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A Santidade do Sexo
1. Introdução
1.1) Não desejamos flertar nem de longe com todo esse estardalhaço acerca
do sexo que está sendo divulgado em nossos dias. Nas palavras de J. Allan Peterson,
“sexo, sexo, sexo. A nossa cultura está chegando ao ponto de saturação total. A fossa
está transbordando. Livros, revistas, discos e filmes o proclamam incessantemente (...)
todos os dias, o dia todo, bombardeia-nos essa mensagem como petardos vindos de um
canhão de lavagem cerebral: ‘consiga do sexo tudo o que ele pode dar. De todo jeito. Em
todo o tempo. Você só vive uma vez. Goze o que puder. Não deixe passar a
oportunidade. O amanhã não existe’”. É tudo isso que nossa sociedade tem vivido e,
portanto, não devemos utilizar um segundo de nosso tempo para fazermos coro com esse
som maligno que embriaga e mata a consciência.
1.3) Vale acrescentar que não é o sexo que proporcionará a tão sonhada
felicidade. Cumpre-nos informar-lhe que se você não é uma pessoa feliz, realizada, não
será uma transformação em sua vida sexual que fará isso por você. Afirmar que para
sermos felizes dependemos que algo aconteça em nosso cônjuge e em nossa relação
conjugal é entregar a nossa vida em mãos erradas.
Nas palavras do Dr. Lloyd-Jones, “a tragédia (...) da posição moderna é que ela vê
a felicidade apenas como experiência (...). Esta é a ideia de felicidade: a gratificação do
meu desejo do momento; nada mais é levado em consideração. A pessoa como um todo
– a mente, a alma, a consciência – não é considerada; as consequências não são levadas
em consideração”.
É aqui que perguntamos por que tantas pessoas vivem para a busca do ‘prazer a
todo custo’. A resposta é clara: elas não são felizes! Se fossem, não viveriam neste
desespero por uma suposta felicidade que, cegos, tentam agarrar no escuro enquanto
tateiam em vão.
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Que ouçamos a voz do sábio pregador: “Disse eu no meu coração: Ora vem, eu te
provarei com alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade” (Ec
2:1).
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Genival Veloso de França aponta, dentre outras, as causas as religiosas (identificação com o pecado) e as
culturais (conceitos de pudor e decência) como ensejadoras de frigidez, que denomina como “distúrbio do
instinto sexual que se caracteriza pela diminuição do apetite sexual na mulher, devido a vaginismo ou
doenças psíquicas ou glandulares.
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2. Princípios Basilares
No que pertine ao nosso tema, o propósito é mais uma vez entendermos com
clareza o que a Bíblia tem a ensinar, convictos estando de que Deus tem o melhor
Conselho, a última palavra, quanto a todos os aspectos da nossa existência.
Tendo feito o primeiro casal, Deus os uniu, inclusive sexualmente, e pôs sua
aprovação “em tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom (...)” (Gn 1:31).
2.2) Nada há de errado com o sexo, em si mesmo. Dizer que nada há de errado
com o sexo, em si mesmo, é tão só inferir logicamente do fato de que o sexo é uma
criação de Deus.
O escritor aos hebreus (13:4a) escreveu que “venerado seja entre todos o
matrimônio (...)”. Ele investe contra a influência do ascetismo, que proibia o casamento
como se o celibato fosse um tipo superior de santidade. Calvino, comentando este
versículo, entende a expressão ‘entre todos’ “no sentido em que não há nenhuma classe
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Corroborando ainda este meu ponto, Tim e Beverly LaHaye nos lembram que “o
Senhor Jesus escolheu um casamento para ser o cenário do Seu primeiro milagre”, além
de ratificar a primeira celebração como norma definitiva (cf. Jo 2:1-11; Mt 19:5): “e serão
os dois uma só carne”.
2.3) O sexo, uma criação de Deus e, por isso, ‘bom’ em si mesmo, foi dado
para a satisfação humana em seu sentido mais pleno. Primeiro, lembramos a bênção
da geração de filhos (“frutificai e multiplicai-vos”), a maior dentre outras satisfações e o
maior dentre os demais propósitos.
melhores que o vinho para alegrar (4:10a), mais saborosos que favos de mel e leite
(4:11). As alegrias do sexo são comparáveis à participação em um oásis, onde se bebe
de um manancial e colhem-se os frutos mais deliciosos e as mais raras especiarias (4:12-
15; cf. Pv 5:15, 18). “Seja bendito o teu manancial e alegra-te com a mulher da tua
mocidade”.
Nesse sentido, leiamos as palavras do apóstolo Paulo: “(...) por causa da impureza,
cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (I Co 7:2). Fácil
observar das palavras do escritor sagrado que dentre as razões pelas quais Deus
estabeleceu o casamento está a prevenção dos pecados de ordem sexual, fato que levou
Augustus Nicodemus e Minka Schalkwijk afirmarem que “da perspectiva das Escrituras,
sexo é algo só para o casamento”, e que Paulo “não vê outra opção legítima, nem um
outro caminho válido diante de Deus para satisfação sexual que não seja o casamento”.
Concluímos, pois, com William Hendriksen, para quem, “em seu cenário
apropriado, o sexo é um maravilhoso dom de Deus. Entretanto, não há lugar para a
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De acordo com pesquisa do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) no Rio de
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife, 43% dos católicos são a favor do sexo
antes do casamento.
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luxúria e a vulgaridade. Isso é errôneo sempre e em qualquer lugar, seja para os solteiros
ou para os casados”.
3. Desvios da sexualidade
Incesto é uma forma agravada de fornicação ou adultério, por ser uma união sexual
ilícita entre parentes consangüíneos ou proximamente relacionados. É “o impulso do ato
sexual com parentes próximos” (Genival Veloso de França).
“Na qualidade de um povo santo, separado para ter uma ligação especial com o
Senhor, Israel não podia imitar as práticas de outros povos” (Oxford Annotated Biblie). A
legislação mosaica, portanto, tinha por intuito separar o povo de Israel dos costumes e
das atividades pagãs. No antigo Egito, por exemplo, a união incestuosa não era apenas
permitida, mas, em alguns casos, era até exigida. Que Israel não imitasse os costumes
pagãos (Lv 18:3-5; 24-27).
Os capítulos 18 e 20 dão-nos os graus de parentesco que excluíam o casamento
ou as experiências sexuais. Pela expressão “descobrir a nudez” quer-se dizer “ter sexo
com” ou “casar com” (Lv 18:6), quando se está a proibir tanto a relação sexual ocasional
quanto o casamento com parentes mencionados nos versículos que se seguem.
Em Lv 18:7, o incesto com a mãe é proibido, embora, por inferência, também o seja
da filha com o seu pai (cf. Gn 19:32-38). Esta prática era comum entre os persas,
egípcios, cananeus e permaneceu entre os japoneses. O castigo deste incesto era a
morte (Lv 20:11), talvez por apedrejamento. O código de Hamurabi prescrevia a fogueira.
Em Lv 18:8, o incesto com a madrasta é vedado. Temos como exemplos deste
pecado, os casos de Rúben com Bila (Gn 35:22; cf. 49:3,4) e de Absalão com as
mulheres de Davi, seu pai (II Sm 16:20-23; cf. I Rs 2:17). No Novo Testamento, há um
caso mencionado em I Co 5:1-4 (cf. Dt 22:30). Quanto à punição, ver Lv 20:11.
Em Lv 18:9, 11, temos a proibição de relações sexuais com irmãs, germanas ou
unilaterais. O exemplo que nos salta aos olhos é o do patriarca Abraão (Gn 20:12).
Observamos ainda a loucura de Amnom com Tamar (II Sm 13:11-14). Uma maldição é
pronunciada contra aqueles que incorressem neste tipo de relação em Dt 27:22. A
punição era a pena de morte (Lv 20:17), talvez por apedrejamento.
Em Lv 18:10, o incesto com a neta é proibido. Por inferência, deduz-se que sexo
com a filha era proibido, já que o era com a neta. A punição não é mencionada.
Deduzimos tenha sido o apedrejamento.
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Em Lv 18:17 é defeso o sexo com uma mulher e sua filha ou neta, mesmo que a
mãe/avó viesse a falecer. A punição específica a esse pecado não foi mencionada. Por
inferência de Lv 20:14, conclui-se pela morte na fogueira.
Em Lv 18:18 é proibida a relação com duas irmãs, ou que se casasse com duas
irmãs ao mesmo tempo. Jacó casou-se com duas irmãs (Gn 29:28-30), mas isso ocorreu
antes da lei mosaica. Não há menção de uma punição específica para este caso.
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A doutrina forense tem defendido a atualidade da vigência do Decreto-Lei 3.200/1941, que, em seu art. 2º,
permite a possibilidade do casamento entre parentes colaterais de terceiro grau (tio/sobrinha; tia/sobrinho),
quando exame pericial comprovar que não resultará em risco à prole. Uma aberração perpetuada no direito
brasileiro.
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Mas os números apontados não são exatos. Em 2003, uma equipe do Hospital das Clínicas de São Paulo
preparou uma pesquisa com 7000 entrevistados, homens e mulheres, de 18 a 70 anos, pertencentes a
todas as classes sociais e regiões. Resultado: 10% disseram-se homossexuais.
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Notável que após uma das palestras que dei sobre o tema, fui informado de um
caso real por alguém que me ouvia. Era a história de um rapaz recém chegado em uma
cidade, que começou um relacionamento com uma moça de seu novo domicílio. O
namoro ia se fortalecendo. Ele, muito animado com a beleza da moça, conversava com
seus colegas de faculdade sobre suas intenções de casamento etc. Até que veio a
descobrir tratar-se sua “namorada” de um transexual. Ficamos a imaginar, com certa dose
de indignação, que as próximas gerações, com muito mais razões, poderão contrair
relacionamentos duradouros e casamentos do tipo “gato por lebre”.
Outra história hedionda ouvi de um site confiável, que noticiava uma mudança de
sexo do menino T.L., da Califórnia, “filho” de um casal de lésbicas. As “mães” perceberam
o jeito efeminado do garoto, observaram que dizia “sou uma menina” dentre as primeiras
frases ditas por ele e que aos sete anos ameaçou mutilar o próprio órgão sexual. Pronto.
Decidiu-se que a melhor hora para a mudança de sexo era na infância, processo que já
se iniciou. O menino T.L. começou um tratamento hormonal aos oito anos, que impedirá o
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Todavia, o que mais nos ocupa é a saúde da Igreja de Cristo. Anelamos ver se
nossos irmãos estão firmes na verdade da palavra de Deus e andam a observando. É
dizer, queremos investigar, nesse passo da caminhada, o que Deus prescreve a respeito
do homossexualismo.
John Stott, em apoio à tradição cristã, afirma que (1) “Os adjetivos ‘perverso’, ‘vil’ e
‘desgraçado’ (Gn 19:7; Jz 19:23) não parecem adequados para descrever uma violação
de hospitalidade; (2) a oferta das mulheres no lugar dos homens realmente parece como
se houvesse alguma conotação sexual no episódio; (3) embora o verbo ‘yada’ seja usado
apenas 10 vezes para intercurso sexual (...) 6 dessas ocorrências estão em Gênesis, e
uma na própria história de Sodoma (...) (v.8); (4) (...) a inequívoca declaração de Judas
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[Jd 7] não pode ser descartada como simplesmente um erro copiado do pseudo-
epigrafado judaico”. Acresça-se que II Pe 2:8 chama o pecado dos sodomitas de “obras
iníquas”.
Quarto, temos outros textos paulinos (I Co 6:9, 10; I Tm 1:9-11), nos quais
aparecem as palavras gregas ‘arsenokoitai’ (em ambos) e ‘malakoi’ (em I Co somente).
Segundo leitura com tendência homoafetiva, nestes textos Paulo tinha em mente a
pederastia comercial entre homens mais velhos e adolescentes, ensejando a corrupção
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Quer pelo crescimento exacerbado, quer pela repercussão ou pelos desafios que
apresenta, o homossexualismo permanece alardeando a sociedade por atentar às
questões morais, sociais, familiares e jurídicas.
Swapping, por sua vez, é a prática horrenda que se perfaz pela troca consentida
de parceiros entre dois ou mais casais.
A pesquisa de Tim e Beverly LaHaye, realizada com 3.377 pessoas, dos quais 98%
professaram ser crentes verdadeiros, indicou “que o sexo oral está aumentando hoje,
graças à amoral educação sexual, à pornografia, à moderna literatura sexual e à
decadência moral de nossos dias”. A pesquisa revelou que a prática entre os cristãos é
menos comum. “Obviamente, a comunidade cristã ainda não aceitou unanimemente o
sexo oral. A maioria dos conselheiros cristãos mostra-se relutante em condenar ou apoiar
a prática, deixando a decisão com o indivíduo. Contudo, parece existir um grande número
de crentes que desfrutam de uma vida amorosa satisfatória e feliz sem esta prática”,
asseveraram.
“Estamos convencidos”, afirma o casal LaHaye, “de que nada tomará o lugar do
tradicional ato conjugal como o principal método de expressão do amor conjugal entre
pessoas casadas”.
Quanto ao sexo oral, alguns entendem como carícias preliminares do jogo do sexo,
não sendo mesmo o caso de substituir o intercurso normal. O que não acontece ao sexo
anal.
a procriação como a única bênção a ser auferida do sexo, no entanto, bênção alguma
está dissociada inteiramente desta, como pretende o sexo anal.
Nesse passo de nosso estudo sobre “a santidade do sexo”, desejo tecer breves
anotações acerca das razões que tornam o adultério algo especialmente grave. Se não,
vejamos.
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4.1.1) O adultério projeta-se contra a santidade do lar. “Venerado seja entre todos o
matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição e aos adultérios,
Deus os julgará” (Hb 13:4). Há uma ameaça de punição àquele que lança mácula sobre o
matrimônio, tal é o caso dos impuros e adúlteros.
4.1.2) O adúltero milita contra uma instituição divina – o casamento. “Assim não
são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”
(Mt 19:6). O adultério causa tal rompimento ao ajuntamento feito por Deus que torna
possível à vítima segundas núpcias legítimas perante Ele (Mt 19:9). Aqui, o casamento
enquanto instituição é considerado objetivamente em sua seriedade. Deus é o seu
primeiro celebrante e o seu instituidor. Afrontá-lo é voltar-se contra uma instituição divina,
frise-se.
Como podemos dar-nos a uma unidade espúria em um ato sexual ilícito, quando estamos
unidos ao Senhor? (vs. 16,17). Portanto, “fugi da prostituição”. Não existe outro modo de
tratar o caso!
me ensinavam, nem aos meus mestres inclinei o meu ouvido! No meio da congregação e
da assembléia foi que eu me achei em quase todo o mal” (Pv 5:3-14).
Quem permanece a vaguear em busca de pastos mais verdes não tem ideia do
frescor do seu próprio. “Bebe água da tua fonte, e das correntes do teu poço (...) seja
bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva
amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas
atraído perpetuamente (...)” (Pv 5:15,18,19). Noutras palavras, olhe para dentro, nunca
para fora do seu cercado!
Era uma vez um idoso, penso que se chamava Ali Hafed. Ele era possuidor de uma
grande fazenda, pomar, campos de cereais, hortas. Fizera muitos investimentos, e estava
rico e contente. Um dia recebeu a visita de um velho sacerdote budista, um homem de
elevada estirpe. Eles se assentaram perto do fogo e o sacerdote contou-lhe a minuciosa
história da criação. E concluiu dizendo que os diamantes eram as pedras preciosas mais
raras e valiosas que haviam sido criadas; ‘gotas congeladas de luz solar’, e, se Ali tivesse
diamantes, ele poderia obter o que quisesse para si e para a sua família.
Ali Hafed começou a sonhar com diamantes – acerca de quanto eles valiam. E
tornou-se pobre. Ele não perdera nada, mas sentia-se pobre. Ele disse: ‘Quero uma mina
de diamantes’, e ficava acordado durante a noite.
Certa manhã ele decidiu vender a sua fazenda e tudo o que tinha, e viajar pelo
mundo, em busca de diamantes. Juntou o dinheiro que tinha, deixou a família aos
cuidados de um vizinho, e começou a sua busca. Viajou pela Palestina e pela Europa
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extensivamente, e nada encontrou. Por fim, depois que o seu dinheiro já fora todo gasto e
ele estava em farrapos, em miséria e pobreza, chegou em uma praia em Barcelona,
Espanha. Uma grande onda veio quebrando, e esse homem pobre, desanimado,
sofrendo, quase moribundo, não pôde resistir à terrível tentação de se lançar nessa onda
tremenda. E afundou, para nunca mais emergir.
“O homem que comprou a fazenda de Ali Hafede, certo dia levou o seu camelo
para o regato que havia em sua horta. Quando o camelo colocou o focinho naquele ribeiro
raso, o novo proprietário notou um brilho curioso de luz, que provinha de uma pedra nas
areias brancas da torrente. Ao esgravatar com os dedos a areia, ele encontrou um monte
das mais belas pedras preciosas: diamantes. Esta foi a descoberta da mais magnífica
mina de diamantes na história da humanidade: a Golconda. Os maiores diamantes que
enfeitam as coroas reais do mundo vieram dessa mina” (Peterson).
Pare de comparar seu cônjuge com quem quer que seja. Ele é especial. Ele é só
seu. Deus o separou para você. “Alegra-te com a mulher da tua mocidade”.
Já em 1953, o Dr. Alfred Kinsey, chamado o pai do “relatório sexual”, “disse que
metade dos homens e um quarto das mulheres que entrevistou confessaram relações
extraconjugais”. Na pesquisa da Redbook, em 1974, quase um terço das mulheres
participaram de relações extraconjugais. Destas, cerca de 90% haviam tido sexo pré-
nupcial. A mesma pesquisa revelou que é duas vezes mais provável que esposas sem
religião tenham sexo fora do casamento do que aquelas fortemente religiosas.
Apenas anoto estes dados com a finalidade de apontar à insatisfação com o prazer
sexual no casamento. É óbvio, ressalte-se outra vez, que o adúltero não será justificado
pela negligencia que sofre em seu casamento, mas, é certo que alguns relacionamentos
propiciam a carência que gera o caso extraconjugal. É óbvio ainda que o cônjuge
insatisfeito esteja mais vulnerável aos ataques de Satanás, e isto não sou eu que digo!
Notemos que neste texto, o apóstolo indica uma das razões do matrimônio: “as
prostituições” (v 2). No verso 3, ele inicia sua fala sobre as obrigações do casamento, o
que desenvolve no verso 4, afirmando que os cônjuges “não têm poder sobre o seu
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próprio corpo”. A palavra “poder” aí é “autoridade”, indicando que os cônjuges não têm o
direito de usarem seus corpos completamente como queiram. Eles têm obrigações
mútuas, o que sugere que o ato sexual é algo absolutamente indispensável em tempos
normais.
Para Paulo, a nossa incontinência é tal que mesmo os afastamentos por mútuo
consentimento e santo propósito devem ser esporádicos e não tão longos. O que contribui
ao nosso ponto é que ambos, marido e mulher, se tornam mais vulneráveis quando o
casamento não lhes proporciona satisfatório prazer sexual.
melhores. Conheçamos as funções do seu corpo, ao máximo que pudermos, tanto quanto
do nosso cônjuge. Leiamos, ao menos, um bom livro por ano nesta área.
Décimo primeiro, procuremos ajuda em casos especiais. Alguns perpetuam um
problema por não se disporem a pedir socorro. Alguns casos pedem um conselheiro,
outros, um profissional médico.
Décimo segundo, zelemos o nosso corpo. Cuidemos de nossa saúde e da
higiene pessoal. Evitemos, por tudo nesta vida, os maus odores. Procuremos apresentar-
nos quase sempre atraentes para nosso cônjuge, mas nunca repulsivos.
Décimo terceiro, não usemos o sexo como uma arma que premia ou pune. Isto
é mais especialidade das mulheres, que costumam expressar sua insatisfação com a
negação do sexo.
Décimo quarto, e por outro lado, não apareçamos faceiros e agradáveis só
quando quisermos sexo. Isso é simplesmente patético! E ela sente-se usada ante
tamanho cinismo.
Décimo quinto, tenhamos em casa a devida privacidade e mantenhamos o
ninho devidamente apto para nos receber. Alguns não suportarão a casa de cabeça
para baixo. Sei que alguns se excedem nesse perfeccionismo. Mas, por favor, que o
mínimo suficiente seja observado.
Por fim, deixo-vos com este conselho de Augustus Nicodemus e Minka
Schaulkwijk: “mantenham expectativas realistas sobre o desempenho sexual a assim
evitarão frustrações (...) Os casais deveriam se conscientizar que é perfeitamente normal
não ter relações sexuais toda noite” (com grifo nosso).
mim”, como que dizendo: “não é possível que ele permaneça longe, já lhe dei três filhos”.
Lia talvez compartilhasse das expectativas tolas que ainda hoje sobrevivem, a saber, que
filhos prendem maridos. Em pensando assim, até que poderíamos justificar Lia, pela
cultura na qual ela estava inserida. Mas de modo algum desculpamos as mulheres que
continuam a gerar filhos com o fim de agarrar o marido. Não, não, jamais! O seu marido
tem que ficar com você por você. Jacó queria Raquel sem filhos mesmo. Elcana queria
Ana sem filhos mesmo. Veja como ele a consolava: “Ana, por que choras? E por que não
comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (I
Sm 1:8).
Lia concebe o quarto filho, “dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor”. É possível que
Lia tenha aprendido que não deveria viver em torno de suas buscas pessoais. Que Deus
era mais importante que Jacó. Que melhor era parar para ver coisas maiores que Deus
estava fazendo do que viver em torno de um homem frágil como seu marido. Lia não foi a
mais amada das esposas de Jacó, mas por meio dela viria o Messias, nosso Senhor. “Por
isso chamou-o Judá, que significa ‘Deus seja louvado’”. Deus seja louvado, com ou sem o
amor de Jacó. Ou simplesmente teria achado Lia, na religião, uma maneira de afogar
suas mágoas? Quem não conhece mulheres mal amadas que canalizam sua carência
aos assuntos religiosos?
Não imaginamos ser o caso. Quero que você perceba a dignidade da fé desta
mulher, a Lia. Ela percebeu que mesmo as mais grandiosas estratégias podem falhar.
Não pode conquistar o marido nem lhe dando quatro filhos. A despeito disso, fez o que as
mulheres que nada mais esperam do marido deveriam fazer: encontrar seu amparo e seu
regozijo em Deus. Afinal, Deus, antes de querer que tenhamos uma vida sexual
plenamente satisfeita, deseja que busquemos o Seu Reino e sua justiça. A glória de Deus
deve animar-nos mais que qualquer satisfação de ordem pessoal.
Portanto, deixemo-nos encher pelo Espírito Santo, e cuidemos em nos esforçar
para que o fruto do Espírito seja cada vez mais evidente em nós. Julgamos plenamente
possível a um casal manter uma vida equilibrada, fiel, respeitosa e afetuosa, ainda que
não haja a melhor sexualidade possível.
A Deus toda a glória.
Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior