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Trabalho de Geografia

3º Ano
Colégio Ama
Aluna: Rebeca Vieira
Tema: Recursos Minerais e a Globalização
da Guerra Fria
Recursos Minerais
A prospecção mineral é uma atividade essencial para o ser humano, sobretudo na
contemporaneidade. Observa-se um crescimento nos investimentos em busca de novas
tecnologias de exploração mineral e de novos depósitos minerais. Países como Brasil, Chile,
Rússia, Austrália, China e Canadá possuem forte vocação mineradora, fator que determina a
elevada participação da indústria extrativa mineral em suas economias.

Projetos Minerais

No tocante aos grandes projetos nacionais de extração mineral com ênfase em


substâncias metálicas, destacam-se dois estados: Minas Gerais e Pará, responsáveis por mais de
89% da produção desses minerais em 2019.

Quadrilátero Ferrífero (MG)

Corresponde a uma das principais regiões de exploração de minério de ferro do país;


nessa região, encontram-se também jazidas de manganês, cobre, níquel, bauxita, cassiterita e
outras. Por isso, podemos considerar o estado de Minas Gerais como uma espécie de recanto
mineralógico, com destaque especial para o Quadrilátero Ferrífero.
A produção dessa área é escoada por meio de dois corredores ferroviários principais:

1. Estrada de Ferro Vitória-Minas, que liga a região do Quadrilátero aos portos de


Vitória e Tubarão, ambos no Espírito Santo, e também alcança o Vale do Aço, em Minas Gerais
(com destaque para o município de Ipatinga), uma área de intensa atividade siderúrgica e onde
se beneficia parte do minério de ferro.

2. Estrada de Ferro Central do Brasil, que liga o Quadrilátero ao Porto de Sepetiba, no


Rio de Janeiro. Por meio de conexões ferroviárias, esse eixo oferece matéria-prima também para
a região industrial siderúrgica de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

Cabe ressaltar que o estado de Minas Gerais se vale ainda da infraestrutura dutoviária
para o escoamento de parte da produção do minério de ferro.

A produção mineral do Quadrilátero atende aos mercados interno e externo.

Principais minerodutos em operação em 2021:

1. Mineroduto Minas-Rio: de acordo com a proprietária, é o maior mineroduto do


mundo, com mais de 500 km de extensão, percorrendo mais de 30 municípios, saindo de
Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, e chegando ao Porto do Açu, em São João da
Barra, no Rio de Janeiro.

2. Minerodutos Samarco: três dutos que seguem uma rota paralela saindo de Ouro Preto
e de Mariana, em Minas Gerais, em direção ao Porto de Ubu, em Anchieta, no Espírito Santo.

Principais Jazimentos Minerais

Minério de ferro – Mineral de grande demanda na atividade siderúrgica e com


volumosas reservas nacionais. O Brasil figura ao lado de países como Austrália, Rússia, Índia e
China. Manganês – Mineral muito empregado na indústria (química, cerâmica, baterias
elétricas, fertilizantes). O Brasil é um dos grandes produtores mundiais, ao lado da África do
Sul, da Austrália e da China. Internamente, o manganês é utilizado nas siderúrgicas compondo
ligas com o ferro na produção de aço. A produção brasileira está concentrada no estado do Pará
(Serra dos Carajás), em Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero) e no Amapá (Serra do Navio).

Alumínio – O minério de bauxita é a principal fonte para a obtenção do alumínio, e sua


extração é realizada no Vale do Rio Trombetas, no Pará (Mineração Rio do Norte) e no estado
de Minas Gerais. No mundo, os principais produtores de alumínio são China, Rússia, Canadá,
Estados Unidos e Austrália.

Ouro – A principal característica desse mineral é sua resistência a quase todos os tipos
de corrosão e sua grande maleabilidade; é utilizado em diversas ligas metálicas, joias,
tratamentos dentários, etc. A produção brasileira atende aos mercados interno e externo. Os
maiores produtores são África do Sul, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Rússia e Brasil,
sendo Minas Gerais o principal produtor nacional, seguido do Pará.
Nióbio – Mineral utilizado na composição de ligas metálicas que requerem resistência e
leveza. É considerado estratégico para as indústrias aeronáutica, naval, espacial e
automobilística. O Brasil detém grande parte das reservas e da produção mundial, seguido pela
Rússia. Apesar da forte concentração dessa produção no país, vale ressaltar que o preço é
controlado pelo mercado internacional, e o nióbio pode sim ser substituído por ligas metálicas
que vão cumprir o mesmo papel.

Lítio – O lítio desperta interesse por suas possibilidades de aplicação na produção de


energia nuclear, pois é extremamente leve e de alta reatividade eletroquímica. Os maiores
produtores mundiais são a Bolívia (mais da metade da reserva mundial natural de lítio está
situada no Salar de Uyuni), o Chile e a China. Além do uso na indústria de informática, o lítio é
usado na indústria farmacêutica, como ansiolítico, e na indústria automobilística, equipando
baterias de veículos híbridos e elétricos.

Questão Ambiental E Mineração

A mineração no Brasil e no mundo representa, atualmente, a base de um importante


segmento da economia. Os minerais são considerados matérias-primas não renováveis e, à
primeira vista, a mineração é considerada uma atividade não sustentável, cujos recursos são
exauríveis.

Os efeitos ambientais negativos da atividade estão associados, de modo geral, às


diversas fases de exploração dos bens minerais, como:

• a abertura de cavas;

• o uso de explosivos no desmonte de rochas;

• o transporte e o beneficiamento do minério (geração de poeira e ruído), afetando a


água, o solo e o ar, bem como a população local.

Sobre isso, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, parágrafo segundo,
determina que a utilização de recursos minerais deixa o empreendedor obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado:

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da
lei.

Nesse contexto, é dever do empreendedor zelar pelo bem público e pelo meio ambiente,
e é obrigação do Estado, por meio de órgãos competentes, fiscalizar o cumprimento da lei.
Além disso, há a exigência de que a empresa interessada na exploração mineral apresente um
estudo de impacto ambiental (EIA), um relatório de impacto ambiental (RIMA) e um plano de
recuperação da área degradada pela mineração,
que ficam sujeitos à análise e aprovação.
Globalização da Guerra Fria
O século XX foi palco de inúmeras transformações históricas que marcaram,
definitivamente, a organização do mundo e, dentre elas, está o advento da globalização.
Enquanto processo, a globalização ampliou-se com o desenvolvimento do capitalismo, condição
fundamental para sua dimensão alcançada no final da Guerra Fria entre os anos 1980 e 1990.

Ao final da II Guerra Mundial, o globo se dividiu em dois blocos, um capitalista –


representado pelos Estados Unidos da América; e outro socialista – encabeçado pela União
Soviética. Esse período conhecido por Guerra Fria foi marcado por uma forte disputa pelo
domínio ideológico entre tais blocos, bem como pela chamada corrida espacial e tecnológica.
Nessa disputa, o modelo capitalista saiu vitorioso, após as reformas econômicas e políticas
promovidas pela União Soviética quando esta já agonizava, sem condições de manter o projeto
socialista e o seu modelo de Estado de bem-estar-social. Ao final dos anos 1980, caiu o muro de
Berlim, símbolo da divisão do mundo, o que significaria a vitória da ideologia capitalista. Tem-
se, desde então, a configuração de uma nova ordem mundial, iniciada pela reorganização das
relações internacionais no tocante à divisão internacional da produção, isto é, do trabalho.

Fundamentalmente, a globalização teve como seu motor a busca pela ampliação dos
mercados, dos negócios, isto é, ampliação das relações internacionais em nome dos objetivos
econômicos das nações. Nesse sentido, é preciso se pensar no papel da ampliação do
neoliberalismo como modelo econômico adotado pelas potências em todo o mundo, defendido
na década de 1980 por líderes como Margaret Thatcher (Inglaterra), fato que embocou numa
redefinição do papel do Estado. Cada vez mais, em nome da liberdade econômica, os Estados,
enquanto instituições que deteriam o poder na sociedade sobre as mais diversas esferas (como a
econômica), vão diminuindo sua presença nas decisões, tornando-se “mínimos”. Apenas como
regulamentador, assim como os demais agentes econômicos, o próprio Estado também se
submeteria às leis do mercado, preocupando-se com questões como mercado financeiro, balanço
cambial, competitividade internacional, entre outros aspectos do universo do capital.

Surgiram os chamados blocos econômicos, como a União Europeia e o Mercosul, para


citar apenas dois, os quais teriam como finalidade criar condições para melhor comercialização
entre seus membros, dada a situação de interdependência das economias. Vale lembrar que
nesse contexto (e desde o final da II Guerra), instituições como a ONU, a OMC, o FMI, entre
outras, têm desempenhado papéis fundamentais nas relações internacionais no âmbito dos mais
diversos assuntos de interesse mundial.

Ainda com relação a essa grande internacionalização da economia (ampliação do


comércio e dos investimentos externos em países dependentes dos mais ricos), é importante
pontuar que todo esse processo foi acelerado pelo desenvolvimento tecnológico dos meios de
produção (tornando-os mais eficientes) e dos meios de comunicação. Consequentemente, as
transações econômicas internacionais e o mercado financeiro também se desenvolveriam (hoje,
principalmente pela virtualização da economia pela rede mundial), permitindo que as
corporações multinacionais se proliferassem pelo mundo.

Para além do aspecto econômico propriamente dito, a globalização possibilitou uma


maior aproximação das nações no que tange à discussão em Conferências Internacionais, por
meio de órgãos como a ONU, acerca de assuntos de interesse geral, como a fome, a pobreza, o
meio ambiente, o trabalho, etc. Um bom exemplo seria como está sendo tratada a questão da
possibilidade da formação de um Estado Palestino em 2011, ou as questões ambientais.
Já do ponto de vista cultural, há um processo de sobreposição e aproximação de
culturas, costumes, porém com o predomínio do padrão ocidental, processo este que pode ser
chamado de ocidentalização do mundo. O padrão de vida, os valores, a cultura (música, cinema,
moda) – isso sem se falar no idioma inglês, que é visto como universal – enfim, direta ou
indiretamente representam o poder hegemônico dos Estados Unidos em todo o mundo. Ao
passo em que se tem uma tendência à homogeneização de valores culturais, tem-se o aumento
do processo de intolerância e xenofobia em países como EUA e França. A questão dos
atentados de 11 de setembro de 2001 pode ser um exemplo da intolerância tanto de alguns
grupos do Oriente com relação ao Ocidente, assim como também por parte do Ocidente com
relação ao Oriente, haja vista a forma como os Estados Unidos empreenderam um revanchismo
em nome da “segurança mundial” contra o terrorismo. A despeito da crise econômica que
enfrentam atualmente os Estados Unidos ainda possuem o poder hegemônico (embora um
pouco abalado) no mundo. Dessa forma, as ideias de soberania e de Estado-nação ficam
reduzidas diante da globalização, pois isso vai depender do papel que determinado país exerce
no jogo da política internacional, podendo sofrer uma maior ou menor influência, seja ela
econômica ou cultural. A retração e diminuição do papel do Estado com a valorização de
políticas neoliberais e a permissividade ou dependência com relação ao capital de investidores
internacionais são fatores que contribuíram para o aumento da pobreza e da desigualdade em
países mais pobres.

Logo, a ambiguidade da globalização vem à tona quando se avalia seus efeitos mais
negativos sobre a população mundial, principalmente do ponto de vista econômico. Com a
globalização da economia, as empresas, em nome da concorrência, reduzem custos, diminuindo
vários postos de trabalho, gerando o desemprego estrutural. Além disso, o desemprego pode
piorar quando há um crescimento do investimento no mercado financeiro (o qual possibilita um
retorno maior e mais rápido aos grandes investidores) ao invés do investimento na produção,
esta sim geradora de empregos. Como se tem debatido atualmente, entre as causas das crises na
economia mundial nos últimos anos (principalmente em 2008) estariam às chamadas operações
financeiras especulativas, as quais tiveram como consequência direta uma reformulação do
papel do Estado entre os países mais ricos, agora mais intervencionistas do que antes. Buscando
amenizar os efeitos nocivos das crises, as medidas adotadas pelos governos na tentativa do
controle do déficit público e da inflação (juros altos), contribuem para a concentração de renda e
o desemprego, fato que tem levado as populações de muitos países a irem às ruas manifestarem
seu descontentamento.

Assim, sobre a globalização, pode-se afirmar ser um processo de duas vias: se há


avanços por um lado (como no tocante às relações sociais, ao intercâmbio cultural e à
possibilidade de uma maior troca comercial), há retrocessos pelo outro (como o aumento da
miséria e da desigualdade social, da intolerância religiosa e cultural, a perda de poder dos
Estados em detrimento das grandes corporações multinacionais). Esperemos o que o século XXI
reserva, não apenas a nós, mas também às próximas gerações.

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