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210.06 taller total ano 18, nov. 2017

Um projeto de práticas pedagógicas transformadoras


A formação do arquiteto e urbanista no Instituto das Cidades da Unifesp
na Zona Leste de São Paulo
Pedro Fiori Arantes, Wilson Ribeiro dos Santos Júnior e Maria Amélia
Devitte Ferreira D’Azevedo Leite
210.06 taller total
sinopses
como citar

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original: português

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210
Unifesp, Campus Zona Leste, São Paulo 210.00 taller total
Foto divulgação [UNIFESP. Projeto Político Pedagógico do Instituto das Ateliê Total, um olhar
Cidades – Campus Zona Leste, 2014] desde o século 21
Sylvia Adriana Dobry e
Nora Zoila Lamfri
como citar
210.01 taller total
ARANTES, Pedro Fiori; SANTOS JÚNIOR, Wilson Ribeiro dos; LEITE, Maria Amélia Formación y docencia en
Devitte Ferreira D’Azevedo. Um projeto de práticas pedagógicas transformadoras. la Universidad de hoy
A formação do arquiteto e urbanista no Instituto das Cidades da Unifesp na Zona Desafíos y realidades
Leste de São Paulo. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.06, Vitruvius, nov. Roberto Enrique
2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6803>. Gorostidi e Marta
Teresa Risso
A Universidade Federal de São Paulo – Unifesp está construindo um novo
campus destinado ao Instituto das Cidades (IC), localizado na região 210.02 taller total
Leste da cidade de São Paulo, tradicional área da classe trabalhadora Arquicriança
numa iniciativa compartilhada com os movimentos sociais que ali atuam e Estudo a partir das
que estiveram presentes em todas as etapas de implantação do novo Campus crianças moradoras de
Zona Leste, desde a conquista do terreno até a discussão do projeto cortiços e pensões em
pedagógico. Elaborado com forte influência do pensamento do grande São Paulo
educador Paulo Freire, autor da “pedagogia do oprimido” e “educação como Débora Sanches
prática de liberdade” o projeto político pedagógico do IC é baseado no 210.03 taller total
aprendizado por problemas a partir do reconhecimento das dinâmicas e dos La Catedra Gestión y
conflitos urbanos reais, em seus diversos contextos e escalas e irá se Desarrollo de la
desenvolver por meio de práticas didáticas inovadoras como o uso de Vivienda Popular – GDVP
jogos, dramatizações, multimeios de comunicação, modelos e protótipos, de la FAU UNNE
cartografias de conflitos e simulações, e também pela convivência dos Una experiencia
estudantes e professores nos Espaços Pedagógicos integrados de ensino, educativa innovadora
organizados em escritórios temáticos, laboratórios e oficinas. As enfocada en lo
relações entre teoria e prática, meios e fins, razão instrumental e formativo, cuyo
substantiva, tempo e lugar, são centrais para que os novos profissionais contenido es el
formados sejam capazes de reconhecer os problemas que afetam a vida das abordaje de la
populações nas cidades, palco e produto de conflitos sociais e onde problemática del
atuarão, inevitavelmente, de forma não neutra. hábitat social desde la
perspectiva de la
O novo Instituto reitera a vocação pública e congrega, de forma complejidad
integrada, as formações universitárias em Geografia, Arquitetura, Marta Giró, Rafael
Urbanismo, Administração Pública, Engenharia Civil e Engenharia Franco, María Bernabela
Ambiental, áreas de conhecimento correlatas à Arquitetura e Urbanismo que Pelli, Elizabeth Pace,
pensam, planejam, projetam, constroem e transformam as cidades e tem como Mariana Campos, Noel
compromisso descrever, compreender e propor soluções para os problemas Depettris, Rosario
urbanos, em especial, aqueles que afligem as maiorias desfavorecidas. Olmedo e Diego Poncio

O curso de Arquitetura e Urbanismo nasce, assim, a partir de uma 210.04 taller total
avaliação das condições de ensino e da prática profissional no século 21, La enseñanza de la
em contexto de fortes desafios colocados pela crise da urbanização arquitectura hoy, las
capitalista – intensiva, desigual e insustentável –, e pelo colapso de limitaciones del modelo
infraestruturas e serviços de um urbanismo em fim de linha, exigindo a de taller de proyecto y
necessária redefinição de políticas e ações em novos rumos, que promovam las alternativas
uma inflexão no modo de pensar, planejar, projetar e construir as posibles
cidades, e definam os aliados em defesa do que é comum, da qualidade de Luis Porter e Viviana
vida em uma cidade mais justa, integrada e acessível a todos. Miglioli

210.05 taller total


O percurso formativo do curso pretende investigar crítica e
Formación para el
propositivamente o processo histórico, analisar o contexto presente e as
proyectar con la
possibilidades de futuro na relação entre a sociedade e as forças
comunidad
produtivas com a natureza e o território, com o rural e as fontes de
Articulación de saberes
energia, água, alimentos e matérias primas que as sustentam; imaginar e
populares con
propor soluções para os problemas endógenos da urbanização, como a falta
conocimientos
de moradia adequada, de espaços, serviços e equipamentos públicos, de
científicos y
mobilidade urbana, enfim, do “direito à cidade”, sem perder de vista
disciplinares en la
também as causas exógenas. Pretende-se mapear as práticas e
producción social del
potencialidades já existentes nos contextos urbanos, formas de
hábitat
sobrevivência, resistência e inventividade, modos de fazer e usar a
Beatriz Pedro, Gabriela
cidade pelos moradores-construtores, em geral desprezadas pelo exercício
Bandieri e Mauricio
mais elitista da profissão.
Contreras

A ênfase do curso está na recuperação da vocação pública do arquiteto e 210.07 taller total
urbanista, como profissional orientado para a defesa da cidade e da A experiência do
arquitetura como bem comum e direito de todos; uma formação generalista, laboratório de
com visão global dos processos de urbanização e inteligência sistêmica arquitetura e urbanismo
integradora de áreas, mantendo diálogo permanente com cidadãos, usuários e seus desdobramentos
e produtores da cidade, entidades representativas e movimentos sociais. A como atividade de
escolha de temas de ensino, pesquisa e projeto irá se basear em critérios extensão universitária
de relevância, isto é, na definição de problemas que afetam o cotidiano Maria Albertina Jorge
dos trabalhadores e de todo conjunto multitudinário, vasto e heterogêneo. Carvalho
A atuação interdisciplinar e coletiva na resolução de problemas complexos
210.08 taller total
da urbanização orientará contextos de ensino-aprendizagem inovadores em
A questão da habitação
situações reais, abordados com indissociabilidade entre teoria e prática
social no ensino de
como princípio formador e integrador das atividades, e fundamento da
projeto integrado ao
permanente problematização e pesquisa de soluções por profissionais
desenho urbano
capazes de agir, simultaneamente, de forma crítico-reflexiva, imaginativa
Catharina Christina
e resolutiva. Será estimulada a proposição de tecnologias sociais e
Teixeira, Denise Falcão
sustentáveis, seja prospectiva ou de origem em técnicas e saberes
Pessoa, Giselly Barros
ancestrais; e com a defesa da história dos lugares e da qualidade do
Rodrigues, Mariana
ambiente construído como princípios indissociáveis na transformação das
Cicuto Barros, Rogerio
cidades em espaços democráticos, justos e de bem viver para todos.
Akamine, Solange de
Aragão e Vinícius Luz
A proposta da Unifesp de criação de um curso integrado reconhece a
de Lima
inescapável relação da arquitetura e urbanismo com os outros fatores e
agentes responsáveis pela produção, uso e transformação da cidade como
elemento determinante do ensino e da prática profissional do arquiteto e
urbanista contemporâneo.

Desafios para o ensino de arquitetura e urbanismo

A situação dramática das megacidades, como São Paulo, nas primeiras


décadas do século 21, exige da universidade, dos centros de pesquisa, dos
órgãos públicos, dos movimentos sociais e da sociedade em geral, que
sejam procuradas e testadas alternativas concretas às recorrentes
situações de catástrofe, aumento dos padrões de segregação e violência,
crise de abastecimento de água, colapso dos aterros sanitários, congestão
da mobilidade urbana, contaminação de solo e ar, problemas crônicos de
saúde pública, condições de trabalho degradantes, contínua autoconstrução
das periferias e encortiçamento dos centros, separação entre moradia e
trabalho, calçadas intransitáveis, praças abandonadas e privatizadas,
entre outros temas.

Para tanto, é decisiva a redefinição de metodologias de projeto e


planejamento urbano, socialmente referenciadas, baseadas em estudos de
caso, problemas e conflitos reais, com metaprojeto integrando projeto de
processo construtivo (tecnologia e canteiro) e arquitetura do programa e
da cidade. Também um programa de pesquisa histórica e crítica da produção
social da arquitetura e das cidades, a formulação de teorias renovadas
sobre cidade e sociedade no Brasil, e a pesquisa de campo participante
para redescoberta da cidade como invenção urbana cercada de paradoxos,
desigualdades e conflitos.

O curso parte de uma necessária autocrítica da profissão (ensino, prática


e ideologia), em especial da referência que ainda orienta o desejo de
sucesso e ascensão social dos estudantes e jovens profissionais em torno
da figura mistificada do arquiteto de renome, profissional liberal que
define o “traço” do projeto de forma autoral e se torna “celebridade”
entre seus pares; forma essa, hoje, arcaica e elitista da prática
profissional, frequentemente baseada em encomendas de exceção e até em
condições ocultadas de exploração do trabalho nos escritórios e nos
canteiros. A literatura em arquitetura segue a hegemonia das monografias
acríticas e que reforçam esse sistema de valores e aclamações fora do
lugar social da profissão. A falta de produção crítica e de debate
franco, de concursos de projetos, de valorização do arquiteto e urbanista
nas carreiras de estado e nas políticas públicas - sequer houve
participação da categoria em programas como o Minha Casa, Minha Vida) – é
consequência de uma profissão que deixou de influenciar as decisões
políticas, urbanas e simbólicas/identitárias do desenvolvimento
brasileiro, como aconteceu nos anos 1930 a 1960. Tal irrelevância
política e social atual é fruto de uma visão elitista, estreita e autoral
da profissão, que precisa ser questionada e transformada.
De outro lado, dos anos 1970 para cá, o campo de atuação do arquiteto e
urbanista modificou-se e se tornou mais complexo, com a atuação em
diversos setores relacionados a políticas públicas, projetos, mercado
imobiliário, planejamento e obras, na condição de funcionário público,
assalariado do setor privado, terceirizado ou em condições precárias de
contratação e função. As faculdades privadas colaboraram para abastecer o
mercado de novos profissionais, passando de 30 cursos nos 1970 para e
atingindo já a casa de 600 na atualidade, com uma formação em geral
superficial, acrítica e dissociada de pesquisa e extensão. Há,
igualmente, uma predominância feminina na profissão e correspondente
redução dos rendimentos – tanto no setor público quanto privado –
questões que precisam ser avaliadas tanto por uma abordagem de gênero
quanto de classe. E mais recentemente, como espaço alternativo,
ampliaram-se os coletivos interdisciplinares, inclusive com autogestão,
associados ou não a movimentos sociais, que vão atuar diretamente na
realidade, gerando pautas, ao invés de esperar encomendas, reorientando
uma reflexão-ação política e tática da profissão.

Relacionado a políticas públicas, dentro ou fora do aparelho de Estado, o


arquiteto e urbanista é profissional estratégico e necessário em uma
série de ações de interesse público e comum: projetos e obras de
equipamentos sociais, infraestruturas e habitação social; planejamento do
desenvolvimento urbano e seus instrumentos legais, das megalópoles aos
pequenos municípios; aprovação e licenciamento de empreendimentos nos
órgãos competentes; preparação de termos de referência para licitações de
obras e projetos e fiscalização subsequente; manuseio de cadastros
multifinalitários e outros dados geoprocessados que embasam taxações,
legislações e ações públicas.

O descompasso entre a imagem idealizada da profissão, a inserção no mundo


do trabalho real e nas políticas públicas, a maior ou menor relevância
para o desenvolvimento do país e de nossas cidades, não é um impasse
pequeno. A resposta a essa questão é multidimensional e exige ações
complementares, sobretudo mobilizando as entidades de classe, modificando
a legislação de licitação de projetos e obras públicas, fortalecendo as
carreiras públicas, assessorias técnicas e coletivos interdisciplinares,
penalizando a prática profissional informal e/ou ilegal e, da parte da
Universidade Pública, propondo uma renovação na formação do arquiteto e
urbanista. É possível e necessária a renovação na forma como a profissão
se vê e se situa no mercado de trabalho, no setor público, na assessoria
técnica aos movimentos e comunidades e na participação na tomada de
decisão em políticas estratégicas para o país. A formação do arquiteto e
urbanista dentro de um Instituto das Cidades será, nesse aspecto, um
espaço importante e inovador na reconquista e redefinição da importância
social, política e cultural da profissão.

A proposta da Unifesp é superar a simples integração com campos de


conhecimento das artes ou tecnologias, e reconhecer a inescapável relação
da arquitetura e urbanismo com os fatores e agentes responsáveis pelos
modos de fazer e usar as cidades nas diversas escalas e contextos, como
elemento determinante do ensino e prática profissional do arquiteto e
urbanista contemporâneo.

Formar o arquiteto e urbanista é diferente de formar o engenheiro-


arquiteto ou o arquiteto das belas artes. É preciso favorecer o ensino e
a aprendizagem com vistas aos desafios metodológicos e procedimentais que
caracterizam a atuação profissional, onde a solução de arquitetura é
indissociável da reflexão e da ação urbana, de modo a garantir uma
formação de fato integrada entre pensar e projetar o edifício e a cidade.
Assim, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifesp nasce em diálogo com
outras formações, voltado à compreensão e à atuação em um problema
multidimensional, que demanda conhecimento convergente.

Zona Leste de São Paulo: um lugar na nova geografia universitária


brasileira

O curso de Arquitetura e Urbanismo e o Instituto das Cidades só são


possíveis graças à política de expansão das Universidades Federais
brasileiras, iniciada em 2007 – com as dificuldades e impasses
conhecidos, sobretudo nas condições de instalação física e custeio dos
novos campi – com o mérito inegável de permitir, em meio à forte expansão
do ensino superior privado e sua lógica mercantil, a permanência e o
fortalecimento de espaços de ensino-aprendizagem plurais, críticos,
gratuitos e referenciados em temas socialmente relevantes. Mais que isso,
a expansão recente das universidades federais permitiu uma nova geografia
do conhecimento e da rede universitária no Brasil, incentivando a
interiorização e, no caso das grandes metrópoles, novos campi em
municípios conturbados e periferias, desconcentrando o saber dos lugares
de poder e riqueza nas capitais estaduais.

A escolha da Zona Leste da cidade de São Paulo não é uma questão casual.
Trata-se do resultado de uma confluência entre a luta histórica dos
movimentos sociais por educação da creche à pós-graduação na região, que
é um espaço tradicional da classe trabalhadora na metrópole hoje com 4
milhões de habitantes (embora com apenas 2% de vagas no ensino superior
público), e da iniciativa da Unifesp de instalar seus novos campi em
regiões periféricas e vulneráveis da macrometrópole, de forma dialogada
com os movimentos sociais e especialistas nacionais e internacionais,
contextualizada e socialmente referenciada. Em especial, no caso da Zona
Leste, a aliança com os movimentos locais foi decisiva para a iniciativa,
e será também para a história desse Campus e do seu primeiro instituto,
cabendo destaque a todas as lutas sociais e demandas urbanas e por
moradia na região, com seus grupos de origem, ocupações, mutirões etc.

A geografia multicampi da Unifesp


Imagem divulgação [Unifesp, 2014]

A localização do Campus na região do Carmo/Itaquera é também estratégica


por se tratar de área pouco adensada da Zona Leste e simultaneamente
complexa, marcada por bairros autoconstruídos, conjuntos habitacionais,
chácaras de agricultura urbana, fábricas, áreas de proteção ambiental,
grandes infraestruturas de transportes e drenagem urbana, cultura,
comércio e lazer, combinando situações que serão estimulantes do ponto de
vista do ensino, pesquisa e extensão e inovação em políticas públicas em
diálogo com movimentos sociais, bem como a possibilidade de influenciar o
planejamento da ocupação e transformação do seu entorno. O Campus fará
parte de um processo regional de desenvolvimento urbano metropolitano, e
sua implantação é um grande desafio e vetor para materializar as
dimensões políticas do seu projeto pedagógico em diálogo com outros
atores da região, consolidando-se não apenas como um Campus na Zona
Leste, mas da Zona Leste, região da cidade onde historicamente se
estabeleceu a classe trabalhadora, suas organizações e movimentos
sociais, com uma tradição de luta e organização.

Contexto urbano ao redor do Campus


Imagem divulgação [Unifesp, 2014 / Google Maps]

A participação da sociedade no Campus Zona Leste é prevista com diversos


canais de diálogo, organizados por meio de conselhos específicos
paritários, universidade-sociedade, com os seguintes temas: Conselho
Estratégico de diálogo Universidade-Sociedade-Setor Público; Conselho de
Rede de Escolas em cooperação com o Campus Zona Leste; Conselho de
Atividades Culturais e de Memória do Campus Zona Leste; Conselho de
Atividades Esportivas e de Lazer do Campus Zona Leste; Conselho de
Atividades Econômicas e Desenvolvimento urbano e regional.

O Campus Zona Leste também está sendo planejado como um espaço


experimental de produção e gestão de cidades em que o próprio campus é
objeto de pesquisa e intervenção. Com diversas formações em planejamento,
projeto e construção de cidades, esse campus deverá manter um caráter de
exemplaridade em si mesmo, com pesquisas experimentais permanentes
enfocando novas tecnologias construtivas e formas espaciais inovadoras ao
pensar sua relação com o contexto urbano e com a paisagem, incluindo a
área de preservação e nascentes que abriga.

O Campus Zona Leste ainda permite que várias camadas históricas do seu
lugar, de uso e ocupação da sua gleba permaneçam de algum modo ativo,
física e pedagogicamente. São elas: a Área de Preservação Permanente –
APP, de cerca de 25 mil m², com mata nativa e duas nascentes e córregos
afluentes do Rio Jacu; o primeiro uso antrópico da gleba como chácara de
família de imigrantes japoneses, produtora de horti-fruti e integrante do
cinturão verde leste de São Paulo; sua conversão em área industrial no
final dos anos 1970 com a instalação da Metalúrgica Gazarra, uma das
principais fábricas da Zona Leste e importante lugar de memória operária;
e, por fim, sua transformação em Campus Universitário, uma mini-cidade em
diálogo com esses patrimônios materiais e imateriais, ambientais e
construídos.

Terreno do Campus, com o edifício da antiga Metalúrgica Gazarra


Foto divulgação [Unifesp, 2016]

Edifício do Instituto das Cidades, APP e área de agricultura urbana


Imagem divulgação [Unifesp, 2016]

Fio da meada do ensino crítico de arquitetura  e urbanismo

O curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifesp pretende ser sucessor de


uma história de iniciativas, várias interrompidas, de formulação de um
ensino superior crítico e progressista da Arquitetura e do Urbanismo que
data, pelo menos, dos anos 1960, momento em que um projeto de formação
nacional parecia plausível, mesmo com os paradoxos da construção de
Brasília. O contexto de Reformas de Base e da Reforma Universitária
permitia o projeto inovador da UnB, e no Rio Grande do Sul, com a reforma
curricular da FAU UFRGS no início dos anos 1960; em São Paulo, com a
reforma do curso da FAU USP em 1962, incluindo desenho industrial,
comunicação visual e novas cadeiras na área de história, tecnologia e
projeto, dava-se origem ao projeto do novo edifício construído na cidade
universitária de uma faculdade que se preparava para ajudar a pensar e
projetar um novo país, das grandes cidades à moradia e objetos que as
povoam, projetos esses com clara influência do modelo alemão de Humbolt,
da Bauhaus e Ulm.

Com o golpe de 1964, o projeto progressista de ensino de arquitetura,


interrompido na UnB e renovado nas FAUs USP e UFRGS, começava a entrar em
contradição com seus pressupostos, pois a aposta no desenvolvimento
nacional, anti-imperialista, em aliança com a burguesia nacional, tinha
caído por terra. Este contexto motivou uma divisão política no novo Fórum
de ensino na FAU USP, em 1968, com a presença de um grupo minoritário,
mas cada vez mais ouvido, que defendia a crítica ao papel do arquiteto na
modernização conservadora e ao desenho como instrumento de dominação,
ruptura capitaneada por dissidentes do Partido Comunista Brasileiro,
alguns já envolvidos na luta armada.

Deste simbólico “racha” e realinhamentos surgiram iniciativas


experimentais e insurgentes dentro e fora da FAU USP. A primeira,
derivada diretamente dos debates de 1968, foi a da FAU Santos, fechada
pelo golpe militar em 1971 (com parte dos professores presos), pioneira
em atuar com os estudantes em favelas da região como situações-problema e
temas de projeto e pesquisa social (dela nasce uma vertente inovadora da
sociologia urbana brasileira, no estudo da autoconstrução e suas
consequências sociais e econômicas). A segunda, também interrompida, foi
a experiência da FAU São José dos Campos, entre 1972-74, com a proposta
de ateliês integrados e unidades interdepartamentais com temas de projeto
contextualizados aos problemas de desenvolvimento do Vale do Paraíba –
foi encerrada por intervenção superior militar. No fim dos anos 1970,
dentro da FAU USP, professores e estudantes começaram a projetar nas
periferias “ocultas” da Zona Sul de São Paulo, em disciplina do Ateliê
Integrado de Projeto, Planejamento e Desenho Industrial – espaço
minoritário, mas significativo na época, que formou muitos dos que
passaram a atuar em políticas urbanas e habitacionais em gestões
democráticas após o fim da ditadura militar. Alguns anos depois, no
início dos anos 1980, outra iniciativa similar foi o Laboratório de
Habitação da Faculdade de Arquitetura da Escola de Belas Artes, com um
renovado grupo de professores, com ações de ensino, pesquisa e extensão
em favelas, construindo novos territórios de ensino e prática
profissional, num contexto de emergência de movimentos populares e de
renovação político-partidária, com o surgimento do Partido dos
Trabalhadores – PT. A experiência durou três anos e foi encerrada após
greve e demissão em massa dos professores pela direção da escola. Em nova
diáspora, uma parte dos professores foi para São Carlos formar o
Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia da USP,
com um projeto inovador de pesquisa em história da arquitetura moderna e
diálogo crítico com as tecnologias e cursos de engenharia; e outra parte
foi para Campinas, no Laboratório do Habitat – L´Habitat, da FAU PUC-
Campinas e no Núcleo de Desenvolvimento da Criativadade – Nudecri da
Unicamp. As atividades de extensão do L’Habitat neste período, voltadas
para a assessoria técnica aos movimentos populares de moradia de Campinas
e região, contribuíram fortemente para o surgimento e consolidação dos
núcleos, grupos e cooperativas de assessoria aos movimentos populares que
tiveram uma atuação destacada na área de habitação popular, entre 1989 e
1992, na Prefeitura de São Paulo sob gestão do PT. O Nudecri foi
responsável por inovações tecnológicas a partir de elementos de
construção econômica popular, aplicadas às moradias estudantis da própria
Universidade, entre outros projetos habitacionais. Seria o embrião do
curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade, não fora o fato de ter
sido suplantado pelo  projeto de um grupo de viés mais conservador da
Engenharia, onde veio a se implantar, efetivamente, a nova escola. Mais
recentemente, no início dos anos 2000, outra faculdade com perspectiva
progressista, pertencente à Universidade de Taubaté – Unitau, no Vale do
Paraíba, com ensino associado à pesquisa e ação direta com movimentos
sociais e questões habitacionais, sofreu uma demissão em massa. Vários
dos professores demitidos eram também assessores técnicos de movimentos
populares. Na FAU USP, a partir de 1993, foi realizada a iniciativa mais
ambiciosa de canteiro experimental nas escolas paulistas, embora mantida
à margem dos eixos estruturantes do projeto pedagógico da escola - o
Canteiro Antonio Domingos Battaglia - que tem inspirado a criação de
outros canteiros experimentais nas FAUs no Brasil.

Essas são algumas referências da história brasileira e, em especial


paulista, na tentativa de construção de um ensino de arquitetura e
urbanismo com perspectiva crítica, contextualizada, em diálogo com
movimentos sociais e com ênfase nos problemas urbanos que atingem as
maiorias. De 1968 aos anos 1990, quase todas foram eliminadas, ou
resistiram, mas em espaços circunscritos de atuação. Justifica-se aqui a
referência, pois, dessas, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifesp
se considera herdeiro e interlocutor.

Dos anos 1990 para cá, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
de Arquitetura e Urbanismo (DCNs), promulgadas em 1994 e atualizadas em
2010, bem como a Lei de Diretrizes de Base da Educação (LDB), de 1996,
abriram novas perspectivas do ponto de vista da legislação e
regularização do ensino. De um lado, as DCNs possibilitaram uma certa
homogeneização programática da formação, com ênfase no projeto de
Arquitetura, de Urbanismo e de Paisagismo, com a readequação dos cursos
existentes e formulação de novos. Particularmente, no caso dos novos
cursos criados, e que se submeteram à avaliação regulatória externa,
observa-se que o cumprimento das DCNs abriu novas possibilidades que têm
sido exploradas, em substituição ao currículo mínimo, como organizações
curriculares mais flexíveis, interdisciplinares, processuais e voltadas
para a uma “cidadania em construção”. No caso da Arquitetura e Urbanismo,
a área foi redefinida pela legislação em pauta como campo de conhecimento
de “ciências sociais aplicadas”, reconhecendo a distinção em relação às
belas-artes e à engenharia. O curso de Arquitetura e Urbanismo do
Instituto das Cidades da Unifesp pretende fazer uso, portanto, da
abertura legal que tanto as DCNs quanto a LDB permitem e estimulam, aos
moldes do que se verifica na nova onda de reestruturação de cursos
tradicionais como a UFPE, UFRJ, UFRGS, e também  no surgimento de
projetos mais inovadores como a Universidade Federal de Integração
Latino-Americana – Unila, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS e
outros, no âmbito do ensino público.

Cabe ressaltar que a retomada da busca de novos paradigmas para um ensino


de arquitetura e urbanismo inovador e comprometido socialmente, crescente
no país no âmbito de algumas das IES públicas, comunitárias e privadas,
reflete um movimento mais amplo que acontece em outros países do
continente onde se amplia o número de cursos na área. Pode-se observar,
como no caso do Curso de Arquitetura da Universidad Nacional de San
Martin (UNSAM), localizado na periferia de Buenos Aires, e na
reestruturação de alguns cursos tradicionais, a retomada de propostas
pedagógicas voltadas para o atendimento das demandas sociais que tiveram
grande repercussão no continente, como as ideias debatidas nos anos 1960-
1970 na FAU UnC (Córdoba, Argentina) especialmente em torno do “Taller
Total de Arquitectura”, base das experiências de Ateliê Integrado e
Ateliê Vertical, suprimidas pelas ditaduras que se instalaram na América
do Sul e que hoje comparecem em vários projetos pedagógicos. Importante
registrar neste processo também a reestruturação de outros cursos de
referência para o ensino de arquitetura e urbanismo no continente, como
no caso da Universidad de la República del Uruguay (Udelar), da PUC-
Chile, da Universidad Nacional del Chile e a emergência da atuação dos
cursos de arquitetura colombianos, notadamente da Universidad de los
Andes e da Universidad Nacional de Colombia, sedes Bogotá e Medellin, no
campo do urbanismo social, e das políticas públicas focadas, voltadas
para a requalificação urbana de áreas de vulnerabilidade social.

É nesse contexto, que o curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifesp


surge, procurando reconhecer as iniciativas ousadas do passado e as
oportunidades do presente para definir um projeto político pedagógico
associado a outras graduações sobre as cidades. Igualmente, toma posição
a respeito das questões emergentes e urgentes para o povo brasileiro e se
dedica à resolução dos problemas e conflitos em nossas cidades e seus
canteiros, como manifesta em seus objetivos e princípios e concretiza em
seu currículo.

notas

NA – Artigo apresentado no 2° Encuentro “La formación universitária y La


dimensión social del profesional” a 46 años del Taller Total, 2015.

NE – Sob a coordenação editorial de Abilio Guerra (editor do portal Vitruvius),


esta edição especial da revista Arquitextos sobre Ensino de Arquitetura e
Urbanismo contém textos selecionados dos artigos  apresentados em dois eventos
ocorridos na Universidade Nacional de Córdoba, na cidade de Córdoba, Argentina:
1° Encuentro “La formación universitária y la dimensión social del profesional”
a 45 años del Taller Total (2, 3 e 4 de setembro de 2015; eixos temáticos: 1. O
ensino da arquitetura. 2. O primeiro ano universitário: expectativas,
conquistas e frustrações. 3.A formação universitária e o compromisso com os
problemas sociais, políticos, econômicos e culturais  da  região); 2° Encuentro
“La formación universitária y la dimensión social del profesional” a 46 años
del Taller Total (31 de agosto, 1 e 2 de setembro de 2016; eixos temáticos: 1.
Hábitat, cidadania e participação. 2. A formação universitária e o compromisso
com os problemas sociais,políticos, econômicos e culturais da  região. 3. O
papel do estudante universitário no seu processo de formação professional  e
cidadã). Em ambos os encontros o processo de avaliação dos artigos foi
realizado por pareceristas, membros da comissão cientifica, especialistas na
área de submissão, pelo sistema duplo cego, para garantir o anonimato e sigilo
tanto do(s) autor(es) como dos pareceristas. Os eventos tiveram como objetivos
a reflexão, debate e a recuperação da memória do Taller Total, experiência que
se desenvolveu na  Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da  Universidade
Nacional de Córdoba, FAU UNC, entre os anos 1970 e 1975. Avançou-se na
discussão sobre o papel social do profissional universitário e suas capacidades
para analisar integralmente e contribuir à solução dos problemas sociais locais
e regionais que a presente realidade demanda. Dentre os eixos temáticos
correspondentes aos dois encontros, se realizou um processo de seleção dos
artigos referentes ao tema Ensino de Arquitetura e Urbanismo que resultou nos
textos presentes na edição de Arquitextos. Foram responsáveis por esta seleção,
Sylvia Adriana Dobry e Nora Zoila Lamfri (participantes do Comité Organizador e
Cientifico de ambos encontros). Considerou se importante dar um panorama do
assunto em vários países da América Latina privilegiando critérios de qualidade
e pertinência ao tema. Para tanto, selecionaram-se artigos de autores
provenientes de Argentina, Brasil e México, que foram convidados a adequá-los
às normas da revista; os que responderam à solicitação são os seguintes artigos
que formam o número especial de Arquitextos sobre os 1° e 2° Encuentro “La
formación universitária y La dimensión social del profesional” a 45 y 46 años
del Taller Total/ 2015 e 2016:

DOBRY, Sylvia Adriana; LAMFRI, Nora Zoila. Ateliê Total, um olhar desde o
século 21. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.00, Vitruvius, nov. 2017
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6790>.

GOROSTIDI , Roberto Enrique; RISSO, Marta Teresa. Formación y docencia en la


Universidad de hoy. Desafíos y Realidades. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n.
210.01, Vitruvius, nov. 2017
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6791>.
SANCHES, Débora. ArquiCriança: estudo a partir das crianças moradoras de
cortiços e pensões em São Paulo. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.02,
Vitruvius, nov. 2017
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6792>.

GIRÓ, Marta; FRANCO, Rafael; PELLI María Bernabela; PACE, Elizabeth; CAMPOS,
Mariana; DEPETTRIS, Noel; OLMEDO, Rosario; PONCIO, Diego. La Cátedra Gestión y
Desarrollo de la Vivienda Popular. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.03,
Vitruvius, nov. 2017
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6793>.

PORTER, Luis; MIGLIOLI,Viviana. La enseñanza de la arquitectura hoy, las


limitaciones del modelo de taller de proyecto y alternativas
posibles.Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.04, Vitruvius, nov. 2017
< www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6794>.

PEDRO, Beatriz. Formación para el proyectar con la comunidad en la producción


social del hábitat – Articulación de saberes populares y
disciplinares. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.05, Vitruvius, nov. 2017
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6795>.

ARANTES, Pedro Fiori; SANTOS JÚNIOR, Wilson Ribeiro dos; LEITE, Maria Amélia
Devitte Ferreira D’Azevedo. Um projeto de práticas pedagógicas transformadoras.
A formação do arquiteto e urbanista no Instituto das Cidades da Unifesp na Zona
Leste de São Paulo. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.06, Vitruvius, nov.
2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6803>.

CARVALHO, Maria Albertina Jorge. A experiência do laboratório de arquitetura e


urbanismo e seus desdobramentos como atividade de extensão
universitária. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.07, Vitruvius, nov. 2017
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6804>.

TEIXEIRA, Catharina Christina; et. al. A questão da habitação social no ensino


de projeto integrado ao desenho urbano. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n.
210.08, Vitruvius, dez. 2017
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6818>.

1
ARANTES, Pedro Fiori. Arquitetura Nova: Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo
Lefèvre, de Artigas aos mutirões. São Paulo, Editora 34, 2002.

2
ARANTES, Pedro Fiori. Arquitetura na era digital financeira. São Paulo, Editora
34, 2012.

3
ARTIGAS, J. B. Vilanova. A função social do arquiteto. São Paulo, Nobel, 1985.

4
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE ARQUITETURA. Caderno 23: anais do XVIII
encontro nacional sobre ensino de Arquitetura e Urbanismo. Projeto político
pedagógico. Belo Horizonte, 2002.

5
FERRO, Sérgio. Programa para polo de ensino, pesquisa experimentação da
construção (1994) em arquitetura e trabalho livre. São Paulo, Cosac Naify,
2006.

6
LEFÈVRE, Rodrigo. Objetivos do ensino da arquitetura e meios para atingi-los em
trabalho de projeto. São Paulo, FAU USP, 1977.

7
LEFÈVRE, Rodrigo. Projeto de um acampamento de obra: uma utopia. Dissertação de
mestrado. São Paulo, FAU USP, 1980.

8
LEITE, Maria Amélia. A aprendizagem tecnológica do arquiteto. Tese de
doutorado. São Paulo, FAU USP, 2005.

9
PRONSATO, Sylvia Dobry. Para quem e com quem: ensino de arquitetura e
urbanismo. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2008.

10

REIS FILHO, Nestor G. (Org.). 100 anos de ensino de arquitetura e urbanismo em


São Paulo. São Paulo, FAU USP, 1996.

11
RONCONI, Reginaldo. Inserção do canteiro experimental nas faculdades de
arquitetura e urbanismo. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2002.

12
SANTOS JR., Wilson Ribeiro. O currículo mínimo no ensino de Arquitetura e
Urbanismo no Brasil: 1969-1994. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2001.

13
SANTOS, Carlos Nelson dos. A cidade como um jogo de cartas. São Paulo, Projeto
Editores, 1988.
14
SANTOS, Roberto Eustáquio dos. Atrás das grades curriculares: da fragmentação
do currículo de graduação de arquitetura e urbanismo no Brasil. Dissertação de
mestrado. Belo Horizonte, Escola de Arquitetura UFMG, 2002.

15
SCHÖN, Donald A. Educando o Profissional Reflexivo: Um novo desenho para o
ensino e a aprendizagem. Porto Alegre, ArtMed, 2000.

16
SOUZA LIMA, Mayumi Watanabe de. A formação do arquiteto, ensino de arquitetura
e mercado de trabalho. Chão Revista de Arquitetura, Rio de Janeiro, n. 3, 1978.

17
SOUZA LIMA, Mayumi. Prática-investigação: um processo de trabalho na FAU São
José dos Campos. IX Congresso Brasileiro de Arquitetos, mimeo. Acervo MWSL,
Fundação Perseu Abramo.

18
UNIFESP. Projeto Político Pedagógico do Instituto das Cidades – Campus Zona
Leste, 2014.

19
UNIFESP. Projeto Político Pedagógico do Curso de Arquitetura e Urbanismo,
Instituto das Cidades – Campus Zona Leste, 2016.

sobre os autores

Pedro Fiori Arantes é arquiteto e urbanista, professor e Pró-reitor Adjunto da


Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Membro do grupo Usina (eleito
melhor do Brasil, em 2015, pela FNA) que atua com movimentos sem terra e de
luta por moradia. Autor do livro Arquitetura na Era Digital Financeira (2012).

Wilson Ribeiro dos Santos Jr. é arquiteto e urbanista, doutor pela USP.
Professor Titular do POSURB e da FAU PUC-Campinas. Membro das Comissões
Nacionais de Avaliação da Área de Arquitetura e Urbanismo (2001-2013).
Coordenador Adjunto da Área de Arquitetura, Urbanismo e Design da Capes desde
2015.

Maria Amélia Devitte Ferreira D’Azevedo Leite é arquiteta e urbanista, doutora


pela USP. Especialista em Controle do Ambiente. Colaboradora da Unifesp no
Projeto Político Pedagógico do Instituto das Cidades. Atua em ensino, projetos
e construção e pesquisas sobre tecnologia. Autora de publicações sobre a
estrutura em Arquitetura.

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