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Miguel Mahfoud

Juvenal Savian Filho (orgs.)

Diálogos com Edith Stein:


Filosofia, Psicologia, Educação
Miguel Mahfoud
Juvenal Savian Filho (orgs.)

Diálogos com Edith Stein:


Filosofia, Psicologia, Educação
Direção editorial: Claudiano Avelino dos Santos
Coordenação de revisão: Tiago José Risi Leme
Capa: Marcelo Campanhã
Editoração, impressão e acabamento: PAULUS

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Diálogos com Edith Stein: filosofia, psicologia, educação / Miguel Mahfoud, Juvenal Savian
Filho (orgs). – São Paulo: Paulus, 2017.

ISBN: 978-85-349-4613-1
1. Debates 2. Diálogos 3. Educação 4. Filosofia 5. Psicologia 6. Stein, Edith, 1891-1942 I.
Mahfoud, Miguel. II. Savian Filho, Juvenal.

17-05078 CDD-193

Índice para catálogo sistemático:


1. Diálogos: Edith Stein: Filosofia 193

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1ª edição, 2017

© PAULUS – 2017
Rua Francisco Cruz, 229 • 04117-091 – São Paulo (Brasil)
Tel.: (11) 5087-3700 • Fax: (11) 5579-3627
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ISBN 978-85-349-4613-1
Sumário

APRESENTAÇÃO ........................................................................ 9
Miguel Mahfoud - Juvenal Savian Filho

O confronto de Edith Stein com o pensamento


do primeiro Heidegger ........................................................ 13
João A. Mac Dowell, SJ

1. Objeções de Edith Stein ao Heidegger de Ser e tempo ...... 18


2. Acertos e desacertos na interpretação steiniana
do Heidegger de Ser e tempo .............................................. 22
3. Abertura do pensamento para Deus ................................... 39
Bibliografia ............................................................................ 45

Gênese e desenvolvimento da empatia:


da criança à comunidade .................................................... 47
Angela Ales Bello

1. Gênese da experiência de alteridade na criança ................ 49


2. Gênese da comunidade ........................................................ 55
Bibliografia ............................................................................ 58

Natureza, espírito e ancoragem ôntica segundo a obra


O ser de Hedwig Conrad-Martius: uma questão aberta ..... 61
Francesco Alfieri

1. Apresentação da questão ..................................................... 63


2. O eu pessoal/espiritual: a retrocedência ............................. 66
3. Uma questão aberta .............................................................. 75
Bibliografia ............................................................................ 78

Estrutura e relação: confrontação entre Edith Stein,


Pavel Florensky e Romano Guardini sobre a ideia
da complexidade do real .................................................... 79
Lubomir Žak

1. A simbolicidade do real ........................................................ 82


2. A realidade chamada “estrutura” ........................................ 88
3. “Tudo é em Deus-Trindade”: compreender novamente
a esturura sub revelationis luce ........................................... 96
4. A modo de conclusão: a estrutura como relação,
a relação como estrutura – o caráter decisivo
da perspectiva antropológica .............................................. 109
Bibliografia ............................................................................ 115

Pessoa e comunidade segundo Edith Stein:


uma experiência da comunhão .............................................. 119
Éric de Rus

1. A pessoa humana como ser relacional ............................... 122


1.1. Fundação fenomenológica da dimensão
comunitária da pessoa ................................................. 122
1.2. A essência da comunidade .......................................... 126
1.3. A pessoa ao serviço da comunidade ........................... 129
2. Separação e abertura ........................................................... 131
2.1. A individualidade pessoal como instância
separadora .................................................................... 131
2.2. O mistério da singularidade da pessoa humana ......... 133
2.3. Núcleo da alma e orientação para Deus ..................... 135
3. Rumo a uma comunidade de comunhão ............................ 137
3.1. Amizade e caridade ...................................................... 137
3.2. A comunidade Igreja ..................................................... 139
3.3. A vida contemplativa: figura paradoxal
da relação entre indivíduo e comunidade ................... 140
Bibliografia ............................................................................ 143

Duas cartografias espirituais: a pessoa em Edith Stein


e o impessoal em Simone Weil ........................................... 145
Fernando Rey Puente

1. A noção de pessoa e o papel da comunidade em Edith Stein 149


2. A noção de impessoal e o papel do “nós”
em Simone Weil .................................................................... 152
3. A pessoa ou o impessoal: caminhos distintos para Deus . 156
Bibliografia ............................................................................ 160

O debate “realismo versus idealismo”


em Husserl e Edith Stein ..................................................... 161
Martina Korelc

1. O idealismo transcendental de Husserl................................ 161


2. O tema do ser e o realismo em Edith Stein ......................... 178
3. Conclusão ............................................................................. 200
Bibliografia ............................................................................ 201
Edith Stein para além do debate “idealismo versus
realismo”: notas de um estudo em construção ................... 203
Juvenal Savian Filho

1. Primeiras menções de Edith Stein ao debate


“idealismo versus realismo” (1917-1929) ............................ 206
2. Abandono steiniano da oposição entre idealismo
e realismo em fenomenologia (1930-1942) ......................... 222
3. Conclusão: o distanciamento de Edith Stein
em relação ao pensamento tomista, em benefício
de um “pensamento tomasiano transcendental” ............... 245
Bibliografia ............................................................................ 254

Motivação e liberdade em Edith Stein ................................ 257


Gilfranco Lucena dos Santos

1. Raízes do problema da causalidade em Hume e Kant


e sua conexão com o problema da liberdade .................... 259
2. Superação de Kant e Hume pela retomada
fenomenológica do problema .............................................. 265
3. A diferença fenomenológica entre consciência
e psiquismo e a causalidade psíquica ................................. 268
4. Motivação e liberdade .......................................................... 277
Bibliografia ............................................................................ 282

Formação da pessoa em Edith Stein:


dos dados sensíveis à plenitude da pessoalidade ............... 283
Miguel Mahfoud

Bibliografia ............................................................................ 295

Contribuições do pensamento de Edith Stein


na história da Psicologia ......................................................... 297
Marina Massimi

1. Contextualização .................................................................. 298


2. Objetivo e método da proposta de Edith Stein ................... 301
3. Autores-referências para Edith Stein
no tocante à fundamentação da Psicologia ........................ 303
3.1. Theodor Lipps: a força vital e a causalidade psíquica .. 303
3.2. Alexander Pfänder: as atividades do eu, a
vida espiritual e as motivações ..................................... 304
3.3. William James: o hábito e as relações
entre vontade e atenção ............................................... 306
3.4. A Psicologia associacionista ......................................... 307
3.5. Diálogos com Herbart e Münsterberg .......................... 309
4. Conclusão ............................................................................. 313
Bibliografia ............................................................................ 315
Análise fenomenológica aplicada à Psicologia:
recursos operacionais para a pesquisa empírica ............... 317
Cristiano Roque Antunes Barreira

1. Preâmbulo fenomenológico: uma etapa pré-empírica ....... 328


2. A amostra intencional: critério interior e paralelismo ........ 338
3. Produção intersubjetiva de relato de experiência:
notas sobre a escuta suspensiva ........................................ 341
4. Da redução psicológica ao cruzameno intencional:
a redução intersubjetiva ....................................................... 345
5. Cotejamentos e desafios: à guisa de conclusão ................. 357
Bibliografia ............................................................................ 367

Notas sobre o conceito de pessoa em Edith Stein .............. 369


Urbano Zilles

1. O específico humano ............................................................ 374


2. A singularidade do indivíduo ................................................ 381
3. O conceito steiniano de pessoa .......................................... 388
4. Conclusão ............................................................................. 392
Bibliografia ............................................................................ 394

Contribuições de Edith Stein e Pierpaolo Donati


para a Psicologia do Desenvolvimento
em perspectiva relacional ....................................................... 395
Yuri Elias Gaspar

1. Edith Stein e o desenvolvimento humano


como formação da pessoa .................................................. 397
2. Donati e o desenvolvimento humano a partir do processo
de socialização ..................................................................... 403
3. Conclusão: articulações e contribuições
para a Psicologia do Desenvolvimento ............................... 408
Bibliografia ............................................................................ 411
Personalismo nas cartas de Edith Stein
a Roman Ingarden .................................................................... 413
Eduardo González Di Pierro

Bibliografia ............................................................................ 423

Sobre os autores e tradutores ............................................... 425


Diálogos com Edith Stein: Filosofia, Psicologia, Educação

Apresentação
Miguel Mahfoud
Juvenal Savian Filho

E
Este livro é um conjunto de quinze textos nos quais o pen-
samento de Edith Stein dialoga com outras formas de pensar
e, sobretudo, com seus leitores de hoje.
Alguns desses textos retratam interlocuções que existiram
historicamente entre Edith Stein e outros pensadores, como é
o caso, por exemplo, do belo estudo de João A. Mac Dowell,
SJ, sobre o confronto do pensamento steiniano com o pri-
meiro Heidegger, ou a instrutiva nomeação dos teóricos da
Psicologia perante os quais Edith Stein tomou posição, tal
como propõe Marina Massimi, ou ainda a impactante corres-
pondência de Edith Stein com Roman Ingarden, evocada por
Eduardo González Di Pierro.
Outros textos retratam diálogos que não existiram histo-
ricamente, mas que podem ser visualizados no modo como
certamente aconteceriam se viessem a ocorrer. É o caso da ins-
tigante identificação de semelhanças e diferenças entre Edith
Stein e Simone Weil, feita por Fernando Rey Puente, ou das
reflexões conjuntas de Edith Stein e Edmund Husserl espe-
cificamente a respeito da empatia, do debate entre idealismo
e realismo ou de uma aplicação de dados fenomenológicos
à prática da Psicologia, tal como propõem respectivamente
Angela Ales Bello, Martina Korelc e Cristiano R. A. Barreira.

9
Miguel Mahfoud e Juvenal Savian Filho (orgs.)

Também é o caso dos diálogos que poderiam ter existido entre


Edith Stein, Pavel Florenskij e Romano Guardini, de um lado,
e entre Edith Stein e o sociólogo Pierpaolo Donati, de outro,
como se pode observar pelos estudos de Lubomir Žak e Yuri
Elias Gaspar.
Outros textos, ainda, versam exclusivamente sobre o pen-
samento de Edith Stein, mas sem deixar de ser um diálogo
direto com os leitores de hoje, porque, como a própria Edith
Stein dizia, seu pensamento não se construía senão em diálo-
go com o que realmente interessava a ela mesma e às pessoas.
Com efeito, o tom da escrita steiniana, apesar de seu inques-
tionável rigor, é o de um diálogo com seus leitores, como se
observa pelos textos de Éric de Rus, Gilfranco Lucena e Ur-
bano Zilles, respectivamente sobre a relação entre a pessoa e
a comunidade na experiência da comunhão, sobre o escla-
recimento da essência da motivação e sobre a compreensão
fenomenológica da pessoa. Na mesma direção vão os textos
de Miguel Mahfoud, sobre a formação da pessoa, e de Juvenal
Savian Filho, sobre a relativização da pertinência do debate
entre idealismo e realismo em fenomenologia. Ademais, o tex-
to de Juvenal Savian Filho e o texto já mencionado de Martina
Korelc estabelecem também uma interlocução entre si.
Por fim, um dos textos não versa diretamente sobre Edith
Stein, mas constitui um diálogo com ela, pois apresenta o
pensamento de Hedwig Conrad-Martius, que, como se sabe,
elaborou alguns tópicos de sua filosofia em um debate franco
e intenso com sua amiga Edith Stein, a qual, por sua vez, foi
profundamente influenciada por ele. Trata-se do artigo assina-
do por Francesco Alfieri, correspondente ao minicurso por ele
ministrado durante o III Simpósio Internacional Edith Stein, em
2015, na Universidade Federal de Minas Gerais. Com efeito,
os textos deste livro foram escritos por participantes do sim-
pósio: todos os conferencistas e expositores em mesas-redon-

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Diálogos com Edith Stein: Filosofia, Psicologia, Educação

das foram convidados a preparar e enviar seus textos para pu-


blicação; esse amplo trabalho em conjunto permitiu enfeixar
os quinze textos sob a ideia de diálogo.
O diálogo, aliás, foi a tônica do III Simpósio Internacional
Edith Stein, pois, tendo por tema “Pessoa e comunidade”, o
evento não somente reuniu pesquisadores de todas as regiões
do Brasil e de diferentes partes do mundo, como também
permitiu reflexões e debates interdisciplinares em Filosofia,
Psicologia e Educação, além de História, Geografia, Direito e
Teologia. Visto dessa perspectiva, o III Simpósio Internacional
Edith Stein já pode ser considerado um grande êxito; mas sua
importância é ainda maior, pois ele logrou reunir os diversos
estilos de trabalho que caracterizam os pesquisadores stei-
nianos brasileiros. Pode-se dizer que, respeitando as diferen-
ças e transcendendo-as, o simpósio permitiu a formação de
uma real comunidade acadêmica: a UFMG, assim, concretizou
mais uma vez a vocação da universidade pública de avançar
continuamente na perspectiva interdisciplinar, favorecendo a
formação de laços concretos dos acadêmicos entre si e deles
com as forças vivas da sociedade.
O livro que se tem em mãos é também um resultado da
dedicação do antigo Grupo de Trabalho Edith Stein, que ini-
ciou os simpósios internacionais (grupo então liderado por
Moisés Rocha Faria, da Unicatólica de Quixadá, e hoje subsu-
mido no Grupo de Trabalho Edith Stein e o Círculo de Gotinga,
da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia). Ele
é ainda o coroamento do trabalho empreendido há anos pelo
Laboratório de Análise de Processos em Subjetividade da UFMG,
cujo objetivo é permitir que as pesquisas acadêmicas basea-
das em Edith Stein se tornem ocasião de formação cultural.
Assim, a relação entre grupos de pesquisa steiniana no Brasil
e no exterior vai gerando, aos poucos, mas nitidamente, uma
proposta de apreensão do ser humano e de seus problemas

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Miguel Mahfoud e Juvenal Savian Filho (orgs.)

fundamentais no horizonte aberto que a experiência humana


exige. A UFMG, efetivamente unida à Unifesp, FAJE, PUC-
-Minas, UECE, UERJ, UFBA, UFC, UFG, UFPB, UFRJ, UFRR,
UFSM, UFVJM, UFU, USP, PUC-Campinas, PUC-PR, PUC-
-RS, PUC-SP e Unicatólica de Quixadá, entre outras institui-
ções, deu mais um passo na direção da cultura universitária
digna dessa expressão, isto é, uma cultura viva e com um ho-
rizonte aberto.
Os estudos acadêmicos sistemáticos sobre Edith Stein
iniciaram no Brasil nos anos 1990, preponderantemente na
área da Psicologia, e receberam impulso com as sucessivas
vindas da pensadora italiana Angela Ales Bello, a convite da
então reitora da Universidade do Sagrado Coração (Bauru),
Aparecida Jacinta Turollo Garcia, sua colaboradora e incansá-
vel divulgadora da vida e obra de Edith Stein. Sendo também
convidada pelos professores Marina Massimi e Miguel Mah-
foud, respectivamente da USP-Ribeirão Preto e UFMG, Ales
Bello ministrou cursos nessas instituições, cursos estes que
se encontram na origem de alguns de seus livros publicados
no Brasil. Tal é o caso da obra Pessoa e comunidade, editada
por Miguel Mahfoud, publicada pela Editora Artesã e lançada
durante o III Simpósio Internacional Edith Stein.
A partir dos anos 2000 e por caminhos muito diferentes,
surgiram no país outros grupos e outras frentes de pesquisa
sobre Edith Stein, sobretudo na área de Filosofia, mas também
de Direito, Educação, História, Geografia e Teologia. Pode-se
dizer que, atualmente, estilos e métodos bastante distintos ca-
racterizam a pesquisa steiniana brasileira; e todos encontra-
ram lugar no belo evento que foi o III Simpósio Internacional
Edith Stein, marca inquestionável do diálogo.
Que os textos aqui oferecidos pela Paulus contribuam
para fortalecer esse espírito de abertura recíproca tanto nos
estudos steinianos como na reflexão filosófica em geral.

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