Você está na página 1de 13

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PENTECOSTAL DO NORDESTE

Bacharel Teologia

ARQUEOLOGIA BÍBLICA

Equipe – Pedra de Roseta

Recife
2010
SEMINÁRIO TEOLÓGICO PENTECOSTAL DO NORDESTE
Bacharel Teologia

ARQUEOLOGIA BÍBLICA

Equipe – Pedra de Roseta

Trabalho realizado para atender as exigências da


disciplina de Arqueologia Bíblica, solicitado pelo
professor Pr. Mário Félix.

Recife
2010
Introdução

Em meio à necessidade de argumentação das evidências do texto Sagrado, diante de


constantes ataques científicos aos pressupostos estabelecidos pela Palavra de Deus, faz-se
necessária uma abordagem detalhada da existência de alguns eventos históricos que nos remetem a
um momento distante de nós, mas que expressam um valor deveras relevante, visando fortalecer as
evidências bíblicas. Muito embora, a Palavra de Deus, como revelação de um Deus Supremo,
Santo, Justo em seus juízos e totalmente Bondoso, trás elementos históricos que denotam essa
revelação a um povo, cultura e, consequentemente às nações, de modo a estabelecer seus valores
éticos e morais; por conseguinte, enquanto Palavra de Deus, a bíblia não necessita de se auto-
afirmar, pois por si só exerce autoridade; mas tornar significativo elucidar alguns desses fatos, no
âmbito histórico, a fim de se estabelecer um vínculo entre fé e ciência.
Para tanto, abordaremos nesse trabalho as características do artefato com detalhes,
objeto esse que foi marco inicial da arqueologia mundial, a Pedra de Roseta.
Serão apresentadas as características físicas do objeto, aspectos do lugar onde foi
encontrado, tais como: datação do objeto; povo que o confeccionou, sua cultura, situação política,
religiosa e social; principalmente o significado das inscrições inseridas no artefato, estabelecendo
paralelos com o texto bíblico, de modo a remontar, na medida do possível o cenário histórico no
qual se encontrava.
A PEDRA DE ROSETA

I A Descoberta da Pedra de Roseta


Durante a expedição militar e científica que o imperador Napoleão realizou ao Egito
trouxe consigo, entre outras inúmeras antiguidades, uma pedra encontrada em agosto de 1799 por
soldados franceses que trabalhavam sob as ordens de um oficial chamado Bouchard. Na luta contra
ingleses e turcos, eles estavam restaurando e preparando os alicerces para ampliação de um antigo
forte medieval, posteriormente chamado de Forte de São Juliano, nas proximidades da cidade
egípcia de Rachid (que significa Roseta, em árabe), localizada à beira do braço oeste do Nilo, perto
de Alexandria, junto ao mar. Dois anos depois, pelo Tratado de Alexandria, o achado foi cedido aos
ingleses e hoje se encontra no Museu Britânico de Londres.

1.1 A Constituição Física do Artefato


O artefato conhecido como Pedra de Roseta, é um fragmento de uma estela de
granodiorito do Egito Antigo. É constituído fisicamente de uma estela de basalto negro, pesando
aproximadamente 762 kg, apresentando forma retangular, com medidas de 112,3 cm de altura, 75,7
cm de largura e 28,4 cm de espessura. E em uma das faces, que tinha superfície bem polida,
aparecem elementos gráficos relativos a três inscrições em três caracteres diferentes, em parte
gastas e apagadas em virtude do contato com a areia por milênios.
Na parte superior do objeto, destruída ou fraturada em grande parte, vê-se uma escrita
hieroglífica com 14 linhas. O texto intermediário consiste de 22 linhas de uma escrita egípcia
cursiva, conhecida como demótico. E a terceira e última divisão da pedra é ocupada por uma
inscrição de 54 linhas em língua e caracteres gregos. Os três textos reproduzem o mesmo teor de um
decreto do corpo sacerdotal do Egito, reunido em Mênfis, em 196 a.C., para conferir grandes honras
ao rei Ptolomeu V, Epifânio (205 a 180 a.C.), por benefícios recebidos.
Apesar da aparência insignificante da pedra, os estudiosos logo perceberam o seu valor
pelo fato de apresentar textos egípcios acompanhados por sua tradução em uma língua conhecida, o
que vinha, enfim, estabelecer pontos de partida e de comparação tão numerosos quanto
incontestáveis. Por ordem de Napoleão Bonaparte a estela foi reproduzida e litografada e várias
cópias enviadas a diversos especialistas em línguas mortas. Entretanto, passaram-se 23 anos desde a
data de sua descoberta até que um homem, Jean-François Champollion, pudesse decifrar
integralmente o seu conteúdo.
A Pedra de Roseta estará eternamente ligada ao nome de Champollion, pois foi ela que
serviu de base aos estudos que o levaram finalmente à decifração dos hieróglifos. A verdade é que,
ajudado pelo fato de que aquela estela continha o mesmo texto grafado em hieróglifos, demótico e
grego, ele reconheceu nela o nome de Ptolomeu em grego e demótico e, assim, pode identificar o
cartucho com o mesmo nome em hieróglifos, dando, assim, um passo importantíssimo na solução
do enigma.

II Significado do Texto inserido na Pedra de Roseta

2.1 A Decifração dos Hieróglifos

A grande questão que envolvia o artefato era a decifração dos Hieróglifos. Houve muita
dificuldade considerando que se tratava de uma inscrição muito antiga. Entretanto, a Pedra de
Roseta foi um elemento fundamental para a decifração das escritas egípcias, que já vinham sendo
muito pesquisadas por alguns cientistas, a saber: Georg Zöega (1755-1809) - antiquário
dinamarquês; Johan Åkerblad (1763-1819) - diplomata sueco e Thomas Young (1773-1829) -
médico inglês.

2.1.1 Desenvolvimento da Decifração dos Hieróglifos


O médico inglês Thomas Young teve acesso a uma cópia da inscrição da Pedra de
Roseta, e estudou-a usando o seguinte método:
Reuniu palavras no texto grego que ocorressem mais do que uma vez. Procurou então
um grupo de sinais no texto demótico, que ocorressem um número igual de vezes. Conseguiu assim
encontrar a palavra demótica para "e", que ocorria em todas as linhas. As palavras mais freqüentes
identificou-as com "rei", "Ptolomeu" e "Egito". A seguir tentou adivinhar as outras palavras e
preencher os espaços vazios. Foi uma tarefa muito difícil, pois nem a secção grega nem a parte
demótica eram a tradução literal uma da outra. Além disto, estudou inscrições em outros locais,
provando que os cartuchos reais continham caracteres alfabéticos. Demonstrou o valor fonético
correto de alguns hieróglifos, como para as letras "t" e "f". Reconheceu o determinativo usado no
final de nomes femininos. Descobriu a notação de vários numerais. Conseguiu ao todo o valor
fonético de cerca de 80 palavras demóticas, com o seu equivalente em hieróglifos.
Young publicou os seus trabalhos num suplemento da Enciclopédia Britânica em 1819,
e transmitiu as suas conclusões a Jean-François Champollion (1790-1832), o seu sucessor na
decifração, e considerado o pai da egiptologia moderna.

Foi então quando Champollion se utilizou de vários artifícios para a decifração dos
hieróglifos, entre eles:

A primeira palavra do texto em grego da pedra de Roseta que ele identificou entre os
hieróglifos foi o nome de Ptolomeu, formado por oito sinais envolvidos por um cartucho.
Inicialmente teve dificuldades em interpretar os símbolos porque continuava apegado à idéia de que
a escrita egípcia era ideográfica. Quando raciocinou que por ser um nome grego, ou seja,
estrangeiro, dificilmente poderia ter sido grafado com ideogramas, e que provavelmente fora escrito
da maneira como era pronunciado, procurou transpor o nome da língua grega para a egípcia. Para
alcançar esse objetivo o lingüista francês percorreu um caminho reverso. Partindo da forma grega
do nome, Ptolemaios, verteu o nome, som a som, do grego para o copta, deste para o demótico, daí
para o hierático e, finalmente, para os hieróglifos. O resultado a que chegou foi Ptolmys. Embora
ele soubesse que sinais inscritos em uma elípse indicavam o nome de um faraó, não sabia
estabelecer o sentido da leitura e, assim, não era possível descobrir a correspondência entre as letras
e os hieróglifos.

III Tradução dos Hieróglifos

3.1 Circunstâncias Históricas

A estela foi erguida após a coroação do rei Ptolomeu V, e foi inscrita com um decreto
que estabelecia o culto divino do novo soberano. O decreto foi proclamado por um congresso de
sacerdotes reunidos em Mênfis, sua data é "4 de Xandico", no antigo calendário macedônico, e "18
de Meshir" no calendário egípcio, que correspondia a 27 de março de 196. O ano é citado como o
nono ano do reinado de Ptolomeu V (equivalente a 197/196 a.C.), o que é confirmado através da
citação de quatro sacerdotes que foram nomeados para o cargo no mesmo ano; Aeto, filho de Aeto
foi sacerdote dos cultos divinos de Alexandre, o Grande e de cinco Ptolomeus, inclusive o próprio
Ptolomeu V; seus três colegas, também citados nominalmente na inscrição, iniciaram o culto a
Berenice Evérgeta (esposa de Ptolomeu III), Arsínoe Filadélfia (esposa e irmã de Ptolomeu II) e
Arsínoe Filopator, mãe de Ptolomeu V. Uma segunda data, no entanto, é fornecida nos textos
gregos e hieroglíficos, que corresponde a 27 de novembro de 197, aniversário oficial da coroação de
Ptolomeu. A inscrição em demótico está conflitante, listando dias consecutivos em março para o
decreto e o aniversário; embora o porquê destas discrepâncias seja incerto, parece claro que o
decreto data de 196 d.C., e que ele teve como intenção restabelecer o domínio dos reis ptolomaicos
sobre o Egito.
O decreto foi promulgado durante um período turbulento na história egípcia. Ptolomeu V Epifânio
(reinou de 204 a 181 a.C.), filho de Ptolomeu IV Filopator e sua esposa e irmã, Arsínoe, havia se
tornado soberano com cinco anos de idade, depois da morte repentina de seus pais, assassinados, de
acordo com fontes contemporâneas, numa conspiração que envolveu a amante de Ptolomeu IV,
Agatocleia. Os conspiradores efetivamente governaram o Egito como guardiães de Ptolomeu V, até
que, dois anos mais tarde, uma revolta eclodiu sob o comando o general Tlepólemo, e Agatocleia,
juntamente com sua família, foi linchada por uma multidão em Alexandria. Tlepólemo, por sua vez,
foi substituído como guardião do jovem rei, em 201, por Aristómenes de Alízia, principal dos
ministros durante o período do decreto de Mênfis.
Forças políticas externas às fronteiras do Egito exacerbaram os problemas internos do
reino ptolomaico. Antíoco III, o Grande e Filipe V da Macedônia fizeram um pacto visando dividir
os territórios egípcios localizados pelo Mediterrâneo; Filipe havia capturado diversas ilhas e cidades
da Cária e Trácia, enquanto a Batalha de Pânio (198 a.C.), e resultou na transferência da Cele-Síria
(incluindo a Judeia) dos Ptolomeus para os selêucidas. Enquanto isso o sul do Egito passava por
uma duradoura revolta, iniciada já durante o reinado de Ptolomeu IV, liderada por Horwennefer e
por seu sucessor, Ankhwennefer. Tanto a guerra quanto a revolta ainda estavam ocorrendo quando
o jovem Ptolomeu foi coroado oficialmente em Mênfis, com 12 anos de idade (sete anos depois do
início de seu reinado), e o decreto de Mênfis foi promulgado.
A estela é um exemplar tardio de uma classe de estelas donativas, que mostram o
monarca reinante concedendo uma isenção de impostos aos sacerdotes residentes. Os faraós vinham
erguendo estas estelas ao longo de 2000 anos, e seus exemplos mais antigos datam do período do
Antigo Império. Em tempos antigos estes decretos eram promulgados pelo próprio rei, porém o
decreto de Mênfis foi promulgado pelos próprios sacerdotes, na função de mantenedores da cultura
egípcia tradicional. O decreto registra que Ptolomeu V presenteou os templos com prata e grãos.
Também registra que, no oitavo ano de seu reinado, durante uma enchente do Nilo particularmente
intensa, o rei represou as águas que estavam transbordando, para o bem dos fazendeiros. Em troca
destas concessões, o sacerdote prometia que os dias do aniversário e da coroação do rei seriam
comemorados anualmente, e que todos os sacerdotes do Egito prestariam culto a ele, ao lado dos
outros deuses. O decreto concluía com a instrução de que uma cópia deveria ser colocada em cada
templo, inscrita na "língua dos deuses" (hieróglifos), na "língua dos documentos" (demótico) e na
"língua dos gregos", que era utilizada pelo governo ptolomaico.
Conquistar o apoio dos sacerdotes era essencial para os reis ptolomaicos conseguirem
ter um domínio efetivo sobre a população egípcia. Os Sumos Sacerdotes de Mênfis - onde o rei
havia sido coroado - eram particularmente importantes, na medida em que eram a mais alta
autoridade da época, e tinham influência em todo o reino. Como o decreto foi promulgado em
Mênfis, antiga capital do Egito, e não em Alexandria - centro do governo durante todo o período
dos Ptolomeus - parece evidente que o jovem rei estava ansioso em conquistar o apoio ativo destes
sacerdotes. Assim, embora o governo do Egito tivesse adotado oficialmente o grego desde as
conquistas de Alexandre, o Grande, o decreto de Mênfis, como os dois decretos que o precederam
na série, traziam textos em egípcio, como forma de mostrar sua importância para a população,
através dos sacerdotes alfabetizados no egípcio.
3.2 O Decreto Contido da Pedra de Roseta

No decorrer do reinado do jovem que sucedeu a seu pai na realeza, Senhor dos
Diademas, mui glorioso, que estabeleceu o Egito e foi piedoso perante os deuses, triunfante sobre
seus inimigos e que restaurou a paz e a vida civilizada entre os homens, Senhor dos Festivais dos
Trinta Anos, semelhante a Ptah, o Grande, um rei como Rá, grande rei dos países Alto e Baixo,
progênie dos Deuses Filopatores, aprovado por Ptah, a quem Rá deu a vitória, imagem viva de
Amum, filho de Rá, PTOLOMEU, ETERNO, AMADO DE PTAH, no nono ano, quando Aetos,
filho de Aetos, era sacerdote de Alexandria e os deuses Sóteres e os deuses Adelphoi e os deuses
Evergetes e os deuses Filopatores e o deus Epifânio Eucaristo; Pyrrha, filha de Philinos, sendo
Athlophoros de Berenice Evergetes, Areia, filha de Diogenes, sendo Kanephoros de Arsinoe
Filadelfo; Irene, filha de Ptolomeu, sendo sacerdotisa de Arsinoe Filopator; aos quatro do mes de
Xandikos, de acordo com os egípcios, o 18ª de Mekhir.

3.2.1O Decreto.

Estando reunidos os Sacerdotes Principais e Profetas e aqueles que adentram no templo


interior para aparamentar os deuses, e os Portadores de Abano e os Escribas Sacrados e todos os
demais sacerdotes dos templos da terra que vieram se encontrar com o rei em Mênfis para a festa da
assunção de PTOLOMEU, ETERNO, O BEM AMADO DE PTAH, O DEUS EPIFÂNIO
EUCARISTO, o sucessor de seu pai na realeza; estando todos reunidos no templo de Mênfis nesse
dia, declaram que: considerando que o rei PTOLOMEU, ETERNO, O BEM AMADO DE PTAH,
O DEUS EPIFÂNIO EUCARISTO, o filho do rei Ptolomeu e da rainha Arsinoe, os deuses
Filopatores, foi um benfeitor tanto do templo quanto daqueles que vivem nele, bem como de seus
assuntos, sendo um deus oriundo de um deus e de uma deusa amados de Hórus, o filho de Ísis e de
Osíris, que vingou seu pai Osíris, estando propiciamente inclinado em relação aos deuses, destinou
à renda dos templos riquezas e milho e empreendeu muitas despesas para a prosperidade do Egito e
para a manutenção dos templos e foi generoso sobretudo com seus próprios meios; e isentou alguns
e abrandou para outros os impostos e taxas cobrados no Egito, para que essas pessoas e todas as
demais pudessem viver em prosperidade durante seu reinado; e considerando que ele anulou os
débitos que numerosos egípcios e o restante do reino tinham com relação à coroa; e considerando
que para aqueles que estavam presos e aos que estavam sob acusação há muito tempo, ele decidiu
aliviá-los das cargas que pesavam contra eles; e considerando que ele confirmou que os deuses
continuarão a viver das rendas dos templos e das dotações anuais recebidas, tanto de milho quanto
de bens, bem como das rendas destinadas aos deuses pelos vinhedos, jardins e outras propriedades
que pertenciam aos deuses durante o reinado de seu pai; e considerando que ele também decidiu,
em respeito aos sacerdotes, que eles não devem, para admissão ao sacerdócio, pagar mais do que as
taxas estabelecidas durante o reinado do seu pai e até o primeiro ano do seu próprio reinado; e
desobrigou os membros das ordens sacerdotais da viagem anual a Alexandria; e considerando que
ele decidiu que não haverá mais nenhum recrutamento compulsório para a marinha; e que da taxa
sobre tecido de linho fino pago pelos templos à coroa ele reduziu dois terços; e que qualquer que
tenham sido as negligências de tempos passados, ele as corrigiu devidamente, destacando-se muito
particularmente as taxas tradicionais a serem pagas apropriadamente aos deuses; e igualmente a
todos ministrou justiça, como Thoth, o grande e grande; e decretou que aqueles que retornam da
guerra e aqueles que foram espoliados de seus bens nas épocas de turbulência, devem, no seu
retorno, ser autorizados a ocupar suas antigas propriedades; e considerando que ele autorizou o
desembolso de grande quantidade de dinheiro e milho para enviar a cavalaria, a infantaria e a
marinha contra aqueles que invadirem o Egito por mar e por terra, a fim de que os templos e todos
aqueles que habitam na terra possam estar em segurança; e que tendo ido a Lycopolis, no nomo de
Busirite, com um abundante arsenal e outras provisões, para constatar e dissipar o
descontentamento provocado por homens ímpios que perpretraram danos aos templos e a todos os
habitantes do Egito, ele a circunvalou de pequenas colinas, canais e complicadas fortificações;
quando o Nilo, que habitualmente inunda as planícies, teve uma grande cheia no oitavo ano do seu
reinado, ele a evitou construindo em numerosos locais desvios para os canais, por um custo
irrisório, e confiando a guarda desses locais à cavalaria e à infantaria, em pouco tempo, ele tomou
de assalto a cidade e matou todos os homens ímpios, tal como o fizeram Thoth e Hórus, o filho de
Ísis e Osiris, em tempos passados, para subjugar os rebeldes no mesmo distrito; e como seu pai
havia feito com os rebeldes que haviam molestado a terra e lesado os templos, ele veio a Mênfis
para vingar seu pai e sua própria realeza e os puniu como eles mereciam; aproveitando-se de sua
vinda, ele fez executar as cerimônias adequadas da sua coroação; e considerando que ele dispensou
o que era devido à coroa pelos templos até o seu oitavo ano, não exigindo sequer uma pequena
quantidade de milho ou dinheiro; e que fez descontos também nas multas para os tecidos de linho
fino não entregues à coroa e para os que foram entregues diminuiu as taxas pelo mesmo período; e
que ele também isentou os templos do imposto de uma medida de grão para cada medida de terra
sagrada e, da mesma forma, de uma jarra de vinho para cada medida de terra dos vinhedos; e
considerando que ele fez muitas oferendas a Ápis e a Mnevis e aos outros animais sagrados do
Egito, pois ele é muito mais preveniente do que os reis que o precederam com relação a tudo que
lhes dizia respeito; e que para seus funerais ofertou o que era conveniente com prodigalidade e
fausto, e que o que foi pago aos seus santuários específicos o foi regularmente, com sacrifícios e
festivais e outras observâncias costumeiras, e que ele manteve a honra dos templos do Egito de
acordo com as leis; e que ornou o templo de Ápis com um rico trabalho, dispendendo com isso
grande quantidade de ouro, prata e pedras preciosas; e considerando que ele fundou templos e
santuários e altares e reparou aqueles que necessitavam de reparo, tendo o espírito de um deus
benfeitor no que diz respeito à religião; e considerando que, após levantamento, ele vem
reconstruindo, durante seu reinado, os mais honoráveis dos templos, como se fazia necessário; em
recompensa pelo que os deuses lhe têm dado saúde, vitória e poder, e todas as demais coisas boas, e
ele e seus filhos permanecerão na prosperidade por todos os tempos.
COM FORTUNA PROPÍCIA:
Foi decidido pelos sacerdotes de todos os templos da terra aumentar grandemente as honras devidas
ao Rei PTOLOMEU, ETERNO, O BEM AMADO DE PTAH, O DEUS EPIFÂNIO EUCARISTO,
igualmente as de seus pais, os Deuses Filopatores, e as de seus ancestrais, os Grandes Evergetes e
os Deuses Adelphoi e os Deuses Sóteres e colocar no local mais proeminente de cada templo uma
imagem do ETERNO REI PTOLOMEU, O BEM AMADO DE PTAH, O DEUS EPIFÂNIO
EUCARISTO, que será chamado simplesmente &quotPTOLOMEU, o defensor do Egito", ao lado
do qual deverá permanecer o deus principal do templo, entregando-lhe a cimitarra da vitória, e tudo
será fabricado segundo os usos e costumes egípcios; e que os sacerdotes prestarão homenagem às
imagens três vezes por dia, e colocarão sobre elas as vestimentas sagradas, e executarão outras
devoções habituais como são devidas aos demais deuses nos festivais egípcios; e construir para o rei
PTOLOMEU, O DEUS EPIFÂNIO EUCARISTO, descendente do Rei Ptolomeu e da Rainha
Arsinoe, os deuses Filopatores, uma estátua e um santuário de ouro em cada um dos templos, e
colocá-lo na câmara interior com os outros santuários; e nos grandes festivais nos quais os
santuários são levados em procissão, o santuário do DEUS EPIFÂNIO EUCARISTO será levado
em procissão junto com os demais. E para que ele possa ser facilmente reconhecido agora e para
todo o sempre, deverão ser colocadas sobre o santuário dez coroas reais de ouro, às quais será
acrescida uma naja, à semelhança de todas as coroas ornadas com najas que estão sobre os demais
santuários, no centro da coroa dupla que ele usava quando adentrou o templo de Mênfis para
realizar as cerimônias de sua coroação; e na superfície que rodeia as coroas, ao lado da coroa acima
mencionada, deverão ser colocados símbolos de ouro, em número de oito, significando que esse é o
santuário do rei que uniu os países Alto e Baixo. E como o aniversário do rei é celebrado no 30º dia
de Mesore e como também se celebra o 17º dia de Paophi, dia em que ele sucedeu a seu pai, esses
dias foram considerados como dias de devoção nos templos, pois eles são fontes de grandes bênçãos
para todos; e foi decretado ainda mais que um festival terá lugar nos templos por todo o Egito
nesses dias de cada mês, acompanhados de sacrifícios e libações e todas as cerimônias costumeiras
dos outros festivais e oferendas serão feitas aos sacerdotes que servem nos templos. E um festival
terá lugar em honra do Rei PTOLOMEU, ETERNO, O BEM AMADO DE PTAH, O DEUS
EPIFÂNIO EUCARISTO, anualmente, nos templos por todos os cantos da terra no 1º dia de Thoth
durante cinco dias, durante os quais eles usarão guirlandas e executarão sacrifícios e libações e
outros sacramentos habituais, e os sacerdotes de cada templo serão chamados os sacerdotes do
DEUS EPIFÂNIO EUCARISTO e mais os nomes dos outros deuses que eles servem; e seu
sacerdócio será inscrito sobre todos os documentos oficiais e será gravado nos anéis que eles usam;
e os particulares serão também autorizados a assistir os festivais e a instalar o santuário supra-
mencionado em suas casas; executar as celebrações supra-mencionadas anualmente, a fim de que
todos e cada um possa saber que os homens do Egito exaltam e honram o DEUS EPIFÂNIO
EUCARISTO, o rei, de acordo com a lei.
Este decreto será inscrito sobre uma estela de pedra nos caracteres sagrados e nativos e
gregos e será erigida em cada um dos templos de primeiro, segundo e terceiro graus, ao lado da
imagem do Rei Eterno.
Conclusão

A Pedra de Roseta têm evidências significativas, que remontam a um período de


profundas realizações religiosas, políticas e sociais de uma época onde estava presente a fé de um
povo confrontada com uma cultura helenista, descentralizadora dos valores estabelecidos pelas
Sagradas Escrituras. O que permite elucidar que tais fatos históricos realmente tenham ocorrido.
BIBLIOGRAFIA

Pedra de Roseta. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedra_de_Roseta >. Acesso em: 29 outubro
2010.
Pedra de Roseta. Disponível em: < http://www.fascinioegito.sh06.com/rosetast.htm>. Acesso em:
29 outubro 2010.

Você também pode gostar