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QUERIDA LEITORA,

Eu me chamo Samantha Silvany, sou autora dos livros 500 dias sem
você, Manual do Borogodó e Verdades difíceis de engolir e criadora do
Instagram @benditacuca, onde compartilho trechos de livros e frases sobre
amor-próprio, autoestima e relacionamentos.
Se você já leu algum dos meus livros, você vai ficar surpresa com o
que vai ler neste, pois talvez você encontre as respostas que vem buscando
há muito tempo sobre sua vida amorosa.
Se este é o primeiro livro meu que você está lendo, isso é um sinal.
Você está pronta para tomar as rédeas da sua vida. Não se preocupe se você
não sabe exatamente como fazer isso. Ao final deste livro, você se sentirá
mais segura para dar os próximos passos, porque o primeiro passo você já
deu. Se você está lendo isso agora, é porque seu processo de resgate do
amor-próprio já começou.
Este livro que você tem em mãos nasceu de forma absolutamente
despretensiosa, mas não por acaso. A ideia inicial era reescrever o meu
segundo livro, Manual do Borogodó, me aprofundando sobre os tópicos
abordados. No entanto, quando iniciei o processo, fui acrescentando tantas
partes novas que se transformou em um livro inédito. Cheguei à conclusão
de que este livro precisava existir, não por mim, mas por você. Se você
permitir, essa leitura pode te abrir os olhos da alma, te lembrar do seu
propósito de vida e te impulsionar a transformações magníficas. Escrevi do
fundo do meu coração, abordando experiências muito difíceis e
ensinamentos extremamente valiosos que ninguém nunca havia me dito
quando comecei a minha jornada de amor-próprio.
Antes de prosseguir com a leitura, quero deixar bem claro que eu não
sou psicóloga, nem coach e muito menos expert em relacionamentos. Sou
apenas uma apaixonada pelo comportamento humano e pela psicanálise, e
sou escritora há mais de 15 anos. A escrita salvou a minha vida; foi preciso
doer muito para que eu pudesse escrever meus livros com tanto amor.
Além disso, em 2021, mergulhei em uma intensa jornada de
autoconhecimento através do baralho cigano e comecei a realizar terapias
holísticas. De lá para cá, já atendi centenas de pessoas, ouvi suas histórias
de vida e tive a honra de acompanhar a atuação da espiritualidade em seus
caminhos. Aprendi muito com as experiências que foram compartilhadas
comigo, então nada mais justo do que plasmar esse conhecimento para que
alcance cada vez mais pessoas em busca de evolução.
Isso significa que eu tenho uma visão de mundo não-materialista, ou
seja, acredito que a nossa consciência é eterna e estamos em uma curta
experiência terrena para nossa expansão e aperfeiçoamento para que
possamos voltar para a casa do Pai, a Fonte Criadora. Sendo assim, em
muitos momentos, farei referência ao Pai de diversas formas, como: Amor
Incondicional, Deus, Fonte, Vida, Universo, Criador, o Todo, Plano
Superior, Divino etc. Pois o conhecimento compartilhado neste livro não se
baseia em dogmas e doutrinas religiosas, e sim, no estudo sobre as leis
universais sob as quais estamos todos submetidos, como a Lei da Atração, e
minha vivência com a espiritualidade sob a orientação dos meus guias e
mestres espirituais.
Não tenho o intuito de ditar verdades nem regras, mas de propor
reflexões. O seu coração será o seu guia nessa jornada; se minhas
palavras ressoam como verdade para você, então você já tem a sua resposta.
Permita-se ouvir a sua intuição e entenda este livro como uma ferramenta
que irá te auxiliar em sua jornada de autoconhecimento para que você possa
aprender através do amor-próprio em vez da dor. Reflita sobre os assuntos
abordados e comprometa-se a fazer os exercícios de autoanálise e as
afirmações. Por fim, coloque em prática o que você aprendeu e veja com
seus próprios olhos “milagres” acontecerem em sua vida emocional. É
preciso crer para ver. A fé, um coração aberto e uma mente igualmente
aberta te guiarão em direção a realização de seus sonhos.
Ressalto que este livro retrata o meu ponto de vista sobre o amor-
próprio em relacionamentos afetivos baseado em minha própria experiência
como mulher hétero-cis e na experiência de minhas consulentes e
seguidoras, portanto, procure adaptar a sua realidade se fizer sentido para
você. Não se apegue aos detalhes dos exemplos, mas as lições por trás.
O intuito é te ajudar a amar o próximo como a si mesma e, por
consequência, atrair pessoas e relações mais saudáveis.
Eu sei que sua vida não é nada do que você imaginou e tampouco
planejou. Eu conheço seu medo de fracassar, sua pressa em alcançar seus
objetivos e sua ansiedade ao lidar com os desafios, mas não seja tão dura
consigo mesma. Você está indo bem. A colheita apenas ainda não chegou.
Tenha paciência com seu processo porque todas as sementes de amor que
você planta, irão germinar. Antes do que você imagina, tudo que você está
passando vai ser ressignificado.
Eu queria poder te dizer que vai melhorar, mas não vai melhorar. É
você quem vai mudar — e muito. Você é quem precisa se abraçar, se dar
um tapinha nas costas de vez em quando por tudo que superou e confiar que
vai ficar tudo bem, porque você nasceu para ser feliz, não para sofrer.
Você não faz ideia do quanto a vida ainda vai te surpreender até
chegar ao ponto em você irá agradecer por todas as escolhas que te
desviaram do que você acreditava ser seu caminho certo. Porque você ainda
não sabe seu caminho, a verdade é essa. Você passou a vida seguindo os
rastros dos outros, mas o jogo está virando. Cada vez que você se desilude
com a busca pela felicidade, mais perto você está de encontrar a si mesma e
criar a sua própria realidade.
Eu sei que você ainda se importa demais com a opinião dos outros,
posta fotos na expectativa de receber curtidas e faz um esforço enorme para
parecer ser bonita e interessante. Mas vai chegar o dia em que de tanto
tentar se encaixar, você vai se perder de si mesma. Porém, acredite se
quiser: vai ser o melhor para você.
Quando você desapegar de tudo que acredita que precisa ter, se
tornará quem precisa ser. Sinto muito que, às vezes, você tenha que
aprender pela dor, mas te garanto que o amor está ao seu lado. Você vai
entender que não há um sem o outro.
Se eu pudesse te dar um bom conselho seria: se deixe levar. Doe
amor como se fosse a última vez. Doe amor como se o mundo fosse acabar.
Doe amor porque é dessa forma que o amor irá transbordar. Cedo ou tarde,
você vai entender que o amor se multiplica quando nos entregamos de
corpo e alma aos nossos sonhos, quando nos abrimos emocionalmente em
um relacionamento e quando nos permitimos recomeçar.
Estar desperto é doloroso, não vou mentir, mas é libertador em muitos
níveis de consciência. Aprendi que não devemos tratar os outros da forma
como gostaríamos de ser tratadas, mas devemos nos tratar da forma como
gostaríamos de ser tratadas. A vida nos trata da mesma maneira que
tratamos a nós mesmas.
Quem não é generosa consigo mesma, não será com mais ninguém.
Aprenda a pegar mais leve consigo mesma e viver o momento presente sem
se envergonhar nem castigar por suas falhas.
Você é perfeita em suas imperfeições. Ainda que, às vezes, você não
se sinta feliz por ter nascido mulher, ou se sinta decepcionada, impotente,
frustrada e indesejada por ter nascido mulher e tenha experimentado muitas
desilusões com os homens ao seu redor, dentro de você habita uma centelha
divina. Você é a menina dos olhos de Deus e jamais permita que te tirem a
esperança de que dias melhores virão.

Com luz e amor,

Samantha Silvany
CAPÍTULO I
A mulher e o amor-próprio

Você sabia que a maioria das mulheres busca desenvolver o amor-


próprio somente após terminar um relacionamento afetivo? É como se o
amor-próprio não servisse para outra coisa que não seja curar uma dor de
cotovelo. É por isso que muitas mulheres desenvolvem dependência
emocional de seus parceiros. Elas têm medo de ficarem sozinhas porque,
assim, não serão “amadas”, então aceitam qualquer migalha afetiva em
troca de uma lealdade àquele relacionamento que muitas vezes compromete
as suas felicidades.
Somos ensinadas a nos amar pela forma como nos sentimos
amadas por nossos pais ou cuidadores. No entanto, talvez, nossos
pais/cuidadores não puderam nos ensinar o que não sabiam. As gerações
anteriores estavam bastante preocupadas em sobreviver a uma sociedade tão
desigual e competitiva, e fizeram o melhor que podiam para que nós não
passássemos pelas mesmas dificuldades.
Sendo assim, fomos condicionadas a buscar um relacionamento
afetivo para encontrarmos o amor. Amor este que, diga-se de passagem, se
trata de uma permuta emocional em uma relação de poder. Dessa forma, o
amor é facilmente confundido com posse, ciúmes, apego, sofrimento etc.
Quando acreditamos amar alguém, estamos dispostas a destruir a nós
mesmas em nome desse amor romântico e idealizado.
Acontece que o amor romântico — aquele tão bem explorado pela
mídia — é tudo que há de mais tóxico nos relacionamentos e apenas nos
distancia da possibilidade de vivermos um amor profundo e verdadeiro,
porque para que isso aconteça devemos amar, primeiro, a nós mesmas. A
ideia de que o amor é abnegação, se anular e se doar inteiramente ao
outro, mesmo não havendo reciprocidade, é a receita perfeita para
frustração.
Para encontrarmos o amor, precisamos vencer as barreiras do ego.
Isso significa desapegar de tudo que acreditamos sobre o amor romântico
para encontrarmos a realização plena em nós mesmas. Não há nenhuma
necessidade de buscarmos o amor fora de nós. A sensação de vazio que
muitas vezes sentimos quando não temos um parceiro afetivo é uma
consequência de negarmos o nosso próprio amor.
O equilíbrio emocional é conquistado através união da energia
masculina (pai) e feminina (mãe) dentro de cada um de nós. Pessoas
inteiras buscam outras pessoas igualmente inteiras e constroem
relacionamentos baseados na confiança, escolha e respeito mútuos. Quando
você perceber que não precisa de ninguém em sua vida para te completar,
você terá se tornado uma pessoa inteira e criará oportunidades totalmente
novas em sua realidade.
Não, se amar não vai fazer com que você supere mais rápido o
término de seu relacionamento. Amar-se não vai te tornar mais atraente para
que você conquiste a todos que você quiser. Amar-se não vai fazer alguém
que te rejeitou se arrepender do que fez. Amar-se não é uma maneira de
você conseguir fazer alguém gostar de você.
Amar-se é o mínimo que você pode fazer por si mesma, porque
ninguém pode fazer isso em seu lugar. Aliás, se amar é justamente o que
você veio para aprender ao longo da sua experiência terrena.
Porque quando você se ama, você vive de acordo com a sua essência,
a sua verdade interior e seguindo os ímpetos do seu coração. Quando você
se ama, você ensina as pessoas ao seu redor a se amarem e a te amarem
através do seu exemplo, sem precisar forçar nada. Quando você se ama,
você desenvolve seus talentos, seu potencial e vive com entusiasmo.
Quando você se ama, você encontra a motivação para enfrentar suas
batalhas dentro de si mesma; não espera que alguém venha te salvar.

O amor se expande exponencialmente por toda eternidade


quando se liberta do ego que o aprisiona.

Não há nada mais grandioso, transformador e contagiante do que


o Amor Incondicional que habita dentro de nós. O mesmo amor que nos
deu a vida é o amor que nos mantém vivos e se manifesta através de nós. O
amor do Criador é o nosso próprio amor; a centelha divina dentro de nós.
O amor-próprio te ensina a assumir a responsabilidade quanto as suas
escolhas e as consequências delas, a se tornar consciente sobre quem você
decide se envolver e sobre o que você permite que aconteça. Amor-próprio
é sobre saber se perdoar, ter compaixão por si mesma e não romantizar a
Mulher-maravilha, como se fosse sua obrigação dar conta de tudo e de
todos. Não se esqueça que a mulher guerreira é uma mulher exausta e
sobrecarregada de responsabilidades que não são suas.
Resulta que você se torna mais seletiva quanto a quem se relacionar,
você emana seu brilho próprio que te torna mais atraente e você entende por
que certas coisas não aconteceram como você gostaria. Mas isso tudo são
consequências de assumir e trabalhar o amor-próprio diariamente em sua
jornada de autoconhecimento. Não tem fórmulas mágicas. Você deve
respeitar o processo.

O amor-próprio te traz clareza sobre o que você merece e o que


você aceita e faz com que você saia da posição de vítima e
escreva a sua história sob as suas próprias regras.
Em uma sociedade pautada em interesses patriarcais como a nossa, a
mulher está submissa ao homem. O patriarcado foi instaurado à força bruta
e até hoje se mantém no poder através do medo. Isso significa que a mulher
não tem o mesmo reconhecimento que o homem ainda que ocupe o mesmo
cargo, a mulher não recebe o mesmo salário e a mulher não será julgada da
mesma forma que um homem pelos seus erros, dentre outras coisas.
Sim, é um absurdo que em pleno século XXI, nós mulheres, não
tenhamos um dia de paz. A nossa luta é constante. Se você não luta por
sororidade, algum dia, terá que lutar por si mesma. O patriarcado nunca
estará ao seu lado, nem se iluda.
Quando uma mulher não tem seus direitos atendidos pela
sociedade, TODAS mulheres perdem. Quando invalidam a voz de uma
mulher, TODAS mulheres são caladas. Uma mulher que nunca se sentiu
menosprezada, constrangida e humilhada apenas por ser mulher é muito
privilegiada — e foi criada dentro de uma redoma de vidro — ou bastante
distraída. Precisamos lidar com a realidade se queremos mudá-la.
Sendo assim, ao longo de anos, o papel da mulher na sociedade foi
gerar filhos e cuidar da família. Para isso, elas seguiam uma série de regras
— criadas por homens, claro — de como elas deviam se comportar, se
vestir e até falar (quando tinham esse direito) para serem validadas através
de um casamento.
Vale ressaltar que o casamento é, antes de qualquer coisa, um contrato
social. Antigamente, esse acordo era feito entre as famílias e muitos
casamentos eram arranjados para favorecer os interesses políticos e
econômicos dos envolvidos.
Hoje as coisas mudaram, mas nem tanto assim. O casamento continua
sendo um contrato em que ambos (ou apenas um dos lados) visam se
beneficiar. Veja bem, não estou falando que todo casamento é feito por
interesses materiais, mas muitas mulheres ainda buscam a validação social
através desse acordo e nem se dão conta disso. Elas criam expectativas
irreais a respeito da vida conjugal, fantasiam quanto a viver um amor
romântico e acreditam que exista um prazo de validade para cumprir esse
objetivo, senão ficarão para titia — ou seja, solteironas, como se fosse um
castigo.
Dentre as muitas crenças instituídas pelo patriarcado que destroem a
autoestima de qualquer mulher ao longo da vida, uma das mais nocivas é
acreditar que o problema para que uma mulher tenha um casamento bem-
sucedido é haver outra mulher interferindo, pois isso incita a rivalidade
feminina e fortalece ainda mais o patriarcado.
Somos condicionadas a acreditar que:

1. Todo homem trai porque homem é assim.


Dessa forma, você irá aceitar que seu parceiro te traia porque acredita
que qualquer homem irá te trair, portanto, é melhor ficar com esse mesmo
que você já conhece os defeitos e tem sentimentos. E, por consequência, se
você não acredita que merece nada melhor, você realmente não vai ter.
Não estou julgando o fato de você aceitar alguém de volta ou não
depois de uma traição; não é uma questão de certo e errado, mas de valores.
Se você se considera uma pessoa monogâmica e busca um relacionamento
com os mesmos valores, então qual o sentido de insistir em alguém que tem
valores diferentes dos seus? Se você já não tem o relacionamento que você
merece, então o que você tem medo de perder?
Nem todo homem trai, mas enquanto continuarmos responsabilizando
o gênero em vez dos valores do indivíduo, não saberemos reconhecer um
bom parceiro para nós. É muito mais fácil generalizar as experiências
negativas do que refletir sobre o aprendizado de cada encontro, porque,
dessa forma, somos as vítimas de homens que não prestam e nada faremos
para que isso mude.

2. A mulher solteira tem que se dar ao respeito de não


provocar um homem comprometido porque ele não resiste à tentação.
O homem já foi à lua. O homem construiu bombas nucleares com
capacidade de destruir o planeta. O homem iniciou diversas guerras em
busca de dominação e poder. Mas o homem não tem capacidade de dizer
“não” a uma mulher que não seja aquela com quem ele está comprometido
por uma questão de instinto? Me poupe. Mulheres, parem de culpar
outras mulheres pelos erros que os homens comentem. Seja qual for a
circunstância, se ele se deixou levar, isso diz muito mais sobre ele do que
sobre a outra pessoa envolvida.

3. O homem demora mais do que a mulher para amadurecer.


O que significa que você tem que aguentar o comportamento
infantilizado dele que inclui: não querer assumir compromissos, falta de
responsabilidade afetiva, chantagem emocional, vitimismo, culpar outras
pessoas — sobretudo você — pelos seus erros etc. Até quando você vai
acreditar que dizer que mulheres amadurecem mais rápido é um elogio em
vez de uma forma de te responsabilizar por ensinar a um adulto como tratar
uma mulher como se fosse uma criança de 3 anos? A culpa não é da gênero,
mas do caráter do indivíduo. Homens e mulheres têm a mesma capacidade
emocional de amadurecimento quando lhes convém.

4. Tem muito mais mulher do que homem.


Em alguns lugares, estatisticamente, isso pode até acontecer, mas a
problemática de reproduzir essa crença é porque resulta no mesmo que o
item 1. Se você acredita que há muito mais mulher do que homem, você
provavelmente 1) irá competir com outras mulheres e 2) você irá aceitar
uma traição porque se aconteceu foi culpa de haver muita concorrência, ou
da mulher que estava envolvida ser uma piranha, ou do homem ser animal
selvagem que age por impulso de sobrevivência sem qualquer capacidade
de discernir o certo do errado (item 2).
Então, mesmo se houverem 100 mulheres para 1 homem onde você
vive, não justifica falta de respeito e consideração dentro de um
relacionamento afetivo e tampouco a competição entre as mulheres. Até
porque o ideal é você estar com alguém que saiba reconhecer e valorizar a
mulher que você é, não estar com alguém que está contigo por falta de
opção ou porque não tem nada a perder. Essa é a verdadeira diferença entre
alguém que faz questão de estar contigo e alguém que está contigo por
comodidade ou conveniência.

5. Você foi ou será trocada por outra mulher.


Só o fato de você ser mulher e usar a palavra “trocada” nessa
situação, já significa uma inversão de valores e uma baixa autoestima
tremenda porque você é a primeira a se objetificar. É o mesmo que dizer
que você não tem valor nenhum a não ser o entretenimento de um homem,
que você é completamente descartável e facilmente substituída.
Você não pode ser trocada porque você é única. Não há outra
pessoa no mundo igual a você. Mas, apesar disso, o dito-cujo tem todo
direito de preferir estar com outra pessoa. Isso não significa que ela seja
melhor do que você. Seu valor não é negociável e não depende da
aprovação dele. Então, não propague uma crença que apenas te rebaixa
diante de um homem, não da outra mulher.
Esses são apenas alguns exemplos porque essa lista é infindável.
Sério. O pior é que a maioria desses discursos eu ouvi através de outras
mulheres. Não são só homens que são machistas, há muitas mulheres
também. Aliás, quando eu era mais nova, por ignorância e falta de
autoconhecimento, eu já disse e pensei o mesmo. Precisei quebrar a cara
muitas vezes para entender que era eu quem necessitava mudar em vez de
esperar que o mundo ao meu redor mudasse para me agradar.
A verdade é que a mulher que não questiona as condições que lhe
foram impostas pelo seu entorno, está fadada a permanecer como a sombra
de si mesma.
Veja bem, não estou dizendo que os homens são vilões e as mulheres
coitadinhas. Não se trata sobre encontrar culpados pela sua infelicidade e
baixa autoestima, mas de se tornar responsável por si mesma e tomar
decisões mais assertivas que priorizem o seu bem-estar psicológico e
emocional.
Nós precisamos parar de odiar a nós mesmas. Nós precisamos
parar de odiar outras mulheres.
Ver a felicidade e o sucesso de outra mulher não significa que ela é
melhor do que você, mas que você pode chegar onde ela está porque ela já
abriu caminho, entende? Milhares de mulheres foram queimadas nas
fogueiras para que você pudesse ter o mínimo de dignidade como ser
humano nessa sociedade machista e patriarcal. Honre sua ancestralidade
amando outras mulheres como a si mesma. Torcer por outra mulher é
torcer por você mesma.
Se uma mulher tem sucesso profissional, ela motiva outras mulheres a
serem independentes. Se uma mulher aprende a se valorizar em uma
relação, ela ensina outras com seu exemplo a não aceitarem menos do que
merecem. Se uma mulher tem um relacionamento saudável, ela traz
esperança a outras mulheres. Se uma mulher vem de baixo e cresce na vida
sem a ajuda financeira de ninguém, ela inspira outras mulheres a
conseguirem o mesmo. Uma mulher sozinha tem força, mas quando se
junta com outras mulheres, se torna indestrutível.
Sinto muito, mas ninguém tem culpa pelas suas frustrações a não ser
você. É preciso aceitar que aquilo que você perdeu — ou quem você perdeu
— nunca foi seu. Foi uma ilusão do seu ego. Você foi vítima do seu próprio
apego.
Se eu te disser que nunca quis chegar aos 30 com casa própria, carro
na garagem, marido e filhos, estarei mentindo. Eu já quis tanto que você
nem imagina. Talvez você me veja feliz e pense que a vida que eu tenho foi
a vida que eu planejei. Talvez porque te fiz acreditar que essa era a vida que
eu sempre quis ter.
Se eu tivesse seguido meu plano, eu não teria morado em 7 cidades.
Eu não teria feito tantas tatuagens. Eu não teria piercing no nariz. Se eu
tivesse seguido meu plano, eu teria casado com meu primeiro namorado
para não perder tempo de encontrar alguém. Eu seria empregada, não
empreendedora. Eu seria engenheira, não escritora. Se eu tivesse seguido
meu plano, eu teria me tornado qualquer pessoa, menos eu mesma.
Mas eu me permiti errar, eu me dei o luxo do fracasso dezenas de
vezes. Eu me contradisse. Eu voltei atrás. Eu mudei de ideia. E eu aprendi a
me perdoar. Eu me permiti recomeçar. Não foi a vida que mudou para me
agradar, fui eu que mudei para me adaptar. Precisei me amar muito, muito
mesmo, para descontruir tudo que a sociedade me programou para aceitar.
Perdi muita gente pelo caminho, outros me perderam, mas eu aprendi a me
valorizar e parei de aceitar migalhas. No fim, eu saí ganhando.
Se eu te disser que nunca quis chegar aos 30 com tudo que toda
mulher já idealizou, estarei mentindo. Eu já quis tanto que quase deixei de
me querer. Talvez você me veja feliz e pense que a vida que eu tenho foi a
vida que eu desejei, mas eu apenas aprendi que ser grata a vida que eu
tenho é o que torna a minha realidade exatamente tudo que eu gostaria de
ter.
Um dia desses, me perguntaram se os homens não tinham medo de
mim. Faz cerca de 10 anos desde a primeira vez que eu ouvi isso. Naquela
época, eu ainda não tinha construído nada, era apenas uma menina cheia de
sonhos que acreditava que iria mudar o mundo.
Não vou negar: eu já tive muito medo de assustar os homens e ficar
sozinha. Mas eu tive mais medo ainda de ser medíocre, de passar a vida
inteira contando moedas para comer e de depender dos outros
emocionalmente e financeiramente — graças a Deus —, pois eu poderia ter
acreditado que precisava me diminuir para me encaixar no molde da mulher
que algum cara ordinário gostaria de ter apenas para não ficar sozinha.
Se o meu medo de permanecer às margens de mim não fosse maior do
que meu medo da solidão, eu não teria aprendido a me amar.
Isso me ensinou que em alguns momentos certas pessoas — bem-
intencionadas ou não — seriam usadas pelo Universo como porta-vozes dos
meus piores medos só para me testarem. Só para que o Universo pudesse
saber se eu iria desistir daquilo que eu dizia querer tanto — viver um amor
profundo e verdadeiro — quando minhas inseguranças viessem à tona. Só
para ver se eu iria paralisar de desespero.
Hoje em dia, posso te garantir que não tenho o menor medo de
assustar os homens com meu jeito. Pelo contrário, acredito que isso apenas
me ajuda a selecionar melhor com quem me envolver. Se ele correu, é
porque nunca me mereceu.
Então, mulher, eu quero te fazer um apelo: assuste o cara que se achar
superior a você, que tentar te controlar, que competir com você e que te
rebaixar. Por favor, assuste o cara ordinário que não for capaz de suportar a
sua grandeza interior.
8 SINAIS GRAVES DE
FALTA DE AMOR-
PRÓPRIO

Os sinais de desamor em nosso comportamento são muito sutis e,


muitas vezes, tão comuns em nosso ciclo de convivência que se tornam
banais. Precisamos estar muito atentas a maneira como nos sentimos para
retomarmos o poder sobre nossas vidas e não termos medo de desagradar
aos demais nem de soarmos egoístas apenas por estarmos nos valorizando.
Então, preste muita atenção se você se identifica com os sinais a seguir:

1. Você não consegue ficar sozinha.


Você tem um relacionamento atrás do outro e muitas vezes se encanta
por uma nova pessoa enquanto ainda está se relacionando com outra. Dessa
forma, você não sente a dor do fim da relação anterior e tem a falsa
sensação de haver superado. Pode ser que você tenha plena consciência de
que está sempre em busca de alguém para ocupar um vazio interior e,
mesmo assim, não saiba o que fazer para mudar, mas uma coisa é certa: o
medo apenas atrairá para o seu caminho relações desagradáveis que irão
reforçar os sentimentos negativos que você guarda em seu inconsciente. O
que você mais teme acabará acontecendo porque essa é a única maneira que
a vida tem de te mostrar que, enquanto você não vencer o medo da
solidão, você não estará pronta para viver a relação que merece.
O primeiro e mais importante relacionamento que você tem na vida é
consigo mesma. Quando você não investe energia em compreender a si
mesma, você tende a ter muitas tentativas de relacionamentos fracassadas.
A compreensão é fruto da observação constante dos seus sentimentos,
pensamentos e de suas intenções. Nenhuma relação acontece por acaso,
cada encontro nos revela o que precisamos saber sobre nós mesmas naquele
momento. Um relacionamento apenas se torna uma grande perda de tempo
em seu caminho se você não refletir sobre qual a lição e o propósito de ter
acontecido sem o véu do ego.
Aprender a ficar sozinha como uma forma de autocuidado, não de
punição ou ressentimento pelo o que não aconteceu como você planejava, é
a chave para que você encontre alguém que te aceite por quem você é.

2. Você insiste em quem não te merece.


Mesmo com sua lista de prós e contras no bloco de notas do celular,
com a eminência de qualquer briga ser “a tal do fim” e com aquela sensação
de ter que pisar em ovos por medo de afastar a pessoa de quem você gosta
por qualquer descuido, você continua insistindo. Honestamente, admiro sua
persistência, porém você está usando toda essa força de vontade na causa
errada. O que você sente é apego, não amor. É impossível que você sinta
amor por alguém quando você não consegue se valorizar e se coloca em
uma situação de indignidade. O sentimento, neste caso, é uma ilusão do seu
ego e por isso é tão difícil deixá-lo ir.
Para começar, se fosse amor, você o deixaria livre porque o amor não
aprisiona ninguém. Pelo contrário, o amor verdadeiro nos traz a segurança
de que não importa o que aconteça, nem o tempo que passar, você
continuará desejando o melhor para a pessoa, mesmo que ela esteja feliz
com outra pessoa. O amor é isso. Quer saber se você realmente ama
alguém? Imagina ele sem você e feliz. Se você continua desejando o seu
bem, é amor. Se não, então é apego.
Se você já sabe e já teve provas mais do que suficientes de que essa
relação não vai se tornar o que você espera, então por que você insiste?
Você pode até gostar da pessoa, mas tem que gostar mais de si mesma. Se
você tem que correr atrás de alguém, na vida dele simplesmente não
tem espaço para você.

3. Você está em busca de alguém per(feito) para você.


Olha só, vou dizer sem rodeios: não existe ninguém perfeito e nem
feito para você. Nem sua alma gêmea foi feita para você, porque em um
Universo com bilhões de seres vivos, onde você é apenas um micro fractal
de consciência, uma alma não seria criada exclusivamente para suprir suas
expectativas de amor romântico. Então, desce desse pedestal de
egocentrismo e encare a realidade da criação humana: estamos aqui para
evoluir. Ninguém pertence a ninguém. Nascemos inteiros e morreremos
sozinhos, sem exceção.
Alma gêmea nada mais é do que uma alma na mesma sintonia que
você. Ou seja, se vocês tiverem mérito o suficiente, poderão se encontrar
para evoluir juntos. O que não significa que você viverá seu conto de fadas,
mas que vocês poderão experienciar um amor profundo e verdadeiro
quando se encontrarem. Mas se você estiver muito apegada a crença do
amor romântico, você pode até perder a chance de viver o amor
predestinado a ti porque não vai conseguir reconhecê-lo. Não se esqueça
que você tem livre-arbítrio; o Universo te envia as oportunidades, mas a
escolha sempre é sua de pegar ou largar.
A questão é que a meritocracia de encontrar a sua alma gêmea não
está relacionada a nada que você julga importante como, por exemplo: ser
boazinha para o outro, se doar desmedidamente, agir conforme manda o
figurino de “boa moça” etc. Para ser merecedora, você precisa vencer o seu
próprio ego, se desapegar das suas ilusões, desenvolver amor por si mesma,
buscar o autoconhecimento, ser consciente quanto as suas escolhas e as
consequências delas — isso vai desde a sua alimentação até as suas
atitudes. Para ter mérito, você deve viver baseando suas decisões no seu
crescimento pessoal e na fraternidade, simplesmente porque é isso que a
espiritualidade espera de nós: que saibamos desenvolver nossos princípios e
valores através do Amor Incondicional por todos os seres, sobretudo, por
nós mesmas. O mérito se dá através da prática do bem.
O Universo não está nem aí para atender as suas expectativas sobre
este mundo materialista, então não se iluda que se você seguir a conduta da
“boa moça”, você tem mais chances de encontrar um amor verdadeiro.
Muito menos acredite que o seu sofrimento fará com que o Divino fique
com pena de você e te mande alguém bom. As experiências em seu
caminho são para te ajudar a amadurecer emocionalmente e se tornar mais
autorresponsável, então não espere piedade da vida em troca.
Se você estiver em sua jornada de autoconhecimento para
desenvolver mais estima por si mesma, certamente, você atrairá pessoas na
mesma sintonia, então suas chances de ter uma relação saudável são muito
maiores. Ainda que não seja uma pessoa perfeita e, tampouco, que se
encaixe em todos seus pré-requisitos, ela poderá te amar do jeitinho que
você merece.

4. Você sempre se machuca no amor.


Você não é vítima das circunstâncias, mas das suas próprias escolhas
feitas de forma inconsciente. O amor não dói, mas quando não sabemos
amar a nós mesmas não temos um parâmetro de dignidade e nos colocamos
em muitas situações que ferem a nossa integridade mesmo que estejamos
cheias de boas intenções. Inclusive, às vezes, a outra pessoa está bem-
intencionada também, mas simplesmente não consegue retribuir o que você
faz por ela. No fim, você se machuca pelas suas expectativas que não são
atendidas ou porque você não enxerga onde está errando.
É curioso como contamos histórias para nós mesmas — versões da
verdade — que justificam a maneira como nos sentimos apenas para não
termos que assumir a responsabilidade pelo que permitimos que aconteça.
Mas o sentimento de vitimização manifesta a realidade, logo, somos
constantemente lembradas pela vida das mágoas que guardamos. Quem
nunca? Porque se não fosse assim, não iríamos reconhecer o que
precisamos mudar: emoções, crenças, hábitos e pensamentos.
Não precisamos aprender através da dor, mas escolhemos esse
caminho, consciente ou inconscientemente, quando estamos apegadas as
nossas expectativas e nos declaramos vítimas do amor romântico. Portanto,
essa crença precisa ser ressignificada e, para isso, você precisa descobrir
como ela se originou. Esse pensamento pode esconder um trauma quanto a
rejeição, ao abandono, ao desamparo etc. Enquanto a raiz do problema não
for curada, mudarão as pessoas, mudará a situação, mas o resultado sempre
será o mesmo. Não dá para se apostar contra a vida.

Nossas emoções são uma bússola para que possamos tomar


consciência do que precisamos trabalhar em nós mesmas.

5. Você está presa ao passado.


O passado apenas nos serve como referência de aprendizado. Não
poderia ser diferente porque tudo aconteceu como tinha que acontecer,
portanto, solte o que passou. Não há mais nada que você possa fazer agora
quanto a isso. A vergonha, a culpa e a mágoa são apenas outras maneiras de
sentir pena de si mesma e acreditar que a vida — ou alguém — está em
dívida com você. Aceite o que tudo aconteceu para ser livre do
ressentimento e, consequentemente, do medo de que o passado se repita.
Graças as experiências anteriores — principalmente as mais dolorosas —
você tem a oportunidade de fazer escolhas mais assertivas e romper um
ciclo de sofrimento para que a sua vida possa fluir a partir de agora.

6. Você coloca as necessidades dos outros antes das suas.


Você vê as necessidades dos outros como muito mais urgente,
enquanto acredita que suas necessidades e vontades podem esperar. Esse
comportamento é confundido com altruísmo, porque em nossa sociedade, a
abnegação de si própria é vista como uma prova de amor, mas as
consequências dessa crença são gravíssimas. Você pode acabar assumindo
responsabilidades que não são suas dentro de um relacionamento, como o
papel de ser mãe e cuidadora de seu parceiro. Uma vez que você permite
que isso aconteça, fica muito mais difícil estabelecer limites saudáveis, pois
quando você decidir se impor e dizer “não”, você poderá ser chamada de
egoísta e se sentir ameaçada a perder sua relação.
Você deve se respeitar e priorizar o seu núcleo emocional em
qualquer circunstância. Se você desagrada alguém por estabelecer limites,
sinto muito, mas essa pessoa nunca gostou de você de verdade, apenas
gostava do que você fazia por ela.

7. Você insiste em relações que te fazem mal.


Você permanece em relações que tiram a sua paz, que te causam ansiedade,
que te deixam insegura e talvez você nem saiba por que está fazendo isso
consigo mesma. Às vezes, a insistência é uma forma de não aceitar que
você está falhando consigo mesma, então você terceiriza a responsabilidade
de te fazer bem, acreditando que se o outro mudar, as coisas irão melhorar.
Mas, na verdade, você é quem precisa mudar.

Relacionamentos são espelhos do nosso interior. Se nos causam


sofrimento, é um sinal de que precisamos, primeiro, nos tratar
com mais amor.

Se você está sofrendo, você é a única responsável por te tirar do


sofrimento mesmo que tenha sido causado por outra pessoa. A pessoa em
questão foi uma ferramenta para que você pudesse enxergar que precisa se
amar mais.

8. Você tem pressa para encontrar alguém.


Você ouviu a vida inteira que havia uma idade certa para casar e ter
filhos e, à medida que envelhece, você sente que está em uma corrida contra
o tempo. Isso acontece, primeiramente, por conta da cultura instituída em
nossa sociedade patriarcal sobre o papel da mulher e reforçada através da
biologia utilizando de “dados científicos” para fazer com que você morra de
medo de envelhecer e não engravidar, especialmente se esse for o seu
sonho. Então é óbvio que você tem pressa; você foi programada para isso.

Aqui vão algumas verdades difíceis de engolir:


a) A maioria das mulheres que se casam antes dos 30 anos, se
separam antes dos 30 anos. É provável que isso aconteça porque 1) se
precipitam na escolha do parceiro, 2) cultivam expectativas ilusórias a
respeito do casamento, 3) não conhecem a si mesmas e buscam alguém para
suprir uma carência interior ou 4) não estão prontos para o compromisso
como pensam, dentre outros.
b) Se você viveu vinte e poucos anos sem buscar o
autoconhecimento, você não tem a menor ideia de quem é e não terá
condições de escolher alguém que seja compatível com seus valores,
verdade seja dita.
c) À propósito, qual garota de 20 anos busca valores e princípios
no parceiro? Os pré-requisitos são baseados em aparência, gostos em
comum, comodidade, conveniência, condição financeira etc. Salve exceções
daquelas que buscam alguém pela personalidade: ser educado, gentil,
carinhoso etc. Mas nenhuma delas percebeu que o verdadeiro filtro para
uma relação saudável e duradoura são os valores estruturais (aqueles que
não são mudados através dos meios e das circunstâncias), porque isso é
tudo que realmente permanece quando o tempo passa.
d) Caso a biologia seja uma questão para você: de acordo com
um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
as mulheres têm engravidado cada vez mais tarde no Brasil. Nos últimos 10
anos, o aumento na faixa etária que vai dos 35 aos 39 anos foi de 63%,
enquanto a taxa de nascimentos entre mães com até 19 anos caiu 23% no
mesmo período. Em 2022, a renomada atriz Claudia Raia, engravidou do
seu 3° filho aos 55 anos.
Resumindo: do que adianta entrar nessa corrida contra o tempo para
ter o seu contrato social se, quando você não sabe quem é, você não
escolherá bem a pessoa ao seu lado?
O processo não é igual para todo mundo. Muitas ilusões são criadas a
respeito da idade; temos um cronograma de atividades desde que iniciamos
a alfabetização, tudo milimetricamente pensado para dar certo. O que
ninguém levou em conta é que a vida tem seus próprios meios de nos
ensinar e, muitas vezes, ao tentarmos seguir o roteiro, há mais frustração do
que felicidade.
A verdade é que não temos que nos preocupar com a linha de
chegada, ninguém estará nos aguardando com uma medalha. O que
realmente importa é como percorremos o caminho que escolhemos. É
durante a jornada que vivemos as melhores experiências das nossas vidas e
compreendemos mais sobre nós mesmas e o mundo ao nosso redor. Temos
que aprender a confiar no processo porque, mesmo que as coisas não
estejam dando certo para você agora, ainda assim, lá na frente, você vai
perceber que não havia outro caminho de aprendizado.
Ao reconhecer esses sinais é importante que faça algo a respeito
disso. Nada irá mudar se você não mudar, não importa o quanto você esteja
sofrendo. Ninguém ficará com pena de você, a não ser você mesma.
Busque uma terapia, faça autoanálise sobre seu comportamento,
observe seus sentimentos e se questione. Para se conhecer melhor, você não
pode se confortar com a primeira justificativa que vier em sua cabeça com
relação a algo que te traz ou trouxe sofrimento, porque a resposta mais fácil
e mais aceita por nós sempre vem do ego. O autoconhecimento nos faz
perceber que somos responsáveis pelo o que atraímos, então podemos nos
sentir culpadas ou acreditar que merecemos sofrer porque somos
imperfeitas, mas essas sensações são armadilhas do nosso ego.
Quando tomamos consciência sobre atitudes e emoções que nos
prejudicaram, a partir desse momento, temos a oportunidade de fazer
diferente. Por isso que o perdão é a chave do amor-próprio. É doloroso
reconhecer nossos erros e mecanismos de autossabotagem, mas se não
somos capazes de nos perdoar, guardaremos rancor e ressentimento por
todos aqueles que nos decepcionaram.
Há algumas ferramentas para autoconhecimento que podem te ajudar
a identificar seus bloqueios emocionais e desafios para que você possa
trabalhar, como: baralho cigano, mapa astral, constelação familiar etc. Esses
recursos nos ajudam a tomar consciência do que precisamos fazer para
mudar a nossa realidade. Embora algumas dessas ferramentas possam ser
usadas para prever possibilidades de futuro, o verdadeiro intuito é nos
tornar mais responsáveis por nossas escolhas para que consigamos
transmutar sentimentos e padrões de crenças negativas que nos mantém
presas em um ciclo de dor e sofrimento.
Mas nem se iluda porque nenhuma ferramenta irá fazer o seu trabalho
em seu lugar, portanto, não irão solucionar nenhum dos seus conflitos,
apenas trazê-los à luz para que você possa reconhecê-los, entende?
No fim das contas, a sua missão de vida consiste em encontrar a si
mesma, então cedo ou tarde você precisará dedicar tempo e energia a esse
processo para que possa viver com mais harmonia e plenitude.
Não espere chegar até o fundo do poço para ter que aprender essas
lições através da dor. O quanto antes você buscar se conhecer melhor, mais
assertivas serão as suas escolhas. Isso significa aprender através do amro.
Além disso, é impossível, de acordo com as leis universais e espirituais, que
uma pessoa em busca de autoconhecimento, vibrando na frequência do
amor e praticando o bem, não encontre outras pessoas na mesma sintonia.
Assim, as chances de viver uma relação pautada no amor, na reciprocidade
e na empatia são muito maiores porque atraímos o que acreditamos
merecer.
Então, precisamos entender que atraímos pessoas por afinidade
energética, ou seja, pessoas que refletem o que está em nosso inconsciente,
porque essa é uma das maneiras de sermos capaz de enxergar o que
precisamos mudar dentro de nós. Quando não assumimos a
responsabilidade pelas nossas escolhas e suas consequências, esperamos
ingenuamente — às vezes pela vida inteira — que a “pessoa certa” venha
em um cavalo branco. Mas como alguém melhor pode entrar em nosso
caminho se não conseguimos ser melhores nem para nós mesmas?
É por isso que muitas vezes, enquanto não mudamos internamente,
continuamos nos relacionando com o mesmo tipo de pessoa — só muda o
nome e o endereço.
O que importa não é o quanto você deseja ter alguém, mas o quanto
você está disposta a se transformar para atrair quem você merece. Acontece
que esse processo deve acontecer porque você reconhece de que essas
mudanças serão boas para você mesma, não como uma estratégia para
conseguir o que você quer (um relacionamento), senão você vai se sabotar.
Afinal, você pode mentir para si mesma, mas nunca para o Universo. Deus
vê tudo.
Até que você se torne quem você precisa ser, vai ser necessário
enfrentar diversas situações não tão agradáveis para que você possa evoluir
um pouquinho cada vez mais. Mas quem nunca deu dois passos para trás
por medo de sofrer? A chamada “autodefesa” para muitas pessoas é apenas
um disfarce da autossabotagem.
Afirmação para o resgate do amor-próprio
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
A minha Família espiritual,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando a mim mesma.
Eu honro e agradeço a oportunidade de ser mulher.
Eu estou aceitando o Plano Divino e a Direção Divina em minha vida.
Eu sou grata por ter nascido mulher e poder fazer coisas que homens não podem.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando a mim mesma.
Eu me amo como Eu Sou.
Eu amo a todas as mulheres da maneira como eu me amo.
Eu sou amada por todas as mulheres como eu me amo.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando a mim mesma.
Eu perdoo a todas as mulheres que tenham me ferido, consciente ou inconscientemente, nesta vida
presente ou em vidas passadas.
Eu estou perdoando e esquecendo (3x).
Eu invoco o Perdão Divino a todas as mulheres que eu tenha ferido, consciente ou
inconscientemente, nesta vida presente ou em vidas passadas.
Eu estou perdoando e esquecendo (3x).
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando a mim mesma.
Obrigada, obrigada, obrigada.
CAPÍTULO II
O ciclo de autossabotagem

Se sabotar é agir de forma prejudicial para si mesma, muitas vezes,


sem se dar conta. Sabe quando você tem a impressão de que tudo na sua
vida está dando errado? Eu te garanto que não é porque você é azarada,
injustiçada ou está sendo castigada por algum pecado; você apenas está
colhendo o que você plantou. Isso significa que, em algum momento do
seu passado, você fez uma escolha que sabotou os seus planos porque a
motivação por trás dessa decisão refletia um desejo do seu ego.
Por exemplo, se você está em uma situação de indignidade em um
relacionamento e acredita que a pessoa precisa mudar para que você se sinta
melhor, você está se sabotando, pois ninguém pode ser responsável por te
tirar de um lugar que você mesma se colocou. Isso não significa que você
tenha culpa pelo o que aconteceu. Ninguém entra em um relacionamento
para sair machucado. A questão é que a partir do momento em que você
fere a sua integridade para permanecer na relação, a responsabilidade por
essa decisão é sua. Você pode ter sido vítima de uma ação, mas você não
pode ser vítima da sua própria vida. Portanto, você é quem deve mudar em
vez de esperar que o outro mude para que a sua situação melhore.
Quando você culpa e aponta os erros do outro, mas permanece no
relacionamento à espera de um milagre, você simplesmente permite que a
situação negativa continue acontecendo.

A verdade mais difícil que eu já tive que engolir é que


ninguém, em nenhum momento, foi capaz de me fazer algo que
eu não tivesse permitido.

A permissão é uma concessão emocional, não racional. Isso significa


que não adianta dizer para a pessoa: “eu não mereço ser tratada dessa
maneira” e continuar aceitando que ela te trate assim apenas porque você
gosta dela apesar disso. Ou você se posiciona ou continuará sofrendo. Se
conversar sobre o que te machuca não a fez mudar suas atitudes, isso
também é uma resposta dela. Não devemos jamais cobrar respeito,
consideração e afeto a ninguém. Se a pessoa não nos der o seu melhor por
livre e espontânea vontade, ou nos retiramos ou estaremos permitindo que
ela nos machuque cada vez mais.
Se você fala para o seu parceiro sobre algo que está te magoando no
relacionamento e ele invalida a sua opinião como se você fosse louca ou
sem se importar com seus sentimentos, pense bem se vale a pena continuar
nesse relacionamento. Porque ele, com esse comportamento, demonstrou
que não irá mudar, portanto, se você o aceitar de volta, você está permitindo
que isso aconteça novamente. Se ele se comprometeu a mudar e repetiu o
mesmo erro, não justifica que você permaneça nessa relação culpando-o por
continuar te magoando, já que, mais uma vez, você permitiu que
acontecesse ao permanecer nesse relacionamento.
Há mulheres que acreditam que permitem situações de indignidade
porque são boazinhas, sempre esperam o melhor do outro e o amam
verdadeiramente. Mas isso também é autossabotagem, porque você jamais
pode amar alguém em detrimento a si mesma. É impossível que seja
amor se, para que você o mantenha em sua vida, você precisa ferir a sua
dignidade. Você somente poderá amar uma pessoa quando aprender a
amar e respeitar a si mesma primeiro. Porque não há amor romântico que
justifique permanecer em um lugar desmerecedor. Não há conexão entre
almas que sobreponha o amor-próprio dos envolvidos. Não há propósito
espiritual em um relacionamento que causa sofrimento, a não ser que seja
para ensinar o desapego. A sua alma gêmea jamais fará com que você sofra
e se diminua para que vocês fiquem juntos. Então, esse relacionamento,
definitivamente, não é um presente de Deus em sua vida. Muito pelo
contrário, deve ser mais uma prova ou expiação.
Outra forma de autossabotagem é quando você repete um padrão na
escolha dos seus parceiros. Mudam-se os nomes, os endereços e as
aparências, mas você continua se sentindo atraída pelos rapazes que te
tratam mal, ou são comprometidos, ou dizem desde o princípio que não
estão buscando um relacionamento sério etc e tal. No fim das contas, essas
relações irão despertar os mesmos sentimentos negativos que você já havia
experimentado antes, então você vai ter a sensação de que nada dá certo
para você, que ninguém permanece em sua vida, que você é azarada e tudo
mais. Isso acontece porque você não se tornou consciente das verdadeiras
motivações que te levaram atrair e se permitir envolver com determinados
perfis psicológicos de pessoas.
De novo: nenhum encontro é por acaso. A vida, muitas vezes, está
tentando fazer com que você se torne consciente das suas emoções e
crenças limitantes que estão impedindo a sua felicidade e prosperidade. Mas
a vida não vai simplesmente colocar um letreiro luminoso na sua frente com
as respostas para as suas frustações. É sua obrigação intransferível e
irrevogável descobrir quais são os padrões que você está repetindo e porque
isso está acontecendo através do autoconhecimento. Você, literalmente,
nasceu para isso. Se você não fizer uma sincera autoanálise, você
continuará refém das suas próprias escolhas inconscientes. Até você jamais
irá enfrentar uma situação que você não tenha merecido. Tudo que você
planta, você irá colher; essa é a Lei do Retorno a qual todos estamos
submetidos. É impossível plantar tomate e colher limão, entende?
Em outras palavras, se você vivencia uma situação negativa em um
relacionamento afetivo, você pode até ter sido vítima da ação da pessoa
contra você, mas você não foi vítima da circunstância. Ou seja, em seu
inconsciente há uma emoção mal resolvida, uma crença negativa, um
trauma, medo ou insegurança, dentre outros fatores, que fizeram com que
você atraísse essa pessoa para o seu caminho e se sentisse atraída por ela.
Esse relacionamento, então, serviu para trazer à tona o que estava oculto em
seu inconsciente — foi como um gatilho — para que você se questione de
onde vieram essas emoções.
Já te adianto: muitos desses padrões inconscientes e emoções
negativas provém das relações familiares e/ou com seus cuidadores, pois
são nossas primeiras referências acerca do amor. Se não nos sentimos
amadas por nossos pais ou cuidadores, não vamos deixar de amá-los,
vamos deixar de amar a nós mesmas. Logo, nos colocaremos em
situações de indignidade com nossos parceiros afetivos reproduzindo o
padrão que vivenciamos na infância.
Em inúmeras tentativas de nos fazer reconhecer a origem das nossas
dores para que possamos romper o ciclo de sofrimento, a vida nos
apresentará pessoas que irão reforçar esses sentimentos negativos uma, duas
ou dez vezes. Não é uma questão de punição, mas uma oportunidade de
mudança. Às vezes, precisa doer para que sejamos capazes de despertar e
termos força de vontade para sairmos de uma situação de indignidade. Não
conseguiríamos perceber a importância do autoconhecimento e do amor-
próprio se todas as expectativas do nosso ego, que refletem esse padrão,
fossem atendidas. É por isso que nós atraímos para o nosso caminho o
que precisamos para evoluir, não o que queremos. Portanto, muitas
relações nos servirão apenas como um espelho de nossas emoções ocultas
para nosso aprendizado. Se não estivermos atentas as lições, iremos brigar
contra a vida cada vez que ela tentar nos ensinar a nos amar e culpar a todos
os envolvidos no processo, que foram meras ferramentas para o nosso
despertar de consciência.
Há incontáveis formas de autossabotagem (daria um livro somente
sobre isso), então reflita sobre os exemplos que eu citei adaptando a sua
realidade para entender como você tem se sabotado. Depois, responda
sinceramente as perguntas abaixo:
Você se atrai por pessoas comprometidas?
Você se atrai por pessoas que não estão disponíveis emocionalmente?
Você se atrai por pessoas que te tratam mal ou com indiferença?
Você se atrai por pessoas que te rejeitam?
Você se atrai por alguém que está/esteve com sua amiga?
Você se atrai por alguém quando sabe que ele está envolvido com
outra?
Você se atrai por alguém que lembre o seu pai?
Você tem medo de se tornar como a sua mãe?
Você se afasta da pessoa quando sente que está se envolvendo demais?
Você exige que a pessoa te trate como namorada enquanto ainda estão
se conhecendo?
Você diz para a pessoa que não quer um relacionamento sério e, logo
depois, se arrepende por ela te tratar da forma como você pediu?
Você cobra exclusividade de alguém que você não tem compromisso?
Você é uma pessoa ciumenta e possessiva?
Você é controladora?
Você gosta de provocar ciúmes em seu parceiro para se sentir amada?
Você considera ingratidão quando faz algo por alguém e a pessoa não
te retribui como você gostaria?
Você tem medo de ficar sozinha e não ser amada?
Você insiste em relações pouco enriquecedoras?
Você nutre sentimentos por alguém que não fala há um certo tempo?
Você deseja que o seu ex seja infeliz no amor porque ele te fez infeliz?
Agora reflita sobre as respostas que você deu. Se quiser, anote-as para
não esquecer. Esse pequeno exercício funciona para que você reconheça as
diferentes formas em que você pode se sabotar. Mas, veja bem, a partir do
momento que você se torna consciente, você assume inteiramente a
responsabilidade de mudar o que está te incomodando em si mesma. Se
você enxerga um padrão sabotador e não faz nada para corrigir, você está se
colocando no lugar de vítima à espera de que de algo aconteça ou que
alguém apareça em sua vida para te tirar do lugar em que você mesma se
colocou.
Para que um amor verdadeiro entre em seu caminho, você precisa
despertar para o mais sincero amor dentro de si mesma. Não se esqueça
de que o auto perdão é um reflexo do amor-próprio. Independentemente de
como você tenha agido ou pensado, ao se tornar consciente, você tem a
oportunidade de fazer diferente, então, você não deve se martirizar nem
procurar culpados para a forma como você se sente. Aprenda a agradecer
pelo discernimento que te deu a chance de um recomeço. Se essas situações
não tivessem acontecido, você seguiria dando murro em ponta de faca se
distanciando cada vez mais da felicidade que você merece.
Nunca se esqueça de que você tem toda a força necessária para
enfrentar qualquer obstáculo em sua vida, por mais que pareça impossível.
Você tem o poder de transformar a sua realidade. Você tem todas as
ferramentas que precisa para viver em abundância, prosperidade e em pleno
amor. Porque você merece ser feliz como qualquer outro ser humano. Se
priorizar, se amar e cuidar de você é a sua obrigação. Ninguém pode
fazer isso em seu lugar. Você deve se sentir realizada consigo mesma,
orgulhosa da mulher que se tornou e esperançosa quanto as inúmeras
oportunidades de crescimento que a vida te apresenta diariamente.

A autorresponsabilidade pelas suas escolhas é uma poderosa


ferramenta de mudança de realidade, pois só você detém o
poder de impedir que uma situação continue te machucando.

Não se trata sobre controlar o outro nem manipular situações para que
o outro reaja como você quer, até porque você não pode interferir no livre
arbítrio de outra pessoa — nem Deus faz isso — mas de você impor limites
saudáveis em seus relacionamentos para que seja respeitada.
Quando você se deparar com uma situação desagradável, pare, respire
fundo e reflita:
Por que isso me incomoda?
Até que ponto é responsabilidade minha?
O que eu posso fazer para mudar a minha situação?
A mudança começa de dentro, sempre de nós mesmas, portanto, uma
das formas mais sutis e danosas de autossabotagem são as afirmações que
você faz sobre si mesma, como por exemplo:
“Tenho o dedo podre.”
“Só gosto de quem não presta.”
“Quem eu quero, não me quer.”
Descubra o motivo pelo qual você se atrai pelo mesmo perfil de
pessoa e será capaz de romper esse padrão. O autoconhecimento nos
liberta do sofrimento causado pelas ilusoes do ego.
Lembre-se que a sua boca é a que está mais perto do seu ouvido; você
é a pessoa que mais te escuta. Se você se lamenta para 10 amigas sobre sua
vida amorosa, cada uma delas ouviu uma vez, mas você ouviu a mesma
história dez vezes, portanto, você tende a acreditar cada vez mais no que
você está contando mesmo que não seja a verdade.
Se você parar para se observar, irá perceber que ao longo de um dia,
você é capaz de matar a sua autoestima dezenas de vezes, seja através das
suas palavras, ou dos seus pensamentos ou dos seus hábitos. Se a maior
parte do seu dia, você decreta crenças negativas a respeito de si mesma, é
impossível que você atraia uma situação positiva que contradiga o que você
mesma acredita, porque o Universo é mental e a realidade é um consenso.
Sentir pena de si mesma é uma das piores formas de
autossabotagem porque você renuncia ao seu poder de mudar a sua
realidade. A vida jamais irá te recompensar pelo seu sofrimento, então pare
de lamber suas feridas. A vida espera que você dê a volta por cima, supere
as suas dores e se fortaleça com todas as experiências negativas em seu
caminho porque, dessa forma, você se torna merecedora e capaz de realizar
qualquer um dos seus sonhos.
Há inúmeras formas com que podemos nos sabotar e, geralmente, é
mais fácil para quem está de fora identificar nossos tropeços do que para
nós mesmas. Por isso, nunca deixe de se questionar quais são as suas
verdadeiras intenções por trás de um movimento, ou uma mensagem, ou um
sentimento, sobretudo, com relação ao outro. No fundo, você tem todas as
respostas em seu inconsciente, mas pode estar dando em murro em ponta de
faca para não ter que assumir a responsabilidade de mudar seu
comportamento.
5 COMPORTAMENTOS
MAIS SABOTADORES
1. Stalking[1].
Parece que não tem nada demais em olhar as redes sociais da pessoa
em quem você está interessada. Ou colocar o nome dela no Google. Ou
pesquisar no Facebook a data de aniversário dela para descobrir o signo e
saber se combinam. Ou criar um perfil fake para acompanhar as pessoas
que ela começa a seguir e as fotos que ela curte e comenta. Mas, verdade
seja dita: quem procura, acha. Se você desenvolve um comportamento
obsessivo de acompanhar tudo o que a pessoa faz nas redes sociais,
eventualmente, você vai ver algo do que não gosta. Então, por quê? Por que
se dar ao trabalho de buscar todas as informações sobre a pessoa se isso
poderá te causar sofrimento?
Algumas pessoas defendem o stalking como uma medida preventiva
para não serem feitas de trouxas ou de cornas, mas, convenhamos, muito
antes de a internet existir, o papel de trouxa já era o mais utilizado do
mundo. Ou seja, se uma pessoa quiser te fazer de trouxa, ela pode conseguir
mesmo sem te seguir no Instagram. Então por que alimentar paranoias e se
preocupar com algo que está fora do seu controle? Por que fazer questão de
ter essa dor de cabeça? De fato, você consegue descobrir muito sobre uma
pessoa apenas xeretando seus rastros online, mas nenhum relacionamento
se sustenta sem a confiança como um dos pilares principais.
Quer um bom conselho? Sossega. Poxa, encontrou aquele rapaz
bacana, gente boa, que te faz duvidar da sua própria sanidade? Aproveita!
Não fica buscando no passado dele que o “desmascare”, porque,
naturalmente, você vai encontrar. Tudo bem dar uma olhadela rápida apenas
para garantir que você está se envolvendo com uma pessoa de bem, sem
ficha na polícia, ou que ele realmente está solteiro como diz. Mas tornar
isso parte da sua rotina e acreditar demais nas situações que você cria com
base no que você vê, é dar um tiro no próprio pé. Só faz mal a você.
Se vocês tiverem terminado o relacionamento, stalkear o parceiro é
pior ainda para sua saúde mental. Além disso, você poderá alimentar
sentimentos afetivos ilusórios por causa do apego, posse e ciúme. Em
alguns casos, você poderá sonhar com a pessoa e se sentir fortemente
conectada com ela como se ainda estivessem juntos e acreditar que são
sinais de que o amor é verdadeiro, mas não, pelo contrário, são sinais de
apego. Você não vai conseguir esquecê-la se acompanha os passos dela
diariamente, não importa o tempo que passar.

2. Cobrar atenção.
Pessoas diferentes têm forma diferentes de se expressar. Tem gente
que gosta de conversar o dia todo, tem gente que não. Tem gente que gosta
de dar o primeiro “bom dia”, tem gente que não se importa com isso. Tem
gente que fica superofendida se você não responde rápido, tem gente que
nem percebe. Tem gente que demora a responder de propósito para não
parecer interessada demais, tem gente que responde rápido simplesmente
porque quer. Então, saiba que as pessoas não têm nenhuma obrigação de
reagir como você espera. Até porque o que é importante para você pode não
ser importante para o outro. Mas uma coisa é certa: a energia das pessoas
nunca mente. Palavras enganam. Atitudes iludem. Mas a energia é a única
forma de você saber se essa pessoa realmente está interessada em você ou
se está te enganando. Portanto, observe o comportamento dela com você
pessoalmente. Ela te trata com carinho, respeito e atenção? Ela te ouve? Ela
se interessa pela sua vida? Ela faz questão de estar ao seu lado?
Independentemente de qual seja a forma como ela se expressar com
você — muitas pessoas são mais reservadas e não costumam demonstrar
como se sentem —, ela só pode dar o que ela tem. Se o que ela tem a te dá,
não te satisfaz e você sente que é pouco, então mude a sua situação. Ou se
conforme. Talvez seja apenas o jeito dela, não falta de sentimento.
Ninguém gosta de se sentir cobrado, principalmente quando acredita
que está dando o seu melhor. Isso pode soar como um comportamento
tóxico e fazer com que a pessoa se afaste de você. Atenção não se implora.
De duas, uma: ou ela não está disposta a dar o que você merece ou você
está mendigando afeto por carência. Portanto, nunca cobre de alguém um
comportamento que você acredita que ela deveria ter para que você se sinta
segura, em vez disso, reflita se vale a pena seguir com esse relacionamento.

3. Se critica e se compara com outras pessoas.


Ninguém tem a vida perfeita. Todos os relacionamentos têm altos e
baixos. Todas as famílias têm seus desafios entre quatro paredes. Qualquer
pessoa, por mais bonita e bem resolvida que te pareça, tem seus dias de
baixa autoestima. A vida nos proporciona contrastes para aprendermos
a nos alegrar pelas conquistas e sermos resilientes em nossos fracassos.
Além disso, as rede sociais nas mãos erradas podem causar sérios
danos à saúde mental. A partir do momento que uma ferramenta de
entretenimento — ou trabalho, em alguns casos — passa a ser um
mecanismo de comparação em massa, através do qual você vê que todo
mundo é feliz, todos os casais protagonizam cenas de filmes de amor, todos
têm a profissão dos seus sonhos, a casa dos seus sonhos, o cabelo dos seus
sonhos, e por aí vai, você começa a ver problemas em sua própria vida que,
muitas vezes, nem existem.
Lembre-se que nas redes sociais as pessoas demonstram ser quem
elas querem ser, não necessariamente quem elas são. Não baseie a sua
felicidade, o seu sucesso, as suas conquistas, as suas vitórias e a sua escolha
de estar em um relacionamento ou de estar solteira na vida de pessoas em
que você somente sabe o nome. Nada nas redes sociais é o que parece.
Quem vê close, não vê corre.
Verdade seja dita: quando chega o Dia dos Namorados, muitas
solteiras ficam tão incomodadas com as declarações de amor dos outros que
1) evitam entrar nas redes sociais para não verem, 2) sentem raiva da
felicidade do outro e 3) sentem inveja e debocham. Simplesmente porque
estão frustradas consigo mesmas. No entanto, quanto mais você amaldiçoa
a felicidade alheia por causa da sua carência, raiva, inveja e frustração, o
Universo entende que é isso que você quer ter de volta. Não tem para onde
correr. O que você sente, você atrai.

Se você quer atrair o amor para sua vida, você deve manifestar,
desejar e vivenciar o amor em todas as suas formas.

Por exemplo, se você vir um casal que te faz pensar “poxa, eu queria
tanto um relacionamento assim!”, deseje o bem deles. Sério. Troque o
pensamento de “por que isso nunca acontece comigo? Por que ninguém me
ama assim?” para “esse é o amor que eu mereço viver. Isso é o que eu quero
para minha vida. Não vejo a hora de acontecer comigo, de encontrar a
pessoa certa que me ame como eles se amam!”.
É algo tão simples, mas tão transformador que você pode até duvidar
que funcione, mas quando você direciona seu pensamento para manifestar
amor aos demais, mesmo para aquelas pessoas que você não conhece e
escolhe ficar feliz por elas em vez de ficar com pena de si mesma por não
ter o que elas têm, você vai atrair mais amor e prosperidade para sua vida.
Se você abençoar as pessoas com seu amor, o Universo vai abrir os seus
caminhos, você terá conexões mais verdadeiras e irá se deparar com
pessoas boas e generosas.
Toda vez que você vir alguém com a vida que você gostaria de ter,
faça disso uma inspiração e motivação para que você conquiste o que
merece. A felicidade do outro não prejudica a sua. Eu sei que você ouviu a
vida inteira que enquanto um chora, o outro ri, como se você estivesse
pagando o preço pelo sucesso de outra pessoa, mas isso não é verdade. Você
nunca irá colher algo que outra pessoa plantou. O que é destinado a você,
ninguém tira. O que está destinado ao outro, é do outro. Desejar que ele
não tenha, não vai fazer com que você tenha. Muito pelo contrário, o que
você deseja ao outro, é o que volta para você.
4. Não falar quando algo te incomoda.
Nenhuma relação — seja familiar, ou afetiva, ou profissional ou de
amizade —, sobrevive sem diálogo. Não falar o que você sente por medo de
como a pessoa vai reagir, ou para evitar o conflito, ou por acreditar que
você seja capaz de passar por cima dessa dor, é um comportamento que
pode se voltar contra você mesma e te causar sofrimento.
No entanto, é importante ter bom senso quando se expõe seus
sentimentos. Há questões que podem te magoar, mas estão diretamente
ligadas com suas inseguranças, traumas e medos, portanto, o outro não
provocou esses sentimentos em você, apenas fez com que você fosse capaz
de enxergá-los. Então, você tem que ponderar se falar sobre o assunto
poderá trazer alguma melhoria para o relacionamento ou se você está
buscando uma válvula de escape ou alguém a quem culpar pela forma como
você se sente. Se conhecer te ajuda a perceber o que vem de ti e, portanto,
você precisar lidar com isso sozinha, e o que vem do outro e deve ser
dialogado.
Outra questão importante é que não adianta falar para quem está
convencido a não te entender. Não perca seu tempo se abrindo e falando
dos seus sentimentos mais profundos para uma pessoa que não te percebe e
não está interessada em criar uma conexão contigo, simplesmente porque
não vale a pena. Ela poderá, inclusive, usar isso contra você. No fim das
contas, você vai ter a sensação de que foi um erro se abrir e vai se tornar
uma pessoa mais desconfiança e fechada emocionalmente, mas na
realidade, o problema foi apenas ter se aberto para a pessoa errada.
Saiba que se uma pessoa se afasta de ti depois de você ter sido
honesta com ela, não era a pessoa certa para você. Isso é uma resposta sobre
essa pessoa em seu caminho. Não reprima os seus sentimentos por medo
de perder alguém, porque quem não ficar ao seu lado por afinidade,
reciprocidade e empatia, não te merece.

5. Acreditar que tudo gira em torno de você.


Como você se sentiria se a pessoa que você está envolvida te dissesse
que não quer te ver hoje por que prefere ficar sozinha? Você aceitaria essa
justificativa de coração aberto e lhe daria espaço ou você duvidaria que dos
seus motivos acreditando que tem algo a ver contigo? Ou, pior ainda, com
outra mulher? Se o rapaz some por alguns dias logo depois de vocês terem
dormido juntos, você se culpa?
Já pensou que essa insegurança diz mais sobre você do que sobre a
pessoa que você está se relacionando? Pode ser que você se coloque no
centro das atenções e acredite que tudo que acontece na relação depende de
ti, é por sua causa ou sua responsabilidade, como se a vida do outro girasse
em função de você. Esse senso distorcido de auto importância te faz
ansiosa, reativa e nervosa na tentativa de controlar o que irá acontecer entre
vocês.
Entenda que o outro tem a sua própria vida, seus dramas, dilemas,
problemas familiares, frustrações etc. Quando você decide se relacionar
com alguém, vocês passam a compartilhar uma vida em comum em que
podem dividir o peso desses desafios, mas haverá processos interiores que
cada um terá que superar individualmente. Ninguém pode evoluir o outro
por mais que o ame e queira ajudar. Aliás, amar alguém é justamente saber
respeitar esses processos, não tentar resolver a vida dele em seu lugar.
Portanto, haverá momentos em que o outro precisará de espaço, tempo
consigo mesmo, ou com amigos, ou com família e tudo mais. Assim como,
você também deve cultivar sua própria individualidade e saber se priorizar
quando for necessário.
Nem sempre vai ser fácil ouvir a verdade do seu parceiro,
principalmente quando contradiz suas expectativas, mas ter confiança no
que ele diz e na relação que vocês estão construindo é o que lhes
fortalecerá.
5 SINAIS DE CARÊNCIA
AFETIVA
Perceba como muitos dos comportamentos sabotadores partem de um
lugar de carência afetiva que, por sua vez, pode se converter em uma
dependência emocional. Embora a carência não seja o único motivo, é um
dos estímulos mais comuns para a autossabotagem. Ou seja, enquanto não
identificarmos a causa da carência para nos curarmos, mesmo que possamos
reconhecer o que precisamos mudar em nosso comportamento,
continuaremos metendo os pés pelas mãos.
A carência é um dos sentimentos que mais pode te causar sofrimento,
pois você delega ao seu parceiro a responsabilidade de te fazer feliz como
se fosse a obrigação dele. Resulta que você sabota seus relacionamentos por
ter demandado todo afeto que você necessita a uma única pessoa que foi
escolhida para tal missão (mesmo que ela nem saiba disso). A pessoa eleita,
nem mesmo com muito esforço, conseguirá suprir as suas exigências
emocionais porque a relação se torna tão desproporcional que fica doentia.
A pessoa pode até gostar muito de você, mas eventualmente irá cansar de
ficar tentando te provar isso; a relação aos poucos se tornará um fardo.
A baixa autoestima é um dos pressupostos que levam à carência, pois
uma pessoa que não tem confiança em si mesma e não reconhece seu valor
tende a se preocupar demais com a opinião dos outros, especialmente
quanto a sua vida amorosa. Se estiver em uma relação afetiva, concentra e
sufoca no parceiro todo o seu vazio interior. Mas se não estiver em um
relacionamento, se compara aos demais, se vitimiza e adota uma postura
muito passiva diante da vida se tornando incapaz de alcançar seus sonhos. É
a falta de uma vida interior que a deixa tão vulnerável a todas as
interferências externas. No fim das contas, ela pode passar a vida inteira
perseguindo objetivos que nunca sequer foram seus e não correspondem a
sua essência.
Veja se você se identifica com algum desses comportamentos:

1. Você nutre muitas expectativas.


Quanto mais expectativas, mais apego às idealizações. Quanto mais
apego, mais sofrimento. Dessa maneira, você tem um olhar pessimista com
relação a vida e está sempre à espera de que o pior aconteça, já que suas
expectativas positivas nunca são cumpridas. Ou seja, em vez de você parar
de se iludir sobre o que gostaria que acontecesse, você sente que a vida está
em dívida contigo por não te dar o que você quer.
Permita que as coisas aconteçam sem tentar controlar o destino. Deixe
que entre, deixe que saia, deixe que volte e deixe que flua. A vida te
surpreende quando você para de desejar que tudo aconteça como você
planejou. De fato, as coisas nunca serão como você idealizou, mas podem
ser muito melhores do que você imagina se permitir pagar para ver.

2. Você tem urgência em ter suas necessidades atendidas.


Muitas vezes, sua ânsia por um final feliz confunde seus passos na
jornada. Cada qual tem seu tempo e se envolve da sua maneira. Alguns são
do tipo “emocionados” e do dia para a noite, já estão morando juntos.
Outros são tão lentos em seus processos que perdem o timing. Mas a
verdade é que ninguém tem o direito de impor uma data limite sobre
quando uma relação deve evoluir. Ter muita pressa em rotular, se definir e
assumir uma relação publicamente pode representar uma busca por
validação social.
É preciso saber respeitar o tempo do outro. Às vezes, por pura
ansiedade e imediatismo, você pode colocar a perder uma relação que
estava funcionando bem. Ninguém gosta de se sentir pressionado e há
pessoas que simplesmente fogem quando são colocadas contra a parede.
Desde que você não esteja em um lugar de indignidade, pouco importa
quanto tempo você está com a pessoa.
A verdade é que para se desenvolver sentimentos profundos e
verdadeiros por alguém precisa de muito mais tempo do que se imagina.
Talvez não sejam em 3 meses que você vai construir um relacionamento
para toda a vida — até porque no início da relação, tudo são flores. A
paixão faz com que todos os obstáculos pareçam pequenos, mas logo que
passa — porque paixão sempre passa —, o amor começa a ter dificuldade
para se desenvolver se não houver compatibilidade de valores estruturais
nos envolvidos. Além disso, durante o período da paixão, sofremos um tipo
de cegueira temporária, em que projetamos no indivíduo o que queremos
ver. Quando o encanto acaba, temos que aprender a amar quem ele
realmente é.
“Quando vou namorar?”, “quando vou me casar?”, “quando vou ter
filhos?”, são algumas das perguntas mais comuns que recebo em meus
atendimentos com o baralho cigano porque a maioria das pessoas acredita
que Deus utiliza o mesmo calendário que a gente e nele está datado tudo
que irá acontecer. Mas não é bem assim não. Existe, sim, um programa de
vida para cada um de nós que foi elaborado com a nossa anuência antes de
encarnarmos neste plano. Ou seja, os encontros significativos em nosso
caminho são predestinados para acontecer para podermos aprender algo ou
para sermos abençoados. Em outras palavras seria como dizer que todos nós
estamos predestinados a encontrar a nossa chama-gêmea (o nosso oposto
complementar), mas esse encontro se dá por meritocracia. Se você não
estiver se esforçando para superar seus desafios emocionais e simplesmente
cruzar os braços diante das provas da vida, sua chama-gêmea não vai bater
à sua porta, não importa a idade que você tenha ou a quanto tempo esteja
esperando.
Portanto, o que determina o tempo em que as coisas predestinadas a
você irão acontecer em seu caminho são as escolhas que você faz hoje.
Tornar-se consciente da sua carência afetiva e buscar se curar é o primeiro
passo.

3. Acredita que se fizer tudo por alguém será recompensada.


Toda relação precisa ter reciprocidade e equilíbrio. Não adianta se
doar demais porque isso não vai fazer com que a outra pessoa fique. Pelo
contrário, pode fazer com que ela se sinta em dívida com você e queira
terminar. Esse comportamento, geralmente, esconde uma baixa autoestima e
uma crença de “preciso agradar a qualquer custo”. Porque uma pessoa que
tem boa autoestima, ela sabe dizer “não” quando precisa. Ela não tem medo
afastar o parceiro por falar o que sente e pensa — desde que seja com
respeito, claro. É preciso ter equilíbrio entre dar e receber, porque
reciprocidade não é cobrar que uma pessoa te retribua, é justamente
não precisar fazer isso.
Quando fizer algo por alguém, que seja de coração, mas não acredite
que você não deve esperar nada em troca porque não estamos falando de
caridade, e sim de um relacionamento afetivo, portanto, é óbvio que você
merece ter o mesmo carinho e cuidado de maneira espontânea de volta. Se
você não tiver, então isso também é uma resposta: desapegue.

4. Você se sabota repetindo velhos padrões.


A vida é uma grande escola e nossos desafios são provas que nos
tornam mais experientes e maduras para que sigamos evoluindo. O
propósito da vida é fazer com que você aprenda através do amor, lembre-se
disso. Qual seria o interesse de um Universo em constante expansão te
recompensar pelo seu nível de sofrimento? Se o Criador é uma fonte
inesgotável de amor, o que te faz nutrir sentimentos negativos e assumir o
papel de vítima e te afasta da felicidade plena e verdadeira é o seu ego.
Então, como você espera encontrar alguém bom, maduro e amoroso, se
você está identificada com seu ego e não supera o que aconteceu porque
acredita ter sido a grande vítima?
Você permitiu que uma situação negativa acontecesse porque você
não sabia amar a si mesma. A carência atraiu para o seu caminho uma
pessoa que te faria reconhecer seus maiores medos para que você pudesse
se tornar uma pessoa melhor, simplesmente porque se não fosse assim, você
não aprenderia a lição. Quando você se perdoa, você perdoa aos envolvidos
e para de lamber suas feridas. Apenas o amor consegue romper um ciclo
de sofrimento, mas é o amor-próprio.

5. Você reclama frequentemente.


Você se ouve quando você fala? Muitas mulheres não perdem a
oportunidade de se queixarem. “Eu nasci para ser sozinha”, “ninguém se
interessa por mim”, “é muito difícil encontrar alguém que preste”, são
algumas das frases mais presentes no discurso da vitimização. Acontece que
as palavras têm poder e seus pedidos sempre são atendidos, lembra? Se
você está constantemente reforçando para si mesma padrões negativos de
comportamento, o que você espera? Reclamar é clamar duas vezes.
No entanto, se você fizer afirmações positivas a respeito de si mesma
e do amor, mas continuar com uma crença interior de medo de não
conseguir e insegurança em ser quem é, pode ter certeza de que suas
emoções irão sobrepor as suas palavras. E mais uma vez, o que você pede
— inconscientemente — irá acontecer.
De qualquer forma, à medida que você se afirma, você reprograma
seu inconsciente para uma realidade mais feliz, para que você comece a
aceitar o que você merece. Com o passar do tempo e com força de vontade,
você transforma seus pensamentos e sentimentos.

Para que seu desejo de viver um amor profundo e verdadeiro


seja atendido, você tem que estar vibrando na mesma
frequência, amando a si mesma.

Carência É Sinônimo De Egoísmo


Se uma pessoa se torna a fonte de toda a sua felicidade e realização
do mundo, o que você pode oferecer a ela? A relação fica desequilibrada
porque ela também precisa receber amor, acolhimento e segurança. A
carência não te permite olhar para as necessidades do outro. Você se coloca
no centro das atenções porque está focada no que falta para você. Quem se
sente carente, sempre acredita que precisa mais do que os outros, e isso é
fatal para um relacionamento afetivo.
Dessa forma, o pior pesadelo de uma pessoa carente se cumpre: ela
termina sozinha. Porque o preço a pagar para o outro em estar com ela é
muito alto; ele precisa abrir mão de si mesmo, se doar desmedidamente e
pôr de lado suas próprias necessidades. A pessoa carente exerce o papel de
uma sanguessuga em um relacionamento; ela só pede, pede e pede, mas
nunca se dispõe a dar porque ela não tem o que dar. Falta dentro dela um
propósito de vida, um entusiasmo e a alegria de conhecer a si mesma. A sua
centelha divina está sedada por tantos pensamentos de mediocridade. Ela
não tem amor por si mesma para transbordar ao próximo.

Não É Errado Se Sentir Carente


Até agora, só falamos sobre como a carência pode fazer com que você
se sabote, mas você não deve se culpar, se martirizar ou sentir vergonha por
já ter se sentido carente ou por ter se identificado com algum dos
comportamentos que eu citei. Precisamos falar sobre isso para que você se
torna consciente das suas emoções; não há nenhuma necessidade de se
punir por conta disso. Aliás, o simples fato de você ser capaz de se
autoanalisar e refletir sobre seus sentimentos, já significa que você está
prestes a conseguir mudá-los e romper esse padrão sabotador.
Quero deixar bem claro que absolutamente todo mundo já se sentiu
carente em algum momento da vida. Nenhum sentimento é errado ou
inferior a outro, nem mesmo aqueles que vemos de forma mais negativa
como: a raiva, a dor, a inveja etc. Porque todos os sentimentos nos ajudam a
nos conhecermos melhor e, com isso, termos mais clareza quanto aos
desafios que iremos enfrentar. Até a carência serve para que possamos
evoluir como seres humanos, nos tornamos mais desapegados e
autossuficientes.
Uma pessoa carente que apenas reclama do fato de ser carente não
está fazendo nada para ajudar a si mesma e, mais uma vez, está à espera de
que alguém seja a sua fonte inesgotável de felicidade. Portanto, não se
castigue por nenhuma das suas emoções nem mesmo pelos erros que você
possa ter cometido impulsionado por elas. Você tem agora a oportunidade
de fazer diferente, adotar outra postura em seus relacionamentos e
gradativamente preencher o seu vazio interior com amor por si mesma.

Como Vencer A Carência


Antes de mais nada, é preciso que você reconheça quais são os
gatilhos da sua carência. Não existe uma regra porque, por mais que a
carência seja um reflexo de baixa autoestima, há inúmeras possibilidades
para sua autoestima ter sido destruída. Então é preciso fazer autoanálise ou
terapia para que você descubra a origem desse sentimento e em que
momento da sua vida começou a se manifestar em seu comportamento.
A diferença entre uma pessoa que se sente carente e uma pessoa que
tem uma carência afetiva que exige mais autocuidado é a frequência em que
esse sentimento ocorre e a forma como impacta em suas relações. Todo
mundo tem direito de se sentir carente, mas se identificar com a carência a
ponto de se sentir mal por vários dias, podendo até chegar a um quadro
depressivo, demonstra um desequilíbrio emocional alarmante.
As nossas emoções funcionam como uma bússola que nos guia para o
nosso inconsciente, mas não devem determinar quem somos. Elas nos
ajudam a enxergar o que precisamos mudar ou a frequência vibratória em
que estamos. A carência, por exemplo, é uma vibração tão baixa, tão
distante do amor incondicional, que apenas atrai para o seu caminho outros
sentimentos que estão na mesma frequência, como: medo, insegurança,
dúvida, raiva, apego etc.
Sendo assim, ao nos punirmos por nos sentirmos carente, apenas
iremos reforçar a potência dessa vibração negativa e atrair situações ainda
piores. Logo, o que devemos fazer é nos acolher. Isso não quer dizer o
mesmo que passar a mão na nossa cabeça e dizer para nós mesmas que o
outro se arrependerá do que nos fez. Pelo contrário, o acolhimento é
observar esse sentimento em seu interior e buscar suprir a sua necessidade
de amor com seus planos, projetos de vida, sonhos e conquistas só suas.
Entenda que você não vai vencer a carência buscando preencher o seu
vazio com o materialismo. Ou seja, não vai ser o dinheiro, o status, a fama,
o poder, e nenhum dos objetivos que se relacione com o mundo material
que irão te completar. A riqueza de uma vida interior se dá através do
autoconhecimento e da espiritualidade. A verdadeira autoestima é
quando você encontra em si mesma todos os recursos para se sentir
realizada (falaremos mais sobre isso no capítulo VII).

O Contrário Da Carência É A Generosidade


Aquele que mais dá, é o que mais tem. No entanto, não confunda o
“dar” de uma pessoa que transborda amor por onde passa com a permuta
emocional de quem dá esperando algo em troca. O carente dá o pouco que
tem em conta-gotas com medo de ficar sem nada porque, em sua cabeça, ele
precisa mais do que o outro; ele acha que precisa mais do que todo mundo.
O generoso dá porque se sente realizado ao servir. Ele tem uma
vida interior abundante e não teme a escassez, pois sabe que o amor se
multiplica exponencialmente ao seu redor. Ele se sente tão pleno e grato por
quem é que não sente falta de nada mais. É por isso que ele transborda seu
amor compadecido em contribuir com a felicidade de todos ao seu redor
para que sintam a mesma sensação de pertencimento que ele sente. O
generoso, sem dúvidas, anda em par com Deus.
Para que um carente se torne generoso ele precisa, primeiro,
reconhecer que não é o único que tem necessidades e que ninguém poderá
suprir suas festividades a não ser ele mesmo. Quando, então, estiver pronto
para assumir a responsabilidade quanto a própria vida, se priorizar e seguir
os designíos do seu coração, se tornará um doador desmedido pois se
tornará a sua própria fonte de felicidade. Ele doará sem vê a quem e sem
julgar as circunstâncias porque se sente conectado consigo mesmo, não
porque espera ser recompensado. Ele doará porque terá em si mesmo um
porto seguro. Ele se tornará o seu próprio lar e ninguém jamais poderá tirá-
lo de dentro de si. Então, finalmente, ele estará em paz com sua vida e será
um farol de luz para os demais.
O generoso não é imune as desilusões do amor romântico, ele se
decepciona como qualquer outra pessoa em busca de encontrar um par. A
diferença é que ele não muda a sua essência doadora por conta dos
desencantos amorosos. Ele reconhece nessas experiências a oportunidade de
estabelecer limites para que não venha a amar cegamente a ponto de
comprometer a sua integridade.
Afirmação para romper ciclos de autossabotagem
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
A minha Família espiritual,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu reincido, anulo, me libero e renuncio neste momento a qualquer tipo de voto, promessa,
contrato, juramento ou vínculo de qualquer tipo realizado por mim ou em meu nome desde o
momento da criação até o presente que esteja ativo nesta vida e nas seguintes que comprometa ou
possa comprometer meu livre arbítrio e evolução.
Peço solenemente o Perdão Divino por todos os danos e prejuízos causados por mim ou em meu
nome a outros seres, sobretudo, as outras mulheres da minha família nesta vida presente ou em
vidas passadas, neste plano físico e em planos mais sutis.

Eu comando transmutar todos os processos que estão interferindo em meu despertar.

Eu peço, humildemente, clareza mental e sabedoria para fazer escolhas assertivas.


Eu estou conscientemente, profundamente e completamente aceitando o melhor e mais adequado
para mim de agora em diante.
Eu me permito experimentar abundância e prosperidade em todos os aspectos da minha vida.
Eu me permito receber dinheiro em qualquer atividade que realize.
Eu me permito gozar de uma sexualidade saudável e plena.
Eu me permito comunicar de uma forma aberta e sábia.
Eu me permito amar a mim mesma e me considerar digna de amor e cuidado.
Eu me permito ter e disfrutar tudo o que desejo em conformidade com o Plano Superior para a
minha missão de vida.
Eu me permito acolher, aceitar e usar sabiamente todos os dons positivos que contemplem a
minha evolução e a dos demais.
Obrigada, obrigada, obrigada.
CAPÍTULO III
A desilusão do amor romântico

O que fazer para esquecê-lo? Por que deixou de me amar?


Já tive uma relação que fez com que eu questionasse minha própria
sanidade — e quem não teve, ainda vai ter. Cedo ou tarde, todo mundo irá
enfrentar uma decepção amorosa, amar e não ser correspondido ou nutrir
esperanças por um amor impossível. Investir em um relacionamento sem
reciprocidade é uma das maiores causas de angústia e sofrimento do ser
humano.
Às vezes, as ilusões são criadas por nós mesmas quando acreditamos
que o sujeito vai mudar por nossa causa, ou que com a gente vai ser
diferente, ou que só amor seja suficiente para fazer um relacionamento
funcionar. Outras vezes, a nossa esperança é alimentada pelo outro que,
muitas vezes, não tem responsabilidade afetiva. Uma pessoa que não reflete
sobre como suas palavras e atitudes podem impactar a outra age de maneira
egoísta ou até cruel. Por qualquer uma das vias de desilusão, mergulhamos
em uma das dores emocionais mais profundas e perturbadoras que uma
pessoa pode enfrentar.
Só quem já abriu mão de alguém, quando seu coração implorava pela
presença dele, reconhece a coragem necessária pra não se deixar levar pelo
apego. Já perdi pessoas por ser honesta e já perdi pessoas por omitir o que
sentia. Ou seja, aprendi que as pessoas que permaneceram em minha vida
não foram por escolha minha, e sim, delas. Às vezes, não há o que fazer
quando alguém não quer ficar.
Já me senti completamente desamparada, emboscada pela solidão,
como se eu não merecesse ter alguém. E sofri por estar sozinha, depois sofri
por estar rodeada de gente e continuar me sentindo só. E depois
simplesmente sofri. Porque a solidão faz isso com a gente até que possamos
aceitá-la, o que não quer dizer que devemos viver sozinhas, mas
aprendermos a viver sozinhas, quando for necessário. Aprendi a valorizar
quem esteve ao meu lado quando nem eu mesma quis.
Já não conto nos dedos quantas vezes me iludi quanto as
circunstâncias mudarem porque não estava preparada para desapegar. Eu
queria tanto que meus desejos fossem verdade que lutei para mantê-los
vivos dentro de mim apesar da distância que havia entre mim e meu amado.
Verdade seja dita: não há uma receita de bolo ou fórmula mágica para
esquecer alguém. O processo depende inteiramente da nossa força de
vontade, por isso é tão difícil. Sabemos o que precisamos fazer, mas às
vezes, a gente simplesmente não quer. Nos sentimos tão frustradas por não
ter nossas necessidades atendidas que nos sabotamos e ficamos remoendo
esse sentimento horroroso ou contando mentirinhas para nós mesmas sobre
uma reconciliação no futuro, ou sobre o dito-cujo voltar nos pedindo perdão
e implorando pelo nosso amor, ou sobre termos a confirmação de que fomos
o grande amor da vida dele e ninguém nunca irá substituir o nosso lugar,
entre outros absurdos.
A gente se decepciona com as pessoas porque precisa aprender a
abrir mão das ilusões e projeções do nosso ego. Através das desilusões
amorosas, podemos reconhecer onde tudo começou; criamos as nossas
próprias expectativas ou apenas reproduzimos as expectativas de outras
pessoas, como nossos pais ou cuidadores, sobre o amor?
Quando sentimos culpa pela infelicidade dos nossos pais ou
cuidadores, não somos capazes de romper o padrão, pelo contrário,
repetimos tudo o que mais tememos por uma questão de lealdade sistêmica.
Porque, como nascemos para viver em comunidade, queremos pertencer ao
nosso núcleo familiar a todo custo, mesmo que o preço a pagar seja a nossa
própria felicidade. Então, inconscientemente sabotamos nossas relações e
nos agarramos ao sofrimento para não nos sentirmos culpados diante de
nossa família por termos conseguido algo que eles não tiveram.

Somente quando desapegamos de nossas expectativas, abrimos


espaço em nossa vida para que algo novo e melhor possa
entrar.

Como consequência, não nos iludiremos com falsas promessas e


aproveitaremos com mais consciência as relações em nosso caminho. Dessa
forma, saberemos valorizar as pessoas pelo o que elas nos oferecem no
momento presente, não pela expectativa de uma possibilidade de futuro ao
lado delas.
Quanto antes entendermos que não existem relacionamentos
perfeitos, que todos passam por altos e baixos e que são necessárias
diversas fases para amadurecer uma relação e fazê-la durar, mais vamos ser
capazes de nos trabalhar para sermos melhores para nós mesmas, não
apenas para o próximo. Vamos parar de jogar com o ego, levantar uma
bandeira branca e dar sossego ao coração, porque a nossa prioridade vai ser
estar em paz. Vamos agir de acordo com a nossa essência, dando o nosso
melhor, não porque a outra pessoa mereça, mas porque isso demonstra
quem somos.
Ninguém tem apenas um grande amor na vida. Se você acredita nisso,
ninguém poderá te fazer mudar de ideia. Você pode acabar apegada a
alguém que acredita ser o seu grande amor e não se permitir viver outras
experiências. Além disso, passe o tempo que passar, você não vai conseguir
esquecê-la, pois o sentimento que você nutre por ela provém do seu
imaginário. Você gosta do que você queria que tivesse acontecido. É
impossível que a vida real possa ser tão boa quanto o seu sonho. Dói muito
mais desapegarmos do que idealizamos do que aquilo que realmente
aconteceu.
Então, mesmo que você ainda tenha esperança de ter uma segunda
chance com essa pessoa, saiba encerrar esse ciclo para que um novo ciclo
possa iniciar. O apego a essa idealização pode fazer com que seu caminho
amoroso fique bloqueado. Se for para vocês ficarem juntos em algum
momento, não precisa se preocupar porque a vida se encarregará de cruzar
os caminhos de vocês novamente. Se apegar ao passado não vai acelerar o
processo. Você não vai fazer com que a pessoa volte apenas porque você
não quer seguir em frente. Quando você permite que o ciclo se encerre,
você se abre para infinitas possibilidades e, inclusive, um recomeço entre
vocês. No entanto, se recomeçar é impensável ou inviável, então essa é
mais uma razão para que desapegue do que houve entre vocês.
As expectativas provêm da idealização do futuro ou do medo de que o
passado se repita. Então, para que seus encontros sejam mais leves e você
possa aproveitar mais o momento, você tem que estar ciente da sua
motivação em estar com a pessoa. Por exemplo, se você aceita o convite
para sair com alguém porque está se sentindo carente, corre grande risco de
terminar a noite sentindo-se ainda pior, já que a carência te tornará insegura
e você vai buscar pela aprovação da pessoa em todas suas falas e atitudes.
Se a pessoa te rejeitar, você terá que lidar com a dor da carência e do ego
ferido.
Se você está em busca de um relacionamento sério, tem que tomar
cuidado para não analisar demais o parceiro como em uma entrevista de
emprego para ocupar a vaga do seu coração. Senão, você poderá se
precipitar em sua decisão ou enxergá-lo melhor do que ele realmente é por
conta do que você gostaria que ele fosse.

Quando alguém não demonstrar gostar de você como você


merece, isso não quer dizer que você não tenha sido uma boa
pessoa para ela, mas que ela não era a pessoa certa para você.

Então, para não criar expectativas ilusórias, o ideal é você observar o


caráter do indivíduo desde as pequenas atitudes e opiniões — por exemplo,
a maneira como ele trata o garçom ou em quem ele vota — para conseguir
enxergar se vocês poderiam ser compatíveis para uma relação a longo
prazo. O histórico familiar e de relacionamentos também conta, pois é
importante saber como ele lidou com outras mulheres em sua vida. Saiba
que um homem que fala mal da ex-namorada para você, falará mal de você
para a próxima. Se você acredita que com você vai ser diferente porque
você é melhor do que a ex dele, cuidado, pois você está ignorando um sinal
importante quanto ao caráter dele e fortalecendo a rivalidade feminina, que
só prejudica a você mesma.
A sua maior motivação para estar com alguém deve ser o amor que
você sente por si mesma. Quando você sabe o que merece, você não se
ilude com falsas promessas nem insiste em quem não te acrescenta nada de
positivo.
Perder a esperança no amor romântico é o primeiro passo para viver o
amor verdadeiro e poder mandar textão, dizer que está com saudade e
transbordar sua intensidade e emoção sem medo de ser rejeitada por isso.
Caso a pessoa não te retribua da mesma forma ou não compreenda seu jeito,
você não vai ter dúvidas de que ela não é a pessoa certa para você. Quando
você encontrar uma pessoa que esteja realmente interessada em você,
tudo vai fluir naturalmente.

Amar-se é aceitar que não pode controlar os outros nem as


circunstâncias, mas pode mudar a forma como reage para que
nada – nem ninguém – seja capaz de tirar a sua paz.
Afirmação para fortalecer o amor
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
A minha Família espiritual,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu sou uma fonte inesgotável de Amor.
Eu sou uma centelha divina.
Eu sou filha do Criador Primordial.
Eu atraio o Amor que Eu Sou.
O amor vive e se manifesta através de mim.
O amor me faz uma pessoa melhor e me possibilita ajudar outras pessoas através do meu
exemplo.
O amor que eu dou, volta para mim em todos os aspectos da minha vida.
O amor é livre e eu me liberto do apego.
O amor é generoso e eu me liberto da carência.
O amor é abundante e eu me liberto da escassez.
Eu amo e sou amada de forma digna.

Eu confio plenamente da existência do Amor Incondicional e que eu sou merecedora de senti-lo


em todos os aspectos da minha vida.
Obrigada, obrigada, obrigada.
CAPÍTULO IV
O jogo da conquista e o duelo de egos

O jogo da conquista existe, mas o que ninguém tem coragem de dizer


é que não há vencedores. Em uma disputa de ego, ninguém sai ganhando,
embora os dois saiam feridos. Vale ressaltar que esse jogo não é tão
inocente quanto parece e rapidamente pode se converter em uma relação
abusiva e tóxica.
O jogo começa como uma espécie de desafio, por isso é estimulante.
Você quer despertar o interesse da pessoa em ti e se sentir desejada,
enquanto o outro lado quer conquistá-la, provocá-la e te deixar aos seus pés.
Para isso, podem fazer uso dos mais diversos e sofisticados recursos de
manipulação, desde atiçar o ciúme até dar um chá de sumiço.
Verdade seja dita: não há nada mais humilhante para uma pessoa
do que precisar manipular o outro para que se sentir desejada. É uma
grande demonstração de falta de amor-próprio e autoestima. Ela pode até
conseguir o que quer ao final do jogo — digamos que seja ter um
relacionamento —, mas a sua consciência sempre saberá que não foi fruto
de um amor profundo e verdadeiro, e sim de estratégias de poder e sedução.
Cedo ou tarde, a conta irá chegar e ela irá pagar o preço sozinha por essa
decisão, isso é um fato.
Portanto, corresponder ao jogo não faz com que ele reconheça o seu
valor, mas com que você perca o valor para si mesma. Aos poucos, o seu
ego ferido pode fazer com que você tenha comportamentos irreconhecíveis
para si mesma. É como se fosse uma areia movediça, quanto mais você se
esforçar para derrotá-lo, mais se afunda na lama.

Uma mulher que se valoriza não tenta ensinar os outros a


respeitá-la. Ela simplesmente não se envolve com quem não lhe
dá o devido respeito.

Fique atenta a alguns comportamentos sabotadores que você pode ter:

1. Você acredita que precisa se fazer de difícil para ele te


valorizar porque ouviu a vida inteira que se você demonstrar interesse
demais, ele vai achar que você é “fácil” e que se comporta assim com todos
os homens, então vai te descartar depois que conseguir o que quer (seu
corpo nu).
Primeiramente, precisamos extinguir o rótulo de “mulher fácil”. Uma
mulher tem o direito de fazer o que bem entender da sua vida e com seu
corpo, sobretudo se estiver solteira e descompromissada. O fato de ela, por
exemplo, querer dormir na primeira noite em que sai com alguém, não
diminui o valor que ela tem. Muito pelo contrário, é preciso ter boa
autoestima e autoconfiança para fazer o que lhe dá vontade, já que de uma
forma ou de outra, as pessoas vão falar. Ou seja, uma mulher que joga de
acordo com as suas próprias regras, reconhece o seu valor mais do que as
demais.
Se você se preocupar sobre como será vista ou sobre agradá-lo em
vez de priorizar sua vontade e bem-estar, você nunca vai se sentir
suficiente para si mesma. Então, não baseie suas atitudes no que os outros
vão pensar sobre ti, mas no que você sente que seja correto ou no que diz
sua intuição a respeito da pessoa.
Um flerte saudável no início da paquera consiste em um certo
mistério para atiçar a curiosidade do parceiro em te conhecer melhor. Não
tenha medo de demonstrar interesse sem revelar tudo sobre você, mas fique
atenta aos sinais de reciprocidade, pois se ele não te corresponder corre o
risco de você cair no golpe do item 2.

2. Você não tem certeza se ele realmente está interessado em


ti, se está jogando (talvez tenha o ego muito inflado) ou se é apenas o jeito
dele (pode ser tímido, por exemplo), então, você começa a se questionar se
fez ou falou algo de errado, se você deveria agir com mais frieza ou se ele
está com outras pessoas e por isso não te corresponde. Nesse momento,
você corre o risco de demonstrar interesse demais, ser pegajosa, exagerar
em suas emoções e fazer chantagens para chamar atenção.
Sinto muito, mas não resta outra saída: você precisa aceitar que ele
não está interessado. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém. Ele tem
todo o direito de não estar interessado em você e não cabe a ti questionar
suas razões. Mas isso não significa que há algo de errado com você, uma
coisa não tem nada a ver com a outra. A aceitação é simplesmente saber que
não há vítima nem culpado para essa situação. Talvez seja uma questão de
incompatibilidade, de momentos de vida diferentes, de indisponibilidade
emocional para um relacionamento, enfim.
Caso você não seja capaz de aceitar e seguir com a cabeça erguida,
você poderá insistir onde não te cabe, se contentar com migalhas de afeto e
atenção e se colocar em um lugar de indignidade. Tudo isso apenas porque
seu ego não aceita perder. Mas será que você realmente em algo a ganhar
com esse comportamento?

3. Você finge que não quer um relacionamento sério, quando,


na verdade, você quer, mas ele não. Então para não afastar ele de ti logo de
cara, você prefere atuar sob os termos dele. Você decide continuar com ele,
apesar de saber que ele não quer o mesmo que você porque 1) tem
esperança de que ele possa mudar de ideia ou 2) acha que tem seus
sentimentos sob controle.
Com o passar do tempo, você percebe que ele não está mudando de
ideia e começa a ter comportamentos sabotadores, pois a sua insegurança
está alarmada. Quando você se dá conta, percebe que gosta mais dele do
que imaginava e agora usa isso como justificativa para continuar insistindo
e se iludindo de que, eventualmente, por mágica ou milagre, vai ser
diferente e vocês vão namorar. Você jogou contra si mesma e perdeu.
Se uma pessoa se afasta de ti depois que você falar o que sente ou
o que busca, definitivamente, ela não era para você.

4. Você se importa demais com vida online e mede como um


parâmetro de sucesso no relacionamento. Por exemplo, você está atenta
sobre ele estar observando seus stories ou curtindo suas publicações e
acredita que isso é um sinal de que ele gosta de você ou de que não te
esqueceu. Você também observa (ou seja, stalkeia ) para ver como ele se
comporta com outras mulheres porque assim você consegue medir o
interesse dele em ti e nelas e, claro, você se compara a elas tornando-se
cada vez mais insegura.
A insegurança é fruto da falta de autoconhecimento e autoestima, por
isso desencadeia o que há de pior em você: ciúmes, posse, medo de perder,
medo da rejeição etc. Quanto mais você alimenta sua insegurança através
da comparação e da romanização de pequenos gestos (que podem não ter a
mesma importância para ele), mais você perde sua própria identidade,
podendo se tornar uma bomba-relógio prestes a explodir de frustração a
qualquer momento. Além disso, poderá entrar em uma disputa contra si
mesma para não desapegar da ilusão de que vocês ainda têm algo mesmo
que estejam distantes.

5. Você tem um plano B para não ter que lidar com a rejeição
ou com o famoso chá de sumiço. O que significa ter um plano B? É
quando você planeja uma rota de fuga ou um segundo date no mesmo dia
em que seu contato-oficial te chama para sair. Por quê? Porque, caso ele
suma ou fure contigo em cima da hora, você tem outra coisa para fazer para
se distrair e não ficar a noite inteira deitada em posição fetal só de calcinha
agarrada ao travesseiro por se sentir rejeitada. Porém, se tudo der certo, é
você quem terá que dispensar os outros compromissos para sair com ele (ou
seja, cuidado para não brincar com o sentimento dos outros. Quem com
ferro fere, com ferro será ferido). Ah, caso ele apareça em cima da hora e te
chame para sair, então o plano B foi você.
Mas por que isso é ruim para você? Porque se você tem muita
dificuldade de lidar com a rejeição, a vida vai te mandar situações cada vez
mais dolorosas até que você aprenda a ressignificar essa crença. Entenda
que o sentido do Universo é o crescimento, então não há como você fugir
das suas provas. Você precisa amadurecer emocionalmente e para que isso
aconteça, sua consciência precisa ser desafiada para despertar. Ou seja,
quanto mais estratégias você criar para não ter de lidar com a rejeição, mais
você será rejeitada.
Quando você superar o medo da rejeição, entendendo que faz
parte da vida e não diminui o seu valor, você já não sofrerá quando
acontecer.
Esses foram apenas alguns sinais de comportamento sabotador que
podem te custar caro, pois nada é mais valioso do que a sua sanidade mental
e paz interior.
A verdade é que o jogo só termina com um dos dois baixando a
guarda, pondo o orgulho completamente de lado e se entregando. Em outras
palavras, para que o jogo acabe, você precisa entregar os pontos e ser
honesta. Isso, sim, é sinal de coragem, de maturidade e de responsabilidade
afetiva. Isso é não agir por ego, e sim pelo seu coração. Isso pode até afastar
algumas pessoas do seu caminho, mas pode ter certeza de que vai ser um
livramento.

Não aceite estar com alguém que não respeita, valoriza ou se


importa com a forma como você se sente. O que não for
construído através da confiança, do respeito e da honestidade,
não se mantém com o tempo.

O Pisa-Alisa Dos Relacionamentos Tóxicos


Tem pessoas que usam a técnica pisa-alisa para causar dependência
emocional no outro porque são inseguras e acreditam que se não for através
da manipulação, não poderiam ser amadas. Pisar significa quando a pessoa
te coloca para baixo, seja através de uma chantagem emocional, ou do
tratamento de silêncio, ou de suas palavras ácidas, ou de outros
comportamentos abusivos. Literalmente quer dizer que a pessoa pisa em
você. Já alisar é quando ela volta bem mansinha, toda carinhosa, falando
tudo que você gostaria de ouvir, te pedindo desculpas e te prometendo
mundos e fundos, dando a entender que se arrependeu do comportamento
anterior. Então, ela pisa em você e depois alisa para você aceitá-la de volta.
Você se sente intimidada, sem saber se ela gosta mesmo de você ou não e,
portanto, se torna mais submissa na relação. O pisa-alisa serve para que o
jogador tenha o controle da relação.
Esse comportamento revela traços de narcisismo e tende a se agravar
cada vez mais. Em outras palavras: se uma pessoa erra com você, mas faz
de tudo para te ter de volta, você dá uma segunda chance e ela volta a errar
com você da mesma maneira, ela nunca se arrependeu de como agiu com
você, ela apenas “mudou” enquanto era conveniente para conseguir o que
queria.
O narcisismo se caracteriza pela falta de empatia e responsabilidade
afetiva quanto ao outro, portanto, o narcisista não ama ninguém a não ser
ele mesmo e todas as suas relações afetivas são construídas através do medo
e da insegurança.
No entanto, como vivemos em uma sociedade com valores
narcisistas, é bastante comum que muitas pessoas se relacionem dessa
maneira tóxica sem se darem conta. A diferença entre alguém que tem
traços narcisistas de alguém que, de fato, é narcisista patológico é a duração
e a frequência desse comportamento, além do diagnóstico médico.
Uma pessoa que tem traços narcisista influenciada pelo meio e pela
falta de autoconhecimento, poderá ser egoísta e não ter responsabilidade
afetiva, mas o arrependimento verdadeiro poderá fazê-la mudar para
melhor. É como se aquele comportamento tóxico fosse uma máscara que ela
usava para proteger sua vulnerabilidade. Uma vez que ela está disposta a ter
conexões verdadeiras, ela poderá evoluir.
Já aquela pessoa que diz que não quer te magoar, mas não faz nada
para que isso não aconteça, não está sendo sincera nem com você nem
consigo mesma. Muito pelo contrário, ela está te deixando claro que não vai
mudar e que você poderá se magoar com seu comportamento para que, a
partir de então, você se torne responsável pela escolha de permanecer com
ela apesar disso, enquanto ela tira das costas o peso da responsabilidade de
te magoar com as atitudes dela. O narcisista é egoísta e sempre irá colocar
seus interesses acima dos outros. Nele se destaca o primitivo instinto de
sobrevivência do mais forte, pois seu comportamento é bélico e
materialista.
Geralmente, pessoas narcisistas apresentam alguns sinais que são
fáceis de identificar (exceto para quem se envolve com elas): são
manipuladoras, chantagistas, abusam mais do drama do que novela
mexicana, gostam de ser bajuladas e aduladas, acham que tudo gira em
torno delas, são egoístas, mentem por qualquer besteira, omitem coisas sem
importância alguma, além de terem desculpas esfarrapadas para tudo etc.
Elas nunca assumem a responsabilidade sobre nada que lhes acontece e não
admitem que estão erradas. Mas o que dificulta que você consiga enxergar a
verdade é que nem sempre elas são monstros. Nem sempre são pessoas
visivelmente ruins, agressivas e maldosas, sabe? Às vezes, são pessoas que
acreditam que têm boas intenções e estão agindo pelas razões certas. Às
vezes, são pessoas que dizem querer te ajudar, mas falam certas coisas
extremamente dolorosas “para o seu bem” e que dizem te amar. Às vezes,
ainda, são pessoas extremamente cativantes, carismáticas e sedutoras que te
fazem duvidar se ela realmente seria capaz de te manipular.
Por isso é tão importante que você tenha consciência do seu próprio
valor porque sem esse parâmetro de dignidade, você aceitará esse
comportamento abusivo por acreditar que essa a forma dela de demonstrar
amor. Você nunca deve aceitar que te tratem mal apenas porque você é
capaz de gostar da pessoa apesar disso.
Quem usa dos jogos de sedução para conseguir o que quer, está
buscando uma conquista, não um amor. Por isso é tão comum que ao atingir
seu objetivo, a pessoa perca o interesse na outra. Ela só vê valor enquanto é
um desafio. No fundo, ela quer se sentir superior para compensar sua baixa
autoestima, então “ganhar” o jogo é uma das formas de massagear o seu
ego.
Quando você retribui o jogo, você acaba se rebaixando para o mesmo
nível emocional do outro — infantil. Não há vencedores em uma disputa de
egos. Uma relação baseada na competitividade não desenvolve um amor
profundo e verdadeiro. O amor se constrói através do amor, não através
do medo de perder, de ficar sozinho, de ser rejeitado etc.
A melhor forma de acabar com o jogo da conquista é não
entrando no jogo.
Se você reconhece que a pessoa tem medo de se envolver, foge
quando a relação está ficando mais séria, não fala sobre seus sentimentos e
te deixa em dúvida quanto a gostar de você (que são sinais mais sutis),
aceite que ela não está buscando uma conexão verdadeira e nem um
relacionamento duradouro. Ela pode gostar de ficar com você e não há mal
nenhum nisso, desde que vocês estejam com as expectativas alinhadas. Ou
seja, se você estiver ciente de que esse relacionamento não irá evoluir, mas,
mesmo assim, estiver aproveitando o tempo que vocês estão juntos.
Lembre-se que as pessoas mentem e poderão dizer o que lhes convém
para conseguirem o que querem, mas suas atitudes revelam suas verdadeiras
intenções. Se ela te fala uma coisa, mas faz outra, suas promessas não têm
valor algum. Fique atenta aos sinais para não se colocar em uma situação de
indignidade.
O primeiro passo para sair do jogo quando você foi manipulada a
entrar, é se tornar consciente de que existe um jogo. A partir de agora vai
ficar muito mais fácil identificar as tentativas de persuadir, iludir, coagir,
intimidar etc.
Saiba que o jogador não dá ponto sem nó. Todos seus movimentos
são friamente calculados. Ele sabe exatamente o que falar para te convencer
e como agir para te comover. Se ele notar que você começou a resistir às
suas investidas e achar que está te perdendo, ou melhor, perdendo o
controle da situação, vai ser cada vez mais persuasivo e tocar em seus
pontos fracos. Seja firme! O que você tem medo de perder nessa relação; a
parte que você gostaria que tivesse acontecido? Uma pessoa que só te dá
migalhas afetivas, jamais vai poder te amar por inteiro.
Quem joga não tem responsabilidade afetiva e não consegue sentir
empatia pelo sentimento dos outros. Então, você não vai conseguir fazer
com que ele se sensibilize, "siga seu coração” e pare de jogar por sua causa.
Cada pessoa tem seu próprio tempo para amadurecer e mudar. Não
podemos interferir diretamente no processo de ninguém. Não insista em um
relacionamento pelo o que você gostaria que acontecesse se no momento
presente, você está sofrendo. Lide com o que está acontecendo: se ele joga,
ele não quer se envolver. Mesmo que ele pareça envolvido com você, se ele
continua jogando, ele não quer um relacionamento.
É importante que você entenda que quando uma pessoa diz que não
quer nada com você, ou não quer o mesmo que você, e continua indo atrás
de ti, não é um sinal de que ela gosta de você, e sim de que ela se importa
tão pouco contigo e com seus sentimentos que ela nem sequer se preocupa
se vai te machucar. Ou seja, ela não tem nem um pingo de responsabilidade
afetiva, é egoísta e só pensa em seu bel prazer. Uma pessoa assim não
merece permanecer em sua vida, mas ela não faz a menor questão de sair
porque está em uma situação cômoda, portanto, é sua responsabilidade
partir e não deixar nenhum rastro para que ela possa voltar. Aprenda a dizer
“não” para as investidas dela ou, se você não conseguir se controlar, não dê
espaço para que te procure. Bloquear das redes sociais para proteger seus
sentimentos e sua sanidade mental é completamente diferente de bloquear
para chamar atenção, então não se preocupe: isso não é imaturidade, é
autocuidado.
Se a pessoa já deixou claro que não quer o mesmo que você, o fato de
ela não sair da sua vida não quer dizer que ela esteja confusa ou mudando
de ideia ou que, no fundo, goste de você, mas que você permite que ela
continue voltando para a sua vida. Não é ela quem tem que te largar (ela
está em uma situação confortável, não tem nada a perder), é você quem tem
que decidir que merece mais do que ser a segunda opção dela.
No fim das contas, o verdadeiro jogador só quer te convencer a ficar
com ele pelo tempo que for conveniente através da ilusão de que você é
muito especial, mas não o bastante para que ele te assuma, apenas o
suficiente para não deixar você sair. A situação é completamente cômoda
para ele.
Quando uma pessoa demonstra que não quer nada com você, o
que ela diz, com todo respeito, é apenas o que ela diz. Se você tem
consciência de que ela te faz mal ou de que essa história não vai dar em
nada, não permita que ela tenha o poder de decidir o que é melhor para
você. É você quem tem que se priorizar e sair dessa situação. Pare de dar
incontáveis chances a mesma pessoa de te decepcionar.
Um rapaz legal não é aquele que vai deixar claro para você desde o
primeiro momento que não quer te magoar e bancar o sincero. É aquele que
vai te tratar com respeito, consideração e carinho, mesmo que vocês não
tenham nada sério, porque suas atitudes falam mais alto do que suas
palavras. Porque isso reflete quem ele é; seu caráter, princípios e valores.
Um rapaz legal se preocupa com a forma como você se sente e demonstra
através das suas atitudes, não apenas fala isso da boca para fora.
Devemos investir em pessoas que queiram o mesmo que a gente.
Algumas pessoas entram em nossas vidas para nos abençoar, outras para
nos ensinar. Algumas pessoas são parte do caminho, outras são destino.
Seja sincera quanto às suas intenções e respeite seus sentimentos; você
não perde por se doar.
No entanto, às vezes, pode ser complicado identificar um jogador
porque, muitas vezes, eles são lobos em pele de cordeiro. Portanto, eis
alguns sinais impossíveis de negar:

1. Ele está comprometido e dando em cima de você.


Ah, mas a gente já ficou antes, não é como se eu fosse qualquer uma.
Nossa história ficou mal resolvida. Pode ser que ele tenha sentimentos
guardados por mim ainda.
Se isso for verdade e realmente existir um sentimento verdadeiro
entre vocês, então por que ele está comprometido com outra pessoa e não
livre e desimpedido para ter algo contigo? Por que ele veio atrás de você
justamente agora? Minha aposta é que ele atira para todos os lados. Se ele
não respeita nem a própria mulher com quem se comprometeu, até parece
que respeitará as amantes. Nem se iluda. Se você se envolve com uma
pessoa enquanto ela está comprometida com outra, há grandes chances de
ela fazer o mesmo com você, caso viesse a te assumir.
A consciência humana desperta através do contraste; é através da dor
que conseguimos mudar um comportamento sabotar. Não que seja regra,
muito pelo contrário. Não tenho dúvidas de que se dependesse da vontade
do Criador, nós só aprenderíamos através do amor. Mas, como crianças
teimosas que somos, muitas vezes, escolhemos a dor para nos ensinar.
Portanto, essa pessoa que traiu a ex para ficar com você só vai mudar
quando sofrer alguma consequência negativa por esse comportamento, pode
ter certeza disso. Se ela está impune há várias relações, repetindo o padrão
de traição e substituição, ela definitivamente não se arrependeu de nenhuma
das vezes em que isso aconteceu, então qual seria a motivação dela a
mudar? Pense nisso.

2. Ele está comprometido, mas faz de tudo para te convencer


de que a história de vocês foi especial e que ainda não acabou.
Quer dizer, foi especial, mas nem tanto assim: o suficiente para você
acreditar, mas não o bastante para ele te assumir e/ou terminar a atual
relação por você.
3. Ele age como se a vontade de ficar com você fosse tanta e
tão incontrolável que ele tem que te confessar como é difícil segurar
essa barra que é gostar de você.
Porém, ele não toma nenhuma atitude a respeito disso. Mas ele fala o
que você quer ouvir para ver se isso basta para te manter disponível para
quando ELE quiser ficar contigo.

4. Ele finge que é uma boa pessoa. Inclusive, ele finge tão
bem que até ele acredita!
Ele te faz acreditar que foi VOCÊ, Primeira de Seu Nome, Nascida da
Ilusão, A não esquecida, Quebradora de Corações, que fez com que ele, um
pobre coitado, não conseguisse se afastar de você, te tirar da cabeça e/ou até
pensar em trair a mulher por SUA causa. Imagina se ele agiria assim por
outra pessoa? Não, claro que não. Foi você. Sua culpa. Ele foi apenas
enfeitiçado.
Sendo assim, ele não vê o que há de errado em suas próprias atitudes,
pois justifica até o pior dos comportamentos com o discurso de “eu fiz de
coração”.

5. Ele é gentil quando convém.


O pior tipo de pessoa é aquele que, quando tem algum interesse, sabe
como agradar e não mede esforços para isso. Ilude mais do que pote de
sorvete na geladeira com feijão dentro e decepciona mais do que vilã de
novela das oito que vira à casaca. Ele faz de tudo para te provar que é um
“bom partido”, que realmente está interessado em você, podendo até adotar
comportamentos dignos de um príncipe, mas basta conseguir o que quer
(seu corpo nu), some ou te trata com indiferença fazendo você se sentir
culpada e insegura sobre ele ter gostado de ti ou não. Entenda esse
comportamento como uma resposta sobre quem ele é, não sobre o que você
merece. Ele apenas provou que não vale a pena e que criar expectativas e
investir sua energia nessa relação é perda de tempo.

6. Fala mal das ex.


Se Pedro fala de Ana, sabemos mais sobre Pedro do que sobre Ana, já
dizia o filósofo. Quem está sempre a culpar a ex pelo término ou
simplesmente a falar de seus defeitos, ainda guarda ressentimento. Significa
que ele não perdoou o que aconteceu e, portanto, ainda não superou. Pode
ter se passado anos desde a última vez que eles tiveram contato e pode ser
que ele não tenha mais sentimentos amorosos por ela, mas se ele ainda fala
dela com mágoa, é porque ele ainda não superou. Quando a gente supera
uma pessoa, a gente deseja que ela esteja bem, independentemente de como
tenha sido a nossa história.

Superar não é somente esquecer ou começar outro


relacionamento, é compreender que tudo aconteceu por uma
razão — aprendizado — e se sentir grato pela oportunidade de
crescimento.

Tome muito cuidado com homens que justificam o fracasso de suas


relações através do argumento de que a mulher era louca. Essa é uma das
maneiras de fazer com que você acredite que com você vai ser diferente,
rivalize e culpe outra mulher pelos erros que ele cometeu e desperte em si
mesma a Síndrome da Salvadora, querendo “ajudá-lo” a se tornar um
homem melhor como se fosse sua responsabilidade. Mas, no fundo, você
faz isso em busca de uma validação social porque não reconhece seu
próprio valor. Não morda a isca desse comportamento, pois você não tem a
obrigação de provar o seu valor para ninguém.
Pode ter certeza de que a maneira como uma pessoa fala de seus
relacionamentos anteriores, revela a maneira como ela falará de você,
mesmo que você não dê motivos para que fale mal. Alguém que não se
responsabiliza pela sua parcela de culpa no fracasso de um relacionamento,
não aprendeu o que deveria com a experiência e, provavelmente, repetirá os
mesmos padrões e erros.

7. Não quer rotular o relacionamento.


Vocês já estão prestes a fazer “bodas de ficante” pelo tempo que já
passaram juntos, mas ele ainda não te apresentou aos amigos e muito menos
à família. Toda vez que você toca no assunto, ele responde “mas não está
bom assim, pra que rotular?” Pior ainda é quando todo mundo passa a tratá-
los como namorados, mas nem vocês se chamam de namorados porque,
afinal, nunca houve a tal conversa.
Não determinar o que vocês têm quando a relação já se tornou pública
e, principalmente, quando você é a primeira a sustentar a ideia de que vocês
têm algo sério, é assinar o atestado de trouxa. Depois de um certo tempo, se
a pessoa não se posiciona quanto as suas intenções contigo, é porque ela
não quer assumir maiores responsabilidades e nem se comprometer. Isso
não vai mudar repentinamente de um dia para o outro, nem se iluda. Tenha
uma conversa franca com ele sobre suas expectativas e se prepare para a
resposta, pois a indecisão do que ele quer contigo é uma resposta também
— no caso, significa uma negativa.

8. Não gosta de mulher, mas transa com ela.


Se você estiver atenta a esse sinal, poderá perceber que certos homens
se esforçam muito mais para gostar de mulher do que aparentam. Eles
“adoram” mulher quando o assunto é pegação, falar de suas próprias
conquistas e exibi-las como troféus para os amigos, mas não têm admiração
verdadeira por mulheres. Criticam suas roupas, suas falas, seus corpos e até
a forma como dirigem. Eles não perdem a oportunidade de rebaixar as
mulheres para mostrarem como os homens são superiores. Muitas vezes,
desmerecem a inteligência e a capacidade das mulheres em tom de piada.
São homens que preferem estar com homens e talvez até preferissem
se relacionar com homens se não tivessem a masculinidade tão frágil.
Então, eles ficam com mulheres para provarem para a sociedade o quanto
são viris. Geralmente, esse perfil de homem busca uma mulher perfeita, que
esteja sempre impecável e pronta para servir aos seus desejos. Além disso,
são péssimos de cama porque, afinal de contas, não têm o menor interesse
em agradar, apenas querem ser agradados.

9. Não quer perder sua liberdade.


Muitas pessoas fogem do compromisso porque tem a falsa ideia de
que relacionamentos são prisões e que perderão sua individualidade. Essa
crença limitante pode revelar um abandono na infância, uma grande perda
familiar ou o medo de ser rejeitado, entre outros traumas. Portanto, é como
se a pessoa não quisesse se tornar adulta em seu inconsciente e, por isso, se
sabota quando o relacionamento está ficando mais sério em uma tentativa
de permanecer “sem responsabilidades” pelo máximo de tempo possível.
Quando uma pessoa tem uma crença negativa sobre relacionamentos,
não há muito o que você possa fazer. Ela precisa despertar a consciência e
perceber que está se sabotando. Não adianta que você diga, nem que insista
ou que tente provar. Cada um só é capaz de enxergar o que está pronto
para entender. Então, não crie expectativas ao ouvir algo desse tipo porque
não será você quem o fará mudar, e sim um terapeuta.
Há, ainda, os rapazes que usam dessa desculpa para camuflar suas
verdadeiras intenções, pois a liberdade a qual se referem se trata de pegar
quem quiserem. Nesse caso, ainda pior do que o anterior, não tem nada
mesmo que você possa fazer. Ele não quer se comprometer porque quer
estar disponível para ficar com quem quiser na hora que quiser, e está tudo
bem. É um direito dele, só te cabe aceitar. Se você estiver buscando um
relacionamento sério, ele claramente não é a pessoa ideal neste momento,
nem se iluda.

10. Tem justificativas na ponta da língua para não assumir


um compromisso.
“Namorar em janeiro? É loucura, logo vem o carnaval!”
"Namorar perto da Semana Santa? Mas e como fica a viagem que
planejei há meses com a galera?”
“Namorar nas férias? NEM PENSAR! Tem festa todo dia.”
Esse tipo de cara. ESSE TIPO… Simplesmente não está disponível
emocionalmente, mesmo que esteja solteiro.
Não se trata de encontrarmos vilões e vítimas
Homens e mulheres são seres humanos imperfeitos e errantes, e um relacionamento é
construído ao longo do tempo. O amor pode até ser dado de graça e resistir as intemperes da
convivência, mas um relacionamento não. Portanto, para descobrirmos a nossa verdadeira essência e
podermos nos relacionar com amor, desde as nossas relações familiares até a escolha de nossos
parceiros afetivos, precisamos estar dispostas a descontruir cada uma dessas crenças que
gradativamente minam a nossa autoestima e nos colocam em um lugar de desesperança com o passar
dos anos.
Uma mulher que não está disposta a quebrar os tabus que lhe foram
impostos, vai terminar quebrando a cara. Reconhecer o que precisamos
parar de dizer para nós mesmas para retomarmos o controle sob das nossas
decisões é um processo que também nos quebra em mil partes, mas que, no
fim, nos faz inteiras.

Não vale a pena perder sua sanidade por ninguém. Você é a


única pessoa que vai ficar contigo PARA O RESTO DA VIDA.
Se valorize.
8 SINAIS DE QUE ELE
NÃO ESTÁ TÃO A FIM DE
VOCÊ
Esses sinais são bem óbvios para quem está de fora, porém, muitas
vezes, a pessoa que está envolvida não quer acreditar na verdade (e nem em
sua própria intuição muitas vezes) e fica tentando provar para si mesma que
tem motivos para continuar insistindo.
Gostar de alguém não é desculpa para aceitar qualquer coisa que
essa pessoa tenha a te oferecer, inclusive migalhas afetivas. Há quem
evite conversar sobre seus sentimentos e expectativas com seu parceiro
porque tem medo de descobrir que ele não está tão interessado, já que uma
vez que se tiver clareza de que as verdadeiras intenções do outro são
incompatíveis com as suas, perceberá que essa relação não vale a pena,
então, para não ter que desapegar, prefere não lidar com a verdade.
Mas há outras maneiras de saber se a pessoa está a fim de você ou se
você está se iludindo antes que se envolva ao ponto de se prejudicar, então
fique atenta aos sinais:

1. Ele não te deu notícias desde o último contato.


Se ele deixou o assunto morrer e não continuou a conversa ou te
chamou para sair, mas nunca marcou a data ou simplesmente sumiu como
se estivesse desaparecido da face da Terra ou te deu uma desculpa
esfarrapada para sua demora em responder ou ausência, ele não está tão
interessado em você.

2. No final de semana, ele some.


Verdade seja dita, se um rapaz só te procura de segunda-feira a
quinta-feira e só te chama para a casa dele, ele não quer nada além daquilo
com você. Mas se você está curtindo, então não tem problema nenhum. Se
divirtam! O problema é você aceitar estar com ele durante a semana e criar
expectativas de que ele vai se apaixonar por ti e de que vão ter um
compromisso, porque ele claramente não está nessa página, entende? Ele
quer o final de semana livre, ou seja, ele quer ter sua liberdade de sair para
onde quiser e de ficar com outras pessoas se quiser.
Seja honesta consigo mesma e não tente manter uma relação fingindo
que não se importa com esse comportamento, mas alimentando a esperança
de que eventualmente ficarão juntos. Não pare sua vida, saia e fique com
outras pessoas também. Uma pessoa quando quer compromisso, demonstra.
Quem gosta, assume. Não tente ler as entrelinhas e aceite com o que está
acontecendo. Se vocês sempre se veem quando ELE quer, é provável que
você não seja a única a ficar com ele e que a relação entre vocês não irá
evoluir para algo mais sério.

3. Ele não quer rotular nem definir o que vocês têm.


“Mas estamos tão bem, por que rotular?” ou “o que ninguém sabe,
ninguém estraga” são algumas frases típicas de quem está te enrolando para
assumir um compromisso. Não existe um prazo para que a relação tenha
que ser oficializada; cada casal tem seu próprio tempo de acordo com a
intensidade de seus sentimentos. Então, não é porque a sua amiga começou
a namorar depois de três meses que você também vai. Talvez demore mais,
talvez demore menos. Mas uma coisa é certa: se ele está sempre fugindo do
assunto, arranjando desculpas ou colocando a culpa nos outros, o seu dia de
oficializar nunca vai chegar. Então, se essa situação te angustia, se você se
sente aflita e ansiosa, você tem que colocar ele na parede, sim. O que você
tem medo de ouvir? Que ele não quer? E se ele não quiser, então por que
você vai continuar com ele? Permitir que ele te enrole na esperança de que
um dia o jogo vire é auto enganação. No fundo, você não quer ter que
terminar, caso tenha certeza de que ele não quer o mesmo que você. Então
você prefere fingir que, um dia, ele vai te assumir e, assim, você não se
sente tão mal consigo mesma por se submeter a essa situação. A verdade é
que você merece estar com alguém que não tem certeza se quer ficar
contigo. Leia de novo até entender.

4. Ele demonstra interesse em outras mulheres.


Esse é um clássico sinal que diz “Ei, você não é a única aqui, ok?”.
Obviamente intencional, pois ele sabe que a maioria das mulheres não
aceitaria estar com alguém que fica com outra pessoa na sua frente ou fala
de outra mulher com quem está se envolvendo para você. A não ser que
ambos sejam adeptos ao poliamor ou estejam em um relacionamento
aberto; são casos diferentes. No entanto, em relações monogâmicas,
respeito tem de existir em qualquer tipo de relacionamento, mesmo que não
seja um compromisso. Se o interesse dele for ter um relacionamento aberto,
então ele também precisa te respeitar para ser honesto contigo sobre suas
intenções.
Se ele demonstra interesse em outras mulheres para você ou na sua
frente (caso estejam em um local público), ele está te dando um sinal. Se ele
te compara a outras mulheres, isso também significa que ele não está
sabendo te valorizar.

5. Ele te deixou no vácuo, sem resposta.


É óbvio que se ele não respondeu a sua mensagem, ele não está tão
interessado em você. Mas se ele não te respondeu após você ter falado
sobre seus sentimentos, então, além dele não estar a fim de você, ele ainda
não tem o menor respeito nem consideração pelos seus sentimentos. Nesse
caso, nem se iluda de que em algum momento irá receber um pedido de
desculpas ou de que ele irá se arrepender desse comportamento. Ele vai
deixar o contato morrer, vocês irão se afastar e, um dia, se você permitir, ele
poderá voltar fingindo que nada aconteceu para ver como você irá reagir.
No entanto, ele não fará isso porque gosta de você (se ele gostasse de
você, ele não teria te deixado sem resposta), mas porque ele não tem nada a
perder ficando com você de novo. Não foi ele quem foi rejeitado, não foi
ele quem foi humilhado e não foi ele quem se submeteu a uma relação
indigna. Então, se ele volta é porque ele não perde nada com isso, apenas
quer se aproveitar da situação. Mas se você permite que isso aconteça, você
é quem desconhece seu próprio valor.

6. Ele é possessivo, ciumento e controlador.


Muitos homens gostam mais de serem gostados por alguém do que da
pessoa em si, sabe? Para eles que se relacionam através do ego, a conquista,
a sensação de poder e superioridade, é o que lhes mantém interessados na
pessoa. Ou seja, eles não se abrem emocionalmente, são calculistas,
manipuladores, têm muita lábia e por isso são bastante persuasivos e tudo
gira em torno de conseguirem o que querem. Se você for o prêmio, não
medirão esforços para te ganhar mesmo que para isso tenham que te iludir,
mentir e até mesmo fazer com que você se afaste de outros homens. Ou
seja, ele quer que você pense que gosta de você para que isso te impeça de
ficar com outras pessoas, mas não tem a menor intenção de te assumir.
Entenda de uma vez por todas: ciúmes não é sinal de amor, mas de
apego. Uma pessoa possessiva é insegura, mas nega a própria
vulnerabilidade terceirizando a responsabilidade de seus sentimentos para a
outra. É muito comum que ele te faça acreditar que você provocou nele esse
comportamento controlador, não que ele seja o problema. Uma pessoa que
se relaciona através do ego não está madura o suficiente para construir um
relacionamento baseado no amor verdadeiro. Ela não se conhece e,
portanto, não sabe amar alguém com dignidade porque ainda não aprendeu
a amar a si mesma.

7. Ele não te apresenta como sua namorada para seus amigos


e família.
Se depois de um tempão juntos, ele ainda não te apresentou a nenhum
dos seus amigos, talvez ele realmente não queira um relacionamento sério.
Ou talvez ele tenha uma história mal resolvida com alguém da mesma
turma de amigos. Ou tenha medo de que você se aproxime de seus amigos e
descubra coisas dele ou fique com um de seus amigos. Ou simplesmente
não está tão interessado em você a ponto de querer que você estreite laços
com seus amigos. Eu sei que é doloroso saber disso, mas às vezes é melhor
se ferir com a verdade do que se iludir com uma mentira.
Se ele te apresenta aos amigos, significa que as coisas estão indo bem
entre vocês, mas não significa que ele está assumindo um namoro. Não
fantasie e lide com o que está acontecendo. Se ele te apresentar dizendo que
você é sua namorada, então ele está te assumindo. Se ele não disser nada,
não se iluda. Você ainda não é nada. Ainda que ele te apresente à família, a
lógica é a mesma. A não ser que ele diga com todas as letras que vocês
estão namorando (ou te peça em namoro, obviamente), não crie
expectativas; vocês não estão namorando. Muitos homens têm uma relação
aberta com os pais e não se importam de apresentar as pessoas com que
estão se envolvendo, mesmo que elas não sejam tão importantes assim.
Então, evite romantizar esse gesto para não acabar se decepcionando.
Para assumir um compromisso com alguém, é necessário se conversar
sobre isso. Mesmo que ambos estejam interessados em um relacionamento
sério, é importante que haja diálogo sobre as expectativas de cada um. De
repente, você pode estar buscando uma pessoa para construir uma vida, ter
uma família etc, enquanto ele pode estar buscando alguém para dar um
tempo da vida de solteiro ou porque todos seus amigos estão namorando. O
objetivo é o mesmo — ter um relacionamento — mas as intenções por trás
são diferentes, o que significa que os planos e expectativas de vocês são
incompatíveis.
O maior índice de fracasso nos relacionamentos afetivos vem da
incompatibilidade de interesses, não da falta de amor. Às vezes, as pessoas
se gostam, mas uma planeja morar no exterior, enquanto a outra quer
prestar concurso público, logo, seus projetos de vida são incompatíveis e, a
não ser que uma esteja disposta a abrir mão de seus sonhos para
acompanhar a outra, essa relação tende a não evoluir. Por isso, o diálogo é
indispensável. Não basta que ele queira namorar você, vocês têm que estar
na mesma página, dormindo e sonhando juntos.
8. Ele só te procura na madrugada, quando está bêbado ou
só para te chamar para a casa dele.
As pessoas costumam acreditar que quando o homem liga bêbado ou
fala com você embriagado, significa que ele é apaixonado por ti. Não é
verdade. Às vezes, ele simplesmente cria coragem para fazer o que tem
vontade de fazer sóbrio, mas não faz por conta das consequências. Isso não
significa que ele goste de você. Quando uma pessoa gosta de você, ela vai
te procurar de qualquer jeito. Bêbada, sóbria, no meio da semana e no final
de semana. Ela vai até sua casa nem que seja a pé. Ela pega o celular de
qualquer pessoa emprestado só para te mandar uma mensagem dizendo que
o celular dela descarregou. Quando uma pessoa gosta, ela demonstra. Se ela
só “demonstra” gostar de você quando está bêbada, ela só está querendo te
pegar!
No fim das contas, não importa o que ele diz, e sim como ele age em
relação a você. Nunca se esqueça de que é muito conveniente para ele que
você sempre esteja disponível na madrugada, acredite em seus
“sentimentos” quando está bêbado e vá para sua casa sempre que for
chamada. Novamente: isso não significa que ele goste de você. Ele pode
gostar de ficar com você. Mas são coisas completamente diferentes.

O Famoso Chá De Sumiço


Se você ainda não tomou um belo de um chá de sumiço, pode ter
certeza de que seu dia vai chegar. Em um determinado momento da vida em
que somos jovens e não temos maturidade emocional nem para lidar com
nossos próprios sentimentos — quanto mais, para ter responsabilidade
afetiva em relação aos sentimentos dos outros —, sumir sem dar uma
palavra e, até mesmo, bloquear e excluir a pessoa de todas as redes sociais
parece ser uma boa ideia.
Confesso que eu mesma já fiz isso porque, na ocasião, não tinha uma
boa justificativa para “terminar” (entre aspas porque nada havia sido
começado) a não ser o simples fato de que eu não estava a fim da pessoa.
Eu não tinha o que dizer e tinha medo de ser sincera e ofendê-lo, mas não
queria mentir porque não é do meu feitio, então eu decidi desaparecer como
se nunca tivesse existido. Me julgue.
Mas, obviamente, o contrário já aconteceu comigo também. Várias
vezes, diga-se de passagem. Muitas pessoas não querem sair como vilãs e
acham que machuca menos desaparecer do que conversar. Machuca menos
para elas, claro. Tem gente que opta, ainda, pelo chá-de-sumiço-
progressivo, que é quando elas vão deixando a relação esfriar naturalmente,
vão se distanciando cada vez mais, até chegar o momento em que se
sentirão à vontade para deixar o outro no vácuo. E assim terminará mais
uma linda história de quase amor. Nesse último caso, elas esperam que você
entenda o recado nas entrelinhas através da frieza que demonstram e
permita que elas possam se afastar em paz, sem que precisem ter uma
conversa sobre isso. Ah, e tem isso também: muitas pessoas detestam falar
sobre como se sentem, são muito fechadas e fazem de tudo para evitar
qualquer situação de confronto, então nem adianta você pedir satisfação
porque isso apenas vai deixa-la mais desconfortável.
A questão é que existem infinitos contextos e personalidades que
podem levar a um chá de sumiço, portanto, tenha em mente que nem
sempre você vai saber a razão pela qual alguém fez isso, mas você vai
precisar desapegar de qualquer maneira.
Geralmente, as mulheres acreditam que o motivo seja outra mulher ou
o rapaz não ter gostado de transar com elas. O ego ferido pode se tornar o
seu maior inimigo, pois, por não entender a decisão do outro, não se torna
capaz de aceitá-la e insiste na relação até ser humilhada para, enfim,
perceber que ele era só mais um babaca.
Tomar um chá de sumiço é péssimo, disso ninguém duvida. A parte
boa é que ninguém morre por isso. A parte ruim é que você acha que vai
morrer até conseguir superar. Mas é importante que você saiba que o
problema não é exclusivamente com você; todo mundo passa por isso em
algum momento da vida. Ou em vários.
Eis o que eu aprendi: o sumiço é uma resposta. Significa que ele não
estava tão interessado em você, independentemente do porquê, e não teve o
respeito nem a consideração de conversar sobre um afastamento. Em vez de
ficar se martirizando sobre o porquê ele não estava interessado e criar várias
paranoias, foque no fato de que ele não teve respeito nem consideração por
você, porque a resposta é essa. A resposta através de um chá de sumiço é
que essa pessoa não era a certa para você, pois te tratou como se você fosse
qualquer uma. Portanto, ele não era tão bom quanto você havia idealizado,
porque se ele fosse o príncipe que você queria, ele não teria te tratado
assim. Essa atitude diz mais sobre a maturidade emocional da pessoa que
faz isso do que sobre suas qualidades e defeitos. Se não tivesse acontecido
com você, teria acontecido com outra, e assim sucessivamente.
Então, só há uma maneira de não sofrer com os chás de sumiço:
através da aceitação. Se você não for capaz de aceitar a decisão do outro
porque se sente injustiçada, ou porque feriu seu ego, ou porque não
consegue entendê-lo, você corre um GRANDE risco de se colocar em uma
situação de indignidade na tentativa de se provar. Sem aceitação, você pode
acabar insistindo para fazê-lo gostar de você ou para virar o jogo e se sentir
vingada pelas suas expectativas que não foram atendidas. De uma forma ou
de outra, você será a maior prejudicada.
É preciso ser muito seguro de si para dizer para uma pessoa que não
quer estar com ela de maneira respeitosa e honesta. Portanto, dificilmente
você vai encontrar garotos de vinte e poucos anos com essa postura, isso é
um fato. Então, entenda que o chá de sumiço é uma das consequências da
falta de autoconhecimento e empatia, e faz parte do nosso processo de
amadurecimento. Na maioria dos casos, nem vale a pena conversar com a
pessoa sobre isso porque se ela fugiu para evitar o conflito, ela não vai
simplesmente se abrir e ser honesta; é mais provável que ela dê uma
desculpa esfarrapada ou uma resposta evasiva ou, pior, finja que nada
aconteceu. Ou seja, o chá de sumiço é um sinal sobre a maneira como a
pessoa se relaciona naquele momento. Às vezes, é melhor você pegar sua
dignidade e seguir em frente do que mandar textão e falar sobre seus
sentimentos para alguém que, claramente, nunca se importou sobre
isso.
Hoje em dia, na internet, há muitos falsos gurus de relacionamentos
que ensinam técnicas para fazer alguém ficar dependente emocional
(perceba como eu não usei a palavra apaixonado, porque a paixão
simplesmente acontece, não é consequência de joguinhos de poder) por
você, dentre as quais, se destaca o chá de sumiço. Mas não se engane
quanto a isso: sumir para fazer uma pessoa correr atrás de você jamais fará
com que ela seja capaz de te amar, porque você não está criando uma
conexão verdadeira e amorosa com ela, muito pelo contrário. Esse
comportamento reflete uma insegurança enorme da sua parte como
consequência da falta de maturidade, portanto, na melhor das hipóteses,
você vai manipular uma pessoa, que também é insegura, a estar com você.
Não tem como essa situação ser benéfica para nenhum dos lados.
Tanto você se humilha ao usar de técnicas de sedução para persuadir
alguém a ficar contigo contra sua própria vontade, quanto as motivações
que fazem o outro atender as suas expectativas são depreciativas: ele irá
pelo desafio, por insegurança ou pelo sentimento de ciúmes e posse, não
porque goste mesmo de você. Perceba o quanto essa relação se torna
degradante para ambos os lados, mas sobretudo, para quem pratica dessas
técnicas. Vale ressaltar que esse comportamento revela traços acentuados de
narcisismo, já que, no fim das contas, você está agindo pelo seu bel prazer.
Amar o outro é respeitar a sua decisão mesmo quando não te agrada.
É impossível que um relacionamento que tenha iniciado de maneira
tão tóxica possa se tornar saudável, harmonioso e próspero sem que os
envolvidos se arrependam verdadeiramente de suas atitudes e busquem o
autoconhecimento. Ou seja, você pode até conseguir realizar o seu desejo
de fazer a pessoa correr atrás de você, mas em um dado momento, a relação
se tornará insustentável e vocês terão que terminar se quiserem ter alguma
chance de mudança interior para, quem sabe, no futuro, haver um recomeço
digno. Eu te garanto que o esforço empregado para realizar o seu capricho
não vai valer a pena. Vai te custar muito caro.
A verdade é que o problema não é o chá de sumiço que você pode
levar — porque você não pode controlar nem culpar o outro por não suprir
as suas expectativas — mas a importância que você dá a isso. Ninguém é
obrigado a te corresponder como você espera, portanto, nunca fique com
alguém pelo que você gostaria que acontecesse entre vocês. Fique porque
você está a fim, sente vontade, tesão e desejo. Dessa forma, você irá
aproveitar o tempo em que estiver com ele sem criar expectativas sobre o
que irá acontecer. Caso ele suma, você vai ter certeza de que ele não está
buscando uma conexão profunda e tampouco se comprometer. Além disso,
você vai saber em que nível de consciência ele está — infantil. Ter essa
clareza te permitirá se desapegar sem cair nas armadilhas do ego.
Até hoje não inventaram uma vacina contra o chá de sumiço, então
não há uma maneira de evitar que isso aconteça, mas através do
fortalecimento da sua autoestima, você pode evitar o sofrimento com essa
experiência.

Não procure mudar as pessoas. Em vez disso, mude a forma


como você se relaciona com elas colocando-se em primeiro
lugar.

Uma coisa eu te garanto: com o tempo a gente aprende a valorizar


quem facilita as coisas, quem não fica de joguinho, quem nos aponta a
direção e se oferece para caminhar ao nosso lado. Mas para que possamos
encontrar homens de valor, precisamos nos tornar mulheres de valor. Ou
seja, quanto mais nos conhecemos, mais fortalecemos nossa autoconfiança.
Quando você souber quais são os seus valores estruturais (aquilo que
você se orgulha e não está disposta a abrir mão em um relacionamento),
você saberá qual o limite da sua dignidade, até onde você pode ir para ficar
com alguém de modo a não ferir os seus princípios.
Se você busca um homem com valores de justiça, honestidade e
bondade, isso será o suficiente para que você saiba como ele vai agir em
diferentes situações porque os valores de uma pessoa não mudam de acordo
com as circunstâncias. Por exemplo, uma pessoa que é gentil com você,
mas trata mal ao garçom, não é uma pessoa gentil em essência. Portanto, a
gentileza não é um dos seus valores, mas é uma ferramenta que ela utiliza
quando lhe convém. Se uma pessoa mente em pequenas coisas, não espere
que ela seja sincera com você sempre, pois mesmo que suas intenções não
sejam ruins, a honestidade não é um de seus valores.
Para você ser capaz de reconhecer os valores que te atraem no
outro, você tem que estar ciente dos seus próprios valores. Enquanto
você buscar alguém através de um filtro superficial, como: ser atraente
fisicamente, ter estabilidade financeira, ter uma profissão consolidada,
querer casar e ter filhos etc, você não está selecionando as pessoas por
quem elas verdadeiramente são, mas pelo o que você gostaria de ter.
Sem autoconhecimento é impossível construir um relacionamento
sadio com ninguém. Sua primeira obrigação na vida é descobrir quem você
é e o que te faz transbordar amor. Somente assim você atrairá para o seu
caminho pessoas que venham para somar.
Toda vez que você se vir em uma relação em que você tem que
implorar para a pessoa ficar ou, pior, para ter reciprocidade, você não faz
isso por amor a ela, mas porque já não lembra como se amar. Quando você
estiver repleta do seu próprio amor, saberá a diferença entre quem te merece
e quem é perda de tempo.

Afirmação de permissão para viver relacionamentos


amorosos
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
A minha Família espiritual,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu me permito experimentar relações sólidas, sadias e amorosas.
Eu me permito amar e ser amada por quem eu sou e aceitar as pessoas como elas são.
Eu me permito ser tratada com cuidado, atenção e carinho em todos meus relacionamentos.
Eu invoco o Perdão Divino a todos aqueles que me feriram, conscientemente ou
inconscientemente, nesta vida presente e em todas as vidas passadas.
Eu estou perdoando e esquecendo (3x).
Eu invoco o Perdão Divino a todos aqueles que eu feri, conscientemente ou inconscientemente,
nesta vida presente e em todas as vidas passadas.
Eu estou perdoando e me libertando (3x).
Eu me liberto de todos os traumas, dores, sofrimentos e crenças limitantes que estão
interferindo ou podem interferir em meus relacionamentos nesta vida e nas seguintes.
Eu estou conscientemente aceitando que mereço amar e ser amada profundamente.
Eu sou o Amor.
Eu sou Luz.
Eu Sou o que Eu Sou.
Obrigada, obrigada, obrigada.
CAPÍTULO V
Sobre términos de relacionamentos

Suponha-se que quando uma relação termina, os envolvidos querem


seguir em frente com suas vidas porque, do contrário, não haveria sentido
em ter terminado. Mas na prática, a teoria é outra. Tem gente que termina
por birra, ou para fazer o outro sentir a sua perda, ou para “ensinar uma
lição” ou porque perdeu o controle de si mesmo em uma discussão e achou
que terminar o relacionamento fosse acabar com sua angústia. Mas quando
o “problema” é você, não adianta culpar o outro. Cedo ou tarde, você vai
acabar percebendo o padrão que se repete em todos seus relacionamentos.
Inclusive, as motivações que citei demonstram imaturidade emocional e
falta de clareza na resolução de problemas. Afinal de contas, nenhuma
relação será perfeita.
O que diferencia os bons relacionamentos dos ruins é justamente a
maneira como os envolvidos lidam com os conflitos de interesses, com a
divergência de opiniões ou culturas, e as metamorfoses da consciência com
o passar do tempo. Ou seja, uma pessoa que termina um relacionamento por
razões egoístas, não está preparada para assumir esse tipo de compromisso.
É como se ela visse o relacionamento como uma forma de satisfazer suas
necessidades e, uma vez que não ocorre da maneira como ela esperava, ela
logo descarta a pessoa como se fosse um guardanapo usado e parte para
outra. Ou então faz essa pirraça de terminar a relação porque acredita que o
outro irá voltar implorando para ficar com ela — para se sentir no controle,
em outras palavras.
Portanto, a meu primeiro conselho é: só termine se você realmente
não vir mais possibilidade de continuarem juntos. Não termine na
esperança de provocar alguma mudança no comportamento do outro, pois
isso é manipulação e desrespeita o livre arbítrio dele. Se você acredita que
as coisas precisam mudar para que a relação possa evoluir, então converse.
Se conversar uma, ou duas, ou dez vezes, não adiantou, então você já tem a
sua resposta. Se conforme com a situação ou termine. Mas não termine
apenas para conseguir o que você quer porque isso enfraquece o
relacionamento, além de ser falta de responsabilidade afetiva com relação
ao outro, pois ele poderá sofrer com o término, enquanto você apenas
espera que ele mude para se tornar quem você deseja.
Além disso, cada vez que você termina e volta, você desonra a sua
palavra. Ou seja, se você usou de um determinado motivo para terminar,
mas a pessoa insistiu para vocês voltarem e você aceitou, então por que
você terminou por esse motivo se, no fundo, você sabia que não era o
suficiente para manter vocês afastados? Gerou um desgaste desnecessário.
Então, só termine se você tiver certeza dos seus motivos, por que até hoje
eu nunca vi uma relação que acaba-volta-acaba-volta ser saudável, madura
e trazer paz aos envolvidos.
Esse tipo de relacionamento feito cão e gato, em que a gente que está
de fora não sabe se eles se amam ou se odeiam porque é um dia de paz e
outro de guerra, é comum na faixa dos 20 e poucos anos, afinal, nenhum
dos dois tem consciência do quanto se relacionam de uma forma tóxica.
Mas não há idade para que isso aconteça, pois depende do nível de
maturidade dos envolvidos. Já falei sobre isso, mas vou pontuar mais uma
vez: sem autoconhecimento é impossível se construir um
relacionamento de valor.
Para onde quer que você olhe, verá referências de pessoas terminando
e voltando seus relacionamentos como quem escolhe uma roupa, como se
os sentimentos dos envolvidos não valessem de nada. Então, normalizamos
esse comportamento e acreditamos, ainda que seja inconscientemente, que
toda relação é assim. Essa crença desencadeia outro pensamento sabotador
de não levar à sério o término da relação. Daí, você termina um
relacionamento, mas não segue em frente porque tem esperança de que vai
voltar com o ex, apenas porque você acredita que é normal terminar e
voltar.
Agora se a relação termina porque se tornou insustentável ou
qualquer coisa do tipo, não sendo o término usado como uma estratégia de
poder e controle, então não se iluda de que as coisas irão mudar da noite
para o dia. Em alguns casos, nunca mudam mesmo porque simplesmente
não era para ser. Em outros casos, depois de um certo tempo os envolvidos
mudam e voltam a se relacionar de outra maneira.
Não tem nada de errado em voltar com o ex, mas quando isso
acontece em um curto intervalo de tempo, sem que nenhum dos dois tenha
crescido com a experiência anterior, as chances de o relacionamento
fracassar outra vez são muito maiores. Você vai dar murro em ponta de
faca.
Se você acredita em um recomeço, então permita que aconteça
um encerramento de ciclo para que vocês possam escrever uma nova
história juntos. Não que os erros do passado vão ser magicamente
esquecidos, mas você aprende a perdoar, não apenas desculpar. Desculpar
significa tirar a culpa do outro, mas perdoar é superar, não guardar mágoa
nem ressentimento. Quem perdoa, não joga na cara do outro o que
aconteceu no passado.
Muita gente desculpa o erro, mas não perdoa e na primeira
oportunidade usa do que aconteceu para se vitimizar ou chantagear. Não
tem sentido em voltar para um relacionamento se isso te torna mais
insegura, ansiosa ou carente. Por isso que voltar para o ex só funciona
quando vocês têm a oportunidade de se apaixonarem outra vez. Para isso, é
preciso deixar o passado para trás e, muitas vezes, permitir que uma
separação aconteça para que cada um possa refletir sobre o que aconteceu e
aprender algo com essa experiência.
Tem pessoas que voltam para o ex por puro comodismo. Elas
acreditam que seja mais fácil insistir em uma pessoa em que já conhecem os
defeitos do que investir em uma nova pessoa e passar por todo esse
turbilhão de emoções outra vez. Esse pensamento reflete a crença de que
todos os relacionamentos serão iguais, especialmente a parte do sofrimento.
Inconscientemente, elas escolhem sofrer por uma situação conhecida do que
se arriscar a mergulhar no desconhecido.
No entanto, nenhum relacionamento será igual ao outro, mesmo que
você esteja repetindo algum padrão inconsciente. Cada pessoa que passa em
sua vida poderá te ensinar algo novo. Cada experiência tem um aprendizado
único. Então, se você estiver consciente de seus erros e acertos, poderá
fazer diferente. Se você mudar, as suas relações também irão mudar.
Não tema o novo por conta do passado. Não se acovarde diante das
possibilidades que a vida te trará de ser feliz no amor.

Você precisa acreditar que é merecedora de uma relação digna


para se respeitar e ensinar o outro como te amar.

Já vi pessoas voltarem com o ex pela segurança de estar com alguém


que goste delas. Ou seja, elas tinham medo de não encontrarem outra
pessoa que pudesse amá-las. Em outras palavras, a motivação para a
voltarem o relacionamento foi a carência, não o amor.
O amor não é o suficiente para fazer uma relação dar certo, sinto te
decepcionar. O amor é apenas um dos pilares que sustentam um bom
relacionamento, mas não é o único. Por exemplo, voltar com alguém que te
machuca, te fere e te desrespeita nunca será “por amor”, mas por falta de
amor-próprio.
A questão é que se você não está satisfeita com a sua relação, mas não
acredita que merece mais, você já se conformou com o que tem.
O fim de um relacionamento pode ser o início da sua verdadeira
história de amor consigo mesma. Terminar não é a parte mais difícil, mas
aceitar o fim, esse sim, é o verdadeiro desafio, porque temos que enfrentar a
nós mesmas, nos forçar a abrir os olhos e nos questionar se a história que
contamos sobre a ruptura foi realmente o que aconteceu. Talvez tenhamos
fantasiado alguns diálogos para criar o romance que que queríamos ter
vivido. Talvez tenhamos idealizado algumas atitudes para acreditarmos que
era a pessoa certa para gente, apenas porque queríamos que fosse.
Quando o assunto é término de relacionamento, sou muito prática: se
não deu certo, não era para ser. Se deu certo por um determinado tempo e
acabou repentinamente, então não era o momento ideal. Se a pessoa era
tudo que eu havia idealizado, mas não queria o mesmo que eu, nunca foi a
pessoa certa para mim.
Sei que nem tudo é preto no branco porque na luta entre a razão e
emoção, por mais que tenhamos todos os motivos para desapegarmos,
muitas vezes, insistimos até esgotarmos todas as nossas forças só para
garantir que terminar era a única opção que restava porque a emoção fala
mais alto. Talvez façamos isso para nos sentirmos em paz com a nossa
consciência também. Acontece que aceitar o fim de uma relação é dar a
si mesma uma nova chance de ser feliz.
Quando não aceitamos a decisão do outro ou a incompatibilidade da
relação, reagimos de maneira imatura como se a vida estivesse em dívida
conosco. A negação é uma das vertentes do vitimismo, quando você
acredita que as suas expectativas têm que ser atendidas pelo outro.
Pode ser que você não concorde com os motivos do outro, mas você
terá que aceitar mesmo assim. Pode ser que você acredite que foram feitos
um para o outro e que haverá uma reconciliação, mas você precisa lidar
com o que está acontecendo nesse momento. Para que haja um recomeço,
tem que haver um encerramento de ciclo. Essa é a ordem natural da Vida.
Se você não aceita esse encerramento em seu coração, você não permite que
a sua própria vida possa fluir. Não é o outro que irá sofrer as consequências
da sua decisão, é você mesma. O outro poderá seguir em frente, se
apaixonar novamente, casar e ter filhos, enquanto você fica se lamentando
pelo o que você queria que tivesse acontecido. Perceba como esse
comportamento sabota a sua própria felicidade e como é egoísta da sua
parte sofrer porque o outro está feliz quando você quem fez a escolha de
não aceitar.
Verdade seja dita: não aceitar o fim não faz com que a pessoa volte
para você. Se apegar ao sentimento que você tem por ela e aos planos que
você idealizou para a relação, não vai fazer com que se realizem. Muito
pelo contrário, todo apego gera sofrimento, então, a única coisa que você
está atraindo para seu caminho é mais sofrimento. Se você gosta de uma
pessoa, você faz de tudo para que ela queira ficar contigo. Mas se você ama
uma pessoa, você faz o seu melhor e a deixa livre para se decidir. O amor
não aprisiona ninguém.
Uma das formas mais tóxicas de lidar com o término é quando você
mede o quanto a pessoa gosta/gostava de ti ou a sua importância na vida
dela através do sofrimento dela. Ou seja, quanto pior a pessoa ficar depois
do fim, melhor você se sente sobre si mesma. Você tem noção do que você
está desejando a uma pessoa que você dizia amar? Como isso poderia,
então, ser amor? Se você é capaz de desejar o mal de alguém que você se
relacionou apenas para que você possa sentir que não é a única a sofrer ou
que está sofrendo menos do que ela, você está minando qualquer
sentimento afetivo que havia entre vocês e transformando essa conexão em
puro ressentimento e mágoa. Pior ainda se você quiser mostrar para a
pessoa que você está bem, que já superou, quando você sabe que ela ainda
está mal. Não tem atitude mais egoísta do que essa.
O respeito e a consideração não acabam quando o relacionamento
termina. Esses valores refletem o seu nível de maturidade, de empatia e de
responsabilidade afetiva, não se o relacionamento deu certo ou se a pessoa
merecia tanto de ti.
Tem muita gente que prefere que a pessoa faça algo muito ruim para
que ela tenha um motivo para sentir raiva e conseguir superar, mas essa é
uma crença limitante extremamente nociva. É como se você pedisse ao
Universo, em outras palavras, para que todas as suas relações terminem em
dor e sofrimento porque se não for para te levar até o inferno e fazer comer
o pão que o diabo amassou, você não vai conseguir superar. Perceba a falta
amor-próprio nesse comportamento porque, em vez de se optar pelo
término por reconhecer que seja o melhor para você, prefere sofrer até não
aguentar mais. Depois está reclamando e se vitimizando por ter da vida
exatamente aquilo que você pediu: sofrimento.
Resumindo: términos nunca são fáceis e, tampouco, indolores.
Mesmo que você já não tenha sentimentos pela pessoa ou tenha clareza dos
motivos para terminar, você vai sentir uma pontinha de recalque, posse ou
ciúmes, mas é importante estar atenta a essas emoções negativas que
provém do ego para não se sabotar. Ou seja, não alimente seus sentimentos
com projeções e ilusões sobre a história de amor que você queria viver.
Aceitar o término não é buscar um novo amor, ou tentar apagar tudo
que vocês viveram juntos, ou fingir que não está doendo. É sobre respeitar o
seu processo com todas as suas fases, independentemente do tempo que
levar. É sobre reconhecer seus erros, saber se perdoar e estender esse perdão
ao outro. Você fez o melhor que pôde dentro da sua capacidade de
compreensão. Não poderia ser diferente porque aconteceu exatamente como
deveria acontecer, já que tudo faz parte do Plano Superior.
Geralmente, nós só conseguimos entender o propósito de uma pessoa
ter entrado em nosso caminho depois que passa. Algumas lições vêm tão
lentamente que só nos damos conta da importância de um determinado
relacionamento naquele momento da nossa vida anos depois. Então, não se
cobre ter todas as respostas logo depois do fim.
Vale ressaltar que nem sempre as pessoas se arrependerão de terem
nos perdido e temos que aprender a nos valorizarmos apesar disso. Se
depositarmos o nosso parâmetro de valor na maneira como o outro nos
trata, iremos nos frustrar constantemente porque ninguém poderá nos
completar como fazemos por nós mesmas.
Imagina que seu parceiro conhece uma faceta sua: de namorada. Mas
você também é filha, mãe, amiga, profissional etc. Você tem inúmeras
versões de si mesma para cada uma das situações e das pessoas que se
apresentam em seu caminho. Além disso, você está em evolução e,
certamente, não tem as mesmas características de personalidade que tinha
há 10 anos. Portanto, o seu namorado pode até conhecer bem quem você se
tornou, mas nunca vai conhecer por completo quem você é. Então, se você
acredita que precisa ser amada por ele para ter valor para si mesma, essa
conta não fecha. Porque, ainda que ele te ame muito, só você é capaz de se
amar por inteiro, acolher todas as suas versões e compreender tudo que
você ganhou e perdeu para se tornar quem é.
Terminar um relacionamento pode te quebrar por dentro, mas
você jamais deve permitir que te destrua. Por isso não faz diferença se o
outro se arrependeu ou não de ter te perdido, você deve saber que merece
mais do que permanecer à sombra de uma relação falida.

Aqui vão alguns conselhos para tornar o processo mais fácil:


1. Evite olhar as redes sociais dele, porque quem procura, acha.
2. Evite frequentar os mesmos lugares que vocês costumavam ir
juntos se isso for doloroso ou te der saudade.
3. Evite manter uma amizade logo após o término. Com o tempo,
pode ser que vocês consigam ser amigos e o amor se transforme, mas
enquanto houver sentimento afetivo, insistir em uma amizade é uma forma
de se sabotar porque você não está permitindo que a separação aconteça.
4. Evite falar sobre o que aconteceu entre vocês e sobre o quanto
você ainda gosta dele (se for seu caso). Aliás, por via das dúvidas, evite
falar dele.
5. Procure atividades que te preenchem de alegria. Não busque
apenas se manter ocupada, mas direcione sua energia para as ações
edificantes. Por exemplo, se engaje em um projeto social e perceba que sua
ajuda tem importância na vida de outras pessoas e que há situações mais
dolorosas do que as que você enfrenta a nível emocional. Não é uma
questão de comparar a sua dor com a do outro, mas de ter empatia e
reconhecer que todos estão enfrentando suas batalhas, inclusive os animais.
Quando nos colocamos à serviço de um propósito que não é egoísta, somos
inundados pelo Amor Incondicional e nos lembramos que temos uma
missão de vida única e que ninguém poderá realizar em nosso lugar.
6. Escreva seus sentimentos e pensamentos quando se sentir
angustiada. Escreva cartas ao seu ex que nunca serão enviadas, mas que
servirão para que você coloque para fora tudo que está sentido. Além disso,
escrever nos ajuda a organizar nossos pensamentos, nos mantém
concentrados no momento presente e nos proporciona uma sensação de
equilíbrio. Depois de um tempo, quando você ler novamente o que
escreveu, ficará chocada em perceber como superou aquele sentimento
como se nunca tivesse existido e reconhecerá o tamanho da sua força.

Quando Um Não Quer, Dois Não Se Relacionam


Se a decisão do término não foi sua nem motivada por algum
comportamento seu, pode ser que você tenha mais dificuldade de aceitar o
fim por não entender onde você errou. Acontece que você precisa respeitar
a decisão do outro, independentemente de compreender ou concordar com
seus motivos. Às vezes, buscar por uma resposta que justifique a sua lógica
pode ser um caminho ainda mais doloroso.
Você não deve procurar conforto nas palavras do outro, mas dentro de
si mesma. Se em sua consciência paira a certeza de ser sido verdadeira, de
ter agido com boas intenções e de ter oferecido o seu melhor, não há razão
para você estender uma situação, que já não é fácil, por mais tempo ainda.
Enquanto você ficar se perguntando o que aconteceu ou o que você fez para
que chegassem ao término, você continuará apegada a pessoa nem que seja
através de uma conexão de ressentimento que impedirá sua vida de fluir.
Quando você não aceita que a relação chegou ao fim, mesmo que
você não entenda o porquê, poderá passar anos “gostando” de um ex e
sabotando sua felicidade, enquanto o ex, já seguiu em frente e talvez até
esteja em outro relacionamento. Dessa forma, você sofrerá cada vez mais
que o vir feliz, mas não porque você o ame. O amor nunca provoca
sofrimento, mas o apego sim. Então, você sofre porque você gosta da ideia
dele com você. Se você o amasse, você se alegraria com sua felicidade.
Porque o amor verdadeiro não exige que as suas expectativas sejam
cumpridas para existir. O amor não espera reciprocidade, mas um
relacionamento sim. Sendo assim, é impossível manter uma relação sem
que haja uma doação mútua e equilibrada. Já o amor é tão autossuficiente
que não espera nada em troca.
Não há nada que você possa fazer quando uma pessoa não quer ficar
com você. Sério. Não há técnica, não há amarração amorosa, não há NADA
capaz de fazer uma pessoa te amar, se ela não quiser. E ela tem livre arbítrio
e o direito de não querer, mesmo que você tenha sido a melhor pessoa do
mundo para ela. Isso acontece porque um relacionamento é como se fosse
uma ponte construída entre duas vidas distintas, então não se trata somente
de você; do que você quer e faz. Há pessoas que simplesmente não serão
capazes de valorizar quem você é e, em vez de tentar provar a ela a todo
custo que você vale a pena, simplesmente entenda isso como uma resposta:
ela não é para você.
A compatibilidade em um relacionamento não é uma questão de
lógica, não podemos enumerar uma lista de prós e contras e acreditar que se
encontrarmos alguém que gabarite os nossos pré-requisitos aquela relação
vai dar certo. No máximo, isso pode significar que tem mais possibilidade
de dar certo, mas nenhum ser humano é 100% racional quando se trata de
um relacionamento amoroso. Até porque para se relacionar é preciso se
deixar vulnerável, ser mais emotivo, senão será uma relação superficial,
sem uma verdadeira conexão.
Além disso, não devemos escolher um parceiro afetivo como se fosse
uma entrevista de emprego para o cargo. Estabelecer pré-requisitos é criar
expectativas. Inevitavelmente, o resultado é a frustação e decepção.
Ninguém, por mais que se encaixe em tudo o que você busca, irá
corresponder ao que você espera. Então, ao terminar uma relação se
pergunte: será que ele era realmente quem eu acreditava ou será que eu me
apaixonei por uma idealização?
Isso irá te ajudar a refletir se a sua decepção é sua responsabilidade
(fruto da sua imaginação) ou provém de uma ação de rebeldia dele.
O que mais vemos são relações desequilibradas em que uma pessoa
está dando tudo de si para fazer dar certo, enquanto a outra está em uma
situação cômoda e confortável. Então, o doador se torna um cobrador
pressionando o outro para ter de volta o que ele deu e, muitas vezes,
assumindo o papel de vítima com discursos de “eu fiz tudo por você e só
recebi ingratidão”, fazendo o outro se sentir em dívida com ele. A
retribuição motivada pelo sentimento de culpa por não suprir a demanda
emocional do doador não é genuína. O fim do relacionamento, nesse caso, é
simplesmente inevitável.
A ideia da abnegação como uma forma de manter um relacionamento
endossa o comportamento submisso de muitas mulheres em relações
abusivas ou fracassadas. Isso faz com que elas acreditem que estão lutando
por amor, que é normal ser humilhada e desrespeitada até atingir um
determinado status de relacionamento e que tem a obrigação de se sacrificar
pelo outro para provar que o amam. Não tem como uma relação assim dar
certo, independentemente do tempo em que eles fiquem juntos. Tempo não
é uma métrica de sucesso, já que as condições que muitas pessoas se
submetem para manter um relacionamento podem comprometer a saúde
mental e emocional delas para o resto de suas vidas.

Livre-Se Da Culpa Por Não Ter Atendido As


Expectativas Do Outro Sobre Você
Veja bem, quando você está com alguém, você colabora com a
felicidade dele, você ajuda a pessoa a ser MAIS feliz, mas uma pessoa que
não está em paz consigo mesma, vai ser uma pessoa mal resolvida com ou
sem você.
A partir do momento em que você assume a responsabilidade pela
felicidade do outro, a relação fica desequilibrada e doentia.

Todo mundo tem que aprender a ser feliz sozinho para, assim,
encontrar alguém que possa somar e acrescentar mais alegria,
harmonia e paz a sua vida. Ninguém pode preencher o vazio do
outro.

Portanto, não se martirize pensando no que você poderia ter feito


diferente. Uma coisa eu te garanto: você vai decepcionar seu parceiro em
algum momento e ele vai decepcionar a você, e o mundo vai decepcionar a
todos nós. Mas não há razão para que soframos por isso, uma vez que a
decepção revela o que precisamos mudar em nós mesmos.
A culpa é apenas outra forma de se vitimizar; o ego endossa o
sofrimento. Mesmo que você tenha errado e se arrependa do que fez, não
adianta se culpar por isso. Não vai mudar o que aconteceu. Então, use esse
sentimento para que, na próxima oportunidade, você possa fazer diferente.
Assumir a responsabilidade é manter o aprendizado depois de uma
experiência negativa e saber se perdoar. Você fez o que estava ao seu
alcance de entendimento naquele momento; não adianta se lamentar agora.
Além do que, você nunca deve se culpar por não ter sido
correspondida. Isso não te faz uma pessoa ruim nem trouxa, isso apenas
quer dizer que ele não estava sendo recíproco. Ao longo da nossa vida,
vamos deixar muitas pessoas pelo caminho por não sermos capazes de
corresponder a seus sentimentos à altura, e também não podemos nos culpar
por isso. Não dá para controlar o sentimento dos outros. Não é porque
gostamos muito de uma pessoa que ela tem a obrigação de gostar da gente
de volta — nem por gratidão ou pena.
Não vale a pena insistir em um relacionamento de uma só via. Sem
um esforço conjunto, não tem força do destino que faça a relação valer a
pena. A única coisa que você pode fazer é dar o seu melhor para todas as
pessoas com quem se envolver e ter a consciência em paz de ter feito a sua
parte. Caso acabe, você vai saber que não foi quem saiu perdendo. O resto
depende do outro, que não tem qualquer obrigação de suprir as expectativas
que você colocou sob ele também.

Quando O Outro Segue Em Frente Primeiro


Em muitos casos, quando o ex começa a namorar com outra pessoa
logo depois do término, é inevitável sentir seu ego ferido, ou até um pouco
de despeito. Às vezes, você pode sentir que a culpa do fim foi sua, ou que
você não era boa o bastante para ele, ou que havia algo de errado contigo.
Um conselho que eu te dou antes de mais nada é: nunca se compare a
atual do seu ex, pois ela não tem nada a ver com a história de vocês.
Lembre-se que você também já foi a atual do ex de alguém, então não
encare a outra mulher como sua rival.
Cabe aqui dizer que não vou entrar no mérito de um término
motivado por uma traição em que o rapaz assume um relacionamento com a
pessoa com quem te traiu, porque esse assunto requer um livro só seu. Mas
de qualquer forma, não culpe outra mulher pelos erros que um homem
cometeu, porque quando chegar a sua vez, você será culpada também,
enquanto o rapaz sairá ileso em qualquer das circunstâncias. Portanto, não
se esqueça que quem te devia respeito e consideração era ele. Nunca se sabe
as condições em que a outra mulher entrou na história de vocês, ela pode ter
sido muito bem enganada por ele, assim como você foi.
Se você sente peso na consciência com relação ao término, vai ser
bem doloroso vê-lo seguir em frente com outra pessoa, mas não recomendo
que você vá atrás para se redimir, porque o que está feito, está feito. Ele fez
a sua escolha. Faça uma escolha por você também. Agora você precisa lidar
com essa dor sozinha, aprendendo a se perdoar pelo que aconteceu. Se seu
arrependimento é verdadeiro, algo dentro de você, já mudou. Talvez não
seja com essa mesma pessoa que você consiga demonstrar o quanto
amadureceu, mas eventualmente encontrará alguém com quem poderá ter
novas e melhores experiências.
Geralmente, o que nos prende à certas histórias são situações
incompreendidas, perguntas que ficaram sem respostas. A partir do
momento que passamos a aceitar o que aconteceu, mesmo que não
consigamos entender o porquê, estamos verdadeiramente seguindo em
frente. O perdão é o caminho mais rápido para a superação porque, para
você aceitar o fim, você precisa perdoar o outro por não estar com você, se
perdoar por ter falhado e perdoar o que houve entre vocês. É um processo e,
assim como todo processo, não podemos determinar quando isso irá
finalizar. Você deve respeitar o seu tempo de desconforto, transformação e
renascimento.

O Único Amor Capaz De Curar Outro É O Amor-


Próprio
Depois de um término muito desgastante é altamente recomendado
que você procure ajuda profissional para se recuperar. Seu vazio interno não
vai acabar quando você conhecer uma pessoa que desperte o seu interesse.
Esse vazio é um problema seu, você precisa resolvê-lo. Se você já tentou
lidar com isso sozinha e não conseguiu, busque ajuda, invista em si mesma.
Quanto vale a sua cura? Quanto vale a sua paz interior? Quanto vale a sua
autoestima? Cada centavo pago em seu autoconhecimento é um ato de
amor-próprio.
A vida usa das pessoas para nos ensinar lições. Então, cada
relacionamento tem um propósito para acontecer, mas isso não deve ser
romantizado. Conheço muitas mulheres que muito antes de se envolverem
com o rapaz, já sentem que há algo especial entre eles, que podem ser
almas-gêmeas e enxergam “sinais” em tudo. Não passa pela cabeça delas
que o propósito nesse encontro seja ensiná-las o desapego, ou o amor-
próprio, ou a reconhecer crenças limitantes. Elas querem tanto que essa
conexão seja o que elas haviam idealizado que, muitas vezes, insistem
nesses relacionamentos na esperança de que algum dia possam se tornar o
que elas desejam, e ignoram todos os sinais de que não seja.
Mas se tem uma coisa que eu aprendi é que não dá para pular fases. A
consciência não dá saltos. Precisamos viver determinadas experiências para
que possamos enxergar nossas vulnerabilidades e aprendermos a nos
acolher. A grande maioria de nós esconde dentro de si uma criança
profundamente ferida em busca de amor e atenção. Sendo que depois de
tentarmos fazer com que outras pessoas adotem nossa criança e a façam
feliz como nós não fomos capazes de fazê-la, percebemos que a procura
pela pessoa certa é completamente em vão. Cedo ou tarde, nós mesmos
teremos que assumir essa responsabilidade.
Recebo muitas mulheres em meus atendimentos com o baralho cigano
que reclamam que estão cansadas de tentar e falhar repetidas vezes; elas
querem entregar os pontos, mas também querem ser amadas, por isso se
sabotam e não saem do lugar.
Realmente é bastante desgastante a nível psicológico e emocional
investir tempo e energia em um relacionamento e, depois de um certo
tempo, ver tudo acabado. Mas, vejamos e convenhamos, são raríssimos os
casos de pessoas que ficaram a vida inteira com a primeira pessoa por quem
se apaixonaram. E não é porque elas encontraram a “pessoa certa” que
significa que a relação foi mais fácil. Relações entre almas gêmeas são
ainda mais desafiadoras do que as outras. Lembre-se que o propósito da
espiritualidade ao unir duas pessoas é promover o crescimento de ambas.
Então, no momento planetário em que vivemos, não tem sentido nenhum
em duas pessoas se encontrarem para viverem um conto de fadas. Portanto,
esqueça a possibilidade de que isso irá acontecer em algum momento.
Se você não teve o mérito de encontrar a sua alma gêmea ainda, não
adianta se colocar no lugar de vítima. Se não aconteceu, é porque você não
está preparada para viver essa relação. E você só conseguirá se preparar, se
você se permitir viver experiências que vão contribuir com sua evolução —
mesmo que sejam dolorosas. Então, encare cada uma das relações em seu
caminho como oportunidades de aprendizado. Entenda que quando uma
relação chega ao fim, não significa que deu errado. Pode ter dado certo por
um tempo, e depois não mais, e está tudo bem. A vida é feita de ciclos.
Tudo finda, inclusive, a nossa experiência terrena.
Términos nos ensinam a desapegar de idealizações, a encerrar ciclos,
a nos abrirmos para o novo e para as infinitas possibilidades que temos de
sermos felizes. Você só será capaz de alcançar o que merece, quando
aprender a desapegar do que já tem. Lá na frente, você vai agradecer por
não ter desistido da sua própria felicidade.
Afirmação para superar um relacionamento
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Ao Eu Superior de (Nome completo da pessoa)
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
Aos Guias e Mestres espirituais de (Nome completo da pessoa)
A todos os Ajudantes espirituais,
A Grande Junta Kármica,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu sou grata pela relação que tivemos.
Eu sou grata pela oportunidade de crescimento através dessa relação.
Eu estou aceitando o Plano Divino e a Direção Divina em minha vida.
(Nome da pessoa), eu te peço perdão por todas as minhas faltas cometidas, consciente ou
inconscientemente, para com você e com sua família nesta vida presente e nas vidas passadas.
Eu estou perdoando todas as suas faltas cometidas, consciente ou inconscientemente, para
comigo e com minha família nesta vida presente e nas vidas passadas.
Que sempre haja amor e harmonia entre nós (3x).
Que o amor e a luz abençoem a você e sua família (3x).
Eu estou conscientemente aceitando o fim dessa relação e encerrando este ciclo.
Eu me permito seguir em frente.
Eu me permito ser feliz no amor novamente.
Eu estou completamente e conscientemente aceitando que seja feita a Vontade de Deus agora e
sempre.
Obrigada, obrigada, obrigada.
CAPÍTULO VI
Pare de sofrer: desapegue-se

A primeira coisa que precisamos compreender é que todo sofrimento


vem do apego. O amor não causa sofrimento, mas a ignorância sim. Nós
não podemos perder uma pessoa porque, na verdade, ela nunca nos
pertenceu. Para sair da ignorância, precisamos ter consciência de que não
somos donos de ninguém. Quando um relacionamento termina ou quando,
por motivos de força maior, devemos nos afastar emocionalmente de
alguém, precisamos desapegar das nossas expectativas, dos planos que
havíamos idealizado e do futuro que havíamos imaginado com aquela
pessoa, por isso é tão difícil e doloroso. Travamos uma batalha contra a
nossa mente, não somente o coração.
Se fosse uma questão de desapegar apenas da pessoa ou do que
aconteceu, seria muito mais simples, porque você nasceu sozinha e viveu
10, 15, 20 anos ou mais até encontrar essa pessoa, então, por mais que
vocês tenham tido uma relação longa, intensa e apaixonante, você não
precisa dessa pessoa para viver, e sabe disso.
No entanto, desapegar das expectativas que foram criadas quanto a
esse relacionamento — e que falam muito mais sobre você do que sobre o
outro — te traz uma sensação de derrota, como se todo esforço empregado
nessa relação fosse uma perda de tempo apenas porque não aconteceu como
você havia idealizado. Ou, pior, te faz sentir que você nunca mais terá outra
chance de amar e ser amada, como se não houvesse outra pessoa no mundo
que fosse capaz de te fazer feliz além daquela que você queria.
É claro que é frustrante porque, por mais conscientes que estejamos,
vamos criar, sim, expectativas quando iniciamos um relacionamento. A
questão é saber diferenciar quando a decepção foi gerada pela sua
expectativa porque, a partir desse momento, você terá a oportunidade de
assumir o controle pela forma como se sente e parar de sofrer.
Quando você acredita que foi enganada, iludida e que brincaram com
seus sentimentos, sem reconhecer que você permitiu que isso acontecesse,
você se coloca na posição de vítima.
Há situações vividas em relacionamentos abusivos e tóxicos em que
realmente você pode ter sido vítima, mas permanecer nesse lugar de vítima
é muito perigoso. No fim das contas, você está buscando se vingar de quem
te machucou para validar o seu sofrimento.
É muito comum que a pessoa que se vê como vítima, conte a versão
dela da história para quem se aproximar na intenção de reforçar o seu
posicionamento. Acredite se quiser, a vítima busca algum tipo de
compensação e, enquanto não estiver disposta a abrir mão desse ganho,
continuará sofrendo.
Portanto, a ignorância se caracteriza pela falta de autoconhecimento.
Se você não enxerga as consequências de se identificar com o papel de
vítima, dificilmente conseguirá desapegar de uma relação do seu passado.
Às vezes, você pode até acreditar que já superou apenas porque seguiu em
frente com outra pessoa, mas eventualmente vivenciará uma relação
semelhante a anterior, pois você continua apegada ao sofrimento que aquela
situação te causou. Você pode enganar a si mesma, mas nunca a sua
consciência.
É muito mais fácil apontar o dedo e encontrar um culpado para a sua
frustração do que admitir que você causou o seu próprio sofrimento, não o
outro. O nome disso é autossabotagem, não amor. Você não sofre porque
ama o outro, mas porque não sabe se amar.
Sofrer significa que você acredita que seu desafio é muito maior do
que a sua força para superá-lo, mas isso não é verdade. Primeiro porque
ninguém tem uma cruz mais pesada do que pode carregar, ou seja, a vida te
envia provas na medida exata que você pode suportar. Sendo assim, você é
completamente capaz de sair de qualquer situação de sofrimento que você
mesma tenha se colocado. Porém, repito: não precisa ser sozinha. Buscar
ajuda em sua rede de apoio ou em profissionais não é um sinal de fraqueza
ou incapacidade, muito pelo contrário, é ter respeito e cuidado por si
mesma. Ao lado das pessoas certas, todo seu potencial pode ser
desenvolvido para seu crescimento.
No entanto, buscar ajuda é uma ação e uma iniciativa de quem está
sofrendo e quer sair disso. Quem está conformado com o sofrimento, não
quer sair da situação da qual se queixa porque terá que abandonar o papel
de vítima.
Sofrer é mais fácil porque não exige nada de você. Para desapegar,
você precisa agir, por isso uma pessoa que se vê como vítima de uma
decepção amorosa, tem muito mais dificuldade de desapegar; ela não se
responsabiliza pelo o que precisa fazer por si mesma.
Uma pessoa que se queixa constantemente sobre como é difícil amar,
sobre relacionamentos serem muito complicados, sobre não encontrar
“ninguém que preste”, não está buscando uma solução para seu problema,
mas está tentando convencer outras pessoas de que ela tem a razão para
fortalecer sua posição de vítima. Ela acaba arrastando todos ao seu redor
para sua melancolia e reforçando crenças negativas sobre o amor para si
mesma e para os demais. O objetivo da vítima é fazer com que os outros se
sintam culpados pelo seu sofrimento e se mobilizem para solucionar os
problemas dela.
Há muitas mulheres que se sabotam no processo de desapego porque
sofrem demais, então voltam atrás para acabar com a dor que estão sentindo
naquele momento. Ou seja, elas ficam com pena de si mesmas e decidem
voltar para quem as feriu para passar o sofrimento que elas mesmas criaram
por conta do apego que desenvolveram por aquela pessoa. Veja só, que
loucura.
É algo do tipo “terminei porque estava sofrendo, mas voltei porque
sofri mais ainda sem ele”. No entanto, o sofrimento do processo de
desapego não se compara ao sofrimento de quem está em um
relacionamento fracassado. Afinal, a dor da desilusão nos fortalece, já a
dor de estar em uma relação falida nos destrói. De um lado, o sofrimento
terá um prazo de validade, pois cedo ou tarde, você vai conseguir
desapegar. Do outro lado, o sofrimento poderá durar para sempre, pois a
pessoa que te feriu não é a mesma que te ajudará a se curar. Aliás, só você
pode curar seu coração partido.
Há pessoas que insistem em relacionamentos autodestrutivos porque
acreditam que amam o outro e querem ajudá-lo a se tornar a sua melhor
versão, mas a verdadeira motivação por trás desse comportamento é bem
mais egoísta do que parece. Elas querem que o outro se torne uma melhor
versão para elas, para atender as necessidades e expectativas delas e para
que elas sintam o mérito do progresso do outro.
Quando você gosta de uma pessoa a ponto de não estabelecer limites
quanto ao que é sua responsabilidade e o que é do outro, você fere a sua
integridade tentando resolver uma situação que não te compete. Você pode,
inclusive, sofrer ainda mais pela sensação de impotência diante da escolha
do outro por não saber respeitar o livre-arbítrio dele.
Não podemos ajudar uma pessoa que não quer ser ajudada e que não
nos pediu ajuda. E, sobretudo, não podemos ajudar ninguém colocando em
risco nossa dignidade. Nunca será o amor que te colocará em uma situação
ultrajante, porque é impossível amar ao próximo em detrimento ao seu
amor-próprio. Aprendemos a amar aos outros quando sabemos a amar a nós
mesmas em primeiro lugar. Não dá para inverter a ordem.
Quando amamos alguém por quem gostaríamos que essa pessoa se
tornasse e nos humilhamos na esperança de que nosso desejo seja atendido,
estamos faltando respeito a nós mesmas. Por consequência, o outro jamais
irá nos respeitar como merecemos, já que nem nós fomos capazes de fazer
isso por nós mesmas.
A paixão romântica é frequentemente confundida com amor, porque
quando não temos consciência da importância de nos priorizarmos, nos
cuidarmos e nos respeitamos como ninguém poderá fazer em nosso lugar,
nos iludimos por qualquer sentimento que se pareça amor.
Quando não conhecemos o amor-próprio, chamamos de amor
a qualquer um que nos desperte paixão.

A paixão é uma afetividade exagerada que atrapalha o


julgamento, então enxergamos as coisas diferentes de como elas são. Na
ausência do amor-próprio, a paixão é o combustível para o apego.
O apaixonado enxerga o outro como um objeto de desejo e, muitas
vezes, o torna sua obsessão. De repente, nele surge o impulso de construir a
sua felicidade as custas do outro como se este tivesse a obrigação de atender
suas expectativas. Quando frustrado, a obsessão se torna muito dolorosa,
mas vai ficando cada vez mais forte quando é atendida.
Uma pessoa que sofre com a obsessão amorosa não reconhece a
alegria em sua própria vida, se sente desmotivada por excesso de
autopiedade e não prospera. Por consequência, ela se torna ansiosa e o seu
humor ou estado de espírito depende totalmente da relação entre ela e a
pessoa pela qual está apaixonada.
A verdade é que ninguém na história morreu após terminar um
relacionamento ou por não ser correspondido por uma paixão.
Simplesmente porque o propósito da nossa existência não é encontrar um
par, casar e ter filhos, mas encontrarmos a nós mesmas, expressarmos a
nossa essência e nos capacitarmos para cumprirmos a nossa missão.
Se encontrarmos alguém que está alinhado com nossos valores e
princípios e tão disposto quanto a gente a construir um relacionamento, é
porque merecemos essa oportunidade de evolução em par. Não é uma
questão de sorte nem de predestinação. Atraímos relacionamentos cada
vez melhores para o nosso caminho à medida que nos tornamos pessoas
melhores.
Isso não significa que se você está tendo relações ruins, você seja uma
pessoa ruim que merece o sofrimento. A vida não castiga ninguém, mas
nossa consciência sim. Quando nosso inconsciente está clamando por uma
mudança de sentimentos e atitudes, atraímos situações que nos possibilitam
enxergar o que precisamos mudar. Cada relacionamento em nossa vida traz
consigo um aprendizado necessário para aquele momento do nosso
desenvolvimento. Nada é acaso. Há um plano divino por trás de cada
encontro. Precisamos nos permitir viver as experiências pelo o que elas são
sem nos lamentarmos pelo o que não aconteceu como gostaríamos.
Ser desapegada não significa amar menos, ser fria nem tratar as
pessoas com indiferença, mas cultivar amor por si mesma para não se
obcecar pela pessoa que acredita amar. O desapego nos ensina a diferenciar
quando é paixão romântica e quando é amor.
O verdadeiro amor é altruísta e desprovido de posse, ciúmes e
controle. Porém, na cultura ocidental o altruísmo é bastante confundido
com a abnegação, assim como o amor-próprio é chamado de egoísmo.
Acontece que para amar alguém de forma altruísta, você deve compartilhar
a sua alegria de viver com ele e contribuir para a felicidade dele, não
renunciar à sua própria vida, seus desejos e sonhos individuais para viver a
vida do outro se apropriando de pessoas, dos objetos e das situações que o
atraem para ter o controle. Tampouco, você deve se doar desmedidamente a
um relacionamento sem que haja reciprocidade.
Que relacionamentos são desafiadores, todo mundo sabe. A questão é
que sem amor-próprio, você não tem um parâmetro de dignidade, portanto
não consegue estabelecer limites saudáveis para que seja respeitada. Sendo
assim, você vai aceitar menos do que merece e achar que isso é o melhor
que pode ter.
Sinto muito te decepcionar, mas a única maneira de desapegar de uma
forma fácil, rápida e indolor é atingindo um certo nível de maturidade
emocional através do amor-próprio e do desenvolvimento da sua
autoestima.
Não existe fórmula mágica para o desapego e quem disser que tem
uma técnica para isso, está mentindo. Para cada pessoa, o processo será
diferente, pois depende das crenças que ela tem e da maneira como
desenvolveu sua personalidade.
Porém, uma coisa é certa: sem força de vontade, ninguém sai do
lugar. Se você diz que quer desapegar, mas continua vigiando o que a
pessoa está fazendo ou pode estar fazendo, verbalizando o quanto você
gosta dela ou sente falta dela, falando sobre a história de vocês para as
pessoas ao seu redor e, principalmente, fantasiando que um dia ela vai
voltar e vocês vão ficar juntos e tudo vai ser magicamente perfeito, você
não quer desapegar. Você quer parar de sofrer pelas suas expectativas que
não foram atendidas, mas não quer renunciar a elas.
O amor é livre em todas as suas manifestações e formas. A
capacidade de amar é uma habilidade inerente do ser humano, dos animais e
até das plantas. Estudos já provaram que até as plantas se desenvolvem
melhor e dão mais flores e frutos quando são cuidadas com amor e,
inclusive, quando escutam palavras de amor de seus cuidadores. Em outras
palavras, tudo o que existe nasceu através do Amor Incondicional.
Como um sentimento tão expansivo e transformador pode aprisionar
alguém e lhe causar sofrimento?
O amor não tem culpa pela falta de inteligência emocional do ser
humano. O amor não é o que nos mata, mas o que nos fortalece. O amor é
como o sol que nos ilumina e aquece o coração. E mesmo que passe por
inúmeras tempestades e dias turbulentos, sempre voltará a brilhar, não
importa o que aconteça. Nem a própria morte é párea para o amor. O amor
simplesmente vive e se manifesta através de nós.
Portanto, quando você ama uma pessoa de verdade, ela potencializa
sua energia amorosa para que atinja a todos os seres e se expanda até os
confins da Terra. Isso significa que se você canalizar todo o seu amor em
uma só pessoa — o seu objeto de desejo —, ela não suportará tamanha
intensidade. Por isso a pessoa amada é como se fosse um propulsor da sua
energia amorosa. Através da experiência de amá-la e ser amada, você
conseguirá manifestar e reconhecer o amor em absolutamente tudo que
existe. Logo, desapegar das suas idealizações com relação a alguém é um
ato de amor; por si mesma, pelo outro, por respeito a vida.
O amor altruísta nos permite dar e receber com gratidão, porque
amar nunca é um desperdício.
O desapego não é a ausência de desejos e ambições, é a confiança
plena no fluxo da vida. É uma questão de fé em si mesmo e no Plano
Superior. Deixamos ir porque não perdemos o que é nosso direito.
O desapego nos ensina a absorver o amor que nos rodeia e
compartilhá-lo com os demais, não só com a pessoa amada. Além disso,
significa que temos uma vida interior abundante e somos capazes de
renunciar aos nossos desejos pela nossa felicidade. Porque a verdadeira
felicidade não é ter suas vontades atendidas, mas não desejar ter mais nada
nem ninguém e se abrir para que a vida possa te trazer o melhor para você.
Aquele que renuncia aos seus planos para se render aos planos
divinos alcança a verdadeira felicidade.
Afirmação para desapego e libertação
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
Ao Arcanjo Miguel e aos Mestres Ascensos,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu, (Seu nome completo), humildemente, apelo ao Cristo para acalmar meus medos e apagar
todos os mecanismos de controle externo que possam interferir nesta cura.
Eu apelo ao meu Eu Superior para que feche a minha aura e estabeleça um canal Crístico para
os propósitos da minha cura, para que só as Energias Crísticas possam fluir até mim.
Eu comando transmutar e liberar todos os processos que estão interferindo em minha evolução.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente me permitindo ser livre de
qualquer ilusão que provenha do ego.
Aqui e agora, eu me perdoo por tudo o que necessite ser perdoado nesta vida, e por tudo o que
necessite ser perdoado e entre as minhas vidas passadas e o meu Eu Superior.
Eu, (Seu nome completo), sou um canal para a Luz Crística atuar. Eu sou a expressão do Amor
Divino.
Eu sou livre (3x)
Eu me liberto dos sentimentos de posse, ciúmes e controle para com os outros nesta vida e em
vidas passadas. Eu permito que o melhor e mais adequado para mim aconteça de agora em
diante.
Eu estou plena e realizada com o Amor de Cristo.
Eu estou livre de todas as vibrações de dor, medo, culpa e ira, da 3a e 4a dimensões.
Eu agora expresso a minha profunda gratidão a Cristo por estar sempre comigo, e pela cura de
todas as minhas feridas e cicatrizes.
Eu agora expresso a minha profunda gratidão ao Arcanjo Miguel por me ter marcado com o seu
selo, de modo a que eu seja protegida para sempre das influências que me impedem de fazer a
vontade do nosso Criador Supremo.
Eu sou livre (3x).
Obrigada, obrigada, obrigada.
CAPÍTULO VII
Despertando sua autoestima

“Quem matou a sua autoestima?”, a pergunta que não quer calar.


Talvez tenha sido ainda no colégio quando debocharam de ti por causa da
sua aparência ou talvez tenha sido através dos seus pais que sempre que
podiam te desqualificavam.
Talvez tenha sido aquela sua amiga que, na verdade, te via como sua
principal rival, ou consequência de uma sociedade patriarcal. Talvez sua
autoestima tenha sido quebrada por uma pessoa que queria te ver bem, mas
não melhor do que ela, ou pisoteada por uma galera que queria te ver dentro
do padrão. Ou talvez tenha sido você mesma.
Quem quer que tenha sido, matou a sua autoestima em doses
homeopáticas ao longo de anos, tão suavemente que você nem se deu conta
de que estava morrendo.
Acontece que quando a gente não gosta da gente, a gente vive para
agradar os outros. Mas para os outros a gente nunca vai ser o suficiente.
Então a gente começa a sentir a partida da autoestima nos partir por inteiro.
Sem dúvidas ficamos incompletas, e não porque nos falte alguém, mas
porque falta amor em nós mesmas.
Há tanta cobrança de sermos perfeitas que esquecemos quem somos.
Como podemos amar quem não conhecemos? A autoestima não é apenas
exercer a sua luz, mas também acolher as suas sombras. É parar de lamber
suas próprias feridas para que possam cicatrizar. É despir-se do ego para se
cobrir de amor. É voltar-se para dentro. É uma sensação de pertencimento.
A morte da autoestima não é o fim, é uma oportunidade de
renascimento. Não desperdice outra vez a chance de se conhecer. Você é
quem mais merece amar você.
No imaginário popular, geralmente, a autoestima está relacionada
com a aparência. Acredita-se que uma pessoa que não está dentro do padrão
de beleza e exibe o seu corpo sem pudor nem vergonha tem uma boa
autoestima. Mas a autoestima se relaciona com os aspectos da nossa
personalidade, é a qualidade de uma pessoa que tem confiança em si mesma
e sabe se valorizar. A origem da palavra autoestima vem do Grego,
AUTÓS, que significa “a si mesmo” e do Latim, AESTIMARE, “valorizar,
apreciar”. Ou seja, valorizar a si mesmo não é cultuar sua imagem e,
tampouco, uma qualidade escassa; qualquer pessoa pode — e deve —
estimar a si mesma.
No entanto, para beneficiar os interesses econômicos de uma pequena
parcela da população, criou-se a crença de que a autoestima é um artigo de
luxo raríssimo de se encontrar, mas por sorte, você pode comprá-la por
alguns milhares de reais — contém ironia.
Dizer que as mulheres sofrem mais com isso do que os homens, é
absolutamente desnecessário. Desde que nascemos, sofremos com a pressão
estética. Eu não sei você, mas em meus primeiros meses de vida, furaram
minhas orelhas para me colocarem brincos simplesmente para que eu
parecesse um bebê mais feminino ou para seguir a tendência da época.
Em meu aniversário de 5 anos, fizeram uma escova no meu cabelo e
recebi tanta atenção e elogio dos adultos que pedi aos meus pais para fazer
escova todos os finais de semana. A partir daquele momento, eu iniciei uma
relação de desamor com o meu cabelo, não o aceitando como é. Não deu
outra, durante 15 anos, estive refém do alisamento através de
procedimentos químicos ou do secador e chapinha. Por metade da minha
vida, eu nunca vi meu cabelo secar natural nem sequer uma vez. Sem contar
das inúmeras privações: não tomar banho de mar, não mergulhar na piscina,
não ficar à vontade em uma viagem; sempre preocupada em como meu
cabelo iria secar e no que as pessoas iriam pensar.
Não é apenas um cabelo, é lembrar que já ouvi que cabelo cacheado é
ruim e cabelo liso é bom. É sentir que não sou bonita do jeito que Deus me
fez e que não poderia ser amada dessa maneira. É acreditar que, para ser
feminina, tenho que ter o cabelo comprido. É viver em uma ditadura da
beleza fazendo um esforço enorme para me encaixar em um padrão
inalcançável para, quem sabe assim, camuflar meus medos e inseguranças.
Sem dúvidas, passar pela transição capilar foi um dos maiores
desafios da minha autoestima. Eu já cheguei a odiar meu cabelo, mas
aprendi a me perdoar. Eu fiz o melhor que pude no nível de consciência em
que eu estava. Eu não podia ver o que eu não era capaz de entender.
No auge dos meus 20 anos, quando eu nem sequer passava pela
minha cabeça a possibilidade de assumir o meu cabelo natural, eu
enfrentava outro desafio que me levou a sérios quadros depressivos: a busca
pelo corpo perfeito. Eu acreditava que deveria ser magra para me encaixar,
para ser aceita e para ser amada. Então, desenvolvi uma relação abusiva
com a comida, pois a via como responsável pela minha infelicidade com
meu corpo. Logo, eu parei de comer e passei a me sentir enjoada sempre
que comia por menos que fosse. Eu não sentia prazer nenhum em comer,
muito pelo contrário, só de pensar que precisava comer, já ficava
impaciente e irritada.
Mas, por mais que eu comesse pouco e até fizesse jejum de 16 horas,
eu não conseguia atingir o corpo que eu queria. Eu não era capaz de ver que
meu corpo nunca seria igual ao de nenhuma outra mulher no mundo, porque
meu corpo é único e foi desenvolvido pelo meu DNA especialmente para
mim.
Eu me comparava as outras meninas em que via nas redes sociais e
tinha a impressão de que havia algo errado comigo. Todas elas pareciam
superfelizes e realizadas com seus corpos magros e definidos, mas eu estava
muito longe dessa realidade. Eu me punia, maltratava e reclamava, pois
acreditava que era azarada e injustiçada por não ter “o corpo ideal”. No
fundo, eu tinha medo de terminar sozinha por causa disso.
Vale ressaltar que, nessa época, eu não levava à sério o exercício
físico, ia para a academia, mas treinava pouco e ruim, me alimentava mal,
bebia álcool várias vezes na semana, saía de balada e virava algumas
noites... Ou seja, eu não tinha autoestima para cuidar de mim como eu
precisava e apenas sabia reclamar do meu corpo. Para reforçar o meu papel
de vítima, eu dizia para mim mesma que as mulheres só conseguiam ter
aqueles corpos “perfeitos” porque tinham dinheiro para fazer cirurgias e
procedimentos estéticos, além de contratar profissionais para lhes ajudarem,
e como eu não tinha nada disso, eu não ia conseguir. Então, eu sentia mais
pena de mim mesma e sofria cada vez mais.
Eu era escrava da ditadura da beleza e estava sempre em busca de
alguma fórmula milagrosa para atingir a perfeição com o mínimo de esforço
possível. Nessa época, a minha relação comigo mesma era doentia e
também uma consequência dos traumas que vivi em minha infância e da
maneira como fui criada. A minha mãe me dizia que tinha o corpo lindo até
engravidar de mim, que eu tinha feito ela engordar e eu sentia culpa por
isso. Ao ver o casamento dos meus pais fracassar, associei que se eu
engordasse, eu teria o mesmo destino que a minha mãe. No fundo, eu
apenas tinha medo de não ser amada por quem eu sou e escondia essa
insegurança detrás da minha aparência. Eu queria estar sempre impecável
para me livrar da culpa que sentia pela ruína do casamento dos meus pais e
para não ter o mesmo futuro que a minha mãe.
Aos poucos, o cansaço e a necessidade de me conhecer falaram mais
alto do que as crenças que me aprisionavam. Eu queria saber quem é a
mulher que eu nasci para ser. Eu queria me tornar a mulher que eu nasci
para ser. Queria honrar minha ancestralidade para ser digna de escrever
uma nova história para mim. Queria aprender a me amar por quem eu sou:
consciência, não aparência.
O meu processo de aceitação durou anos e foi muito doloroso porque
eu não só precisei mudar meus hábitos, mas sobretudo as minhas crenças.
Eu me tornei vegana, adquiri disciplina para treinar com frequência, me
eduquei a dormir sem o celular perto de mim (eu o deixo a 2 metros de
distância) e deixei de seguir todas as páginas de fofoca e conteúdos na
internet que não estavam alinhados com meus valores. Em vez disso,
comecei a seguir pessoas que me ensinam e me inspiram. Inevitavelmente,
eu tive que me afastar de pessoas e situações que reforçavam as minhas
crenças negativas e me puxavam para baixo (mesmo que não tivessem a
intenção).
Veja bem, não estou recomendando que você faça o mesmo que eu
fiz, mas que você crie a sua lista de prioridades de autocuidado e tenha
disciplina para cumprir diariamente.
Você não precisa ser vegana, mas pode ter uma alimentação mais
saudável, buscar por alimentos orgânicos, comer mais vegetais do que carne
e evitar condimentos, industrializados e fast-food. Você não precisa treinar
todos os dias, mas deve fazer exercício físico regularmente; quanto antes
você aceitar, menos vai doer. Você não precisa deletar suas redes sociais,
mas assumir o controle sob o tempo em que fica conectado e estar
constantemente vigilante sobre o conteúdo que você consume e como isso
te afeta. Se você não em força de vontade o suficiente para mudar os seus
hábitos e atingir a plenitude que você gostaria, procure ajuda profissional.
Não adianta dizer que quer da boca para fora e continuar esperando que
alguém irá fazer a sua parte em seu lugar, hein.
Todas as minhas amigas passaram por desafios com a autoestima
similares aos meus, embora a origem de cada um fosse diferente. Então,
quando eu comecei a me dar conta de que precisava mudar e aprender a me
amar por quem eu sou, foi inevitável me afastar de certos grupos em que as
mulheres competiam muito entre si e falavam mal de outras mulheres,
sobretudo, quanto aos seus corpos.
É normal que, quando começamos a despertar, sintamos que muitas
coisas que fazíamos já não tem mais sentido e precisamos estar dispostas a
perdê-las se quisermos que coisas melhores entrem em nossa vida.
À propósito, não estou falando sobre perder a amizade das pessoas e
cortar vínculos, mas apenas de manter uma distância saudável enquanto
busca entender como se sente sobre a nova ótica sobre a realidade.
Quando nos libertamos dessas amarras sociais, nos tornamos
inspiração para outras mulheres que ainda estão cegas pelo processo.
Através do nosso exemplo plantamos uma semente no coração e na mente
delas mais poderosa do que se tentássemos convencê-las sobre o que
estamos compreendendo sobre nós mesmas e o mundo ao nosso redor. É
muito mais fácil fazer com que sigam nosso exemplo do que nossos
conselhos.
Sendo assim, de jeito nenhum, eu me arrependo por ter me
distanciado de alguns grupos sociais e até mesmo perdido algumas pessoas
pelo caminho; acredito que elas nunca tiveram a intenção de ficar, então no
fim das contas, eu não perdi nada. Porque eu estava fazendo uma escolha
por mim, pela minha saúde mental e pelo meu direito de recomeçar. Eu
queria ter uma nova chance comigo. Queria me aceitar e me livrar do
meu apego à matéria. Queria construir um novo futuro para mim que não
fosse reflexo da relação dos meus pais. Queria me aceitar e me amar como
ninguém pode fazer em meu lugar.
Nada disso seria possível sem autoconhecimento. Entender a minha
história de vida e como isso impactou em minha autoestima foi fundamental
para que eu pudesse sair do lugar de vítima e assumisse a responsabilidade
de me tornar quem eu nasci para ser.
Nenhum complexo surge do nada. Se você não gosta do seu nariz, ou
da sua boca ou do seu cabelo por exemplo, pode ter certeza de que o motivo
por trás envolve feridas emocionais que não foram cicatrizadas. Não é uma
simples questão de ser bonito ou feio, até porque a verdadeira beleza não é
física, é a expressão da perfeição divina.
Em outras palavras: tudo aquilo, ou todo aquele, que expressa sua
essência divina e se permite ser quem é, se torna belo. Porque a criação
divina é a representação da beleza, da elegância e da arte. Basta olhar a
natureza e você irá perceber a beleza da Fonte Criadora. A natureza é
absolutamente perfeita, é a obra de arte de Deus, e fazemos parte desse
quadro. No entanto, devido a dualidade em que nossa mente opera e nossa
capacidade limitada com compressão quanto a beleza divina, rotulamos o
que acreditamos ser bonito ou não de acordo com nossas próprias
condições.
Em nossa cultura, se abomina comer carne de cachorro, pois o vemos
como o melhor amigo do homem, sentimos afeto por ele e nos
sensibilizamos com sua beleza. No entanto, não nos compadecemos com
uma vaca, não reconhecemos a beleza divina na criação delas e as
sacrificamos para o nosso prazer. Para as culturas em que as vacas são
sagradas, esse ato é repugnante.
A beleza, portanto, está em tudo e todos, mas quando não estamos
conectados com a nossa beleza interior, não conseguimos contemplá-la ao
nosso redor.
Quanto mais imaturas somos, mais buscamos parceiros afetivos que
sejam bonitos aos nossos olhos e nos limitamos aos parâmetros superficiais,
pois é dessa mesma forma que tratamos a nós mesmas. Acreditamos que só
temos valor pelo o que aparentamos ser e, muitas vezes, só nos sentimos
confortáveis em nossa própria pele quando nos encaixamos no padrão que
acreditamos que seja o normal.
Desenvolver autoestima é reconhecer em si mesma o valor que você
tem, o mérito de suas conquistas, o aprendizado de seus fracassos, o
crescimento devido as suas provas e expiações. Estimar a si mesma é ter
orgulho de quem você é, aprendendo a ressignificar o seu passado e perdoar
a si mesma por tantas cobranças.

Autoestima é se tratar com mais amor e priorizar o seu bem-


estar sem se sentir culpada por fazer o melhor para você.

Uma pessoa com boa autoestima é bela, independentemente de como


seja sua aparência. Ela irradia a confiança de saber quem é. Ela é atraente
porque não está preocupada em atrair. Ela não se compara aos demais, mas
a si mesma, reconhecendo os percalços e alegrias em sua evolução. Ela tem
muito mais potencial de encontrar alguém que a ame verdadeiramente e
queira construir uma vida ao seu lado, pois ela sabe diferenciar quando
alguém se aproxima dela por questões superficiais e quando alguém está
encantado por sua personalidade. Ela se sente tão bem consigo mesma que
não sente a menor necessidade de se sobressair ou passar por cima dos
outros.
Muitas vezes, acreditamos que uma pessoa que se acha superior ou
melhor do que as demais, fala bastante de si mesma, se enaltece e conta
vantagem, tem muita autoestima, mas na verdade ela pode ser narcisista. O
que é o oposto de ter estima por si mesma.
O narcisismo se caracteriza pela baixa autoestima, por isso tanto
esforço para ter aprovação de terceiros. É muito comum que pessoas que
têm transtorno de personalidade narcisista ou traços acentuados de
narcisismo, no fundo, não se sintam dignas de serem amadas por quem são,
portanto, criam aquela personalidade autossuficiente como uma forma de
defesa contra críticas e julgamentos. Vale ressaltar que vivemos em uma
sociedade narcisista, portanto, ninguém escapa de ter traços narcisista ou
momentos em que se vê tomado por esse egocentrismo, então é importante
nos observamos para não alimentarmos esse comportamento em nós
mesmas.
Dificilmente, uma pessoa que se acha a última bolacha do pacote tem
boa autoestima. Porque a pessoa que tem confiança em si mesma não faz
questão de se provar. A pessoa que sabe se valorizar, não tenta convencer
ninguém do que merece. Ela simplesmente não aceita menos e não se
coloca em situações de indignidade. Ela não espera pela validação de
terceiros para colocar seus planos em prática, tampouco, tem medo do que
irão dizer ou pensar ao seu respeito. Ela arca com as consequências de ser
ela mesma, ainda que isso seja chocante para uma cultura que tenta fazer
com que sejamos todas iguais. Ter uma boa autoestima é saber que ninguém
pode desenvolver o seu papel na vida melhor que você.
Lembre-se que fomos ensinadas a nos odiar por quem somos. O
capitalismo se beneficia com as nossas inseguranças porque assim vendem
mais produtos e serviços com a promessa de que nos encaixaremos no
padrão de beleza. Padrão, este, que muda constantemente tornando essa
busca inalcançável.
Por mais tentador que seja, entenda que a sua autoestima não pode ser
comprada. Então você precisa compreender e aceitar que você nunca vai ser
como ninguém que você já tenha visto, porque seu corpo é único. Até
mesmo gêmeos idênticos tem suas particularidades.
Você nasceu exatamente do jeito que você precisa ser e com todos
os recursos que você necessita para evoluir, isso é um fato. Você pode
mudar sua aparência até se sentir mais confortável em sua pele, mas
cuidado para não perder a noção e querer se tornar outra pessoa, porque
você pode causar um dano a sua autoestima irreparável. A partir do
momento em que você terceiriza a responsabilidade de te fazer sentir bem
consigo mesma à um recurso estético ou uma condição corporal, você está
minando a sua autoconfiança. A mensagem que você está mandando para o
Universo é de que você não se aceita e não se ama, a não ser que você se
torne o que esperam de ti. Essa crença traz consequências para todas as
áreas da sua vida porque sem autoestima não somos capazes de realizar
nenhum dos nossos sonhos.
Saiba agradecer e se parabenizar por sua jornada e conquistas.
Se você focar no que ainda falta, sempre se sentirá frustrada com o
processo, especialmente se for mais lento do que você espera, então para
que a sua caminhada seja leve, você precisa saber reconhecer aonde já
chegou. Quando você se vir diante de um novo desafio, se lembre de tudo
que você já superou e saberá como enfrentá-lo. Isso ajudará a fortalecer a
sua estima por si mesma.
Não duvide do seu potencial. Se uma oportunidade chegou até você, é
porque você mereceu. Se um desafio chegou até você, é porque você pode
superar. Nada acontece por acaso e a vida sabe exatamente o que nos enviar
e o momento certo de cada coisa acontecer. Se você não acreditar que
merece, não adianta de nada se esforçar muito, porque você não vai atrair o
que você quer, mas o que você precisa para evoluir. Se a vida está tentando
te ensinar a desenvolver mais autoestima, ela não vai realizar seus desejos a
não ser que você esteja pronta.
Então, se você se sabota constantemente em seus objetivos ou
relacionamentos, talvez você tenha medo do sucesso. No fundo, isso
significa que você não se acha digna de ter aquele nível de realização e
felicidade. Não é uma questão de acreditar que você merece mais do que os
outros, mas que você merece assim como qualquer pessoa. Não há razão
para você se contentar com a mediocridade se pode ter abundância e
prosperidade, já que o Universo dispõe de recursos ilimitados e infinitos.
Quando você realmente acredita em si mesma, o tempo se torna o seu
aliado em vez de inimigo, os desafios são provas que te levam ao seu
destino e a autoestima é sua garantia de sucesso.
Aprender a se amar e estimar a si mesma são sinais de maturidade,
pois há uma diferença gritante entre amadurecer e envelhecer. Envelhecer
faz parte do processo natural da vida em um corpo físico; nada nem
ninguém é capaz de evitar. Já amadurecer diz respeito a evolução moral, é
um processo intrínseco que em algumas pessoas é bastante lento, enquanto
outras, por circunstâncias da vida, é antecipado. Então, não importa a idade
que você tenha, e sim, o quanto você tem buscado evoluir e mudar.
Uma pessoa imatura é aquela que tem muita dificuldade de aceitar
quando seus planos dão errado, quando a situação sai do seu controle e
quando imprevistos acontecem etc. Ela briga constantemente contra a vida
porque se vê como a grande vítima das circunstâncias. É uma pessoa que
tende a se comparar demais as outras pessoas e alimenta sentimentos de
inveja e despeito. A imaturidade se caracteriza, sobretudo, pela falta de
responsabilidade, então é uma pessoa que terceiriza a culpa para quem
estiver ao lado. É egoísta porque tem um senso de autoimportância
distorcido; acredita que merece ser servida e constantemente se sente
injustiçada quando suas necessidades não são atendidas por terceiros.
Então, se uma pessoa imatura emocionalmente não estiver disposta a
reconhecer a sua responsabilidade sobre a situação da qual reclama, ela terá
muita dificuldade de desenvolver amor-próprio, porque está sempre à
espera de que alguém venha lhe salvar.
O amor-próprio não “vem” com o passar dos anos como se fosse algo
predestinado a acontecer com todo mundo em uma determinada fase da
vida, nem se iluda. Porque o amor já está em nós, porém, em muitas
pessoas, está adormecido. Portanto, se amar é despertar a si mesma para as
infinitas possibilidades que a vida nos traz de sermos felizes. Você precisa
querer e, com isso, significa estar disposta a assumir a jornada, por mais
dolorosa que seja, de resgatar seu próprio amor. Maturidade é quando
você honra a sua decisão de se amar através da prática diária.
Há quem acredite que amar a si mesmo é egoísmo, mas pelo
contrário, o amor-próprio nos ensina a sermos altruístas, porque quando nos
sentimos bem e realizadas, somos capazes de transbordar essa energia
amorosa e ajudar outras pessoas a se desenvolverem. Aliás, quando nos
amamos verdadeiramente, desejamos que todos possam sentir o mesmo. Por
exemplo, uma pessoa que se ama, ao terminar um relacionamento afetivo,
ela deseja apenas o bem para o ex-parceiro, porque:
a) ela se sente grata pelo o que aprendeu e não ressentida sobre o
que aconteceu (caso tenha sido uma experiência ruim);
b) ela não deseja o sofrimento alheio nem vingança para se sentir
bem consigo mesma;
c) ela sabe que tudo aquilo que ela deseja ao outro voltará para
ela na mesma intensidade cedo ou tarde, porque essa é a Lei do plantio e da
colheita a qual todos estamos submetidos;
d) ela compreende que merece ser feliz e, portanto, sabe que a
felicidade do outro não compromete a sua;
e) ela se perdoou pelo o que permitiu que acontecesse e, assim,
se livrou do peso do rancor, do ressentimento e da mágoa;
f) ela não tem medo de se permitir amar novamente porque,
agora mais consciente de suas atitudes e sentimentos, tem mais chances de
viver uma relação saudável.
Então, como é que alguém que se ama pode ser egoísta se tudo que
ela aprendeu sobre o amor-próprio lhe tornou uma pessoa melhor e com
mais capacidade de amar ao próximo?
Se tem uma coisa que eu te garanto é que a gente quebra a cara
milhares de vezes até nos reconhecermos inteiras. Porque ninguém nasce
desconstruído, então é preciso aprender a colar os cacos e a recomeçar.
Ninguém cresce sem sair do lugar. Mas a cada dia que a gente recomeça,
por necessidade ou escolha, a gente se reconstrói ainda melhor e mais
conscientes do que somos capazes de enfrentar. Com o passar do tempo não
vai ficando mais fácil, mas a gente vai se tornando cada vez mais forte e,
então, percebe que em uma vida só cabem incontáveis recomeços.
Todas as frustrações provêm da necessidade do ego de se
sobressair e alcançar patamares irreais de felicidade. À medida que nos
libertamos de tantas crenças, permitimos que a vida nos traga o melhor e
mais adequado para nós. Muitas vezes, você irá conseguir o que você quer,
mas não do jeito que você espera para que você aprenda a confiar que os
planos divinos sempre são melhores que os seus.

O processo de autoconhecimento é o único caminho que nos


leva ao encontro do amor verdadeiro, aquele que nutrimos,
primeiramente, por nós mesmas.

Se valorizar ao ponto de saber o que você merece, viver de acordo


com a sua essência e não se preocupar em seguir o padrão é o verdadeiro
significado da felicidade.
Quando você tem dificuldade de ficar sozinha por falta de estima por
si mesma, por consequência, você se envolve emocionalmente com mais
facilidade, já que você está buscando alguém para suprir um o seu vazio
interior.
Vale ressaltar que vivemos em uma sociedade que considera solidão
um fracasso social, especialmente para mulheres. Há muitos anos, mulheres
são condicionadas a procurarem um parceiro para se casarem e serem
validadas. Então como se sentir segura sendo você mesma se desde que
você nasceu, ouviu sobre quem precisava ser para ter alguém que te ame?
No entanto, não podemos apenas culpar a sociedade, porque não
somos coitadinhas. Reforçamos essa crença em nós mesmas a partir do
momento em que não assumimos a responsabilidade pelas nossas escolhas.
“Ame ao próximo como a si mesmo”, como disse o mestre Jesus,
significa que devemos primeiro nos amar para, então, amar o outro, não que
devemos amar o outro mais do que a nós mesmas. Verdade seja dita: a única
pessoa que vai ficar contigo para o resto da vida é você mesma.
Busque tratar-se do medo de ficar sozinha através da terapia, porque
você precisa ressignificar essa crença e aprender a gostar da própria
companhia. Uma coisa eu te garanto: não vai aparecer alguém em seu
caminho que vai suprir a falta de amor por si mesma. Você pode até
encontrar boas pessoas que estejam dispostas a te amar, mas elas irão seguir
o seu exemplo, não a sua vontade. Portanto, elas não vão te amar como
você merece enquanto você não for capaz de fazer isso por si mesma.
As relações afetivas são reflexos do seu inconsciente para que você
possa perceber qual o padrão vibratório que está predominando em seu
entorno. Isso significa que se uma relação te causa raiva, dor e tristeza,
esses são os sentimentos que estão em evidência em seu interior e
impedindo a sua vida amorosa de fluir. Mas se uma relação de traz
harmonia, sossego e prosperidade, então você está em paz consigo mesma e
vivendo com amorosidade. A realidade ao seu redor é um espelho do seu
universo interior. Não tem para onde correr, por isso ninguém é vítima da
própria vida.
Somos absolutamente responsáveis pela maneira como nos sentimos
e, muitas vezes, o propósito de um relacionamento afetivo acontecer é nos
ajudar a amadurecer emocionalmente. Mesmo que a relação ao nosso ver
fracasse, se aprendemos alguma coisa com isso, essa relação foi benéfica
para nosso desenvolvimento pessoal. Tornamo-nos seres humanos melhores
quando estamos mais conscientes do que plantamos e do que iremos colher.
A cada nova relação, temos a oportunidade de pôr em prática o que já
aprendemos e termos resultados diferentes.
Como você espera que o Universo te traga o que você quer se você
aceita menos do que merece? Ou seja, se por medo de ficar sozinha, você se
envolve com qualquer pessoa por mais que não te trate bem, a mensagem
que você está mandando para a vida é de que você prefere ter migalhas do
que ficar sem nada. Então você vai ter o que você pediu: migalhas.
Quando a vida te enviar situações desafiadores para que você
amadureça e se torne quem precisa ser para viver uma relação como
merece, não fuja. Você não evitará o sofrimento, apenas irá adiar a dor, pois
a natureza humana não dá saltos. O que torna o caminho mais fácil é ser
consciente do que precisa trabalhar em si mesma. É muito mais cômodo
substituir uma pessoa por outra do que lidar com a solidão para quebrar
seus paradigmas. Mas ninguém pode te salvar, a não ser você mesma.
A vida é absolutamente justa com você e todos seus pedidos são
atendidos pelo Plano Superior. Não tenho a menor dúvida de que o maior
desejo do Criador é te ver feliz e realizada em sua experiência terrena, mas
isso não será possível enquanto você ficar com pena de si mesma. O medo
é o ego ferido em busca de alguma recompensa imediata.
A inteligência emocional, que te permite tomar decisões mais
assertivas em seus relacionamentos afetivos, é uma consequência do
desenvolvimento da autoestima com base em seus valores e virtudes. Um
belo sinal de que você está no caminho certo é quando você reconhece os
padrões que te fazem sofrer e decide mudar porque sabe que não vale a
pena comprometer sua saúde emocional e psicológica apenas para satisfazer
seu ego por alguns momentos. Não é uma decisão fácil, mas representa um
grande comprometimento que você tem com a sua felicidade; é um ato de
amor-próprio. Você não tem medo do que está “perdendo” porque tem
consciência de que merece muito mais.
É muito importante que você pare de se importar com o que os
outros pensam de ti para que possa desenvolver sua autoestima. Quanto
mais você buscar por aprovação, mais irá se sentir insuficiente e
desconectada com sua essência. O propósito de uma boa autoestima não é te
tornar mais atraente ou agradável aos olhos dos outros, mas te empoderar
para que você possa cumprir a sua missão de vida. Você é a única pessoa a
quem deve agradar. Quando você parar de se importar com como as pessoas
reagem ao que você faz, estará tão alinhada com a sua centelha divina que
experimentará o amor incondicional por si mesma, sentindo-se
autossuficiente e pronta para superar qualquer desafio em seu caminho. Por
consequência, todo mundo vai querer estar com você.
A questão é que você não deve elevar sua autoestima para ser gostada
pelos outros, mas para ter mais autoconfiança e poder ser você mesma,
porque quando você faz algo esperando pela aprovação do outro, você vai
atrair a desaprovação, pois essa foi a verdadeira motivação da sua atitude,
entende? Isso significa que a sua ação somente te trará um retorno positivo
quando a motivação por trás for o amor por si mesma.
Pode ser que nesse processo você perca pessoas que gostavam da sua
versão antiga — aquela que era insegura, que sempre estava tentando
agradar e sentia culpa por fazer o melhor para si mesma — mas não se
preocupe, porque essas perdas serão livramentos. Que fiquem ao seu lado
somente aqueles que percebem quem você é, compreendem suas fases e
mudanças e te amam apesar das diferenças.

Estabelecer limites saudáveis em todas as suas relações para


ser respeitada é o mínimo que você pode fazer pela sua
autoestima.

Amizades, relações afetivas e até familiares precisam de limites para


que você mantenha sua dignidade. Ninguém tem a obrigação de adivinhar
como você se sente, então é sua responsabilidade deixar claro o que você
aceita e o que não tolera.
A autoestima é uma emoção extremamente poderosa e capaz de
desbloquear todas as áreas da sua vida para que você tenha prosperidade e
abundância de recursos. Todos nós, sem exceção, temos o mesmo potencial
de desenvolvermos carinho, cuidado e compaixão por nós mesmos. Não são
as condições que uma pessoa nasceu (rica, pobre, baixa, alta, loira, morena
etc) que determinam sua autoconfiança. Não existe ninguém privilegiado
quando o assunto é autoestima. Uma pessoa pode ter nascido com algo que
você gostaria de ter, mas isso não significa que ela não tem seus conflitos
internos. Então, embora tenhamos desafios diferentes em nossa jornada,
todos temos o mesmo objetivo: aprender a nos amarmos cada vez mais
como um reflexo da maneira como o Criador nos ama para que sejamos um
canal de luz neste planeta.
O cultivo da autoestima não está apenas nas relações afetivas, mas
está nos detalhes da rotina que muitas vezes passam despercebidos por nós.
É sobre saber descansar. É sobre não ser tão exigente consiga mesmo. É
sobre não querer controlar tudo. É sobre respeitar seus limites físicos e
mentais. É sobre aprender a ouvir seu próprio corpo. É sobre não tentar
carregar o mundo nas costas. É sobre não dar conta de tudo e não sentir
culpa por isso. É sobre soltar responsabilidades que não são suas. É sobre
descobrir o que fica em nós é mais importante do que todo o resto que vai.
Aprendi que amor-próprio é estar no fluxo do bem-estar; o único que
flui. A gente pode permitir ou não esse fluxo através das nossas emoções.
Se resistimos, adoecemos, estagnamos, nada dá certo. Mas quando
permitimos, prosperamos e soluções aparecem, o bem-estar passa a se
manifestar de todas as formas em nossa experiência. A gente só precisa
prestar atenção naquilo que nos cura ou que nos fere. São nos detalhes que a
gente se perde, e são nos detalhes que a gente se encontra.
Você é insubstituível e ninguém pode cumprir a sua missão de vida
em seu lugar, portanto, é sua obrigação exercer a sua excelência em tudo o
que você faz. O que não quer dizer que você precisa ser a melhor, nem
superior a ninguém; apenas expresse a sua verdade interior, libere a sua voz
e dê vida aos seus sonhos. Autoestima é isso.
Afirmação para elevar a autoestima
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
A minha Família espiritual,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu sou Luz,
Luz brilhante,
Luz radiante,
Luz intensificada.
Eu sou uma fonte inesgotável de Amor e Luz que não pode ser interrompida por pensamentos e
sentimentos humanos.
Eu sou Alma,
Alma Divina,
Alma em aperfeiçoamento,
Alma em expansão.
Eu estou conectada com Deus e permito que o Amor Incondicional se manifeste através de mim
em todos os aspectos da minha vida e das pessoas ao meu redor.
Eu sou perfeita como sou.
Eu sou a expressão da Beleza Divina.
Eu sou a minha própria heroína.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando a minha essência
amorosa ou centelha divina.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando quem Eu Sou.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando ser guiada através da
minha intuição pelos meus Guias e Mestres espirituais para cumprir a minha missão de vida.
Eu estou profundamente, completamente e conscientemente aceitando a responsabilidade de
transformar a minha realidade em conformidade com o Plano Divino.
Eu me permito atingir níveis extraordinários de plenitude e felicidade como qualquer outra
pessoa já tenha atingido.
Eu me permito atuar da melhor forma possível em todas as situações. Eu me amo e me aceito
exatamente como eu sou.
Eu liberto de qualquer necessidade de dor e sofrimento e me permito receber tudo que há de
melhor nesta vida e nas vidas seguintes.
Cristo apoia-me de todas as maneiras possíveis e eu expresso a minha gratidão transbordando
amor e luz por onde passo.
Eu sou capaz de cuidar de mim mesma e reconheço o meu próprio poder.
Eu sou Luz,
Luz brilhante,
Luz radiante,
Luz intensificada.

Obrigada, obrigada, obrigada.


CAPÍTULO VIII
Aprenda a se perdoar para seguir
em frente

Não posso negar, nunca tive facilidade em perdoar. Sentia como se ao


perdoar alguém, significasse que o que ele me fez — com ou sem a
intenção de me ferir — não tivesse importância, como se a dor que eu senti
fosse exagero ou drama. Sentia que se eu perdoasse, eu deveria esquecer
tudo que aconteceu. Mas não me parecia justo, sobretudo, quando a pessoa
não demonstrava ter nenhum pingo de arrependimento nem remorso.
Parecia que eu era a única que sofria pelo mal que me haviam feito,
enquanto o outro, por não sentir culpa, continuava a prosperar.
Estive na busca do perdão por muitos anos e a cada vez que acreditei
haver entendido como funcionava o processo, a vida me surpreendeu
trazendo para minha realidade uma situação em que eu novamente me via
“pressionada” a perdoar. Parecia não ter fim.
Em um certo momento, percebi que se eu estava cansada de perdoar,
então algo devia mudar. Talvez eu tivesse que parar de buscar culpados.
Passei a me responsabilizar por permitir que essas situações acontecessem.
Se eu me decepcionava era porque eu esperava demais, talvez até projetasse
nas pessoas o que eu via em mim. A culpa, então, era minha e eu devia ser
mais esperta para me defender.
Mas algo não me parecia certo. Por que a lição seria sobre me fechar
para me “proteger” se estamos aqui para aprender a amar?
Quando o assunto é perdão, há muitos conceitos que podem nos
limitar a desenvolver essa virtude. Há quem acredite que o perdão é um ato
religioso, pois foi bastante defendido por Jesus e explorado pelo
cristianismo. Mas essa é uma interpretação errônea a respeito do que Jesus
tentou nos ensinar. Não é preciso ser um santo, um messias e nem sequer
acreditar em Deus para ser capaz de perdoar, pois o perdão não está
relacionado com suas crenças, mas com seu autoconhecimento. O mestre
Jesus foi o exemplo vivo.
Autoconhecimento é parar de fazer afirmações limitantes — boas
ou ruins — sobre si mesma, do tipo: “eu sempre fui assim”, “eu nunca
faria isso”, “eu sou assim”, “esse é meu jeito”, “quem me conhece,
sabe” etc, porque você só pode acreditar no que você já conhece.
Se você está disposta a se conhecer profundamente, tem que estar
aberta a descobrir o que você não espera sobre si mesma. Em outras
palavras, se abrir para a possibilidade de se decepcionar, de sentir vergonha,
culpa, medo, raiva etc. Se conhecer não vai te ensinar somente a valorizar
suas qualidades, mas a lidar com suas vulnerabilidades. Todos os seus
sentimentos importam porque, mesmo o pior deles, te faz consciente do que
você precisa transformar em si mesma.
É absolutamente doloroso perceber que as suas verdadeiras intenções
ou motivações acerca de uma determinada situação não eram nada do que
você pensava. Enquanto não estamos despertos, contamos histórias a nós
mesmos — muitas vezes ilusórias — sobre o que acreditamos que tenha
acontecido. Enxergar a Verdade pode ser um choque de realidade.
No entanto, não há sensação melhor do que aprender a se perdoar e
ser capaz de ressignificar suas escolhas e as consequências delas ciente de
que tudo te serviu de aprendizado.
Aos poucos, durante essa jornada, perdemos o medo de dizer
“não”, de perder quem nunca fez questão de ficar e de seguir o nosso
coração. A busca por ser aceito, ou estar por dentro do que os outros estão
falando, ou de cumprir algum papel social (por exemplo: de esposa ou de
mãe) é substituída pela liberdade de si pertencer e determinar como será a
sua vida a partir de então.
Saber perdoar não te faz superior a ninguém e não requer que você
seja iluminado. Você pode aprender a perdoar e, ainda assim, ter outros
desafios em seu caminho de ascensão.
Perdoar não significa que você seja a vítima de uma situação, que
você tenha a razão ou que você não tenha responsabilidade sobre seus erros.
Por falar nisso, perdoar ao outro não tira a responsabilidade quanto aos
erros dele nem significa que você esqueceu o quanto foi magoado. Perdoar
não é agir como se uma determinada situação não tivesse acontecido, é tirar
o aprendizado com a experiência e não cultivar o sofrimento.
Portanto, o perdão não se trata da sua relação com o outro, mas da sua
relação consigo mesma. O outro não precisa se arrepender, sofrer e nem te
pedir perdão para que você possa superar o que aconteceu entre vocês.
Inclusive porque você atraiu essa situação para o seu caminho para que
pudesse aprender algo com isso, lembre-se disso. Você pode ter sido vítima
em um determinado momento do seu passado, mas foi responsável pelo o
que permitiu que acontecesse. Isso significa que, gostando ou não, você
precisava passar por aquele desafio emocional para poder amadurecer.
Então, a primeira pessoa que você precisa perdoar a si mesma.
Ao se encarar imperfeita e errante, você vai pensar em desistir. Seu
ego tentará te convencer de todas as maneiras que você é vítima da sua
própria vida. A culpa, o ressentimento e a vergonha são apenas outras
maneiras de vitimização. Não vai te restar outra saída, você precisará se
perdoar por isso também.
O perdão não é para aqueles que são religiosos ou espiritualistas,
é para qualquer ser humano em busca de evoluir através do amor-
próprio. É um dos caminhos mais assertivos para amadurecer
emocionalmente. E, acredite se quiser, é o caminho mais fácil para superar
suas dores.
O que nos impede de perdoar a nós mesmos e aqueles que nos
machucaram é o nosso ego. Muitas vezes, nos referimos ao Ego na terceira
pessoa como se não fosse parte de nós ou como se atuasse por forças
alheias à nossa responsabilidade. Fazemos do Ego o nosso algoz para não
aceitá-lo como parte da nossa experiência terrena.
Há pessoas que acreditam que em algum momento conseguirão se
livrar do Ego como quem se desfaz de uma roupa que não lhe serve mais.
Quanto mais enxergamos o Ego como uma circunstância palpável que a
qualquer momento poderá ser tirado de nós, menos entendimento temos
sobre sua importância na expansão de consciência.
Há somente uma maneira para vencermos o ego: a iluminação. A
ascensão espiritual para o plano do Amor Incondicional é a libertação do
egoísmo, a morte do Ego. Mas pode levar centenas de anos e incontáveis
vidas no plano físico até atingirmos esse objetivo, verdade seja dita.
Portanto, não se preocupe em derrotar o Ego, mas reconhecê-lo como
uma ferramenta para superar a si mesma.

O amor e o Ego são extremos opostos do mesmo sentimento;


um é apenas a ausência do outro.

O Ego nos desafia constantemente para que possamos expandir a


nossa consciência amorosa. Nos sentimos vítimas, nos frustramos, nos
decepcionamos e somos movidos por desejos egoístas para aprendermos a
nos perdoar, ter compaixão por nós mesmos e nos amarmos como
merecemos. A partir disso, somos capazes de transbordar para o próximo e
tornamos o mundo ao nosso redor um lugar melhor do que estava quando
nascemos.
Quando ferimos nosso ego, fazemos de tudo para que a dor passe o
mais rápido possível. Acontece que, para isso, muitas vezes buscamos ferir
outras pessoas para equilibrarmos a forma como nos sentimos ou sentirmos
que não fomos a única que saiu perdendo ou simplesmente nos vingarmos,
dentre tantas outras coisas. Por isso é necessário deixar doer porque onde
há dor, há uma lição a ser aprendida.
A cura é um processo de despertar de consciência. A partir do
momento em que você percebe que algo feriu o seu ego, você tem a
oportunidade de se trabalhar, se autoanalisar, se questionar: POR QUE isso
me fere?
A consciência é o que permite a mudança. Devemos tratar a causa da
dor, e não as cicatrizes da ferida. A cura é nossa responsabilidade e durante
esse processo iremos sentir medo, vergonha, ansiedade, angústia... Quanto
mais nos expomos ao ridículo de nós mesmas, mais conscientes ficamos de
tudo o que somos e maior será a nossa capacidade de mudança. É preciso
aprender a se perdoar porque o fato de você ter consciência de sentimentos,
atitudes e pensamento provocados pelo ego, e não por sua essência, já
significa que você está sendo curada. É preciso soltar o que passou.
Perdoamos aos outros quando aprendemos a perdoar a nós
mesmas. Quando reconhecemos que somos falhas e imperfeitas e que,
mesmo com a melhor das intenções, em algum momento, já ferimos alguém
também.
Perdoamos aos outros quando nos damos conta de que não sabíamos
o que estávamos fazendo, não nos conhecíamos naquele momento porque
lutávamos contra o amor que vive em nós.
Perdoamos para que sejamos livres de mágoas e ressentimentos que
nos impedem de prosperar. Perdoamos por nós mesmas, porque quando
aprendemos a nos perdoar sentimos compaixão por todos os outros seres
que estão no mesmo processo. Quanto maior for a nossa decepção, maior é
a necessidade de aprendemos a amar as pessoas pelo o que são.
Perdoamos a pessoa, e não o ato. Porque quando o perdão é legítimo
não precisamos esquecer o que houve, pelo contrário. Lembraremos e até
falaremos sobre isso, mas não sentiremos mais dor.
O perdão nos liberta de nosso próprio egoísmo.
Devemos perdoar àqueles que nos feriram mesmo que eles nunca
reconheçam nem nos peçam perdão. Porque fazer mal a outro ser é a maior
prova de desconhecimento da própria essência. Pessoas feridas ferem outras
pessoas porque não sabem quem são.
Acolha as suas sombras. Faça as pazes com seu passado. Tudo
que você colheu de bom e de ruim te tornaram quem você é. Aceitar a
sua responsabilidade sobre o que você permite que aconteça é o que te faz
tomar decisões mais conscientes. Não houve um só erro em sua vida que
não tenha sido uma oportunidade de crescimento. O perdão, muitas vezes,
está relacionado com superação, com cicatrização de feridas, com
fortalecimento da alma.
Cabe aqui dizer que o perdão não significa aceitar de volta uma
pessoa que te feriu nem dar uma segunda chance a mesma pessoa de te
magoar e, tampouco, permanecer em um lugar de indignidade porque você
é capaz de amar a pessoa apesar da maneira que ela te trata. Quando
perdoamos, estamos libertando-nos das prisões que a dor cria para nós, mas
não temos a responsabilidade nem o direito de libertar ao outro. Portanto,
não é porque você perdoou o que alguém fez contra você que significa que
a pessoa irá mudar para atender as suas expectativas.
Dar uma nova chance, especialmente quando falamos sobre
relacionamentos afetivos, depende do seu livre-arbítrio. Você não se torna
uma pessoa melhor por aceitar de volta ou permanecer com alguém que te
decepcionou. Você assume o risco de ser decepcionada outra vez com essa
decisão. Pode ter certeza de que não há interesse nenhum para a
espiritualidade que você insista em um relacionamento que te faz sofrer.
Aliás, é importante saber observar as suas verdadeiras intenções com essa
escolha. Será que você estava realmente preparada para um recomeço ou
não estava pronta para desapegar?
O perdão não é justificativa para você se colocar um lugar de
indignidade. O verdadeiro perdão é um ato de amor-próprio, não uma
permuta sentimental em troca de uma mudança de comportamento. Sempre
que você negociar o seu perdão, você sairá perdendo.
É impossível desenvolver a sua autoestima e amor-próprio sem
aprender a perdoar. Você pode até acreditar que a situação que você
considera imperdoável não irá afetar a sua vida, que você é capaz de
simplesmente agir como se nunca tivesse acontecido ou como se a pessoa
em questão tivesse morrido, mas como eu disse antes: você pode enganar a
si mesma, mas nunca sua consciência.
Uma vez que estamos em busca de nos tornamos mais humanos com
essa experiência terrena, nosso propósito de vida é desenvolver nossos
valores e virtudes. Portanto, se você tem dificuldade de perdoar, a vida irá
te trazer diversas situações desafiadoras para que você possa superar esse
obstáculo que te impede te evoluir.
Digo isso com propriedade, porque eu sempre tive uma barreira entre
mim e o perdão. Como uma boa canceriana que sou, guardava muita mágoa
e ressentimento de todas as pessoas e situações que me feriam, mas seguia
em frente como se pudesse bloquear da minha memória e coração esses
acontecimentos.
No meu caso, a minha dificuldade de perdoar me tornou uma pessoa
desconfiada, que não se colocava vulnerável e esperava ser traída a
qualquer momento. Como consequência da forma que eu me sentia, era
exatamente isso acontecia: eu me sentia decepcionada e traída pelas pessoas
que eu mais amava e depositava minha confiança.
Por muito tempo, eu não entendi porquê isso acontecia. Eu acreditava
que a lição que a vida estava tentando me ensinar era sobre como eu deveria
dar novas chances, não me fechar para as oportunidades e que as pessoas
poderiam me surpreender. Então, eu insistia no mesmo erro e me colocava
repetidas vezes em risco acreditando que eu estava agindo com a melhor
das intenções.
Passei ANOS acreditando que isso acontecia para “me tornar uma
pessoa ruim”, então eu confiava de novo, fazia tudo de novo, porque eu
sabia que estava fazendo de coração e queria acreditar que eu era uma boa
pessoa, portanto eu não ia permitir que essas pessoas “ruins” conseguissem
me tornar como elas. Eu tinha medo de me fechar e de me tornar uma
pessoa amargurada com a vida ou aquela eterna vítima das circunstâncias.
Mas as situações que eu vivia começaram a ficar cada vez piores, até que eu
disse:
“Deus eu não entendo! Tudo me leva a crer que eu não posso confiar
em ninguém. É a única explicação que eu vejo para que isso continue
acontecendo, eu não sei mais o que mudar em mim para que isso não
aconteça”.
Eu me sentia cada vez mais cansada de lutar contra a vida e tinha a
sensação de que, cedo ou tarde, iria entregar os pontos e simplesmente ficar
sozinha. Não iria me envolver com mais ninguém e nem sequer teria mais
amigos. Eu queria me fechar e viver na minha bolha porque sentia que, não
importava o que eu fizesse de bom — no meu ponto de vista —, eu não
podia confiar em ninguém.
Depois de muito quebrar a cara, me dei conta de que havia algo de
errado nas minhas atitudes, não nas pessoas que eu atraía para o meu
caminho. Quero dizer, é claro que em muitos casos havia um desvio de
caráter nas pessoas que eu permitia entrar em minha vida também, mas
enquanto eu estivesse buscando culpados e me vitimizando, isso iria se
repetir.
Portanto, voltei-me para dentro de mim e me perguntei onde eu estava
errando, se eu fazia tudo “certo” no meu ponto de vista, mas continuava a
ser traída. Fiz uma cuidadosa autoanalise e lembrei das primeiras vezes em
que me senti traída e como eu lidei com essas situações. Logo percebi que
não havia perdoado o que aconteceu, nem as pessoas envolvidas e muito
menos a mim mesma.
Por fora, eu agia como se estivesse tudo bem e eu tivesse superado
esses traumas, mas por dentro, minha consciência implorava pela mudança
dos meus sentimentos, para que eu fosse capaz de acolher minhas dores,
passar pelo processo de cura e me transformar.
A vida não conspirava contra mim para me tornar uma pessoa ruim,
minar minha autoestima e destruir a minha esperança na humanidade. Pelo
contrário, ela estava tentando me libertar do peso na consciência de ter sido
ferida e ferir aos demais. A vida apenas estava me ajudando a romper
um ciclo de sofrimento.
Quando eu escolhi me perdoar, senti um alívio gigantesco em saber
que, a partir daquele momento, todas as minhas relações iriam mudar.
Literalmente, tirei um peso das minhas costas e parei de ficar na defensiva
contra ao mundo.
Eu conseguia ver onde tinha errado, mas não me martirizava por
conta disso. Eu dizia para mim mesma que eu não tinha consciência do que
estava fazendo naquela época e fiz o melhor que pude com as informações
que eu tive acesso. Não me apegava a sentimentos de culpa, vergonha nem
rancor, porque me reconhecia como uma nova pessoa devido aqueles
aprendizados.
O arrependimento verdadeiro e livre de punições foi o propulsor da
minha mudança interior. Eu estava consciente como nunca havia estado
porque havia feito as pazes comigo e com meu passado. Eu me sentia grata
por quem havia me tornado e sabia que grande parte dessa evolução havia
vindo através das minhas experiências mais dolorosas.
Dessa forma, pude estender o perdão que dei a mim mesma a todas as
pessoas que haviam me ferido — com a intenção ou não de me machucar
— e a tudo que não aconteceu como eu esperava. Quando aprendemos a
amar a nós mesmas, apesar do que fomos, nos tornamos o melhor que
podemos ser.
Afirmação para perdoar a si mesma
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
A minha família espiritual,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu, (Seu nome completo), invoco humildemente o Perdão Divino por todas as minhas faltas,
cometidas conscientemente ou inconscientemente, nesta vida presente ou em minhas vidas
passadas.
Peço solenemente perdão por todos os danos e prejuízos causados por mim ou em meu nome a
mim mesma e a outros seres envolvidos nesta vida ou em qualquer espaço, dimensão e tempo
existentes.
Eu perdoo a todos por suas faltas, cometidas conscientemente ou inconscientemente, nesta vida
presente ou em minhas vidas passadas para comigo e para com minha família.
Que se apaguem, liberem e transmutem em amor todas as memórias negativas e dolorosas e
sejam preenchidas com compaixão, luz e perdão.
Eu perdoo e sou perdoada (3x).
Eu, conscientemente, permito a liberação de todos os processos que estão interferindo em
minha evolução.
Eu me abro para que o melhor e mais adequado para mim possa se manifestar a partir desse
momento de acordo com a Vontade Divina.
Estou perdoando e me libertando (3x)
Obrigada, obrigada, obrigada.
CAPÍTULO IX
Ame-se como você gostaria de ser amada

Existe um estigma que decai sob a mulher de que ao se tornar


prioridade para si mesma, ela está sendo egoísta. Lembre-se que a nossa
sociedade machista incumbiu a mulher de responsabilidades que não são
suas e a submeteu a uma posição de serviço, sobretudo quanto ao seu papel
em um casamento. A mulher sempre foi pressionada a servir aos interesses
e necessidades dos seus parceiros e filhos, muitas vezes, renunciando a
própria individualidade e comprometendo sua integridade.
Basta observar como é perfeitamente aceitável para a cultura popular
que a mulher largue seus planos, projetos e sonhos para dar apoio ao seu
parceiro e acompanhá-lo seja para onde for, mas o contrário, não somente é
raro, como é visto como uma ofensa a masculinidade. Ou seja, está tudo
bem que uma mulher esteja à sombra de um homem de sucesso, mas é
indignante que um homem possa fazer o mesmo. Vale ressaltar que quando
um homem age assim, ele é aplaudido e ovacionado. No entanto, quando é
uma mulher, ela é chamada de interesseira e acomodada.
Acredito que foi a partir desse comportamento permissivo que se
criou a crença de que colocar a si mesma como prioridade da sua vida é um
ato de egoísmo e, consequentemente, fará com que a mulher fique sozinha.
Tocando na ferida do maior medo de qualquer mulher que desconhece o seu
poder interior — a solidão —, essa crença lhe aprisiona à relacionamentos
medíocres. A maioria das mulheres nessa situação sente culpa por fazer o
melhor para si mesma.
Honestamente, se o preço a pagar pelo meu direito de buscar meus
sonhos, realizar meus projetos e respeitar a minha integridade é ficar
sozinha, eu não tenho dúvidas de que saio ganhando.
No entanto, não há a menor necessidade de escolher entre uma coisa e
outra. Uma mulher pode, sim, priorizar a si mesma, atingir níveis de
sucesso como qualquer outra pessoa já tenha realizado e ter um
relacionamento duradouro e próspero. Não é fácil encontrar um parceiro a
sua altura, mas não é impossível, por isso que essas crenças precisam ser
descontruídas, pois não se baseiam na verdade, apenas nos interesses do
patriarcado.
Em outras palavras, não pense que você se tornará egoísta por estar se
priorizando. Não é egoísmo terminar um relacionamento em que você não
está feliz porque o seu parceiro não quer aceitar. Não é egoísmo romper um
casamento que te faz mal porque seus filhos não vão entender. Cabe aqui
dizer que seus filhos aprendem com seu exemplo, não com seu conselho. Se
você se coloca em uma situação de indignidade para manter um casamento
de aparência, você não está ensinando a eles valores de família. Pelo
contrário, você está condenando-os a repetirem os seus passos e serem
infelizes em seus respectivos casamentos por uma questão de lealdade
sistêmica, como já expliquei antes.
Não é egoísmo escolher uma carreira que faça o seu coração vibrar
porque seus pais não apoiam e custearam seus estudos ou porque você já
investiu muito tempo e energia em outro caminho profissional e sente que
poderá deixar os envolvidos na mão com a sua escolha. Não é egoísmo
dizer “não” para pessoas e situações pouco enriquecedoras ou que você
simplesmente não está interessada. Não é egoísmo impor limites saudáveis
em todos os seus relacionamentos para proteger sua integridade. Não é
egoísmo desde que você respeite o seu núcleo emocional e psicológico a
partir da sua decisão e assuma a responsabilidade da sua escolha e as
consequências delas.
Perceba que nesse contexto o contrário de ser egoísta é ser trouxa, não
altruísta. Isso reflete a ideia de que o amor é a abnegação e anulação de si
própria para agradar os interesses das pessoas amadas. Mas o amor não
deve ser usado como uma moeda de troca para servir ao ego de ninguém.
Quem te ama de verdade, tem empatia por você e respeita a sua decisão
mesmo que não seja o que ele faria se estivesse em seu lugar ou o que
esperava de você, e não te julga por ser feliz da sua maneira.
A partir do momento em que você decide se tornar prioridade em sua
vida não é como se passasse a ignorar as necessidades dos outros e apenas
agisse pensando em seu bel prazer, mas é como se adquirisse um novo
parâmetro para avaliar o que realmente vale a pena para você.
Por exemplo, digamos que ao terminar de ler este livro, você decida
que não irá mais aceitar menos do que merece em um relacionamento
afetivo; este é o seu primeiro passo.
O segundo passo é honrar a sua decisão com a prática, porque a vida
irá te trazer situações de confronto para testar a sua perseverança. Mas nem
sempre essas situações serão negativas; essa é a pegadinha. É muito mais
fácil se afastar de uma pessoa visivelmente tóxica e mal-intencionada antes
de se envolver emocionalmente, ou até mesmo depois de ter nutrido
sentimentos por ela, do que se afastar de alguém que parece ser tudo que
você sempre quis, mas não quer o mesmo que você.
Pensa bem, como você reagiria se encontrasse uma pessoa que
preenchesse todos os seus pré-requisitos, mas não quisesse assumir um
relacionamento sério?
Você vai se ver em uma encruzilhada: dar uma chance para essa
pessoa que brilha aos seus olhos mesmo sabendo que esse relacionamento
não vai para a frente ou dispensar essa oportunidade de paixão romântica.
Digamos que você decidiu aproveitar o momento e curtir com essa
pessoa que você está gostando cada vez mais — o que não teria nada de
errado se fosse o que você estava buscando. Querendo ou não, você está
assumindo o risco de se apaixonar por ela e investir mais tempo e energia
nesse relacionamento do que deveria. Afinal, você está buscando um
relacionamento sério, alguém para casar e constituir uma família e fazer
planos para o futuro, mas está se envolvendo com uma pessoa que busca o
extremo oposto, não quer se comprometer nem assumir maiores
responsabilidades.
A pessoa pode mudar de ideia, sim, e se deixar levar pela emoção e
decidir namorar você, mas pode ser que não mude. E, uma vez que ela foi
sincera com você a respeito de suas intenções de não ter um relacionamento
sério, ela não tem motivo se sentir culpada de ficar com você se você
aceitou as condições desde o princípio. Ou seja, se você se apaixonar por
ela, não é ela que tem que se esforçar para não te machucar, mas é você
quem tem que avaliar se continuar nessa relação está te fazendo bem. A
responsabilidade é inteiramente sua.
Acontece que o mais importante não é a probabilidade do que poderá
acontecer entre vocês nem a possibilidade de futuro desse relacionamento,
mas a mensagem que você está mandando para o Universo sobre si
mesma.
Se você está buscando um companheiro para a vida, então por que
você está aceitando ficar com alguém apenas para aproveitar o momento,
por algumas noites de sexo e nada mais?
Você pode até dizer que sabe que merece mais, mas enquanto as suas
atitudes não honrarem a sua verdade, você continuará atraindo o mesmo
tipo de relacionamento.
Como o Universo pode te enviar alguém melhor e preparado para
constituir uma família ao seu lado se você morre de amores por qualquer
pessoa que te ofereça o mínimo?
É nesse momento em que você precisa se priorizar, pois isso significa
ter plena consciência do que você está buscando, do que merece e saber o
momento certo de sair de uma situação antes de se colocar em um lugar de
indignidade; este é o terceiro passo.
Seria muito fácil se a partir do momento em que decidimos nos amar,
nos priorizar e nos valorizarmos, encontrássemos logo em seguida pessoas
que estivessem buscando o mesmo que a gente. Mas a vida não está para
brincadeira nessa escola chamada Terra. A vida vai te colocar à prova e te
testar.
Você não tem ideia de quantas pessoas “incríveis” irão aparecer
em seu caminho para te desviarem do compromisso que você fez
consigo mesma. Você pode achar que está no controle da situação e até
duvidar da sua intenção, que tentará te alertar quando estiver prestes a se
sabotar, mas para toda ação, há uma reação. Toda atitude, pensamento ou
intenção tem consequências. Às vezes, a repercussão de suas escolhas não é
vista de imediato e você pode criar a falsa ilusão de que passou impune e
conseguiu escapar, mas a sua consciência é onipresente e vê absolutamente
tudo. Cedo ou tarde, você vai se dar conta de que se sabotou.
Enquanto você não for a sua prioridade, todas as suas relações serão
desequilibradas porque você não só colocará as necessidades dos outros
acima das suas para ser amada e aceita, como entrará em relacionamentos
pouco enriquecedores. Você vai ter a sensação de que o tempo está
passando, mas suas relações não têm evoluído e continuam sendo
superficiais e passageiras. Afinal, nós atraímos o que vibramos.
Sem amor por si mesma, você oferece mais do que recebe e
dificilmente se sentirá realizada em uma relação.
Se priorizar não se trata apenas das suas atitudes dentro de um
relacionamento afetivo, mas dos seus hábitos, das suas escolhas bem
pensadas e da forma como você cuida de si mesma diariamente.
Você se prioriza quando muda a sua alimentação e nutre o seu corpo
com o que seja saudável, não com aquilo que te dá mais prazer. Você se
prioriza quando tem uma rotina de exercício físico e disciplina para cumpri-
la, gostando ou não. Você se prioriza quando dedica tempo a aprender algo
do seu interesse mesmo que seja sacrificante. Você se prioriza quando
investe em uma terapia em vez de comprar algo. Você se prioriza quando
prefere ser uma “alienada” em seu ciclo social do que acompanhar as
modinhas e fofocas pelo bem da sua saúde mental.
Se você não tem um gesto de amor por si mesma todos os dias, como
você espera que alguém saiba te amar?
Ser a sua prioridade é comprometer-se com seu processo de
autoconhecimento por mais difícil que seja se encarar. É dar a devida
atenção a cura de suas feridas não cicatrizadas. É se acolher, se cuidar e se
perdoar sempre que for preciso. É tratar-se com amor todos os dias,
especialmente quando se sentir com a autoestima baixa. É compreender que
você é a maior certeza da sua vida. Você é a sua própria fortaleza.
O propósito da sua vida é amar você. E quando você se sentir
completamente integrada consigo mesma, conectada com sua centelha
divina e realizada por todas as oportunidades de crescimento — tenham
sido boas ou ruins —, experimentará uma sensação inigualável de
pertencimento e completude em ser você.
Onde houver um incômodo, há uma ferida emocional. A vida usa das
pessoas e das situações para nos mostrar o que precisamos curar, no
entanto, muitas vezes acreditamos que elas são as responsáveis por nos
machucar. Como crianças que somos, buscamos culpados ao nosso redor
para que o que sentimos em nosso interior.
A verdade é que essas feridas não cicatrizam com o tempo. A cura é
um processo que exige força de vontade, paciência e compaixão. Por mais
que tenhamos nos acostumado a sobreviver com esse desconforto,
precisamos rever o que aconteceu para que sejamos capazes de curarmo-
nos. Amadurecer dói. Mas, acredite se quiser, é o caminho mais fácil.
Reconhecer sua responsabilidade te liberta de um ciclo de
sofrimento, pois a vida não irá desistir do seu papel de te educar, não
importa quantas vezes você reprove na lição.
É importante entendermos que todas as experiências em nosso
caminho, principalmente aquelas que nos mudaram drasticamente, foram
programas para acontecer (e nós concordamos com isso) para que possamos
desenvolver nossas virtudes e, sobretudo, para aprendermos a nos amar,
imperfeitas como somos.
Buscar a sua cura é um ato de amor-próprio e altruísmo. Você é
curada para curar. O seu processo não interfere apenas no seu bem-estar,
mas impacta em suas relações, permite que a prosperidade flua em sua vida
e inspira as pessoas ao seu redor.
A partir de então, você encarará seus desafios como provas e não
como castigo. Você não será mais vítima das consequências, mas roteirista
da sua história. Incontáveis oportunidades se abrirão diante dos seus olhos.
Você será livre das cordas que te aprisionavam ao mundo material.
Encontrará suas raízes e lembrará de quem você é para afastar o medo.
Florescerá em pleno gozo pela vida e sua fragrância de compaixão chegará
aos quatro cantos da Terra.
Todo mundo já teve uma relação tóxica — e quem ainda não teve, vai
ter. Não tem para onde correr, faz parte do processo. Vivemos em uma
sociedade que propaga a competição entre as mulheres, os jogos de poder e
a manipulação. Somos condicionados a não amar, a não seguir a nossa
essência, somente para que não sejamos vistos como trouxas.
Fizeram do amor uma guerra e nos alistaram para essa luta sem que
tivéssemos a menor intenção. Queremos controlar o outro; suas vontades,
seus desejos, seus pensamentos, seus sonhos. Queremos que nossas
expectativas sejam cumpridas e, se não forem, chamaremos isso de
ingratidão.
O amor é tratado como uma permuta sentimental: se eu te amar, o que
você vai me dar em troca?

Reciprocidade não é sobre pedir que te correspondam, é


justamente não precisar fazer isso.

O amor está tão escasso que essa busca infindável até parece uma
questão de sorte (ou de muito azar). Temos tanto medo de perder o amor
que nos poupamos de amar. Somos tóxicos uns para os outros até que
saibamos quem somos.
Aprendemos a despertar para o nosso próprio amor através da dor de
uma rejeição, uma traição ou um término porque buscamos no outro o amor
que não percebemos na gente. O amor romântico, aquele tão idealizado pela
maioria das pessoas é, de fato, o que há de mais tóxico sobre o amor.
Não é do sofrimento que as pessoas fogem, é da entrega genuína. O
que assusta é ser vulnerável, se desnudar para o outro de corpo e alma. É o
medo de perder o controle que faz com a gente se sabote. Amor não dói,
mas o ego ferido sim. O poder é visto como uma qualidade e o amor como
uma fraqueza. Mas forte não é aquele que sai por cima, é aquele que sai
com sua consciência limpa.
Eu já me senti tão abandonada que deixei de temer a solidão. Já me vi
tão desamparada que parei de enxergar milagre em tudo. Já me ofendi com
a premissa de que a única diferença entre o copo metade cheio ou metade
vazio é o ponto de vista. Já me perguntei várias vezes o que eu fiz para
merecer passar por tanto. Onde estava Deus quando eu implorava por
ajuda?
Sempre que eu pensei ter chegado ao meu limite e não perdi a fé, fui
surpreendida pelo Amor Incondicional manifestado através de uma palavra
de luz, ou uma oportunidade inesperada, ou apenas um abraço sincero.
Levei anos para aprender que o amor não é responsável pelo o que nos
fere, e sim, pelo o que nos cura.
A vida esperou pacientemente até que eu pudesse entender que ter fé
não me isenta dos meus desafios, não me protege da dor nem significa que
o Universo tem qualquer obrigação de corresponder ao meu senso de
justiça.
Ter fé é se sentir preparado para enfrentar qualquer obstáculo em seu
caminho, é tomar a decisão de focar na luz ainda que incomode muita gente
ao seu redor, é não permitir que matem a esperança de dias melhores que há
em você. Ter fé é saber que você nunca esteve e nunca estará sozinha
porque a sua própria vida é a prova da existência do Amor Incondicional.
Há muitas formas de conhecer a si mesma, não existe apenas um
caminho certo. Todos os caminhos estão certos desde que te façam olhar
cada vez mais para dentro e ser autorresponsável. Este livro é uma
ferramenta, assim como o baralho cigano e outros recursos terapêuticos,
mas são suas escolhas impactam a forma como você enxerga a sua
realidade.
Quando você decide encarar seu processo de autoconhecimento,
inevitavelmente, você dá de cara com a espiritualidade. É impossível nos
conectarmos a nossa verdadeira essência amorosa sem nos depararmos com
os planos divinos. É neste momento que os pontos se ligam e tudo que
ganhamos e aprendemos nos conta a verdade sobre quem somos. Ninguém
é vítima da própria vida. As injustiças são projeções do ego. Para a
espiritualidade, todos os obstáculos são oportunidades de evolução.
Eu vou te contar a verdade...
Aprendi que o segredo da prosperidade é tentar manter o equilíbrio, já
que a jornada é cheia de altos e baixos e ninguém tem a obrigação de dar
conta de tudo. Eu me fortaleci todas as vezes em que admiti minhas
vulnerabilidades para mim mesma. Sem qualquer necessidade de ser
perfeita, pude simplesmente fluir com a vida.
Levei um tempão para entender que eu não precisava tapar os buracos
dos meus pilares (família, amor, relacionamentos, autoconhecimento e
espiritualidade), pelo contrário. Muitas vezes é preciso acolher o vazio
porque sem esse espaço, não teremos novos aprendizados. Então, ou
acreditamos que não nos falta nada. Ou sempre nos faltará algo.
Talvez se entregar ao amor não te leve ao final feliz da sua história. E
está tudo bem. Porque o amor não tem fim, não tem validade, nem limite de
estoque. É o despertar da própria consciência, é o silenciar do ego, é o mais
próximo que estamos de Deus.
Amor requer coragem, não é um jogo para amadores. Mas quem
se entrega, sempre sai vitorioso.
Quando eu entendi que a vida se trata sobre o equilíbrio — a jornada
de descobertas — senti um alívio gigantesco porque soltei a necessidade de
ser perfeita e forte o tempo todo. E isso foi uma das maiores provas de amor
que eu já dei por mim.
Espero, sinceramente, que você aprenda a se amar da mesma forma
que merece ser amada.
Afirmações para atrair amor
(Antes de iniciar, feche seus olhos e respire algumas vezes profundamente, abra os olhos e foque na
mandala acima por 4 segundos. Em seguida, leia em voz alta ou escreva à próprio punho diariamente
ou sempre que for necessário).

A Consciência Suprema,
Pai Celestial,
Mãe Divina,
Ao meu Eu Superior,
Aos meus Guias e Mestres espirituais,
A todos os Ajudantes espirituais,
A minha família espiritual,
Eu Sou o que Eu Sou.
Eu sou a expressão do Amor Divino.
Eu mereço o amor, o romance e tudo de bom que a vida tenha a me oferecer aqui e agora.
Eu vejo o Amor em tudo.
Eu amo tudo o que vejo e escolho o caminho do Amor.
Relacionamentos sólidos, saudáveis e amorosos iluminam a minha vida.
Eu me liberto da necessidade de encontrar o Amor e permito que o Amor me encontre aqui e
agora.
Eu atraio o(a) companheiro(a) ideal para a minha vida.
Eu me amo e, portanto, amo ao meu próximo.
Eu mereço todo o Amor que eu dou aos outros.
Eu atraio o Amor verdadeiro para a minha vida.
Eu sou uma fonte inesgotável de Amor.
Que a Luz Divina me guie no caminho do Amor.
Eu escolho ser feliz aqui e agora.
Obrigada, obrigada, obrigada.
[1]
Stalking (ou stalkear): vem da palavra inglesa “stalk”, que significa perseguir.
Stalkear, na linguagem da internet, significa buscar rastros da pessoa na internet, ficar de olho em
suas redes sociais, acompanhar suas postagens etc.

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