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Introdução!

Ao desenvolvimento político e sociocultural de nossa sociedade, encontramos


uma realidade oposta da propagada nas redes sociais. Trata-se do fato de não
se adentrar na esfera da vida pública periférica, o que envolve debates e
participações nas questões políticas de nossa cidade e do Estado. Senett
(1999) argumentava que "esse estado de coisas ganha palco pelo que se
chamava de 'tiranias da intimidade' e voltava-se para o eu e suas
particularidades em detrimento do coletivo". Partindo de um ponto onde se rege
o movimento cultural artístico de povos afrodescendentes presentes na
América do Norte, temos o desenvolvimento da cultura do Hip-Hop.

Pela visão etnográfica, a expressão hip (quadril) e Hop (balançar) consiste em


uma gíria, conhecida pelos jovens do Hip-Hop como "balançar o quadril". O
movimento tomou forma diante de seus grupos presentes nas festas
americanas, com o objetivo de amenizar as contrariedades frequentes
manifestadas pelos jovens membros de gangues.

O termo Hip-Hop se caracteriza por uma forte massa artística que inclui em
suas categorias a música (rap), a pintura (grafite) e a dança (breaking). O rap,
que tem como base o conceito "rhythm and poetry" (ritmo e poesia), é o
principal elemento e categoria de destaque do movimento.

O hip-hop no Brasil não se diferencia, pois, ao tomar palco nas periferias


americanas, se tornou conhecido também nas periferias brasileiras daquela
época, tendo sua concentração no estado de São Paulo. Ao longo dos anos 80,
tornou-se popular entre os jovens e adultos que frequentavam a estação de
São Bento do metrô, no centro da grande São Paulo.

Jovens negros e latinos, frente ao desemprego e à violência, (re)elaboraram


suas práticas culturais e iniciaram manifestações artísticas que permitiram a
construção de um sistema simbólico que orientava suas vivências e atitudes,
forjando o que posteriormente foi chamado de movimento hip hop.

O Hip-Hop atualmente se configura como um movimento social juvenil,


marcado pelo protesto e pela contestação, características essenciais de todo
movimento social, segundo Ammann (1991). E diante da citação de Elaine
Andrade (1999, p.89), o "Hip Hop, sendo um movimento social, permite aos
jovens desenvolver uma educação política e, consequentemente, o exercício
do direito à cidadania".

O estudo se destina a explorar e apresentar o movimento sociocultural artístico


"Hip-Hop", aprofundando seu desenvolvimento até os dias atuais. Não se
omitem os preconceitos mantidos da época, pois os consumidores deste
movimento são considerados por muitos como rebeldes, violentos e rudes,
estereótipos que se desejam contestar.
A influência da mulher no movimento do Hip-Hop

Ser hip-hopper significa a positivarão simbólica da periferia, da negritude e, em


alguma dimensão, da masculinidade. Foi a partir dessa inquietação, da
dimensão sexista presente no movimento, que as mulheres vêm lutando e
tomando seu lugar na cultura e disseminando-a para todos consumirem.

Durante as primeiras pesquisas sobre o hip-hop, observadas em shows e


eventos promovidos pelos jovens, havia uma tímida participação das mulheres
no movimento. Assim, sua presença se restringia apenas às letras musicais do
rap, com conceitos a ela atribuídos.

Músicas como "Face da Morte: Mulheres"; "Ndee Naldinho: Aquela Mina É


Firmeza e O Filho Adotivo"; "Facção Central: Desculpa Mãe"; "Gabriel o
Pensador: Loraburra"; "Racionais MC's: Mulheres Vulgares, Parte II, Fórmula
Mágica da Paz, Qual Mentira Vou Acreditar"; e outras, demonstram que suas
análises e composições não se limitam ou compreendem todas as
possibilidades de representação da mulher nesse cenário.

Ao analisar as produções artísticas da mulher no rap, entende-se que o homem


fala de forma geral, relatando acontecimentos que ocorreram em seu cotidiano
ou com ele mesmo. Já as produções da mulher têm o objetivo de relatar suas
experiências pessoais.

"Não era coisa de menina cantar rap", era o que a rapper Stefanie Ramos
ouvia quando decidiu começar sua trajetória nessa cultura.

Relatos como dificuldade e defasagem dentro do hip-hop são denunciados por


mulheres que tentaram entrar no movimento na época, pois os consumidores
deste movimento exigiam a presença masculina.

Não apenas o rap, mas também o grafite teve uma forte representante, como
Criola menciona: "O autodidatismo no hip-hop é uma realidade, já que muitos
artistas precursores dessa arte começaram sozinhos - e não foi diferente para
mim."

No grafite, por outro lado, sempre houve atuação das mulheres, mas com
menos visibilidade. Ainda hoje, existe uma dificuldade em reconhecer essa arte
no Brasil, ainda mais quando realizada por uma mulher.

Ao todo, o maior desafio enfrentado em 1990 e hoje é o mesmo, pois a não


participação vem, na maioria das vezes, por conta do machismo, da falta de
união e da falta de respeito da "massa" com as mulheres.
Influência das mulheres no HIPHOP atualmente

Como mencionado na introdução, a forte composição do hip-hop vem da


expressão periférica, transcendendo a bolha da política e do Estado. Uma das
principais formas de expressão nesse movimento é o Rap. No entanto, apesar
da importância da mulher na sociedade, sua participação no hip-hop ainda é
minoritária. Felizmente, grandes nomes femininos vêm conquistando
popularidade nesse meio, como:

Liliane de Carvalho - NEGRA LI - Rap

Tasha e tracie - Rap

Criola - Grafite
Famosos autores do Rap (hip-hop) no Brasil

“Arte é expressão e se expressar é se libertar de cadeados do Estado” –


Uknown.

RACIONAIS MC

A atuação do grupo Racionais MC's transcendeu a mera representação da


periferia brasileira, erigindo-se como um marco histórico na cultura hip-hop
nacional. Sua radicalidade e senso de "missão", sintetizados na frase "rap é
compromisso" por Sabotage, abriram caminho para um espaço discursivo
inédito, onde os cidadãos periféricos puderam se apropriar de sua própria
imagem e construir uma voz autêntica.
Álbum principal:

 Sobrevivendo no inferno

SABOTAGE

A atuação do grupo Racionais MC's transcendeu a mera representação da


periferia brasileira, erigindo-se como um marco histórico na cultura hip-hop
nacional. Sua radicalidade e senso de "missão", sintetizados na frase "rap é
compromisso" por Sabotage, abriram caminho para um espaço discursivo
inédito, onde os cidadãos periféricos puderam se apropriar de sua própria
imagem e construir uma voz autêntica.

Álbum principal:

 O Rap É Compromisso!

Thaíde e DJ Hum

Foram os responsáveis por transformar o rap brasileiro – que nos anos 80


ainda dava seus primeiros passos – em uma realidade consolidada.

Álbum principal:
 Hip Hop cultura de rua

Código 13

é um dos grupos pioneiros do rap nacional, apareceram na coletânea Hip Hop


Cultura De Rua, de 1988, ao lado dos grandes monstros sagrados do nosso
rap: Thaíde e DJ Hum, Mc Jack e O Credo. O grupo teve a oportunidade de
gravar duas faixas no LP: "Gritos Do Silêncio" e "Código 13."

Álbum principal:

 Hip Hop cultura de rua


Hip Hop cultura de rua – LP composto por Código 13, MC Jack
e Haíde & Dj Hum

Algumas das faixas presentes nesta LP:

- Corpo fechado
- Homens de lei
- Centro Da Cidade
- O Credo
- Deus da visão Cega
- Código 13

Pioneira nos Estados Unidos:

DJ Jamaicano Kool Herc

Em um momento crucial da história, um DJ visionário chamado Kool Herc deu


início a uma jornada musical que transformaria o mundo. Através de uma festa
inovadora, ele apresentou um novo conceito: sets compostos apenas pelo
instrumental e pelos breaks contagiantes de clássicos do funk e soul,
imortalizados por lendas como James Brown e James Clinton. Era o
nascimento do Hip-Hop Underground, um movimento que pulsava nas ruas de
Nova York e que logo conquistaria o planeta.

Kurtis Blow

Nascido no coração do Harlem, em Nova York, Kurtis Blow desbravou o


cenário musical nos anos 80 como um dos primeiros rappers a alcançar o
estrelato global. Sua marca registrada era a energia contagiante e as letras que
retratavam com realismo as vivências da juventude urbana, abordando temas
como superação, trabalho duro e a busca pela felicidade.

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