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Especialidade de Arqueologia Bíblica

Pergaminhos de Prata de Ketef Hinnom

Ano de descoberta: 1979


Local de descoberta: Jerusalém
Datação: 650 a.C. e 587 a.C.
Exposto(a) atualmente: Museu de Israel

Consiste em dois pequenos pergaminhos de prata com trechos de Números 6.23-27


escritos, foram encontrados em câmaras funerárias no sítio arqueológico de Ketef
Hinnom e provavelmente eram utilizados como amuletos.

Referência Bibliográfica:
Barkay, G., AG Vaughn, MJ Lundberg e B. Zuckerman, "Os Amuletos de Ketef
Hinnom: Uma Nova Edição e Avaliação," Boletim das Escolas Americanas de
Pesquisa Oriental 334 (2004): 41-71.

Esse é um dos textos hebraicos mais antigos e ajuda a comprovar o texto bíblico e
que as pessoas da época utilizavam um texto que é uma benção como amuleto
para levarem onde forem demonstrando o cuidado de estar sempre em contato com
a palavra de Deus.
Manuscritos do Mar Morto

Ano de descoberta: 1947


Local de descoberta: Qumran
Datação: século II a.C. e meados do século I d.C.
Exposto(a) atualmente: Museu da Jordânia em Amã e Museu de Israel

São uma coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em


cavernas na região de Qumran no Mar Morto. A coleção foi compilada por uma
doutrina judaica conhecida como essênios. Poções de toda a bíblia foram
encontradas, com exceção dos livros de Ester e Neemias.

Referência Bibliográfica:
"The Digital Dead Sea Scrolls: Nature and Significance". Israel Museum Jerusalem.
Archived from the original on 1 October 2014. Retrieved 13 October 2014.
"Dead Sea Scrolls | Definition, Discovery, History, & Facts | Britannica".
www.britannica.com. Retrieved 17 November 2021.

Essa foi uma das grandes descobertas, pois é a mais antiga coleção de textos
bíblicos encontrados, algo que validou as cópias da bíblia utilizadas, e demonstrou o
cuidado que os essênios tiveram com a palavra de Deus de escondê-la para não ser
destruída.
Pedra de Roseta

Ano de descoberta: 1799


Local de descoberta: Egito
Datação: 196 a.C.
Exposto(a) atualmente: Museu Britânico

Consiste em uma estela (Pedras erguidas em forma de coluna) com decretos


ptolomaicos erigida durante o Egito Ptolemaico, o achado dessa estela deu início a
um novo ramo da arqueologia, a egiptologia, fazendo com que a pedra seja
conhecida por muitos como a “pedra mais famosa do mundo”. Ela é especial pois
propicia a compreensão de vários escritos, em especial os hieróglifos, pois a pedra
possui seu texto escrito em hieróglifos e em grego, o que proporcionou a tradução
dos símbolos egípcios já que o grego era uma língua conhecida.

Referência Bibliográfica:
BUDGE, E. A. Wallis. The Roseta Stone. London, British Museum, 1913.

Mesmo sem textos bíblicos essa estela foi de grande importância para tradução de
textos egípcios que fazem menção aos hebreus fora abrir o leque de opções para se
conhecer mais sobre a civilização egípcia.
Estela de Merneptah

Ano de descoberta: 1896


Local de descoberta: Egito
Datação: 1236 a.C. a 1223 a.C.
Exposto(a) atualmente: Museu Egípcio, Cairo

Esse estela também é conhecida como Estela de Israel, sendo um dos únicos
documentos egípcios que fazem referência ao nome de Israel. Foi encontrada em
Tebas Ocidental nas ruínas de um templo funerário do Faraó Merneptah.

Referência Bibliográfica:
Coogan, Michael D., 1999. The Oxford History of the Biblical Word, Oxford
University Press

Essa estela testifica sobre a historicidade do povo de Israel e de que eles habitavam
na região de Canaã, testificando assim da historicidade do texto bíblico.
Piscina de Siloé
Ano de descoberta: 1896
Local de descoberta: Jerusalém
Datação: 1 800 a.C.

Esse foi um reservatório ligado a fontes de água de Giom que existiu nos tempos da
Jerusalém bíblica, muitos texto bíblicos fazem referência ao reservatório, es
especial Isaías 8:6 sobre a construção dos túneis do rei Ezequias que levavam água
a população e provavelmente a história mais conhecida do reservatório, descrita em
João 9:1-7, onde o relato fala que Jesus curou um cego de nascença pondo-lhe
barro nos olhos e mandando que o mesmo fosse à fonte lavar-se.

Referência Bibliográfica:
Hershel Shanks, "O Reservatório de Siloé e a cura do homem cego", Biblical
Archaeology Review:31:5 (September-October 2005), pp. 16-23.

A piscina de siloé faz parte de vários textos bíblicos, eram umas das fontes de água
de Jerusalém e foi palco de um dos milagres relatados sobre Jesus.
Pedra Moabita
Ano de descoberta: 1868
Local de descoberta: Díbon, capital do antigo reino de Moabe
Datação: 840 a.C.
Exposto(a) atualmente: Museu do Louvre

É uma pedra de basalto com inscrições sobre Mesa, rei de Moabe e suas
conquistas sobre Omri, rei de Israel. O texto confirma o relato bíblico de II Reis
3:4-27 que relata a revolta do reino de Moabe contra o reino de Israel.

Referência Bibliográfica:
"Stèle de Mecha". Musée du Louvre. 830. Retrieved 11 September 2021.

A pedra testifica sobre a historicidade do texto bíblico que relata sobre uma das
consequências do afastamento do povo de Israel de Deus que foi a derrota para o
reino de Moabe.
Estela de Tel Dã
Ano de descoberta: 1993
Local de descoberta: Tel Dã
Datação: 870–750 a.C.
Exposto(a) atualmente: Museu de Israel

A estela foi feita a mando de um rei sírio e contam inscrições em aramaico sobre
suas vitórias sobre um reino local, o reino de Israel, entre as palavras foi possível
identificar Beth David, que significa a Casa de Davi.

Referência Bibliográfica:
Estela de Tel Dan: Kchanson(www.kchanson.com/ANCDOCS/westsem/teldan.html)

A grande importância desta estela foi testificar sobre a existência de um reino em


Judá conhecido como a casa de Davi, trazendo luz sobre a existência de um grande
reino em canaã, comprovando o texto bíblico.
Inscrição de Siloé
Ano de descoberta: 1880
Local de descoberta: Jerusalém
Datação: 700 a.C.
Exposto(a) atualmente: Museu de Arqueologia de Istambul

O texto estava originalmente no Túnel de Ezequias que supria de águas a fonte de


Giom e a Piscina de Siloé em Jerusalém. O texto fala como o túnel foi criado, onde
o relato diz que construtores iniciaram os trabalhos nas duas extremidades
simultaneamente e se encontraram no meio. O túnel foi criado na época do Rei
Ezequias no século XIII a.C.

Referência Bibliográfica:
"Siloam Inscription". Jewish Encyclopedia. 1906.

A inscrição demonstra como era avançada a engenharia em Jerusalém nos tempos


do rei Ezequias, pois os construtores sem tecnologias como GPS dentre outros
conseguiram cavar um túnel desde ambas as extremidades até se encontrarem no
meio. É importante lembrar também que as águas que passaram por esse túnel
foram usadas por Jesus para curar um Cego de nascença na piscina de Siloé.
A crucificação de Joanã
Ano de descoberta: 1968
Local de descoberta: Jerusalém
Datação: século I d.C.

Trata-se de fragmentos de osso encontrados em um ossuário em Jerusalém onde


estavam as escrições Johanan ben Ha-galgula, que por ser a primeira descoberta
de uma real vítima de crucifixão levantou vários estudos sobre a pior forma de
tortura romana, a morte por crucifixão.

Referência Bibliográfica:
Tzaferis, V. 1970 Tumbas Judaicas em e perto de Giv'at ha-Mivtar. Jornal de
Exploração de Israel Vol.20 pp.

Essa descoberta trouxe luz sobre como eram crucificados os condenados por
Roma, demonstrando como foi o sofrimento de Jesus na cruz onde ele se sacrificou
pela humanidade.
Cilindro de Ciro
Ano de descoberta: 1879
Local de descoberta: Babilônia, Mesopotâmia
Datação: 539–538 a.C.
Exposto(a) atualmente: Museu Britânico, Londres

O texto do rolo de argila escrito em grafia cuneiforme acadiana apresenta um elogia


a Ciro, o Grande, rei da pérsia que derrotou o Nabonido da Babilônia, tido como um
rei mal e opressor e repatriou povos deportados e restaurou seus santuários. O
texto é interpretado por alguns estudiosos como um precursor da carta de direitos
humanos.

Referência Bibliográfica:
Kuhrt, Amélie (2007). The Persian Empire: A Corpus of Sources of the Achaemenid
Period. London: Routledge.
Muhammad A. Dandamayev. «CYRUS iv. The Cyrus cylinder»

Existem controvérsias sobre o texto, mas ele pode estar ligado ao decreto do rei
Ciro descrito em Esdras 1 que relata como Ciro repatriou o povo de Judá e ordenou
a reconstrução do templo ao Senhor em Jerusalém.
Bibliografia de Jean-François Champollion

Jean-François Champollion nasceu no dia 23 de


dezembro de 1790 em Figeac, uma pequena cidade francesa
que mesmo hoje possui pouco mais de dez mil habitantes.
Também conhecido como Champollion le jeune, ele foi filólogo,
orientalista e egiptólogo, sendo que é considerado o fundador
e pai da egiptologia que é uma área de arqueologia,
antropologia e história antiga que estuda a cultura egípcia pelo
fato de ter feitos muitos trabalhos sobre a cultura e língua do
Egito Antigo e ter sido o principal responsável pela decifração dos hieróglifos
egípcios, uma escrita baseada em pictogramas que era utilizada no Egito Antigo.
Desde sua juventude Jean-François já era considerado um prodígio filologia
que é o estudo científico do desenvolvimento de uma língua por ter feito o primeiro
artigo público sobre a decifração do demótico, um tipo de escrita do Egito Antigo
derivada dos hieróglifos. Ainda jovem ele era poliglota, falando entre outras línguas,
línguas importantes para a arqueologia e estudo de civilizações antigas, como o
copta, grego antigo, latim, hebraico e árabe.
Jean-François viveu em um período difícil na frança, tendo que evitar o
recrutamento por parte do exército da França durante as Guerra Napoleônicas, no
entanto, a própria guerra trouxe a ele a luz do que seria um de seus maiores objetos
de estudo, a Pedra de Roseta trilíngue, uma estela egípcia encontrada pelos
exércitos de Napoleão em sua invasão ao Egito. Essa estela estava escrita em
Grego, demótico e em hieróglifos, se tornando assim a chave utilizada por
Jean-François para decifrar muitos outros documentos escritos em hieróglifos, pois
sabendo o que o texto dizia em grego ele também saberia o que estava escrito nos
hieróglifos.
Jean-François fez grandes avanços decifrando a Pedra de Roseta e muitos
outros documentos, por vezes viajando até mesmo ao Egito para participar de
expedições arqueológicas com pretensão de encontrar mais picogramas para
decifrar. Infelizmente suas viagens ao Egito debilitaram sua saúde e ele morreu
ainda jovem, em 1832 em Paris aos 41 anos. Sua gramática do Egito Antigo foi
publicada cientificamente após a sua morte.
História da Arqueologia Bíblica

Arqueologia é a ciência que estuda as culturas e os modos de vida das


diferentes sociedades humanas e a Arqueologia bíblica é um ramo da arqueologia
especializado nos estudos relacionados aos relatos bíblicos e a histórias das
religiões judaico-cristãs. Muitas regiões são peça de estudo da arqueologia bíblica,
entre elas, a Europa, região norte da África e Oriente Médio, em especial uma área
do Oriente Médio conhecida como Terra Santa, a pequena porção de terra entre o
rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, uma área tida como sagrada para três grandes
religiões e onde se passou a maior parte dos relatos bíblicos, correspondendo a
região da antiga canaã, Reinos de Israel e Judá e a Judéia dos tempos de Jesus.
É importante compreender que a arqueologia bíblica assim como todo tipo de
arqueologia se baseia em um método científico, e a Bíblia é tomada como objeto de
investigação, por tanto a arqueologia bíblica se afasta da religião embora seja
utilizada para comprovação da historicidade dos textos da Bíblia contidos. O campo
de estudo da arqueologia Bíblica abrange a faixa de tempo entre os anos 2000 a.C.
que corresponde aos anos dos patriarcas bíblicos, Abraão, Isaque e Jacó, cuja a
história está relatada no primeiro livro da Bíblia, e 100 d.C. anos da morte do último
apóstolo de Jesus, João o Evangelista, também escritos do último livro da Bíblia, e
se ocupa no estudo e investigação científica dos resto materiais, culturas, línguas,
personagens importantes, dentre outras coisas que possam ajudar a compreensão
de como era o mundo na época que foram feitas as escrituras, cooperando para o
estudo exegético da Bíblia, sendo que, por muitas vezes o estudo não é sobre a
bíblia mas sobre como era a comunidade da época, batalhas, governantes, etc, mas
que ajudam a iluminar as escrituras.
As explorações arqueológicas relacionada a bíblia começaram no século XIX
por parte dos europeus e depois por parte dos israelenses, no entanto é importante
cidade que mesmo antes da criação do termo arqueologia, e ainda em tempo
próximos ao período das escrituras, ou mesmo contemporâneo as escrituras como
no caso de Flávio Josefo, algumas figuras se destacaram por seus estudos
históricos sobre a região da palestina, escrituras que vieram a se tornar a bíblia e
cultura local, deixando vários relatos e livros que servem como peça de estudo para
os arqueólogos atuais, são eles, o próprio Flávio Josefo, Orígenes, Eusébio de
Cesareia e Egéria.
Alguns nomes que se destacam no século XIX na arqueologia bíblica, são Edward
Robinson, que encontrou várias cidades antigas, Charles Warren e Charles Wilson,
com seus trabalhos nos arredores do Monte do Templo, Charles Clermont-Ganneau
que estudou inscrições na Estela de Mesha e inscrições no Templo de Jerusalém e
Sir Flinder Petrie que é denominado como pai da arqueologia palestina por ter
lançado a base para a exploração metodológica e também o uso da cerâmica como
uma importante pista.
Durante o mandato Britânico da Palestina, entre 1922 e 1948 houveram
grandes avanços na exploração da região da Palestina com o aumento considerável
de pessoas empenhadas na arqueológicas, em especial grandes pesquisadores
como William Foxwell Albright, George Ernest Wright e C. S. Fischer. Foi nessa
época que um jovem beduíno que cuidava de um rebanho de ovelhas
acidentalmente encontrou os primeiros manuscritos na região que ficou conhecida
como Qumran, a esses manuscritos foram dados o nome de Manuscritos do Mar
Morto, que, como mais escavações e estudos na região se descobriu que não eram
apenas um punhado de manuscritos, mas na verdade a mais antiga compilação em
um só lugar dos textos bíblicos, contendo os livros do Antigo Testamento com
exceção do livro de Ester e do livro de Neemias, papitos, códices da Tanaque e o
Novo Testamento. Essa descoberta é tida por muitos como a mais importante até os
dias de hoje.
A partir de 1948 foi fundado o Estado de Israel, o que trouxe uma mudança
política e social na Terra Santa, que até o dias de hoje está mergulhada em
consecutivas guerras e conflitos, dificultando os estudos na região, no estando a
arqueologia bíblica está caminhando e muitas coisas ainda estão sendo
pesquisadas, estudadas e descobertas nos dias de hoje, com escavações
espalhadas por todo o Estado de Israel, na Palestina e em circunvizinhanças.
Alguns nomes célebres da arqueologia após 1948 são Chrystall Bennet que
conduziu as escavações na cidade Jordaniana de Petra e da cidadela de Amã e
Kathleen Kenyon que dirigiu escavação nas cidades de Jericó e Jerusalém.

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