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Energia eólica

Prof. Alexandre Vargas Grillo

Descrição

Estudo da aplicabilidade de um recurso de energia renovável, do tipo


eólico, incentivo para a sua implementação, vantagens e desvantagens
relacionadas à fonte alternativa de energia limpa, apresentação das
fórmulas relacionadas ao cálculo da potência e análise econômica.

Propósito

O incentivo de diferentes governos, podendo ser representado pelo


Ministério do Planejamento, Ciência e Tecnologia para a implementação,
incentivo e desenvolvimento de uma geração de energia limpa,
substituindo a queima de combustíveis fósseis, vem sendo cada vez
mais difundida e presente na sociedade atual. A alternativa desse modo
de energia é de suma importância para profissionais de engenharia.

Objetivos

Módulo 1

Recursos eólicos e potência de um sistema


eólico
Analisar os conceitos fundamentais e preliminares da energia eólica,
além da história, das aplicações e de seus recursos.

Módulo 2

Energia eólica no Brasil e no mundo


Analisar a implementação de parques eólicos a nível nacional e
internacional, o funcionamento de aerogeradores e os aspectos
econômicos.

Módulo 3

Aplicações industriais
Reconhecer a energia eólica quanto às suas aplicações, aos
impactos socioambientais e às perspectivas futuras.

meeting_room
Introdução
No vídeo a seguir, você entenderá os aspectos e a importância da
implantação de um processo de energia eólica — geração de energia
renovável e limpa.
1 - Recursos eólicos e potência de um sistema eólico
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar os conceitos fundamentais e preliminares
da energia eólica, além da história, das aplicações e de seus recursos.

Vamos começar!

video_library
A importância da energia limpa –
eólica
Conheça os principais pontos que serão abordados neste módulo.

Conceitos fundamentais
História
Diferentes sociedades, principalmente dos países mais industrializados,
buscam, ao longo dos últimos cinquenta anos, diferentes fontes
alternativas de energia que apresentem como maior objetivo a
diminuição da camada de ozônio e, consequentemente, a redução do
aquecimento global. Diante dessa premissa, vamos estudar e analisar o
panorama de implantação de projetos relacionados à energia eólica?

Vamos começar entendendo como a energia tem sido produzida ao


longo do tempo.

flag A partir de 1001

Desde o início do segundo milênio, fontes de


energia tais como a água, o vento e a queima de
lenha propiciaram a geração de calor como fonte de
energia na forma calorífica.

flag A partir de 1760

Desde o início da Primeira e, principalmente da


Segunda Revolução Industrial, essas fontes de
energia foram substituídas por outras, tais como
carvão, petróleo e gás natural, e até mesmo houve a
ampliação de redes industriais ligadas à energia
nuclear.
flag A partir de 1973

Mais exatamente a partir de outubro de 1973,


ocorreu a primeira grande crise petrolífera, afetando
principalmente os países industriais. Além da crise
socioeconômica, também veio à tona a
preocupação ambiental, devido ao aumento da
camada de ozônio e, consequentemente, do
aumento do aquecimento global.

Foi a partir de todas essas circunstâncias e premissas apresentadas


acima, que governantes e chefes de Estado colocaram em pauta a
necessidade da utilização de fontes energéticas renováveis,
principalmente a implementação da energia eólica.

A energia eólica se caracteriza por ser uma das fontes de energia


renováveis mais promissoras, marcada por uma tecnologia utilizada
tanto na Europa (Alemanha, Holanda) quanto nos Estados Unidos,
apresentando enormes turbinas eólicas, isoladas ou até mesmo em um
conjunto de 4 ou 5 e, cada vez mais, configurando lindas paisagens que
são apresentadas como cartão-postal de parques eólicos com até 50
unidades.

Definição e Aplicações
A energia eólica é uma fonte de energia renovável que consiste na
energia cinética contida nas massas ou correntes de ar em movimento
(vento).

Seu aproveitamento ocorre a partir da conversão da


energia cinética de translação em energia cinética de
rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também
definido como aerogeradores, para a geração e
produção de energia elétrica. A conversão da energia
cinética dos ventos em energia mecânica vem sendo
utilizada pela humanidade há mais de 3 mil anos.

A energia eólica é utilizada há milhares de anos com as mesmas


finalidades, a saber: bombeamento de água, moagem de grãos e outras
aplicações que envolvem energia mecânica. Na área da geração de
energia elétrica, somente a partir da crise do petróleo, na década de
1970, houve interesse e investimentos suficientes para viabilizar o
desenvolvimento e a aplicação de equipamentos em escala comercial.

Recursos eólicos
Estudando o movimento dos ventos
Um dos primeiros passos para o bom entendimento para a aplicação de
um parque eólico refere-se a um estudo preliminar na obtenção de
dados relativo ao movimento dos ventos, a partir de medições no local
de interesse, que devem ser conduzidas da melhor maneira possível
para garantir a confiabilidade dos resultados, uma vez que pequenos
erros na medição da velocidade do vento se propagam em grandes
erros na estimativa de produção energética e, consequentemente,
podem levar a receitas abaixo da esperada.

Cabe ressaltar que os ventos são causados por


diferenças de pressão ao longo da superfície terrestre,
pelo fato de a radiação solar recebida na Terra ser
maior nas zonas equatoriais do que nas zonas polares.
A origem do vento é, portanto, a partir da transmissão
de calor do tipo radiação solar.

O movimento de parcelas de ar próxima a atmosfera planetária é


definido como vento. Embora, o ar atmosférico possa se deslocar
verticalmente, o termo “vento” é definido e aplicado apenas ao
movimento horizontal, ficando paralelo à superfície terrestre. Na
meteorologia, a velocidade e a direção do vento, juntamente com a
temperatura, a umidade e a pressão do ar atmosférico, são importantes
variáveis levadas em consideração meteorológica. A imagem a seguir
apresenta o processo de distribuição geral do movimento dos ventos
em diferentes regiões no planeta Terra.
Movimento convectivo dos ventos devido ao deslocamento das massas de ar atmosférico.

Os ventos são causados pelo aquecimento diferenciado da superfície da


Terra. Essa não uniformidade na temperatura da superfície da Terra, e
consequentemente, na atmosfera, é devida, principalmente, ao fato da
orientação da Terra tanto no espaço como também aos seus
movimentos de rotação e translação. Cabe ressaltar que os movimentos
dos ventos são causados pela desigual distribuição de energia solar na
superfície da Terra. (CRESESB/CEPEL, 2010)

Classificação dos Ventos


Para que o planejamento e a instalação de um parque eólico
apresentem enorme sucesso, é necessário estudar e saber o tipo de
vento que predomina certa região. A partir disso, serão apresentados os
tipos de ventos para a implementação de um sistema eólico.

Há locais no planeta Terra que os ventos jamais cessam de “soprar”,


pois os mecanismos que os produzem sempre estarão presente na
natureza. Esses ventos são chamados de “ventos planetários” e podem
ser classificados da seguinte maneira:

Alísios

Ventos que sopram dos trópicos para o Equador.

Contra-alísios

Ventos que sopram do Equador para os polos a altas


temperaturas.

Oeste
Caracterizados por soprarem dos trópicos para os polos.

Polares

Ventos frios que sopram dos polos para as zonas temperadas.

A imagem a seguir apresenta de maneira esquemática a predominância


de cada vento no planeta Terra.

Modelo de circulação global atmosférica, indicando as células meridionais e as direções dos


ventos próximos à superfície.

De forma revisional, os ventos surgem a partir da ação da força do


gradiente de pressão. Apenas após iniciado o movimento, tanto as
forças de atrito como as de Coriolis passam a atuar, sendo o vento
controlado pela combinação dessas duas forças.

A origem das diferenças de pressão está no aquecimento diferencial da


superfície terrestre e do ar atmosférico pelo processo de transmissão
de calor por radiação, de maneira que a energia contida no vento é, na
realidade, uma forma secundária da energia solar.

Potência de um sistema eólico


A partir deste ponto, vamos apresentar de maneira quantitativa a
potência de um sistema eólico. Como são realizados os cálculos, suas
expressões matemáticas e quais são suas variáveis que serão levadas
em consideração para um modelo matemático de implementação de
um parque eólico.

Produção da energia eólica


Conforme já mencionado, uma das premissas necessárias para o
estudo de um processo eólico trata-se da energia contida no vento, a
partir de um fluxo de ar constante, permanente e razoavelmente forte de
vento. Neste processo de conversão, o conjunto vento + rotor da turbina
produz o torque eletromecânico, o qual é transferido ao gerador, uma
vez que a energia eólica é produzida através da energia cinética,
apresentada e podendo ser calculada a partir da equação a seguir:

Eq. 1

2
massa × V
E cinética =
2

Dividindo a Eq. 1 , pelo tempo decorrido, podemos estimar a potência

(P ) do torque eletromecânico pela equação a seguir:

Eq. 2

2
massa ×V
2
E cinética massa × V
2
ê
Pot ncia = = =
tempo tempo 2t

A partir da Eq. 2 , é possível relacionar a massa pelo tempo, definido

como taxa mássica (m). Essa taxa pode ainda ser explicitada pelo
produto da densidade do ar ( ρ ) e com a vazão de ar atmosférico,
designado pela letra maiúscula Q , conforme a equação a seguir:

Eq. 3

ṁ = ρ ⋅ Q

Mas, a vazão (Q) pode ser calculada a partir do produto da velocidade


do vento (v) pela área do fluxo de ar atmosférico, que atravessa as pás
do rotor da turbina, designado pela letra A e a equação fica
representada da seguinte maneira:

Eq. 4

Q = v ⋅ A

Chamando de A a área que varre o rotor da turbina do qual é


diretamente proporcional ao quadrado do seu respectivo diâmetro, a
partir da Eq. 5 representada a seguir,

Eq. 5

2
π ⋅ D
A =
4
A partir das equações Eq. 3 , Eq. 4 e Eq. 5 , temos a seguinte

equação de potência eólica, conforme apresentado na Eq. 6 .

Eq. 6

1
3
P = ρAv
2

Essa Eq. 6 representa a potência contida no vento, a partir do ar

atmosférico. Cabe ressaltar que as turbinas não capturam 100% da


energia disponível nos ventos, ou seja, o rendimento de captura não é
total. A partir das condições ideais, o valor de captura máxima através
de um rotor eólico, eficiência de Betz, é de aproximadamente igual a
16/27 (0,593), o que corresponde a 59,30% da energia contida no fluxo
de ar teoricamente extraída por uma turbina eólica.

Produção da energia eólica com a presença do coeficiente de


potência (C ) p

Acima, foi apresentada a expressão matemática que retrata a equação


da potência eólica, conforme a Eq. 6 . Não há a menor dúvida de que

uma das análises mais importantes para o desenvolvimento de um


parque eólico está fundamentada no conhecimento e no cálculo prévio
da potência do vento.

Esta etapa não sendo realizada com cuidado, torna o projeto inviável,
tanto do ponto de vista econômico, financeiro e como pode até mesmo
afetar a região com a mudança da paisagem do local, com a instalação
dos parques eólicos, por meio da poluição sonora e no desequilíbrio de
aves que habitam o local com o choque das pás mecânicas.

A Eq. 6 que representa a expressão da potência eólica apresenta mais

um fator em sua expressão, conhecido como coeficiente de potência de


uma turbina eólica. Esta propriedade vai variar conforme a velocidade
do vento, e essa variação ocorre pelo fato de as pás do rotor da turbina
eólica modificarem sua eficiência.

A Eq. 7 apresenta a equação da potência em função do coeficiente de

potência, designado pela expressão C . p

Eq. 7

1
3
P = ρ ⋅ A ⋅ V ⋅ Cp
2

Em resumo, o processo da potência eólica (energia total por unidade de


tempo) é diretamente proporcional ao cubo da velocidade do vento.
Contudo, a energia proveniente dos ventos é parcialmente utilizada
pelas pás mecânicas: conforme já mencionado, 59% da potência total é
utilizada pelo dispositivo eólico. Somando esse percentual a perdas
existentes com relação à mecânica na turbina e a possíveis fatores
relacionados a fatores ambientais, esse percentual cai para 42% da
potência total disponível no vento.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A energia eólica tem sido cada vez mais discutida como fonte de
energia renovável. Sobre o processo eólico, podemos afirmar que

a velocidade do vento sobre uma área não é


A
influenciada pelo relevo e pela vegetação do terreno.

a potência disponível no vento é proporcional ao


B
cubo de sua velocidade.

a medição da direção do vento não é importante


C para a definição do micrositing de uma central
eólica.

a intensidade de turbulência é determinada pela


D relação entre as médias registradas em duas alturas
diferentes.

o cálculo da potência de um processo eólico não


E está relacionado com a área que varre o rotor da
turbina.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A potência calculada a partir de um processo eólico é diretamente


proporcional ao cubo de sua velocidade, conforme pode ser
observado na equação apresentada a seguir:

1
3
P = ρ ⋅ A ⋅ V ⋅ Cp
2

Questão 2

Considerando uma massa de ar de densidade ρ que se move à


velocidade v, atravessando uma área A que varre o rotor, assinale a
opção que apresenta a equação que define a taxa mássica de ar
que faz o rotor girar:

2
ρ ⋅ v ⋅ π ⋅ D
A ṁ =
4

2
ρ ⋅ v ⋅ π ⋅ D
B ṁ =
2

2
ρ ⋅ v ⋅ π ⋅ R
C ṁ =
4

2
ρ ⋅ v ⋅ D
D ṁ =
4

2
ρ ⋅ v ⋅ R
E ṁ =
4

Parabéns! A alternativa A está correta.

A taxa mássica é dada por:

ṁ = ρ ⋅ Q

A vazão Q é dada por:

Q = v ⋅ A

E a área A é dada por:


2
π ⋅ D
A =
4

Substituindo tudo em ṁ = ρ ⋅ Q , temos:

2
ρ ⋅ v ⋅ π ⋅ D
ṁ =
4

2 - Energia eólica no Brasil e no mundo


Ao final deste módulo, você será capaz de analisar a implementação de parques eólicos à nível
nacional e internacional, o funcionamento de aerogeradores e os aspectos econômicos.

Vamos começar!

video_library
Energia eólica: Brasil e mundo
Confira no vídeo os principais pontos que serão abordados neste
módulo.
Energia eólica no Brasil
Características na implementação de fonte eólica no Brasil
A partir deste ponto, daremos maior ênfase a uma abordagem geral
tanto à nível nacional como mundial na utilização e perspectiva da fonte
renovável de energia na forma eólica.

No âmbito brasileiro, o progresso e o desenvolvimento do setor elétrico


ficaram diretamente relacionados às usinas hidrelétricas com
quantidades absurdas de reservatórios d’água. Mas, com do avanço das
pressões ambientais de diversos grupos ambientalistas diante da
diminuição do potencial hídrico, percebe-se o fim da hegemonia de
centrais hidrelétricas.

A partir desse cenário, há uma forte tendência em aumentar e


diversificar a matriz elétrica brasileira, apontando para a expansão e o
estudo da fonte renovável de energia na forma eólica.

No Brasil, essa fonte de energia vem crescendo de maneira bastante


significativa, veja:

2006 2016

O consumo da energia O consumo da energia


eólica era de eólica era de

arrow_forward
6 6
0, 25% (237 × 10 W ) 6, 73% (10124 × 10 W )

da composição da da composição da
matriz energética matriz energética
nacional. nacional.

De acordo com a última versão do Plano Decenal de Expansão de


Energia (BRASIL, 2021b), principal estudo realizado pela Empresa de
Pesquisa Energética (EPE) sobre a expansão do Setor Elétrico, no ano de
2026, será de 16, 14% (28.470 × 10 6
W) . Diante disso, em 2026, a fonte
eólica superará a fonte termelétrica em termos de potência instalada,
ficando atrás apenas da energia hidrelétrica.
A seguir, vamos entender como a história da energia eólica se
desenvolveu no Brasil.

flag 1992

A história da geração eólica no Brasil começa em


1992, com a instalação do primeiro aerogerador.
Esse projeto, que inicialmente se apresentou de
forma experimental, surgiu por meio de uma
parceria entre o Centro Brasileiro de Energia Eólica
e a Companhia Energética de Pernambuco.

flag 2001

Em 2001, em virtude da baixa no regime de chuvas,


o Brasil passou por esses problemas hídricos
provocando uma crise de abastecimento de energia
elétrica. Diante disso, houve a necessidade de
estudar e aperfeiçoar novas formas de geração de
eletricidade, para que diminuísse a real
dependência da geração hidrelétrica.

flag 2007

í d d é h
No período de 2007 até 2021, houve um aumento
na geração de eletricidade por fonte eólica de cerca
de 100 vezes.

Conforme apresentado acima, a faixa de crescimento é bastante


relevante. No caso da geração eólica, foram contratados, no Ambiente
de Contratação Regulada, setecentos e cinquenta empreendimento
eólicos desde a realização do segundo leilão de energia de reserva
realizado em 2009, totalizando uma capacidade de aproximadamente
19.127MW. Os locais de contratação ocorreram principalmente na
região Nordeste (88%) e na região Sul (11%) do Brasil que são,
notadamente, as regiões com maior potencial desse tipo de fonte
(BRASIL, 2021b).

No ano de 2020, o Brasil chegou a sétima posição no


Ranking Mundial do Global Wind Energy Council, sendo
que a produção pode chegar em 2024 na ordem de
24, 2 × 10 W
9
de capacidade instalada, levando em
consideração possíveis leilões e contratos firmados no
mercado livre.

Crescimento e perspectiva de implementação futura à nível


Brasil
A energia eólica vem a nível mundial e, principalmente no Brasil,
apresentando um crescimento de forma exponencial desde a primeira
implementação do aerogerador em 1992, instalado primeiramente em
Fernando de Noronha. A partir disso, o governo criou o Programa de
Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) para
incentivar exatamente energias renováveis do tipo eólica, de biomassa.

No ano de 2021, a expansão da capacidade instalada de energia elétrica

a partir da fonte eólica no Brasil chegou a 3 mil x 106W. Segundo a


Agência Nacional de Energia Elétrica, o aumento corresponde a 2786 x

106W, desde 2014. Cabe ressaltar que até o presente momento, há uma
potência de aproximadamente 20 x 109W, correspondendo a 11% da
matriz energética nacional.

Energia eólica no mundo


Características na implementação de fonte eólica no âmbito
mundial
A queima irresponsável de matas e grande destruição de parques
ecológicos aumentam consideravelmente a emissão de carbono na
forma de dióxido de carbono na camada de ozônio e, com isso, a
energia eólica se mostra bastante interessante e vantajoso para a
redução de emissão. Conforme mencionado no item anterior, não
somente no Brasil, mas esta fonte de energia vem crescendo de forma
bastante impactante em todo o mundo. Em termos mundiais, soluções
para a geração de eletricidade a partir de energia eólica têm
apresentado um aumento considerável.

A China é o país que lidera a geração de eletricidade a


partir da energia eólica pelo mundo.

Esta liderança começa a ser bastante evidente a partir do ano de 2013, e


que supera de maneira acentuada o crescimento dos outros países,
tanto em valor absoluto como relativo. Atualmente, a China e os Estados
Unidos lideram a produção mundial, tendo sido responsáveis por 45,2%
da produção em 2015, possuindo quase metade da potência eólica
instalada no planeta (IEA, 2017).

Saiba mais

A capacidade instalada de geração eólica no mundo é estimada em


cerca de 743GW, correspondendo a uma economia de lançamento de
1,10 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera.

Esta predominância chinesa deve-se ao fato do país desejar zerar o teor


de lançamento de carbono na atmosfera em 2060 e, por isso, seu
grande empenho em desenvolver parques eólicos ao longo de sua
região.

Aspectos operacionais
Operação de turbinas - Funcionamento de um aerogerador
A implantação de projetos eólicos para a geração de energia renovável
demanda esforço e estratégia tanto na área da engenharia de processo
quanto na parte econômica, apresentando alta complexidade, uma vez
que são utilizados aerogeradores, equipamentos que realizam a
conversão da energia cinética proveniente dos ventos para energia
elétrica.

Neste ponto, apresentaremos as características e princípios de


funcionamento desses aerogeradores, além da análise econômica.

Forças atuantes aerodinâmicas

Os aerogeradores são acionados por forças de arrasto, uma vez que o


vento batendo na superfície da pá realiza um processo de empurrão,
fazendo com que haja uma força acionando a força de sustentação e as
pás com perfil de aerofólio. A equação a seguir apresenta a expressão
matemática da foça de arrasto em função da velocidade do vento
incidente, em m/s.

Eq. 8

1
2
F = ⋅ ρ ⋅ C D ⋅ A ⋅ V vento
2

Em que:

F corresponde à força de arrasto.

ρ corresponde à densidade.

CD corresponde ao coeficiente de arrasto.

A corresponde à área superficial das pás.

Comentário
Importante ressaltar que essa equação corresponde a um dos princípios
básicos da Fluidodinâmica.

A equação a seguir representa a força de sustentação, designado pela


letra L que corresponde à palavra lift em inglês —, conforme a expressão
relacionada ao quadrado da velocidade:

Eq. 9

1
2
L = ⋅ ρ ⋅ CL ⋅ A ⋅ V
vento
2
Em que C corresponde ao coeficiente de sustentação.
L

A imagem a seguir apresenta as forças que atuam em uma das seções


de uma pá do aerogerador.

Forças atuantes nas seções de uma das pás de um aerogerador.

Ao analisar a imagem acima, podemos definir que os vetores atuantes


são os seguintes:

V vento corresponde à velocidade do vento em m/s.

VP A é a velocidade que tangencia a seção da pá (m/s).

R corresponde ao raio do rotor.

Wr corresponde à velocidade angular do rotor dada em radianos


por segundo;

V REF P Á é a velocidade do vento efetiva vista no referencial em m/s.

Cabe ressaltar que a partir da cinemática vetorial, que a velocidade



angular é razão dada por T
, em que T corresponde ao período ou 2πf
e f é a frequência (H z)

Estudo da posição das pás com relação à torre de sustentação


A posição das pás é de suma importância e bastante desafiadora para a
engenharia de projetos. Essa posição pode estar de duas formas: a
primeira à jusante da torre ou à montante. Veremos a diferença entre
elas a seguir.

Pá à jusante da torre Pá à montante da torre

O aerogerador não As pás operam ao vento


necessita do livre e isso reduz as
mecanismo de possíveis vibrações e a
orientação, pois a close emissão de fadigas e
velocidade do vento ruídos, provenientes do
atravessando as pás faz movimento das pás.
com que o rotor se
alinhe com a direção do
vento.

Número de pás
Para que haja uma melhor utilização da energia do vento, o aerogerador
necessita apresentar uma rotação mais adequada com relação ao seu
peso, à altura e à velocidade do vento.

A engenharia é bastante complexa, uma vez que o rotor girando devagar


permite que o vento passe sem perturbá-lo, porém, em um rotor girando
de maneira mais rápida pode também haver pouco aproveitamento de
energia, uma vez que o vento pode incidir sobre a pá como uma parede
sólida.

Aerogerador de uma pá

Apresenta em geral elevados índices de ruído e alta vibração.

Aerogerador de duas pás

Apresenta menor número de problemas de vibração e ruído,


comparado aos rotores de uma única pá.
Aerogerador de três pás

Apresenta menor impacto ambiental, pelo fato de apresentar


menor velocidade, sendo o mais utilizada e aceito nos tempos
atuais.

A imagem a seguir, apresenta de maneira esquemática o funcionamento


de um aerogerador, a partir da entrada de uma fonte de vento.

Conversão de energia eólica em energia elétrica.

Potência
A questão da potência de um processo eólico está inteiramente
relacionada à velocidade dos ventos. Para ventos fortes, com alta
velocidade, será necessário apresentar um cuidado para não danificar a
turbina eólica. A partir disso, a maioria dos aerogeradores apresentam
um controle de potência havendo um disco de freio para possíveis
paradas.

Tamanho

Os aerogeradores são padronizados a partir de uma comissão


eletrotécnica internacional, em que este órgão controlador padroniza
uma área igual a 200m , equivalente a uma altura de aproximadamente
2

igual a 16m. Em alguns países, os equipamentos mecânicos são


padronizados a partir de sua potência, sendo as principais com uma
potência de 100kW , muito utilizada em fazendas bastante isoladas do
centro industrial, capital, e potência na faixa entre 100kW e 1 × 10 6
W ,
muito utilizado em grandes parques eólicos.

A seguir, veja os principais equipamentos e sua respectiva função.

Pás de rotor expand_more

Capturam a energia eólica e convertem em energia rotacional no


eixo.

Eixo expand_more

Transfere a energia de rotação para o gerador.

Nacele expand_more

É a carcaça onde são abrigados os componentes.

Caixa de engrenagem expand_more

Aumenta a velocidade de rotação do eixo entre o gerador e o


cubo do rotor.

Gerador expand_more

Usa a energia rotacional para gerar eletricidade utilizando


eletromagnetismo.

Unidade de controle eletrônico expand_more

Monitora todo o sistema, realiza o desligamento da turbina em


caso de falha e ajusta o mecanismo de alinhamento da turbina
com o vento.

Controlador expand_more

Alinha o rotor com a direção do vento.

Freios expand_more

Detêm a rotação do eixo em caso de falha no sistema ou


sobrecarga de energia.

Torre expand_more

Sustenta o rotor e a nacele, além de erguer todo o conjunto a


uma altura onde as pás possam girar com segurança e distantes
do solo.

Equipamentos elétricos expand_more

Sua função é transmitir a eletricidade do gerador pela da torre e


controlar os elementos de segurança da turbina.

Aspectos econômicos
Análise econômica – custos da turbina eólica moderna
Os principais fatores que governam os custos da geração de energia
eólica estão listados a seguir:

Custos de aquisição

Considera as turbinas, o estudo do terreno, a construção de


acessos e a conexão à rede elétrica. Essa categoria
corresponde a até 80%.

Custos de geração de energia

Considera certos custos de operação e manutenção, além do


aluguel do terreno e de possíveis taxas administrativas e de
seguro.

Energia produzida

Altamente dependente dos movimentos dos ventos locais e


das especificações das turbinas. Cabe ressaltar que a melhor
definição para a capacidade de geração de eletricidade para
um parque eólico é o fator de capacidade, dado em bases
percentuais e que aborda o tempo que a fazenda eólica
efetivamente produz energia durante todo ano.

Custo de oportunidade e o tempo de vida útil do


empreendimento

Ponto de extrema importância e que reflete o risco do projeto,


do mercado interno e da rentabilidade de investimentos
alternativos.

Os projetos eólicos requerem um alto capital inicial, sendo necessário


um montante a ser investido de no mínimo 80%, antes do início das
obras do parque eólico dar início às obras.

Após a instalação e considerando que os recursos eólicos são


corretamente estimados, o custo de geração de energia passa a ser
previsível e, assim, reduz drasticamente o risco global de uma
companhia de um país.

O Brasil apresenta excelentes condições tanto para


implementação como para exploração de um parque
eólico, apresentando uma grande extensa área
costeira, com solo fértil e favorável, intensa incidência
de ventos durante o todo o ano e uma base sólida
quanto à sua indústria hidrelétrica.

Para o bom aproveitamento da energia eólica, o aerogerador deve conter


uma altura de no mínimo 50 metros, para poder captar ventos em uma
velocidade mínima entre 7 e 8m/s. Um outro fator importante, em
consequência desse processo, o fato do preço da energia eólica ser de
aproximadamente igual a R$ 99,58/MWh, mais barato que a energia de
termoelétricas a gás natural.

Com a tecnologia consolidada e padronizada em fontes tradicionais,


como as hidroelétricas e térmicas, algumas adaptações são quase
sempre realizadas, pois a velocidade de rotação das turbinas é inferior
comparada a geração tradicional, com a velocidade do vento variando
na faixa de 5 a 25m/s, para as alturas das turbinas atuais.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A energia eólica transforma a energia cinética do vento em energia


elétrica. Para que isso ocorra, é necessário atribuir energia
mecânica a qual componente do aerogerador?

A Multiplicador mecânico

B Pá

C Transformador elevador

D Gerador

E Turbina

Parabéns! A alternativa D está correta.

O aerogerador transforma a energia cinética do vento em energia


elétrica por meio da atribuição de energia mecânica a um gerador
elétrico, causando variação de fluxo magnético.

Questão 2

Considere um aerogerador cuja área das pás é de 200m . Ele está


2

localizado em um local cuja densidade do ar atmosférico é de


1, 02kg/m
3
. Esse ar se move com velocidade de 8m/s,
causando no aerogerador uma força de arrasto de 100N . Diante
desses dados, o coeficiente de arrasto C D é igual a

−1
A 2m

−1
B 0, 2m

−1
C 0, 02m

−1
D 0, 002m

−1
E 0, 0002m

Parabéns! A alternativa C está correta.

A força de arrasto pode ser obtida da seguinte maneira:

1
2
F = ρC D Av
2

Isolando C , temos:
D

2F
CD =
2
ρAv

Substituindo os dados, temos:

2 ⋅ 100
−1
CD = ≅ 0, 02m
2
1, 02 ⋅ 200 ⋅ 8
3 - Aplicações industriais
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a energia eólica quanto às suas
aplicações, aos impactos socioambientais e às perspectivas futuras.

Vamos começar!

video_library
Aplicações industriais
Veja no vídeo os principais pontos que serão abordados neste módulo.

Energia eólica em aplicações


industriais
Aplicações dos sistemas de energia eólico
Um sistema de fonte de energia com formato eólico pode ser aplicado
em três situações:

sistemas isolados;

sistemas híbridos; e

sistemas interligados à rede.

A partir deste ponto, serão apresentadas as diferentes formas de


sistemas eólicos. Cabe ressaltar que independentemente do tipo de
sistema de energia apresentado, estes obedecem a uma configuração
primária que deve ser utilizada por cada uma das três, abrangendo uma

unidade de potência (× 106W) e uma unidade controladora de


armazenamento de energia.

Sistema Isolado de fonte de energia eólica

Os sistemas isolados são caracterizados por apresentarem uma forma


de armazenar energia em aplicativos eletroeletrônicos, como as baterias
ou até mesmo através da energia potencial, apresentado pela seguinte
equação.

Eq. 10

Ep = m × g × h

Em que:

m corresponde à massa.

g corresponde à gravidade.

h corresponde à altura.

Para a forma apresentada acima, o armazenamento pode ocorrer por


meio do bombeamento da água a partir de reservatórios que estão a
níveis elevados. Esse processo pode ser utilizado para irrigação de
parques agrícolas, para áreas pequenas e médias. O armazenamento
em baterias é caracterizado pela necessidade de um dispositivo
eletrônico que controle a carga e a descarga de uma bateria a partir de
uma corrente alternada, e não por uma corrente contínua.

Sistema híbrido de fonte de energia eólica

Este tipo de sistema apresenta como característica principal as turbinas


eólicas, geradores movidos a diesel e células fotovoltaicas. Em geral, o
sistema híbrido é amplamente empregado para um maior e mais
complexo parque industrial, atendendo um maior número de usuários
com a utilização de corrente alternada, da mesma forma apresentada
pelo sistema isolado.

Sistema do tipo Rede de fonte de energia eólica


Este tipo não apresenta a necessidade de apresentar um sistema que
realize o armazenamento de energia e, diante disso, 100% da geração é
destinada e enviada à rede elétrica. Comparado aos dois primeiros
apresentados, este sistema é mais complexo e maior, não havendo
grandes perdas de energia, uma vez que conforme já mencionado, a
geração de energia é entregue diretamente à estação elétrica.

Impactos socioambientais
Vantagem e desvantagem da implementação de um parque
eólico
Com a promoção de processos alternativos de geração de energia,
conforme já mencionado no início do texto, pela preocupação em
substituir a queima de combustíveis fósseis em energia limpa e, no caso
da energia eólica, o sistema torna-se muito mais limpo comparado com
a direta produção de energia correlacionada diretamente a partir do
petróleo, pois de antrópica ou natural, ocasiona a liberação de gases
altamente poluentes para o meio externo, poluindo o ambiente.

O objetivo em desenvolver o que é definido como Mecanismo de


Desenvolvimento Limpo, designado pela sigla MDL, faz com que países
desenvolvidos ou emergentes busquem aperfeiçoar empreendimentos e
tecnologias propícias para o seu processo de sustentabilidade.

Saiba mais
Foi a partir do Protocolo de Quioto que houve um aceleramento na
implementação de recursos financeiros e novas tecnologias para a
redução dos gases no mundo, principalmente dos GEEs (Gases do
Efeito Estufa).

Cabe ressaltar a grande potencialidade que o Brasil apresenta em


desenvolver estruturas de energia limpa, pois mesmo estando bem
longe dos principais países que se encontram no topo da lista, vários
fatores fazem com que seja um país atrativamente em expandir seu
parque eólico. Dentre as vantagens apresentadas, podemos citar as
seguintes:
wb_cloudy
Ventos fortes
Alto potencial quanto ao movimento dos ventos fortes.

wb_sunny
Irradiação solar
Altos níveis de transmissão de calor por irradiação solar.

monetization_on
Comercialização
Altos incentivos fiscais e leilões para comercialização.

Tanto para os altos índices dos movimentos dos ventos e da irradiação,


há uma região muito propícia no estado brasileiro, que se trata da região
nordeste. Esses processos citados fazem que o Brasil seja um excelente
local para o desenvolvimento da prática de energia limpa.

A imagem a seguir apresenta um parque eólico no interior do Ceará, na

Praia Formosa, com uma potência em torno de 104 x 106 W.

Parque eólico no interior do Ceará.

Vejamos os impactos socioambientais que um sistema eólico pode


proporcionar em um ambiente, a nível geral. Os principais impactos
negativos que um parque eólico traz são da ordens sonora e visual.
Veremos cada um deles a seguir:

hearing
Ruídos
Causa a poluição sonora, que está diretamente relacionada a ruídos dos
rotores e das pás da turbina.

landscape
Paisagem
Causa mudança na paisagem natural com a instalação de conjuntos de
torres eólicas e a presença de aerogeradores.

exposure
Interferência eletromagnética
Causa intensas e contínuas interferências na área da telecomunicação,
como rádio e TV.

A energia eólica possui inúmeras vantagens para a sua utilização. A


seguir, serão apresentada as principais vantagens para a sua
implementação:

Fonte de energia inesgotável, uma vez que a matéria-prima utilizada


é o vento.

Não há emissão de gases poluentes.

Não há consumo de combustível para a geração de energia elétrica.

Tempo para a logística de implementação de um parque eólico gira


em torno de um ano.

Custo baixo, pelo fato de os aerogeradores necessitarem ajustes a


cada seis meses, ou seja, em média duas vezes por ano.

Instalação fácil e barata.

Tempo útil de funcionamento dos geradores de aproximadamente


20 anos.

Vejamos agora as desvantagens na utilização da energia eólica.

Possível mudança na paisagem da região local com a instalação


dos parques eólicos.
Poluição sonora, o que causa incômodo à comunidade que vive ao
redor.

Choque das pás com as aves que habitam o local.

Olhando para o futuro


Perspectiva futuras de energia eólica
Nos últimos séculos, houve um expressivo aumento populacional,
principalmente nos principais e grandes centros urbanos, ocasionando
uma drástica mudança dos padrões de vida e mais ainda, no consumo
na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento,
apresentando como principal característica a maior necessidade de
energia, principalmente aquela que converte em energia elétrica.

Diante disso, a sociedade moderna mantém uma enorme dependência


dos combustíveis fósseis. Os principais combustíveis fósseis são:

Petróleo

Carvão
Gás natural
Gás natural
Proveniente direto do processamento do petróleo, tem como principal
hidrocarboneto o metano, de fórmula molecular CH4.

Essa utilização direta das fontes fósseis vem alavancando um brutal


aumento na emissão de gases do efeito estufa, contribuindo para um
prejuízo letal ao meio ambiente, que apresenta como consequência o
aumento médio da temperatura, o derretimento de geleiras, as secas e
as queimadas.

Além disso, com o possível e previsível esgotamento dessas fontes,


torna-se um maior desafio estudar políticas de instalação de torres e
parques eólicos, que estão cada vez mais presentes em políticas sociais
e econômicas, além de estarem presentes em cartões-postais,
conforme a imagem a seguir.

Exemplo de cartão-postal.

A cada ano, a partir do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro lançado em


2001 (AMARANTE; ZACK; SÁ, 2001), o grande desejo de empresas e de
governantes é substituir a queima dos combustíveis fósseis em energia
limpa. No caso brasileiro, há um estudo em que o Brasil pode atingir
uma capacidade seis vezes maior de produção de energia elétrica,
decorrentes de uma maior projeção de torres com até cinquenta metros
de altura. O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro considerou como
estimativa o uso de torres de 50 metros de altura.

Atualmente, com a utilização de torres eólicas com cem metros de


altura, houve uma ampliação do potencial tecnicamente viável na
exploração de energia na terra e no mar, veja:

Na terra
A captação de energia em terra está na ordem de 146 × 10 6
W

para 900 × 10 6
W .

No mar
A captação de energia em alto mar pode chegar a 7 × 10 12
W .

Infelizmente, o Brasil ainda engatinha na exploração dessas fontes de


energia, representando apenas 1% da geração nacional de energia
elétrica. Nos últimos 10 anos, porém, o cenário eólico vem mudando:
empresas de pequeno e médio porte e produtores rurais começaram a
produzir a sua própria energia, o que diminuiu gastos e garantiu uma
autonomia energética, podendo apresentar um consumo de
praticamente zero por um período entre 18 e 25 anos.

Em termos de potencial teórico, as fontes eólicas e até


mesmo as do tipo solar, que também é uma fonte
renovável de energia limpa, seriam capazes de suprir
toda a demanda elétrica nacional, mas há a
necessidade de ultrapassar alguns obstáculos, como o
financeiro, a falta de mão de obra específica e, acima
de tudo, a falta de conhecimento.

Com o crescimento da população, a necessidade por energia cresce a


cada ano. A isso, soma-se a necessidade de preservar as reservas do
planeta e se faz necessário economizar recursos. Por isso, a energia
eólica é de suma importância tanto no presente quanto no futuro.

O Plano Decenal de Energia 2027 prevê um crescimento médio do


produto interno bruto (PIB) de cerca de 2,8% ao ano, o que evidencia a
necessidade de investimentos, nos próximos 10 anos, de
aproximadamente R$400 bilhões no setor elétrico. Desse total, R$226
bilhões vão para a geração centralizada renovável: R$70 bilhões virão de
novos empreendimentos eólicos — com previsão de implantação de
mais 12GW em geração eólica; R$33 bilhões de projetos de energia
solar; R$14 bilhões das pequenas centrais hidrelétricas e das centrais
geradoras hidrelétricas; e R$13 bilhões da biomassa (MME, 2019).
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Assinale a opção correta que apresenta uma desvantagem bastante


característica da utilização da energia eólica:

A Redução na utilização de combustíveis fósseis

B Utilização de recursos naturais do ambiente

C Geração de empregos altamente qualificados

D Grande produção de ruídos a partir das hélices

E Ausência de emissão de poluentes atmosféricos

Parabéns! A alternativa D está correta.

Uma das principais desvantagens no processo de geração energia


eólica está na produção de poluição sonora pelas pás mecânicas
do equipamento, resultado do barulho do movimento constante das
turbinas eólicas.
Questão 2

Considere que um sistema isolado armazenou uma energia de


forma potencial gravitacional de 10 J, que a aceleração
6

gravitacional local é de 9, 78m/s e que há um reservatório de


2

água a 50m de altura. A massa de água necessária para gerar essa


energia (considerando que não há perdas) é igual a

A 2.045kg.

B 2.000kg.

C 2.022kg.

D 2.019kg.

E 1.998kg.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A energia potencial gravitacional é calculada da seguinte maneira:

E = mgh

Isolando m, temos:

E
m =
gh

Substituindo os valores, temos:

6
10
m = ≅ 2045kg
9, 78 ⋅ 50
Considerações finais
A necessidade de desenvolver e estudar novas fontes de geração de
energia elétrica, tanto a nível nacional como internacional, está
diretamente relacionada com a diminuição da taxa de emissão de
dióxido de carbono no ambiente, que, por consequência, diminui o
elevado aquecimento global, diminuindo o aumento do efeito estufa.

Com relação à análise econômica, há uma projeção que já vem


acontecendo também a nível nacional. Foi a partir de 2015 que a área da
energia renovável ficou entre os 10 setores que mais receberam
recursos, havendo um aumento de aproximadamente 98% em
investimentos no período entre 2005 e 2015.

Diversos fatores levam a um incentivo na introdução dessa fonte de


energia, como os aspectos ambientais, sociais e até mesmo
econômicos. No Brasil, a Região Nordeste é a que mais utiliza essa
forma de gerar energia, sendo aplicável em um período próspero e bem
próximo quase 90% da matriz eólica brasileira.

Em pleno século XXI, já é possível afirmar que há um grande avanço na


produção de energia tendo o vento como principal combustível. Nesse
sentido, para que o planeta Terra possa ficar estável quanto aos gases
do efeito estufa na atmosfera, será de extrema importância uma maior
participação de fontes renováveis de energia, como as energias solar,
hidrelétrica, geotérmica, biomassa e claro, a energia eólica.

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Podcast
Agora, o especialista encerra o estudo falando sobre os principais
tópicos abordados.
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Aprenda mais sobre os dados de energias por fontes renováveis no
relatório síntese do Balanço Energético Nacional de 2021, ano base
2020, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética.

Referências
AMARANTE, O. A. C. do; ZACK, M. B. e J.; SÁ, A. L. de. Atlas do Potencial
Eólico Brasileiro. Brasília, DF: Ministério de Minas e Energia, 2001.
Consultado na internet em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Ministério da Economia. Etiquetagem Veicular. 28 jan. 2016.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Agência Nacional de Energia


Elétrica. Resolução normativa 687, de 24 de novembro de 2015. Altera a
Resolução Normativa nº 482, de 17 de abril de 2012, e os Módulos 1 e 3
dos Procedimentos de Distribuição - PRODIST. Diário Oficial da União:
seção 1, Brasília, DF, n. 230, p. 4, 2 dez. 2015.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética.


BEN 2021: relatório síntese : ano base 2020. Rio de Janeiro: EPE, 2021a.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética.


Plano Decenal de Expansão de Energia 2030. Brasília, DF: MME/EPE,
2021b.

CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS, FUPAI/EFFICIENTIA. Gestão


energética. Rio de Janeiro: Eletrobrás, 2005.

International Energy Agency. IEA. Renewables 2019 – Market analysis


and forecast from 2019 to 2024. Paris: IEA, 2019.

International Energy Agency. IEA. World Energy Outlook 2017. Paris:


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Martins, F. R.; Guarnieri, R. A.; Pereira, E. B. O aproveitamento da energia
eólica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 30, n. 1, p. 1304, 2008.

PAVINATTO, E. F. Ferramenta para auxílio à análise de viabilidade


técnica da conexão de parques eólicos à rede elétrica. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Elétrica) – Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.

ROCHA, R. V. Simulação de aerogerador em uma bancada experimental.


Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Instituto Alberto Luiz
Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

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