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Universidade Estadual Paulista - UNESP

Campus Experimental de Registro

Relatório Final

Bolsa Fapesp (Proc. nº. 2021/00436-0)


(Período: 01/07/2021 a 30/06/2022)

Desempenho Agronômico de Diferentes Cultivares de Coffea arábica e Clones


de Coffea canephora Submetidos à Ambiente Subtropical Úmido no Vale do
Ribeira Paulista

Bolsista: Marília da Silva Borba Oliveira

Orientador: Prof. Dr. Alex Mendonça de Carvalho

Registro/SP
2º Semestre/2021
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1 Resumo original do projeto submetido
O Vale do Ribeira possui uma economia baseada na agricultura, com produção
predominantemente familiar, principalmente banana e pupunha, sendo o café uma possível
alternativa para diversificar a produção agrícola na região. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o efeito das condições climáticas do Vale do Ribeira, no desenvolvimento vegetativo
e reprodutivo, além da incidência de pragas e doenças de 12 cultivares de Coffea arabica e 20
clones de Coffea canephora.. O experimento de arábica foi instalado em fevereiro de 2018,
no Câmpus Experimental da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” –
UNESP, em Registro-SP. Já o experimento com clones de C. canephora também foi
instalado na UNESP, em Registro, porém na data de novembro de 2018. Os espaçamentos
adotados foram de 3,0 x 0,60m e 3,0 x 1,0m, respectivamente, para os ensaios de C. arabica e
C.canephora, sendo os experimentos instalados em delineamento experimental de blocos
casualizados, com três repetições, e parcelas de 8 plantas no arábica e 10 plantas no robusta.
As variáveis analisadas foram: diâmetro de caule, número e comprimento dos ramos
plagiotrópicos, número de nós, altura de plantas, diâmetro da copa, produtividade, percentual
de frutos chochos, uniformidade de maturação, incidência de pragas e doenças. Os fatores
climáticos analisados foram: precipitação pluvial, temperatura do ar, umidade relativa e
nebulosidade, radiação fotossinteticamente ativa e radiação solar global. Foi verificada a
significância dos dados a 5% de probabilidade pelo teste F e a partir da detecção de
diferenças significativas será realizado o teste de médias por Scott Knott. A caracterização
das condições de tempo observadas ao longo do período experimental, que influenciarão no
crescimento vegetativo e produção, serão avaliados a partir das médias dos elementos
climáticos da temperatura do ar, umidade relativa do ar e frequência das condições de
nebulosidade e da precipitação pluvial acumulada, que serão obtidas utilizando o software
Microcal Origin 6.

2 INTRODUÇÃO
O Vale do Ribeira está localizado no sul do estado de São Paulo e norte do estado do
Paraná, abrangendo a Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape. Sua área é extensa com
cerca de 2,83 milhões de hectares, abriga uma população de 481.224 habitantes e inclui 31
municípios (9 paranaenses e 22 paulistas), tendo economia baseada nas áreas de serviços,
agricultura, bubalinocultura, aquicultura e pesca IBGE, (2016). Na agricultura, destacam-se
as produções de banana e pupunha. Do ponto de vista social e ambiental, o Vale do Ribeira é
considerado uma região importante, pois abriga mais de 50% de todo o remanescente de mata

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atlântica, além de abrigar várias comunidades tradicionais (caiçaras, indígenas e quilombolas)
COELHO; FAVARETO, (2008).
Reconhecendo as importâncias social e ambiental do Vale do Ribeira, um dos grandes
desafios enfrentados pelos municípios que compõem a região é o desenvolvimento
sustentável da agricultura e da aquicultura, com o aproveitamento dos recursos naturais locais
de maneira racional, trazendo desenvolvimento social e econômico. Além disso, outra
demanda importante da região é a diversificação da produção agrícola, através do cultivo de
culturas que sejam adaptadas às condições climáticas e que apresentem um bom potencial
econômico.
Uma cultura que se destaca no cenário econômico é o café. É uma bebida amplamente
apreciada ao redor do mundo, que possui características distintas nas quais podem resultar em
diversas aplicações, inclusive as tecnológicas. Nesse sentido, a cafeicultura brasileira, uma
das mais exigentes, ocupa a posição de destaque no cenário internacional, uma vez que, o
Brasil está entre um dos maiores produtores e exportadores mundiais de café, além de ser o
segundo consumidor mundial do produto, desse modo, é justificável a relevância do café para
a economia do país PEREIRA, (2019). Vale destacar que o café é a segunda maior
commodity ou commodities do mundo, perdendo apenas para o petróleo, movimentando
anualmente 91 bilhões de dólares ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE
CAFÉ, (2017).
Sabe-se que a produtividade das principais regiões cafeeiras no Brasil e no mundo
está diretamente relacionada com as condições climáticas favoráveis no local de plantio
HERERA, (2019). O cafeeiro está sujeito durante todo ano a adversidades decorrentes da
variabilidade climática com potencial de provocar grandes perdas e redução nas áreas
consideradas tradicionalmente aptas para a cultura Ovalle-Rivera et al. (2015), redução no
rendimento e redução na qualidade da bebida (CAMARGO, 2010).
Portanto, as regiões de plantio devem atender alguns requisitos climáticos ao longo do
ciclo vegetativo e reprodutivo para um bom desenvolvimento e produtividade do cafeeiro,
especialmente em relação à temperatura do ar e à demanda de água DA SILVA et al., (2018).
Com base nessas informações, o presente estudo apresenta uma avaliação do
desempenho agronômico de diferentes cultivares de café arábica e diferentes clones de café
robusta submetidos ao ambiente subtropical úmido do Vale do Ribeira Paulista, que é
caracterizado pela elevada nebulosidade, umidade relativa do ar e precipitação acumulada
(ALVARES et al., 2014; TERAMOTO et al., 2019).

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3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado na Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira,
localizada no Vale do Ribeira Paulista. O ensaio foi instalado com vinte (20) clones da
espécie Coffea canephora e doze(12) cultivares de Coffea arábica.
O experimento com 12 cultivares de C. arábica foi implantado em fevereiro de 2018
no Campus de Registro da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho – UNESP. As
cultivares utilizadas nos experimentos de C. arábica foram desenvolvidas pelos principais
programas de melhoramento genético de C. arábica do país, lançadas nos últimos quinze
anos (Tabela 1).

Tabela 1. Relação das cultivares de Coffea arabica utilizadas em cada tratamento.

Ordem Cultivares Instituição de origem

01 Catuaí Vermelho IAC 99 * IAC


02 Catuaí Vermelho IAC 99 ** IAC
03 Catuaí Amarelo IAC 62 * IAC
04 Catuaí Amarelo IAC 62 ** IAC
05 Mundo Novo IAC 379/19 * IAC
06 Mundo Novo IAC 379/19 ** IAC
07 Obatã Vermelho IAC
08 Obatã Amarelo IAC
09 Tupi IAC 125 RN IAC
10 Acaiá 374/19 * IAC
11 Catucaí Amarelo 2SL PROCAFÉ
12 Catucaí Amarelo 24/137 PROCAFÉ
13 Acaiá 374/19 ** IAC
14 Paraíso H 419 EPAMIG
15 Arara PROCAFÉ

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*com controle químico de ferrugem e bicho mineiro; **sem controle químico de ferrugem e bicho
mineiro.
PROCAFÉ - Fundação Procafé, Varginha – MG.
IAC - Instituto Agronômico, Campinas – SP.
EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG.

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Já o experimento proveniente de 20 clones da espécie C. canephora foi instalado em
novembro de 2018 na Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira da Universidade
Estadual Júlio de Mesquita Filho – UNESP em Registro-SP . Os clones de C. canephora
utilizados foram desenvolvidos e cedidos pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência
Técnica e Extensão Rural (INCAPER), principal instituição de pesquisa responsável pelo
programa de melhoramento genético de café Conilon do Brasil. Os clones utilizados são os
seguintes: 2V, 3V, 4V, 5V, 6V, 8V, 10V, 13V, 401, 402, 403, 404, 405, 406, 407, 408, 409,
410, 411 e 412.
Os experimentos foram implantados e conduzidos de acordo com as recomendações
técnicas para o cultivo do cafeeiro em São Paulo, seguindo o Boletim 100.
O delineamento empregado em cada um dos ensaios foi de blocos casualizados, com
três repetições, parcelas compostas por oito (8) plantas para Coffea arabica e dez (10) plantas
no Coffea canephora, sendo considerada como parcela útil apenas as seis (06) plantas
centrais, no espaçamento de 3,0m entre linhas x 0,60 m entre plantas e 3,0 m entre linhas x
1,0 m entre plantas, respectivamente, para os experimentos de C. arabica e C. canephora.
No experimento foram avaliadas características de crescimento vegetativo no Coffea
arabica e Coffea canephora, com início em março de 2021 e finalizando em dezembro de
2021. Realizaram-se quatro avaliações de crescimento vegetativo, no intervalo de 90 dias
entre cada avaliação.
A seguir são apresentadas as variáveis já analisadas na primeira etapa do projeto:
● Diâmetro de caule: medido em milímetros, na região do colo da planta, com
auxílio de um paquímetro;
● Número de ramos plagiotrópicos: avaliado por meio da contagem de todos os
ramos laterais primários que apresentaram comprimento superior a 5 cm;
● Altura de plantas: medida em centímetros, do colo da planta até a gema apical
do caule, com auxílio de uma régua graduada;
● Número de nós dos ramos plagiotrópicos: avaliado por meio da contagem de
todos os nós dos ramos plagiotrópicos;
● Comprimento do primeiro ramo plagiotrópico: avaliado por meio da medição
do primeiro ramo plagiotrópico acima do colo da planta, com auxílio de uma
régua graduada;
● Diâmetro de copa: avaliado na altura de inserção do primeiro ramo
plagiotrópico, com auxílio de uma régua graduada.

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As análises estatísticas referente aos dados de crescimento vegetativo, foram
realizadas utilizando-se o programa computacional Sisvar FERREIRA, (2019), sendo
verificada a significância, a 5% de probabilidade, pelo teste F. A partir da detecção de
diferenças significativas entre tratamentos e suas interações, foram feitos os desdobramentos
e as médias comparadas entre si pelo teste de Scott Knott.
Os dados climáticos foram coletados da estação meteorológica automática do INMET
(Instituto Nacional de Meteorologia), com início em março de 2020 e finalizando em agosto
de 2022.
Os parâmetros estudados foram:
● Temperatura do ar: medição retirada da estação meteorológica automática do
INMET;
● Umidade relativa: medição retirada da estação meteorológica automática do
INMET;
● Precipitação pluvial: medição retirada da estação meteorológica automática do
INMET;
● Nebulosidade: foi determinada a partir da metodologia proposta por Escobedo
et al, (2009), classificando as condições de nebulosidade em quatro tipos,
utilizando o índice de transmissividade atmosférica Kt;
● Dados diários fotossinteticamente ativa (PAR): obtidos através da estação de
Radiometria Solar de Registro/SP e pela Estação Meteorológica do INMET
(Instituto Nacional de Meteorologia);
● Radiação solar global: obtidos através da estação de Radiometria Solar de
Registro/SP e pela Estação Meteorológica do INMET (Instituto Nacional de
Meteorologia).
A caracterização das condições de tempo observadas ao longo do período
experimental, que influenciaram no crescimento vegetativo, foram avaliados a partir das
médias dos elementos climáticos, temperatura do ar, umidade relativa do ar e frequência das
condições de nebulosidade e da precipitação pluvial acumulada, utilizando o software
Microcal Origin 6. A radiação fotossinteticamente ativa (PAR) foi analisada por meio de
análise de regressão linear a 5% de probabilidade.
Em relação à produtividade, no período de colheita foram analisados os seguintes
aspectos:
● Produção de café beneficiado: produção de grãos, em sacas por hectare;

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● Percentagem de frutos cerejas (maduros): Serão amostrados frutos das seis
plantas centrais de cada parcela, em ramos plagiotrópicos localizados nos
quatro quadrantes, realizando quando a maioria dos frutos da parcela se
encontrava no estádio denominado “cereja”;
● Percentagem de frutos verdes: Serão amostrados frutos das seis plantas
centrais de cada parcela, em ramos plagiotrópicos localizados nos quatro
quadrantes;
● Percentagem de frutos passas/secos: Serão amostrados frutos das seis plantas
centrais de cada parcela, em ramos plagiotrópicos localizados nos quatro
quadrantes;
● Percentagem de frutos chochos: obtida através da metodologia proposta por
(Antunes e Carvalho, 1954) em que se coloca 100 frutos cereja em água,
sendo considerados chochos aqueles que permaneceram na superfície.
Foram avaliados os percentuais das doenças de cercosporiose (Cercospora coffeicola),
mancha-de-phoma e ferrugem, além do percentual da praga do bicho mineiro.
As avaliações foram realizadas no Coffea arabica e Coffea canephora utilizando as
seguintes metodologias:
● Incidência de cercosporiose nas folhas dos cafeeiros: serão avaliadas as folhas
do terceiro ou quarto par a partir da ponta de ramos do terço médio das plantas
úteis MORAES, (1998);
● Incidência de bicho-mineiro nas folhas dos cafeeiros: serão avaliadas as folhas
do terceiro ou quarto par a partir da ponta de ramos do terço médio das plantas
úteis MORAES, (1998), efetuando-se a contagem de minas intactas e com
sinais de predação por vespas, das lagartas do bicho mineiro vivas e mortas;
● Incidência da mancha de phoma nas folhas dos cafeeiros: serão avaliadas as
folhas mais novas da ponta de ramos do terço médio das plantas.
Os percentuais de incidência das doenças foram transformados em área abaixo da
curva de progresso da incidência de bicho-mineiro (AACPIBM), incidência de phoma
(AACPIPH) e incidência da cercosporiose (AACPIC), de acordo com critérios estabelecidos
por Campbell & Madden (1990).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos da coleta de dados climáticos do INMET podem ser observados
na figura 1 na qual apresenta as médias mensais.

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Figura 1: Médias mensais interanuais: (a) temperatura do ar e umidade relativa, (b)


precipitação pluvial acumulada e radiação global, (c) Condições de céu. (PNDD: Céu
parcialmente nebuloso com dominância para o difuso) e (PNDC: Céu parcialmente nebuloso
com dominância para o claro), (d) frequência de chuva e dias contínuos secos.

Os valores dos desvios padrões, nas linhas verticais, servem de referência para a
verificação da variabilidade interanual. Desvios padrão de grande magnitude indicam
variabilidade interanual elevada.
A temperatura do ar média mensal diária variou entre 25,95±1,27 e 24,32±0,84 ºC
durante o verão austral, enquanto no inverno austral permanece entre 17,80±0,33 e
20,05±0,60 ºC (Figura 1a), sendo os meses de janeiro e agosto, respectivamente, o mais
quente e o mais frio. A umidade relativa do ar (Figura 1a), foi superior a 83,0% em todos os
meses do ano, sendo maior nos meses de outono e inverno austrais. Os meses mais e menos
úmidos foram junho (89,30±0,81%) e dezembro (82,33±4,06%), respectivamente. Fevereiro
e julho foram os meses mais e menos chuvosos, respectivamente.
A frequência mensal de dias com ocorrência de chuva foi superior a quatro dias em
todos os meses do ano (Figura 1d), atingindo seu valor máximo em janeiro (16,33±1,15 dias).
O período máximo de dias secos consecutivos ocorreu no mês de junho (Figura 1d), quando
foram registrados até 15,67±6,51 dias seguidos sem ocorrência de chuvas. Porém, em todos

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os meses do inverno o CDD apresentou valores próximos a 12 dias. A variabilidade
interanual do volume acumulado de chuvas foi maior em junho e setembro, meses do verão
austral, quanto ao volume acumulado. Já em relação à frequência e distribuição, os meses do
outono austral, além de junho e setembro, apresentaram as maiores variações interanuais.
Esse aspecto climático é similar ao que acontece em países produtores de café arábica, como
por exemplo a Colômbia, com suas regiões cafeeiras localizadas próximas à faixa Equatorial
(Lopez-Fisco et al., 2008), porém em altitudes muito mais elevadas que tornam a temperatura
mais amena.
Ao longo do ano houve a predominância de dias com céu nebuloso ou PNDD (~237
dias do ano). Em novembro, as frequências das condições de céu nebuloso e PNDD juntas
foram de 25 dias (83,33% do mês) enquanto em julho foi de 16 dias (50,54% do mês) e, por
isso, tais meses podem ser considerados, respectivamente, o mais e o menos e nebulosos. A
frequência de dias com céu claro em todos os meses do ano foi inferior a sete, sendo a
frequência anual igual a 44 dias. As nuvens são consideradas as principais atenuadoras da
radiação solar na atmosfera (Iqbal, 1983). Tomando como referência os dois extremos de
condições de céu, alterações da condição de céu de claro para nebuloso podem reduzir em até
60% a incidência de RFA sobre a superfície terrestre (Escobedo et al., 2009).
Os valores médios de RG foram maiores nos meses do verão austral (Figura 1b),
quando a declinação solar apresenta valores próximos ao da latitude local e a atmosfera
apresenta as menores concentrações de nuvens e vapor de água do ano. Por outro lado, os
meses do inverno austral foram os mais úmidos e nebulosos e, por isso, apresentam os
menores valores de RG . O maior e o menor valor de RG foram verificados em dezembro
(20,41±1,35 MJ m -2 dia -1 ) e junho (9,67±2,69 MJ m -2 dia -1 ), respectivamente.
Os dados referentes às variáveis vegetativas analisadas são apresentados na tabela 1.
Os maiores incrementos no crescimento do DC ocorreram nas cultivares Mundo Novo IAC
379-19 e Catucaí Amarelo 24/137, enquanto as menores evoluções ocorreram nas cultivares
Siriema, Acaiá IAC 474-19 e Obatã IAC 1669-20 m (Tabela 1). Na variável do incremento
da altura de plantas observa-se valores relativamente altos com variação entre 27,87 cm à
77,60 cm. Deve-se considerar que são valores referentes ao incremento em altura quando as
plantas atingiram 13 meses de idade, ou seja, valores considerados satisfatórios para o
crescimento das plantas no referido tempo de avaliação. As cultivares Catuaí Vermelho IAC
99 e Mundo Novo IAC 379-19 com controle químico e Catucaí Amarelo 24/137
apresentaram os maiores valores na evolução da altura de plantas durante o período das

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avaliações, e as menores alturas observadas nas cultivares Siriema, Acaiá IAC 474-19 e
Obatã IAC 4739 (Tabela 1).

Tabela 1: Valores médios do incremento das variáveis diâmetro de caule (DC), altura de
planta (AP), comprimento do primeiro ramo plagiotrópico (CPRP) e número de internódios
dos ramos plagiotrópicos (NIRP) de cultivares de café arábica, em Registro, SP.

Os maiores incrementos em relação ao NRP foram observados nas cultivares Catuaí


Amarelo IAC 62 Mundo Novo IAC 379- e Catucaí Amarelo 24/137, enquanto as cultivares
Acaiá IAC 474-19 Obatã IAC 4739 e Siriema apresentaram os menores valores. Os maiores
valores incrementais de CPRP ocorreram nas cultivares Mundo Novo IAC 379-19, Acaiá
IAC 474-19 e Arara. Na Tabela 2 pode-se observar que as cultivares IAC 125 RN, Catucaí
Amarelo 24/137 e Catuaí Amarelo IAC 62 foram as que apresentaram maior quantidade de
internódios dos ramos plagiotrópicos, enquanto as cultivares Acaiá IAC 474-19 e Siriema
apresentaram os menores valores (Tabela 1).
Resultados similares foram observados por Perdoná & Soratto (2015), em café
arábica irrigado e consorciado com macadâmia (Macadamia integrifólia), onde houve maior
crescimento vegetativo sob condições de menor disponibilidade de radiação
fotossinteticamente ativa e ausência de estresse hídrico. Segundo Ovalle et al. (2015), o
alongamento do caule e aumento da área foliar são considerados respostas das plantas diante
do cultivo em ambientes com baixa luminosidade.

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Os dados de radiação fotossinteticamente ativa (PAR) foram submetidos ao cálculo
dos valores em quatro períodos diferentes, sendo obtidos os seguintes valores contidos na
tabela abaixo (Tabela 2).

Tabela 2: Radiação PAR acumulada.

Radiação fotossinteticamente ativa (PAR)

533,44851

534,7089

573,1461

741,65988

Os clones de café canephora apresentaram baixa correlação entre a radiação


fotossinteticamente ativa acumulada (PAR) e as variáveis de número de ramos plagiotrópicos
(NRP) e número de nós dos ramos plagiotrópicos (NNRP), com valores do coeficiente de R
abaixo de 0,5. (Tabela 3).

Tabela 3: Valores de R múltiplo obtidos através da regressão linear múltipla para as


cultivares de Coffea canephora.

Clones AP CPRP NNRP NRP DC

1. 2V 0,91 0,4 0,1 0,56 0,92

2. 3V 0,94 0,9 0,53 0,35 0,85

3. 4V 0,7 0,96 0,5 0,13 0,75

4. 5V 0,97 0,94 0,4 0,18 0,92

5. 6V 0,8 0,75 0,12 0,63 0,78

6. 8V 0,98 0,93 0,085 0,36 0,9

7. 10V 0,87 0,97 0,18 0,37 0,9

8. 13V 0,96 0,93 0,15 0,27 0,87

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9. 401 0,98 0,96 0,73 0,008 0,84

10. 402 0,93 0,98 0,5 0,06 0,93

11. 403 0,95 0,88 0,5 0,15 0,87

12. 404 0,93 0,35 0,15 0,69 0,48

13. 405 0,91 0,95 0,44 0,27 0,95

14. 406 0,95 0,95 0,6 0,27 0,97

15. 407 0,93 0,99 0,49 0,5 0,94

16. 408 0,87 0,92 0,14 0,37 0,84

17. 409 0,63 0,92 0,019 0,56 0,63

18. 410 0,99 0,99 0,88 0,09 0,94

19. 411 0,82 0,46 0,23 0,3 0,94

20. 412 0,9 0,92 0,019 0,34 0,83

Contudo, a variável de altura de planta (AP) apresentou correlação com a PAR


acumulada nos clones 2V, 3V, 5V, 6V, 8V, 10V, 13V, 401, 402, 403, 404, 405, 406, 407,
408, 410, 411 e 412, a variável comprimento do primeiro ramo plagiotrópico (CPRP) há
correlação com a PAR acumulada nos clones 3V, 4V, 5V, 8V, 10V, 13V, 401, 402, 403, 405,
406, 407, 408, 409, 410 e 412, por fim, a variável de diâmetro de copa (DC) foi
correlacionada com a PAR nos clones 2V, 3V, 5V, 8V, 10V, 13V, 401, 402, 403, 405, 406,
407, 408, 410, 411 e 412 (Tabela 3).
Valores de R acima de 0,8 evidenciam uma forte correlação entre as variáveis
avaliadas. Esses resultados mostram que alguns clones possuem altura de planta,
comprimento do primeiro ramo plagiotrópico e diâmetro de copa diretamente influenciados
pela radiação que chega para a planta realizar o processo de fotossíntese.
As variáveis de avaliação do crescimento vegetativo influenciadas pela radiação PAR
possuem uma relação positiva onde quanto maior a radiação fotossinteticamente ativa maior
será a altura da planta, comprimento do primeiro ramo plagiotrópico e diâmetro de copa
(Figura 2). Essa afirmação pode ser observada através da figura 2 na qual está demonstrado a

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relação linear crescente, o mesmo ocorre em todos os outros clones para todas as variáveis
de crescimento vegetativo influenciadas pelo fator climático estudado.

Figura 2: Gráfico de plotagem do ajuste de linha de correlação.

As diferentes cultivares de café arábica apresentaram baixa correlação entre a


radiação fotossinteticamente ativa (PAR) e as variáveis de crescimento vegetativo de altura
de planta, comprimento do primeiro ramo plagiotrópico, número de nós dos ramos
plagiotrópicos, número de ramos plagiotrópicos, diâmetro de caule e diâmetro de copa
(Tabela 4). Na tabela observamos os dados de R da regressão linear múltipla e nenhuma
cultivar em nenhuma variável analisada apresentou R superior a 0,5, sendo este o indicativo
de correlação entre os parâmetros analisados.

Tabela 4: Valores de R múltiplo obtidos através da regressão linear múltipla para as


cultivares de Coffea arabica.

Cultivar AP CPRP NNRP NRP DC DP

1. Catuaí Vermelho IAC 99 * 0,047 0,45 0,08 0,3 0,3 0,7

2. Catuaí Vermelho IAC 99 ** 0,35 0,55 0,02 0,33 0,38 0,54

3. Catuaí Amarelo IAC 62 * 0,32 0,39 0,06 0,32 0,29 0,04

4. Catuaí Amarelo IAC 62 ** 0,32 0,45 0,15 0,11 0,4 0,35

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5. Mundo Novo IAC 379/19 * 0,37 0,51 0,04 0,36 0,24 0,47

6. Mundo Novo IAC 379/19 0,24 0,23 0,03 0,24 0,28 0,08
**

7. Obatã Vermelho 0,35 0,43 0,005 0,3 0,35 0,7

8. Obatã Amarelo 0,35 0,5 0,046 0,36 0,35 0,07

9. Tupi IAC 125 RN 0,36 0,42 0,22 0,38 0,41 0,2

10. Acaiá 374/19 * 0,25 0,2 0,05 0,3 0,29 0,04

11. Catucaí Amarelo 2SL 0,35 0,35 0,06 0,36 0,48 0,17

12. Catucaí Amarelo 24/137 0,3 0,32 0,13 0,38 0,3 0,39

13. Acaiá 374/19 ** 0,27 0,33 0,08 0,3 0,18 0,16

14. Paraíso H 419 0,35 0,49 0,06 0,48 0,29 0,11

15. Arara 0,27 0,16 0,08 0,32 0,43 0,5

16. Seriema 0,55 0,26 0,19 0,32 0,4 0,66

Os resultados evidenciam que a espécie Coffea arabica não possui a radiação PAR
como principal fator climático influenciador do crescimento vegetativo da planta, outras
variáveis climáticas podem estar influenciando de forma mais intensa, por exemplo
temperatura e disponibilidade de água.
Para o cafeeiro conilon, especificamente, não há informações disponíveis sobre o seu
desenvolvimento reprodutivo na região do Vale do Ribeira Paulista. Resultados sobre o
comportamento vegetativo e reprodutivo dos clones em estudo desse trabalho são comuns na
região de Linhares, norte do Espírito Santo (SILVEIRA, 1996; SILVEIRA; CARVALHO,
1996), onde se concentra grande número de lavouras de café conilon deste Estado. É
necessário registrar, contudo, a viabilidade no cultivo de Coffea canephora na região do Vale
do Ribeira Pàulista em razão das variações temporais das condições ambientes, sobretudo as
climáticas, do nível tecnológico e dos tratos culturais empregados em cada lavoura.
A seguir é apresentado resultados parciais sobre o desempenho reprodutivo inicial de
20 clones avaliados em Registro-SP, município localizado na região do Vale do Ribeira
Paulista (Tabela 5).

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Tabela5. Produtividade inicial (sacas 60kg .ha-1), percentagem média de frutos cereja, verde, passa e seco de 20 clones de
cafeeiro Coffea canephora, cultivados em Registro-SP
Clones Produtividade Cereja Verde Passa Seco Chocho
2V 34,5 B 38,3 B 34,6 B 22,9 A 4,2 B 2,7 A
3V 34,1 B 16,4 B 50,8 A 24,1 A 8,6 A 6,7 A
4V 19,4 B 57,8 A 12,6 B 18,0 A 11,5 A 2,7 A
5V 32,9 B 30,0 B 59,6 A 7,1 A 3,3 B 5,3 A
6V 36,5 B 41,9 B 24,3 B 23,2 A 10,5 A 3,3 A
8V 60,9 A 27,0 B 63,7 A 5,5 A 3,8 B 11,3 A
10V 30,4 B 42,1 B 37,9 B 16,1 A 3,9 B 0,7 A
13V 42,3 A 44,5 A 26,7 B 15,7 A 13,1 A 0,1 A
401 48,1 A 61,0 A 11,4 B 17,2 A 3,4 B 4,7 A
402 49,6 A 54,5 A 27,0 B 14,2 A 4,2 B 0,1 A
403 48,3 A 57,1 A 13,8 B 21,1 A 8,1 A 0,7 A
404 31,8 B 57,4 A 19,7 B 17,2 A 5,6 B 2,3 A
405 25,6 B 48,0 A 20,7 B 14,4 A 16,8 A 4,7 A
406 20,5 B 46,7 A 29,8 B 13,8 A 9,7 A 0,7 A
407 52,1 A 56,1 A 18,3 B 15,0 A 10,5 A 4,0 A
408 28,4 B 38,4 B 48,0 A 11,1 A 2,4 B 2,7 A
409 54,3 A 58,2 A 23,7 B 12,7 A 5,4 B 1,7 A
410 45,1 A 30,5 B 32,6 B 29,0 A 7,8 A 0,1 A
411 40,8 A 24,2 B 29,4 B 38,2 A 8,2 A 1,3 A
412 33,1 B 35,9 B 48,7 A 13,9 A 1,4 A 0,7 A
Média 33,10 43,30 32,03 17,53 7,13 2,80
CV(%) 38,43 26,11 51,40 49,78 49,16 162,66
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott à 5% de probabilidade.

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A produtividade dos clones estimada em sacas de café beneficiado por hectare foi bastante
variável, sendo os clones 8V, 13V, 401, 402, 403, 407, 409, 410 e 411 os mais produtivos, com
respectivamente 60,9; 42,3; 48,1; 49,6; 48,3; 52,1; 54,3; 45,1 e 40,8 sacas.ha -1 (Tabela 5). Os demais
clones ocupam o grupo inferior com produtividade média que varia entre 19,4 e 36,5 sacas.ha -1 (Tabela
5).
Embora a combinação das colheitas em biênios deva melhorar a precisão experimental, por
reduzir os efeitos da bienalidade da produção (FIGUEIREDO et al., 2013) e a produção das plantas
deva ser avaliada em pelo menos quatro safras consecutivas, em função da natureza perene da espécie e
da estabilidade alcançada na quarta colheita (FIGUEIREDO et al,, 2013), a produtividade inicial da
primeira safra colhida no Vale do Ribeira Paulista, se mostra similar ao que se observa nas regiões
tradicionais brasileiras e revela o potencial de cultivo do café canéfora na região.
As percentagens de frutos verdes observadas variaram entre 11,4 e 63,7%, sendo que os clones
3V, 5V, 8V, 408 e 412 apresentaram os percentuais mais elevados de frutos verdes se comparado aos
demais estádios de maturação, indicando ciclo mais tardio de desenvolvimento dos frutos, nesta fase
inicial do desenvolvimento reprodutivo das plantas (Tabela 5). A percentagem de frutos desprovidos de
endosperma variou entre 0,1 e 11,3%. Cultivares comerciais têm em média, menos de 5% de frutos
chochos (Tabela 5). Os valores observados na média apresentaram satisfatórios, não apresentando dessa
forma uma anomalia na formação dos grãos.
A seguir são apresentados dados de produtividade do experimento de arábica safras 2020/2021
e 2021/2022 (Tabela 6). A produtividade das cultivares estimada em sacas de café beneficiado por
hectare foi bastante variável, sendo as cultivares Arara, Obatã Amarelo e Catucaí Amarelo 24/137 as
mais produtivas, na média de dois anos, com respectivamente 48,5;41,0 e 40,0 sacas.ha -1(Tabela 6). As
cultivares ‘Catuaí Amarelo IAC 62’, Mundo Novo IAC 379/19, Tupi IAC 125 RN e Catucaí Amarelo
2SL com respectivamente 36,1; 34,9; 36,4 e 34,7 sc.ha-1 se situam em um segundo grupo e quatro
outras cultivares formam um grupo com produtividade média que varia entre 21,2 e 29,4 sacas.ha-1.
As cultivares menos produtivas foram Acaiá IAC 479-19, Siriema VC 4 e Paraíso MG H419-1 (Tabela
6).

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Tabela 6. Produtividade (sacas 60kg ha-1) e vigor vegetativo, percentagem média de frutos cereja, verde, passa e seco, expressa em percentagem
de frutos de16 cultivares de cafeeiro Coffea arabica, cultivadas em Registro-SP, safras 2020/2021 e 2021/2022
Cultivares Produtiv Vigor Cereja Verde Passa Seco Chocho
idade
Catuaí Vermelho IAC 99** 28,6 C 6,3 A 15,92 B 33,68 D 18,47 A 31,93 A 5,00 B
Catuaí Vermelho IAC 99*** 27,5 C 5,7 A 18,66 B 32,21 D 23,56 A 25,57 A 13,33 A
Catuaí Amarelo IAC 62** 36,2 B 6,7 A 23,98 B 30,16 D 25,83 A 18,70 B 10,00 B
Catuaí Amarelo IAC 62*** 29,4 C 5,3 A 5,79 B 31,72 D 27,59 A 24,89 A 4,00 B
Mundo Novo IAC 379/19** 34,9 B 7,0 A 27,77 A 33,49 D 15,01 A 23,72 A 6,00 B
Mundo Novo IAC 379/19*** 18,8 D 6,3 A 27,38 A 26,97 D 16,38 A 29,27 A 6,00 B
Obatã IAC 1669-20 (Vermelho) 27,6 B 6,7 A 21,49 B 46,65 C 15,35 A 16,52 B 6,67 B
Obatã IAC 4739 (Amarelo)* 41,0 A 8,3 A 13,01 B 76,96 A 6,45 A 3,57 B 20,00 A
Tupi IAC 125 RN* 36,4 B 8,0 A 7,66 B 79,05 A 3,64 A 9,64 B 3,33 B
Acaiá 474-19** 21,3 C 5,7 A 35,74 A 24,83 D 15,19 A 24,24 A 10,67 B
Catucaí Amarelo 2SL* 34,7 B 7,3 A 14,79 B 47,99 C 20,23 A 16,99 B 16,67 A
Catucaí Amarelo 24/137* 40,0 A 6,3 A 10,62 B 33,64 D 16,71 A 39,02 A 15,00 A
Acaiá 474-19*** 11,6 D 7,0 A 25,19 A 41,13 C 11,81 A 21,87 A 9,33 B
Paraíso H 419-1* 15,0 D 8,3 A 14,30 B 53,09 B 16,22 A 16,38 B 25,00 A
Arara* 48,5 A 7,7 A 22,82 B 58,96 B 6,30 A 11,92 B 19,00 A
Siriema*** 17,3 D 5,7 A 26,29 A 45,02 C 14,16 A 14,53 B 4,00 B
Média 29,6 6,8 20,09 43,47 15,81 20,55 10,87
CV(%) 28,3 20,2 31,45 20,7 42,67 41,82 42,13
* com controle de ferrugem ** sem controle de ferrugem
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de
probabilidade.

6
7

Embora a combinação das colheitas em biênios deva melhorar a precisão experimental,


por reduzir os efeitos da bienalidade da produção (FIGUEIREDO et al., 2013) e a produção das
plantas deva ser avaliada em pelo menos quatro safras consecutivas, em função da natureza
perene da espécie e da estabilidade alcançada na quarta colheita (FIGUEIREDO et al,, 2013),
a produtividade inicial das duas primeiras safras colhida no Vale do Ribeira Paulista, se mostra
similar ao que se observa nas regiões tradicionais brasileiras e revela o potencial de cultivo do
café arábica na região.Ainda na tabela 3 pode-se observar as percentagens dos frutos em cada
estádio de maturação. Houve maior percentagem de grãos cereja nas cultivares Acaiá 374/19,
Siriema e Mundo Novo IAC 379/19, enquanto os que tiveram maior percentagem de grão
verde foram as cultivares Obatã Amarelo e Tupi IAC 125 RN.
Os resultados obtidos são semelhantes de regiões produtoras com temperaturas
elevadas, como visto por Bardin-Camparotto, (2012) onde a cultivar Mundo Novo apresentou
uma maturação antecipada dos frutos. Essa situação se deu por conta de altas temperaturas,
tornando o ciclo do café mais curto. O mesmo ocorreu no presente trabalho com as cultivares
Mundo Novo, que mostrou valores superiores de frutos cereja e menores valores de frutos
verdes, indicando que a maturação dos grãos ocorreu de forma antecipada quando comparada
a outras cultivares, ou seja, essa cultivar apresentou maior sensibilidade na maturação dos
frutos
frente às condições climáticas do Vale do Ribeira.
Segundo Bartholo e Guimarães, (1997) o ideal para uma cultivar é apresentar 5% de
frutos verdes, resultados bem superiores foram encontrados neste presente trabalho. O atraso
da maturação na maioria das cultivares pode estar relacionado com a elevada nebulosidade no
Vale do Ribeira (figura 14), fazendo com que a maturação do fruto seja mais lenta por conta da
menor disponibilidade de luminosidade, portanto há uma grande quantidade de frutos verdes.
Como visto também por Ricci, (2006), que concluiu que o sombreamento (menor
luminosidade)
retarda a maturação dos frutos.
A maturação dos frutos tem uma grande importância na qualidade da bebida, por isso
torna-se interessante conhecer as percentagens de frutos em cada estágio de maturação. De
acordo Carvalho, (1991) o café deve ser colhido no ponto ótimo de maturação (cereja), pois
quando colhido verde ou mais seco, prejudicaria muito a qualidade da bebida.
No presente trabalho foi possível identificar que no período da colheita a umidade
relativa do ar estava alta devidos as condições típicas do Vale do Ribeira, que apresenta um
inverno chuvoso, tendo também as chuvas distribuídas durante o ano. De acordo com Camargo
e Franco, (1985) o choque hídrico, causado por chuva ou irrigação, é o principal fator para

7
desencadear a florada, tendo como outro motivo, um acentuado aumento da umidade
relativa do ar CAMARGO e FRANCO, (1985).
Condições semelhantes podem ser observadas na cafeicultura da Colômbia
Andrade,(2012), que possui como característica um regime de chuvas, distribuídos
regularmente durante o ano todo, fazendo com que o café apresente diversas floradas,
resultando em frutos em diferentes estádios de maturação. O mesmo foi observado no
presente trabalho.
Uma alternativa para adequar a cafeicultura do Vale do Ribeira é a colheita seletiva
dos grãos, que além de compensar a diferença nos estágios de maturação dos frutos, devido
as condições climáticas, também faz com que a qualidade da bebida seja elevada, já que
apenas frutos no estádio correto de maturação sejam colhidos. Foi visto por Andrade,
(2012), que a colheita seletiva em qualquer região produtora resulta em s cafés de maior
qualidade.
A colheita seletiva, é benéfica principalmente em sistemas de agricultura familiar.
Esse modelo foi estudado por Chalfoun, (2009), que constatou que essa forma de colheita é a
única maneira para conseguir um café de qualidade superior mantendo o volume de
produção, já que os grãos são colhidos apenas no estádio cereja, apresentando uma alta
valorização no produto comercializado.
A incidência de agentes bióticos de importância para a cultura do café arábica foi
avaliada a partir de agosto de 2020. Os resultados obtidos, no período de avaliação são
apresentados na figura 3.
A ferrugem-alaranjada causada pelo fungo Hemileia vastatrix é a principal doença da
cafeicultura em termos de abrangência e danos. Dependendo da altitude, das condições
climáticas e do estado nutricional da planta a ferrugem pode ocasionar perdas de até 50% na
produção (CARVALHO et al., 2017). Por esta razão, cultivares resistentes e também,
suscetíveis ao fungo, como Mundo Novo IAC 379-19, Acaiá IAC 474-19, Catuaí Vermelho
IAC 99 e Catuaí Amarelo IAC 62, foram incluídas no planejamento experimental, estas em
parcelas com e sem controle químico. O controle químico da doença, iniciado em outubro de
2019, não pode ser considerado responsável pela ausência de sintomas, uma vez que não
houve incidência da doença, mesmo nas parcelas experimentais de cultivares suscetíveis não
submetidas ao controle químico.
Por outro lado, a incidência do bicho-mineiro foi constatada de modo generalizado,
mas em níveis relativamente baixos, sendo de maior magnitude nas cultivares Catuaí IAC 99,
Catuaí IAC 62, Mundo Novo IAC 379-19 e Acaiá IAC 474-19, todas suscetíveis à ferrugem
2
(Figura 3). Entretanto, com o início do controle químico, em outubro de 2020, o nível
populacional da praga, avaliado por meio da porcentagem de folhas lesionadas, foi muito
reduzido, mantendo-se desta forma até o final das avaliações.

Figura 3. Incidência de bicho-mineiro, mancha-de-phoma e cercosporiose avaliada


entre agosto de 2021 e julho de 2021, em cultivares de Coffea arabica, com controle
químico de bicho-mineiro (*), bicho-mineiro e ferrugem (**) e sem controle químico

2
3
(***), em Registro, SP

Nota-se que a incidência da praga também diminuiu nas parcelas das cultivares
suscetíveis não submetidas ao controle químico e isso pode ser atribuído à flutuação
populacional da praga que, em outras regiões produtoras dos estados de Minas Gerais e São
Paulo, são caracterizadas pela maior incidência nos meses de setembro e outubro, seguido por
uma queda nos meses subsequentes. Nossos resultados revelam a eficácia do controle
químico da praga. Entretanto, estudos de maior permanência devem ser continuados para se
determinar a real necessidade de controle, uma vez que, ao contrário de regiões expostas ao
uso intensivo de produtos químicos, a diversidade de inimigos naturais na região pode atuar
de modo favorável na redução populacional da praga.
Os resultados apresentados na figura 3 revelam alguma variabilidade entre as
cultivares quanto à reação à mancha-de-phoma. No período de maior incidência, o índice de
infecção foi próximo a 40% na cultivar Catuaí Amarelo IAC 62, seguida pelas cultivares
Mundo Novo IAC 379-19, Catuaí Vermelho IAC 99 e Catucaí Amarelo 24/137, com cerca de
35% e pelas cultivares do germoplasma Sarchimor IAC 125 RN, Obatã IAC 1669-20 e Arara,
com aproximadamente 25% de folhas infectadas. Níveis muito baixos de infecção foram
observados nas cultivares Obatã IAC 4739, Paraíso MG H419-1 e Siriema VC 4.
A ocorrência de cercosporiose em folhas das cultivares de café arábica manifestou-se
em níveis mais elevados àqueles relacionados ao bicho-mineiro, certamente favorecidos pelas
elevadas temperaturas, umidade relativa do ar e intensidade luminosa, condições essas que
favorecem o desenvolvimento do patógeno e a manifestação de sintomas em hospedeiros
suscetíveis (CARVALHO et al., 2012). Os resultados apresentados na figura 3 revelam uma
maior presença de folhas com sintomas da doença entre setembro e novembro, com maior
incidência, neste período, nas cultivares Catuaí Amarelo IAC 62, IAC 125 RN, Obatã IAC
4739, Arara e Catucaí Amarelo 24/137.

5 CONCLUSÕES
 Os resultados evidenciam uma boa adaptação de todas as cultivares às condições de
cultivo no Vale do Ribeira Paulista, com maior e mais rápido desenvolvimento
vegetativo das cultivares de porte alto;
 O potencial produtivo das cultivares na primeira colheita revelou-se semelhante ao
desempenho das mesmas cultivares em regiões tradicionais de cultivo, com destaque
para as cultivares Arara e Catucaí Amarelo 24/137, com cerca de 55 sacas.ha -1 de café

3
4
beneficiado;
 O ambiente de cultivo revelou-se favorável à infestação pelo bicho-mineiro e
desfavorável à incidência de ferrugem. Embora preliminar, a análise do conjunto de
variáveis evidencia a aptidão climática para a produção de café arábica no ambiente
subtropical úmido da região do Vale do Ribeira.

6 DIVULGAÇÃO E AVALIAÇÃO
Os resultados obtidos das três etapas serão divulgados por meio de artigos em
periódicos e apresentações de trabalhos em conferências nacionais e internacionais de
impacto na área do conhecimento onde o projeto se insere.
Internamente à UNESP, os resultados foram divulgados em Congressos de Iniciação
Científica (CIC), realizado em Novembro de 2021. Os principais indicadores de sucesso são:
publicações, alunos treinados e a utilização dos resultados como fonte de informação pelos
agricultores tornando a atividade mais produtiva e sustentável na região do Vale do Ribeira.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta inicial do trabalho foi concluída com êxito, de forma que foi caracterizado
o crescimento vegetativo das plantas de cafeeiros advindos de diferentes cultivares de café
arábica e diferentes clones de café canephora, além de avaliações de produtividade,
maturação e da incidência das principais pragas e doenças da cultura. No entanto, o projeto
sugere uma continuidade, visto que se trata de uma cultura perene e de estudos climáticos há
a necessidade de um maior período de avaliação.
Em estudos climáticos, além de avaliar a influência do microclima da região na
cultura agrícola, para o estabelecimento de afirmações concretas é essencial refletir sobre o
microclima e suas variações ao longo dos anos principalmente quando o estudo em questão se
trata do cultivo de uma espécie perene em que no caso da planta do café pode chegar a 25
anos de anos de vida. Além de ser uma cultura perene, durante a condução dos ensaios
ocorreu uma anomalia climática, no qual pode ter influenciado nos resultados encontrados.
Segundo INEP (2016), o ENOS refere-se às situações nas quais o oceano Pacífico
Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média normal
histórica. A mudança na temperatura do oceano Pacífico Equatorial acarreta efeitos globais
na temperatura e precipitação. Desde o início do evento na primavera de 2021, o Pacífico
Tropical registrou um resfriamento substancial e persistente, registrando anomalias negativas

4
5
de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) em grande parte de sua extensão,
principalmente no setor central-leste. Esse resfriamento atingiu seu pico entre meados do mês
de dezembro de 2021 e início de janeiro de 2022, quando todas as regiões de monitoramento
do ENOS - Niño 4, Niño 3.4, Niño 3 e Niño 1+2 - registraram anomalias próximas de -1°C.
Tendo em vista os resultados obtidos na correlação entre a radiação e o crescimento
vegetativo, observou-se que cada espécie de café é mais ou menos influenciada pela radiação,
havendo a necessidade de verificar a influência de outras variáveis climatológicas,
isoladamente ou de maneira conjunta, como por exemplo temperatura, época do ano e
disponibilidade de água sob cada uma das espécies estudadas.

8 PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA - PROPOSTA DE RENOVAÇÃO


Em virtude dos resultados obtidos mostrarem uma espécie de café com forte
correlação entre a radiação e o crescimento vegetativo em comparação a outra espécie que
não obteve essa forte correlação, verificamos a necessidade de avaliar a influência de outros
parâmetros climáticos com as espécies para verificar seus impactos isolados e em conjunto.
Dessa forma, também será realizada a correlação de ambas as espécies com a variável de
disponibilidade de água no sistema solo-planta-atmosfera e temperatura para verificar se
esses parâmetros climáticos, semelhante ou não ao de radiação, se correlacionam com ambas
ou somente uma das espécies, assim obtendo a informação das variáveis climáticas que mais
influenciam cada uma das espécies estudadas.
A temperatura do ar é um dos elementos comumente envolvidos em estudos de
relação clima-planta, pois influencia os processos fisiológicos das plantas, interferindo em
cada subperíodo de seu ciclo (Brunini et al., 1976). Dentre as ferramentas disponíveis para se
caracterizar esta interferência, o sistema de unidades térmicas ou graus-dia é um dos mais
utilizados. O conceito de graus-dia, também denominado unidades térmicas, assume a
existência de uma temperatura-base, abaixo da qual o crescimento vegetal pode ser
desconsiderado. Cada grau acima da temperatura base corresponde a um grau-dia. Cada
espécie vegetal possui uma temperatura-base para diferentes fases fenológicas ou pode se
adotar um valor único para todo o ciclo da cultura.
A umidade do solo influencia diversos processos fisiológicos nas plantas,
considerando-se seu efeito direto sobre o crescimento. O cafeeiro, como as demais culturas,
necessita de água facilmente disponível no solo em seu desenvolvimento inicial, nas fases
vegetativas e reprodutivas, para se desenvolver e produzir satisfatoriamente (Silva & Reis,
2007). Portanto, estudos que analisem a dinâmica da água no sistema solo - planta -

5
6
atmosfera são fundamentais, segundo Reichardt et al. (1979) o estabelecimento de um
balanço hídrico completo pode fornecer informações úteis para o manejo correto de
diferentes culturas em diferentes solos.
Em estudos climáticos, além de avaliar a influência do microclima da região na
cultura agrícola para o estabelecimento de afirmações concretas é essencial refletir sobre o
macroclima e suas variações ao longo dos anos principalmente quando o estudo em questão
se trata do cultivo de uma espécie perene em que no caso da planta do café pode chegar a 25
anos de anos de vida.
Os dados dos elementos climáticos temperatura do ar (Tar), umidade relativa do ar
(UR), radiação global, radiação fotossinteticamente ativa (PAR) e precipitação pluvial (PP)
serão medidos pela estação meteorológica automática pertencente ao INMET e instalada em
Registro, São Paulo, Brasil. Os dados de temperatura do ar serão utilizados para análise dos
graus dias durante o período experimental, a partir do seguinte modelo: GD = ((T max + T
min) / 2) - Tb. Os dados de radiação fotossinteticamente ativa (PAR) serão processados
utilizando o software Microcal Origin6.
A disponibilidade hídrica será avaliada através do cálculo de evapotranspiração
seguido do balanço hídrico realizado pelo método de Método de Thornthwaite e Mather
(Thornthwaite e Mather, 1955) simplificado por Camargo. Os dados iniciais necessários para
os cálculos são temperatura, precipitação e características do solo em que a temperatura e
precipitação serão utilizados os medidos pelo INMET e a caracterização do solo será obtida
através de dados da revisão literária da região. A seguir será realizado o cálculo da
evapotranspiração (ETP) seguida de outros parâmetros do balanço hídrico como
disponibilidade de água como capacidade de água disponível (CAD), armazenamento da água
no solo (ARM), deficiência hídrica (DEF) e excedente hídrica (EXC).
As análises estatísticas serão realizadas por meio de regressão linear múltipla através
do software Minitab. A regressão linear múltipla é uma técnica multivariada cuja finalidade
principal é obter uma relação matemática entre uma das variáveis estudadas e o restante das
variáveis que descrevem o sistema (variáveis independentes ou explicativas), visando
identificar o impacto coletivo do número de graus dias, radiação fotossinteticamente ativa e a
disponibilidade de água, assim como a contribuição de cada variável separada para o efeito
geral no crescimento vegetativo e na produção inicial do cafeeiro.

9 CRONOGRAMA
Cronograma das atividades – 01/07/2022 à 30/06/2023

6
7

2022

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Coleta de dados climáticos - - - - - - x x x x x x
Condução dos experimentos e
- - - - - - x x x x x x
tratos culturais
Avaliação da produção - - - - - x x x x - -

2023

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Coleta de dados climáticos x x x x x - - - - - - -
Condução dos experimentos e
x x x x x - - - - - - -
tratos culturais
Tabulação dos dados e análise
- - - - x x - - - - - -
estatística
Redação de artigos científicos e
trabalhos para publicação em - - - - - x - - - - - -
congressos
Relatório final - - - - - - x

9. PLANO DE ATIVIDADES DO ESTUDANTE (01/07/2022)


- Marcação e monitoramento do experimento: é de responsabilidade do estudante
visitar as áreas experimentais para demarcação dos talhões com placas identificando
os detalhes do projeto, além da marcação das parcelas por meio de estacas;
- Condução do experimento: o estudante terá o compromisso de acompanhar o
experimento instalado no campo e aplicar os tratos culturais devidos;
- Avaliações de qualidade de bebida;
- Avaliações reprodutivas: o estudante será responsável durante a colheita das parcelas
experimentais avaliar a uniformidade de maturação dos frutos, incidência de frutos
chochos, além de auxiliar na avaliação da classificação física dos grãos de café;
- Estudo climático: o estudante auxiliará na coleta e tabulação de dados diários de
radiação global, radiação fotossinteticamente ativa (PAR), condições de céu
(cobertura do céu por nuvens), temperatura do ar, umidade relativa do ar e
precipitação. Os dados de PAR serão fornecidos pela estação de Radiometria Solar de
Registro/SP enquanto os demais serão fornecidos pela Estação Meteorológica do
INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) em Registro-SP;
- Elaboração de planilhas: o estudante será responsável pelo preparo das planilhas e
pastas com dados do experimento organizando os dados em arquivo para as análises;

7
8
- Preparo dos relatórios parcial e final: o estudante atuará na elaboração do relatório
parcial e ao final do projeto, o relatório final;
- Difusão de tecnologia: os resultados obtidos nesse projeto serão apresentados pelo
estudante em Dias de Campo, Encontros Técnicos, Simpósios, Congressos e afins;
- Preparo dos artigos científicos para envio a revista especializada, boletins e/ou
circulares técnicas: todos os resultados advindos do projeto vinculado à bolsa e de
outros conduzidos pelo estudante, serão preparados pelo mesmo para publicação.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRUNINI, O.; LISBÃO, R. S.; BERNARDI, J. B. Temperatura-base para alface "Withe


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11 ANEXOS

Anexo 1: Avaliação do crescimento vegetativo no C. arábica.

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10

Anexo 2: Mina com sinal do bicho mineiro vivo na face adaxial da folha do C. canephora.

Anexo 3: Sintoma gerado pela cercosporiose na face adaxial da folha do Coffea arábica.

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Anexo 4: Esporos de ferrugem encontrados na face abaxial da folha do Coffea canephora.

Anexo 5: Primeira florada do C. canephora em Setembro de 2021.

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Anexo 6: Certificado de submissão no XXXIII CIC.

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