Relatorio Estagio Supervisionado Assinado II Assinado

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
CAMPUS SÃO LOURENÇO DO SUL
CURSO DE BACHARELADO EM AGROECOLOGIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Ronaldo Augusto Gomes da Silva


Matrícula: 13345

São Lourenço do Sul, dezembro de 2023


Ronaldo Augusto Gomes da Silva

Matrícula 133045

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de Estágio Supervisionado


apresentado ao Curso de Bacharelado em
Agroecologia da FURG, Campus São
Lourenço do Sul, como requisito à conclusão
de curso, sob a orientação da Prof.ª. Drª
Patrícia B. Lovatto.

São Lourenço do Sul, dezembro de 2023.


RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Nome do estudante: Ronaldo Augusto Gomes da Silva

Local do Estágio: Associação Comunitária Escola Família Agrícola da Região


Sul-AEFASUL, mantenedora da Escola Família Agrícola da Região Sul -
EFASUL e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Clima
Temperado, Estação Experimental Cascata – EEC

Período: 04/09/2023 a 01/12/2023

Professora Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Braga Lovatto

Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Campus São Lourenço do Sul

Supervisora: Letícia Rutz (EFASUL)

Ronaldo Augusto Gomes da Silva


Estagiário

Profa. Letícia Rutz


Supervisora
(assinatura e carimbo)

Profa. Dra. Patrícia Braga Lovatto


Professora Orientadora
(assinatura e carimbo)

São Lourenço do Sul, dezembro de 2023.


AGRADECIMENTOS

A todo o corpo docente da FURG que se empenha com tanta alma e


competência nesta arte de educar.

A equipe da EFASUL que me acolheu e proporcionou ampliar meus


horizontes neste território.

A Estação Experimental Cascata – EEC/Embrapa que apesar do pouco


tempo de convívio pude experenciar o imensurável conhecimento
compartilhado por seus pesquisadores.

Aos funcionários cuja simpatia e educação me cativaram desde o


primeiro contato.

Um especial obrigado a Profa. Patrícia Lovatto que me mostrou o


caminho.

E Agroecologia é isso, territórios de muitos sotaques.

Obrigado!
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................6

2. Apresentação do local de estágio.......................................................10

3. Funcionamento da EFASUL................................................................13

4. Segunda fase - Estação Experimental Cascata – EEC......................15

5. Atividades desenvolvidas no estágio..................................................17

6. Avaliação geral do estágio..................................................................33

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................35

8. REFERÊNCIAS...................................................................................37

9. APÊNDICES........................................................................................38
1. INTRODUÇÃO

A Agroecologia constitui um novo paradigma de se pensar e se


propor formas de produzir e consumir alimentos de forma mais sustentável,
embasada na agrosociobiodiversidade dos agroecossistemas. Mas ela não
se resume apenas a um conceito ou prática, dialoga com os movimentos
sociais, com os povos e comunidades tradicionais e com as questões de
gênero.

Após a revolução verde e o surgimento do agronegócio e o


subsequente avanço de monoculturas associadas ao pesado maquinário
utilizado, uso exaustivo do solo, pacotes de insumos químicos sintéticos,
dentre eles os agrotóxicos destinados ao combate de “pragas”, assistimos
ao colapso global baseado neste modelo. Produzir e produzir e colher
supersafras destinadas ao mercado externo, superavit da balança
comercial, comodities são termos que comumente ouvimos no vocabulário
do agronegócio. Talvez seja este o grande gargalo do tecnicismo agrícola:
produzir em larga escala sem impactar severamente o ambiente.

O grande slogan da revolução verde era: “vamos acabar com a fome


no mundo” e isso não aconteceu! Vimos o enriquecimento cada vez maior
dos grandes latifundiários e o empobrecimento do homem e da mulher do
campo, o endividamento dos agricultores familiares e famílias camponesas
que aderiram a esse modelo produtivista, muitos não conseguiram pagar o
financiamento de maquinário agrícola e perderam suas propriedades.

Mas, se por um lado o cenário não parece promissor para as famílias


agricultoras, novas tecnologias sociais respaldadas pela Agroecologia em
diálogo com os saberes ancestrais e para além da ciência acadêmica,
surgem como alternativas para um outro tipo de produção e consumo,
através da extensão rural contextualizada à realidade ambiental e
sociocultural dos territórios através de projetos que visam mitigar impactos
causados pelo manejo inadequado, pressão de monoculturas no entorno
das pequenas propriedades.
Nossos resilientes agricultores e agricultoras resistem, ainda que a
legislação não as/os favoreça, cabendo a elas/eles o ônus de proteger sua
lavoura contra a contaminação por resíduos de aplicação de agrotóxicos
que são trazidos pelo vento, sem mencionar o percentual que é lixiviado
para o lençol freático.

A Agroecologia apesar de alguns a considerarem como um conceito


em construção o que se viu e se pode constatar no último Congresso
Brasileiro de Agroecologia - CBA 2023, em que tive a honra de participar,
ela está bem sedimentada e paramentada enquanto ciência que conversa
com todos os povos, de todas as etnias e todos os territórios. Ela pulsa e
faz vibrar esse povo brasileiro que acredita na soberania alimentar, no solo
vivo de Ana Primavesi, na diversidade e nas sinergias.

O objetivo da Agroecologia é trabalhar com e alimentar


sistemas agrícolas complexos onde as interações
ecológicas sinergismos entre os componentes biológicos,
criem, eles próprios. A fertilidade do solo, a produtividade e
a proteção das culturas (Altieri, 1999, p.15).

A partir de sua perspectiva ecológico-agronômica, socioeconômica e


político-cultural, vários autores têm trazido contribuições importantes para se
pensar o conceito de agroecologia, (Altieri, 1999; Gliessman, 2005; Casado et
al., 2000; Sevilla Gusmán, 2006; González de Molina, 2011; entre outros).
Neste caminho, a agroecologia não pode ser vista simplesmente como
substituição de insumos ou mesmo apenas a partir da dimensão da produção
agrícola e, sim, deve ser vista a partir de um conjunto de aspectos, numa lógica
da multidimensionalidade.

Dentro do enfoque político-cultural, por exemplo, a agroecologia, de


acordo com Gonzales de Molina (2011) pode ser entendida como a
necessidade de aprofundar aspectos políticos de organização social, assim
como refletir sobre os diferentes marcos “institucionais e cognitivos” (Pena,
2011, p. 24) que regem as instituições educacionais e a busca por afirmação
de políticas públicas por grupos sociais marginalizados. Essa perspectiva
possui relação direta com propostas de ensino-aprendizagem diferenciadas
que trabalhem para transição agroecológica a partir dos contextos locais, o que
dialoga com a proposta de educação do campo e com a existência e proposta
pedagógica da EFASUL.

Nesse sentido, o estágio na Escola Família Agrícola da Região Sul -


EFASUL proporcionou uma experiência inenarrável no que se refere a
prática e a vivência agroecológica em educação do campo a partir das
diferentes dimensões que abraçam o conceito de Agroecologia, seja ela,
ambiental, social econômica, cultural, política e ética.

A pedagogia da alternância que constitui a base formativa das


Escolas Família Agrícola – EFA, como é o caso da EFASUL é um vislumbre
do exercício pedagógico e formativo da Agroecologia real, palpável e posta
em prática nos processos educativos. A alternância praticada nestes
espaços de conversam com a realidade do cotidiano de dezenas de jovens
que entre o tempo escola e o tempo comunidade experienciam práticas
agroecológicas, trocam saberes e se imbuem de conceitos técnicos
científicos que dialogam com os conhecimentos da sua ancestralidade.

Segundo Pinho (2008), ao alternar períodos na universidade/escola e na


vivência de sua comunidade, as/os estudantes constroem conhecimentos no
diálogo entre o saber cotidiano, a prática, o trabalho passado de gerações a
gerações e o saber acadêmico/científico. Essa relação pode possibilitar a
apropriação de saberes historicamente defendidos e o acesso às técnicas
cientificamente comprovadas.

Numa relação de ensino-aprendizagem, a alternância promove o


diálogo de saberes que consiste, segundo Andrade (2010), na confluência
ou o encontro do conhecimento científico, sistematizado, comprovado,
aprendido na escola com o conhecimento ou saber popular adquirido por
meio da experiência de vida do agricultor nas diversas dimensões, que
expressa o que faz sentido para ele, sua visão de mundo, sua identidade de
agricultor.

A partir da dimensão política da Agroecologia, é possível dizer que, no


Brasil, o enfoque agroecológico e a educação do campo têm a mesma base
social de construção inicial — a resistência dos agricultores familiares
camponeses e seu processo de reorganização a partir dos movimentos sociais.
Caporal e Petersen (2011) ressaltam que uma das características marcantes
da agroecologia no Brasil é um vínculo com a defesa da agricultura familiar
camponesa como base social de estilos sustentáveis de desenvolvimento rural.

Para Caldart (2009, p. 39), “a educação do campo nasceu como crítica à


realidade da educação brasileira, particularmente à situação educacional do
povo brasileiro que trabalha e vive no/do campo”. É fruto de uma intensa
mobilização dos movimentos camponeses, com uma proposta para
desenvolver novas metodologias de ensino e propor políticas públicas
diferenciadas para as populações dos espaços rurais.

A educação do campo praticada nas EFAs se estabelece a partir dessa


base social, questionando não somente as práticas pedagógicas baseadas no
ruralismo pedagógico e o tecnicismo das escolas agrícolas (CALDART, 2008),
mas também o paradigma que sustenta essa concepção de ensino e,
principalmente, o modelo de campo estabelecido a partir do paradigma
dominante, baseado na modernização.

Ter acompanhado e posto em prática o aprendizado desses anos de


vida acadêmica na EFASUL foi muito revitalizante, somando-se a isso, o
período de dois meses em que atuei como monitor dos estagiários da EFASUL
na Embrapa Clima Temperado, Estação Experimental Cascata - EEC, pude
participar de todas as atividades práticas e cursos oferecidos pela Embrapa, o
que enriqueceu ainda mais minha trajetória acadêmica e profissional bem como
meu currículo lates.

Ressalta-se, por fim, que as atividades de estágio supervisionado


apresentadas neste relatório estão divididas naquelas que foram
desempenhadas diretamente no espaço da EFASUL e aquelas que foram
realizadas na Estação Experimental Cascata - EEC da Embrapa Clima
Temperado, as quais contemplaram o acompanhamento técnica e pedagógico
do estágio de finalização do curso técnico de estudantes da EFASUL.
2. Apresentação do local de estágio

A EFASUL é uma instituição de ensino de nível médio técnico em


Agroecologia que surge a partir de uma demanda das famílias agricultoras e
camponesas do Território Zona Sul do RS (Figura 01).

Figura 01. Municípios que integram o Território Zona Sul, RS, e compreendem
a área de atuação da EFASUL. Fonte: Secretaria de Desenvolvimento
Territorial/MDA, 2010.

Está localizada no Centro de Treinamento de Agricultores de Canguçu –


CETAC/EMATER, no município de Canguçu, RS (Figura 02). A EFASUL foi
pensada a partir da realidade local e de um modelo de educação transformador
que contemple jovens do meio rural integrantes de famílias agricultoras,
quilombolas, indígenas e de assentados da Reforma agrária.
Figura 02. Localização da EFASUL no CETAC/EMATER, Canguçu, RS.
Fonte: Google Earth

Surgida em 2013 no Fórum da Agricultura Familiar, a partir da criação da


Associação Comunitária Escola Família Agrícola - AEFASUL, gerida por
famílias agricultoras do Território, a EFASUL foi viabilizada à partir dessa
associação civil, sem fins lucrativos, ou seja, se mantém através da captação
de recursos oriundos de doações e uma tímida, mas não menos importante,
contribuição do governo através de emendas parlamentares que contemplem
recursos para sua manutenção logística e pagamento de funcionários. A priori a
captação de recursos junto a sociedade civil e políticas públicas que
contemplem este modelo de educação tem sido o grande gargalo, além da
necessidade de se ter um espaço próprio da escola, que hoje funciona dentro
do CETAC – EMATER.

O desenvolvimento sustentável, autônomo e solidário são basilares na


construção da Agroecologia e que tem seu aporte na realidade do campo, na
agricultura familiar e na soberania alimentar.

Significativa tem sido a evasão de jovens do campo em busca de


oportunidades, o que por si só é um grande marcador do problema de
sucessão familiar dentro das propriedades da agricultura familiar. Despertar
esses jovens para as potencialidades do campo e instrumentalizá-los através
dos conceitos técnico-científicos e abrir um leque de possibilidades de
aplicarem em suas realidades cotidiana junto a suas famílias, no seu tempo
comunidade.

A pedagogia da alternância vem se tornando uma ponte entre as


expectativas dos jovens e suas perspectivas de futuro. As Escolas Família
Agrícolas - EFAs cujos pilares são as associações locais, a pedagogia da
alternância, formação integral e desenvolvimento do meio representam o
grande sucesso das EFAs em território brasileiro. O Rio Grande do Sul conta
com quatro EFAs.

A estratégia pedagógica da EFASUL está baseada na Pedagogia da


Alternância, a qual permite estabelecer o diálogo entre os conteúdos e práticas
trabalhadas nas disciplinas da formação geral e da formação técnica ao dia a
dia do(a) educando(a) com sua família e em sua comunidade.

A realização de trabalhos e estudos na realidade das


famílias não é um fim. Mas sim, uma possibilidade de
observar suas potencialidades rumo a um processo
agroecológico, para desenvolver esses espaços rurais e
ajudar os/as jovens estudantes e trabalhadores/as rurais a
dar sentido ao que aprendem na Escola. A Agroecologia
como princípio educativo é um elemento poderoso, não só
para os processos interdisciplinares, mas também sob a
ótica da produção de alimentos. O que contribui para a
garantia da soberania e da segurança alimentar para as
populações, tanto rurais como urbanas (EFASUL, 2023).

As propostas formativas, especialmente do curso técnico de nível médio,


buscam conciliar os tempos distintos de trabalho teórico prático na escola ao
trabalho na propriedade familiar Nelas, os componentes curriculares são
desenvolvidos parte no tempo escola e parte no tempo comunidade ( visando
aplicar os conceitos à realidade do campo e vice versa.

Despertar esse sentido de pertencimento a terra e ampliar horizontes


dentro da perspectiva do próprio esteio familiar, tem sido um grande desafio na
pedagogia da alternância em que o tempo escola e o tempo junto as suas
famílias possa se dar por osmose, revigorando e revitalizando laços,
construindo teias de saberes que se mesclam entre o técnico acadêmico e o
popular. Bastante rica são essas trocas de saberes em que cada indivíduo
corrobora para a construção do coletivo através da articulação da teoria e a
prática, do conteúdo apresentado pelos monitores e a realidade posta de cada
ator neste processo de construção do conhecimento.

Não poderia de deixar de citar aqui a grande parceria com o Instituto


Federal Sul-rio-grandense _ IFsul. Também o Centro Regional de Qualificação
Profissional d Produtores Rurais de Canguçu _ CETAC (EMATER. Rio Grande
do Sul/ ASCAR), onde a EFASUL está instalada.

3. Funcionamento da EFASUL

Em seu tempo escola, cada jovem estudante participa de um


coletivo para desempenho de atividades rotineiras dentro da escola.

O caráter disciplinar das tarefas do dia a dia desperta esse sentimento


de responsabilidade para que cada um saiba quão importante é sua
contribuição para o coletivo.

Os coletivos são divididos entre os que cuidam da higienização dos


banheiros, dos que cuidam dos quartos e salas de aula, do preparo do café e
dos espaços do refeitório, dos vasilhames utilizados na cozinha.

São feitas três rodas diárias em que todos se dão as mãos e avaliam
experiências recentes, elogiando ou criticando algum eventual fato ocorrido.
São também repassados nesta roda orientações, recados, avisos pelo corpo
docente.

As disciplinas são ministradas no decorrer do dia, nos três turnos,


guardando um intervalo para descanso. As 23h00 todas e todos devem se
recolher para seus dormitórios e descansar para o dia seguinte, desliga-se o
wi-fi para que ninguém comprometa o seu horário de sono necessário para
recarregar as baterias para os estudos e atividade práticas de campo
programadas para o próximo dia.

Cada aluno apresenta uma caderneta agrícola de suas práticas na horta


ou em serviços a campo que são acompanhadas pelo monitor ou o técnico
agrícola responsável. Posteriormente são feitas anotações nas cadernetas de
cada um sobre as atividades realizadas.

Há bastante rigor com relação ao deslocamento externo dos alunos, que


somente se dará por autorização prévia e/ou acompanhado de um monitor.
Salvo atividades externas acompanhadas pelo monitor e o grupo.

Semestralmente após avaliações de conteúdo são organizadas visita ás


respectivas famílias de cada aluno onde são avaliadas as condições de vida, a
realidade que cada um está inserido, a avaliação dos pais e suas impressões
sobre seus filhos quando retornam do tempo escola.

São feitas posteriormente reuniões entre os monitores para avaliarem as


visitas e apresentarem suas percepções da realidade vivenciada por cada
aluno junto as suas famílias. Pude assistir algumas dessas reuniões perceber
que são realidades bem diversas, pelos relatos apresentados. Algumas bem
tranquilas, outras nem tanto assim. Pelo fato de estarem em alto grau de
vulnerabilidade social e a escola representando para essas famílias único
aporte de perspectivas de futuro para seus filhos.

Na escola são servidas duas refeições principais, como o almoço e a


janta e três cafés com alimentos que reforçam a soberania alimentar, em sua
maioria oriundos da agricultura familiar, trazidos para escola pelos próprios
estudantes, oriundos da produção das famílias. Além disso a escola conta com
hortaliças produzidas na sua área agrícola, as quais também abastecem alguns
estabelecimentos locais, ampliando a geração de renda e autonomia financeira
do educandário.
4. Segunda fase - Estágio na Estação Experimental Cascata - EEC

A Estação experimental da Cascata- EEC, Embrapa Clima Temperadp é


totalmente voltada para pesquisas no âmbito da produção e melhoramento de
cultivares de interesse para a agricultura familiar dentro do enfoque
agroecológico (Figura 03).

Figura 03. Visão geral da área da Estação experimental da Cascata- EEC,


Embrapa Clima Temperado. Fonte: Google earth

Com uma visão mais abrangente das necessidades de abrir


oportunidade de estágio para escolas agrícolas de nível técnico e que se
originem no seio da agricultura familiar, movimentos sociais, quilombolas, e
povos originários, a EEC fez uma parceria com a EFASUL para receber
estagiários da escola em conclusão de curso. Tal experiência ocorreu em
caráter experimental, dado que somente pequenos grupos vindos de
universidades já conveniadas com a Embrapa, como a UFPel e a UFRGS
firmavam convênio de estágio desta natureza.

Fui indicado então pela EFASUL a continuar meu estágio como


monitor dos alunos que estagiariam na Embrapa. Vale ressaltar que até me foi
apresentada a proposta de cancelar meu estágio com a EFASUL e firmar outro
diretamente com a Embrapa. Não aceitei, justamente porque isso só seria um
detalhe, já que iria participar de todos os cursos ofertados pela Embrapa, além
de participar de todas as tarefas que seriam desempenhadas pelos estagiários
da EFASUL. Outro fator que também pesou nesta decisão foi a excessiva
burocracia da FURG para se formalizar um estágio. Evitando a fadiga, recusei.
Mesmo porque seria muito bem remunerado pela EFASUL que me pagou o
valor de R$1.250,00 por mês de estágio, mesmo sendo um estágio de caráter
obrigatório do qual não é usual que haja remuneração.

A Embrapa recentemente comemorou seus 85 anos de atividades em


pesquisas e tornou-se o maior centro de pesquisa do país, além de ser
referência para a agricultura familiar de base ecológica no Rio Grande do Sul,
no Brasil e na América Latina.

A Estação Experimental Cascata (EEC) está localizada em


representativa zona colonial da região de clima temperado, nas condições
ambientais da Encosta da Serra do Sudeste. Com uma área total de 151 ha,
composta por campos experimentais e áreas de Reserva Legal e Preservação
Permanente, a EEC foi pioneira na pesquisa agropecuária do Rio Grande do
Sul, sendo criada em 1938 como Estação Experimental de Pelotas, com o
objetivo de desenvolver ações para a independência tecnológica da Agricultura
Familiar. Em consonância com a missão inicial, a EEC desenvolve projetos que
buscam a sustentabilidade da agricultura de base familiar com ações de
pesquisa focadas em sistemas agroecológicos e de transição agroambiental.

A EEC busca a interação com outras instituições de pesquisa, ensino,


extensão rural, bem como com organizações não governamentais de apoio ao
pequeno produtor. Desde 2001, a EEC tem dedicado esforços na construção
coletiva do conhecimento com seus parceiros, desenvolvendo e aprimorando
práticas e processos de cultivo e criação mais integrados aos ecossistemas
regionais, na perspectiva dos sistemas de produção de base ecológica.

Dentre as principais linhas de trabalho se destacam:

 Insumos para fitoproteção e fertilização orgânica;


 Sistemas agroflorestais e utilização de plantas bioativas;
 Sistemas de base ecológica de hortaliças e fruteiras;
 Controle biológico;
 Processamento de frutas e hortaliças;
 Avaliação de cultivares adaptadas aos sistemas ecológicos;
 Manejo de áreas com espécies recuperadoras do solo;
 Empreendedorismo e agregação de valor.

Além de toda estrutura física que dá suporte aos trabalhos de pesquisas


hoje desenvolvidos, também possui um centro de capacitação com auditório,
alojamento para 40 pessoas, salas de estudo, refeitório e centro de convivência
e lazer, cujo objetivo é qualificar as ações de transferência de tecnologias junto
aos agricultores familiares.

Merece destaque o Fórum de Agricultura Familiar, entidade criada em


1996 e que ser reúne mensalmente na EEC. O Fórum congrega instituições
públicas de pesquisa, ensino e extensão rural e entidades privadas de apoio ao
pequeno produtor, com o objetivo de buscar soluções coletivas para dinamizar
o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar em âmbito regional.

5. Atividades desenvolvidas durante o estágio

5.1. Atividades desenvolvidas na EFASUL

As atividades no período que estive propriamente na EFASUL foram


bastante diversificadas, sendo a maior parte relacionada ao apoio didático
pedagógico e experimental na área das Ciências Agrárias que compreende a
horta da EFASUL, a área de SAF (Sistema Agroflorestal), estufas e área de
pomar.

De forma sucinta, no manejo agroecológico da produção das hortaliças


foram postos em práticas e observados a campo a teoria aprendida durante o
curso na disciplina de Olericultura ministrada pelo professor Márcio Gonçalves.
Durante todo o tempo fui orientado e assistido pelo Técnico agrícola Pedro que
tem uma larga experiência no cultivo das hortaliças e atua como Educador e
responsável pela produção de frutas e hortaliças na EFASUL.
A rotina quase sempre incluía a extração de algumas ervas indesejáveis
e bastante dominantes na horta, como por exemplo língua de vaca que
prolifera bastante e é de difícil manejo por apresentar raiz pivotante e que se
aprofunda consideravelmente no solo, dificultando sua extração.

Também auxiliei no remanejamento de canteiros, auxiliei nos processos


de instalação e controle da irrigação. Quase todo sistema de irrigação da
EFASUL é feito por gotejamento, de fonte ligada a uma cisterna. Há também
um açude que também pode se recorrer caso necessite.

Atuei auxiliando a produção de bioinsumos e a aplicação nas hortaliças.


Com relação ao bioinsumos Bokashi era tarefa minha revolvê-lo a cada duas
horas de acordo com a temperatura do composto até não ser mais necessário
este procedimento.

No minhocário fui responsável pela sua manutenção e pelo


peneiramento e ensacamento de húmus para posterior utilização nos espaços
produtivos.

No SAF participei do manejo de plantas, manutenção da cobertura morta


em locais que o solo estava exposto, bem como capina.Também auxiliei na
manutenção dos pomares, como a extração de erva-de-passarinho e retirada
de liquens e musgos dos caules das frutíferas.

Outra responsabilidade minha foi a manutenção e organização dos


espaços pedagógicos e de convívio coletivo, como o quarto de ferramentas e o
quarto de utensílios agrários de campo.

Atuei na instalação e desinstalação de estufas e auxiliei em diversos


serviços gerais de reparos, quando solicitados. Apoiei o planejamento e
execução de aulas práticas (Figura 04, Figura 05, Figura 06), cursos externos
(Figura 07 e 08) como o curso de bioinsumos desenvolvido em parceria com o
Coletivo de Entomologia da FURG, Centro de Apoio e Promoção da
Agroecologia - CAPA e Rede Ecovida e participação da escola em eventos.
Figura 04. Aula e práticas agrárias em olericultura na horta da EFASUL
ministrada aos alunos pelo técnico agrícola Pedro. Neste dia assessorei o
Pedro na filmagem desta aula prática.
Fonte: Acervo pessoal

Figura 05. Acompanhamento da aula prática sobre produção de cebolas na


área de produção da EFASUL. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 06. Acompanhamento da aula prática sobre transplante de hortaliças na
área de produção da EFASUL. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 07. Curso sobre bioinsumos para transição agroecológica promovido


pela EFASUL em parceria com a FURG, CAPA e Rede Ecovida em novembro
de 2023. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 08. Roda com estudantes e participantes externos do curso sobre
bioinsumos para transição agroecológica promovido pela EFASUL em parceria
com a FURG, CAPA e Rede Ecovida em novembro de 2023. Fonte: Acervo
pessoal.

Dentre os eventos destaco o 1º Seminário Juventudes e Agroecologia:


em luta Contra os Agrotóxicos (Figura 09, Figura 10) realizado no dia 24 de
agosto de 2023 na EFASUL, evento que atuei como um dos organizadores
juntamente com outros colegas da FURG e EFASUL e, estande da EFASUL na
Feira Estadual de Sementes Crioulas e Tecnologias Populares (Figura 11 e
Figura 12), realizado na Praça Central de Canguçu, nos dias 6, 7 e 8 de
outubro, um evento de representatividade nacional para a Agroecologia.

Também estive junto a Profa. Letícia Helwing na elaboração e


sistematização do plano de trabalho feito com alunos do segundo ano referente
a percepção sobre insetos em suas propriedades. Este trabalho, resultou
inclusive em duas publicações (Apêndice I e II) e apresentação em eventos
(Figura 13 e Figura 14), no 2º Seminário Regional sobre Desenvolvimento e
Agricultura Familiar (SERDAF) promovido pela FURG em OUTUBRO DE 2023
e no 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia, promovido pela Associação
Brasileira de Agroecologia - ABA, no Rio de Janeiro em novembro de 2023.
Figura 09. I Seminário Juventude e Agroecologia em Luta Contra os
Agrotóxicos, realizado na EFASUL em 2023, onde atuei como um dos
organizadores. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 10. Ornamentação do espaço reservado para as palestrantes no I


Seminário Juventude e Agroecologia em Luta Contra os Agrotóxicos, realizado
na EFASUL em Canguçu/2023 o qual atuei como um dos organizadores.
Fonte: Acervo pessoal.

.
Figura 11. Participação da EFASUL Feira Estadual de Sementes Crioulas e
Tecnologias Populares. Fonte: Acervo pessoal.

.
Figura 12. Estande da EFASUL na Feira Estadual de Sementes Crioulas e
Tecnologias Populares. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 13. Com o grupo Manejo de Agroecossistemas durante a apresentação
do trabalho realizado junto com a EFASUL no 12º Congresso Brasileiro de
Agroecologia para o grupo de Manejo de Agroecossistemas no Rio de Janeiro
em novembro de 2023. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 14. Slides do trabalho "Os insetos na percepção de estudantes do curso


técnico em agroecologia da Escola Família Agrícola da Região Sul – EFASUL,
Canguçu, RS", apresentados durante o 12º Congresso Brasileiro de
Agroecologia para o grupo de Manejo de Agroecossistemas no Rio de Janeiro
em novembro de 2023.
Fonte: Acervo pessoal.
5.2. Atividades desenvolvidas na ECC

Na Embrapa foi o suprassumo do período de estágio porque fui para lá


designado pela EFASUL como monitor de sete alunos formandos no curso
médio técnico em Agroecologia que fariam seus estágios na EEC da Embrapa.

É imensurável o quanto agreguei de valor a minha formação acadêmica,


estando diante de grandes pesquisadores numa das instituições cujo
reconhecimento é internacional.

Tive oportunidade de fazer juntamente com os estagiários da EFASUL


diversos cursos, dentre eles:

- Curso de Manejo de Sistemas Agroflorestais para restauração de


ecossistemas florestais ministrado pelos pesquisadores Ernestino de Souza
Gomes Guarino (Figura 15 e Figura 16),

- Curso de Manejo Ecológico do Solo com o pesquisador Gustavo


Schiedeck (Figura 17 e Figura 18);

- Curso de Restauração ecológica de ecossistemas florestais com a


pesquisadora Letícia Penno de Sousa (Figura 19);

- Curso de Certificação agroflorestal e extrativista no Rio Grande do Sul


com o pesquisador Davi Chemello;

- Curso sobre Agroflorestas apícolas ministrado pelo pesquisador Luís


Fernando Wolff (Figura 20) ;

- Curso de hortaliças orgânicas ministrado pelo pesquisador José Ernani


Scherngber (Figura 21).
Figura 15. Acompanhamento de estagiários da EFASUL no Curso de
Agrofloresta para recuperação de ecossistemas florestais promovido pela
Estação Experimental Cascata - EEC, Pelotas, RS. Fonte: Acervo do autor

Figura 16. Preparo das junto com os estagiários e educadores da EFASUL no


Curso de Agrofloresta promovido pela Estação Experimental Cascata - EEC,
Pelotas, RS. Fonte: Acervo do autor
Figura 17. Aula sobre minhocultura e solo vivo ministrada pelo pesquisador
Gustavo Schiedeck na Estação Experimental Cascata - EEC.
Fonte: Acervo do autor

Figura 18. Acompanhamento de estagiários da EFASUL na aula prática sobre


minhocultura conduzida pelo pesquisador Gustavo Schiedeck na Estação
Experimental Cascata - EEC.
Fonte: Acervo do autor
Figura 19. Preparação dos canteiros de plantio direto no sistema SAF para
Restauração Ecológica de Ecossistema Florestais. Parte das práticas a campo.
Fonte: Acervo do autor

Figura 20. Junto aos estagiários no preparo, pós curso, das roupas adequadas
para o manejo de abelhas Apis mellifera durante o Curso de Agroflorestas
Apículas na Estação Experimental Cascata - EEC.
Fonte: Acervo do autor
Figura 21. Acompanhamento dos estagiários da EFASUL na prática de preparo
do canteiro para semeadura durante o curso sobre produção de hortaliças
orgânicas. Fonte: Acervo do autor

Para além da participação em cursos e aulas teóricas e práticas na EEC,


as atividades que foram realizadas por mim e pelo grupo de estagiários da
EFASUL sobre a minha supervisão foram bastante diversificadas, envolvendo a
manutenção de espaços produtivos e experimentais na Cascata e o convívio e
aprendizado com diferentes pesquisadores e técnicos de campo da estação.

Trabalhamos alguns dias nos viveiros do Projeto Quintais (Figura 22)


sob a orientação da Mônica, química de formação e pesquisadora. Fizemos
desbaste de folhas nas mudas, adubação, catação manual de lagartas,
remanejamento de mudas para outras bancadas, preparação de substratos a
serem colocados em novos saquinhos de plantio, limpeza dos viveiros após
manejo.
Figura 22. Trabalho junto com os estagiários da EFASUL na estufa de produção
de mudas arbóreas do Projeto Quintas Orgânicos. Fonte: Acervo pessoal.

Junto à equipe do Pesquisador Luiz Fernando Wolff fizemos


remanejamento de colmeias com roupagem adequada a essa tarefa.
Preparamos as melgueiras para serem colocadas nas caixas e retiradas dos
ovos de zangões das colmeias além da inclusão de novas caixas. Visitamos
uma família de apicultores em Morro Redondo, RS, e procedemos a limpeza e
remanejamento de colmeias (Figura 23). Retiramos favos malformados, ovos
de zangões e acrescentamos novas melgueiras.

Figura 23. Preparo do fumigador para manipular as caixas com melgueiras das
Apis mellifera numa propriedade de agricultores familiares em Morro Redondo,
RS. Fonte: Acervo pessoal.
Acompanhei os estagiários da EFASUL na adubação e manutenção de
área experimentais da EEC, tal qual a adubação feita com esterco de peru na
área de produção de cebola de responsabilidade da pesquisadora Daniela
Lopes Leite (Figura 24).

Figura 24. Dia de adubação do campo experimental de cebolas na EEC.


Fonte: Acervo pessoal.

No minhocário sob responsabilidade do pesquisador Gustavo Schiedeck


procedemos o peneiramento do húmus através de uma máquina de peneirar e
ensacamos. Construímos uma composteira laminar a partir de telado (50
metros) (Figura 25 e 26) para adequá-lo as medidas da composteira.

Figura 25. Tela para composteira sendo cortada para elaboração de


demonstrativo para a vitrine tecnológica da EEC. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 26. Preparação da tela e montagem do cilindro para compostagem
laminar. Fonte: Acervo pessoal.

A composteira foi utilizada no dia de campo da Embrapa (07/12/23) e


sua montagem incluiu o processamento do capim elefante na moedora elétrica,
trabalho que ficou sob minha responsabilidade.

Ajudamos o pesquisador Miura responsável pelas pesquisas da


Embrapa em sistemas Agroflorestais a plantar mudas de árvores referentes a
um experimento avaliativo de como arvores exóticas se desenvolvem no clima
do Rio Grande do Sul.

Plantamos batatas, hortaliças, grãos, plantas de cobertura, mandioca,


árvores. Na parte de monitoria especificamente orientava os estagiários sobre
quais tarefas seriam executadas no dia, acompanhando e auxiliando na
execução destas atividades, o que foi de grande aprendizado prático.

Para a equipe de estagiários era responsável por repassar as instruções


dos pesquisadores para execução de tarefas a campo, além de organizar e
preencher toda documentação necessária para os estágios e recolhimento de
assinaturas. Também fez parte das minhas incumbências a resolução de
impasses e conflitos que foram surgindo no decorrer do estágio.
Por último e não menos importante atuei junto com os estagiários na
organização do dia de campo de agroecologia realizado em 07/12/23,
grandioso evento com a participação de mais de 3 mil pessoal .

Ainda como encaminhamento final do estágio realizado por mim na


EFASUL e EEC tenho agendada uma reunião de avaliação com o pesquisador,
referência mundial em construção do conhecimento agroecológico, João Carlos
Costa Gomes, previamente agendada para o dia 14/12/23 onde irei apresentar
parte do que está apresentado no presente relatório com minhas percepções e
avaliação deste primeira experiência de parceria entre EFASUL e Embrapa
Clima Temperado no que se refere a realização de estágios para formação
técnica.

6. Avaliação geral do estágio

O estágio supervisionado contribuiu de forma significativa com o


aprimoramento do meu aprendizado nesta fase final do meu curso de Bacharel
em Agroecologia. Pude experienciar e colocar em prática conceitos teóricos
trabalhados ao longo destes anos, bem como aspirações provenientes da
minha vivência e trajetória pessoal.

No intuito de vivenciar a Agroecologia em seu cerne realizei um trabalho


voluntário na EFASUL, alguns meses antes do início do esta´gio, já em vista da
necessidade de fazer o estágio supervisionado escolhi a EFASUL por estar em
sintonia com os princípios da pedagogia da alternância e da Agroecologia
plena.

Ao ser indicado pela EFASUL como monitor dos estagiários em fase final
de curso na Embrapa me senti lisonjeado pelo voto de confiança depositado
em mim. Também foi um presente estar em um dos maiores centros de
referência em pesquisas agroecológicas da América Latina.

Acredito que a FURG também venha estreitar laços com a Embrapa


Clima Temperado e a EFASUL e fico na torcida para que novos estudantes em
fase final de curso, como eu, tenham essa riquíssima oportunidade de
realizarem seus estágios supervisionados nestes dois espaços tão
representativos para a Agroecologia que queremos, que é a EFASUL e a
EEC/Embrapa Clima Temperado.

Quem esteve presente no recente evento promovido pela Embrapa, o


Dia de Campo de Agroecologia, realizado no dia 07/12/23 pode constatar o
sucesso que foi o estande da FURG com mostra dos cursos e o relevante
trabalho sobre os solos. Além disso a Estação do Coletivo de Entomologia da
FURG, do qual também faço parte demonstrou a fortaleza da sua relação com
a EFASUL e com os pesquisadores da EEC Embrapa Clima Temperado, fato
que constitui, na minha avaliação, um grande indicador do êxito desta parceria
que poderá possibilitar a renovação de trabalhos conjuntos, que, como este
que conduziu o meu estágio, uma experiência de vida!
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio não só cumpriu seu objetivo, como recebi um convite da


EFASUL de ser contratado pela escola que se dispôs à flexibilização de
horários para que eu possa dar continuidade aos meus estudos até a defesa
do TCC. Também fui estimulado na EFASUL e na EEC a seguir meus estudos
com o mestrado e para isso também me foram apontados caminhos e
parcerias.

Egressos do curso de Bacharelado em Agroecologia ainda se deparam


com a questão burocrática da profissão por não possuirmos um registro que
permita ao profissional assinar laudos agrícolas. Caminhamos por passos
lentos neste sentido apesar do curso ser reconhecido pelo MEC, nos falta
legislação pertinente e vontade política. Acredito que esse impasse se
resolva, e não por acaso, a maior bancada no congresso é a ruralista, que
defende o agronegócio e obviamente fechado em copas com a agronomia.

Esse período de estágio supervisionado é muito importante para que


os discentes dos cursos oferecidos possam exercitar o seus aprendizados
acadêmicos. Terem uma prévia do mercado de trabalho, ampliar sua rede de
contatos, estabelecer vínculos. Aprender a ter uma postura profissional
condizente com as premissas de seus possíveis contratantes. O mercado de
trabalho não é nada romântico é só flerta com os mais preparados. Fico feliz
que o meu estágio supervisionado tenha me aberto portas para exercer com
dignidade minha futura profissão.

Comumente nos deparamos com centenas de jovens que concluem


sua formação acadêmica e não se encaixam no mercado de trabalho para a
profissão que se formou, indo trabalhar e seguir carreiras não condizentes
com a sua formação. Esta talvez seja a grande lacuna da formação
acadêmica versus mercado de trabalho.

O que percebo como uma deficiência dentro do Curso de Agroecologia


é a real vivência agroecológica, mesmo que já tenhamos uma disciplina
específica no QSL do curso. Contudo há uma sinalização de aparar arestas e
mitigar as deficiências do curso de agroecologia ao se incluir como
obrigatoriedade um período mínimo de vivências em extensionismo rural em
propriedades de agricultura familiar e instituições que dialoguem com os
propósitos do curso. Talvez o estágio obrigatório para conclusão de curso
represente uma significativa e efêmera imersão no mundo mais palpável do
trabalho.

Embora o trabalho intelectual se distancie do trabalho braçal todos têm em


comum a insofismável necessidade de ser produtivo e renumerado para sua
própria subsistência, que implica em dignidade e cidadania. Se achar e se
colocar dentro de uma sociedade competitiva e excludente não é tarefa das
mais fáceis. Quem melhor se preparar garantirá seu osso.

Diante do que foi exposto, verifica-se a importância do estágio


supervisionado na vida acadêmica e o quanto pode agregar na preparação do
futuro profissional em Agroecologia, apontando caminhos e abrindo portas
repletas de oportunidades. Eu abraço firme a oportunidade que me foi dada a
partir deste estágio supervisionado realizado junto à FURG.
8. REFERÊNCIAS

ALTIERI, M.A. The ecological role of biodiversity in agroecosystems.


Agriculture,Ecosystems & Environment, v. 74, n. 1, p. 19-31, 1999.

CALDART, R. S. Educação do campo: notas para uma análise de percurso.


Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 35-64, 2009.

CALDART, Roseli Salete. A Escola do Campo em Movimento. In: ARROYO,


Miguel G.; CALDART, Roseli S,; MOLINA, Mônica C. (Orgs.) Por uma
educação do campo. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009, p.87-131.

CAPORAL, F.R.; PETERSEN, P. Agroecologia e políticas públicas na América


Latina: o caso do Brasil. Agroecología, v. 6, p. 63-74, 2011.

CASADO, G.; MOLINA, M.G.; GUZMÁN, E.S. Introducción a la agroecología


como desarrollo rural sostenible. Madri: Mundi-Prensa, 2000.

GONZÁLEZ DE MOLINA, M. de Introducción a la Agroecología. Madri:


Sociedad Española de Agricultura Ecológica, 2011.

PEÑA, F.G. Ecología política y agroecología: marcos cognitivos y diseño


institucional. Agroecología, v. 6, p. 21-28, 2011.

PINHO, Marcélia Amorim Cardoso. Pedagogia da alternância e formação sobre


educação do campo em Nova Iguaçu: relato de uma experiência. Revista
eletrônica- Cadernos da Fael, v. 1, n. 3, dez. 2008. Disponível em: . Acesso
em: out. 2023.

SEVILLA GUSMÁN, E. De la Sociología Rural a la Agroecología. Barcelona:


Icaria, 2006.
9. APÊNDICES

9.1. Apêndice I

PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO CURSO TÉCNICO EM AGROECOLOGIA DA ESCOLA


FAMÍLIA AGRÍCOLA DA REGIÃO SUL - EFASUL SOBRE OS INSETOS E A SUA
IMPORTÂNCIA

Perception of studentes of the technical course in agroecology at the agricultural family


school of the southern region - EFASUL about insects and their importance

HELLWIG, Letícia1; SILVA, Ronaldo A. G. da2; LOVATTO, Patrícia B.3


1 2
Professora Pesquisadora, EFASUL, leticiahellwig88@gmail.com; Estagiário EFASUL, Estudante do Curso
de Bacharelado em Agroecologia da Universidade Federal do Rio Grande, FURG,
3
ronaldobrazilster@gmail.com; Professora Pesquisadora, Curso de Licenciatura em Educação do Campo
e Bacharelado em Agroecologia, FURG, plovatto@furg.br

Eixo Temático: Educação em Agroecologia

Resumo
Apesar de exercerem um papel fundamental nos agroecossistemas e ecossistemas naturais, os
insetos permanecem muitas vezes desconhecidos e/ou negligenciados, sobretudo
considerando o estudo de sua importância sob o enfoque agroecológico. O manejo de insetos,
por sua vez, inclui um dos temas geradores da disciplina Olericultura, ministrada na EFASUL, o
que motivou a realização do trabalho. Assim, com objetivo de compreender como as/os
estudantes do 2º ano do Ensino Médio/Técnico percebem os insetos, o trabalho buscou fazer a
interlocução entre a percepção sistematizada com a abordagem crítica do conteúdo técnico-
científico, privilegiando o diálogo de saberes para o ensino-aprendizagem relacionado aos
papéis ecológicos, sociais, culturais e econîomicos desempenhados pelos insetos nos sistemas
de produção. Verificou-se carência de informações básicas relacionadas aos insetos,
corroborando com pesquisas anteriores que já alertavam sobre esse desafio à transição
agroecológica.
Palavras-chave: Etnoentomologia; Olericultura; Educação do campo.
Keywords: Ethnoentomology; Olericultura; Countryside education.

__________________________________________________________
Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 - Anais do XII Congresso
Brasileiro de Agroecologia, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - v. 19, n. 1,
2024
Introdução

A Escola de ensino médio Família Agrícola da Região Sul - EFASUL, constitui-se numa
proposta de educação comunitária e gratuita, que alicerçada na Pedagogia da
Alternância e nos princípios da Educação do Campo oferta o curso de nível médio
técnico em Agroecologia para jovens oriundas/os da agricultura familiar, tradicional e
camponesa. A EFASUL, localizada no município de Canguçu, Território Zona Sul do Rio

Grande do Sul, RS, busca estimular a integração da representatividade sociocultural das


populações do campo no Território Zona Sul, cuja diversidade se

faz presente não apenas nas especificidades ambientais, mas também na grande
diversidade étnica presente – marcada pela descendência africana, açoriana, alemã,
francesa, italiana e pomerana, a qual denota um expressivo mosaico cultural (EFASUL,
2022). A EFASUL surgiu a partir das demandas prioritárias apontadas pelo Fórum da
Agricultura Familiar em 2013 por um grupo de trabalho heterogêneo, constituído por
movimentos sociais, organizações não governamentais e instituições públicas de
ensino, pesquisa e extensão. A estrutura curricular busca conciliar os tempos distintos
de trabalho teórico-prático na escola ao trabalho desempenhado na Unidade de
Produção Familiar - UPF. Todos os componentes curriculares são desenvolvidos parte
no tempo escola (TE) e parte no tempo comunidade (TC), visando aplicar os
conhecimentos à realidade do campo e vice-versa. A semana de TE inicia com a
colocação em comum das pesquisas individuais que são sistematizadas gerando mapas
conceituais sobre cada tema. Os componentes curriculares incluem disciplinas voltadas
à educação básica e à formação de nível técnico. O componente curricular Produção
Vegetal Agroecológica inclui as disciplina de Olericultura, sendo o ensino-aprendizagem
construído a partir da realidade e percepção das/os estudantes junto às famílias,
possibilitando a ação-reflexão-ação relacionada aos desafios e potencialidades dos
conhecimentos apreendidos, respeitando a Agroecologia como matriz formativa.

O manejo de insetos inclui um dos temas geradores trabalhados na disciplina


Olericultura, sendo a perspectiva agroecológica fundamental de ser incorporada à
prática pedagógica, considerando, segundo Lovatto et. al (2020) imprescindível para
formação profissional instrumentalizada e crítica, contrapondo a forma como os
insetos vêm sendo convencionalmente estudados, a partir da dualidade entre
benéficos-indesejados e dá ênfase como pragas agrícolas e/ou urbanas. Segundo Silva
e Lima (2018) a importância dos insetos é muitas vezes desconhecida, negligenciada ou
associada a nocividade, ameaça, doenças e prejuízos nas áreas de produção, omitindo
os inúmeros benefícios que proporcionam. Apoiado nestes pressupostos, o presente
trabalho, desenvolvido a partir do conteúdo de Olericultura, teve como objetivo
compreender como as/os estudantes do 2º ano do Ensino Médio/Técnico da EFASUL
compreendem e caracterizam os insetos a partir de suas percepções.

Metodologia
A EFASUL está inserida no Território Zona Sul, RS o qual abriga uma população de
863.956 habitantes, dos quais 151.765 (18%) vivem na zona rural, sendo 32.160
agricultores familiares, 3.615 famílias assentadas de reforma agrária e 36 comunidades
quilombolas (PTDRS, 2009). Para além do território de inserção, a

EFASUL conta atualmente com 59 estudantes oriundos de diferentes regiões do RS, a


saber: Amaral Ferrador, Canguçu, Eldorado do Sul, Herval, Pelotas e Pinheiro Machado.
Partindo desta realidade e dos pressupostos metodológicos da alternância, o presente
trabalho foi desenvolvido com estudantes do 2º ano na disciplina de Olericultura a
partir do tema gerador Manejo Agroecológico de Insetos. A atividade foi precedida da
leitura e entrega do Termo de Consentimento Livre Esclarecido e posterior aplicação do
roteiro de entrevistas semi-estruturado pela professora responsável pela disciplina na
EFASUL, contando com a participação de 18 estudantes. O roteiro incluiu 10 questões
abertas e fechadas envolvendo os conhecimentos prévios das/os estudantes sobre os
insetos com vistas a posterior utilização das informações na interlocução com o tema
gerador da disciplina em diálogo com a turma. Concluída a aplicação do roteiro e após
a apropriação das respostas, procedeu-se a abordagem do conteúdo, fazendo-se uma
inter-relação entre a percepção das/dos estudantes com a importância e ecológica,
social, cultural e econômica dos insetos. A condução do tema gerador que não se
encerra com uma única atividade de ensino e deverá perpassar outros conteúdos e
ações de extensão na EFASUL, vem contando com o apoio do Curso de Bacharelado em
Agroecologia da FURG, Campus São Lourenço do Sul, RS, o qual possui um coletivo de
estudos que envolve ensino, pesquisa e extensão em Entomologia Aplicada à
Agroecologia, cuja equipe vem sendo parceira no desenvolvimento de atividades
teóricas e práticas relacionadas à construção do conhecimento acerca da Produção
Vegetal Agroecológica na EFASUL.

Resultados e Discussão

A faixa etária das/os estudantes do 2º ano, participantes da pesquisa variou de 16 a 23


anos, sendo 16,7% do gênero feminino e 83,3% masculino. Os insetos foram
classificados como animais por todos os/as estudantes, sendo 44,4% não relatou
especificidades relacionadas às características dos mesmos e 55,5% atribuíram
características aos insetos, sendo que as respostas incluíram: são pequenos (quatro
citações); prejudicam as plantações (três citações); alguns são parasitas (duas citações)
trazem benefícios; pequeno invertebrado que pode causar doenças; pequenos com
asas; são venenosos e presentes na natureza, podendo trazer benefícios. Verificou-se
que a maioria dos relatos esteve relacionada à percepção negativa sobre os insetos, o
que pode ser também atribuído a percepção de algumas famílias, conforme o relato
que segue: “Desde sempre vi os meus pais falando que insetos são pragas, mas tem
insetos que ajudam nas plantações, que são bons para a vida, mas tem uns que
estragam toda as plantações” (Estudante, 16 anos). Considerando que as/os
estudantes, em sua integralidade, estão vinculados à agricultura familiar, a percepção
negativa constatada reflete a carência de informações contextualizadas sobre o papel
dos insetos na manutenção da vida, sendo imprescindíveis para a produção de
alimentos. Esta observação corrobora
com pesquisas relacionadas à percepção sobre os insetos entre agricultoras/es
familiares do Território Zona Sul, RS. Lovatto (2020), Lovatto et al. (2021) e Hellwig et
al. (2022) constataram, em diferentes grupos, falta de informações relacionadas aos
insetos, sobretudo ao papel exercido por espécies polinizadoras e/ou envolvidas no
controle biológico conservativo. O conhecimento limitado sobre o papel dos insetos na
manutenção e saúde dos agroecossistemas reflete um importante desafio para a
transição agroecológica visto que, conforme Lovatto (2020) dentre os principais
problemas enfrentados pelas famílias agricultoras no início da transição produtiva está
a substituição de insumos/práticas convencionais utilizadas no controle de insetos. No
âmbito da multifuncionalidade nos agroecossistemas, os insetos contribuem para
produção vegetal através da formação, estruturação e fertilidade do solo, sendo
fundamentais para a polinização, dispersão de sementes, produção de mel, cera,
própolis e saúde da criação animal. Atuam ainda, no controle biológico de insetos
fitófagos, vetores de doenças e plantas espontâneas e podem ser utilizados como
alimento ou de cunho simbólico pelas comunidades do campo (PRIMAVESI, 2016;
GULLAN; CRANSTON, 2017).

Com relação aos animais reconhecidos como insetos pelas/os estudantes 18 animais
foram citados, dos quais, dois não são insetos (Figura 1). Sobre os insetos mais
frequentes nas UPF, 26 animais foram mencionados (Figura 2), sendo três não
pertencentes à Classe Insecta. A percepção das/os estudantes vai ao encontro do
observado por Costa-Neto (2022), o qual relata que é comum que aranhas, escorpiões,
centopeias, caranguejos, além de vertebrados, como cobras, sapos e ratos sejam
relacionados a etnocategoria “inseto”.

Figura 1. Proporção de animais citados como insetos pelas/os estudantes da EFASUL,


junho/2023, Canguçu, RS.
Figura 2. Proporção de animais citados como de maior frequência nas localidades de origem
das/dos estudantes da EFASUL entrevistadas/os, junho/2023, Canguçu, RS.

Questionadas/os sobre as épocas do ano em que os insetos aparecem com mais


frequência, o verão prevaleceu entre 83,3% das/os entrevistadas/os, sendo a
primavera e o inverno citados por 11,2% e 5,5%, respectivamente. O aumento da
temperatura aumenta o metabolismo e eleva a taxa reprodutiva de insetos que
alcançam a maturidade sexual, o que repercute no aumento populacional. Em
contrapartida, as baixas temperaturas registradas no inverno do RS, diminuem a
abundância e a incidência destas populações. Para as/os estudantes os insetos são
bons ou podem ser ruins 61,1%, bons para 33,3% e exclusivamente ruins para 5,5%. A
maioria, portanto, demonstrou compreender que os insetos, apesar de estarem
vinculados a situações indesejadas, podem ser benefícios no ambiente e para a vida
humana. A Tabela 01 apresenta as respostas das/os estudantes, sistematizadas com
relação ao questionamento sobre como os insetos podem ser bons ou ruins. Neste
caso, a importância aparece centrada na polinização e na produção de mel, sugerindo
uma percepção de benefício vinculada às abelhas (Hymenoptera: Apidae). Sobre o
reconhecimento de insetos benéficos, 61,1% das/dos estudantes responderam que não
sabem reconhecer e 38,9% responderam que sabem identificar alguns insetos
benéficos, no entanto, de forma bem limitada. Neste caso apenas foram citados como
insetos benéficos as abelhas e vespas por 16,7%, os demais não conseguiram dar
exemplos. Resultados semelhantes foram obtidos por Nascimento (2013) e Hellwig
(2022) em que a maioria das/os entrevistadas/os não reconheciam os insetos benéficos
e ainda atribuíam a eles os status de pragas agrícolas.

Tabela 1. Atribuições dadas pelas/os estudantes sobre como os insetos podem ser bons ou
ruins, junho/2023, Canguçu, RS.
Nº vezes Nº vezes
Como podem ser ruins? Como podem ser bons?
citado citado
Picadas transmitindo doenças 13 Polinização 6
Atacando as plantações 4 Produção de mel 5
Quando estão em excesso no ambiente 2 Cumprindo seu papel na natureza 2
Por que incomodam 1 Controle biológico 2
Podem ser venenosos 1
Conclusões

Os insetos constituem o grupo de maior riqueza e abundância nos ambientes naturais


e antropizados sendo imprescindíveis para manutenção, compreensão e manejo dos
sistemas de produção agroecológicos o que reforça a partir da percepção das/os
estudante do 2º ano do Ensino Médio/Técnico a relevância e urgência de serem
recontextualizados nos processos educativos que tem a Agroecologia como princípio
formativo, como é o caso da EFASUL.

Referências

ALTIERI, M. A.; et al. Controle biológico através do Manejo de agroecossistemas. Brasília:


MDA, 2007. 31p.
COSTA NETO, E. M. Por que o marimbondo tem a cintura fina? A contribuição da pesquisa
etnoentomológica para o entendimento das relações dos seres humanos com os insetos. A
Bruxa 6 (no prelo).
EFASUL. Portfólio institucional. Não publicado. 2022
GULLAN, P.J.; CRANSTON, P.S. Insetos: Fundamentos da Entomologia. 5. ed. São Paulo: Roca, p.
460, 2017.
HELLWIG, L.; et al. Reconhecimento de insetos como "amigos naturais" por agricultor@s de
base ecológica. Cadernos de Agroecologia, v. 17, p. 1-5, 2022.
LOVATTO, P. B. Fitoprotetores Botânicos. Curitiba: Appris, 2020, 282p.
LOVATTO, et al. Amigos naturais: Insetos e plantas como parceir@s no manejo agroecológico
dos cultivos. Editora da FURG: Rio Grande, 2022, 74p
LOVATTO, P. B. et al. A construção do conhecimento na disciplina Entomologia Geral Aplicada à
Agroecologia. Cadernos de Agroecologia. v. 17, n. 3, p.1-5, 2022.
NASCIMENTO, F. E. de L. Percepção entomológica de Educandos da Escola Família Agrícola de
Valente (Bahia) e proposta de jogo didático para auxiliar o ensino sobre insetos. Monografia,
43p. Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana, 2013.
PRIMAVESI, A. Manual do solo vivo. São Paulo: Expressão Popular, 2016. 205p.
PTDRS. Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, Plano Territorial de Desenvolvimento Rural
Sustentável: Território da Cidadania Zona Sul do RS Pelotas: MDA, 2009 68 p.
SILVA, T. V. da.; LIMA, K. E. C. Etnoentomologia: Percepção dos alunos do ensino fundamental
sobre os insetos e suas importâncias. Anais V CONEDU, Campina Grande: Realize Editora, 2018.
9.2. Apêndice II

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