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Universidade Federal do Espírito Santo Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Agrárias Centro de Ciências Agrárias


Melhoramento de Plantas Melhoramento de Plantas
V CBMP V CBMP
Frederico de Pina Matta Frederico de Pina Matta

Melhoramento de espécies de propagação vegetativa (assexuada) 2. Exemplos:

1. Introdução:

• A propagação vegetativa, permitida por algumas espécies,


possibilita uma forma de manter as características
Cana-de-açúcar
Cacau
favoráveis, apresentados por alguns genótipos
heterozigóticos, durante seu processo de multiplicação. Eucalipto

 Uva
 Batatas
 Maracujá
 Laranja
Mandioca  etc. Seringueira

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3. Princípios básicos da propagação vegetativa Métodos de propagação clonal: macropropagação e micropropagação

 O processo não inclui meiose (portanto, são formados


Geração 1 Geração 2 Geração 3 Geração 4
clones);

 A maturação do explante possui grande efeito na facilidade


de propagação;

 Reduzir a juvenilidade: chave para o sucesso para qualquer


programa de propagação vegetativa.
1 planta 100 plantas 10000 plantas 1000000 plantas

• O número de clones de cada planta (genótipo) aumenta de forma exponencial

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4. Características genéticas e geração de variabilidade

• Os genótipos são idênticos em todas as gerações

propagação
F = G1 + E F´ = G1 + E´

• Geralmente possuem elevada heterozigosidade: podem possuir alta

carga genética e consequentemente após o acasalamento entre clones

aparentados ⇒ elevada DEPRESSÃO POR ENDOGAMIA.

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Para realizar o melhoramento:


 Explorar a variabilidade existente;
 Utilizando 3 parentais:
 Gerar a variabilidade genética:

Tipos de cruzamentos: P1 X P2

Biparentais ⇒ C1 x C2
F1(1,2) x P3
Multiparentais ⇒ (C1 x C2) x C3 ou (C1 x C2) x (C3 x C4)
25% P1 e P2
F1(1,2,3)
F1(12) x F1(34) 50% P3

F1(12)(34)

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 Cruzamentos múltiplos: cruzamentos envolvendo mais de 4


genitores
 Utilizando 4 parentais:
P1 X P2 Exemplo: 8 genitores

P1 X P2 P3 X P4 P5 X P6 P7 X P8
F1(1,2) X P3

F1(1,2) X F1(3,4) X F1(5,6) X F1(7,8)


F1(1,2,3) X P4
12,5% P1 e P2
F1(1,2)(3,4) X F1(5,6)(7,8)
25% P3
F1(1,2,3,4) 50% P4
Essa pode
F1(1,2,3,4)(5,6,7,8) ser a S0

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A Variabilidade genética é função da heterozigosidade dos clones Exemplo:


a) parentais diferem em 20 locos heterozigóticos com 2 alelos:
Gametas (genitores A e B) = 220 gametas diferentes
C1(A1A2) x C2 (A3A4)
Número de genótipos diferentes: Cruzamento A x B:
220 x 220 = 240 ≅ 1012
F1 ⇒ ¼ A1A3 : ¼ A1A4 : ¼ A2A3 : ¼ A2A4 (OBS.: F1 já apresentando variabilidade!)

b) Se fossem 50 locos com dois alelos: 250 x 250 = 2100 ≅ 1030


σ G2 disponivel
Disponívelpara
paraseleçao
seleção

• São obtidos 4 genótipos, pois cada parental forma 2n = 21 Variabilidade Genética Considerável:
gametas distintos, logo: 21 x 21 = 4 Clones altamente heterozigóticos, populações altamente
n = número de loco heterozigóticas ⇒ grande número de genótipos diferentes.
heterozigótico

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5. Escolha dos genitores 6. Procedimentos para uma boa escolha dos genitores:

Podem ser utilizados cultivares comerciais: procura-se aproveitar os a) genealogias; b) divergência genética; c) complementaridade; e
efeitos da seleção já praticada para produzi-los). Vantagens: d) performance.
 Aumenta-se a probabilidade de concentração de alelos favoráveis em
um genótipo;
a) Genealogias: evitar cruzamento de indivíduos aparentados (endogamia).

 Estes clones geralmente apresentam um nível já elevado de


(C1 x C2) x (C2 x C4)
produtividade e uma série de características favoráveis, como resistência
a doenças e pragas, acamamento, precocidade etc;
C3 x C5
 Assim, a variabilidade genética para os caracteres menos complexos
que a produtividade é menor, permitindo que a seleção seja intensa para
produtividade. C6 C3 e C5 são meio-irmãos

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b) Divergência genética: Maximizar variabilidade em F1, heterose c) Complementaridade: concentrar características favoráveis em um único
genótipo

Genótipos Genótipos
Inferiores Superiores C1(RASB) x C2(SARB) ⇒ Objetivo: C3(RARB)

d) Performance: Presença de Genes de interesse.


A análises da divergência genética pode ser realizada a partir de: • Nos programas de melhoramento são gerados Banco de Dados com
 Análise multivariada; informações sobre: Genealogias e divergências genéticas,
 Marcadores isoenzimáticos; complementaridade e performance dos caracteres de importância
agronômica e/ou econômica.
 Marcadores moleculares;

 Coeficiente de parentesco.

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Exemplo:
Florescimento em cana-de-açúcar: normalmente são Estação Experimental
cruzados parentais que não florescem na região do cultivo de Cruzamento de
comercial. Camamu (BA)

 Possui o maior
CAMAMU número de
Próximo à latitude 14º
genótipos de
cana-de-açúcar de
todo o mundo e
excelentes
condições
climáticas para
hibridação.

Inflorescência da Cana-de-açúcar

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Cada semente
pode gerar um
novo clone: um
São realizados
novo cultivar!!
cruzamentos
controlados;

São obtidos
milhares de
genótipos
diferentes.

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Etapas de um programa de melhoramento 2ª Etapa: cada planta selecionada é clonada.


1º Etapa ⇒ Obtenção dos indivíduos F1 ⇒ Sementes ⇒ Características desta fase:
Plantas individuais (10000 a 20000 em cana-de-açúcar) • Experimentos com poucas repetições (reduzido número de
clones/planta)
Bordadura
• Seleção com base nas médias.

Genótipos I II Médias
Bordadura
1 Y1I Y1II Y1 • Poucas repetições:
• Avaliação de plantas individuais (competição completa). 2 Y2I Y2II Y2 seleção para caracteres de
herdabilidade alta e
• Cada genótipo é diferente dos demais. ... ... ... ... mediana.
• Seleção massal ⇒ Caracteres de alta herdabilidade (p. ex. resistência a n YnI YnII Yn
certas doenças e pragas, precocidade, cor de colmo etc.)

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3ª Etapa: avaliação dos genótipos selecionados na etapa anterior. 4ª Etapa: Avaliação dos genótipos selecionados na etapa
anterior
• Aumento do número de repetições
• aumento do número de repetições
• Seleção com base nas médias
• avaliação em diversos locais
Genótipos I II III IV V VI Médias • seleção com base nas médias (de repetições e de locais)
15 Y15I Y15II Y15III ... ... ... Y15 • Intensidade de seleção alta para caracteres de baixa
22 ... ... ... ... ... ...
Yn herdabilidade
38 ... ... ... ... ... ...
... ... ... ... ... ... ...
n YnI YnII YnIII ... ... ... Yn
• Valores fenotípicos mais precisos.
• Seleção com intensidade alta para caracteres de herdabilidade mediana
e intensidade média para os de baixa herdabilidade.

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5ª Etapa: seleção dos poucos genótipos selecionados na etapa 7. Problemas com uma má condução : Redução da Base Genética
anterior
• aumento do número de repetições
Acarreta em:

• aumento do número de locais onde são instalados os • redução da σ G2 : vulnerabilidade genética


experimentos
• atinge-se o patamar (platô) de produtividade
• seleção do genótipo superior
• riscos: doenças e pragas
• origem dos cultivares

Alternativa: Ampliar a base genética com introdução de


material exótico que tenha potencial para integrar
programas de melhoramento.

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8. Alternativa para solucionar esse problema: 9. BIBLIOGRAFIA

Acesso de interesse (Ai) X Cultivar comercial1 (Cc1) 1. Nass, L.L.; Valois, A.C.C.; Melo, I.S. e Valadares-Inglis, M.C.
(Eds.) Recursos genéticos & melhoramento – Plantas. 2001. Cap.
11.
F1 (50% Ai; 50% Cc1) X Cc2
2. Borém, A.; Miranda, G.V. Viçosa: UFV, 2005. Capítulo 24.

F1 (25% Ai; 25% Cc1 ; 50% Cc2)

75% Cc
Ai = acesso exótico, selvagem ou outro cultivar
apresentando a característica de interesse.
Onde recorrer: banco de germoplasma

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