PASSADO E PRESENTE

Estas 44 fotos, junto com seus comentários, fazem uma relação entre o passado e o presente
de São José do Rio Pardo. A pequena vila teve início em 4 de abril de 1865, a partir da ideia de
construir uma Capela para São José, o padroeiro. Muitas transformações políticas, econômicas
e culturais foram mudando os rumos da vila que passou a ser uma cidade, hoje com mais de 55
mil habitantes. Houve época de crescimento, com riquezas, e época de estagnação. Nesse
longo processo, tivemos a perda de muito desse patrimônio arquitetônico, em muitos casos só
conhecido pelas fotos.
Muito do que aqui foi registrado deve-se ao conhecimento produzido em anos de pesquisa do
professor Rodolpho José Del Guerra, em muitos de seus livros e crônicas nos jornais da cidade.
Às novas gerações fica a ÁRDUA missão de conhecer e preservar nossa história e memória.
MARCOSDEMARTINI
 A partir do Mosteiro de São Bernardo, olhando
para o Bairro do Bonsucesso, podendo reconhecer
a Igreja de Nossa Senhora Aparecida e o espaço
que hoje está o campo de futebol. Fotos dos anos
de 1940/50.
Esta foto é do início da rua Santa Teresinha, que
começa no Buracão (rua do Paraíso) e seguia na
direção da empresa de Laticínios Leco. A capela
estava na propriedade da família Figueiredo, à
esquerda.
Foto recente, mostrando o Bairro do Bonsucesso
todo ocupado por construções, o campo de futebol
do Bonsucesso Futebol Clube e a bela Igreja de
Nossa Senhora, pintada em azul.
Próximo à Capela de Santa Teresinha. Esse espaço
foi ocupado pelo Bairro Santa Teresa a partir dos
anos 1990. A Igreja se mantém no mesmo local,
entre as casas. A antiga Leco foi ocupada por várias
empresas, hoje é a UNIP. A rua segue na direção do
Bairro do Jardim Aeroporto.
Esta foto mostra um olhar a partir do começo da
rua Campos Salles, na direção da Vila Formosa,
quando ainda não havia o viaduto. No alto do
morro está o cemitério, depois que foi retirado do
centro (atual praça dos 3 Poderes).
Foto das primeiras décadas de 1900, na rua
cercada de árvores, que levava até a ponte
metálica sobre o rio Pardo. Era uma importante
ligação da região do Santo Antônio com o
centro da cidade, passando pela estação
ferroviária, que era o ponto de saída e chegada
da cidade, com pessoas e mercadorias.
Esta rua ainda guarda algumas construções,
mesmo que modernizadas, dos tempos mais
antigos de São José. Hoje, o viaduto faz a
importante ligação da Vila Formosa (Nestle) para as
avenidas de entrada e saída da cidade.
Hoje o trem não mais passa por São José. Na antiga
linha do trem foi construída a avenida Perimetral,
desde o Bairro de Paula Lima até a fábrica da
Nestle. O trem deixou marcas importantes em
nossa história. Hoje o espaço é tomado por carros,
ônibus e caminhões de carga.
 Praça Tiradentes, no final da rua Nove de Julho,
Com o avanço do transporte rodoviário, foi
bem antes da construção da Rodoviária. Era um
aumentando o número de ônibus. A estação ficava
espaço de carga e descarga para os vagões do trem
no centro. Depois veio para este espaço, próximo à
da linha Mogiana. Havia neste local um bebedouro
estação do trem, que com o tempo deixou de
para os animais de carga. Esta peça está na praça
passar por São José.
JK, na entrada da cidade.

No começo dos anos 1900, surgiu a ideia de

Com a construção do novo Hospital São Vicente, no
construir uma Santa Casa de Misericórdia
alto da rua Treze de Maio, com muitas críticas
(Hospital) em São José. Um dos líderes desse
porque interromperia a avenida, o antigo hospital
movimento foi João Modesto de Castro. Depois
ficou sob os cuidados das Irmãs do Monte Calvário,
de muitas ações da população, o hospital foi
sendo mais tarde o Educandário São José. O atual
inaugurado em 1913, onde hoje é o
hospital passou por muitas ampliações.
Educandário.

Esta foto mostra um dos casarões que ocupavam o
centro da cidade. Com a valorização imobiliária, o
terreno foi comprado para a construção da agência
bancária. Outros pontos do centro histórico de São
José também foram abaixo para novas construções.
A foto mostra a praça que tem ao fundo a Igreja de
São Roque e à esquerda o prédio do Mosteiro de
São Bernardo. A varíola motivou a comunidade
italiana a adquirir uma imagem (1892) e a
construir uma capela para o santo . A Igreja foi
construída por padres da ordem cisterciense,
inaugurada em 1942.
Infelizmente é uma cena comum quando falta à
cidade a conscientização e leis de preservação do
patrimônio histórico. Muitos casarões do final do
século XIX e começo do XX foram derrubados para
a construções de lojas e bancos. Tempos modernos
que apagam um pouco de nossa história.
A praça de São Roque mantem praticamente o
mesmo formato. A Igreja de São Roque imponente
ao fundo. À esquerda a Igreja Abacial da Ordem
Cisterciense, dos monges do Mosteiro de São
Bernardo.
 Avenida que levava à ponte metálica Euclides da
Cunha e a saída para a região de Mococa e Ribeirão
Preto. Do lado esquerdo havia construções e uma
pequena vila, onde hoje está o Tartarugão.
Esta foto é muito interessante. Ela mostra o lado
externo da estação do trem, onde as cargas que
seriam embarcadas ou que tinham acabado de
chegar esperavam. O carro de boi mostra como era
o transporte de carga na época.
Avenida Euclides da Cunha, com as palmeiras no
canteiro central, partindo da rotatória da
Perimetral. Do lado esquerdo fica o Tartarugão e do
direito o campo do Vasco .
Imagem atual entre a antiga estação
ferroviária e a estação rodoviária. Ponto de
muita circulação de pessoas. O prédio da
antiga ferrovia, que já serviu para a Faculdade
Euclides da Cunha, hoje está sem uso e bem
deteriorado. Sua restauração abriria espaço
para serviços públicos.
 Hospital São Vicente foi inaugurado em 1930, a
partir da ação de muitos colaboradores. Contava
com o trabalho das religiosas da Congregação
Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário, vindas
de Roma. A capela do hospital foi inaugurada em
1944.
Praça Prudente de Moraes por volta dos anos
1930. Era o ponto de saída na direção de
Minas Gerais. Muitas boiadas passavam por
este caminho indo para a estação ferroviária.
A casa, bem no alto, é hoje um consultório
médico. Do lado esquerdo dela está um posto
de combustível.
Moderna fachada do Hospital São Vicente.
Atualmente o hospital está bem ampliado e é uma
referência na região, atendendo pacientes de São
José e de várias outras cidades. Na entrada existe
um monumento em homenagem ao coronel Alípio
Dias.
Praça Prudente de Moraes ( terceiro presidente do
Brasil, o primeiro eleito por voto direto (1894 – 98).
A praça está arborizada e a maior parte das antigas
construções foram demolidas. A cidade cresceu
muito, seguindo pela rua Siqueira Campos, na
direção do Bonsucesso e Santa Luzia.
Sobrado dos Artese. O casarão dos anos de 1920 é
conhecido pelo seu proprietário, o jornalista
Paschoal Artese. Artese publicava o jornal A
Resenha. O espaço também serviu de escola por
muitos anos. Com o tempo foi sendo abandonado
até ser comprado e iniciado as obras de
restauração.
Esquina ao lado da Igreja Matriz. Os dois casarões
foram demolidos para a construção das Lojas
Pernambucanas e do Banco Bradesco. O bar da
esquina era a parada dos ônibus. No espaço vazio
foi construído um monumento pelos 100 anos da
independência do Brasil (1922). Com a reforma da
praça o monumento desapareceu, ficando apenas
os registros fotográficos.
Os atuais proprietários do casarão Artese, em
acordo com as autoridades de defesa do
patrimônio, restauraram o prédio mantendo o
formado original da fachada. São práticas que
respeitam a arquitetura original, modernizando o
espaço para uso moderno.
As vilas começavam em torno de uma capela
(igreja). O centro recebia as maiores casas e o
comércio. Com o tempo e a deterioração das
construções, elas são substituídas por construções
mais modernas, adequadas aos novos negócios.
Algumas cidades preservam mais esses espaços
centrais, sendo ponto de atração turística.

Final da rua Treze de Maio, próximo à Escola
Tarquínio Cobra. O prédio da esquina funcionou
por muitos anos o Banco F. Barreto e depois outras
agências bancárias. No local da escola havia uma
praça chamada prefeito Mário Rodrigues.
Vista a partir da esquina da Treze de Maio com
a Floriano Peixoto. A casa da esquina esquerda
era a moradia de Euclides da Cunha. É possível
ver a igreja de uma só torre e o antigo cinema,
hoje o Cine Colombo.
Foto do começo dos anos 1900, com a rua de terra
batida. No final da rua havia uma praça com o
monumento ao prefeito Mário Rodrigues. Com a
construção da Escola Tarquínio o monumento foi
levado para a praça da Matriz, na esquina do
Museu. Agora voltou para a pracinha, perto da
escola Tarquínio.
Esquina da Treze de Maio com a Floriano Peixoto. A
Casa Euclidiana com vista para a igreja Matriz,
tendo o cinema do lado direito, construção de
1925. A Casa serviu de moradia para a família de
Euclides da Cunha, entre 1898 e 1901, enquanto
trabalhava na ponte metálica.
 Rua Treze de Maio, na altura da padaria Rio- Foto antiga da rua Treze de Maio, mostrando
pardense. É possível ver o casarão em destaque do algumas casas que ainda estão preservadas,
lado direito. Neste quarteirão ainda tem muitas lembrando esse período dos anos 1930. Muitos
casa preservadas dos anos 1930/1950. fazendeiros mantinham casas no centro da cidade.

Final da rua Treze de Maio. Aparece com

destaque do lado esquerdo a lateral do Hotel
Foto dos anos de 1930/40 no final da rua Treze de
Brasil. O Hotel pertenceu a Ananias Barbosa e
Maio. É possível ver a fachada do antigo Hotel
em 11 de agosto de 1889 foi o palco do
Brasil de Ananias Barbosa. Mais no alto o prédio
episódio republicano, quando São José
em que hoje funciona uma floricultura, na esquina.
proclamou a república, três meses antes de
marechal Deodoro.
 Rua de terra batida que dava acesso à ponte
Euclides da Cunha, cercada de árvores, podendo
ver a ponte ao fundo. A ponte foi inaugurada em
1897, mas caiu 50 dias depois. Foi reinaugurada em
18 de maio de 1901, depois da recuperação feita
pelo engenheiro Euclides da Cunha.
Chalé (construção em estilo europeu) de
fazendeiro Oliveiros Pinheiro, no centro da
cidade, na esquina da praça XV de Novembro.
Hoje é a sede social abandonada do Rio Pardo
FC. Por décadas este clube foi o mais
importante da cidade, local de muitas festas,
bailes e carnavais.
Rotatória que dá acesso à avenida Euclides da
Cunha. Depois da construção da ponte surgiu o
Bairro do Santo Antônio. Por muitos anos a ponte
foi a única passagem para a outra margem do rio,
na direção de Mococa. Somente nos anos de 1970
é que foi construída a outra ponte (Nova).
Sede social do Rio Pardo Futebol Clube. Por
décadas este clube foi o principal centro social de
São José, com bailes, festas e carnavais. Começou a
ser construído em 1957. Hoje, abandonado, está
em situação precária, com risco de desabamento.
Triste fim para um dos pontos mais lembrados por
muitas gerações de nossa cidade.
Mercado Municipal, na Praça Barão do Rio Branco,
em frente à Escola Dr. Cândido Rodrigues. A praça
recebeu o Mercado depois que o terreno foi
preparado, tirando terra e pedras que foram
levadas para o Jardim do Artese (hoje Praça dos
Três Poderes).
Grupo Escolar Dr. Cândido Rodrigues foi
inaugurado em 1908. Por anos foi a principal
instituição de ensino de São José do Rio Pardo.
Os grupos funcionavam do primeiro ao quarto
ano. Muitas cidades preservaram esses prédios
antigos, hoje considerados patrimônios.
Infelizmente, aqui em São José, optou-se pela
demolição para receber uma nova construção.
Mercado Cultural. Depois de décadas funcionando
como Mercado Municipal, época em que
praticamente não havia outros pontos de venda
para frutas e verduras. Agora é o espaço do
Mercado Cultural, para exposições e eventos
artísticos e culturais.
O atual prédio da Escola Estadual Dr. Cândido
Rodrigues foi inaugurado em 1967 pelo prefeito
Lupércio Torres. Só anos mais tarde que a escola
passou a receber alunos de outras séries (5ª - 8ª
séries). Hoje recebe alunos do Ensino Fundamental
II (6º ao 9º) e Ensino Médio. Tem uma Banda
Musical das mais conhecidas na região.