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Bruno Igor Andrade Barbosa
Bruno Igor Andrade Barbosa
CATALÃO/GO
JUNHO/2019
BRUNO IGOR ANDRADE BARBOSA
CATALÃO – GO
JUNHO/2019
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de
Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
CDU 622
BRUNO IGOR ANDRADE BARBOSA
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Prof. Ms. Alcides Eloy Nunes (Avaliador)
Universidade Federal de Goiás – UFG
__________________________________________________________
Prof. Ms. Paulo Elias Carneiro Pereira (Avaliador)
Universidade Federal de Goiás – UFG
__________________________________________________________
Prof. Renato de Paula Araújo (Orientador)
Universidade Federal de Goiás – UFG
Aprovado em ____/____/______
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre estar iluminando o meu caminho e me trazendo paz e sabedoria
nos momentos em que mais precisei.
Ao Professor Renato de Paula Araújo pela orientação final e motivação nas horas em
que pensei em desistir.
Ao meu amigo César Beraldo Caetano Gomes Caetano pela parceria durante toda a
graduação e auxilio nos ajustes finais deste.
A minha mãe Heneli Maria de Andrade, por todo apoio e sempre acreditar nos meus
sonhos.
A minha esposa Ana Carolina Rosa Stanislaw pela compreensão, carinho e paciência
durante “essa caminhada”.
i
RESUMO
Tendo em vista que a necessidade da elaboração de um plano a longo prazo para que se possa
entender o deposito como um todo e estabelecer métricas a serem cumpridas no curto prazo,
com uma interferência humana mínima na elaboração dos Stopes, garantindo um melhor
aproveitamento de todo o deposito, sem deixar de lado a questão socioambiental, pesquisou-se
sobre Planejamento e Sequenciamento de Mina Subterrânea, a fim de elaborar uma metodologia
de lavra a longo prazo para a mina da Cutia, utilizando os softwares Studio RM e UG da
Datamine. Para tanto, é necessário identificar os parâmetros básicos e essenciais no Modelo de
Blocos, gerar os Stopes, realizar o modelamento do Layout e das atividades e Gerar um Cenário
Ótimo para o método proposto. Realiza-se, então, uma pesquisa dedutiva. Diante disso,
verifica-se que a determinação da reserva lavrável e dos pilares de sustentação e segurança, o
quantitativo de estéril e minério e a sequência lógica limite em que cada um deve ser retirado,
o que impõe a constatação de que MSO fornece um stope que maximiza valor do recurso
recuperado acima de um corte, enquanto também atende os parâmetros de largura mínima e
máxima de mineração, diluições de parede, ângulos mínimo e máximo de parede, distâncias
mínimas de separação entre paradas paralelas e sub-paralelas, e alturas e larguras máximas,
obtendo resultados não monetizados.
ABSTRACT
In view of the need to draw up a long-term plan to understand the deposit as a whole and to
establish metrics to be met in the short term, with minimal human interference in the preparation
of the Stopes, ensuring a better use of all the deposit, without neglecting the socio-
environmental issue, was investigated on Underground Mine Planning and Sequencing, in order
to elaborate a long-term mining methodology for the Cutia mine using Datamine's Studio RM
and UG software. To do so, it is necessary to identify the basic and essential parameters in the
Block Model, generate the Stopes, perform Layout and Activity Modeling, and Generate a
Great Scenario for the proposed method. A deductive research is then conducted. In view of
this, it is verified that the determination of the washable reserve and the support and safety
pillars, the quantity of sterile and ore and the logical sequence in which each one must be
withdrawn, which establishes that MSO provides a stope which maximizes recovered resource
value over a cut, while also meeting minimum and maximum mining width parameters, wall
dilutions, minimum and maximum wall angles, minimum separation distances between parallel
and sub-parallel stops, and heights and maximum yields, obtaining results not monetized.
Keywords: Mine Planning, Stop Sequencing, Underground Mining, Cut and Fill, Cutia Mine.
iii
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 3
2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 3
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 3
3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 4
5 METODOLOGIA ........................................................................................................... 15
5.1 Preparação do Modelo de Blocos .............................................................................. 15
5.1.1 Analise Espacial do Depósito ............................................................................. 15
5.1.2 Determinação da transição céu aberto para subterrânea ..................................... 19
5.2 Estabelecimento da Reserva Lavrável ....................................................................... 20
5.2.1 Filtro de Recurso Medido e Indicado ................................................................. 20
5.2.2 Crown Pillar........................................................................................................ 21
5.2.3 Cut off ................................................................................................................. 22
5.3 Método de Lavra ........................................................................................................ 22
5.3.1 Painel de Lavra ................................................................................................... 23
5.3.2 Acessos ............................................................................................................... 25
vi
6 RESULTADOS ................................................................................................................ 30
6.1 Reserva Lavrável ....................................................................................................... 30
6.2 Resultado do Desenvolvimento ................................................................................. 33
6.3 Produção .................................................................................................................... 34
6.4 Sequenciamento ......................................................................................................... 35
8 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39
1
1 INTRODUÇÃO
O Setor responsável pelo Longo Prazo define as ações a serem tomadas no Curto Prazo
que objetivam maximizar o lucro ao longo dos anos do empreendimento, geralmente medido
através do Valor Presente Líquido. Utilizando-se de estratégias e de ferramentas
computacionais específicas, este poderá de forma racional aumentar a vida útil do
empreendimento e de suas reservas apenas alterando o método empregado, ou até mesmo
acumulando um outro.
Como na estória da formiga e da cigarra, quem leva a melhor é quem planeja e se antecipa
as mudanças, na vida real também funciona assim. Para que o empreendimento mineiro se torne
mais competitivo e apresente resultado se faz necessário cumprir metas traçadas anteriormente
que encaixe o orçamento a este destinado. Neste sentido, em Minas que são lavradas a Céu
aberto (método mais barato), mas que apresentam um potencial de migração para o método
subterrâneo (método mais dispendioso) ou até mesmo hibrido (parte céu aberto, parte
subterrâneo) requerem bastante atenção, pois é muito difícil saber qual o momento ideal para a
transição de método, de maneira ótima e que um método não inviabilize o outro.
A definição de qual método a ser aplicado em cada caso depende de inúmeras variáveis,
como geometria do corpo e profundidade, competência da rocha mineralizada e da encaixante,
geologia regional, topografia local, logística para levar os equipamentos, entre outros.
Muitos detalhes devem ser considerados no planejamento de uma mina, então deve-se
reunir o maior número de informações possível. Segundo BULLOCK, (2011), devem ser
coletadas primeiramente informações logicas, estrutural e mineralógica, combinada com os
dados da reserva. Com estas informações preliminares define-se o potencial método e um pré-
dimensionamento da produção da mina. A partir disso, é realizado o planejamento do
desenvolvimento de todo o resto.
apresenta potencial para continuar produzindo através do método subterrâneo. Neste contexto,
o Projeto tem o objetivo de atender um programa de produção de 175.000 t/ano de minério
ROM1 utilizando-se o Método de Corte e Enchimento, onde já se conhece os parâmetros
econômicos, geotécnicos e geológicos. E ao final realiza-se um sequenciamento anual do
empreendimento.
1
Run Of Mine – Utiliza-se a sigla ROM para designar de forma geral todo material saído da mina que se destina
ao beneficiamento ou a comercialização tal como se encontra.
3
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
A crescente preocupação com a maximização dos lucros e redução dos custos, respeitando
o meio ambiente e a segurança dos colaboradores, faz com que atividades de Planejamento
utilizando softwares específicos ganhe ainda mais importância diante deste cenário.
4 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
4.1 Histórico
De acordo com (SILVA, 2017) a região onde o Garimpo da Cutia se localiza, esta inserido
na Serra Leste, Província Mineral de Carajás, que abriga depósitos como Salobo, Igarapé Bahia,
Alemão, Sossego e Cristalino. Depósitos conhecidos como IOCG (Iron Oxide Copper Gold),
pois estão relacionados a zonas de brechas com magnetita/hematita, hospedadas em rochas
metavulcano-sedimentares e posteriormente hidrotermalizadas.
Tendo em vista os fatores citados e ainda diversas outras variáveis, conclui-se que, o êxito
no gerenciamento de toda empresa de mineração, demonstrado através da competitividade
encontrada na economia de mercado, geralmente está atrelado a tomadas de decisões
estratégicas de forma eficaz, que necessitam de significativos níveis de experiência prática e
conhecimento científico (SILVA, 2008).
A maior demanda por recursos minerais com a tendência da redução desses recursos,
exige atualmente mais dedicação e mais minúcia no desenvolvimento de estudos para se obter
sucesso na execução de projetos de mineração, com o objetivo de minimizar desperdícios,
diminuir riscos e reduzir incertezas (DUNHAM & VANN, 2007). Desde a Segunda Guerra
Mundial a indústria do mineral é pressionada a trabalhar com reservas de teores mais baixos e
maior complexidade de lavra e beneficiamento. Então três aspectos da tecnologia mineral vêm
se tornando cada vez mais importantes (JEREZ et al, 2003):
As maiores vantagens oferecidas pela lavra subterrânea são a maior seletividade da lavra,
menor movimentação de material, menores impactos ambientais e a menor influência de
condições climáticas na operação que permite uma produção mais uniforme durante o ano.
O método de extração a ser utilizado normalmente é aquele que gerará melhor retorno
econômico, levando em conta a necessidade de segurança e permitindo a lavra mais otimizada
possível de acordo com as particularidades geológicas do deposito. Algumas das características
que determinam a escolha do método de lavra são, a qualidade do maciço de minério e
encaixantes, as dimensões e orientação do corpo mineralizado, as feições estruturais, o teor do
depósito, os efeitos que serão gerados na superfície, a infraestrutura local e o preço dos produtos
comercializados (SILVA, 2008).
Neste item, será apresentada uma abordagem dos métodos para os quais se tem a possível
utilização de enchimento (backfill).
O processo de lavra por câmaras e pilares geralmente ocorre da seguinte forma, efetua-se
a perfuração de desenvolvimento das câmaras e dos acessos comumente utilizando jumbos, em
seguida através do desmonte de rochas por explosivos o material é desagregado e então
carregado para os pontos de extração com utilização de carregadeiras e caminhões rebaixados
ou LHDs (HAMRIM, 2001). A figura 2, a seguir, ilustra a aplicação do método.
Neste método de lavra por corte e enchimento os espaços vazios gerados pela escavação
obrigatoriamente necessitam ser preenchidos para que a lavra continue (SOUZA, 2017).
Este método é mais seletivo, portanto, é bastante utilizado em corpos com características
mais irregulares, com maiores variações de teores ao longo de sua mineralização e com rochas
encaixantes de média ou baixa competência. Nesse método as áreas de parede ficam exportas
por um curto período de tempo, uma vez que a lavra é sequenciada de forma ascendente e em
tiras da base até o topo do alargamento. A altura da seção de lavra é definida pela resistência
mecânica das rochas encaixantes, sendo assim o método é aplicável a corpos de minério
descontínuos em que a diluição seria um problema para os outros métodos (HARTMAN, 1982
apud VISSOTO, 2013).
O processo de lavra por corte e enchimento geralmente ocorre da seguinte forma, utiliza-
se jumbos para realizar a perfuração de desenvolvimento das galerias, em seguida é feito um
desmonte com explosivos e o transporte é feito através de chutes ou com auxílio de
carregadeiras e caminhões. A figura 3, a seguir, ilustra a aplicação do método.
Para um desmonte bem sucedido é necessário criar fácies livres denominadas slots, que
são uma região na extremidade do stope onde são feitos furos mais próximos com uma razão
de carga maior para se gerar uma face livre suficiente para comportar o desmonte. A perfuração
dos painéis de lavra geralmente são realizadas por perfuratrizes do tipo fandrill e para o
desenvolvimento dos acessos utiliza-se jumbos. Para se retirar o material fragmentado dos
realces, são utilizadas carregadeiras do tipo LHD e para transportar o minério podem ser
utilizados caminhões rebaixados, vagões sobre trilhos ou correias transportadoras a depender
do projeto da mina (SOUZA, 2017).
Na lavra por realces em subnível são abandonados entre dois níveis os sill pillars que são
pilares horizontais de espessura variável e os rib pillars que são pilares verticais, que são
utilizados para reforçar a estabilidade nos realces. Com a utilização de enchimento (backfill) ao
realizar o preenchimento dos realces abertos, tem-se um relevante aumento na recuperação da
lavra auxiliado os rib pillars contrubuindo para a sustentação da escavação evitando o
abatimento dos mesmos (HARTMAN et al., 2002).
4.6 Enchimento
O preenchimento de vazios gerados pela exploração mineira feito com rejeito da lavra, o
chamado backfill, resulta tanto em benefícios geomecânicos quanto ambientais, o que é de
grande interesse dos empreendimentos mineiros, que gera cada vez mais interesse em estudar
e compreender o comportamento e propriedades físicas doas diversos tipos de enchimento
(VISSOTO, 2013).
14
5 METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido a partir do relatório final de pesquisa mineral e do banco
de dados de 18 furos de sonda na Mina da Cútia. O banco de dados forneceu parte da informação
necessária para operação nos softwares Studio RM e UG e o relatório as complementou os dados
necessários para rodar o MSO. Ao final deseja-se obter um resultado satisfatório para a
viabilidade técnico-econômica do método de Corte e Enchimento.
Direção de Mergulho
2
Gap é um tipo de erro onde se gera uma cavidade no furo de sonda, ou seja, um vazio deixado pela falta de
dados ou por manipulação incorreta.
3
Overlap é outro tipo de erro gerado no banco de dados onde a mesma amostra está definida de duas ou mais
formas diferentes. Geralmente ocorre ao imputar os valores no banco de dados.
16
A figura 6, abaixo, é uma vista em planta e ilustra de forma bem clara que o corpo está
mergulhando em direção ao Sul.
Ângulo de Mergulho
O ângulo de mergulho “dip” é definido pelo ângulo diedro entre o plano geológico e o
mergulho real, e pelo quadrante para o qual mergulha o plano. Se o corpo mineral está na
posição horizontal não se tem inclinação e o mergulho é zero graus, se for vertical o mergulho
é de 90 graus de acordo com (Medeiros 2017). Neste caso o histograma (figura 7) aponta que o
dip é de 46º. Este dado também é muito útil para alimentar o MSO e também para justificar o
método de lavra.
A figura 8, a seguir, é uma vista lateral e mostra de forma bem visual que o corpo
mergulhando com um ângulo aproximado de 45º, reforçando assim as informações obtidas
através do histograma.
18
O limite da cava a céu determinada de acordo com a cava ótima gerada no NPV
Scheduller alcança profundidade máxima de 35 metros que será atingida na cota 230, se forem
respeitados os ângulos de talude e altura da Berma aberto, e que pode ser observado através da
ilustração abaixo (figura 10), a intersecção na cor vermelha e a topografia na cor verde. A partir
desse ponto, realizar a lavra através do método atual deixa de ser interessante. Então a
continuidade da atividade mineira só será economicamente interessante através da lavra
subterrânea.
Para a este projeto foram considerados apenas os Recursos Medidos e Indicados, pois
estes, são as partes do recurso mineral para a qual a massa, a densidade, a forma, características
físicas, o teor e conteúdo mineral podem ser estimados com razoável nível de confiança.
1 Medida
2 Indicada
3 Inferida
4 Potencial
Segundo Lopes G. F (2012) A espessura de Crown Pillar é a estrutura rochosa segura que
fica entre o teto da galeria da mina subterrânea e a superfície topográfica, neste caso o fundo
do último ano da mina a céu aberto. Esta medida é definida pela Geotécnia de acordo com a
resistência e qualidade do maciço e encaixantes.
A imagem (figura 11) abaixo ilustra os limites da mina a céu aberto, a profundidade de
transição ótima, o Pilar entre a mina a céu aberto e a subterrânea (Crown Pillar) e logo abaixo
o projeto da mina subterrânea.
Figura 11: Esquema de transição de uma mina a céu aberto e subterrânea e o Crown Pillar
Com base no Projeto de Lavra da EDM 2016, o Crown Pillar foi definido com 45 metros
para fins didáticos. Para uma aplicação real se faz necessário um estudo Geotécnico especifico
para este mérito, afim de não se abandonar mais minério do que o extremamente necessário,
nem tampouco entre na faixa de segurança, que deve ser respeitada por questões de estabilidade.
os blocos abaixo desta superfície, afim de que a mina fosse desenvolvida a partir deste faixa
garantindo os níveis de segurança.
Segundo a CPRM, Teor de corte ou simplesmente Cut Off é o teor limite do minério,
abaixo deste valor, se torna anti-economico. Cut off não é um valor rígido visto que envolve ou
pode envolver diversas variáveis como o custo e disponibilidade de energia, localização e custo
de frete, valor atual de mercado, políticas de incentivo, etc. A própria alteração do cut off, face
as novas variáveis, pode modificar a própria economicidade e até a viabilidade de uma jazida
ao aumentar ou diminuir as reservas explotáveis.
O teor de corte merece uma atenção especial, não podendo ser definido a “toque de caixa”.
Não sendo a definição de valores de corte e econômicos o objetivo deste, foi então definido
para efeitos didáticos o valor de 3.47g/t de AU, baseado também no Projeto de Lavra da EDM
2016.
Tendo em vista o planejamento a longo prazo, foi então dividido em blocos maiores.
Verticalmente o depósito tem painéis de 52 metros cada, que por sua vez é composto por uma
galeria de acesso de 5 metros ao fundo de altura, de 15 alteamentos de 2,8 metros e um Sill
Pillar ou Crown pillar ao topo, a seguir pode ser visualizado este esquema (figura 13).
24
O primeiro nível limita-se ao topo com um Crown Pillar, já os outros três níveis a partir
do 15º alteamento são limitados por um Sill Pillar 4 de 5 metros de altura, horizontalmente esse
depósito terá potencia de 32 m por 5m de largura, como mostra a imagem (figura 14) abaixo.
4
Sill Pillar é o mesmo que Pilar de soleira, ou seja é um pilar entre um realce avançado e um piso previamente
lavrado.
25
5.3.2 Acessos
A rampa de acesso aos níveis de lavra foi pensada de modo a ser embocada pelo footwall5
na cota 215, com 15% de inclinação e seção de 5 metros de largura por 5 metros de altura
arqueada ao topo com um raio de 1 metro cada. Esta se desenvolve em “8”, sendo o menor raio
de curvatura dentro mina igual a 25 metros, essas características podem ser observadas na
imagem (figura 15) a seguir.
O painel de lavra por sua vez, é acessado através das “Crosscuts” ou Travessas,
representado na imagem (figura 16) a seguir, que são galerias também de seção 5x5x1 metros,
e medem 50 metros cada. Essas ligam o painel a rampa e são extremamente necessárias para
garantir uma maior estabilidade geotécnica do maciço e para que caso haja um eventual
problema em determinado nível não afete os demais, nem tampouco a rampa.
5
Footwall é a parte inferior de uma falha inclinada ou de um depósito mineral.
26
5.3.3 Ventilação
A tubulação de ventilação para adução de ar puro foi projetada para ser instalada na parte
central/superior da rampa. E deverá ser dimensionada de acordo com a NR 22.
No primeiro nível por estar próximo do emboque, a exaustão do ar será realizada através
de sistemas ligados a própria rampa. Já nos demais níveis será construído um acesso com seção
arqueada de 4x4x1 ligando o Shaft ao OreDrive.
27
5.3.4 Enchimento
As atividades de enchimento dos Stopes serão dividias em etapas, a primeira etapa as galerias de
minério lavradas serão todas preenchidas com material cimentado, sendo iniciada na galeria mais
distante da saída. Ao fim d desta etapa as galerias paralelas serão lavradas e preenchidas com material
não cimentado, possivelmente estéril. A imagem (figura 18) abaixo ilustra em perspectiva o
processo de corte e enchimento para uma situação similar a essa.
Como medida de segurança, sempre os primeiros stopes a serem lavrados serão os mais
distantes da saída para a rampa, pois caso aconteça algo imprevisto durante o processo de lavra
reduz-se as chances de pessoas e equipamentos ficarem retidos em meio aos escombros.
5.4 MSO
Segundo o Help do software , o MSO imita o que um engenheiro faria, gera e avalia
milhares de iterações, levando em conta a geometria do stope, bem como as restrições
geológicas e geotécnicas para calcular a forma ideal que maximiza o valor. Ele tambem
identifica não apenas as formas de stope a serem extraídas, mas também as que devem ser
deixadas para trás. Resultando arquivos de strings, wireframe, e em seguida, avalia esta de
acordo com o modelo de blocos.
6 RESULTADOS
Todos os dados foram inseridos no software Datamine. Para cada bloco foram atribuídos
todos os valores a todas as variáveis do modelo.
O MSO gerou os Stopes, representados na figura 20, visto em seção NS, respeitando as
restrições impostas, como o Crown Pillar (zona entre as linhas vermelhas), o sillpillar (faixas
vermelhas dentro do deposito), as galerias (faixa azul) e o número de alteamentos (em verde)
solicitados em cada nível. Elaborando de fato, automaticamente os mesmos.
Figura 20: Vista Oeste do Ore Body com os stopes, galerias e alteamentos
A divisão vertical da mina entre Níveis, Sub níveis (alteamentos) e Sill Pillar do depósito
esta visualmente ilustrado na imagem acima e descrito em cotas, com referência na Lapa6, cada
item apresentado através da quadro 2 abaixo.
6
Lapa é o mesmo que piso em uma mina subterrânea
32
Verificou-se também que nos 2.497.917,91 ton do material disponível para os pilares de
segurança ocorre 9,5 ton de Ouro contido, e que 42% deste ouro encontra-se no Sill Pillar e
58% no Crown Pillar.
Considerando uma produção mensal de 54 metros lineares para cada um destes acessos a
mina subterrânea, obtém se o quadro abaixo (quadro 4) apontando o comprimento, o volume
em metros cúbicos, as cotas e o tempo gasto para atingir cada nível.
Observa-se que para o Nível 1 não existem valores para a galeria de ventilação e para o
Shaft, pois para o projeto foi levado em conta que o empreendimento é de uma cooperativa de
garimpeiros, passa também neste momento por um período de transição de céu aberto para
subterrânea e que este nível está a apenas 89,4 metros do emboque, que foi feito dentro da cava
a céu aberto. Portanto a adução e exaustão para este painel será realizada pela própria rampa.
34
6.3 Produção
A vida útil da mina será de 37 anos (figura 21) considerando uma alimentação anual da
usina de 175.000 ton de minério ROM, onde os 5 primeiros meses de produção se dará no
desenvolvimento de acessos para atingir o Nivel 1. A partir deste ponto, até meados do quinto
ano as operações se concentrarão apenas em operações ligadas a exploração do primeiro nível.
Grafico de Produção
250000 1.2
200000 1
Produção (t/ano)
0.8
150000
REM
0.6
100000
0.4
50000 0.2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031323334353637
Tempo (ano)
Massa de minerio por ano (ton) Massa de Estéril por ano (ton)
REM Massa de Ouro Contido (ton)
6.4 Sequenciamento
Após 17 meses do início da mineração da galeria inicia –se os alteamentos dos painéis
deste nível, que também seguirão esta sequência, perdurando por no mínimo mais 45 meses a
uma taxa de alimentação de 175000 ton/ano da usina.
Para os próximos níveis a rampa será desenvolvida de modo a coincidir com o termino
da lavra do nível acima, até a completa exaustão desta. O gráfico Gantt de sequenciamento
desta pode ser apreciado no anexo I.
37
O projeto de continuação da lavra do deposito em estudo com a transição para uma mina
subterrânea pelo método de corte e enchimento se mostra muito interessante, pois permite lavrar
cerca de mais 6,3 milhões de toneladas de minério que representa cerca de 72% da jazida, este
volume lavrado possui aproximadamente 38 toneladas de ouro contido, gerando uma sobrevida
de mais 37 anos ao empreendimento.
8 CONCLUSÃO
O trabalho foi de grande valia para discussões a respeito do planejamento de longo prazo
para minas subterrâneas, onde se utiliza o método de Cut and Fill, que além de ter demonstrado
a elaboração de uma metodologia através dos softwares, também possibilitou a geração de um
cenário ótimo de produção de ouro, tendo em vista as restrições operacionais e escassez de
dados reais.
Na elaboração dos Stopes cerca de 3.544.296,38 toneladas com teor médio de 1,3 g/ton
de material foi desconsiderado para o planejamento de lavra atual, pois não atingiu o CutOff
exigido. Visando então um futuro aproveitamento deste deposito, que se encontra a 170 metros
do principal, foi projetado que a rampa principal fique entre os dois depósitos, porém um pouco
mais próxima da corpo principal, respeitando os limites econômicos.
É importante salientar que cada projeto trabalha com um teor de corte diferente, que deve
ser analisado para cada mina de acordo com a alimentação da usina, a qualidade do material e
a recuperação metalúrgica deste. O valor econômico gerado pela mina considerando o
aproveitamento de 38,05 ton de ouro contido e a grama do ouro valendo em média a R$ 160,00,
o deposito vale em média R$ 6.087.461.822,00 , desconsiderando os custos de CAPEX e
OPEX.
Novos estudos em trabalhos futuros devem ser realizados para dimensionamento dos
equipamentos que conseguirão dar suporte a essas operações e garantir a produção desejada,
assim como ser levantados os custos de CAPEX e OPEX para determinação do valor presente
liquido do projeto, o que dimensionará a real atratividade econômica do projeto.
39
REFERÊNCIAS
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WOO, K.; AWMACK, J.; WHITTLE, D. Whittle Strategic Mine Planning Course Notes.
Gemcon Software International. [S.l.], p. 175. 2006.
DUNHAM, S.; VANN, J. Geometallurgy geostatistics and project value does you block model tell you
what you need to know? Australasian Institute of mining and metallurgy. In: Project Evaluation
Conference, 2007.
Hamrim, H.; Underground Mining Methods and Applications. SME - Underground Mining
Methods, Cap 1, 2001.
JEREZ, R.; Featherstone, R. & Scheepers, L.; Strategic Planning Model using Mathematical
Programming Techniques. In: Canadian Institute of Mining, Metallurgy and Petroleum (CIM), 2003.
40
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Studies and Research in fulfillment of requirements for the Degree of Master of Engineering, McGill
University, Montreal, Canada, 1997.
SOUZA, R. C.; Lavra subterrânea de veios estreitos: dificuldades e soluções. Ouro Preto:
Universidade Federal de Ouro Preto, 2017.
VISSOTO, L. A. J. Análise tridimensional de mina subterrânea com ênfase na interação entre maciço
e preenchimento – Caso de estudo: Mina Cuiabá. Brasília, 2013.
WHITTLE, G.; Global Asset Optimisation. Orebody Modelling and Strategic Mine Planning, 2004.
41
ANEXO I