura de 3,30 metros.

Figura 1 - Alçado principal do Edifício

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Plano de Emergência Interno

O estabelecimento está muito bem situado, pois está localizado numa das
principais estradas da freguesia de Valbom, e está relativamente próximo do centro da
cidade. Perto do posto da PSP, CTT correios e Junta de Freguesia. Tem transporte público
à porta, com paragem a 10 metros da entrada do estabelecimento.

Figura 2 - Imagem Satélite da Localização do Estabelecimento

As entidades a contactar para que seja prestado auxílio externo, numa situação
de emergência encontram-se na seguinte tabela.

Tabela 2 - Números de Emergência

Distância ao Tempo estimado


Entidade Nº de Telefone
estabelecimento do percurso
Número Nacional de
112 - -
Emergência
Bombeiros Voluntários
224830041 1,8 km 6 min
de Valbom
PSP 224664000 450 m 1 min
Centro de Saúde de
224664790 1,1 km 3 min
Valbom
Hospital Escola
222455455 1,3 km 4 min
Fernando Pessoa
Hospital S. António
222077500 6,7 km 22 min
(Porto)

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Plano de Emergência Interno

O estabelecimento tem diariamente dois funcionários que trabalham em horário


fixo das 9:00H às 19:00H, com intervalo de almoço das 13:00H às 15:00H. O talho tem
horário semanal de terça-feira a sábado.

Tabela 3 - Identificação dos Funcionários

Função Nome
Gerente José Leite
Funcionária Isabel Leite

1.2) DESCRIÇÃO DO ESTABELECIMENTO

Como referido anteriormente, este estabelecimento situa-se no R/C de uma


habitação unifamiliar de 2 pisos mais águas furtadas. Têm uma área de 70 m2 e está
dividido de acordo com a planta a seguir apresentada.

Figura 3 - Planta do Estabelecimento

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Plano de Emergência Interno

O estabelecimento comercial é constituído por 4 espaços e respetivos acessos.

O espaço principal é aquele que tem acesso ao público (zona 1), constituído pelo
único local onde existe acesso do público. Tem uma zona de espera para o público e uma
zona onde os funcionários estão a trabalhar, constituído por 2 bancas de corte de carne,
máquinas de corte e de picar carne, montra frigorífica, balanças e máquina registadora.

O talho tem um espaço de desmanche de carne e fabrico de produtos de fumeiro


(zona 2), constituído por mesa de desossar, balança, arca frigorífica e outros materiais
necessários para os trabalhos lá realizados.

Existe também a zona frigorifica (zona 3) onde são guardados e conservados em


frio os produtos para venda (carne). Este frigorífico já é algo antigo, e funciona por motor
elétrico de potência desconhecida.

Por fim, o fumeiro artesanal (zona 4) composto pela fornalha e reservatório de


lenha. O acesso entre o talho e fumeiro é feito através de um pátio com ligação à
habitação.

1.3) IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS FONTES DE ENERGIA

A fonte de energia existente no estabelecimento é apenas a energia elétrica e


corresponde ao quadro elétrico geral que se localiza no acesso entre a zona de venda
ao público e o frigorífico de conservação de carnes.

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Plano de Emergência Interno

2) ESTIMATIVA DE RISCOS

De modo a elaborar um plano de emergência é necessário identificar todos os


riscos possíveis de acontecer no estabelecimento em estudo ou na envolvente exterior
da mesma, ou seja existem os Riscos Internos e os Riscos Externos (relacionados com o
exterior do edifício e com a localização) que podem acontecer e que precisam de ser
considerados.

2.1) RISCO INTERNOS

Os riscos internos decorrem das próprias instalações, dos materiais existentes no


estabelecimento e da atividade laboral que afetam não só os trabalhadores como os
clientes.

2.1.1) RISCOS MECÂNICOS

Num talho existem vários riscos mecânicos a ter em conta que podem acontecer,
uns com maior frequência que outros, provocando acidentes com gravidade. Neste
estabelecimento com este tipo de atividade é natural existir o risco mecânico de:

 Queda ao mesmo nível – Ao existir um degrau entre a zona de frigorífico e a zona


de venda, quando o trabalhador esta a carregar peças de carne poderá tropeçar
e ter um queda ao mesmo nível.

 Queda de objetos – Quando se trabalha com vários objetos ao mesmo tempo


para o corte de carne é natural que o trabalhador pouse os objetos em locais não
próprios, podendo provocar a sua queda.

 Corte – Num talho os utensílios de trabalho são facas. Estas são cortantes que
podem provocar corte no trabalhador. Na zona de desmanche de peças de carne
o risco de corte é maior, pois o trabalhador está a lidar com peças de grande
dimensão, de difícil manuseamento. Existe também o risco de corte nas
máquinas de corte (fiambre, queijo e outros produtos). Não são máquinas de
nova geração, logo a segurança contra o corte é reduzido.

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Plano de Emergência Interno

 Perfuração – Relacionado um pouco com queda de objetos, o risco de perfuração


é passível de acontecer. O trabalhador está a laborar com objetos perigoso que
podem provocar lesões no corpo. No talho existem ganchos onde se pendura as
peças de carne. Estes ganchos são algo perigosos e podem provocar perfuração,
principalmente na mão do trabalhador, caso aconteça algum imprevisto quando
este está a elevar as peças de carne de grandes dimensões para as pendurar.

 Entalamento – Ao utilizar a máquina de picar carne existe sempre o risco de


entalamento dos dedos. Apesar de ser algo com uma probabilidade reduzida de
acontecer, é um risco que se deve ter em conta.

2.1.2) RISCOS ELÉCTRICOS

A eletrização poderá ocorrer quando uma pessoa contacta com corrente elétrica.
Este risco é influenciado pelo estado de conservação da rede elétrica interna do espaço
e estado dos equipamentos que são utilizados diariamente.

Neste estabelecimento existem várias máquinas elétricas. Desde as máquinas de


corte (fiambre, queijo e outros produtos), máquina de picar carne, montra frigorífica
onde está exposta a carne para venda. O risco elétrico será por contacto indireto.

2.1.3) RISCOS FÍSICOS

Num talho, por ser uma atividade em que é necessário existir conservação a frio,
existe constantemente contacto com zonas que estão com temperatura próxima dos
zero graus. O risco físico de temperatura baixa é constante, não havendo muito a fazer
quanto à proteção do trabalhador a estas temperaturas. Como o trabalhador não
trabalha diretamente na zona fria, só lá entra para pegar ou armazenar novamente os
produtos depois de os manusear na zona de venda, a utilização de proteção para
temperaturas baixas não será muito relevante. Caso exista, o trabalhador quase nunca
a utilizará.

Na zona de fumeiro, como se está a utilizar fogo para produzir fumo, existe o
risco de queimadura por contacto com temperaturas altas.

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Plano de Emergência Interno

2.1.4) RISCOS QUÍMICOS

Neste estabelecimento existe o risco químico de inalação de fumos quando o


trabalhador está a produzir produtos de fumeiro artesanal. É necessário referir que
existe o risco químico por produtos sólidos, por inalação de fumos proveniente da
madeira a arder.

2.1.5) RISCOS BIOLÓGICOS

Nas atividades onde a matéria-prima utilizada é a carne de animal, existe sempre


o risco de contágio por contacto. Normalmente a carne, antes de ser transportada para
um talho, é inspecionada de modo a verificar se o produto está em conformidade com
as normas de higiene alimentar. Sendo pouco provável de existir, poderá haver o risco
biológico por bactérias existente na carne animal.

2.1.6) DESRESPEITO DOR PRINCIPIOS ERGONÓMICOS

Relacionado com a própria atividade, num talho o desrespeito dos princípios


ergonómicos deverá ser o risco com maior impacto ao nível das doenças profissionais.

O transporte manual de cargas com peso elevado é constante. Neste


estabelecimento o transporte das peças de carne de grandes dimensões nunca é
realizada com qualquer tipo de ajuda. O trabalhador coloca a peça ao ombro para a
transportar.

Os trabalhadores passam a maior parte do tempo de pé. Nos dias com mais
trabalho, os funcionários passam as 8 horas de trabalho, em pé. Só têm a pausa para
almoço para poderem descansar.

A postura dos funcionários no local trabalho poderá ser outro risco a ter em
conta. O manuseamento de carnes não é fácil, provocando lesões no corpo,
principalmente na zona das costas.

2.1.6) RISCO DE INCÊNDIO

O local mais propícios a risco de incêndio e/ou explosão será a área de confeção
de alimentos com a utilização de fumo. Sendo um local onde a utilização de fogo é
constante, a zona de fumeiro será aquela onde a probabilidade de incêndio é maior.

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Plano de Emergência Interno

Um curto-circuito também são causa habitual de incêndio, sendo necessário ter


especial atenção aos equipamentos que estão ligados à corrente elétrica e à localização
das instalações elétricas. Neste estabelecimento haverá um maior risco de incêndio por
curto-circuito no motor elétrico do frigorífico. Apesar de ter a manutenção em dia, é um
equipamento já com algum tempo, de constante utilização.

2.2) RISCO EXTERNOS

Os riscos externos serão aqueles a que os trabalhadores e clientes do


estabelecimento estarão expostos com origem externa, como atividade sísmica,
condições atmosféricas adversas, ocorrência de incêndio no prédio no qual o
estabelecimento está inserido. Os riscos externos são classificados como riscos de
origem natural.

2.2.1) SISMO

Geograficamente, o lugar onde este estabelecimento se localiza não apresenta


historial sísmico preocupante. Mas sendo um risco de origem natural e imprevisível,
consideramos a possibilidade da sua ocorrência.

A possível ocorrência de um sismo poderá provocar diversas dificuldades,


nomeadamente a queda de objetos, surgimento de incêndio ou explosão, obstrução de
vias de passagem, falha elétrica e ferimentos variados para as pessoas que se encontrem
dentro das instalações.

2.2.2) TROVOADA

Apesar de no inverno poder ser mais frequente ocorrer precipitação com


trovoada, o estabelecimento está localizado numa zona não muito fustigada por
tempestades de trovoadas. Nesta situação a consequência mais usual é a falha de
energia. Contudo, a inexistência de meios de proteção contra trovoadas no edifício, leva
à existência do risco de incêndio por curto-circuito devido a alguma descarga que possa
ocorrer.

2.2.3) AMEAÇA DE BOMBA

A ameaça de bomba é de ocorrência quase nula na zona, mas deve ser


contemplada pois poderá causar danos demasiado graves.

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Plano de Emergência Interno

3) MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO

As medidas de autoproteção exigíveis dependem da utilização-tipo e da


categoria de risco.

3.1) UTILIZAÇÃO - TIPO

De acordo com a Lei nº 123/2019 de 18 de Outubro que altera o Decreto-Lei


nº 220/2008 de 12 de Novembro, o artigo 8º define as utilizações tipo de edifícios e
recintos. Pelo tipo de atividade é possível concluir que este estabelecimento é uma
UT VIII (Comerciais e gares de transportes).

3.2) CATEGORIA DE RISCO

De acordo com a Lei nº 123/2019 de 18 de Outubro que altera o Decreto-Lei


nº 220/2008 de 12 de Novembro, o artigo 12º define as categorias e fatores de risco.
Este artigo remete a classificação para o anexo III da respetiva lei, onde se utiliza o
seguinte quadro para a utilização tipo definida anteriormente para o estabelecimento
em estudo.

Figura 4 - Quadro VII, do Anexo II, da Lei 123/2019

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Plano de Emergência Interno

Sendo a altura do edifício de 7,95 metros, pois temos de adotar a altura do chão
do último piso ao plano de referência, pelo número de pisos abaixo do plano de
referência e pelo efetivo*, é possível concluir esta UT VII é de 1ª categoria de risco.

*Efetivo = 16 x 0,20 + 2 = 4.32 = 5, sendo 16 m2 a área utilizada pelos clientes;


0,20 o índice pessoas/m2 referente a local de venda com baixa ocupação de público; 2 o
número de funcionários.

3.3) MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO EXIGÍVEIS

De acordo com a Lei nº 123/2019 de 18 de Outubro que altera o Decreto-Lei


nº 220/2008 de 12 de novembro, o artigo 21º, “a autoproteção e a gestão de segurança
contra incêndio em edifícios e recintos, durante a exploração ou utilização dos mesmos,
baseiam -se nas seguintes medidas:

 Medidas preventivas, que tomam a forma de procedimentos de


prevenção ou planos de prevenção, conforme a categoria de risco;
 Medidas de intervenção em caso de incêndio, que tomam a forma de
procedimentos de emergência ou de planos de emergência interno,
conforme a categoria de risco;
 Registo de segurança onde devem constar os relatórios de vistoria ou
inspeção, e relação de todas as ações de manutenção e ocorrências direta
ou indiretamente relacionadas com a SCIE;
 Formação em SCIE, sob a forma de ações destinadas a todos os
funcionários e colaboradores das entidades exploradoras, ou de formação
específica, destinada aos delegados de segurança e outros elementos que
lidam com situações de maior risco de incêndio;
 Simulacros para teste das medidas de autoproteção e treino dos
ocupantes com vista à criação de rotinas de comportamento e
aperfeiçoamento de procedimentos.”

A Portaria 135/2020 de 2 de Junho, que altera a Portaria 1532/2008 de 29 de


Dezembro, o artigo 198º apresenta um quadro resumo das medidas de autoproteção a
adotar para cada UT e categoria de risco.

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Plano de Emergência Interno

Figura 5 - Quadro XXXIX, Artº 198, Portaria 135/2020

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Plano de Emergência Interno

4) LEVANTAMENTO DE MEIOS E RECURSOS

4.1) EQUIPAMENTOS DE 1ª INTERVENÇÃO

Relativamente aos equipamentos de 1ª categoria para este tipo de espaço


comercial deve sempre existir 2 extintores. Neste estabelecimento existe apenas um
extintor de CO2 de 5 kg, localizado na zona de acesso (corredor), junto ao frigorífico.

O risco de incêndio no interior do estabelecimento é de natureza elétrica, por


isso o agente utilizado como extintor (dióxido de carbono) é o agente indicado para
fogos desta categoria e o mais eficaz na remoção do oxigénio do fogo. O extintor
encontra-se em boas condições de funcionamento, colocado na parede devidamente
sinalizado e desobstruído. O extintor deve ser ainda alvo de inspeção, manutenção
periodicamente.

Para a zona de fumeiro existe apenas uma fonte de água (torneira) com
mangueira incorporada. Visto ser necessário a inclusão de mais 1 extintor, será o local
mais apropriado para colocar o segundo equipamento de intervenção.

4.2) SISTEMA DE ILUMINAÇÃO E SINALIZAÇÃO

A iluminação deste estabelecimento é maioritariamente feita por luz natural e


por alguns focos de luz artificial, garantindo assim uma luminosidade adequada à
evacuação do espaço em caso de emergência. Não possui sinalização de emergência. No
estabelecimento não existe planta de emergência nem sinalização com indicação de
saída, apesar de ser de fácil entendimento para os clientes e funcionários qual o local de
acesso ao exterior em caso de incêndio.

4.3) MEIOS DE DETEÇÃO, ALARME E ALERTA

Consideram-se meios e recursos os equipamentos existentes num determinado


local e que, numa situação de emergência, permitam as pessoas que lá estão a intervir
de modo a minimizar os efeitos dos acidentes que eventualmente se venham a produzir.

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Plano de Emergência Interno

Segundo a Portaria 135/2020 de 2 de Junho, que altera a Portaria 1532/2008 de


29 de Dezembro, o artigo 198º, “as utilizações -tipo III, VIII, IX e X devem ser dotadas de
instalações de alarme da configuração 1, quando forem da 1.ª categoria de risco, e da
configuração 3, nos restantes casos.” No artigo 125º refere que para efeitos de conceção
dos sistemas de alarme são consideradas as três configurações indicadas seguinte
quadro:

Figura 6 - Quadro XXXVI, Artº125, Portaria 135/2020

No estabelecimento em causa não dispõe de qualquer tipo de instalação alarme


contra incendio. Como estamos perante um estabelecimento já com alguns anos, nunca
o proprietário foi chamado à atenção quanto à ausência de sistema de alarme. O único
meio existente de alerta é a utilização do telefone para informar os bombeiros em caso
de emergência.

4.4) MEIOS AUTOMÁTICOS DE DETENÇÃO E EXTINÇÃO

Não existem meios automáticos de detenção e extinção de incêndio no


estabelecimento. Neste tipo de espaço, sendo de 1ª categoria de risco, não é obrigatório
a existência deste tipo de meios.

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Plano de Emergência Interno

5) PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO (PEI)

A realização de um Plano de Emergência Interno não é uma das medidas de


autoproteção previstas para a Utilização tipo VIII de 1ª categoria de risco, como
identificado na alínea 3.3) deste documento. O PEI consiste num documento que
contém todos os passos que devem ser cumpridos em caso de emergência. De incluir os
seguintes itens:

 Definição da organização a adotar em caso de emergência;


 Organização das entidades (internas e externas) a contactar em situação
de emergência;
 Plano de ação;
 Plano de evacuação;
 Instruções de segurança;
 Planta de emergência.

5.1) ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA

De acordo com o artigo 194º da Portaria 135/2020 de 2 de Junho, que altera a


Portaria 1532/2008 de 29 de Dezembro, o responsável pela segurança contra incêndio
perante a entidade competente é a pessoa individual ou coletivo, conforme se indica o
seguinte quadro:

Figura 7 - Quadro XXXVIII, Artº194, Portaria 135/2020

O responsável pela segurança, no caso o gerente da unidade comercial, será


aquele que terá de exercer todas as funções exigidas numa situação de emergência.
Neste estabelecimento, o gerente é também o funcionário que exerce funções com o
nível de risco mais elevado. Em situações de alguma gravidade e, sendo um local onde
só trabalham 2 pessoas, ambos os funcionários estão informados de todos os
procedimentos a tomar em caso de emergência.

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Plano de Emergência Interno

Tabela 4 - Descrição das funções do responsável de segurança

Funções do Responsável de
Descrição
Segurança
Após a deteção de situação de risco, o responsável de
segurança deverá proceder à ativação do alarme. Este deverá
Ativar alarme e alerta ser sonoro e luminoso, e deverá dar a conhecer a todos os que
estão dentro do estabelecimento, que está a ocorrer uma
situação de emergência.
Após a ativação dos meios de alarme e alerta, o responsável de
segurança prosseguirá com a ativação do plano de emergência:
Ativar plano de emergência
ação e evacuação. Se necessário deverá desligar o quadro
elétrico.
O responsável deverá, em função da situação de emergência,
Ativar meios de primeira
decidir quais os meios de intervenção imediata a utilizar
intervenção
(extintores).
O responsável deverá proceder com a evacuação de todas as
Ativar meios de evacuação pessoas que estão dentro das instalações, caso seja necessário
e o mais seguro a fazer.
Proceder ao contacto com os meios de emergência assim que
Contactar meios de emergência possível; se não for possível utilizar meios de primeira
intervenção, evacuar e aguardar fora das instalações.

5.2) PLANO DE AÇÃO

Ao ocorrer um acidente, é necessário fazer uma correta avaliação do evento,


identificando as potenciais causas do mesmo, para que a intervenção em termos de
emergência seja mais eficaz. A presença no estabelecimento de procedimentos a adotar
em caso de emergência facilita a atuação do responsável de segurança e ainda ajuda a
evitar situações de pânico uma vez que as pessoas estão informadas.

Para cada tipo de risco identificado no ponto 2) deste documento serão


apresentados os procedimentos necessários a realizar em caso de acidente/emergência:

 Em caso de acidente de trabalho por risco mecânico


Tabela 5 - Procedimento a seguir em caso de acidente mecânico

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Em caso de acidente ligeiro, alcançar a caixa de primeiros socorros;
Em caso de acidente grave, contactar INEM;
Não tocar nem dar de beber à vitima.

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Plano de Emergência Interno

 Em caso de acidente de trabalho por risco elétrico


Tabela 6 - Procedimento a seguir em caso de acidente elétrico

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Proceder ao corte geral de energia;
Não tocar na vítima;
Evacuar o local exceto a vítima;
Contactar INEM;
Não dar de beber ou comer à vitima.

 Em caso de acidente de trabalho por risco físico


Tabela 7 - Procedimento a seguir em caso de acidente físico

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Contactar INEM ou Saúde 24.

 Em caso de acidente de trabalho por risco químico


Tabela 8 - Procedimento a seguir em caso de acidente químico

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Contactar INEM;
Arejar o local;

 Em caso de acidente de trabalho por risco biológico


Tabela 9 - Procedimento a seguir em caso de acidente biológico

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Contactar INEM ou Saúde 24;
Evitar o contacto com outras pessoas.

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Plano de Emergência Interno

 Em caso de acidente de trabalho por desrespeito dos princípios


ergonómicos
Tabela 10 - Procedimento a seguir em caso de acidente por desrespeito dos princípios ergonómicos

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Contactar INEM ou Saúde 24.

 Em caso de acidente de trabalho por risco incêndio


Tabela 11 - Procedimento a seguir em caso de incêndio

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Evacuar estabelecimento;
Contactar bombeiros;
Identificar fonte de incêndio;
Utilizar meios de 1ª intervenção - extintor disponível;
Caso o incêndio não se extinga, abandonar o local de imediato;
Deslocar-se baixado para evitar inalação de fumos;
Se for possível, proceder ao corte de energia no quadro geral ao sair do estabelecimento;
Aguardar pela ação dos bombeiros.

5.3) PLANO DE EVACUAÇÃO

Procede-se com a evacuação do estabelecimento, se existirem condições nas


quais já não é seguro permanecer dentro do estabelecimento ou para afastar pessoas
de possíveis fontes de acidente ou acidentados. A evacuação consiste em retirar todos
os funcionários e clientes do estabelecimento colocando-os todos numa situação
segura.

De forma geral, devem-se seguir os seguintes pressupostos:

1. Ao ouvir alarme de evacuação, dirigir-se de forma calma e ordeira para a


saída do estabelecimento;
2. Seguir as instruções do responsável de segurança;
3. Assistir todas as pessoas quando necessário (ocupantes com mobilidade
reduzida ou ocupantes acidentados);

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Plano de Emergência Interno

4. Não utilizar elevadores e sim as escadas de emergência (caso haja);


5. Na presença de fumo deslocar-se em posição baixa;
6. Aguardar por ajuda das equipas especializadas.

Na figura 8 está representada a planta de emergência com a devida sinalização


e marcação do plano de evacuação. Esta deve estar afixada no estabelecimento num
local com boa visibilidade.

Em caso de emergência o caminho de evacuação será sempre o mais curto e


direto, levando todos os ocupantes do espaço para o exterior, para um local seguro. Na
planta de emergência está identificada a porta central como a porta de saída em caso
de emergência, pois é aquela que está aberta de forma permanente quando o
estabelecimento está em funcionamento.

Figura 8 - Planta de evacuação em caso de emergência

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