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Centro Universitário
Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo
Paripiranga
2021
JOSÉ ROBSON DOS ANJOS LIMA
Paripiranga
2021
JOSÉ ROBSON DOS ANJOS LIMA
BANCA EXAMINADORA
Buildings deteriorate due to the course of time, vandalism, or even maintenance issues
in urban equipment. Regarding Municipal Markets, the inefficiency of public policies is
added, so this research seeks to present the proposal of an architectural draft to
promote the restructuring of the Municipal Market of Paripiranga-BA, bearing in mind
the adaptations to the current accessibility standards - NBR 9050/2020 – and the
regulations proposed by the National Health Surveillance Agency (ANVISA). This
proposition aims to provide greater dynamism and more frequent use of the proposed
market, which will offer spaces that contemplate not only basic functions, but also
cultural, gastronomic events, traveling fairs and leisure; in short, a multifunctional
space, safe and accessible to everyone. Therefore, it was necessary to know the
dynamic functioning of the aforementioned market, adapt existing buildings to current
standards, considering the budgetary issues that meet the local citizens’ needs and
make them viable to economic ideals with the proposal of generating employability.
Consequently, the following procedures were carried out: a qualitative, observatory
survey, with the purpose of analyzing the architectural and functional quality of the
referred market; review of Anvisa's legislation and other applicable and necessary
standards; observation of the environment in order to diagnose infrastructure
problems, functioning and surroundings of the construction; the sampling research,
carried out with inhabitants of the city of Paripiranga and surrounding cities; and, finally,
a questionnaire with the person responsible for the sector of the City Hall of
Paripiranga, this with a more technical content. Thus, the objective of this study is to
develop a program of needs with adjustments that meet the requirements of urban
equipment regarding the sustainable aspects, accessibility and that in the future will
be approved by the proper authorities, in the handling and storage appropriate for
commercialized foods. Thus, it will bring improvement features for the local population,
meeting the three pillars that supported the project: structured sales spaces that
encourage employment and income, offer healthy food and urban sociability, which will
involve society to exchange experiences and culture.
LISTA DE IMAGENS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE SIGLAS
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 17
2. O MERCADO ................................................................................................. 22
2.1. Breve histórico dos mercados ................................................................... 22
2.2. Definição e classificação dos mercados ................................................... 35
2.3. Mercado: espaço público ou privado ........................................................ 39
2.4. O mercado como expressão cultural ........................................................ 40
2.5. O mercado, suas normas e legislações .................................................... 42
2.5.1. ANVISA ..................................................................................................... 44
2.5.2. Legislação Municipal ................................................................................. 49
2.6. Diretrizes e recomendações ..................................................................... 53
2.6.1. Fluxo .........................................................................................................53
2.6.2. Câmara fria ............................................................................................... 56
2.6.3. Princínpios de sutentabilidade .................................................................. 57
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 115
APÊNDICE...............................................................................................................119
ANEXOS..................................................................................................................130
17
1. INTRODUÇÃO
2. O MERCADO
Figura 4 - Visão a partir da Várzea do Carmo (atual Parque Dom Pedro II).
Fonte: Vincenzo Pastore / Acervo IMS.
Figura 6 - Planta do Rio de Janeiro com destaque para as novas avenidas propostas à época
Fonte: Acervo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
1 https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo.html?id=432158&view=detalhes
33
concorrência para sua reforma e ampliação, a única lançada foi dos engenheiros
Filinto Santoro e Fila Passos. Com o tempo, o Mercado Modelo tornou-se uma
referência cultural para a cidade e inspiração para escritores, pintores e outros artistas
locais.
Em 1917, o mercado sofreu seu primeiro incêndio e foi parcialmente danificado.
Em 1922, o segundo incêndio destruiu grande parte de sua estrutura. No terceiro
incêndio, em 1943, foi parcialmente danificado. Em 1º de agosto de 1969, o último
incêndio destruiu completamente o antigo Mercado Modelo, (Figura 10).
A ágora grega (Figura 12), espaço fechado por edifícios, inicialmente, teve
como função as relações comerciais e encontros públicos. Segundo Kato (1993)
quanto maior a monumentalidade dos edifícios, mais isolava o espaço aberto do
entorno urbano. A ágora tinha um formato em U e rodeada de colunatas em três lados
fazendo integração com o entorno urbano por um dos lados, fazia parte do conceito
grego de cidades. Posterior, esse conceito foi perdido com a influência romana.
Segundo Durand apud Tavares Filho (2005), a definição de tipo está
relacionada com o todo, em suma, é a combinação dos elementos construtivos com
um grau de semelhança, tais como varandas, ornamentos, pilares, holls, escadas,
colunas, dentre outros.
Para melhor definição quanto ao tipo, Argan apud Tavares Filho (2005), agrupa
em três categorias: o primeiro tipo, baseado nas configurações gerais das edificações,
quando o edifício for implantado no centro ou longitudinalmente; o segundo tipo,
quando observados os elementos construtivos, coberturas planas ou em cúpula; o
terceiro tipo, identificado pelos elementos ornamentais, conferido às colunas e
elementos decorativos. Essa forma de simplificar quanto a classificação, não pode ser
reduzida além do tipo.
Nesse contexto, na (Figura 13) trata-se de um dos tipos construtivos para
mercados fechado com pátio interno aberto, o segundo tipo, suas características são:
planta retangular simétrica, com pátio interno aberto composto por arcadas, esta
abriga os boxes/lojas e uma cobertura por todo o perímetro interno, reservando o
espaço para passagem de carros. São prédios construídos na metade do século XIX,
lembrando um átrio romano.
37
Esses espaços são construídos com uma função e acabam atraindo outros
públicos descompromissados, e é isso que pode tornar um edifício tão
atraente. Ou seja, uma função principal para o edifício existir é necessária,
mas é precisamente a combinação de no mínimo duas funções que cria o
ambiente do lugar (DE BOER, 1993, p.10 apud VARGAS).
Vargas (2018) comenta da importância dos locais de troca, seu papel não estava
expresso apenas na economia, mas na vida social. Tal fato é intensificado quando se
considera o abastecimento da população como serviço social.
A feira, advento que trilha lado a lado com mercado, está tomada de um valor
cultural para seus frequentadores, sejam eles consumidores ou comerciantes. Tal fato
está associado ao ambiente como ponto de encontro onde os usuários fortalecem e
mantêm a proximidade e sociabilidade na base da confiança.
2Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma entidade privada brasileira de
serviço social, sem fins lucrativos, criada em 1972.
43
3 Resolução que dispõe sobre os padrões microbiológicos de alimentos e sua aplicação. No uso da
atribuição que lhe confere o art. 15, III e IV, aliado ao art. 7º, III e IV, da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro
de 1999, e ao art. 53, V, §§ 1º e 3º do Regimento Interno aprovado pela Resolução da Diretoria
Colegiada - RDC n° 255, de 10 de dezembro de 2018, resolve adotar a seguinte Resolução da Diretoria
Colegiada, conforme deliberado em reunião realizada em 17 de dezembro de 2019, que o Diretor-
Presidente Substituto determinou a sua publicação.
44
2.5.1. ANVISA
Já nas ações das NRSs, são as mesmas, porém, limitada aos municípios. Ao
nível municipal é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde, as atividades
de controle de riscos à saúde com base epidemiológica.
Na Bahia, o sistema de vigilância sanitária é coordenado pela DIVISA (Diretoria
de Vigilância Sanitária e Higiene Ambiental), órgão fiscalizador de vigilância e
proteção à saúde SUVISA da Secretaria Nacional de Saúde SESAB.
A DIVISA, sinaliza que entre os pré-requisitos essenciais para o funcionamento
de um açougue estão: balcão refrigerado, pisos e paredes revestidos com material
liso impermeável (podem ser ladrilhos cerâmicos ou tinta lavável), uniformes claros,
chapéus, máscaras, ganchos de aço inoxidável e a área frigorifica com temperatura
inferior a 16º.
O Decreto nº 9.013/17 que regulamenta a lei 1.283/50 e 7.889/89 trata de
inspeções industriais e sanitárias de produtos de origem animal. De acordo com o Art.
41, está proibido o funcionamento de estabelecimentos sem as devidas instalações e
equipamentos para realizar as atividades pré-definidas conforme o projeto aprovado
pelo órgão fiscalizador, como: dimensões mínimas, equipamentos diversos e
utensílios de acordo com a função de cada estabelecimento.
O estabelecimento que comercializa produtos de origem animal deve ter as
seguintes condições básicas e respeitar as normas técnicas aplicáveis, e não deve
afetar outras normas estabelecidas nas especificações complementares:
➢ O empreendimento deve ser localizado afastado de fontes de odor e poluentes;
➢ O terreno conter uma área suficiente para circulação de veículos;
➢ Conter dependências para armazenagem de produtos químicos e substâncias
utilizadas no controle de roedores e pragas;
➢ Desenvolver um fluxo organizado, sem interferências e prevenir ações
contaminantes cruzadas;
➢ Paredes de vedação com revestimentos ou impermeabilizadas para facilitar a
higienização;
➢ Pé-direito com altura adequada que comportem os equipamentos necessários
à atividade;
➢ As dependências dos ambientes de recepção, manuseio deve conter forro;
➢ Piso com inclinação adequada para facilitar a drenagem e higienização com
ralos sifonados;
46
O desenho urbano deve considerar não só seu objeto em si, mas suas
correlações com outros objetos, sabendo-se que as formas de seus edifícios
influenciarão nas formas dos edifícios adjacentes. Não se pode negligenciar
esse princípio dado ao risco de falência. Ao contrário, é preciso ligar beleza,
utilidade e durabilidade para o sucesso de projetos de grandes aglomerações
urbanas. Nesse sentido, o princípio da ordem na cidade está relacionado com
os meios que o povo percebe, lê ou compreende seu ambiente, identificando
um padrão coerente, donde a necessidade de se projetar uma imagem forte
da cidade, como também de seu papel social. Portanto, a imagem e a
percepção podem ser obtidas a partir de elementos como caminhos, margens
(limites), distritos, nós e marcos urbanos. (Romero 2003 p.91).
reduzida5 ou deficientes. Sua criação se deu para orientar como proceder adequações
de acessibilidade nas construções, mas seu enfoque está nas edificações urbanas e
públicas. Algumas diretrizes regidas por essa Norma são: sinalizações; dimensão de
banheiros; circulações adequadas; pisos apropriados; sinalizações em braile; vagas
de estacionamentos acessíveis e rampas com inclinações adequadas. A aplicação
desses requisitos em projetos arquitetônicos é de extrema importância para incluir
pessoas, independentemente de sua condição física, e garantir o direito de ir e vir com
a eliminação de barreira arquitetônicas.
Outro aspecto bastante considerado na arquitetura, atualmente, é a
sustentabilidade, já que o ser humano vive em meio a destruição ambiental que cresce
substancialmente a cada ano. Assim, olhar a redução do impacto ambiental faz com
que a edificação seja vista como um produto melhor elaborado, não só o uso das
condicionastes naturais, como ventilação e iluminação, mas o uso de matérias que
empreguem menos consumo energético, por exemplo.
Segundo Jourda (2013), ao conceber um projeto deve-se pensar, já na fase
dos primeiros estudos, nas melhores soluções de volumetria, orientação solar e a
melhor maneira de implantação no terreno, assim o edifício terá capacidade para
redução na pegada ecológica. Em contrapartida, não se preocupar com essas
diretrizes implicaram na insuficiência do balanço energético da edificação.
2.6.1. Fluxo
3. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS
Tal referência inspira projetos de arquitetura desta natureza pela sua ousadia
na amplitude e ao mesmo tempo remete uma leveza nos traços pelo movimento dado
a cobertura, lembra um tecido ao vento. Outro fato que chama a atenção do
observador é o impacto visual, diferença nítida do antigo e do novo, formando um
diferencial para a região. Conforme ilustrado na (Figura 25):
Como visto na (Figura 26), a cobertura em metal faz parte da intervenção feita
no Mercado de Santa Caterina, os autores do projeto fizeram uma composição de
materiais, os painéis de madeira utilizados para vedação da parte superior trouxeram
uma identidade visual e ao mesmo tempo uma função, o mascaramento da incidência
solar dentro da edificação e a estrutura metálica de suporte em toda cobertura.
Na década de 90, foi criado um novo mercado (Figura 27), o que ampliou as
oportunidades de emprego para artesãos e empresários. Hoje, o mercado central de
Fortaleza é o berço da arte e da cultura em todo o estado do Ceará. A edificação conta
com quatro restaurantes e duas lanchonetes que servem comidas típicas nordestinas.
Com um estilo eclético, foi inaugurado em 1998, assinado pelo arquiteto Luiz
Fiúza, com uma ampliação para 559 boxes, distribuídos em quatro pavimentos. O
estacionamento fica no quinto pavimento. Com essa configuração recebeu o título do
mercado da região Nordeste. Os acessos incorporam escadas, rampas e elevadores,
assim todos têm acesso ao equipamento urbano.
Ao observar a (Figura 28), percebe-se as aberturas para entrada de luz natural
no ambiente construído, sem a incidência direta da luz solar. Esse é um dos
parâmetros utilizado no projeto em desenvolvimento. Desse modo, espera-se uma
iluminação de qualidade, sustentável, isso incide diretamente na economia, reduzindo
os gastos com a conta de luz elétrica fornecida pela concessionária.
65
batida; aberturas pequenas; paredes fora do padrão usual, em sua maioria muito finas;
algumas casas usam argila batida e uma estrutura de madeira fina e irregular; árvores
perto da casa para protegê-las da luz solar; em alguns caso há banheiros e pias fora
da casa.
4.2. Indicadores
Segundo Ferreira (2017), a feira livre tem como registro uma das primeiras
atividades comerciais desenvolvidas no município, (Figura 33). Segundo relatos
coletados pelo autor, um pé de coité7, planta tipicamente nordestina, serviu de marco
inicial do espaço de comercialização. De forma tradicional comercializavam animais
vivos, feijão, milho e frutas, produtos advindos da zona rural.
7Fruto de uma árvore perene que atinge até 16 metros de altura. Apresenta tronco e galhos tortuosos
e uma coloração acinzentada na casca.
73
Confecções 108
Verdura 113
Alimentação em geral 67
Calçados 12
Box mercados dos cereais 82
Box mercado de variedades 53
Box mercado da carne 83
Total de ambulantes cadastrados: 518
Tabela 1 - Quantitativo de ambulantes
Fonte: Elaborado pelo autor – mai/2021
Foi declarado pelo agente que é cobrado uma taxa de R$ 15,76/mês, essa
taxa varia de acordo com a área ocupada. A Prefeitura arrecada um total de R$
8.166,00 mensal (esses dados são referentes a janeiro de 2020). Informações
referentes ao custo de manutenção e funcionários para o funcionamento do mercado
e feira livre, não é repassado ao setor.
4.4.3. Documentação
Toda obra é composta de materiais que tem uma vida útil predeterminada,
alguns com maior tempo de vida, outros reduzido, isso varia de acordo com as
83
crítico, e que a edificação oferta um risco de sinistro a toda população que faz uso da
mesma, por conta disso, orienta-se que, proceda-se a demolição integral do módulo
01 (açougue) conservando apenas os pilares externos que apoiam o telhado (os
mesmos necessitam de manutenção para prolongar sua vida útil), o telhado encontra-
se comprometido com oxidação nas treliças e telhas, as bancas utilizadas para vendas
de carnes estão muito degradadas e fora dos padrões sanitários.
Em relação as manifestações patológicas encontradas na edificação do módulo
02 (o prédio central), destaca-se os banheiros, estes devem ser demolidos, pois a
presença de infiltração, degradação estão bem nítidas e adequações a acessibilidade
em todo o módulo.
No módulo 03 (Figura 40) deve ser refeito a parte interna, pois ainda se utiliza
de bancas de madeiras, todas as paredes de vedação estão sem reboco, o que
diminui a vida útil do bloco e compromete toda edificação.
Para melhor conhecer o perfil do usuário e o que ele pensa a respeito do objeto
de estudo, o Mercado Municipal de Paripiranga, foi aplicado um questionário, um dos
métodos de pesquisa realizado no presente trabalho, este por questões de segurança
em função da pandemia, feito de forma online, utilizando métodos digitais, como o
Google forms para o questionário e o WhatsApp como veículo de comunicação. Antes
de aplicar de forma macro foi realizado com cinco pessoas, de forma experimental,
com o intuito de entender a funcionalidade do questionário e o nível de dificuldade ao
responder as perguntas.
Os gráficos mostrados a seguir apresentam resultados de um questionário
aplicado, de forma macro, em uma amostragem de 100 pessoas, após o feedback dos
primeiros entrevistados obtendo 74 respondidos e 26 não tiveram interesse no
assunto.
Os objetivos das perguntas era pra definir o perfil do consumidor, seu local de
residência, qual o conhecimento acerca do objeto estudado, sua frequência no
espaço. Assim também, como as questões referente ao estacionamento, adaptações
para crianças e pessoas com deficiência, PcD, armazenamento da carne, higiene,
conforto termoacústico, luminotécnico, acessos e quais sugestões dariam para
melhoria do mesmo.
No questionário foram levantadas 30 questões: da 01 a 08, define o perfil do
entrevistado; da 09 a 28, uma avaliação da infraestrutura existente do mercado
municipal e 29 e 30, um espaço individual para levantar outras questões que não
foram abordadas, mas com grande significado para a elaboração do projeto de
intervenção. Contudo para simplificar o resultado será mostrado quatro gráficos a
seguir como demonstrativos e algumas repostas da questão vinte e nove:
86
Gráfico 1
Fonte: Produção do autor
Gráfico 2
Fonte: Produção do autor
87
Gráfico 3
Fonte: Produção do autor
Gráfico 4
Fonte: Produção do autor
88
Por fim, a questão 29 foi deixado em aberto para opinião individual, o qual foi
questionado que ponto (ou tema) não foi abordado e que o entrevistado acredita ser
importante para a melhoria do mercado. Alguns resultados como: pavimentação do
entorno; reforma do mercado para cumprir as necessidades básicas dos feirantes;
vestimenta do pessoal açougue, higienização; acessibilidade; organização dos
espaços de venda destinado para os comerciantes; cursos de formação para os
trabalhadores no mercado municipal e uma área de alimentação para os
trabalhadores e frequentadores do mercado; distribuição das bancadas de forma
higiênica e com espaçamento; melhorar a ambientação, deixar um lugar mais
confortável para visitar.
Sendo assim, entende-se que em termos técnicos os mercados necessitam
de uma reestruturação em todo espaço mercantil para adequações de suas
instalações e entorno, isso também foi observado pelos usuários entrevistados,
mesmo que de forma pessoal, foram sinalizados pontos de melhoria já identificados
em análise técnica realizada pelo autor.
5. PROPOSTA PROJETUAL
ÁREA DO LOTE:
ÁREAS
OBRA BASE ÁREA (m²) CONSEDERADAS
TO IA
OBRAS COMPLEMENTARES
5.5. Volumetria
6. MEMORIAL DESCRITIVO
Para que a ideia seja concretizada, é preciso que haja a integração entre os
três prédios existentes, atualmente separados por ruas. No projeto de intervenção,
essas ruas serão incorporadas, de forma dinâmica, através de coberturas metálicas
composta por pilares e treliças; porém não deixará de servir de circulação. O resultado
será, então, a unificação dos três prédios, tornando-os único.
A primeira rua (entre o açougue e o segundo mercado) sediará as rampas de
acesso ao hortifruti, estas construídas em concreto armado e corrimão de aço
galvanizado. Em um nível abaixo, aproveitando a topografia do terreno, estarão os
banheiros coletivos (masculino, feminino e para pessoas com deficiência – PcD). Para
solução da ventilação destes será utilizado ventilação zenital, por estar abaixo do
segundo nível.
A segunda integração (rua que separa o mercado central com o mercado de
vendas de cereais) será coberta na mesma configuração de materiais da primeira,
102
fazendo a junção entre os dois prédios. Para esse ambiente foi pensado o espaço de
convivência, com bares, restaurantes, cafés, lanchonetes. Assim, atende a uma das
premissas já citadas de proporcionar a relação de sociabilidade urbana em um espaço
típico e agradável.
Ainda, no que diz respeito aos espaços de lazer, o teto do mercado de cereais
será aproveitado para um palco fixo, edificado em estrutura metálica com telhas
termoacústicas e piso em granilite (espaço que comportará os eventos festivos da
cidade). O estacionamento, localizado ao lado do referido mercado, passará a ter
outra função, uma praça de entretenimento para realização das festas tradicionais do
município, a exemplo das festas de São Pedro, Padroeira e a tradicional Festa do
Milho.
Todo projeto foi pensado cuidadosamente para cumprir as premissas de
manipulação e armazenamento dos alimentos. Por isso serão trabalhados ambientes
que atendam às exigências da Anvisa (a exemplo de: uso de refrigeradores, câmara
fria, revestimentos, bancadas, entre outros, foram especificados para a correta
manipulação e armazenamento da carne), isso garante a saúde nutricional dos
alimentos.
No quesito empregabilidade, a proposta de box com equipamentos adequados
para venda de carne, lojas e restaurantes, todos estruturados para atrair novos
investidores do segmento, tanto local como regional, além do aumento na receita do
município através do aluguel e impostos, gera emprego pelo aumento significativo da
exploração da área comercial.
QUANTIDADE AMBIENTE
BANHEIRO MASCULINO
INFRAESTRUTURA E
BANHEIRO FEMININO
BANHEIRO PcD
DEPÓSITO
SERVIÇOS
ADMINISTRAÇÃO
COPA
DEP. DE MATERIAL DE LIMPEZA
VESTIÁRIO
CARGA E DESCARGA
CASA DE LIXO
CÂMARA FRIA
GERADOR
RESERVATÓRIO SUP. E INFERIOR
BOX PARA CARNE BOVINA
BOX PARA CARNE SUÍNA
BOX PARA CARNE DE FRANGO
BOX PARA PEIXES
SETOR DE VENDAS
LOJAS DE CONFECÇÕES
LOJAS DE VARIEDADES
RESTAURANTE
LANCHONETE
BARES
CAFÉ
PALCO
CAMARIM
ESTACIONAMENTO CARROS
ESTACIONA
-MENTO
ESTACIONAMENTO MOTO
ESTACIONAMENTO ÔNIBUS
ESTACIONAMENTO BICICLETA
Tabela 2 - Programa de necessidades
Fonte: Elaborado pelo autor – mar/2021
104
6.3. Setorização
rachaduras e/ou infiltrações agudas. Nesse sentido, a alvenaria em questão não tem
função estrutural, por isso aproveitará em média 85%, para aumentar a vida útil das
paredes existentes, serão rebocadas com argamassa na composição de areia,
cimento e água, impermeabilizada nas áreas sujeitas a infiltrações, com aditivos
apropriados, revestidas com cerâmicas onde for necessário, de acordo com as NBRs,
e demais, receberão camadas de tinta acrílica, especificada posteriormente. O uso
desses materiais tende a ser de baixo custo, comparados a outros existentes e facilita
a higienização dos ambientes.
6.5. Fluxos
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DE BOER, M. Public interiors. In: KLOOS, M. (Org.). Public interiors. Trad. O’ Loughlin
Michael. Amsterdã: Architectura & Natura Press, 1993.
GEHL, Jan. Cidade para pessoas. São Paulo: Editora Perspectiva Ltda, 2010. 262
p.
117
GUILLEN, Isabel Cristina Martins; GRILLO, Maria Ângela de Faria; FARIAS, Rosilene
Gomes. Mercado de São José: Memória e História. 1.ed. Recife: FADURPE, 2010.
LIBÓRIO, Ana Luiza Prata; Gândara Jr. Mercado Municipal de Aracaju: O reforço da
tradição local e o resgate da paisagem urbana do centro histórico. In: Vargas, Heliana.
Intervenções em Centros Urbanos. 3. Barueri-Sp: Manole Ltda, 2015. Cap 8.
MANZONI, Francis. Mercados e feiras livres em São Paulo: 1867-1933. São Paulo:
Edições Sesc São Paulo, 2019.
MELO, Maria C. Lacerda de. A relação dos mercados públicos de São José da Boa
Vista com a Cidade do Recife entre 1820 e 1875. Dissertação de mestrado,
Universidade Federal de Pernambuco, 2011.
APÊNDICE
29- Qual ponto (ou tema) que não foi abordado nesse questionário e você
acredita que seja importante para melhoria do mercado? 36 respostas
1. Fiquei satisfeito
2. Uma câmara fria, serra elétrica
3. Sobre a estética do mercado
4. Todos os pontos em que podem melhorar foram citados, então, no meu ponto de vista,
está ótimo.
5. Não frequento, portanto, não tenho como opinar
6. Acredito que todos pontos necessários foram abordados
7. Valorização dos profissionais que ali trabalham, com melhoria das instalações, linha
de crédito para aquisição de balcão refrigerado.
8. Todos ja foram pontuados
9. Uma boa reforma
10. acho que deveria ter também um bom paisagismo
11. Não há
12. A organização dos vendedores dentro do mercado.
13. Diante do questionario sentir a falta da abordagem acerca da amplitude do
mercado,de forma onde venha dar um melhor suporte aos marchantes e a população
de modo geral que tem acesso ao mesmo.
14. Não frequento o mercado pela má condição que ele oferece. Desde o aspecto físico a
de higiene.
15. Tecnologia
16. Distribuição das bancadas de forma higiênica e com espaçamento.
17. vestimenta do pessokasl açougue, higienização
18. Não sei
19. não há nenhum.
20. Organização dos espaços de venda destinado para os comerciantes
21. Acessos
22. Na minha opinião a higiene ,
23. Quantos dias que você frequenta a feira e por quantas horas
24. Pavimentação ao entorno
129
25. Se o mercado precisa de uma reforma, para cumprir as necessidades básicas dos
feirantes.
26. Aspecto cultural
27. Falta de condições de trabalho para os feirantes que pagam impostos para trabalhar
em péssima condições
28. Cursos de formação para os trabalhadores no mercado municipal e uma área de
alimentação para os trabalhadores e frequentadores do mercado.
29. O tamanho do mercado é pequeno. Então seria interessante a proposta de
crescimento do espaço
30. Uma reforma com um mercado atualizado para atende a sociedade de maneira
satisfatória.
31. Melhorar a ambientação, deixar um lugar mais confortável para visitar, nos dias atuais,
parece uma cena de terror, os marchantes, melados de sangue, as crianças não se
sentem bem.
32. Acessibilidade e higiene
33. Tudo ok
34. Sobre estrutura arquitetônica
35. Nenhum
ANEXOS
Foto 01: Manifestação de pequenas fissuras, aparentemente por dilatação da argamassa. Manchas
de umidade e desgaste por falta de manutenção.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 02: No geral não apresenta manifestações críticas, apenas pequenas fissuras. Manchas de
umidade e de corrosão
Fonte: Acervo próprio – out/2020
131
Fotos 03: Nesse ponto, apresenta Corrosão de armadura mais crítica, manchas de umidade e de
corrosão.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 05: Desgaste rejunte pelo uso e tempo e alguns pontos de infiltrações. Piso interno
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 06: O piso externo em paralelepípedo encontra-se em condições precárias com irregularidades,
abaulamentos e falhas.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
133
Foto 07: Corrosão das treliças, sinais de oxidação. Localizada na cobertura do mercado 01
(açougue).
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 08: Localizada na cobertura do mercado 01 (açougue). Oxidação nas telhas, alguns furos,
amassamentos e a presença de lixiviação.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
134
Foto 08: Localizada no pavilhão central e 03. Sinais de infiltração com a presença de manchas
brancas e mofo.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 09: Laje de coberta localizada no bloco central. Corrosão de armadura e manchas de umidade.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
135
Foto 10: Reservatório inferior. Localizado do lado esquerdo do açougue. Falta de manutenção.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 11: Manifestação localizada no Reservatório superior em laje de cobertura do bloco central,
apresentando sinais de reparação anteriormente realizada. Corrosão de armadura, manchas de
umidade
Fonte: Acervo próprio – out/2020
136
Foto 12: Corrosão de armadura, manchas de umidade localizada nos Banheiros Masc., Fem. E
PcD.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 14: Fiação elétrica exposta e instalada de forma inadequada acarretando risco de curto e
incêndio.
Fonte: Acervo próprio – out/2020
Foto 15: Rampas com inclinação inadequada de acordo com a NBR 9050/2020
Fonte: Acervo próprio – out/2020
138