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GEOFOCO 11

QUESTÕES DE AULA

QUESTÃO DE AULA 8 Falhas do Vale Inferior do Tejo


A perigosidade sísmica da região sudoeste da Península Ibérica resulta, sobretudo, de eventos
fortes a muitos fortes na região oceânica vizinha, como o terramoto de Lisboa de 1755, e de
eventos moderados a fortes na região continental, que exploram zonas de fraqueza herdadas
do passado geológico. Uma das regiões de fraqueza corresponde à zona de falhas do Vale
Inferior do Tejo (VIT), que apresenta o mais elevado nível de perigosidade sísmica da região
ocidental da Península.
A importância do VIT como fonte sísmica é generalizadamente reconhecida, em particular
devido ao terramoto de Benavente de 1909, com magnitude 6,3. Outro sismo histórico com
origem nesta zona ocorreu em 1531, com magnitude 6,5 – 7. Mais recentemente, a 18 de
março de 2021, ocorreu um sismo de magnitude 3,4 com epicentro a cerca de 10 km a Este de
Loures, onde foi sentido com intensidade máxima IV.
As falhas que afetam as bacias sedimentares de um lado e outro do VIT foram identificadas
através da interpretação conjunta desses perfis sísmicos, juntamente com vários furos de
sondagem e dados de gravimetria e de magnetismo. Estas falhas resultaram, inicialmente, de
impulsos precoces da estruturação do oceano Atlântico no Jurássico (~150 Ma) e foram
reativadas durante a compressão alpina há cerca de 20 Ma. À parte destes eventos geológicos
de grande magnitude, estas falhas continuam a ser reativadas pelo campo de tensões atual,
essencialmente condicionado pela colisão da África com a Península Ibérica, que tem gerado
sismos de grande magnitude.
O conhecimento dessas estruturas geológicas é, portanto, muito importante para uma
avaliação correta do risco sísmico regional, que de outra forma pode ser consideravelmente
subestimado. Apesar da baixa sismicidade instrumental, a atividade sísmica geral representa
um perigo sísmico sério para esta região densamente povoada, sendo, por isso, essencial
implementar medidas de mitigação do seu risco.

Figura 1 – Modelo neotectónico do Vale Inferior do Tejo (FV – Falha de Vila Franca; FAr – Serra da
Arrábida; FA – Falha de Alcochete).

Adaptado de Vilanova, S. e Fonseca, J., A falha do vale inferior do tejo na análise da perigosidade sísmica, SÍSMICA 2004, 6.º
Congresso de Sismologia e Engenharia Sísmica, UMinho/SPES, Guimarães. e
https://www.ipma.pt/pt/media/noticias/news.detail.jsp?f=/pt/media/noticias/textos/Sismo_18marco_loures.html&print=true

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1. A falha de Vila Franca apresenta uma orientação _________, correspondendo a uma


deformação _________.
(A) NO-SE … descontínua
(B) NO-SE … contínua
(C) NE-SO … descontínua
(D) NE-SO … contínua

2. As falhas do VIT são, preferencialmente, _________, em que ocorre a _________ do teto em


relação ao muro.
(A) inversas ... subida
(B) normais ... descida
(C) normais ... subida
(D) inversas ... descida

3. As atuais falhas do VIT estão associadas a regimes tectónicos


(A) distensivos e de cisalhamento.
(B) maioritariamente distensivos.
(C) compressivos e distensivos.
(D) compressivos e de cisalhamento.

4. Nos locais onde atuam tensões cisalhantes


(A) os movimentos dos blocos rochosos são essencialmente verticais.
(B) ocorre estiramento crustal, associadas a limites divergentes.
(C) os blocos da falha sofrem movimentos perpendiculares à direção do plano de falha.
(D) os blocos da falha sofrem movimentos paralelos à direção do plano de falha.

5. O sismo de Benavente, de 1909, pode ser considerado _________ e resultou do


comportamento _________ das rochas.
(A) intraplaca ... frágil
(B) interplaca ... dúctil
(C) intraplaca ... dúctil
(D) interplaca ... frágil

6. O deslocamento relativo dos dois blocos de uma falha é geralmente quantificado


(A) pela direção da falha.
(B) pelo rejeito da falha.
(C) pela inclinação da falha.
(D) pelo plano de falha.

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7. A temperatura é um importante fator no controlo da deformação de uma rocha pois, com o seu
aumento, o comportamento
(A) dúctil da rocha diminui.
(B) frágil da rocha aumenta.
(C) frágil-dúctil da rocha diminui.
(D) dúctil da rocha aumenta.

8. O estudo das falhas que afetam as bacias sedimentares do VIT recorreu a métodos de estudo
diretos, tais como _________, e indiretos, tais como _________.
(A) sondagens … dados de gravimetria e magnetismo
(B) dados de gravimetria e magnetismo … sondagens
(C) sondagens e dados de gravimetria … magnetismo
(D) dados de gravimetria … dados de magnetismo e sondagens

9. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a elementos caracterizadores de uma
dobra, expressas na Coluna I, à designação correspondente, que consta na Coluna II.

COLUNA I COLUNA II

(a) Contém os pontos de máxima curvatura de uma dobra. (1) Eixo da dobra
(2) Flanco
(b) Superfície imaginária que contém as linhas de charneira de todas as
superfícies dobradas. (3) Perfil da dobra

(c) Região da dobra situada de um e do outro lado da zona de curvatura (4) Plano axial
máxima. (5) Zona de charneira

10. Explique por que motivo muitos rios, como o rio Tejo, tendem a instalar-se ao longo de linhas
definidas por falhas.

11. Explique, de acordo com a teoria do ressalto elástico, a probabilidade de ocorrência de sismos
no VIT.

QUESTÃO DE AULA 8 PROPOSTA DE SOLUÇÕES

Falhas do Vale Inferior do Tejo


1. Opção C.
2. Opção A.
3. Opção D.
4. Opção D.

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5. Opção A.
6. Opção B.
7. Opção D.
8. Opção A.
9. (a) – (5); (b) – (3); (c) – (2).
10. O aluno deverá contemplar na sua resposta os seguintes elementos:
(A) Verifica-se que a água efetua uma maior erosão nos materiais rochosos que se encontram
ao longo de planos de falha.
(B) Face à erosão facilitada nestas zonas, ocorre, por gravidade, um encaixe preferencial do
curso de água do rio nesses locais.
11. O aluno deverá contemplar na sua resposta os seguintes elementos:
(A) As tensões tectónicas provocam acumulação de energia elástica nas rochas, junto à falha
(no plano de falha).
(B) Quando é atingido o limite de resistência da zona de falha, ocorre o movimento dos blocos ou
ocorre a rotura da rocha.

(C) A movimentação brusca dos blocos (o ressalto) provoca a libertação de energia sob a forma
de ondas sísmicas.

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