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MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA

ELAYNE MARIA CORDEIRO DIAS

UNIDADE 03
UNIDADE 03| INTRODUÇÃO

• Os fungos, vírus e parasitas representam uma grande


parte dos microrganismos, possuem algumas
características semelhantes e outras distintas, todos
eles são capazes de provocar doenças em seres
humanos. Estão muito presentes no nosso dia a dia, e
por isso devemos estuda-los e conhece-los. Alguns
fungos, por exemplo, fazem parte da nossa
microbiota vivendo normalmente em nosso
organismo, alguns parasitas também desempenham
essa função. Geralmente, desse grupo, os vírus são os
que causam doenças mais graves, estes, parasitas
intracelulares obrigatórios, ou seja, só conseguem
desenvolver suas atividades metabólicas dentro de
uma célula.
UNIDADE 03 | OBJETIVOS

1. Identificar algumas características dos fungos e as principais


doenças que eles causam;
2. Caracterizar os vírus;
3. Entender a patogênese das doenças virais;
4. Identificar as principais características dos parasitas.
IDENTIFICANDO ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DOS
FUNGOS E AS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE CAUSAM
Candidíase Oral
• Os fungos são organismos eucarióticos, podem ser
unicelulares ou multicelulares, alguns são
microscópicos e outros macroscópicos, é muito comum
nos depararmos com os fungos no nosso dia-a-dia,
alguns exemplos citados nas unidades 1 e 2 mostram
que eles são os responsáveis pelo mofo das roupas,
pela decomposição da matéria orgânica, alguns são
utilizados na culinária, na fabricação de alimentos e
medicamentos, mas nem tudo são flores, os fungos
também são responsáveis por provocar inúmeras
doenças em humanos como veremos no decorrer
deste capítulo.
• Mais de 100 mil espécies de fungos já foram identificadas, os mais
conhecidos são: leveduras, bolores e cogumelos. As Leveduras estão
vastamente espalhadas pela natureza, certamente você já as observou como
um pó branco que cobre frutas e folhas, são unicelulares e não filamentosos.
Os bolores são multicelulares e microscópicos, porém quando crescem em
colônia é possível enxerga-los a olho nu. É formado por vários filamentos
chamados de hifa, o conjunto de hifas forma um micélio (TORTORA, 2012;
TRABULSI, 2015).
• A maioria dos fungos crescem na presença de fontes simples de nitrogênio e
carboidrato. O meio de cultura utilizado com frequência na micologia para o
isolamento dos fungos é o ágar de Sabouraud que possui glicose e carbono
na sua composição. No entanto, outros meios de cultura, também podem ser
utilizados como ágar inibidor de bolores. No processo de crescimento dos
fungos alguns fatores são importantes e podem interferir no seu
desenvolvimento, tais como a umidade, a temperatura, o pH, etc. (BROOCKS,
2014; TRABULSI, 2015).
MICOSES
Fungos

• As doenças ocasionadas pelos fungos são


chamadas de micoses, acredito que se
você nunca teve algum tipo de micose,
pelos menos já presenciou alguém com
alguma micose ou escutou esse termo.
Um exemplo bastante comum de
micoses são as “frieiras” que surgem
entre os dedos dos pés. (TORTORA,
2012).
• As micoses são doenças crônicas, ou seja, de longa duração, isso
acontece devido ao lento crescimento dos fungos. Esses organismos
atuam causando três tipos de doenças nas pessoas: alérgicas, tóxicas e
infecciosas. As alergias são frequentemente percebidas em pessoas
expostas a ambientes úmidos, o que favorece o crescimento dos fungos
saprofíticos e liberação de esporos e conídios por eles no ar.
• As infecções fúngicas podem ser classificadas de 5 formas diferentes:
sistêmica, subcutânea, cutânea, superficial e oportunista.
• As micoses superficiais são ocasionadas por fungos que podem ser
encontrados nos fios de cabelos e em células da epiderme. As micoses
oportunistas são aquelas causadas por fungos oportunistas, ou seja, que
acometem indivíduos que estão com o sistema imunológico prejudicado. O
tratamento das infecções fúngicas costuma ser longo por conta do
demorado crescimento dos fungos.
COMPREENDENDO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS
VÍRUS
Vírus

• Os vírus são organismos muito pequenos, os


menores que existe, possíveis de serem vistos
apenas através da microscopia eletrônica, são
também acelulares, isto é, não possuem células,
diferente dos demais microrganismos, bactérias,
fungos, protozoários, etc. (TORTORA 2012).
• Apesar das doenças virais existirem há séculos, durante muito tempo os
vírus ficaram sem ser estudados, o que causou a morte de milhões de
pessoas ao longo dos anos. Somente em 1935, o químico norte-americano
Wendell Stanley, isolou pela primeira vez, o vírus do mosaico do tabaco,
sendo possível a realização do seu estudo (TORTORA, 2012).
• Os vírus são acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios, possuem
apenas um tipo de ácido nucleico, que pode ser o DNA ou RNA, alguns são
envolvidos por uma capa proteica, chamada de capsídeo e por uma
membrana lipídica, denominada envelope.
• Embora muitas pesquisas sejam realizadas, ainda não há um consenso
sobre os vírus serem seres vivos ou não, alguns pesquisadores o
consideram como seres vivos, outros não, pois são inativos fora de células
hospedeiras, o que o faz um parasita intracelular obrigatório. Dessa forma,
eles podem ser organismos vivos ou não, dependendo do ambiente onde
se encontram (TORTORA 2012).
ESTRUTURA VIRAL E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS VÍRUS

Estrutura Viral
• Existe uma grande diversidade de vírus e eles
variam bastante na sua estrutura e
organização. São microrganismos que
apresentam uma estrutura bastante simples
quando comparados a microrganismos que
possuem células. Os vírus são formados
basicamente por um tipo de ácido nucleico,
que estão envolvidos por uma membrana
formada por proteínas, chamada de capsídeo,
em alguns casos, também pode estar
presente uma membrana lipoproteica,
denominada envoltório ou envelope
(TRABULSI, 2015).
• Os vírus isolados podem ser identificados a partir de diversas técnicas
laboratoriais. Para isso, alguns métodos são utilizados, entre eles métodos
sorológicos e moleculares, nos sorológicos, o vírus é detectado e
identificado por sua reação com anticorpos. Entre os métodos moleculares,
a reação em cadeia da polimerase pode ser utilizada, com este método foi
possível identificar o coronavírus associado a síndrome respiratória aguda
grave na China, em 2002 (TORTORA, 2012).
• A genética viral atua colaborando com o desenvolvimento de vacinas que
sejam mais eficazes. Muitas vezes, algumas infecções virais passam por
repetidas recidivas ou permanecem na presença de anticorpos. A
avaliação genética pode contribuir com a identificação dos processos
específicos dos vírus passíveis de atuar como alvos prontos para o
desenvolvimento da terapia antiviral.
• Por mais que os vírus sejam geneticamente diferentes, isto é, diferem
na quantidade de genes que possuem, o genoma viral, ou seja o
conjunto de todos os genes, deve codificar três tipos de funções.
Primeiramente eles devem provocar alteração na estrutura e/ou o
funcionamento da célula atingida. Depois devem promover a
replicação do seu genoma e por último devem originar outras
partículas virais (TRABULSI, 2015).
ENTENDENDO O PROCESSO DA
PATOGÊNESE DAS DOENÇAS VIRAIS
Hospedeiro Humano

• Desde a descoberta do vírus, as doenças causadas por eles


sempre foram uma preocupação para a humanidade. Ao
longo dos anos, pesquisas foram desenvolvidas para
compreender os princípios, patogenicidade, além de
formas de combater os vírus, como vacinas e fármacos.
No entanto, novos agentes estão sendo descobertos, ao
mesmo tempo que a incidência de doenças antes
consideradas sob controle vem aumentando com a
evolução e a propagação dos vírus.
• A infecção viral tem início com a transmissão do vírus de um hospedeiro
para outro. A transmissão pode ser horizontal e vertical. A horizontal
refere-se a transmissão entre dois hospedeiros e pode ser direta ou indireta.
Na transmissão vertical o vírus pode ser transmitido de forma congênita,
que incluem as transmissões através do leite materno, ou quando o vírus
consegue atravessar a barreira placentária, a infecção também pode
acontecer durante o parto (TRABULSI, 2015).
• Devemos constatar que o ensaio Georg Lukács sobre a temática aqui
abordada, fora publicado em 1917, época em que o romance moderno
ainda estava se consolidando como gênero. Dessa forma, embora sejam
importantes suas análises, outros grandes nomes como Kafka, Proust,
Joyce, Musil trouxeram significavos trabalhos, enlarguescendo ainda mais
os debates e os estudos doravante abordados. Todavia, Georg Lukács,
representou um marco dentro desta temática e suas lições foram à miúde
por todos estes teóricos já apontados, assim como, por muitos romancistas
até hoje.
• O grau de doença sistêmica viral depende dos órgãos infectados e da
capacidade de infecção do vírus nesses órgãos. Essa capacidade está
relacionada com a presença de receptores virais nas células do hospedeiro,
além de outros fatores intracelulares. As modificações fisiológicas ocorridas
no organismo do hospedeiro através da lesão do tecido são responsáveis pelo
desenvolvimento de doença (BROOCKS, 2014; TRABULSI, 2015).
• As doenças virais são adquiridas através do contato de um hospedeiro
susceptível com o vírus, então sua prevenção baseia-se em evitar o contato e
a exposição aos vírus.
PARVOVÍRUS, ADENOVÍRUS, POXVÍRUS E
HERPESVÍRUS
Corona Vírus

• O parvovírus humano B19 foi descoberto


no ano de 1975, e tem sido, apontado
como desencadeador, em indivíduos com
distúrbios hemolíticos, da crise aplástica
transitória. Causa uma doença chamada de
eritema infecioso, a transmissão desse
vírus acontece pelo contato com secreções
respiratórias de pessoas contaminadas
com o vírus. Geralmente, afeta mais
crianças e adolescentes ocasionando
eritemas por todo o corpo (TRABULSI,
2015).
• O adenovírus, são vírus não envelopados, medem cerca de 70 a 90 nm de
diâmetro e são icosaédricos. Possuem cápside com 252 capsômeros e
apresentam DNA em fita dupla com um genoma composto por cerca de 36
mil pares de bases (BROOCKS 2014; MURRAY, 2014; TRABULSI, 2015).
• O poxvírus representa os maiores e mais complexos entre os vírus que
provocam infecções em humanos. Na maioria das vezes, os poxvírus que
causam infecções humanas pertencem aos gêneros Orthopoxvirus e
Parapoxvirus, no entanto, existem vários poxvírus classificados nos
gêneros Yatapoxvirus e Molluscipoxvirus (BROOCKS, 2014).
• O Herpesvírus consiste em grande grupo de vírus que apresentam
envelope e DNA. A morfologia, forma de replicação e capacidade de
estabelecer infecções latentes e recorrentes representam características
comuns desses vírus (MURRAY, 2014).
• Os herpesvírus são responsáveis pelo desenvolvimento de várias doenças
em humanos. Uma característica particular dos herpesvírus é sua
capacidade de provocar infecções que perseveram durante toda a vida de
seus hospedeiros, com manifestações clínicas recorrentes (BROOCKS,
2014).
• A melhor forma de não adquirir uma doença viral é através de sua
prevenção. A doença viral consiste em uma irregularidade nociva
ocasionada pela infecção do hospedeiro pelo vírus. A doença clínica
consiste na manifestação de sinais e sintomas em um hospedeiro. A
síndrome é o conjunto específico de sinais e sintomas. As infecções
virais que não produzem sintomas no hospedeiro são conhecidas como
infecções subclínicas. O processo de patogênese da infecção viral
compreende o ciclo de replicação do vírus. Quando infectado o
hospedeiro poderá recuperar-se da infecção ou não.
• O organismo utiliza alguns mecanismos para que a recuperação da
infecção viral aconteça, entre eles as respostas imunológicas que incluem a
imunidade inata e adquirida. Ainda não existe tratamento específico para
uma grande quantidade de doenças virais, nesses casos, apenas os
sintomas da doença são tratados, sendo importante o repouso e
hidratação.
IDENTIFICANDO AS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS DOS PARASITAS
Protozoários

• Quando analisamos os seres vivos


podemos observar que a sua interação é de
extrema importância para manutenção da
vida. Dessa forma, pode-se assegurar que
nenhum ser vivo possui a capacidade de
sobreviver e reproduzir-se independente
do outro (NEVES, 2004).
• Os protozoários são microrganismos unicelulares, eucarióticos, com tamanho
entre 2 a 100 μm. Normalmente são encontrados na água e no solo,
apresentam um protoplasma que fica envolvido por uma membrana celular,
possuem organelas, entre elas, retículo endoplasmático, grânulos e vacúolos
contráteis e digestivos (BROOCKS, 2014; MURRAY, 2014).
• Os protozoários podem ser classificados em quatro grupos de acordo com o
seu modo de locomoção e reprodução que são eles: flagelados, amebas,
esporozoários e ciliados. Estes microrganismos se reproduzem de forma
assexuada através da fissão, brotamento ou esquizogonia, a maioria deles são
heterotróficos aeróbicos (BROOCKS, 2014; TORTORA, 2012).
FLAGELADOS, HEMOFLAGELADOS E AMEBAS

Trichomonas Vaginalis, um Protozoário Flagelado

• Os protozoários flagelados são assim


chamados porque possuem flagelos em
formato de chicote, a quantidade de
flagelos varia de acordo com cada
espécie. Alguns flagelos ainda possuem
uma membrana ondulante em sua
estrutura, essa estrutura ajuda o
protozoário em sua locomoção.
• Os microsporídeos representam um grupo de parasitas intracelulares, uma
de suas características principais é a presença de um esporo unicelular que
possui um tipo de mola espiralada contendo filamentos tubulares polares
pelo qual o esporoplasma é introduzido em uma célula hospedeira
(BROOCKS, 2014).
• Os helmintos formam um grupo numeroso de organismos, bastante
comum entre a população, incluindo espécies que são ou não parasitas.
São representados pelos filos Nematoda, Platyhelminthes e
Acanthocephala. Por conta de sua morfologia, os helmintos são
conhecidos como "crina de cavalo" (NEVES, 2004).
• Os flagelos estão organizados em quatro filos: Metamonada, Parabasalia,
Percolozoa e Euglenozoa. Alguns exemplos de flagelos incluem os parasitas
intestinais, geniturinários e do sangue, tais como: Giardia, Trichomonas e
Trypanosoma, respectivamente (BROOCKS, 2014; MURRAY, 2014).
• Os parasitas que são aqueles que se relacionam com um hospedeiro,
adquirindo benefícios e gerando prejuízos para o hospedeiro. O estudo dos
parasitas é conhecido como parasitologia, esta ciência classifica os parasitas
em vários grupos, mas os protozoários e os helmintos são os parasitas mais
importantes para a clínica médica.
• Os protozoários são microrganismos unicelulares, eucarióticos, com
tamanho entre 2 a 100 μm. Normalmente são encontrados na água e no
solo, apresentam um protoplasma que fica envolvido por uma membrana
celular, possuem organelas, entre elas, retículo endoplasmático, grânulos e
vacúolos contráteis e digestivos, são classificados em flagelados, amebas,
esporozoários e ciliados, o Trichomonas vaginalis, Entamoeba histolytica,
Toxoplasma e Plasmodium são exemplos de protozoários.
• Os helmintos formam um grupo numeroso de organismos, bastante
comum entre a população, incluindo espécies que são ou não
parasitas. São representados pelos filos Nematoda, Platyhelminthes e
Acanthocephala. Ascaris lumbricoides e taenia solium e saginata são
exemplos de helmintos.
Obrigada!

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