Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I nformações técnicas
A eventual citação de produtos e marcas comerciais 9 O agronegócio palmito de pupunha.
não expressa, necessariamente, recomendação de seu
uso pela Instituição.
12 Cultivo de trigo duro no Brasil.
17 Aveia IAC ajuda na redução dos níveis de colesterol.
É permitida a reprodução parcial, desde que citada a
fonte. A reprodução total depende de anuência 18 Soja e adubos verdes, uma boa opção na renovação do canavial.
expressa do Instituto Agronômico. 19 Plantio direto de algodão no noroeste.
20 O mapa pedológico do Estado de São Paulo.
Cultivares IAC
23 IAC 202: arroz de alta produtividade e qualidade para cultura de sequeiro.
Editado pelo Instituto Agronômico
25 Seleções IAC de antúrios.
Av. Barão de Itapura, 1.481
13020-902 – Campinas, SP
Serviços
Fone: (19) 231-5422 / Fax: (19) 231-4943
27 Mudas biopropagadas de bananeira e de abacaxi-de-gomo.
http://www.iac.br 27 Matrizes básicas IAC de morangueiro.
29 Sementes genéticas e básicas.
30 Análise de solos e plantas.
O IAC e a comunidade
32 Visitas, eventos e homenagens.
Fotolitos e impressão realizados
pela EDMETEC - Edições Médicas, Resenha climatológica
Técnicas e Científicas Ltda 34 Balanço hídrico: janeiro a abril de 2000.
Rua Ipanema, 392 (Mooca)
03164-200 São Paulo, SP
Fone: (11) 6692-7408 - Fax: (11) 6096-4114 35 Publicações
Criação da capa: Tibor Moricz
Ponto de vista
42 Agricultura e meio ambiente.
43 Nossa equipe
Assinaturas (anual = R$10,00; números avulsos =
R$5,00).
Enviar cheque nominal ao Instituto Agronômico
ou depositar na conta bancária (Nossa Caixa-Nosso
Banco; agência: 00558-4; conta corrente: 13.000004-
6), enviando comprovante de depósito (via fax ou
carta) para: IAC - Núcleo de Documentação, 13020-
902, fone/fax (19) 231-5422 ramal 215; endereço Capa: Avaliação de progênies (primeiro plano) e campo de produção de sementes
eletrônico vendas@barao.iac.br básicas de arroz irrigado na Estação Experimental de Agronomia de Pindamo-
nhangaba (segundo plano).
EDITORIAL
Dia de campo de Feijão, realizado em Capão Bonito, em abril de 2000: um modelo de transferência de tecnologia.
88 OOAgronômico,
Agronômico,Campinas,
Campinas,52(1),
52(1),2000
2000
Produção de sementes básicas de arroz em Pindamonhangaba - março de 2000.
Hoje o Centro de Ação Regional con- genéticas e básicas produzidas anualmen- realização de eventos voltados para a
ta com 25 pesquisadores, que coordenam te para atender o sistema de produção de difusão e a transferência de tecnologias,
74 projetos de pesquisa, além de serem sementes do Estado, entre empresas pri- incluindo palestras técnicas, seminários
responsáveis pelo desenvolvimento de vadas e oficiais. e dias de campo, com a participação de
940 experimentos que compõem a pro- Um fator decisivo na ampliação do 17.300 pessoas de diferentes segmentos
gramação de pesquisas. Somam-se a isso trabalho regional e que tem dado maior do agronegócio nas diferentes unidades
as mais de 500 toneladas de sementes visibilidade à Instituição tem sido a regionais, que passaram de uma dezena
de eventos anuais na década de 80,
para 76, em 1999.
Para que nossas unidades regionais
aumentem sua inserção no agrone-
gócio e sejam agentes alavancadores
de desenvolvimento, é fundamental
que se amplie o quadro de pesquisa-
dores hoje existente e que nossas ações
de pesquisa atendam não somente à
área agrícola mas, também, aos diversos
componentes do agronegócio, abrin-
do espaço para numa mesma unidade
termos equipes multinstitucionais
atuando em programas comuns defi-
nidos para as diferentes regiões do
Estado.
51(2,3),
O Agronômico, Campinas, 52(1), 1999
2000 89
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
P
almito pode ser extraído de
um grande número de
gêneros e espécies de pal-
meiras. A abundância, a
palatabilidade, a cor, o
formato, a ausência de princípios tóxicos,
o alto rendimento e a facilidade de extração
são os principais fatores que fazem com
que uma espécie seja preferida em relação
a outra. Considerando esses atributos,
palmeiras do gênero Euterpe (juçaras e
açaizeiros) vinham sendo as preferidas
para a produção de palmito, uma atividade
ainda extrativa e altamente predatória. Para
se ter uma idéia da dimensão dessa
atividade, basta dizer que o faturamento
médio anual do setor é da ordem de 350
milhões de dólares, com geração de 8 mil
empregos diretos e cerca de 25 mil
indiretos. No entanto, devido à alta taxa
de exploração de palmeiras desse gênero
e ao relativamente baixo poder de
regeneração presente em espécies de
Euterpe, há atualmente falta de produto
de boa qualidade. Palmeiras mais precoces
e que produzam bom palmito têm sido
procuradas por pesquisadores e grandes
e pequenos empresários do setor. Dentre
elas tem merecido destaque a pupunheira
(Bactris gasipaes Kunth).
O cultivo da pupunheira para
produção de palmito vem despertando,
desde a década de 70, o interesse de
agricultores de todo o País. Esse interesse
é devido, principalmente, à alta demanda,
tanto interna quanto externa, de palmito
de boa qualidade e à alta lucratividade do
setor. A busca de novas opções de cultivo
em substituição aos tradicionais, em
virtude dos baixos preços alcançados por
esses últimos no mercado, faz também
com que empresários de outros setores Figura 1. Aspecto de cultivo de pupunheira para produção de palmito
se aventurem no agronegócio palmito de no início da implantação e dois anos depois. Coimex Agrícola, São Mateus,
pupunha. Espírito Santo (fotos da autora).
O
IAC vem pesquisando já há al- As tentativas de cultivo comercial de
gum tempo as possibilidades de trigo duro no Brasil, em particular no Es- maiores produções da variedade Nainari-60
cultivo de trigo duro no Brasil. tado de São Paulo, não tiveram sucesso raramente ultrapassavam 4.500 kg/ha,
O trigo duro, para os conhecedores da devido a problemas agronômicos nos cul- mesmo quando cuidadosamente culti-
culinária, é o mais indicado para o fabrico tivares disponíveis, isto é, falta de adap- vada com irrigação. O acamamento desen-
de massas, as conhecidas “pastas” da tação aos solos ácidos, proporcionando corajava a aplicação de mais que 50-70
comunidade italiana. baixa produtividade, suscetibilidade às kg/ha de nitrogênio.
O trigo cultivado no Brasil pertence à doenças foliares, ausência de dormência Após muitas tentativas frustradas,
espécie Triticum aestivum L. e apresenta dos grãos, provocando a sua germinação conseguiu-se uma solução para o acama-
três genomas, A, B e D, cada um deles nas espigas antes da colheita e reduzin- mento com os genes para nanismo
representado por sete pares de cromos- do-lhes sensivelmente a qualidade encontrados na variedade Norin 10: tais
somos. Os fatores genéticos responsá- tecnológica, e, principalmente, a falta de genes não somente diminuíram a altura
veis pela qualidade de panificação um sistema adequado de comercialização das plantas como induziram maior
localizam-se nos cromossomos do geno- que garanta a aquisição dos grãos pelos perfilhamento, mais grãos por espiga e
ma D. O trigo duro (Triticum durum L.), moinhos, o que desestimula produtores por metro quadrado, uso mais eficiente
chamado de “trigo para macarrão”, tem potenciais. No Brasil há somente um mo- de fertilizante e água e maior índice de
somente os genomas A e B, não apresen- inho, o São Valentim, em Tatuí, SP, devi- colheita. Entre 1960 e 1980, o CIMMYT
tando, portanto, qualidade para panifica- damente equipado para processar trigo lançou 39 variedades de trigo para pani-
ção. duro. ficação, todas contendo os genes de
O trigo duro é cultivado, aproximada- No Brasil não se produz o trigo duro nanismo da fonte Norin 10.
mente, em 17 milhões de hectares no mun- comercialmente, porém já se consome o Os trigos duros também tiveram seu
do, representando somente 8% da área produto importado em pequena escala, porte reduzido. Os melhoristas cruzaram
semeada com trigo. Sua produção está sendo usado inadequadamente o T. trigos panificáveis, contendo genes de
concentrada no Oriente Médio, Norte da aestivum L. para a produção de massas. Norin 10, com trigos duros e, subseqüen-
África, Continente Asiático e Europa Me- A produção brasileira de pastas foi temente, retrocruzaram as progênies para
diterrânea. Outras áreas produtoras in- estimada em um milhão de toneladas em os duros, de que resultaram variedades
cluem parte da Etiópia, Argentina, Chile, 1998, representando um crescimento de de alto potencial de produção. Trigos
México, Estados Unidos e Canadá. 15% em relação a 1997. O consumo de duros, semi-anões, lançados pelo
pastas no Brasil é de 5,4 kg/ano per CIMMYT, estão sendo amplamente cul-
Ensaios Preliminares das espigas, número de espiguetas por Propriedades de extensão da massa:
espiga, número de grãos por espiga e por determinadas no equipamento alveógrafo
Ensaios preliminares são instalados espigueta e massa de cem grãos, cole- “Chopin”. Os parâmetros básicos das
anualmente na Estação Experimental de tando-se dez espigas de cada parcela. curvas alveográficas estudadas foram os
Tatuí do IAC, em solo corrigido e aduba- seguintes: pressão máxima (P), abcissa
As plântulas dos genótipos de trigo
do, em condição de irrigação por asper- média de ruptura (L), índice de configu-
duro e comum foram testadas em condi-
são. Cada genótipo de trigo duro selecio- ração da curva (P/L) e energia de defor-
ções de laboratório, para tolerância a zero;
nado no IDSN no ano anterior é semeado mação da massa (W).
0,2; 0,4; 1,0 mg/L de Al3+, em soluções
em uma parcela composta de seis linhas
nutritivas.
de 3 m de comprimento, espaçadas uma
Avaliaram-se os dados consi- 2. Resultados obtidos
da outra de 20 cm. No início da maturação
são realizadas as mesmas avaliações já derando-se a média de comprimento da No período de 1984 a 1999 observou-
citadas na avaliação inicial do germo- raiz primária central das dez plântulas de se que os rendimentos de grãos dos genó-
plasma. cada genótipo, após 120 h de crescimento
tipos de trigo duro e comum mostraram-
nas soluções nutritivas completas sem
se superiores em condição de irrigação
Ensaios Finais alumínio e 24 h de crescimento nas
por aspersão em comparação com cultivo
soluções de tratamento contendo quatro
de sequeiro.
1. Metodologia diferentes concentrações de alumínio.
São compostos de 18 genótipos de Na tabela 2 verifica-se que não ocor-
Para a avaliação da qualidade tecno-
trigo duro selecionados nos Ensaios reram diferenças significativas entre os
lógica dos genótipos estudados foram
Preliminares mais dois cultivares de trigo genótipos de trigo duro e comum em
realizadas as determinações a seguir
comum, como controles (testemunhas ). condição de irrigação. O cultivar de trigo
relacionadas:
duro IAC-1003 foi o menos produtivo em
Emprega-se o delineamento estatísti- Rendimento de extração de farinha condição de sequeiro.
co de blocos ao acaso, com quatro (moagem): empregando-se o moinho
repetições por local. Cada ensaio consti- Cultivares de trigo duro, mesmo com
experimental “Brabender Quadrumat
tui-se de 80 parcelas, cada uma formada irrigação, em solo ácido mostraram baixa
Senior” e trabalhando com 2 kg de grãos,
por seis linhas de 3 m de comprimento, produtividade em relação aos cultivares
que tiveram sua umidade ajustada para
espaçadas de 0,20 m. Deixa-se uma sepa- de trigo comum, tolerantes à toxicidade
15% 16 a 20 h antes da moagem.
ração lateral de 0,60m entre as parcelas, de Al3+. Em solos corrigidos, com irriga-
Micro-sedimentação: em SDS (dodecil ção, os genótipos de trigo duro e comum
semeando-se 80 sementes viáveis por
sulfato de sódio). apresentaram-se produtivos, não dife-
metro linear de sulco, com uma área útil
de colheita de 3,6 m2. Número de queda (Falling number). rindo entre si (tabela 3).
No período 1984-99 os Ensaios Finais Propriedades de mistura da massa: Os cultivares de trigo duro não
foram semeados anualmente em vários determinadas no farinógrafo “Brabender”, diferiram do trigo comum IAC-24, de por-
locais, em condições de sequeiro e de irri- pelo sistema farinha-água. Os parâmetros te semi-anão, com relação à altura e por-
gação por aspersão. Os genótipos foram usados para interpretar o farinógrafo centagem de acamamento. Porém, o cul-
comparados quanto à resistência à ferru- foram: tempo de desenvolvimento da tivar de trigo duro IAC-1001 mostrou um
gem-da-folha, mancha-da-folha e oídio. massa (TDM), estabilidade (EST) e índice ciclo maior da emergência ao
Além das características já mencionadas, de tolerância à mistura em unidades florescimento, em relação aos cultivares
foram também avaliados: comprimento farinográficas. de trigo comum IAC-24 e IAC-60.
Tabela 3. Produções médias (kg/ha) de grãos de genótipos Tabela 5. Comprimento médio (mm) das raízes de genó-
de trigo duro e comum em ensaios instalados com irri- tipos de trigo duro e comum, medido após 120 h de
gação, em solo ácido (1995) e em solo corrigido (1988). crescimento na solução nutritiva completa e 24 h nas
Médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem soluções de tratamento contendo quatro concentrações
significativamente entre si. de Al3+.
Concentrações de alumínio
Genótipos Monte Alegre do Sul Tatuí nas soluções (mg/L)
Genótipos
(solo ácido) (solo corrigido)
0 0,2 0,4 1,0
Trigo duro Trigo duro
IAC-1003 2.033b 3.660a
IAC-1001 49,0 10,6 0,0 0,0
Yavaros “S” 1.992b 3.385a
IAC-1002 46,8 10,0 0,0 0,0
MTTE “S” 991b 3.183a
IAC-1003 37,0 0,0 0,0 0,0
Trigo comum
IAC-24 3.893a 4.906a Trigo comum
IAC-60 3.584a 3.919a BH-1146 80,3 46,7 62,1 79,8
d.m.s. (Tukey a 5%) 1.425 2.200 IAC-60 60,5 55,6 55,0 60,3
Fonte: CAMARGO, C.E. de O. et al. Bragantia, v.51, n.1, p.69- Fonte: CAMARGO, C.E. de O. et al. Bragantia, v.54, n.2, p.371-
76, 1992. 383, 1995.
Não foram verificadas diferenças e por espigueta e o IAC-1002, por exibir tipos de trigo duro em Ribeirão Preto em
marcantes entre os trigos comuns e du- os grãos mais pesados. comparação com os de Tatuí (Tabela 6).
ros em relação à resistência à ferrugem-
Por se mostrarem sensíveis à toxici- As propriedades tecnológicas do
da-folha e ao oídio. No entanto, os
dade de Al3+, os genótipos de trigo duro genótipo de trigo duro IAC-1003, isto é,
genótipos de trigo duro exibiram alta
não são recomendados para o cultivo em suas características de sedimentação,
suscetibilidade aos agentes causais de
solos ácidos, conforme se observa pelo extração experimental de farinha e núme-
manchas foliares, em comparação aos cul-
comprimento das raízes em soluções ro de queda, características farinográficas
tivares de trigo comum (tabela 4).
nutritivas com diferentes concentrações (tempo de desenvolvimento da massa,
Os genótipos de trigo duro apresen- estabilidade e índice de tolerância à mis-
taram espigas curtas e com menor núme- de alumínio (tabela 5).
tura) e características alveográficas (ín-
ro de espiguetas por espiga que os co- As condições climáticas favoráveis, dice da configuração da curva e energia
muns. baixa umidade relativa durante o ciclo da de deformação da massa) permitem
O IAC-1003 destacou-se por apresen- cultura e ausência de chuvas na colheita, indicá-lo para uso na fabricação de mas-
tar um maior número de grãos por espiga favoreceram a produtividade dos genó- sas ou pastas alimentícias.
L
ançada em 1994, a aveia ‘IAC 7’
vem agradando a produtores e ficação, fabricação de biscoitos e ali-
consumidores. Os produtores mentos infantis, e vem sendo cada vez
vêm apreciando o seu ciclo precoce e os mais utilizada pelo mercado externo.
consumidores ficam satisfeitos em saber Em um novo programa, a SL Alimentos
que tem alto teor de beta-glucano, está testando quatro novas variedades de
elemento útil no controle dos níveis de aveia IAC em seus campos experimentais.
colesterol. Com excelente qualidade para O material está sendo analisado tanto em
fabricação de flocos, é uma aveia branca relação a caracte-rísticas agronômicas,
que também agrada à indústria brasileira. como teor de beta-glucano, precocidade
Por parceria firmada entre o IAC e a SL e resistência a doenças, quanto ao
Alimentos, que possui o maior moinho da rendimento industrial.
América Latina e um dos maiores do
mundo, a aveia ‘IAC 7’ vem sendo
produzida nos campos da empresa na
região de Mauá, na Serra do Paraná. Jairo Lopes de Castro(1) e Thomaz Setti(2)
1
IAC - Núcleo de Agronomia do Sudoeste( )
Até o lançamento da variedade IAC 7, 2
e SL Alimentos( )
o Brasil era importador de aveia. Com fones: (15) 542-1310( 1) e (43) 330-9977 ou
2
ótimas características para indústria e 329-8050( )
E
m São Paulo, o cultivo da cana- estudo consistiu em um ano de adubação de açúcar por hectare. No entanto, em-
-de-açúcar ocupa 2,2 milhões de verde, com soja, mucuna-preta e crotalária bora tenha havido aumentos expressivos
hectares, com perspectiva de em sucessão à cana-de-açúcar e de dois na produção de cana e de açúcar pela
crescimento. Apesar da variabilidade anos de adubação verde com essas rotação com crotalária e mucuna preta, o
agroecológica, pela extensão do Estado, mesmas culturas. O sistema tradicional, cultivo da soja na renovação do canavi-
influindo nos períodos de plantio, brota, pousio no período, também foi incluído al, apesar de propiciar menores produ-
rebrota e colheita, pode-se simplificar os entre os tratamentos. ções de cana-de-açúcar permitiu obter um
sistemas de produção de cana-de-açúcar No sistema em que se usou um ano de retorno econômico muito maior devido à
para duas épocas principais de plantio: a adubação verde, aqueles em que se usou renda obtida com os grãos da legumi-
de inverno-primavera, de agosto a outu- mucuna-preta ou crotalária, apresentaram nosa. Assim, a proteção do solo, a
bro, e a de verão, de janeiro a março, que produção média de cana-de-açúcar 16 % melhoria de suas condições físicas,
irão se constituir na cana de ano e cana superior àquele em que se usou soja. químicas e biológicas, a economia no uso
de ano e meio respectivamente. Uma vez do nitrogênio em cobertura, o ponderável
Quando a adubação verde, antes do
plantada, a lavoura de cana-de-açúcar aumento na produção de cana e de açú-
novo plantio de cana-de-açúcar, foi de
permite de três a seis colheitas conse- car e o retorno econômico da prática pos-
dois anos, todos os tratamentos mostra-
cutivas, que ocorrem no período de abril- sibilitam a recomendação do uso de
ram aumentos de 22 a 47 %, o que repre-
-maio a setembro-outubro. Essa mesma leguminosas na renovação do canavial.
senta um aumento de até cinco toneladas
lavoura recebe o nome de cana-planta no
seu primeiro ciclo, soca no segundo e
ressoca de enésima ordem nos demais, até
a última colheita, quando se faz a renova-
ção do canavial. Nessa ocasião é então
efetivado o preparo de solo, com elimina-
ção das soqueiras, aração, gradagem etc.,
visando-se a um novo plantio. Nas con-
dições paulistas, essa movimentação do
solo ocorre no período de primavera-ve-
rão, quando são mais intensas e erosivas
as chuvas e mais propícias as condições
de infestação do solo com plantas volun-
tárias.
O emprego de espécies leguminosas
como adubo verde resulta em significati-
va melhoria nas características químicas,
físicas e biológicas do solo, com aumento
da retenção de nutrientes, o controle de
plantas voluntárias, de parasitas e da ero-
são do solo. A mucuna-preta e Crotalaria
juncea são exemplos de plantas há muito
utilizadas para essa finalidade. Estudo
recente foi realizado no Instituto Agro- Opções de adubações verdes na renovação do canavial.
nômico, com o objetivo de quantificar o
efeito da adubação verde com essas Hipólito A.A. Mascarenhas e Roberto T. Tanaka
espécies e de outra leguminosa, a soja, IAC - Centro de Plantas Graníferas
sobre o rendimento físico e econômico fone: (19) 241-5188 ramais 316 e 304
na produção da cana-de-açúcar. Esse endereço eletrônico: hipolito@cec.iac.br; tanakart@cec.iac.br
Plantio direto
de algodão no noroeste
A
prática de plantio direto na tares usando os mesmos herbicidas e com tível a erosão. Saliente-se que a cultura
Região Noroeste do palhadas de milho, de aveia amarela e de do algodão possui um ciclo muito exten-
Estado é ainda muito trigo, também na área de pivô central. so, dificultando uma rotação com cultu-
insignificante. Esta ativi- Notou-se um desenvolvimento melhor da ras econômica e/ou para formação de
dade vem sendo realizada cultura na área com aveia amarela e pior palhada feita no período de outono/
por agricultores que possuem sistema de na de resteva de trigo. inverno. A produção de material de
irrigação tipo pivô central, porque na área No outono/inverno de 1998/99 foi cobertura por essa malvácea é muito
irrigada os cultivos são intensivos durante multiplicado o milheto para a produção pequena, deixando o solo desprotegido.
todo o ano e a produção de palhada é de palhada, pois trata-se de gramínea com A produtividade obtida tem ficado entre
adequada para a atividade do plantio boa resistência à deficiência hídrica. Com 125 e 140 arrobas por hectare.
direto. essa palhada produzida a área de algodão
No caso do algodão, cuja cultura é passou para trinta hectares. A desse-
estabelecida praticamente em áreas arren- cação de pré plantio foi feita com glifosato
dadas, para renovação de pastagens de- e o controle das ervas pós-emergentes foi
gradadas, a prática do plantio direto não realizado com a mistura, em tanque, de O sistema de plantio
é executada. O sistema de plantio direto Fluazifop-P-Butil na proporção de 125 g
com algodão no Núcleo de Agronomia do de ingrediente ativo por hectare e direto com algodão
Noroeste foi iniciado no ano agrícola de Pyrithiobac-Sodium na proporção de a 100 no Núcleo de Agronomia
1996/97 em resteva de trigo e sob irriga- g de ingrediente ativo por hectare. Nesse
ção de pivô central. Esta primeira tentati- ano agrícola utilizou-se equipamento para do Noroeste foi iniciado
va foi feita numa área de dois hectares. aplicação de herbicidas – MSMA - com no ano agrícola
As plantas voluntárias foram dessecadas jato dirigido na proporção de 1.580 g de
com glifosato na dosagem de 960 g de princípio ativo + 750 g de ingrediente ativo de 1996/97 em resteva
ingrediente ativo por hecatare e poste- do Diuron por hectare. de trigo e sob irrigação
riormente no plantio do algodão foi apli- Atualmente deixou-se de usar o
cado paraquat, na proporção de 400 g de Pyrithiobac-Sodium por onerar o custo de de pivô central.
ingrediente ativo por hectare. A produção. Deve-se salientar que essa
plantadeira para plantio direto utilizada foi prática foi usada visando mais a conser-
a Jumil 2500. As sementes usadas foram vação do solo: as áreas de plantio foram
as destinadas aos campos de multiplica- utilizadas intensamente durante os últi-
ção de sementes e deslintadas com ácido mos quinze anos no sistema de produção
(semente pelada). convencional e a característica textural do Nelson Bortoletto
No ano agrícola de 1997/98 a área com solo é arenosa (70% de areia grossa + areia IAC – Núcleo de Agronomia do Noroeste
plantio direto foi estendida para dez hec- fina), o que o torna extremamente suscep- fone: (17) 984-9555
I
números problemas ligados à 1962. Além disso, o conhecimento de solos adotando o novo Sistema Brasileiro de
utilização inadequada do solo são tropicais era incipiente e os critérios de Classificação de Solos, elaborado por
verificados no Estado de São distinção e de classificação começavam a cerca de 70 pesquisadores do Brasil, sob
Paulo, tanto em termos agrícolas se estabelecer em nosso País. Apesar de a coordenação da Embrapa-Solos
como urbanos. Tais problemas todas essas limitações, esse mapa foi (EMBRAPA, 1999). É o primeiro mapa
podem ser facilmente notados pela perda intensamente utilizado, sendo básico nas publicado nesse novo sistema.
da produtividade de safra e pelo avanço faculdades de agronomia, engenharia Entre inúmeras mudanças, na
da utilização da terra de forma florestal, geologia, geografia e ecologia, classificação, destaca-se o desdobra-
desordenada e sem respeito às limitações entre outras disciplinas, que vieram mento dos solos Podzólicos, em classes
e potencialidades do terreno. Esses fatos formando toda uma geração de profis- diferentes: os Argissolos, Luvissolos e
resultam em enormes perdas de solo por sionais e usuários de mapas de solos, Alissolos (o termo Podzólico não existe
erosão e problemas quanto ao ordena- atualmente no mercado de trabalho. mais). Contém ainda informações sobre
mento territorial, dentre outros. Mediante Em uso ainda hoje, é procurado pelos a variação de profundidade efetiva, a
o uso de mapas pedológicos, que forne- mais diversos usuários, porém encontra- suscetibilidade à erosão e, conseqüen-
cem elementos básicos para o direcio- se esgotado desde 1975. Atualmente temente, sobre o potencial de uso
namento e a adequação do uso da terra, pode-se considerá-lo defasado carto- agrícola e urbano do território paulista.
esses problemas podem ser evitados. gráfica e taxonomicamente frente aos Esse mapa, apresentado em julho de
Mapas pedológicos em escalas novos avanços do conhecimento dos 1999 no Congresso Brasileiro de Ciência
generalizadas, englobando todo um solos do território nacional obtidos do Solo em Brasília, resultou da com-
território, permitem a visualização de posteriormente à sua publicação. pilação e adequação de uma série de 8
grandes áreas, abrangendo a distribuição Dessa forma, verificou-se a grande mapas, provenientes do Projeto
espacial e a variação existente na popu- necessidade de um novo mapa, que viesse RADAMBRASIL, que nos anos 70
lação dos solos, constituindo docu- suprir a crescente demanda de informa- mapeou o território nacional, e 15 mapas
mentos importantes na caracterização dos ções de solos. Porém, a simples atuali- do próprio IAC, além do antigo mapa de
recursos, na orientação de planejamentos zação taxonômica do mapa de 1960 não 1960 elaborado pela Comissão de Solos.
regionais do uso da terra com fins agro- cobriria as lacunas até então verificadas. As escalas também variam, desde
silvo-pastoris, geotécnicos, urbanos e Diante disso, o Instituto Agronômico, em 1:250.000 (1 cm2 = 625 ha) até 1:50.000 (1
industriais, e como material didático ao parceria com a Embrapa-Solos (CNPS), cm2 = 25 ha). Foi preciso desenvolver uma
ensino da ciência do solo, além de ressaltar iniciou em 1996 um projeto para resolver metodologia de ajustes além de redefinir
os contrastes entre regiões. os problemas encontrados no antigo as legendas e detalhamentos até chegar
Em 1960 foi publicado o mapa de solos mapa, bem como incorporar todos os à escala final de 1:500.000, adotada no
do Estado de São Paulo na escala conhecimentos até então adquiridos e novo mapa.
1:500.000 (Brasil, 1960) abrangendo todo passíveis de publicação na escala Nesse novo mapa (Oliveira et al., 1999)
o território paulista. Ele constituiu a pretendida, o que exigiu reformulações. o detalhamento é notável: há 387
realização da fase inicial de levantamento Esse novo mapa de solos resultou de unidades de mapeamento identificando
de reconhecimento de solos de Unidades três anos de trabalho de quatro trechos do território com tipos de solos
da Federação, executado pela antiga pesquisadores – João Bertoldo de Oliveira diferenciados, no lugar das 39 estabe-
Comissão de Solos, do Ministério da e Marcio Rossi, do Instituto Agronômico lecidas no anterior. Há dez categorias de
Agricultura, hoje Centro Nacional de (IAC), e Marcelo Nunes de Camargo e solos, as quais, com base em vários
Pesquisa de Solos (Embrapa-Solos). Foi Braz Calderano Filho, do Centro Nacional atributos como cor, textura, espessura,
executado por pedólogos, na época ainda de Pesquisas de Solos da Embrapa, do presença de cascalho, tipo de horizonte
pouco experientes e contando com base Rio de Janeiro. Elaborado e publicado com superficial, entre outros, caracterizam
cartográfica de baixa precisão para os o apoio financeiro da FAPESP, vem cobrir distintas unidades de mapeamento de
trabalhos de campo e para a compilação uma lacuna de 39 anos, desde a última solos. Para cada classe de solo é indi-
final. Ressalte-se que a primeira cobertura publicação efetuada, abordando maior cada, ainda, a classe de relevo predo-
aerofotogramétrica de todo o Estado de detalhamento dos tipos de solo minante, o que permite inferir, em
São Paulo foi realizada apenas a partir de encontrados no Estado, além de inovar, conjunção com os dados de solo, a maior
A
cultura de arroz em 1973. A linhagem IAC 1205 originou-se polidos são longos, finos e translúcidos
condições de sequeiro da progênie 8504-43-B-8-1, selecionada no com baixa ocorrência de centro branco.
não só pelo desafio, mas centro experimental de Campinas em 1989. Conforme mostrado no quadro 1,
pela importância desse Começou a ser testada em ensaios preli- numerosos experimentos realizados no
alimento básico, precisa minares de rendimento a partir de 1990 e estado de São Paulo, nos anos agrícolas
desfazer sua imagem de cultura de risco. em ensaios regionais avançados, em 1991, de 1991/92 a 1996/97, comprovaram que
Tradicionalmente, vinha sendo desenvol- demonstrando seu alto potencial agro- a produtividade média do IAC 202 foi
vida de maneira não muito tecnificada, nômico. semelhante à do IAC 165 e superior aos
apenas para abertura de novas áreas, com O IAC 202 apresenta altura média de cultivares Rio Paranaíba e IAC 201.
baixa produtividade e qualidade bem 87 cm, sendo considerado de porte baixo
inferior aos dos padrões, desestimulando e intermediário. É cerca de 10
os produtores. Atualmente, a realidade é a 25 cm menor que o IAC 201 e
bem diferente, pois é possível produzir IAC 165 respectivamente. Em
com menor risco, alta produtividade e virtude de seu porte baixo tem
elevada qualidade tanto na indústria como
mostrado ótima resistência ao
culinária. Os cultivares de arroz de
acamamento, embora possa
sequeiro recentemente lançados, sem
apresentar algum problema
dúvida nenhuma, têm sido o fator prepon-
sob condições de excessivo
derante nesse processo, pois, em geral,
desenvolvimento vegetativo.
são mais produtivos, e respondem ao uso
de tecnologia mais avançada. Visando O ciclo médio é de 87 dias
estimular ainda mais os orizicultores do - cerca de oito dias mais tardio
sistema de sequeiro para nova realidade, que o IAC 165 ou IAC 201.
o Instituto Agronômico, através de seu Pode haver variações no ciclo
programa de melhoramento do arroz, de florescimento e maturação
apresenta novo cultivar para o estado de principalmente em virtude da
São Paulo, o IAC 202, mais produtivo, de época de semeadura.
qualidade industrial e culinária excep- As folhas são de colo-
cionais, alcançando melhores preços no ração verde normal e glabras.
mercado, tornando a lavoura mais As panículas do tipo interme-
lucrativa e competitiva. diário, possuem, em média 23
IAC 202 é a denominação comercial cm de comprimento e 169
da linhagem IAC 1205 obtida do cruza- grãos por panícula. Os grãos
mento entre os cultivares Lemont e IAC apresentam glumelas de
25, realizado no centro experimental de coloração amarelo palha,
Campinas em 1985. Lemont é um cultivar glabras, podendo ter peque-
americano, de porte baixo e excelente nas aristas. O apículo é claro,
qualidade de grãos, e o IAC 25, um podendo apresentar colora-
tradicional cultivar de arroz de sequeiro ção marrom-clara sobretudo no flores- IAC 202: qualidade industrial e
lançado pelo instituto agronômico em cimento ou em grãos imaturos. Os grãos culinária excepcionais.
Informações:
Cândido Ricardo Bastos
IAC - Centro de Plantas Graníferas
IAC 202: alta produtividade em terras altas. Fone: (19) 241-5188 ramal 402
endereço eletrônico: cbastos@cec.iac.br
O
s trabalhos com o antúrio Mulher, foi um marco na floricultura Eidibel IAC 0-11 – Espata de textura
(Anthurium andraeanum brasileira, sendo também esta a primeira grossa e coloração vermelha; espádice
Lindl.) no Instituto Agro- variedade de espécie ornamental lançada branco suavemente perfumado; planta
nômico foram iniciados oficialmente no Brasil, demonstrando a produtiva e vigorosa; flor de corte de
há cerca de 40 anos, com o potencialidade da floricultura brasileira longa durabilidade pós-colheita.
estabelecimento a primeira coleção da baseada em tecnologia desenvolvida no
espécie na então área do “Monjolinho”, próprio País.
na Fazenda Santa Elisa, atualmente
Núcleo Experimental de Campinas (NEC).
A partir da década de 80, o programa de
melhoramento genético de Antúrio no IAC
ganhou grande impulso com a introdução
da técnica de propagação in vitro nos
trabalhos de avaliação e caracterização de
clones, assim como naqueles referentes à
colocação de novas seleções à dispo-
sição de produtores e demais interes-
sados, incluindo laboratórios de micro-
propagação particulares.
Trabalhos coordenados pelo pesqui-
sador Antônio Fernando Caetano Astral
Tombolato, com a colaboração de Luiz
Antônio Ferraz Matthes, Carlos Eduardo Cananéia IAC 16772 – Espata de Eidibel
Ferreira de Castro, Luís Alberto Saes, textura delicada e de tamanho grande,
Mauro Hideo Sugimori e Ana Maria mesmo em plantas jovens, de coloração Iguape IAC 17236 – Espata de
Molini Costa, levaram à obtenção de doze branca, esverdeada nos bordos em coloração vinho escuro, bastante ener-
seleções de antúrios, avaliadas na região plantas muito vigorosas; nervuras pouco vurada; espádice branco creme rosado;
tradicional de produção, no Núcleo de proeminentes; espádice longo de rosa; planta produtiva.
Agronomia do Vale do Ribeira, em planta vigorosa e de crescimento rápido,
Pariquera-Açu, SP. As principais caracte- produtiva; flor de corte de longa durabi-
rísticas dessas doze seleções IAC de lidade pós-colheita.
antúrio, cuja utilização comercial poderá
ser feita por produtores mediante
autorização do Instituto Agronômico, são
apresentadas em seguida.
Astral IAC 154 – Coloração da espata
coral; espádice branco/amarelo; planta
produtiva e medianamente tolerante à
bacteriose (Xanthomonas campestris pv.
Dieffembachiae), recomendada para
planta envasada; flor de corte de longa
durabilidade pós-colheita, acima de 20
dias. O antúrio ‘Astral’, a primeira
variedade lançada em 8 de março de 1998,
em homenagem ao Dia Internacional da Cananéia Iguape
Isla
Juréia
Júpiter IAC 17237 – Coloração da
espata branca; espádice rosado; planta Luau IAC N-15 – Espata de tamanho
de porte alto. médio de boa textura, brilhante e de Ômega
coloração branca; espádice quase
totalmente branco; planta produtiva; flor Rubi IAC 14019 – Espata grande de
de corte de longa durabilidade pós- coloração vermelha, formato arredon-
colheita. dado com nervuras bastante proe-
minentes; espádice branco/amarelo;
planta de porte alto; flor de corte de longa
durabilidade pós-colheita.
Júpiter
Informações:
Antônio Fernando Caetano Tombolato
IAC - Centro de Horticultura
fone: (19) 241-5188 ramal 353
Juquiá Netuno endereço eletrônico: floricul@cec.iac.br
O
Instituto Agronômico
criou a Biovale, uma de que a Biovale também
fábrica de mudas micro- venha a produzir mudas de
propagadas de bananeira desti- plantas medicinais e de
nadas aos produtores da região do antúrio. Recentemente, a
Biovale iniciou também a
Vale do Ribeira (SP). A Biovale é uma
produção de mudas do
das iniciativas do IAC no sentido
abacaxi-de-gomo IAC Gomo
de consolidar as alternativas de
de Mel.
plantio de alimentos no Estado de
São Paulo. Implantada pelo Núcleo Para informações entre
de Agronomia do Vale do Ribeira e em contato com os respon-
pela Associação dos Bananicultores sáveis: Dr. Luis Alberto Saes
da região, a Biovale está produzindo A fábrica irá possibilitar uma maior e Dra. Laura Becker, IAC, Núcleo de
cerca de 20 mil mudas mensais de banana, agilidade para os produtores de banana, Agronomia do Vale do Ribeira, Caixa
já tendo capacidade para produzir de 80 a que tinham de dedicar vários meses à Postal 122, 11900-000 – Registro, SP.
100 mil mudas por mês. preparação das próprias mudas. Telefax: (0xx13) 856-1656
O
s primeiros fornecimentos de plantações comerciais ou introduzidas de A determinação da sanidade dos
plantas matrizes de morangueiro, outros países, mas aproximadamente 20% clones vem sendo baseada na indexação
determinadas livres de vírus dos clones foram obtidos mediante trata- com as indicadoras Fragaria vesca var.
mediante indexação em plantas indica- mentos curativos, especialmente a cultura semperflorens, UC-4 e UC-5. Os clones
doras, foram realizados de forma pioneira de tecidos. determinados sadios são inicialmente
no Brasil pelo Instituto Agronômico em
1967. Na primeira metade da década dos
70, com essa nova tecnologia de produ-
ção de mudas, foram comuns aumentos
de produtividade em até mais de 50%, em
relação às mudas comuns afetadas por
vírus. Antes do final da mesma década, o
uso generalizado de mudas produzidas a
partir de matrizes básicas IAC promoveu
praticamente a erradicação de quatro
viroses que afetavam os lotes comuns da
maioria dos produtores.
Atualmente estão sendo mantidos no
IAC, em um trabalho conjunto dos Centros
de Fitossanidade e de Horticultura, clones
livres de vírus de mais de uma centena de
cultivares, incluindo os mais importantes
em uso comercial no Brasil. A maior parte
dos clones sadios foi isolada a partir de Matrizes do morangueiro ‘IAC Campinas’ embaladas em caixa
plantas naturalmente sadias coletadas em de papelão e em bandeja descartável.
Informações:
Juarez Antonio Betti
IAC - Centro de Fitossanidade
fone: (19) 241-5188 ramal 309
Matrizes de morangueiro estabelecidas “in vitro” enviadas pelo IAC ao Chile. endereço eletrônico jabetti@cec.iac.br
A
nálises de solo e plantas em
básicas das seguintes espécies e
laboratórios de qualidade asse-
cultivares:
Algodão: linhagens IAC-96280, IAC-
96319 e IAC-97201.
Amendoim: IAC-Tatu St, IAC-Caiapó,
IAC-5, IAC-22 e IAC-1075.
Arroz: IAC-201 e IAC-202 (de
sequeiro), IAC-101 e IAC-103 (irrigado).
Feijão: Carioca, IAC-Carioca, IAC-
Carioca Akytã, IAC-Carioca Aruã, IAC-
Carioca Eté e IAC-Una.
Mamona: IAC-80, IAC-226 e IAC-
Guarani.
Milho: IAC-V-1 e IAC-112 (pipoca).
Soja: IAC-8-2, IAC-15-1, IAC-15-2,
IAC-17, IAC-18, IAC-19, IAC-20, IAC-22,
IAC-Foscarin-31, IAC-Foster, IAC-
Holambra Stwart-1 e IAC-PL-1.
Cereais de inverno: Aveia branca IAC-
7, Trigo IAC-24, IAC-289, IAC-350,IAC-
362, IAC-364 e IAC-370; Triticale IAC-2 e Produção de sementes básicas de soja no Núcleo Experimental de Campinas
IAC-3.
Análises físicas:
Análises microbiológicas:
Em 21 de fevereiro de 2000, o governador Mário Covas outorgou o Troféu Árvore dos Enigmas
ao Centro de Genética, Biologia Molecular e Fitoquímica
e ao Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do Instituto Agronômico, pela participação
no seqüenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, causadora
da clorose variegada dos citros, que foi concluído em janeiro de 2000.
N
esta resenha são apre- O mês de abril desse ano caracterizou-se Para as culturas em fase de colheita
sentados os dados men- como um dos mais secos, dentre toda a como cana-de-açúcar (ciclo de ano e
sais de temperatura média série histórica de dados climáticos dispo- meio), laranja precoce, café, milho, soja,
(Tmed), total de chuva níveis, principalmente nas regiões de algodão e amendoim, essa estiagem não
(Prec)e resultados do Campinas, Pindorama, Ribeirão Preto, apresentou maiores conseqüências.
balanço hídrico (BH) (quadro), correspon- Tatuí, Tiête, Jaú, Manduri, Capão Bonito,
dentes ao período de janeiro a abril de Mococa e outras, como mostram os valo-
2000, para as localidades onde o Instituto res negativos do BH (vide quadro).
Agronômico mantém suas estações experi-
mentais. Os valores do BH positivos Essa forte estiagem afetou culturas
indicam excedentes hídricos e os nega- agrícolas em desenvolvimento em todo o
tivos, deficiência hídrica ou falta de água. Estado de São Paulo. As mais afetadas
foram: o feijão da seca, nas regiões de Rogério Remo Alfonsi e Marcelo Bento
Após um período de seca bastante Paes de Camargo
pronunciado durante o ano de 1999, Tatuí, Capão Bonito e Itararé; milho-
IAC – Centro de Ecofisiologia e
houve boa recuperação dos níveis de safrinha, principalmente se semeado em Biofísica
água no solo em todas as regiões do fevereiro/março e as de trigo de sequeiro, fone: (19) 241-5188 ramal 338
Estado de São Paulo, durante o período nas regiões de Assis e Ribeirão Preto e as endereço eletrônico: remo@cec.iac.br;
de janeiro a março de 2000. pastagens de maneira geral. mcamargo@cec.iac.br
D
esde o Descobrimento, o cidades. No início do século o Estado de direto, recomposição de matas ciliares)
processo de ocupação São Paulo possuía 81,8% de cobertura estão sendo adotadas.
territorial e de incorpo- vegetal (aproximadamente 20.500.000 ha).
Em alguns aspectos a agricultura
ração de novas áreas ao Hoje restam 13,4% (3.100.000 ha).
pode ser vista como um instrumento de
processo produtivo agrí- Além do aspecto de decréscimo da recuperação ambiental, procurando-se
cola, ao longo dos anos, vem sendo feito biodiversidade, a atividade agrícola vem tecnologias limpas, sustentáveis e de
no Brasil sem qualquer preocupação determinando outros impactos ambientais proteção ambiental. Mas, além disso,
ambiental. A expansão da fronteira bastante sérios. Nos últimos 40 anos, a reservas biológicas, sistemas de preser-
agrícola vem se caracterizando pela modernização da agricultura vem se vação e bancos de germoplasma precisam
destruição de habitats e pela substituição caracterizando por alterações nas técnicas ser mantidos.
de inúmeras espécies por monoculturas, de produção baseadas em maior aplicação
colocando a agricultura como respon- Ainda é difícil a aceitação da recon-
de capital, resultando em desigualdades
sável pela perda de diversidade genética. versão de áreas agrícolas para proteção
regionais, modificações nas relações de
ambiental. Não se pode abrir mão das
Embora até há pouco tempo esse trabalho e na estrutura fundiária, com
áreas de produção (segurança alimentar),
comportamento não fosse contestado, reflexos sociais e econômicos na área
mas é possível fazer sua adequação,
principalmente apoiado na justificativa da rural. Mas, principalmente, essa moder-
conseguindo, assim, a redução dos im-
necessidade constante de aumento da nização resultou em novos problemas
pactos ambientais das técnicas modernas
produção de alimentos, nem todos ecológicos e ambientais no solo, em
e intensivas.
compartilhavam desse modelo de desen- florestas e em águas superficiais (rios e
volvimento, que previa a expansão agrí- lagos). Na busca de soluções para problemas
cola a qualquer custo. agrícolas, a pesquisa agrícola vem
A intensificação da agricultura, com
desenvolvendo técnicas mais equili-
Em 1898, por exemplo, Luiz Vicente de máquinas e insumos químicos, gerou
bradas com o ambiente. Embora o
Souza Queiroz fazia um apelo ao Governo novos problemas ambientais: a destruição
objetivo primeiro dessas pesquisas não
e às Camaras Municipais pedindo algum de ambientes frágeis, que atualmente se
seja a preservação ambiental, os resul-
controle da destruição das matas: encontram em processo de desertificação,
tados têm contribuído para esse fim. É o
“Destruir soberbas mattas de terras destruição e poluição do solo e conta-
caso do melhoramento genético, com
ubérrimas, que vão ser entregues para minação das águas.
plantas resistentes a doenças que redu-
sempre à cultura, não é grande mal e Pode-se considerar que a maior parte
zem a aplicação de agroquímicos, os
mesmo não se poderia recriminar contra do problema ambiental decorrente da
estudos de ecologia de pragas, que
essa prática se toda a madeira de lei fosse atividade agrícola atualmente é a questão
encontram inimigos naturais que contro-
aproveitada. Mas destruir mattas e da erosão. Mas outros problemas estão
lam a população de insetos, e os estudos
capoeiras só para tirar duas ou três crescendo: a disposição de resíduos agro-
de manejo do solo, que buscam sistemas
colheitas, atear fogo em quasi um industriais e a contaminação por agro-
que reduzam a erosão a um mínimo sem
districto inteiro, para fazer verde a químicos.
prejuízo da produtividade.
algumas cabeças de gado, queimar Apesar de todos esses impactos da
immensos campos e mattas pela A agricultura sustentável é hoje tema
agricultura, atualmente acredita-se que a
locomotiva de estrada de ferro mal prioritário nos diversos setores da ativi-
conservação ou mesmo a melhoria da
dirigida, ou arrazar florestas de íngremes dade agrícola.
qualidade ambiental pode se dar ao mesmo
morros, de profundas barrocas, de nas- tempo em que o desenvolvimento eco- O instrumento para o desenvol-
centes d’água ou de beira de rio, ou inu- nômico. Ou melhor, o desenvolvimento vimento sustentável, porém, são os
tilizar as mattas junto a centros econômico só será sustentável com a recursos humanos, a educação, a partici-
populosos só para aproveital-as com preservação ambiental. pação da sociedade.
carvão ou lenha é simplesmente proce- Essa mudança de visão pode ser
dimento de bugres ou de vandalos e o notada em muitas regiões agrícolas onde,
governo ou mesmo as Camaras Munici- após problemas decorrentes da falta de
pais deveriam com leis as mais severas cuidados com os recursos naturais, com
pôr um paradeiro a tão insensato, quão conseqüências econômicas enfrentadas Isabella Clerici De Maria
imprudente procedimento”. IAC - Centro de Solos e Recursos Agroam-
pelos agricultores, técnicas em maior bientais
Entretanto, não se conseguiu conter equilíbrio com o meio ambiente (manejo telefone: (19) 241-5188 ramal 408
a expansão agrícola e o crescimento das integrado de pragas e doenças, plantio endereço eletrônico: icdmaria@cec.iac.br