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Fundamentos Teóricos e Práticos Da Coordenação Pedagógica
Fundamentos Teóricos e Práticos Da Coordenação Pedagógica
Fundamentos Teóricos e Práticos Da Coordenação Pedagógica
Coordenação
Pedagógica
Fundamentos Teóricos e
Práticos da Coordenação
Pedagógica
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 58
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INTRODUÇÃO
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a importância de seu papel para os encaminhamentos pedagógicos da escola. Neste
sentido há necessidade da coordenação pedagógica organizar o seu trabalho no
tempo e no espaço escolar, definindo seu plano de trabalho e socializando-o com
todos os professores, gestão e demais funcionários da escola.
Unidade 4 – Avaliação institucional e sua importância para o trabalho
da coordenação pedagógica. Nesta Unidade aborda-se o processo da avaliação
institucional, como uma forma de subsidiar o trabalho da gestão da escola e em
especial do trabalho da coordenação pedagógica, no que se refere à organização,
acompanhamento e avaliação do processo pedagógico, bem como, é sinalizadora
do processo de formação continuada na escola. A avaliação institucional é entendida
como um procedimento que vem auxiliar a escola na identificação de seus
problemas e na busca de superação dos mesmos, de maneira nenhuma é vista
como um instrumento de repressão e de cerceamento e coerção das pessoas.
Bom estudo.
Profª Ma Maria Ângela Arruda Fachini
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UNIDADE 1- A PRODUÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO DO SER
HUMANO E DA EDUCAÇÃO
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Fonte: http://migre.me/bYGQp
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Julgou-se relevante informar que a citação de Engels foi extraída da produção “A humanização do
macaco pelo trabalho”. In: Dialética da natureza. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p. 215-228.
Informação retirada do texto de Cipriano Luckesi, Planejamento e avaliação na escola: articulação e
necessária determinação ideológica.
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jovens, na comunidade primitiva até a produção mais elaborada do conhecimento
científico na sociedade moderna e contemporaneidade. “Na verdade, porém, cada
sociedade considerada em momento determinado de seu desenvolvimento, possui
um sistema de educação que se impõe aos indivíduos de modo geralmente
irresistível”. (DURKHEIM, s/d, p.38).
Nesse movimento o ser humano foi estabelecendo a complexidade nas
relações, criando novas maneiras de produção de vida e dominando a natureza a
seu favor e, com isso, reproduziu conhecimentos e produziu novos conhecimentos,
caracterizando a educação de um povo, de uma época, etc. A educação, então, é
um fenômeno próprio do ser humano que é produzida por meio do trabalho humano.
Vale ressaltar a citação de Durkheim, tão antiga e tão atual, no sentido de
que a educação produzida em seu tempo, muitas vezes não se tem elementos
suficientes para uma análise mais fundamentada; muitas vezes essa análise se
constitui representativa à medida que as pesquisas e as condições para a análise
propriamente dita existam. Por exemplo, a educação tradicional, na época era
incontestável, somente com o avanço das forças produtivas e o surgimento de novas
bases sociais e educacionais que passaram a existir tendências contrapondo-se a
ela.
As transformações nas relações sociais e de trabalho estão relacionadas
com as diferentes formas de organização da sociedade, produzidas pelo coletivo de
sujeitos, ou seja, de seres humanos.
Na sociedade contemporânea, por exemplo, com o incremento da
tecnologia, em larga escala, caracterizada por uma interdependência econômica
global, o avanço tecnológico-informacional permitiu o acesso cada vez mais rápido
às informações, às tendências e transações econômicas mundiais. Esse processo,
que provoca as mudanças estruturais, é identificado como globalização da
economia, reestruturação produtiva, mundialização, dentre outras.
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As mudanças no processo produtivo apontam para a necessidade das
reformas estruturais no Aparelho do Estado que vão gerar consequências imediatas
no âmbito econômico, social, político e educacional. Na perspectiva de mudanças,
após a LDBEN nº 9394/96, a educação básica deve promover ao aluno
conhecimentos que lhe permita exercitar sua cidadania, continuar seus estudos,
preparar-se para o trabalho e conviver em uma sociedade tecnificada. À luz da
interpretação sobre a produção social do ser humano cabe o seguinte destaque,
Fonte: http://migre.me/bYH9B
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O compromisso da educação nesse século é um ato político que envolve a
organização do fazer pedagógico, além da mera metodologia, como expressou
Gamboa na citação acima. Faz-se necessário que a escola articule os
conhecimentos historicamente estabelecidos, com uma formação ética de
compromisso com o coletivo, que transcenda a individualidade, pois o ser humano,
como analisado no início do texto, só se torna humano vivendo em uma sociedade
que lhe ofereça condições, bases para se tornar humano.
Paulo Freire (1996, p. 69), sabiamente nos explica que nessa dimensão o
professor deve entender com clareza sua prática e conhecer as diferentes
dimensões que a caracterizam. Assim expressa que,
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1.2 O caminho histórico da função: coordenação pedagógica
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Ao final da Idade Primitiva já se registram maior domínio da natureza e das
técnicas de produção pelo homem e a divisão de tarefas por idade e sexo. Mais
tarde, essa divisão se caracterizou pela diferenciação do trabalho manual e do
trabalho intelectual, iniciando o processo de especialização das tarefas e com isso a
condição de escravo.
Com o período da Idade Antiga, perpetua-se o domínio do homem sobre
outro homem, a partir de sua condição social identificada pelo trabalho. O trabalho
intelectual, mais valorizado se sobrepunha ao trabalho manual, menos valorizado,
era o poder do conhecimento a serviço da minoria dominante e a massa mantida na
ignorância.
A Idade Antiga compreende o período da invenção da escrita até a queda do
Império Romano. As civilizações que mais se destacaram, nesse período, foram a
Grega, com o domínio da filosofia, buscando explicar o mundo racionalmente e a
Romana, com o domínio das técnicas de guerra, compondo um grande exército que
conquistou grande parte do ocidente.
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Saviani (apud CRUZ, CASTRO, LIMA, 2009, p.3), debatendo sobre o papel
da coordenação pedagógica expõe que,
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A supervisão e o controle da educação eram totalmente feitos pelo clero,
pois esse detinha o poder do conhecimento. Na Baixa Idade Média, iniciam-se
movimento que vão de encontro aos propósitos do poder da época, principalmente
na questão dos dogmas da Igreja e da centralidade do poder pela nobreza.
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o movimento chamado de Reforma Protestante que mobilizou a sociedade para a
alfabetização com o objetivo de que não houvesse intermediários entre a palavra de
Deus e os homens. A alfabetização objetivava que o homem comum pudesse ter
acesso aos escritos bíblicos. Isso leva a expansão das escolas públicas e do
trabalho com o método científico.
Saviani (1984, p. 10), referindo-se à pedagogia tradicional explica,
Porém a história nos mostra que a educação sempre teve uma dualidade,
qual seja, a educação mais elaborada e fundamentada para os detentores do poder
e a educação mais imediata e prática para os menos abastados. A escola dualista
como expressam Baudelot e Establet. A dualidade entre uma educação para o
trabalho intelectual e uma educação para o trabalho manual.
Com a industrialização e seus métodos de produção, surge a figura do
supervisor, figura essa que irá povoar as escolas com a função de monitorar,
inspecionar e fazer cumprir um plano de trabalho pré-estabelecido, objetivava maior
e melhor desempenho educativo nas escolas. Essa função segue as tendências
pedagógicas de cada período, da escola tradicional, passando pela escola nova com
uma visão mais comportamentalista, pela escola tecnicista, com a visão da
qualidade total até a escola com a proposta da democratização do ensino e o cunho
da denominação: coordenação pedagógica.
Nesta ótica, cabe aos sujeitos da escola, em especial a coordenação
pedagógica, conhecer a história, sua produção e manifestação, nesse contexto,
interpretar o seu papel enquanto um profissional que trabalha com a política
educacional, que faz com que o projeto pedagógico se materialize no dia a dia da
escola e do trabalho do professor.
Na próxima unidade o debate concentra-se na história da educação do Brasil
e o papel da coordenação, ou seja, da caracterização de uma função mais
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repressora e burocrática à concepção democrática, conforme prevê a Constituição
Federal de 1988.
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UNIDADE 2- HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL E A FUNÇÃO
DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Fonte: http://migre.me/ceFnG
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Os jesuítas efetivaram uma organização escolar para públicos diferentes que
se deu da seguinte maneira:
- para os índios, existiam as missões, locais onde esses eram catequizados;
- para os filhos dos colonos foram criadas as escolas de ler e escrever,
destinadas ao ensino das primeiras letras;
- aos filhos dos nobres e senhores de engenho, os Colégios adotavam o
Ratio Studiorum.
O modus operandi da pedagogia jesuíta se caracterizava pela ordem,
organização e rigidez, logo a função de uma pessoa para supervisionar os trabalhos
era relevante, pois envolviam os aspectos políticos e administrativos da proposta
educativa.
2
Verbete elaborado por Dermeval Saviani. Disponível em:
<http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_pedagogia_jesuitica.htm>.
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administrativa e pedagógica de sistema como um todo, o que
implica a criação de órgãos centrais e intermediários de
formulação das diretrizes e normas pedagógicas bem como de
inspeção, controle e coordenação (...) b) a organização das
escolas na forma de grupos escolares, superando, por isso a
dosagem e graduação dos conteúdos distribuídos por séries
anuais e trabalhados por um corpo relativamente amplo de
professores que se encarregavam do ensino de grande número de
alunos, emergindo, assim, a questão da coordenação dessas
atividades, isto é, um serviço de supervisão pedagógica no âmbito
das unidades escolares.
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Art. 56. Incumbe ao inspetor inteirar-se, por meio de visitas
frequentes, da marcha dos trabalhos de sua secção, devendo
para isso, por série e disciplina:
a) assistir a lições de exposição e demonstração pelo menos
uma vez por mês;
b) assistir, igualmente, pelo menos uma vez por mês, a aulas de
exercícios escolares ou de trabalhos práticos dos alunos,
cabendo-lhe designar quais destes devam ser arguidos e apreciar
o critério de atribuição das notas;
c) acompanhar a realização das provas parciais, que só
poderão ser efetuadas sob sua imediata fiscalização, cabendo-lhe
ainda aprovar ou modificar as questões a serem propostas;
d) assistir às provas finais, sendo-lhe facultado arguir e atribuir
nota ao examinando.
3
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/Pedagogia.pdf>.
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A formação em nível superior, na década de 60, passa por uma grande
estruturação e não foi diferente com a formação dos especialistas em educação,
respaldada pelo Parecer nº252/69 que propôs as habilitações de administrador,
inspetor, supervisor e orientador educacional.
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A partir do pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos
princípios de racionalidade, eficiência e produtividade, essa
pedagogia advoga a reordenação do processo educativo de
maneira a torná-lo objetivo e operacional. De modo semelhante ao
que ocorreu no trabalho fabril, pretende-se a objetivação do
trabalho pedagógico.
Vale a pena citar a diferenciação que Saviani (1984, p. 16-17), faz entre a
pedagogia tradicional, escolanovista e tecnicista evidenciando a ação dos sujeitos
no processo pedagógico.
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Na Lei nº5540/68, o curso de Pedagogia passa a formar os especialistas em
educação para o exercício da função de inspeção, supervisão, administração e
orientação escolar.
A Reforma Universitária, empreendida pela ditadura militar e
modelo que ainda vigora, implantada através da Lei 5.540/68,
institui algumas alterações, sendo talvez a mais fundamental, a
mais importante, o desmanche do modelo da década de trinta,
que previa a participação da área da educação no âmbito da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na forma como estava
organizada: bacharelados acrescidos da formação pedagógica
(3+1) e o Curso de Pedagogia. Com a extinção da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras, é a Faculdade de Educação que
passa a ter a responsabilidade pela formação pedagógica e pelo
Curso de Pedagogia. O Artigo 30 da Lei, estabelecia que a
formação de professores para o ensino de 2º grau e a preparação
de especialistas para o trabalho de planejamento, supervisão,
administração, inspeção e orientação para as escolas e os
sistemas escolares, far-se-ia em nível superior. À Faculdade de
Educação caberia o papel de articuladora, com as demais
faculdades e institutos, de modo a superar a formação “3 + 1” e se
possibilitasse a formação do bacharel e do licenciado
permanentemente articulada a uma única destinação: a formação
do magistério.4
4
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/Pedagogia.pdf>.
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acompanhava o objetivo de introduzir, também na escola, as
diferentes funções pedagógicas.
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pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição
de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.
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Ao postular essa identificação, os legisladores desconhecem toda
a tradição teórica e a estrutura lógico-conceitual da ciência
pedagógica. Dessa insuficiência conceitual decorre (de) a
confusão elementar entre o campo científico e seu objeto, entre
Pedagogia e docência, entre ação educativa e ação docente e,
afinal, a redução do curso de Pedagogia ao curso de formação de
professores. Mais à frente serão feitos outros comentários sobre
esse tema.
As imprecisões conceituais não param aí. No mesmo artigo 2º se
afirma que “o curso de Pedagogia (...) propiciará o planejamento,
execução e avaliação de atividades educativas” (grifo meu). A
Pedagogia, nessa frase, já não tem mais como objeto a docência,
mas as atividades educativas. Afinal, qual o conceito de
Pedagogia da Resolução? (LIBÂNEO, s.d.).
Com essas análises Libâneo deixa evidente que o Curso de Pedagogia não
propicia uma formação fundamentada, principalmente para o profissional que deverá
assumir a função de coordenação pedagógica, pois advoga que esse profissional
deva ter uma visão clara do papel político da educação no seu fazer educacional e
que a docência não está bem definida no documento, então como formar esses
profissionais para atender a demanda social, cuja base estrutural se assenta em
considerável avanço tecnológico?
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Concluindo esta análise sobre a formação proposta nos Cursos de
Pedagogia, ainda recorrendo às análises de Libâneo, acredita-se como o autor, que
o profissional que assumirá a função de coordenação pedagógica pode promover
mudanças na organização escolar, compondo com a direção a equipe gestora da
escola, trata-se de que,
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pedagógico que propicie essa mediação) e a sociedade, é sem dúvida um desafio
profissional.
Fonte: http://migre.me/ahI79
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seu papel e não deixando espaço para atuações, que aqui será considerada como
secundária. Por quê? A coordenação pedagógica deve focar sua ação no fazer
pedagógico da escola, que é um exercício político. Qual seja acompanhar, orientar e
formar um corpo docente coerente com a proposta ou projeto pedagógico da escola
e de seu currículo escolar, implementando e acompanhando todo o processo de
ensino e de aprendizagem da escola.
O segundo aspecto – exercer competência técnica no seu fazer. Isto
significa ter domínio dos aspectos didáticos, dos fundamentos de sua atuação. É
saber organizar e dirigir os momentos de planejamento, é orientar o docente na
elaboração do plano de ensino, é propor formação continuada e manter a coerência
do trabalho pedagógico da escola, a partir da especificidade, garantir a visão de
totalidade do curso, da formação do aluno.
O terceiro aspecto – compromisso político que está intimamente ligado
aos dois primeiros aspectos, pois ao desenvolver a consciência política de seu
trabalho, esse aspecto, que é uma tomada de postura, dirige todas as demais ações
da coordenação pedagógica na escola.
É a partir do compromisso político que a atuação da coordenação
pedagógica poderá ser identificada como democrática, pois somente quando a
coordenação permite que o coletivo de docentes participe ativamente da
organização do processo educacional da escola é que as relações no ambiente
escolar levam à construção da democracia. Quando há a cooperação e integração
do grupo, os sujeitos passam a exercer sua autonomia, passam a entender o
processo educativo da escola, seus objetivos e a sentirem-se como partícipe do
processo.
Porém, aqui vale uma ressalva, o exercício democrático deve ser construído
por todos na escola, principalmente garantido pela gestão escolar, pois se houver
um segmento que se apodere da administração, da condução do trabalho, não
haverá a descentralização. Não cabe aqui a visão do espontaneísmo e nem da falta
de regras ou de respeito à hierarquia, mas trata da visão de cooperação e respeito
entre os diferentes segmentos que compõem a escola.
Concluindo esta Unidade, reforça-se a visão de que o trabalho da
coordenação pedagógica cumpre em entender e interpretar as demandas sociais,
orientar o fazer docente na mediação dos conteúdos relevantes ao aprendizado do
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aluno e os condicionantes sócio, políticos e econômicos que “[...] configuram
diferentes concepções de homem e de sociedade e, consequentemente, diferentes
pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações professor-aluno,
técnicas pedagógicas, etc.” (LIBÂNEO, 1993, p.19).
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UNIDADE 3 - PAPEL DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA. AFINAL,
POR QUE ELA É NECESSÁRIA?
Fonte: http://migre.me/ahGPy
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O profissional da supervisão escolar pode-se afirmar que ao longo dos anos
80 e 90, em especial no Brasil, foi perdendo sua identidade profissional à medida
que em primeiro lugar, recebe a crítica que sua atuação reproduzia uma demanda
de trabalho pré-determinada, ou seja, mero cumpridor e fiscalizador de um
planejamento educacional que não teve sua participação. Em segundo lugar, por ter
uma atuação que não respondia a uma proposta de gestão democrática nas
escolas, pois sua formação se fundava em uma concepção tecnicista. Dada a sua
“[...] origem profissional ligada ao poder e controle autoritários, há necessidade de o
coordenador, que assume uma postura diferenciada, conquistar a confiança dos
educadores”. (VASCONCELLOS, 2007, p. 86). Com isto, surgem diferentes
propostas de como adequar a ação desse profissional na escola.
A própria nomenclatura de como era conhecido passa por reformulação,
passa a ser chamado de coordenador pedagógico. Sua formação também passa a
ser revista, cabe para esse trabalho na escola, com nova roupagem, a figura de um
professor que atuaria como professor-coordenador. A nova roupagem que se refere
é que a ação desse profissional não se ateria apenas no acompanhamento do
trabalho do professor, mas também do trabalho com o aluno e com as famílias.
Verifica-se com essa proposta o “barateamento” da contratação de
profissionais na escola, pois esse professor-coordenador assumiria, grosso modo, a
função de supervisor escolar e orientador educacional. Desta forma, os sistemas de
ensino, dada a autonomia que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
nº9394/965, lhes confere no, que tange à organização da gestão educacional,
passam a admitir o profissional para atuar na organização pedagógica da escola
com formação e funções que julgam necessárias e aprovadas pelos respectivos
conselhos de educação.
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Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de
colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis
e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias
educacionais.
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei.
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Vale ressaltar que a ação supervisora nunca foi entendida como uma ação
simples, também vale o destaque de que esse profissional sempre teve suas
características de trabalho definidas, veja nas palavras de Andrade,
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municipais, mas a ação de um profissional que se entende que seja relevante para a
organização de uma ação pedagógica que instrumentalize o aluno e promova sua
aprendizagem.
Para tanto, esse profissional que atua na escola, deve ater-se às exigências
de sua atuação,
[...] o coordenador pedagógico de escola se caracteriza como um
profissional que tem objetivos específicos, ligados ao
desenvolvimento das ações da unidade escolar de trabalho,
voltada para articulação dos processos de ensino e de
aprendizagem, objetivando com isso, a construção de um trabalho
reflexivo que articule todo o coletivo da escola, com o intuito de
garantir uma educação baseada na formação mais humanizada,
voltada para as reais necessidades dos educandos, por meio de
um currículo basicamente construtivo e discutido entre a
comunidade escolar, e principalmente os professores [...]. (CRUZ,
CASTRO, LIMA, 2009, p.14-15).
Fonte: http://migre.me/ahGNb
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A coordenação pedagógica da escola deve ter seu fazer profissional alinhado
à interpretação política, para garantir uma ação consciente, crítica e que proporcione
a melhoria das condições de trabalho do professor e da aprendizagem do aluno,
sobre isto Silva explica que,
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3.1 O necessário papel da coordenação pedagógica e seus desafios
Fonte: http://migre.me/ahGpC
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imprescindível, pois a gerência da sala de aula é do professor, é esse profissional
que realmente materializa o processo pedagógico, por meio do ato educativo.
Assim a coordenação pedagógica tem que resguardar os momentos de
atendimento ao professor, seja em conjunto ou individualmente. Isto é, garantir a
carga horária do planejamento escolar.
Fonte: http://migre.me/ahGKk
6
Palestra proferida em Campo Grande/MS, para diretores, diretores-adjuntos e demais profissionais
da educação, sobre a Organização Pedagógica da Escola para uma Gestão Democrática. (2011).
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atividades curriculares e de ensino, em função da aprendizagem dos
alunos.
3. Prestar assistência pedagógico-didática direta aos professores, através de
observação de aulas, entrevistas, reuniões de trabalho e outros meios,
especialmente em relação a:
elaboração e desenvolvimento dos planos de ensino;
desenvolvimento de competências em metodologias e procedimentos
de ensino específicos da matéria (inclusive materiais didáticos);
práticas de gestão e manejo de situações específicas de sala de aula,
para ajuda na análise e solução de conflitos e problemas de disciplina,
nas formas de comunicação docente e motivação dos alunos;
apoios na adoção de estratégias de diferenciação pedagógica, de
soluções a dificuldades de aprendizagem dos alunos, de reforço na
didática específica das disciplinas, e de outras medidas destinadas a
melhorar as aprendizagens dos alunos, de modo a prevenir a exclusão
e a promover a inclusão;
realização de projetos conjuntos entre os professores;
desenvolvimento de competência crítico-reflexiva;
práticas de avaliação da aprendizagem, incluindo a elaboração de
instrumentos de avaliação.
4. Cuidar dos aspectos organizacionais do ensino: coordenação de reuniões
pedagógicas, elaboração do horário escolar, organização de turmas de
alunos, designação de professores, planejamento e coordenação do
conselho de classe, organização e conservação de material didático e
equipamentos, e outras ações relacionadas ao ensino e à aprendizagem.
5. Assegurar, no âmbito da coordenação pedagógica, em conjunto com os
professores, a articulação da gestão e organização da escola, mediante:
Exercício de liderança democrática-participativa;
Criação e desenvolvimento de clima de trabalho cooperativo e solidário
entre os membros da equipe;
Identificação de soluções técnicas e organizacionais para gestão das
relações interpessoais, inclusive para mediação de conflitos que
envolvam professores, alunos e outros agentes da escola;
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Desenvolvimento pessoal e profissional dos professores.
6. Propor e coordenar atividades de formação continuada e de
desenvolvimento profissional dos professores, visando aprimoramento
profissional em conteúdos e metodologias e oportunidades de troca de
experiências e cooperação entre os docentes.
7. Apoiar diretamente os alunos com dificuldades transitórias nas
aprendizagens instrumentais de leitura, escrita e cálculo, para além do
tempo letivo, para integrar-se ao nível da turma.
8. Organizar formas de atendimento a alunos com necessidades educativas
especiais, identificando articuladamente com os professores, as áreas de
desenvolvimento e de aprendizagem que, em cada aluno, manifestem
maior fragilidade, bem como a natureza e as modalidades de apoio
suscetíveis de alterar ou diminuir as dificuldades inicialmente detectadas.
9. Criar as condições necessárias para integrar os alunos na vida da escola
mediante atividades para a socialização dos alunos, formas associativas,
etc.
10. Promover ações que assegurem o estreitamento das relações entre
escola e família e atividades de integração da escola na comunidade,
mediante programas e atividades de natureza pedagógica, científica e
cultural.
11. Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do projeto pedagógico-curricular
e dos planos de ensino, a atuação do corpo docente, os critérios e as
formas de avaliação da aprendizagem dos alunos.
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O autor propõe um extenso rol de atribuições que devem ser realizadas ou
gerenciadas pela coordenação pedagógica da escola.
Vale destacar alguns aspectos que Libâneo, ao definir este rol, chama a
atenção:
Elaboração do projeto pedagógico-curricular. Com esta expressão o
autor demarca a necessidade da escola a partir de seu projeto
pedagógico definir a sua proposta curricular. Este trabalho da
coordenação é extremamente relevante, pois oferece dinâmica,
coesão e coerência ao trabalho pedagógico da escola. Este aspecto
vem definido na segunda atribuição.
Na atribuição três, define em quais aspectos a coordenação deve
subsidiar o professor, combinando inclusive visitas técnicas à sala de
aula. Toda a proposta tem o intuito de garantir o diálogo entre
coordenação e professor sobre a melhoria do ato educativo.
O item cinco cria as condições do trabalho em conjunto,
principalmente para a efetivação das atribuições propostas no item
quatro, sete, oito e nove.
A atribuição descrita no item 9 e 10, deve ter a cooperação direta da
gestão escolar, pois esta deve acompanhar e auxiliar a promoção do
trabalho da coordenação, principalmente com a família. A relação
com a família, no que tange ao trabalho da coordenação deve ser no
sentido da promoção da aprendizagem dos alunos e na valorização
do trabalho do professor.
A atribuição descrita no item 11é a ação diária que garante a efetivação
do item 1 e 2, ou seja, é o trabalho do dia a dia da coordenação
pedagógica para garantir a efetivação do processo de ensino e de
aprendizagem.
A atribuição exposta no item 6, oferece as condições necessárias para
o fortalecimento do grupo de professores junto à coordenação,
possibilita a fundamentação do trabalho realizado, evitando assim, a
improvisação e o trabalho mecânico. Os momentos de formação
continuada podem acontecer a partir, também, da avaliação
institucional, pois a aplicação desse procedimento oferece subsídios à
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gestão e à coordenação pedagógica quanto ao encaminhamento
educacional da escola e os sujeitos envolvidos.
Fonte: http://migre.me/ahHVV
7
Denomina-se “ano escolar” aquele que compõe o calendário além do ano letivo, ou seja, o que
computa os dias de planejamento antes e depois do início de cada período letivo, bem como o
período de exames.
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necessidade da coordenação se organizar e programar o seu trabalho no tempo e
espaço escolar.
Para dimensionar o seu trabalho na escola, a coordenação pedagógica pode
lançar mão do processo de ação – reflexão – ação. Este processo, que deve ser
realizado em conjunto com a direção e com os professores, permite a identificação
de três fatores:
CONHECER A IDENTIFICAR OS
REALIDADE PROBLEMAS
PROMOVER A
INTERVENÇÃO
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PLANO DE TRABALHO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
ESCOLA _______________________________________________________
COORDENADOR (A) PEDAGÓGICO (A) _____________________________
ANO_________________
ETAPA (OU TURMAS) DE ATENDIMENTO ___________________________
PERÍODO (BIMESTRAL/SEMESTRAL/ANUAL)_________________________
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Pesquisas para apoio à
ação pedagógica;
Subsídios para formação
dos professores.
Sobre as políticas
educacionais e legislação.
5. PARTICIPAÇÕES
Cursos.
Eventos.
Reuniões fora da escola.
Fonte: Elaboração própria
8
Cf. Saviani (1997). Porém, alternam-se os termos neste texto. Esclarecendo, Saviani cunha as
expressões “competência política” e “compromisso técnico” e no texto utiliza-se a expressão
“competência técnica” (saber fazer e conhecer) e “compromisso político” (saber analisar criticamente).
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UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E SUA IMPORTÂNCIA
PARA O TRABALHO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Fonte: http://migre.me/ahHOb
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Como uma das atribuições da coordenação é promover estudos e formação
continuada, acredita-se que a avaliação institucional auxilia a coordenação
pedagógica nessa organização, viabilizando a atualização pedagógica em serviço.
Elaborar estudos a partir dos resultados das avaliações seja a institucional
ou a externa, aplicada aos alunos, faz com que a coordenação tenha maior
segurança sobre essa ação que demanda muito estudo de quem organiza e de
quem participa.
Apesar de extensa vale a pena citar as considerações de Rocha (apud
BRANDALISE, 2011, p. 5), sobre a necessidade da avaliação institucional,
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- À medida que a sociedade se complexifica, as mudanças sociais
são mais rápidas e imprevisíveis e os sistemas educacionais são
maiores, a escola-organização vai-se tornando o meio natural e mais
importante de muitos projetos de mudança educacional.
c) Razões de ordem científico-pedagógica:
- Novas abordagens sobre os problemas das escolas e da educação
introduzidas pela comunidade científica a partir de suas
investigações: a valorização dos contextos escolares, a busca pelos
fatores explicativos da diferença de qualidade entre as escolas, a
passagem de uma pedagogia centrada no aluno para outra centrada
na escola, e a problematização da eficácia das reformas
educacionais, tanto em nível local como global.
- A consideração progressiva da avaliação da escola como estratégia
de inovação para introdução dos próprios processos de mudanças
nos espaços escolares.
- A evolução das concepções de avaliação da educação, que, de
uma visão voltada quase que exclusivamente para os alunos e
programas, passaram a valorizar os fatores relacionados não
somente ao contexto de sala de aula, mas também os fatores que
permitem uma ação mais ajustada aos demais contextos e objetivos
educacionais, na busca da melhoria da qualidade dos processos
educativos (práticas) e dos seus resultados (produtos).
d) Razões de ordem legal:
- As mudanças na legislação nacional a partir da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional - LDBEN 9394/96, que aponta para a
autonomia das escolas e consequente abertura para a necessidade
da sua avaliação. Faz referência à Organização da Educação
Nacional, no artigo 9º., incisos V, VI e VIII, ressaltando o princípio da
avaliação como uma das partes centrais da estrutura administrativa
da educação.
As razões apresentadas justificam a necessidade da existência da
avaliação das escolas. É uma nova exigência que as escolas são
confrontadas, e precisam aprender a fazer.
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Para o desencadeamento desse procedimento, primeiro entende-se que a
avaliação institucional em uma escola, deve ser desenvolvida com o caráter
participativo, movimento democrático em que todos os segmentos da escola se
envolvam, oferecendo assim confiabilidade aos dados levantados, legitimando e
qualificando o processo avaliativo. A partir dos resultados a escola tem como
planejar suas metas e ações com coerência e unidade oferecendo maior qualidade
ao seu trabalho, principalmente ao trabalho pedagógico.
A participação de todos os segmentos da escola, além de dar legitimidade
às ações avaliativas, favorece a interlocução entre os sujeitos, podendo assim lançar
mão de alguns pressupostos para dirigir a rotina da escola, tais como: o aprendizado
do aluno é responsabilidade de todos; o compromisso com a ação educativa e com
a organização administrativa e pedagógica da escola; a necessidade de que todos
contribuam com um ambiente que promova relações saudáveis, integrando as
pessoas e o trabalho, calcado no respeito mútuo, dentre outros.
Vista desta forma a avaliação institucional pode ser entendida como um
instrumento que auxilia o trabalho da gestão escolar, pois permite diagnosticar os
problemas, as necessidades, os anseios e colher sugestões de todos os
profissionais que ali atuam. Esse processo faz com que os profissionais sintam-se
sujeitos da ação, estimula assim, o sentimento de pertencimento de todos quanto
aos encaminhamentos e produção do ato educativo e da organização da escola.
A partir dos resultados a gestão pode tomar decisões quanto à definição de
prioridades, estabelecimento de metas e ações por segmento escolar, com vistas à
implementação do projeto pedagógico e curricular da escola. Nesse sentido, verifica-
se a importância da gestão escolar ter seu Plano de Trabalho, assim como a
coordenação pedagógica, estabelecendo a coerência do trabalho da escola como
um todo, integrando ações como as voltadas para a valorização das pessoas, a
manutenção da infraestrutura, a transparência financeira, a definição de projetos
significativos, enfim a organização da instituição que desenvolva uma política de
educação voltada para a gestão da aprendizagem.
Para que a gestão da aprendizagem se efetive, o trabalho da coordenação
pedagógica é de primeira necessidade, pois possibilita a consolidação de um
trabalho pedagógico coerente, de qualidade, pautado na cientificidade e não no
senso comum.
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Os momentos de reflexão que a avaliação institucional proporciona,
permitem à escola o exercício de sua autonomia frente à organização e efetivação
do processo educativo, com isto verifica-se a grande responsabilidade que têm a
escola e os sujeitos que ali atuam quanto às definições e formas de condução do
trabalho. Por isso, é importante ouvir a comunidade, manter um canal de diálogo
com os pais e demais pessoas que utilizam os serviços da escola.
A avaliação institucional entendida dessa maneira, qual seja, um instrumento
democrático de conhecimento das relações da escola, fortalece e valoriza o
segmento educacional e realimenta o processo de ensino e aprendizagem da
escola, processo cuja organização e encaminhamentos estão sob a
responsabilidade da coordenação pedagógica.
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a organização do trabalho administrativo (reuniões de Associação de
Pais e Mestres, reuniões de Conselho Escolar, etc.), pedagógico
(planejamento, Conselho de Classe, formação continuada, etc.) e os
impactos para a aprendizagem dos alunos;
a articulação entre a avaliação institucional e a avaliação externa
aplicada aos alunos, tendo como base o projeto pedagógico-curricular da
escola;
os resultados da produção e rendimentos da aprendizagem dos alunos;
a construção de um ambiente integrador, ético e transparente;
a definição do processo de formação continuada na escola;
o processo de articulação, participação e diálogo com a comunidade.
Com isto, conclui-se que a avaliação institucional não deve ter o caráter
punitivo e nem de premiação, pois sua real contribuição é promover as condições
para a elaboração de uma política educacional para a escola, legitimando o trabalho
que ali vem sendo desenvolvido.
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registrar, sistematizar a sua prática/experiência, dependerá o seu
futuro.
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políticos e os objetivos didáticos, à definição de conteúdos, à seleção de fontes para
estudos (não somente o livro didático), à definição dos procedimentos metodológicos
(diversificar as aulas, a rotina da escola, integrando os projetos e os espaços
educativos quanto aos objetivos da aula) e à definição dos instrumentos de
avaliação da aprendizagem, em concordância com o processo de avaliação da
escola (levando em consideração os indicadores da avaliação externa, mas não
somente esses, a escola deve construir seus próprios indicadores na composição de
seu currículo escolar).
Este aspecto é relevante, pois a partir dessas definições a coordenação
pedagógica orienta o trabalho didático do professor nos momentos de planejamento.
Esse momento também orienta as análises sobre o rendimento da aprendizagem
dos alunos e são balizadores do Conselho de Classe.
O terceiro aspecto é a organização dos momentos de planejamento com os
professores, seja o momento individual, em pequenos ou grandes grupos. O
planejamento é condição essencial para as tomadas de decisão na organização das
aulas em sala ou outro espaço, por meio de projetos ou outro procedimento. São os
momentos de planejamento que viabilizam, por exemplo, a organização e a política
do Conselho de Classe. Um Conselho repressor ou democrático.
O quarto aspecto é a organização do Conselho de Classe, pois é quando a
coordenação pedagógica, juntamente com os professores, faz a análise do
rendimento do aluno e de seu comportamento em sala de aula objetivando sua
aprendizagem.
A avaliação institucional pode informar quanto ao comportamento do aluno
em sala de aula, por exemplo, se cumpre todas as tarefas, quais seus momentos de
maior dificuldade e facilidade com determinado conteúdo, qual a atenção que dá às
tarefas, se há envolvimento familiar, se há algum interveniente prejudicando a
aprendizagem do aluno, em qual aspecto pedagógico pode ser estimulado para
avançar, dentre outros. As respostas a essas perguntam subsidiam o Conselho de
Classe e possibilitam a elaboração de instrumento de avaliação da situação de
aprendizagem de cada aluno, por isso é um momento rico de troca entre todos os
professores. O Conselho é a expressão dos encaminhamentos pedagógicos feito
pelo coletivo de professores, sob a mediação da coordenação pedagógica,
propiciando a articulação entre a avaliação da aprendizagem realizada no cotidiano
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da sala de aula, com a avaliação externa e respondendo a demanda identificada na
avaliação institucional.
Fonte: http://migre.me/bYHO5
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trabalham com a aprendizagem do aluno, quais sejam, os professores e a
coordenação pedagógica.
Nesse sentido a coordenação colhe material para sua ação integradora entre
o trabalho do professor, a aprendizagem do aluno e o diálogo com os pais,
legitimando a transparência do processo pedagógico da escola.
O quinto aspecto em destaque e que a avaliação institucional contribui para
o trabalho da coordenação pedagógica é quanto às relações interpessoais. Os
instrumentos podem assinalar os pontos de estrangulamento no diálogo entre as
pessoas, na transparência das relações e na ética do convívio social. Ao propor um
trabalho que vá ao encontro do fortalecimento das relações, a coordenação
pedagógica encontra espaço para ampliar o diálogo, enfrentar os conflitos, as
contradições e os meios adequados para superação dos problemas.
O sexto aspecto em destaque é que a avaliação institucional subsidia a
organização de um projeto de formação continuada para a escola em especial para
a coordenação e professores. Pode auxiliar ainda, nos procedimentos de formação,
ou seja, quais cursos com carga horária maior ou menor, palestras, simpósios, etc.;
quais temáticas devem ser abordadas, políticas públicas, avaliação, especificidade
das áreas de conhecimento, etc.
Para tanto a coordenação pedagógica ao acompanhar e consolidar o
trabalho pedagógico da escola primando por sua autonomia e pela identidade de
sua função deve,
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Empenhar-se interna e externamente à escola para diminuir a
rotatividade dos professores, a fim de que possa se constituir
efetivamente um grupo de trabalho na instituição.
Lutar pela continuidade crítica das políticas educacionais.
(VASCONCELLOS, 2007, p.116-117).
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REFERÊNCIAS
CRUZ, Maira Minelly; CASTRO, Selma Barros; LIMA, Ana Carla Ramalho.
Caminhos da coordenação pedagógica: uma análise histórica. 2009. (mimeo).
DURKHEIM, Emile. Educação e sociologia. 2. ed. (6º Milheiro). São Paulo: Comp.
Melhoramentos de S. Paulo. s/d.
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______. Democratização da escola pública. A pedagogia crítico-social dos
conteúdos. São Paulo; Loyola, 1993.
SILVA, Naura Syria Corrêa da. Supervisão educacional. Uma reflexão crítica.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1981.
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