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Biologia e Geologia – 11º Ano

Geologia – Tema IV – FT11


Recursos geológicos

GRUPO I (Exame 2012, 1ª Fase)


Hidrogeologia da serra da Estrela
Na serra da Estrela, as condições geológicas constituem uma parte fundamental do sistema hidrogeológico
regional, uma vez que controlam os processos de infiltração e de recarga dos aquíferos, o tipo de meio de circulação
da água (poroso vs. fissurado), os trajetos de fluxo subterrâneo e a hidrogeoquímica.
Na bacia do rio Zêzere a montante de Manteigas (BZMM), foram estabelecidas várias unidades hidrogeológicas.
Nesta região, estão presentes três tipos de aquíferos inter-relacionados, que constam da Figura 1.
(i) Aquíferos superficiais, com circulação de águas subterrâneas normais, constituídos por depósitos de
cobertura e por rochas graníticas mais intensamente meteorizadas e/ou tectonizadas sobre rochas graníticas
menos meteorizadas e/ou tectonizadas.
(ii) Aquíferos intermédios, com circulação de águas subterrâneas normais, constituídos por rochas graníticas
fissuradas.
(iii) Aquíferos profundos, com circulação de águas termominerais, constituídos por rochas graníticas fissuradas.
Segundo este modelo, o sistema hidrogeológico da BZMM pode ser dividido em dois subsistemas interligados:
o das águas subterrâneas normais e o das águas termominerais. As primeiras são águas cuja temperatura de
emergência se encontra diretamente condicionada pela temperatura do ar, com resíduo seco inferior a 60 mg L –1.
As águas minerais são hipertérmicas (com temperatura máxima registada de 46 °C), com resíduo seco inferior a 170
mg L–1 e com teor em sílica (SiO2) superior a 45 mg L–1.

Figura 1

1. Os granitos da BZMM sofreram descompressão no processo que conduziu ao afloramento do maciço, formando-
se diaclases que
(A) favorecem a resistência da rocha à erosão.
(B) aumentam a superfície de meteorização da rocha.
(C) dificultam a génese de depósitos de cobertura.
(D) diminuem a permeabilidade da rocha.
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2. Do ponto de vista químico, as águas subterrâneas normais, consideradas neste estudo, distinguem-se das águas
termominerais pelo facto de as primeiras apresentarem uma concentração de resíduo seco
(A) maior e um teor em sílica menor.
(B) maior e um teor em sílica maior.
(C) menor e um teor em sílica menor.
(D) menor e um teor em sílica maior.

3. Grande parte da zona não saturada do sistema hidrogeológico da BZMM, onde ocorre fluxo lateral, apresenta
uma camada
(A) de reduzida permeabilidade sobrejacente a uma camada de rocha granítica muito fissurada.
(B) constituída por rocha granítica alterada sobrejacente a uma camada de permeabilidade reduzida.
(C) de elevada permeabilidade sobrejacente a uma camada de rocha sedimentar não consolidada.
(D) constituída por depósito sedimentar sobrejacente a uma camada de elevada permeabilidade.

4. Na BZMM, a recarga do aquífero termomineral é feita preferencialmente pela


(A) infiltração dos fluidos através das estruturas tectónicas regionais.
(B) infiltração dos fluidos através das rochas do aquífero superficial.
(C) circulação dos fluidos nos granitos fissurados do aquífero superficial.
(D) circulação dos fluidos nos granitos meteorizados da zona não saturada.

5. Nos aquíferos livres, em períodos de elevada precipitação, verifica-se


(A) uma diminuição da espessura da zona de aeração, sendo o nível freático mais superficial.
(B) um aumento da espessura da zona de aeração, sendo o nível freático menos superficial.
(C) uma diminuição da espessura da zona de saturação, sendo o nível freático mais superficial.
(D) um aumento da espessura da zona de saturação, sendo o nível freático menos superficial.

6. Faça corresponder cada uma das descrições de rochas da coluna A à respetiva designação, que consta da coluna
B.

COLUNA A COLUNA B

(a) Rocha sedimentar detrítica, porosa e pouco permeável. (1) Ardósia


(b) Rocha magmática cristalina, granular, impermeável quando não (2) Areia
fraturada ou alterada. (3) Argilito
(c) Rocha metamórfica de alto grau, foliada, impermeável quando não (4) Basalto
fraturada ou alterada. (5) Calcário
(d) Rocha sedimentar detrítica, não consolidada, muito porosa e permeável. (6) Gnaisse
(e) Rocha metamórfica de baixo grau, foliada, com baixa permeabilidade (7) Granito
quando não fraturada ou alterada. (8) Mármore

7. A água que circula para as zonas mais profundas do maciço granítico atinge o reservatório hidromineral da
BZMM, situado a 3,1 km de profundidade. O tempo de residência dos fluidos no aquífero é bastante longo,
havendo um desfasamento de 10 500 anos entre a infiltração nas áreas de recarga e a emergência nas Caldas
de Manteigas.
Explique de que modo a profundidade do aquífero e o tempo de permanência dos fluidos no reservatório
hidromineral contribuem para a mineralização das águas termominerais da serra da Estrela.

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Grupo II (Exame 2008, 1ª Fase)

O ouro é um metal precioso que, em estado nativo, ocorre em pequenas concentrações, na crosta terrestre.
Reage com fluidos circulantes e pode aparecer em filões associado a diferentes rochas como, por exemplo, gnaisse
ou granito. A alteração das rochas onde estes depósitos de ouro se encontram pode permitir o seu transporte por
diferentes agentes.
Em meados do século XIX, os exploradores deste minério acorriam com frequência a zonas onde a sua deposição
é maior. Utilizavam bateias (bacia em forma de calote esférica), que permitiam a separação, por gravidade, das
preciosas pepitas que se depositavam no fundo. Quando o ouro era recuperado do fundo dos rios, vinha
acompanhado de areias, siltes e argilas. Por vezes, as pepitas de ouro encontravam-se agregadas a fragmentos
rochosos, utilizando-se mercúrio para a sua extração.

1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, referentes à exploração de ouro
em ambiente fluvial.
(A) As partículas de ouro de dimensões muito reduzidas (coloidais) são transportadas em suspensão, à mesma
velocidade da água.
(B) Nas bateias, a reduzida densidade do ouro facilita a sua separação dos restantes detritos.
(C) As pepitas de ouro, transportadas ao longo de um rio, depositam-se quando a corrente perde energia.
(D) Os depósitos fluviais de onde se extrai o ouro são constituídos por rochas sedimentares quimiogénicas.
(E) Na alteração das rochas que contêm ouro ocorrem processos de meteorização física.
(F) A distância percorrida pelas pepitas de ouro depende da sua dimensão e da energia da corrente.
(G) As amostras de pepitas são tanto melhor calibradas quanto mais a jusante forem recolhidas.
(H) As pepitas de ouro de maiores dimensões são as que mais se afastam da jazida original.

2. A extração de ouro realizada pelos exploradores do século XIX provocou


(A) impactes ambientais positivos, que ainda hoje se fazem sentir.
(B) a corrida a este recurso, com o seu esgotamento no planeta.
(C) alterações na granulometria dos detritos, a montante do rio.
(D) a contaminação daquela região pelo mercúrio utilizado.

3. Uma jazida constitui uma reserva se o minério


(A) existir em baixa concentração.
(B) apresentar viabilidade económica.
(C) ocupar uma vasta área.
(D) se encontrar a pequena profundidade.

4. Uma intrusão magmática provoca metamorfismo ______, originando ______, a partir de argilito pré-existente.
(A) de contacto … corneana
(B) de contacto … quartzito
(C) regional … corneana
(D) regional … quartzito

5. A formação de gnaisse ocorre em ambientes onde o principal fator de metamorfismo é a


(A) temperatura elevada.
(B) circulação de fluidos.
(C) pressão não litostática.
(D) pressão litostática.

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6. As reservas subterrâneas de água formam-se, na crosta terrestre, em contextos geológicos de características
bem definidas.
O diagrama da Figura 2 representa um possível enquadramento geológico dessas reservas, numa região árida.

Figura 2

6.1. Os aquíferos 1 e 2, esquematizados na Figura 2, são


(A) livre e confinado, respetivamente. (C) ambos livres.
(B) confinado e livre, respetivamente. (D) ambos confinados.

6.2. A rocha-armazém do aquífero 1 encontra-se deformada em ______, uma vez que a camada mais ______
ocupa o núcleo da dobra.
(A) sinclinal … velha (C) anticlinal … velha
(B) sinclinal … nova (D) anticlinal … nova

6.3. A falha esquematizada é ______, originando a ______ do teto, em relação ao muro.


(A) normal … descida (C) inversa … subida
(B) normal … subida (D) inversa … descida

6.4. Relacione as características geológicas da região com a formação e a manutenção dos aquíferos
representados no diagrama da Figura 2.

6.5. As afirmações seguintes dizem respeito à formação e à evolução dos oásis representados no diagrama da
Figura 2.
I. A existência de uma falha impediu o aparecimento de água à superfície.
II. Rochas quimiogénicas surgem, nos oásis, por evaporação excessiva de água.
III. A ascensão de água à superfície nos oásis resulta da elevada pressão hidrostática nos aquíferos.
(A) II e III são verdadeiras; I é falsa. (C) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I e II são verdadeiras; III é falsa. (D) I é verdadeira; II e III são falsas.

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Grupo III (Exame 2012, Época especial)
As termas do Carvalhal
As termas do Carvalhal, situadas no concelho de Castro Daire, no distrito de Viseu, são abastecidas por dois
furos, um com 62 metros e outro com 86 metros de profundidade, apresentando respetivamente uma temperatura
da água de 36 °C e de 42 °C. Uma nova captação, a uma profundidade na ordem dos 600 metros, permitiu um
aumento da temperatura da água para cerca de 60 °C, perspetivando um aproveitamento geotérmico no
aquecimento do balneário e das unidades hoteleiras.
Na região, predominam os granitos. Estes fazem parte de um afloramento ígneo que, em planta, apresenta
forma circular, localizando-se as termas do Carvalhal na zona central. A envolver estas rochas, encontram-se
maciços de rochas xistentas. Sobre o substrato granítico assentam, ao longo da linha de água, depósitos aluviais,
que constituem solos essencialmente arenosos, com alguma matéria orgânica.
O maciço granítico é atravessado por uma grande falha principal vertical e por diversas falhas secundárias,
apresentando fraturação de extensão quilométrica. Devido ao facto de o percurso do rio Paiva coincidir com a zona
fraturada, esta serve como conduta, facilitando a infiltração da água e provocando a recarga do aquífero profundo.
A Figura 3 representa um esboço em corte do modelo hidrogeológico de água mineral das termas do Carvalhal,
evidenciando a recarga a grandes profundidades.

Figura 3

1. Relativamente ao valor médio crustal (1 °C por cada 33 m de profundidade), as termas do Carvalhal apresentam
um gradiente geotérmico mais
(A) baixo e um potencial de aproveitamento energético de alta entalpia.
(B) baixo e um potencial de aproveitamento energético de baixa entalpia.
(C) elevado e um potencial de aproveitamento energético de alta entalpia.
(D) elevado e um potencial de aproveitamento energético de baixa entalpia.
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2. A localização das nascentes termais do Carvalhal está associada a
(A) vulcanismo residual recente.
(B) relevantes acidentes tectónicos.
(C) depósitos aluviais de superfície.
(D) ressurgência de águas magmáticas.

3. As águas das termas do Carvalhal provêm de um aquífero cuja zona de saturação ocorre em
(A) depósitos sedimentares orgânicos.
(B) depósitos fluviais arenosos.
(C) rochas plutónicas.
(D) rochas xistentas.

4. A existência do aquífero no maciço de Castro de Aire deve-se à presença de


(A) granitos inalterados que apresentam elevada permeabilidade.
(B) xistos inalterados que apresentam maior permeabilidade que os granitos.
(C) granitos fissurados que apresentam permeabilidade média.
(D) xistos fissurados que apresentam menor permeabilidade que os granitos.

5. Os granitos e os xistos são rochas, respetivamente,


(A) de textura agranular e de textura não foliada.
(B) de textura granular e de textura foliada.
(C) de textura agranular e de textura foliada.
(D) de textura granular e de textura não foliada.

6. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que, no ciclo das
rochas, podem conduzir à formação de uma rocha plutónica a partir de um afloramento rochoso. Escreva, na
folha de respostas, apenas a sequência de letras.
A. Litificação de sedimentos devido, entre outros fatores, ao aumento da pressão litostática.
B. Fusão dos minerais associada ao aumento da pressão e da temperatura.
C. Consolidação lenta do magma em profundidade por diminuição da temperatura.
D. Alteração da rocha devido à atuação dos agentes de geodinâmica externa.
E. Recristalização dos minerais associada à tensão tectónica.

7. Explique em que medida as fraturas do plutonito contribuem para a existência de nascentes de água com
temperaturas superiores a 40 °C.

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Grupo IV (Exame 2011, 2ª fase)

«Pegmatito» é um termo textural usado para descrever rochas magmáticas de grão muito grosseiro
(maioritariamente > 3 cm), com composição química quase sempre similar à das rochas graníticas. Os pegmatitos
formam-se a partir de frações residuais magmáticas ou decorrem da atividade hidrotermal caracterizada quer por
fenómenos de ebulição, quer por processos de mistura de fluidos quimicamente distintos, o que se reflete na
mineralogia dos pegmatitos, muitas vezes caracterizada pela incorporação substancial de metais raros, entre os
quais berílio (Be), lítio (Li), estanho (Sn), tungsténio (W), rubídio (Rb), césio (Cs), nióbio (Nb) e tântalo (Ta). Os
pegmatitos ocorrem, frequentemente, em cortejo de filões, formando os chamados campos pegmatíticos, nos
quais é, por vezes, possível definir também uma zonação químico-mineralógica, como acontece no campo
pegmatítico do tipo LCT (Li – Cs – Ta), esquematicamente representado na Figura 4.
As principais ocorrências pegmatíticas distribuem-se, em Portugal, por terrenos graníticos constituintes das
regiões beirãs. Apresentam interesse económico, por constituírem uma fonte importante de pedras preciosas, de
pedras semipreciosas, de minerais industriais e de metais raros. Por exemplo, os pegmatitos podem conter
lepidolite, uma mica, a partir da qual se pode obter Li para fins industriais, como são os casos da indústria cerâmica
e da indústria vidreira.
Na região da Guarda, onde se extrai lepidolite em minas a céu aberto, está em curso um conjunto de pesquisas
que visam desenvolver um processo industrial de tratamento do Li para aplicações recentes e com grande potencial
de crescimento da procura, como é o caso das baterias para automóveis elétricos.
A referida exploração pode tornar Portugal um importante fornecedor de Li, um recurso mineral, para a indústria
automóvel, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável, principalmente se a energia elétrica for
proveniente de uma fonte renovável.

Baseado em A. Mateus, M. Gaspar, Jazigos Pegmatíticos, Departamento de Geologia, FCUL, 2007

Figura 4

1. Os pegmatitos das regiões beirãs são rochas


(A) plutónicas ricas em aluminossilicatos.
(B) vulcânicas ricas em aluminossilicatos.
(C) plutónicas ricas em minerais ferromagnesianos.
(D) vulcânicas ricas em minerais ferromagnesianos.
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2. No campo pegmatítico do tipo LCT esquematicamente representado na Figura 4,
(A) a densidade de filões aumenta com a distância em relação à fonte dos fluidos magmáticos.
(B) o teor em voláteis varia na razão inversa da densidade de filões.
(C) a diversidade de metais raros aumenta na razão inversa do teor em voláteis.
(D) a densidade de filões é tanto maior quanto maior for a diversidade de metais raros.

3. O mesmo magma que origina gabro pode contribuir para formar pegmatitos ácidos, pois os minerais
característicos do gabro tendem a formar-se
(A) simultaneamente com os minerais do pegmatito.
(B) antes dos minerais do pegmatito.
(C) depois dos minerais do pegmatito.
(D) alternadamente com os minerais do pegmatito.

4. Num campo pegmatítico de tipo LCT, podemos encontrar jazigos minerais de onde se extrai
(A) ganga, tendo em vista a produção de Li.
(B) minério, tendo em vista a produção de Li.
(C) Li, tendo em vista a produção de ganga.
(D) Li, tendo em vista a produção de minério.

5. A lepidolite é um recurso mineral


(A) renovável e não metálico.
(B) não renovável e não metálico.
(C) renovável e metálico.
(D) não renovável e metálico.

6. Faça corresponder cada uma das descrições de propriedades dos minerais expressas na coluna A à respetiva
designação, que consta da coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA A COLUNA B

(1) Brilho
(a) Tendência de um mineral para partir segundo direções preferenciais. (2) Clivagem
(b) Resistência de um mineral à abrasão. (3) Composição
(4) Densidade
(c) Forma regular como os átomos de um mineral se distribuem no espaço.
(5) Dureza
(d) Forma como um mineral reflete a luz. (6) Estrutura cristalina
(e) Cor do mineral quando reduzido a pó. (7) Fratura
(8) Risca

7. Explique, a partir da informação do texto, de que forma a exploração da lepidolite poderá contribuir para a
minimização da subida da temperatura no planeta.

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Biologia e Geologia – 11º Ano
Geologia – Tema IV – FT11 – CC
Recursos geológicos

GRUPO I (Exame 2012, 1ª Fase)


Hidrogeologia da serra da Estrela
Na serra da Estrela, as condições geológicas constituem uma parte fundamental do sistema hidrogeológico
regional, uma vez que controlam os processos de infiltração e de recarga dos aquíferos, o tipo de meio de circulação
da água (poroso vs. fissurado), os trajetos de fluxo subterrâneo e a hidrogeoquímica.
Na bacia do rio Zêzere a montante de Manteigas (BZMM), foram estabelecidas várias unidades hidrogeológicas.
Nesta região, estão presentes três tipos de aquíferos inter-relacionados, que constam da Figura 1.
(i) Aquíferos superficiais, com circulação de águas subterrâneas normais, constituídos por depósitos de
cobertura e por rochas graníticas mais intensamente meteorizadas e/ou tectonizadas sobre rochas graníticas
menos meteorizadas e/ou tectonizadas.
(ii) Aquíferos intermédios, com circulação de águas subterrâneas normais, constituídos por rochas graníticas
fissuradas.
(iii) Aquíferos profundos, com circulação de águas termominerais, constituídos por rochas graníticas fissuradas.
Segundo este modelo, o sistema hidrogeológico da BZMM pode ser dividido em dois subsistemas interligados:
o das águas subterrâneas normais e o das águas termominerais. As primeiras são águas cuja temperatura de
emergência se encontra diretamente condicionada pela temperatura do ar, com resíduo seco inferior a 60 mg L –1.
As águas minerais são hipertérmicas (com temperatura máxima registada de 46 °C), com resíduo seco inferior a 170
mg L–1 e com teor em sílica (SiO2) superior a 45 mg L–1.

Figura 1

1. Os granitos da BZMM sofreram descompressão no processo que conduziu ao afloramento do maciço, formando-
se diaclases que
(A) favorecem a resistência da rocha à erosão.
(B) aumentam a superfície de meteorização da rocha.
(C) dificultam a génese de depósitos de cobertura.
(D) diminuem a permeabilidade da rocha.
1
2. Do ponto de vista químico, as águas subterrâneas normais, consideradas neste estudo, distinguem-se das águas
termominerais pelo facto de as primeiras apresentarem uma concentração de resíduo seco
(A) maior e um teor em sílica menor.
(B) maior e um teor em sílica maior.
(C) menor e um teor em sílica menor.
(D) menor e um teor em sílica maior.

3. Grande parte da zona não saturada do sistema hidrogeológico da BZMM, onde ocorre fluxo lateral, apresenta
uma camada
(A) de reduzida permeabilidade sobrejacente a uma camada de rocha granítica muito fissurada.
(B) constituída por rocha granítica alterada sobrejacente a uma camada de permeabilidade reduzida.
(C) de elevada permeabilidade sobrejacente a uma camada de rocha sedimentar não consolidada.
(D) constituída por depósito sedimentar sobrejacente a uma camada de elevada permeabilidade.

4. Na BZMM, a recarga do aquífero termomineral é feita preferencialmente pela


(A) infiltração dos fluidos através das estruturas tectónicas regionais.
(B) infiltração dos fluidos através das rochas do aquífero superficial.
(C) circulação dos fluidos nos granitos fissurados do aquífero superficial.
(D) circulação dos fluidos nos granitos meteorizados da zona não saturada.

5. Nos aquíferos livres, em períodos de elevada precipitação, verifica-se


(A) uma diminuição da espessura da zona de aeração, sendo o nível freático mais superficial.
(B) um aumento da espessura da zona de aeração, sendo o nível freático menos superficial.
(C) uma diminuição da espessura da zona de saturação, sendo o nível freático mais superficial.
(D) um aumento da espessura da zona de saturação, sendo o nível freático menos superficial.

6. Faça corresponder cada uma das descrições de rochas da coluna A à respetiva designação, que consta da coluna
B.

COLUNA A COLUNA B

(a) Rocha sedimentar detrítica, porosa e pouco permeável. 3 (1) Ardósia


(b) Rocha magmática cristalina, granular, impermeável quando não fraturada (2) Areia
ou alterada. 7 (3) Argilito
(c) Rocha metamórfica de alto grau, foliada, impermeável quando não (4) Basalto
fraturada ou alterada. 6 (5) Calcário
(d) Rocha sedimentar detrítica, não consolidada, muito porosa e permeável. 2 (6) Gnaisse
(e) Rocha metamórfica de baixo grau, foliada, com baixa permeabilidade (7) Granito
quando não fraturada ou alterada. 1 (8) Mármore

7. A água que circula para as zonas mais profundas do maciço granítico atinge o reservatório hidromineral da
BZMM, situado a 3,1 km de profundidade. O tempo de residência dos fluidos no aquífero é bastante longo,
havendo um desfasamento de 10 500 anos entre a infiltração nas áreas de recarga e a emergência nas Caldas
de Manteigas.
Explique de que modo a profundidade do aquífero e o tempo de permanência dos fluidos no reservatório
hidromineral contribuem para a mineralização das águas termominerais da serra da Estrela.
À medida que a profundidade do aquífero (rocha) aumenta, também aumenta a temperatura e o tempo de permanência
dos fluidos nas rochas. Com o aumento da temperatura, aumenta o poder dissolvente da água. Assim, a temperatura da
água e o tempo de permanência das águas termominerais no aquífero contribuem para o aumento da sua mineralização.

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Grupo II (Exame 2008, 1ª Fase)

O ouro é um metal precioso que, em estado nativo, ocorre em pequenas concentrações, na crosta terrestre.
Reage com fluidos circulantes e pode aparecer em filões associado a diferentes rochas como, por exemplo, gnaisse
ou granito. A alteração das rochas onde estes depósitos de ouro se encontram pode permitir o seu transporte por
diferentes agentes.
Em meados do século XIX, os exploradores deste minério acorriam com frequência a zonas onde a sua deposição
é maior. Utilizavam bateias (bacia em forma de calote esférica), que permitiam a separação, por gravidade, das
preciosas pepitas que se depositavam no fundo. Quando o ouro era recuperado do fundo dos rios, vinha
acompanhado de areias, siltes e argilas. Por vezes, as pepitas de ouro encontravam-se agregadas a fragmentos
rochosos, utilizando-se mercúrio para a sua extração.

1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, referentes à exploração de ouro
em ambiente fluvial.
(A) As partículas de ouro de dimensões muito reduzidas (coloidais) são transportadas em suspensão, à mesma
velocidade da água. V
(B) Nas bateias, a reduzida densidade do ouro facilita a sua separação dos restantes detritos. F
(C) As pepitas de ouro, transportadas ao longo de um rio, depositam-se quando a corrente perde energia. V
(D) Os depósitos fluviais de onde se extrai o ouro são constituídos por rochas sedimentares quimiogénicas. F
(E) Na alteração das rochas que contêm ouro ocorrem processos de meteorização física. V
(F) A distância percorrida pelas pepitas de ouro depende da sua dimensão e da energia da corrente. V
(G) As amostras de pepitas são tanto melhor calibradas quanto mais a jusante forem recolhidas. V
(H) As pepitas de ouro de maiores dimensões são as que mais se afastam da jazida original. F

2. A extração de ouro realizada pelos exploradores do século XIX provocou


(A) impactes ambientais positivos, que ainda hoje se fazem sentir.
(B) a corrida a este recurso, com o seu esgotamento no planeta.
(C) alterações na granulometria dos detritos, a montante do rio.
(D) a contaminação daquela região pelo mercúrio utilizado.

3. Uma jazida constitui uma reserva se o minério


(A) existir em baixa concentração.
(B) apresentar viabilidade económica.
(C) ocupar uma vasta área.
(D) se encontrar a pequena profundidade.

4. Uma intrusão magmática provoca metamorfismo ______, originando ______, a partir de argilito pré-existente.
(A) de contacto … corneana
(B) de contacto … quartzito
(C) regional … corneana
(D) regional … quartzito

5. A formação de gnaisse ocorre em ambientes onde o principal fator de metamorfismo é a


(A) temperatura elevada.
(B) circulação de fluidos.
(C) pressão não litostática.
(D) pressão litostática.

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6. As reservas subterrâneas de água formam-se, na crosta terrestre, em contextos geológicos de características
bem definidas.
O diagrama da Figura 2 representa um possível enquadramento geológico dessas reservas, numa região árida.

Figura 2

6.1. Os aquíferos 1 e 2, esquematizados na Figura 2, são


(A) livre e confinado, respetivamente. (C) ambos livres.
(B) confinado e livre, respetivamente. (D) ambos confinados.

6.2. A rocha-armazém do aquífero 1 encontra-se deformada em ______, uma vez que a camada mais ______
ocupa o núcleo da dobra.
(A) sinclinal … velha (C) anticlinal … velha
(B) sinclinal … nova (D) anticlinal … nova

6.3. A falha esquematizada é ______, originando a ______ do teto, em relação ao muro.


(A) normal … descida (C) inversa … subida
(B) normal … subida (D) inversa … descida

6.4. Relacione as características geológicas da região com a formação e a manutenção dos aquíferos
representados no diagrama da Figura 2.
Na região formam-se aquíferos porque existe uma rocha armazém porosa e permeável, o arenito. Os
aquíferos são cativos/confinados porque estão delimitados superior e inferiormente por duas camadas de
argilitos, rochas impermeáveis. Como são cativos, a sua manutenção depende de uma zona de recarga
lateral.

6.5. As afirmações seguintes dizem respeito à formação e à evolução dos oásis representados no diagrama da
Figura 2.
I. A existência de uma falha impediu o aparecimento de água à superfície.
II. Rochas quimiogénicas surgem, nos oásis, por evaporação excessiva de água.
III. A ascensão de água à superfície nos oásis resulta da elevada pressão hidrostática nos aquíferos.
(A) II e III são verdadeiras; I é falsa. (C) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I e II são verdadeiras; III é falsa. (D) I é verdadeira; II e III são falsas.

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Grupo III (Exame 2012, Época especial)
As termas do Carvalhal
As termas do Carvalhal, situadas no concelho de Castro Daire, no distrito de Viseu, são abastecidas por dois
furos, um com 62 metros e outro com 86 metros de profundidade, apresentando respetivamente uma temperatura
da água de 36 °C e de 42 °C. Uma nova captação, a uma profundidade na ordem dos 600 metros, permitiu um
aumento da temperatura da água para cerca de 60 °C, perspetivando um aproveitamento geotérmico no
aquecimento do balneário e das unidades hoteleiras.
Na região, predominam os granitos. Estes fazem parte de um afloramento ígneo que, em planta, apresenta
forma circular, localizando-se as termas do Carvalhal na zona central. A envolver estas rochas, encontram-se
maciços de rochas xistentas. Sobre o substrato granítico assentam, ao longo da linha de água, depósitos aluviais,
que constituem solos essencialmente arenosos, com alguma matéria orgânica.
O maciço granítico é atravessado por uma grande falha principal vertical e por diversas falhas secundárias,
apresentando fraturação de extensão quilométrica. Devido ao facto de o percurso do rio Paiva coincidir com a zona
fraturada, esta serve como conduta, facilitando a infiltração da água e provocando a recarga do aquífero profundo.
A Figura 3 representa um esboço em corte do modelo hidrogeológico de água mineral das termas do Carvalhal,
evidenciando a recarga a grandes profundidades.

Figura 3

1. Relativamente ao valor médio crustal (1 °C por cada 33 m de profundidade), as termas do Carvalhal apresentam
um gradiente geotérmico mais
(A) baixo e um potencial de aproveitamento energético de alta entalpia.
(B) baixo e um potencial de aproveitamento energético de baixa entalpia.
(C) elevado e um potencial de aproveitamento energético de alta entalpia.
(D) elevado e um potencial de aproveitamento energético de baixa entalpia.
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2. A localização das nascentes termais do Carvalhal está associada a
(A) vulcanismo residual recente.
(B) relevantes acidentes tectónicos.
(C) depósitos aluviais de superfície.
(D) ressurgência de águas magmáticas.

3. As águas das termas do Carvalhal provêm de um aquífero cuja zona de saturação ocorre em
(A) depósitos sedimentares orgânicos.
(B) depósitos fluviais arenosos.
(C) rochas plutónicas.
(D) rochas xistentas.

4. A existência do aquífero no maciço de Castro de Aire deve-se à presença de


(A) granitos inalterados que apresentam elevada permeabilidade.
(B) xistos inalterados que apresentam maior permeabilidade que os granitos.
(C) granitos fissurados que apresentam permeabilidade média.
(D) xistos fissurados que apresentam menor permeabilidade que os granitos.

5. Os granitos e os xistos são rochas, respetivamente,


(A) de textura agranular e de textura não foliada.
(B) de textura granular e de textura foliada.
(C) de textura agranular e de textura foliada.
(D) de textura granular e de textura não foliada.

6. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que, no ciclo das
rochas, podem conduzir à formação de uma rocha plutónica a partir de um afloramento rochoso. Escreva, na
folha de respostas, apenas a sequência de letras.
A. Litificação de sedimentos devido, entre outros fatores, ao aumento da pressão litostática.
B. Fusão dos minerais associada ao aumento da pressão e da temperatura.
C. Consolidação lenta do magma em profundidade por diminuição da temperatura.
D. Alteração da rocha devido à atuação dos agentes de geodinâmica externa.
E. Recristalização dos minerais associada à tensão tectónica.
D, A, E, B, C.

7. Explique em que medida as fraturas do plutonito contribuem para a existência de nascentes de água com
temperaturas superiores a 40 °C.
A existência de fraturas no plutonito permite a infiltração das águas até níveis profundos onde aquecem. Estas
águas aquecidas/ a 40 °C ascendem posteriormente através das fraturas do maciço granítico.

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Grupo IV (Exame 2011, 2ª fase)

«Pegmatito» é um termo textural usado para descrever rochas magmáticas de grão muito grosseiro
(maioritariamente > 3 cm), com composição química quase sempre similar à das rochas graníticas. Os pegmatitos
formam-se a partir de frações residuais magmáticas ou decorrem da atividade hidrotermal caracterizada quer por
fenómenos de ebulição, quer por processos de mistura de fluidos quimicamente distintos, o que se reflete na
mineralogia dos pegmatitos, muitas vezes caracterizada pela incorporação substancial de metais raros, entre os
quais berílio (Be), lítio (Li), estanho (Sn), tungsténio (W), rubídio (Rb), césio (Cs), nióbio (Nb) e tântalo (Ta). Os
pegmatitos ocorrem, frequentemente, em cortejo de filões, formando os chamados campos pegmatíticos, nos
quais é, por vezes, possível definir também uma zonação químico-mineralógica, como acontece no campo
pegmatítico do tipo LCT (Li – Cs – Ta), esquematicamente representado na Figura 4.
As principais ocorrências pegmatíticas distribuem-se, em Portugal, por terrenos graníticos constituintes das
regiões beirãs. Apresentam interesse económico, por constituírem uma fonte importante de pedras preciosas, de
pedras semipreciosas, de minerais industriais e de metais raros. Por exemplo, os pegmatitos podem conter
lepidolite, uma mica, a partir da qual se pode obter Li para fins industriais, como são os casos da indústria cerâmica
e da indústria vidreira.
Na região da Guarda, onde se extrai lepidolite em minas a céu aberto, está em curso um conjunto de pesquisas
que visam desenvolver um processo industrial de tratamento do Li para aplicações recentes e com grande potencial
de crescimento da procura, como é o caso das baterias para automóveis elétricos.
A referida exploração pode tornar Portugal um importante fornecedor de Li, um recurso mineral, para a indústria
automóvel, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável, principalmente se a energia elétrica for
proveniente de uma fonte renovável.

Baseado em A. Mateus, M. Gaspar, Jazigos Pegmatíticos, Departamento de Geologia, FCUL, 2007

Figura 4

1. Os pegmatitos das regiões beirãs são rochas


(A) plutónicas ricas em aluminossilicatos.
(B) vulcânicas ricas em aluminossilicatos.
(C) plutónicas ricas em minerais ferromagnesianos.
(D) vulcânicas ricas em minerais ferromagnesianos.
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2. No campo pegmatítico do tipo LCT esquematicamente representado na Figura 4,
(A) a densidade de filões aumenta com a distância em relação à fonte dos fluidos magmáticos.
(B) o teor em voláteis varia na razão inversa da densidade de filões.
(C) a diversidade de metais raros aumenta na razão inversa do teor em voláteis.
(D) a densidade de filões é tanto maior quanto maior for a diversidade de metais raros.

3. O mesmo magma que origina gabro pode contribuir para formar pegmatitos ácidos, pois os minerais
característicos do gabro tendem a formar-se
(A) simultaneamente com os minerais do pegmatito.
(B) antes dos minerais do pegmatito.
(C) depois dos minerais do pegmatito.
(D) alternadamente com os minerais do pegmatito.

4. Num campo pegmatítico de tipo LCT, podemos encontrar jazigos minerais de onde se extrai
(A) ganga, tendo em vista a produção de Li.
(B) minério, tendo em vista a produção de Li.
(C) Li, tendo em vista a produção de ganga.
(D) Li, tendo em vista a produção de minério.

5. A lepidolite é um recurso mineral


(A) renovável e não metálico.
(B) não renovável e não metálico.
(C) renovável e metálico.
(D) não renovável e metálico.

6. Faça corresponder cada uma das descrições de propriedades dos minerais expressas na coluna A à respetiva
designação, que consta da coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA A COLUNA B

(1) Brilho
(a) Tendência de um mineral para partir segundo direções preferenciais. 2 (2) Clivagem
(b) Resistência de um mineral à abrasão. 5 (3) Composição
(4) Densidade
(c) Forma regular como os átomos de um mineral se distribuem no espaço. 6
(5) Dureza
(d) Forma como um mineral reflete a luz. 1 (6) Estrutura cristalina
(e) Cor do mineral quando reduzido a pó. 8 (7) Fratura
(8) Risca

7. Explique, a partir da informação do texto, de que forma a exploração da lepidolite poderá contribuir para a
minimização da subida da temperatura no planeta.
A exploração de lepidolite permite o fornecimento de Li que é utilizado na construção de baterias para
automóveis elétricos. Com o aumento do número de automóveis elétricos diminuiria o consumo de
combustíveis fósseis. Deste modo, haveria uma menor emissão de gases com efeito de estufa / CO2 o que
contribuiria para a minimização do aumento da temperatura no planeta.

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