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Beatriz Escalhorda Santos

Recursos Naturais – Geografia II

Recursos do Subsolo – Os recursos no subsolo são recursos naturais, sólidos, líquidos


ou gasosos, com origem na superfície terrestre e que o homem pode utilizar a seu
proveito. Os recursos do subsolo podem classificar-se em: recursos minerais (metálicos;
não metálicos; energéticos e rochas) ou recursos hidrominerais.

Localização dos recursos minerais:

 No continente;

 Nos arquipélagos.
Utilização dos recursos minerais:

 Indústria transformadora;
 Produção de energia;
 Construção civil e obras públicas;
 Mobiliário;
 Consumo e turismo termal

Nas unidades geomorfológicas:

 Maciço Antigo;
 Orlas Mesocenozoicas;
 Bacias sedimentares do Tejo e do Sado.

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Recursos Minerais:

 Metálicos - Recursos minerais explorados para a obtenção de um determinado


elemento metálico que faz parte da sua constituição.
Exemplos: ouro, prata, cobre, alumínio, ferro...

 Não metálicos - Recursos, também designados por minerais e rochas industriais,


constituem um grupo muito diversificado, incluindo minerais e rochas que são
principalmente utilizadas na construção civil em processos industriais de
natureza muito diversa.
Exemplos: sal-gema, quartzo, caulino, feldspato...

 Rochas Ornamentais - Rochas utilizadas na decoração dos edifícios e


ruas, em mobiliário e objetos decorativos..
Exemplos: calcário, mármore, granito...
 Rochas e Minerais industriais - Rochas que se destinam à transformação
industrial e à construção civil e obras publicas.
Exemplos: areias, argila, quartzo...

 Energéticos - Recursos minerais utilizados para a produção de energia elétrica,


calorífica ou mecânica.
Exemplos: petróleo, carvão, gás, urânio

1. Recursos Metálicos:

Os recursos metálicos concentram-se no Maciço Antigo, no Alentejo e no centro do


país. Os mais importantes do nosso país são:

 Cobre – mineral com maior produção nacional.


 Volfrâmio/tungsténio – teve a sua época dourada na 2ª Guerra Mundial, sendo
responsável pelo desenvolvimento da mina da Panasqueira. Aumento da procura
por parte de países como a China e a índia.
 Estanho – a sua produção aumentou a partir de 1990 com a abertura da mina de
Neves Corvo. Diminuição da sua produção com o encerramento das minas
(devido à baixa cotação do mesmo no mercado comercial).

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 Ferro – existe com alguma abundância no território nacional. A sua produção


tem decrescido devido à crise da indústria siderúrgica e metalomecânica e a uma
menor procura no mercado internacional, sem esquecer o encerramento de
minas (serra do Marão, Moncorvo e Cercal).

2. Recursos Não-Metálicos:
Nos recursos minerais não metálicos, incluem-se substâncias como o sal-gema, o
feldspato e as areias feldspáticas, o caulino, o quartzo, de maior valor
económico, e substâncias como a barite, o talco, o diatomito, com menor
expressividade económica.

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3. Rochas Ornamentais e Industriais:

As rochas industriais mais exploradas em Portugal são os calcários e os


granitos, bem como as areais e argilas. Assim, temos:

Calcário sedimentar comum (calcário, gesso e cré)


Origem – está presente em todo o país, mas provém sobretudo do
Maciço Calcário Estremenho (Orla Mesocenozoica Ocidental) e
Algarve (Orla Mesocenozoica Meridional).
Utilização – indústrias da construção civil e obras públicas, do
cimento, da cerâmica e da cal.
Granito
Origem – são exploradas ao longo do litoral, sendo na Bacia
Sedimentar do Tejo e Sado que a sua produção é mais elevada.
Utilização – indústria da construção civil e obras públicas.
As areais comuns (areia, saibro e pedra britada)
Origem – a sua exploração encontra-se no Maciço Antigo, sobretudo
no norte do país, que detém cerca de 68% do volume total da
produção.
Utilização – indústrias da construção civil e obras públicas (principal
utilizadora desta matéria-prima), do vidro e da cerâmica.
As argilas e o caulino
Origem – apesar da sua dispersão no território nacional, encontra-se
sobretudo nos distritos de Leiria (Leiria e Pombal), Aveiro (Mealhada,
Anadia e Águeda), Lisboa e Coimbra.
Utilização – indústria da cerâmica (cerca de 93%) e o caulino, em
pequenas quantidades é de artigos de borracha, matérias plásticas,
pesticidas e outros produtos agroquímicos.

As rochas ornamentais mais importantes são os mármores e os calcários, não


só por serem utilizadas na construção civil e obras públicas e na indústria do
mobiliário, mas por terem uma elevada importância a nível de exportações.

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Estas estão subdivididas:


 Rochas carbonatadas (mármores, calcário microcristalino e sedimentar e,
brecha calcária)
 Rochas siliciosas (granito, porfírio ácido, serpentinito, sienito, gabro e
dioriro)

4. Recursos Minerais Energéticos

Destinados à produção de energia, os recursos energéticos que tem sido


explorado no nosso país são, na generalidade, tal como os minerais, não
renováveis, como é o caso do carvão e do urânio. No entanto, também são
explorados recursos renováveis, como a geotermia.

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 Carvão:
 Papel preponderante na revolução industrial.
 Foi o primeiro combustível fóssil a ser utilizado pelas centrais
termoelétricas.
 Continua, apesar de não ter o peso do passado em virtude da exploração
de outras fontes de energia, a ser matéria-prima para a indústria.

Em Portugal…

 É um recurso escasso e apesar de no passado ter tido viabilidade


económica, com o encerramento das minas de S. Pedro da Cova, Santa
Susana e Pejão, a sua exploração é pouco relevante.
 Destinado na sua maioria à produção de energia elétrica, é na totalidade
importado de países como a Colômbia, África do Sul e EUA, tendo a sua
importação aumentado devido a:
 Ter terminado a sua extração no território nacional;
 Aumento do seu consumo devido à entrada em funcionamento de
novas centrais termoelétricas – Sines (1989) e Pego (1993);
 Aumento do seu consumo derivado de maus anos hidrológicos,
que se reflete numa baixa na produção hidroelétrica além do seu
preço competitivo face ao gás natural.

 Petróleo:
 É a partir da década de 1960, após a Segunda Guerra Mundial, que o
petróleo se torna na fonte energética mais procurada, devido à expansão
dos transportes e indústria.
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 Portugal também registou um aumento do consumo de petróleo a partir da


década de 1960, devido:
 ao crescimento da sua economia;
 ao facto de ser usado como combustível (nas centrais térmicas e
nos transportes) e como matéria-prima de várias indústrias
(químicas, plásticos, vernizes, borrachas, entre outras).

 Gás Natural:
O gás natural tem sido utilizado como combustível para reduzir a dependência
do petróleo sendo por isso considerado como energia alternativa, uma vez que é
a energia primária não renovável:
 Mais ecológica
 Económica
 Mais segura
 Com maior durabilidade, pois existem reservas para 100 anos.

O gás natural consumido em Portugal é oriundo do norte de África, da


Argélia. Este é transportado pelo gasoduto que liga o Magreb à Europa.

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 Urânio
 O urânio é um recurso mineral radioativo utilizado na produção de energia em
centrais nucleares.
 Portugal extrai urânio desde 1907 nas minas da Urgeiriça.
 Todo o urânio extraído em Portugal foi para exportação, dado que nunca
tivemos centrais nucleares.

Em Portugal …

Portugal optou sempre por não construir centrais nucleares devido ao facto de a
instalação deste tipo de estruturas acarretar enormes riscos do ponto de vista:

 Económico, pois não é uma energia barata, no que toca ao custo médio de
produção por kWh que é superior a outras formas de produção energética;
 Segurança, pelo perigo de acidentes, resultantes de falhas técnicas ou humanas
(como sucedeu em Chernobyl ou Fukushima) e por poder vir a ser usado para
fins bélicos.
 Ambiental, pela poluição radioativa, através da formação de resíduos nucleares
perigosos e emissão casual de radiações.
 Por outro lado, existe a poluição térmica, resultante das altas temperaturas da
água utilizada nos sistemas de arrefecimento das centrais que depois é lançada
aos cursos de água.

Protocolo de Quioto:

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Contudo, os altos preços do petróleo e os compromissos assumidos no Protocolo de


Quioto têm reacendido a discussão sobre a opção da energia nuclear em Portugal para a
produção de energia elétrica.

Os argumentos favoráveis centram-se na ideia de que tal opção permitiria:

 Reduzir o défice comercial;


 Aumentar a competitividade;
 Inverter a posição de Portugal, de importador de energia para
 exportador de energia;
 Cumprir o Protocolo de Quioto, dado que é uma forma de
 produção de energia que não emite dióxido de carbono para a atmosfera, não
contribuindo para as alterações climáticas.

Recursos Hidrotermais:

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Importância do setor mineiro nacional:

A indústria extrativa ainda não representa um papel de relevo na economia nacional,


mas a nível da economia regional já representa um papel significativo, uma vez que
as jazidas localizam-se, de forma geral, no interior do país, proporcionando:

 A criação de emprego nas áreas mais deprimidas, apesar da diminuição do


emprego direto nas minas e nas pedreiras;
 A melhoria das infraestruturas locais, como, por exemplo, de abastecimento de
água e da rede rodoviária.

Evolução do setor mineiro nacional:

A indústria extrativa tem registado, apesar das oscilações, uma tendência de aumento do
valor total da produção, resultante do aumento mais significativo no subsetor dos
minerais metálicos.

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Assim, a evolução da indústria extrativa nacional (considerando as minas, as pedreiras e


as águas) conheceu no geral:

 Entre 1990-1998, uma alteração provocada, sobretudo, pelo crescimento do


subsetor das minas, em resultado:
 Do arranque dos projetos de produção de concentrados de cobre, em 1998, e
de estanho em 1990, na mina de Neves Corvo, no Alentejo. Esta região passou
a ter um peso muito importante no contexto nacional.
 Entre 2001-2003, registou-se um decréscimo no valor do subsetor das minas,
devido:
 À diminuição da produção, dos minerais energéticos, nomeadamente, carvão e
urânio (deixou de ser produzido em 2001), cujos centros de produção se
localizavam nas regiões centro e norte;
 À regressão que se verificou nos minérios metálicos, preciosos e energéticos,
devido ao encerramento de minas causado pela diminuição das cotações
internacionais de metais básicos e preciosos.

 Até 2002, um acréscimo do subsetor das pedreiras, com o aumento da produção de


rochas ornamenteis e industriais, devido:
 Ao aumento da competitividade das empresas, provocado pela valorização no
país dos produtos comercializados;
 À melhoria dos padrões de qualidade;
 À maior agressividade nos mercados internacionais,
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 sobretudo das rochas ornamentais;


 À maior absorção destas matérias-primas pela construção
 civil e obras públicas.

 Em 2003, um decréscimo da importação das rochas ornamentais e industriais,


devido ao abrandamento das principais indústrias consumidoras (construção civil e
obras públicas).

 Entre 2004 e 2007, este setor conheceu um crescimento resultante:


 Do aumento da produção de minerais metálicos. Este aumento foi em parte
consequência do aumento das cotações do cobre, do volfrâmio e do estanho,
resultante da crescente procura de países como a China e a Índia e da
diminuição do ritmo de descobertas de grandes jazidas a nível mundial.

 Entre 2008 e 2009, um decréscimo, em resultado, por exemplo, do subsetor das


rochas, onde se verificou:
 A diminuição da produção de mármores, sobretudo em 2009, em consequência
da crise no setor, provocada: pela globalização; pela deficiente estrutura
comercial das empresas portuguesas nos mercados internacionais.

 Entre 2009 e 2010, um aumento resultante sobretudo:


 Nas minas, no setor dos minerais metálicos, devido ao aumento da cotação dos
metais nos mercados internacionais;
 Nas rochas, industriais e ornamentais, que continuam a ser o principal setor da
indústria extrativa;
 Nas águas, no engarrafamento de águas naturais e de nascente que mantiveram
a tendência de crescimento face ao aumento do consumo no mercado interno e
externo, sobretudo nos PALOP e Estados Unidos da América.

 Portugal nos últimos anos conheceu um aumento do valor global das exportações
dos seus recursos minerais e um decréscimo das importações.

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Os Recursos Minerais e o comércio externo

Em suma….

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