Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bacharel Teologia
ARQUEOLOGIA BÍBLICA
Recife
2010
SEMINÁRIO TEOLÓGICO PENTECOSTAL DO NORDESTE
Bacharel Teologia
ARQUEOLOGIA BÍBLICA
Recife
2010
Introdução
A grande questão que envolvia o artefato era a decifração dos Hieróglifos. Houve muita
dificuldade considerando que se tratava de uma inscrição muito antiga. Entretanto, a Pedra de
Roseta foi um elemento fundamental para a decifração das escritas egípcias, que já vinham sendo
muito pesquisadas por alguns cientistas, a saber: Georg Zöega (1755-1809) - antiquário
dinamarquês; Johan Åkerblad (1763-1819) - diplomata sueco e Thomas Young (1773-1829) -
médico inglês.
Foi então quando Champollion se utilizou de vários artifícios para a decifração dos
hieróglifos, entre eles:
A primeira palavra do texto em grego da pedra de Roseta que ele identificou entre os
hieróglifos foi o nome de Ptolomeu, formado por oito sinais envolvidos por um cartucho.
Inicialmente teve dificuldades em interpretar os símbolos porque continuava apegado à idéia de que
a escrita egípcia era ideográfica. Quando raciocinou que por ser um nome grego, ou seja,
estrangeiro, dificilmente poderia ter sido grafado com ideogramas, e que provavelmente fora escrito
da maneira como era pronunciado, procurou transpor o nome da língua grega para a egípcia. Para
alcançar esse objetivo o lingüista francês percorreu um caminho reverso. Partindo da forma grega
do nome, Ptolemaios, verteu o nome, som a som, do grego para o copta, deste para o demótico, daí
para o hierático e, finalmente, para os hieróglifos. O resultado a que chegou foi Ptolmys. Embora
ele soubesse que sinais inscritos em uma elípse indicavam o nome de um faraó, não sabia
estabelecer o sentido da leitura e, assim, não era possível descobrir a correspondência entre as letras
e os hieróglifos.
A estela foi erguida após a coroação do rei Ptolomeu V, e foi inscrita com um decreto
que estabelecia o culto divino do novo soberano. O decreto foi proclamado por um congresso de
sacerdotes reunidos em Mênfis, sua data é "4 de Xandico", no antigo calendário macedônico, e "18
de Meshir" no calendário egípcio, que correspondia a 27 de março de 196. O ano é citado como o
nono ano do reinado de Ptolomeu V (equivalente a 197/196 a.C.), o que é confirmado através da
citação de quatro sacerdotes que foram nomeados para o cargo no mesmo ano; Aeto, filho de Aeto
foi sacerdote dos cultos divinos de Alexandre, o Grande e de cinco Ptolomeus, inclusive o próprio
Ptolomeu V; seus três colegas, também citados nominalmente na inscrição, iniciaram o culto a
Berenice Evérgeta (esposa de Ptolomeu III), Arsínoe Filadélfia (esposa e irmã de Ptolomeu II) e
Arsínoe Filopator, mãe de Ptolomeu V. Uma segunda data, no entanto, é fornecida nos textos
gregos e hieroglíficos, que corresponde a 27 de novembro de 197, aniversário oficial da coroação de
Ptolomeu. A inscrição em demótico está conflitante, listando dias consecutivos em março para o
decreto e o aniversário; embora o porquê destas discrepâncias seja incerto, parece claro que o
decreto data de 196 d.C., e que ele teve como intenção restabelecer o domínio dos reis ptolomaicos
sobre o Egito.
O decreto foi promulgado durante um período turbulento na história egípcia. Ptolomeu V Epifânio
(reinou de 204 a 181 a.C.), filho de Ptolomeu IV Filopator e sua esposa e irmã, Arsínoe, havia se
tornado soberano com cinco anos de idade, depois da morte repentina de seus pais, assassinados, de
acordo com fontes contemporâneas, numa conspiração que envolveu a amante de Ptolomeu IV,
Agatocleia. Os conspiradores efetivamente governaram o Egito como guardiães de Ptolomeu V, até
que, dois anos mais tarde, uma revolta eclodiu sob o comando o general Tlepólemo, e Agatocleia,
juntamente com sua família, foi linchada por uma multidão em Alexandria. Tlepólemo, por sua vez,
foi substituído como guardião do jovem rei, em 201, por Aristómenes de Alízia, principal dos
ministros durante o período do decreto de Mênfis.
Forças políticas externas às fronteiras do Egito exacerbaram os problemas internos do
reino ptolomaico. Antíoco III, o Grande e Filipe V da Macedônia fizeram um pacto visando dividir
os territórios egípcios localizados pelo Mediterrâneo; Filipe havia capturado diversas ilhas e cidades
da Cária e Trácia, enquanto a Batalha de Pânio (198 a.C.), e resultou na transferência da Cele-Síria
(incluindo a Judeia) dos Ptolomeus para os selêucidas. Enquanto isso o sul do Egito passava por
uma duradoura revolta, iniciada já durante o reinado de Ptolomeu IV, liderada por Horwennefer e
por seu sucessor, Ankhwennefer. Tanto a guerra quanto a revolta ainda estavam ocorrendo quando
o jovem Ptolomeu foi coroado oficialmente em Mênfis, com 12 anos de idade (sete anos depois do
início de seu reinado), e o decreto de Mênfis foi promulgado.
A estela é um exemplar tardio de uma classe de estelas donativas, que mostram o
monarca reinante concedendo uma isenção de impostos aos sacerdotes residentes. Os faraós vinham
erguendo estas estelas ao longo de 2000 anos, e seus exemplos mais antigos datam do período do
Antigo Império. Em tempos antigos estes decretos eram promulgados pelo próprio rei, porém o
decreto de Mênfis foi promulgado pelos próprios sacerdotes, na função de mantenedores da cultura
egípcia tradicional. O decreto registra que Ptolomeu V presenteou os templos com prata e grãos.
Também registra que, no oitavo ano de seu reinado, durante uma enchente do Nilo particularmente
intensa, o rei represou as águas que estavam transbordando, para o bem dos fazendeiros. Em troca
destas concessões, o sacerdote prometia que os dias do aniversário e da coroação do rei seriam
comemorados anualmente, e que todos os sacerdotes do Egito prestariam culto a ele, ao lado dos
outros deuses. O decreto concluía com a instrução de que uma cópia deveria ser colocada em cada
templo, inscrita na "língua dos deuses" (hieróglifos), na "língua dos documentos" (demótico) e na
"língua dos gregos", que era utilizada pelo governo ptolomaico.
Conquistar o apoio dos sacerdotes era essencial para os reis ptolomaicos conseguirem
ter um domínio efetivo sobre a população egípcia. Os Sumos Sacerdotes de Mênfis - onde o rei
havia sido coroado - eram particularmente importantes, na medida em que eram a mais alta
autoridade da época, e tinham influência em todo o reino. Como o decreto foi promulgado em
Mênfis, antiga capital do Egito, e não em Alexandria - centro do governo durante todo o período
dos Ptolomeus - parece evidente que o jovem rei estava ansioso em conquistar o apoio ativo destes
sacerdotes. Assim, embora o governo do Egito tivesse adotado oficialmente o grego desde as
conquistas de Alexandre, o Grande, o decreto de Mênfis, como os dois decretos que o precederam
na série, traziam textos em egípcio, como forma de mostrar sua importância para a população,
através dos sacerdotes alfabetizados no egípcio.
3.2 O Decreto Contido da Pedra de Roseta
No decorrer do reinado do jovem que sucedeu a seu pai na realeza, Senhor dos
Diademas, mui glorioso, que estabeleceu o Egito e foi piedoso perante os deuses, triunfante sobre
seus inimigos e que restaurou a paz e a vida civilizada entre os homens, Senhor dos Festivais dos
Trinta Anos, semelhante a Ptah, o Grande, um rei como Rá, grande rei dos países Alto e Baixo,
progênie dos Deuses Filopatores, aprovado por Ptah, a quem Rá deu a vitória, imagem viva de
Amum, filho de Rá, PTOLOMEU, ETERNO, AMADO DE PTAH, no nono ano, quando Aetos,
filho de Aetos, era sacerdote de Alexandria e os deuses Sóteres e os deuses Adelphoi e os deuses
Evergetes e os deuses Filopatores e o deus Epifânio Eucaristo; Pyrrha, filha de Philinos, sendo
Athlophoros de Berenice Evergetes, Areia, filha de Diogenes, sendo Kanephoros de Arsinoe
Filadelfo; Irene, filha de Ptolomeu, sendo sacerdotisa de Arsinoe Filopator; aos quatro do mes de
Xandikos, de acordo com os egípcios, o 18ª de Mekhir.
3.2.1O Decreto.
Pedra de Roseta. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedra_de_Roseta >. Acesso em: 29 outubro
2010.
Pedra de Roseta. Disponível em: < http://www.fascinioegito.sh06.com/rosetast.htm>. Acesso em:
29 outubro 2010.