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Ciclos Emocionais Viciantes

Roberta Sara
Copyright © 2019 Roberta Sara

1ª Edição, São Paulo, 2019.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998.

É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer meios
(eletrônicos, xerocados, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia autorização, por escrito,
da autora. Salvo em citações breves, com indicação da fonte.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos na Nova Versão Internacional (NVI), da
Sociedade Bíblica Internacional.

Criação da Capa: Rodrigo Mendes – Virtue Arte

Revisão e Diagramação: Amanda Graniso

Impressão: Imprensa da Fé
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Sumário
Agradecimentos
Introdução
Capitulo 1 - Definição de Ciclo Emocional Viciante Capitulo 2 - O Ciclo
da Rejeição e do Desprezo Capitulo 3 - O Ciclo da Inferioridade e
Vitimização Capitulo 4 - O Ciclo da Tristeza e da Angústia Capitulo 5 - O
Ciclo da Autossabotagem e Negação do Prazer Capitulo 6 - O Ciclo da
Crítica e da Negatividade Capitulo 7 - O Ciclo da Manipulação e do Medo
Capitulo 8 - O Ciclo da Mentira e da Falsidade Capitulo 9 - O Ciclo do
Perfeccionismo e da Obsessão Capitulo 10 - O Ciclo da Culpa e da
Vergonha Capitulo 11 - O Ciclo da Comparação e da Inveja Capitulo 12 - O
Ciclo da Compulsão Capitulo 13 - O Ciclo da Miséria e Humilhação
Capitulo 14 - O Ciclo da Impulsividade Capitulo 15 - Rompendo Todos os
Ciclos - Vida Equilibrada Bibliografia
Agradecimentos
Àquele que conhece e sabe todas as coisas. Àquele em quem a
sabedoria habita. Àquele que é o detentor de todo conhecimento e ciência.
Àquele que possui o maior coeficiente de inteligência que já existiu nessa
terra, tanto a inteligência intelectual, como a emocional. Outro, igual, não
há: JESUS CRISTO!
Àquele que me ensinou e continua ensinando todas as coisas: ESPÍRITO
SANTO!
Ao Grande “EU SOU’, que fez todas as coisas, e detém todo o poder,
mas que, eu prefiro chamar de Pai. Ele me formou e me concedeu a
habilidade de aprender sobre a Psicologia – outra grande paixão da minha
vida. Jamais conseguiria escrever sobre os assuntos que discorreremos
nesse livro se Ele não tivesse me capacitado a entender, vivenciar e ensinar
tantas pessoas.
Porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas! Sempre!
Ao meu esposo, companheiro nessa árdua jornada ministerial. Obrigada
por me liberar à realização dos meus sonhos. Você sempre me impulsiona a
arriscar mais, a enfrentar meus medos e desafios. Sem dúvida nenhuma,
para cumprir os propósitos que Deus havia designado para minha vida, eu
teria que ter esse homem ao meu lado: inteligente, criativo, ousado,
confiante, amoroso, colaborador, forte, persistente, entre outras inúmeras
qualidades. Se estou onde estou hoje, ele exerceu grande contribuição. Se
inúmeras pessoas foram alcançadas e têm acesso à conteúdos de ensino
através do Ministério Saradas para Sarar pelas redes sociais e internet, o
mérito é dele, que, insistentemente, me encoraja a sempre investir tempo
nisso e trabalha arduamente em processos de artes e edições, além de
administrar tudo isso. Palavras não são suficientes para definir minha
gratidão, mas as expresso dia a dia em nossa vida familiar e pública.
À minha querida e amada filha Amanda. Por ser quem você é, e por suas
características pessoais: educada, gentil, obediente, inteligente, excelente
bailarina e tão preciosa. Obrigada pela paciência em corrigir e diagramar os
livros que tenho escrito, com o objetivo de oferecer ensinamentos que
podem transformar vidas e gerações. Você faz parte disso! Que o Pai
Celestial a recompense por dedicar parte do seu tempo, dons, habilidades e
inteligência ao serviço no Reino de Deus.
À minha querida e amada filha Lavínia. Por ser quem você é, e por suas
características pessoais: alegre, feliz, animada, forte, inteligente, obediente:
mesmo argumentando, na maioria das vezes (risos), excelente artista –
canta, dança, atua – e tão preciosa. Que seus sonhos se realizem e que você
reflita a glória de Deus em tudo o que fizer.
Introdução
Permita-me contar a experiência de como nasceu esse livro. Em março
de 2019, fui à uma Conferência de Mulheres em Brasília – Modeladas –
realizada pela Comunidade das Nações. As experiências que vivi naquele
lugar foram incríveis e inesquecíveis – em tempo oportuno, contarei em
detalhes em algum livro que fale sobre rejeição. Foram quatro dias de
inúmeras palestras e ministrações sensacionais. Houveram duas que estão
ligadas à construção desse livro, que preciso compartilhar.
A primeira palestra foi do Paulo Vieira, escritor e conferencista
internacional; Ph.D. em coaching pela Florida Christian University (FCU);
criador da revolucionária metodologia do Coaching Integral Sistêmico
(CIS®); fundador da FEBRACIS, além de um dos mais conceituados
coaches do Brasil.
Ele abordou em sua palestra algo relacionado a vícios emocionais,
esclarecendo que todos somos viciados em algum sentimento ou
circunstâncias que nos fazem mal. Ainda discorreu que, todo vício vem de
um estado de não-perdão. Embora a palestra tenha sido incrível, naquele
momento não consegui identificar meu maior vício. Mas a informação ficou
registrada em meu cérebro -algo que semanas depois faria sentido.
Entre tantas outras incríveis palestras e ministrações que ocorreram
durante os quatro dias do evento, uma outra teve um grande destaque e
impacto em minha vida. Ana Paula Valadão Bessa: cantora; compositora;
escritora; pastora; conferencista internacional; líder e fundadora do
Ministério de Louvor Diante do Trono - uma das mais conhecidas e
renomadas bandas de música cristã contemporânea do Brasil e do mundo;
fez uma das últimas ministrações no último dia da Conferência.
Ela abordou sobre as construções neurais que nosso cérebro realiza
quando ainda estamos no ventre de nossa mãe e, que, inclusive, recebemos
algumas células de experiências traumáticas através do DNA de nossa mãe.
Resumindo: nossos comportamentos e sentimentos são, muitas vezes,
guiados pelas memórias que contêm nessas células. Uau! Eu estava
impactada com aquelas informações que casavam com a palestra do Paulo
Vieira.
Saindo do auditório onde o evento ocorria, havia uma livraria. Senti a
extrema necessidade de comprar o livro da Dr.Caroline Leaf, neurocientista
cognitiva, com o título de “Ative seu cérebro”. Indico a leitura.
De volta para casa, retomando minha vida cotidiana e, para minha
surpresa, o mesmo assunto começou a ser ensinado em uma disciplina no
curso de Psicologia, que sou aluna, abordando o tema de “neurobiologia das
emoções”, ligadas à neurociência. Percebi um ‘complô’ de Deus com o
objetivo de abrir meus olhos a cada dia, para que eu entendesse mais sobre
o assunto.
Então, semanas depois, vivi uma experiência – relatada no capítulo 2
desse livro – onde tudo fez sentido; e um texto com o título de “Quebre os
Vícios” nasceu dessa experiência, onde compartilhei nas redes sociais. A
repercussão foi tanta, que estendi para uma série de lives semanais que
durou três meses. Procurei abordar como nasce cada ciclo emocional e o
caminho para ser livre desses vícios: rejeição, abandono, culpa, tristeza,
medo, mentira, crítica, comparação, compulsão, impulsividade,
manipulação e miséria. Deus nos presenteou com muitos ensinamentos. Foi
incrível! A cada episódio da série, muitas pessoas entravam em contato
comigo pelo direct compartilhando o quanto tiveram sua mente aberta e que
estavam dispostas a colocar em prática o ensino apresentado, mas que
desejam ter mais conhecimento sobre esse assunto. Foi então que nasceu a
ideia deste livro.
Fazendo uma pesquisa sobre o assunto, acrescido das informações que
eu já tinha da palestra do Paulo Vieira, da ministrações da Pra. Ana Paula,
do livro da Dr. Caroline Leaf, além das aulas na faculdade e alguns vídeos
que assisti no YouTube – descrito na bibliografia desse livro – tive também
acesso à leitura do e-book número 3 da série “Inteligência Emocional”, com
o título de “Vícios Emocionais”, do autor Paulo Vieira, onde,
brilhantemente, ele discorre, de forma bem objetiva, como nasce o vício. É
dele a citação: “Todos os estímulos que são vistos, ouvidos e sentidos
durante a fase inicial da sua vida provavelmente serão reproduzidos ao
longo da sua adolescência ou da fase adulta.” Você pode obter informações
de como ter acesso ao e-book, através do site https://www.febracis.com.br
Motivada a compartilhar tantas informações que estavam mudando
minha forma de pensar, e impulsionada pelo Espírito Santo a compartilhar
minhas experiências pessoais, além do pedido da audiência das minhas
lives , comecei a produzir esse livro. Desde minha concepção, sempre vivi
experiências de desprezo, rejeição e de ser ignorada. Esse é o início da
minha história. Minha mãe engravidou de mim aos dezesseis anos de idade,
após ter sido vítima de um ato de violência sexual do meu pai biológico,
que, imediatamente, a desprezou e descartou, após o ato. Quando meu pai
biológico soube que minha mãe estava grávida, deu dinheiro para ela me
abortar. Como minha mãe era uma adolescente órfã, não tinha outra opção.
Tentou o aborto, mas não ‘deu certo’, pois Deus tinha um plano final muito
melhor que o começo para mim.
Diante da incapacidade de me oferecer um lar naquele momento, minha
mãe orquestrou uma história para que outro homem acreditasse que era meu
pai. Embora, ele tivesse me registrado, não pôde ser presente em minha
vida, devido à dúvida em relação a paternidade. Experimentei, mais uma
vez, a dor da rejeição e do desprezo. Sem alternativa, minha mãe pediu que
a mãe desse homem, que me registrou, me acolhesse por um tempo em sua
casa, no qual durou cinco anos. A mensagem que meu cérebro recebeu e as
sensações que experimentei em minhas conexões neurais foram de desprezo
e abandono. “Por que minha mãe me abandonou? Será que tenho algum
defeito e por isso ela não me quis? Será que não sou boa o suficiente?”
Pensamentos como esses, são comuns em crianças que passam pelo
abandono, desprezo e rejeição.
Sem que eu percebesse, inconscientemente, reviver esses sentimentos se
tornou um ciclo emocional viciante em minha vida. Desde muito pequena,
eu sempre procurei me relacionar com pessoas que, de uma forma ou de
outra, me desprezavam ou rejeitavam. Na infância, algumas colegas e
primas adoravam me fazer de ‘boba’. Lembro de cenas onde eu implorava,
ajoelhada, para uma delas não virar ‘a cara’ para mim. E ela amava fazer
isso. Na adolescência, eu sempre gostava dos meninos que não gostavam de
mim e que me desprezavam. Facilmente, eu virava ‘brinquedo’ das pessoas,
que, com ameaças de me rejeitarem (já rejeitando), se divertiam ao me
manipular. Era muito sofrido.
Inconscientemente, sempre estamos buscando reviver as mesmas
sensações – sejam boas ou ruins – que mais experimentamos em nossa vida.
O impacto da situação experimentada aciona os registros em nossa memória
de experiências que despertaram o mesmo sentimento.
De uma forma muito simples, o que ocorre é que, nossa química cerebral
precisa se alimentar desses sentimentos, pois foi construída assim desde sua
formação. Quando entendemos isso, a quebra do ciclo viciante se torna
mais clara.
Minha proposta, através desse livro, é tentar compartilhar, da forma mais
simples possível, alguns conceitos a respeito deste tema. No primeiro
capítulo, você encontrará a definição de ciclos emocionais viciantes e, nos
capítulos seguintes, abordarei sobre os principais ciclos, levando sempre
informações práticas para rompê-los.
Te asseguro que será uma leitura esclarecedora e transformadora!

Com Carinho,

Roberta Sara.
Capitulo 1

Definição de Ciclo Emocional Viciante


As experiências que vivenciamos, principalmente nos primeiros anos de
vida, constroem e estimulam neurônios responsáveis por ativações químicas
em nosso cérebro. Para cada emoção do ser humano, o corpo produz uma
química proporcional. Essas químicas, quando estimuladas, repetidamente,
reforçam a ativação do neurotransmissor responsável pela liberação de cada
química.
Neurotransmissores são definidos como mensageiros químicos que
transportam informações, estimulam e equilibram os sinais entre os
neurônios, podendo afetar uma ampla variedade de funções físicas e
psicológicas, incluindo respiração, frequência cardíaca, sono, apetite,
humor, emoções, medo e ansiedade, ou as funções cognitivas, como:
aprendizado, memória e a concentração; além de ajudar o cérebro a agir nos
momentos de perigo ou estresse.
É necessário apresentar essas informações para entendermos como é
formado o ciclo emocional viciante. A emoção é uma resposta fisiológica,
automática e inconsciente a um estímulo. Elas são reações químicas
ativadas pelos neurônios. Diferente do sentimento, que é um processo
consciente, onde envolve nossas memórias, percepções, personalidade,
afetos, expectativas, dores e alegrias.
Como as emoções estão ligadas à química cerebral, ela se torna viciante.
Há pessoas que são viciadas em adrenalina, por exemplo, e para saciar seu
vício, praticam inúmeros tipos de esportes radicais. Há pessoas que são
viciadas em cortisol, por exemplo, e sempre estão envolvidos em brigas ou
agindo de forma explosiva.
Ficamos sujeitos à repetição da mesma emoção por dependência
emocional química, como se fosse uma necessidade de sobrevivência.
Assim como há os vícios químicos que causam dependência do álcool,
cigarro e drogas, possuímos os “vícios emocionais” – termo utilizado por
Paulo Vieira. Há pessoas viciadas em sofrer, chorar, sentir tristeza; em ser
desprezada, maltratada, ignorada, rejeitada, manipulada. Há pessoas que são
viciadas em serem críticas e negativas demais, outras em se autossabotar.
Há pessoas viciadas no perfeccionismo, outras na miséria e humilhação,
outras em fracassos e perdas, outras na insatisfação, culpa, insegurança,
mentira e impulsividade.
Reproduzimos, inconscientemente, atitudes que fazem nosso corpo
produzir quimicamente algumas emoções, sejam elas positivas ou
negativas. O vício é ativado pelo sistema de recompensa do nosso cérebro,
que busca repor a substância, quando a sensação sentida através da
experiência acabou.
Sabe quando surge aquela ideia que você sabe ser autodestrutiva, mas
ainda assim, você faz? Como procurar seu ex, ou gastar dinheiro sem poder,
ou bisbilhotar as redes sociais daquela amiga que não fala mais com você,
ou passar horas nas redes sociais, vendo pessoas que já conquistaram
exatamente as mesmas coisas que você gostaria de ter, ou ainda, entrar em
contato com aquela pessoa que só te despreza, só para dizer um ‘oi’; ou
ficar ensaiando inúmeras vezes ‘as poucas e boas’ que você vai falar para
alguém que te interpretou mal ou te feriu; ou, até mesmo, se distanciar das
pessoas para reforçar o sentimento de solidão, ou dar inúmeras satisfações
para as pessoas, mesmo que elas não perguntem nada a respeito.
Se você sempre se sente inferior diante de pessoas que considera ser
‘melhor’ que você em algo, possivelmente sempre vive em ambientes que
te proporcione repetir o ciclo da sensação de inferioridade.
Essas e tantas outras ações, são motivadas por ciclos emocionais
viciantes, que acionam as conexões neurais já construídas em nosso cérebro
desde nossa infância (como iniciei falando nesse capítulo), através das
quais, as emoções tóxicas se alimentam.
É importante entender que a repetição de muitas experiências negativas
em nossa vida, geralmente não tem a ver com o outro, e, muito menos, com
o diabo; somos nós mesmas que provocamos! Possivelmente porque
vivenciamos essa mesma experiência inúmeras vezes na infância e
adolescência. Por isso, identificar as emoções que somos viciados, é de vital
importância.
Talvez você esteja se perguntando, assim como eu me perguntei um dia:
“é possível romper esses ciclos?”. A boa notícia é que: sim, é possível. Mas
como todo vício, não será uma tarefa fácil.
Segundo a Dra. Caroline Leaf, em seu livro “Ative seu cérebro” , é
possível, através de um esforço consciente, obter controle sobre nossos
pensamentos e sentimentos, e, fazendo isso, mudarmos a programação e a
química do nosso cérebro.
A plasticidade neural é a capacidade do cérebro em desenvolver novas
conexões sinápticas entre os neurônios a partir de mudanças
comportamentais. Será necessário interromper as ações que provocam as
reações tóxicas. Essas mudanças devem ser reforçadas por um período (em
torno de 3 meses). As mudanças comportamentais diminuirão a força da
ligação sináptica viciante, tornando possível o controle ou, até mesmo, o
rompimento dos ciclos emocionais tóxicos de forma gradativa.
Dra. Caroline, ainda nos alerta sobre o impacto de nossa química neural
nas próximas gerações. Como transmitimos parte do nosso DNA e de
algumas células aos nossos filhos biológicos, é possível que eles tenham
sentimentos e comportamentos tóxicos viciantes, mesmo que não tenham
passado pelas mesmas experiências que passamos.
Essa ideia está claramente expressa em Êxodo 20:5

“Trago as consequências do pecado dos pais sobre os filhos até a


terceira e quarta geração dos que me rejeitam.”

E também em Deuterônomio 30:19

“O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus


diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida,
para que vivas, tu e a tua descendência.”

Diante de tais informações, penso que devemos fazer as escolhas certas


e romper os ciclos que persistem em nos dominar, para que nossa
descendência viva a vida abundante que Cristo, tão sacrificialmente,
conquistou na Cruz.
Capitulo 2
O Ciclo da Rejeição e do Desprezo Acredito que esse
ciclo emocional é o nascedouro de tantos outros ciclos viciantes que se
desenvolvem em nossa vida, como o ciclo do desprezo, da
autocomiseração, da inferioridade, do vitimismo... Eu vivia presa em todos
eles.
Como você pôde ler na introdução desse livro, minhas experiências
iniciais foram fundamentadas na rejeição, abandono e desprezo. Depois, por
toda a infância e adolescência, as mesmas experiências foram repetidas e
reforçadas inúmeras vezes, formando, então, as conexões neurais tóxicas,
que lhes expliquei no capítulo anterior.
Eu não fazia a mínima ideia de que meu cérebro possuía a dependência
de reviver as mesmas experiências, só para satisfazer a necessidade que fora
criada. Eu havia sido curada da dor da rejeição e do abandono da minha
mãe, do meu pai e dos abusos que havia sofrido. Estava experimentando o
amor cuidador e provedor da paternidade de Deus. Já não tinha mais raiva
ou ódio de mim. Já havia avançado tanto como esposa e mãe. Mas
continuava sendo ferida pelas pessoas. Continuava insistindo em ‘querer ser
amiga’ de algumas pessoas que me desprezavam e não valorizavam meu
trabalho. Continuava experimentando a dor da rejeição. Quando parecia
estar tudo sarado, inconscientemente, eu mesma provocava situações que
me fizessem sentir as mesmas sensações. Eu chorava por meses. Minha
alma doía profundamente. Não fazia sentido!
Mesmo depois de ter passado por processos tão profundos de cura, não
conseguia sair desse ciclo de estar sempre experimentando a dor da rejeição
e do desprezo. Hoje, entendo que eram minhas conexões neurais buscando
alimentar meu vício. A boa notícia é que eu realmente fui livre dele, e
mesmo relutando internamente em compartilhar a experiência que me
trouxe total libertação, sinto em meu espírito que devo expô-la.
Havia uma pessoa, em específico, no meio ministerial da minha cidade,
que eu admirava muito. Eu havia colocado essa mulher num patamar
altíssimo, na minha percepção. Achava ela incrível, forte e bem resolvida.
Desde o início que a conheci, tentei uma aproximação. Ela foi muito gentil
e educada comigo, cedendo-me uma grande oportunidade em um dos seus
eventos, da qual sou grata até hoje. Mas, por motivos que não sei explicar, a
aproximação mais íntima nunca ocorreu. No início, cometi alguns erros,
achando que ela e as pessoas que a acompanhavam ministerialmente,
pudessem ajudar meu ministério crescer. Talvez, por isso, ela tenha me
interpretado mal. As poucas vezes que estivemos juntas, pude perceber que
ela agia politicamente comigo.
Mas, eu insistia em ser aprovada por ela. Então, oferecia tudo o que eu
podia para ser reconhecida como ‘amiga’. Por onde eu ia, falava muito bem
dela e de seu ministério. Nos eventos que eu realizava, fazia questão de
chama-la à frente, dando honra à ela e divulgando os trabalhos que ela
realizava em seu ministério. Ofereci outras oportunidades a ela, que não
vem ao caso relatar. A questão é que, ela nunca correspondia às minhas
entregas. Por inúmeras vezes, enviei alguns whatsApp dizendo que estava
orando por ela e pelo ministério dela, mas eu estranhava porque ela nunca
me respondia, nem mesmo com um ‘ emoji’ simbolizando ‘obrigada’.
Mesmo ‘sendo ignorada’ por ela, um dia antes de cada evento que ela
realizava, eu enviava áudios com orações, que era de todo o meu coração.
Todo ano, no dia do aniversário dela, eu enviava áudios com felicitações e,
novamente, em nenhuma das vezes, havia retorno ou alguma expressão de
gratidão, pelo contrário, essas ações passaram a me parecer ‘mal-educadas’.
Esses consecutivos comportamentos começaram a me ferir.
O que vou compartilhar agora, são as MINHAS percepções, ok? Não
significa que seja a verdade absoluta da situação. Já dizia Leonardo Boff,
escritor e professor universitário brasileiro, que “todo ponto de vista é a
vista de um ponto” , ou seja, cada pessoa enxerga a vida, os
relacionamentos e as circunstâncias baseadas em suas experiências pessoais
e subjetivas. Minha intenção, através dessa exposição pessoal, não é julgar
as ações dessa pessoa, se realmente ela tinha sentimentos ou interpretações
negativas a meu respeito, mas, sim, levar você a entender como nos
alimentamos de sentimentos tóxicos de forma inconsciente.
Após consecutivas ações de desprezo da parte dela, passei a me sentir
desprezada e rejeitada por ela. E parece que, quanto mais eu me sentia
assim, mas eu repetia as mesmas ações em busca de ser ‘amada’ ou
‘valorizada’ por ela. Queria mostrar para ela o quanto eu a admirava, ou o
quanto ela poderia estar errada ao meu respeito. Eu não sei o que ela
pensava de mim, ela nunca me procurou para ‘ajustar’ qualquer informação
ou percepção que tinha a meu respeito. Ela simplesmente agia com
indiferença comigo. A indiferença e o desprezo ferem profundamente.
Nove meses antes de realizar a “1ª Conferência de Mulheres Saradas
para Sarar” em minha cidade, marquei um encontro com essa pessoa para
perguntar se ela faria algum evento próximo à data que eu realizaria, para
que déssemos a oportunidade para o público (mesma cidade) de ir aos dois.
Na minha visão e percepção, se as datas de nossos eventos fossem muito
próximas, dificultaria às mulheres estarem nos dois. Percebi um certo
desconforto da parte dela. Mas a informação que ela me deu é que faria um
evento anual no 1º trimestre do ano. Como o meu seria no último trimestre
do ano, não teria problema – ao meu ver . Ainda fiz questão de convidá-la
para participar de um quadro dentro do evento que eu realizaria, para
mostrar o alto grau de importância que ela tinha para mim. Eu a respeitava e
a admirava muito, de verdade. Meu intuito, ao falar com ela, era que ela
tivesse a certeza de que eu não estava ‘competindo’ com ela, apenas
obedecendo um claro direcionamento da parte de Deus que estava ligado a
um grande propósito institucional (um dia conto como, e porque, nasceu a
Conferência Saradas para Sarar). Mas foi exatamente por causa deste
evento que nossas ‘diferenças’ vieram à tona. Vinte e oito dias antes do
evento, que eu estava realizando, ocorrer, ela fez um evento também,
porém, agindo totalmente diferente da forma que eu havia agido com ela.
Em nenhum momento ela me procurou para falar sobre o evento, ou se
preocupou se iria ‘me prejudicar’, ou como eu iria interpretar a ação dela.
Mais uma vez, não estou dizendo que ela estava errada, ela poderia ser
uma mulher tão bem resolvida que essas ‘bobagens’ pouco poderiam
importar para ela. Mas uma coisa aprendi em minha vida: AÇÕES FALAM
MAIS QUE PALAVRAS! A mensagem que as ações dela passaram para
mim, foram de que ela não se importava comigo, diferentemente da minha
ação, que tive uma preocupação enorme em que ela não me interpretasse
mal, mas a resposta dela à mim foi totalmente oposta. Mais uma vez, quero
deixar claro, essas foram as minhas percepções e interpretações, e não
significam que elas estejam certas, ok?
Por isso, é tão importante tomarmos cuidado com nossas ações. Elas são
muito mais importantes do que nossas palavras, porque são elas que,
verdadeiramente, expressam o que sentimos ou pensamos.
Quando meu esposo viu o anúncio do evento dela, ele mal pôde
acreditar. Depois de tudo o que eu havia feito para ser ‘aceita’ por ela, do
quanto ele me ouvia falar bem e até ‘idolatrar’ ela, às vezes, ele ficou muito
bravo. Daí em diante, foram meses de muita dor e sofrimento que talvez eu
descreva em detalhes em algum outro livro, ligado a relacionamentos x
expectativas e perdão.
Um ano depois de toda essa experiência, o Espírito Santo me encorajou
a falar com essa pessoa sobre esse assunto. Coloquei toda minha dor para
fora, e expressei meus reais sentimentos em relação as ações de desprezo
dela. Pedi perdão à ela por eu ter me ferido e ficado chateada, e pelos meus
maus sentimentos. Aparentemente, resolvemos esse desconforto. Da minha
parte, eu entendi que Deus usou a vida dela para me revelar as áreas que eu
deveria ser ainda mais curada. Perdoei e prossegui. Porém, eu ainda insistia
em ‘ser aceita’ por ela. A verdade é que nós não queremos apenas ser
aceitos, mas ser aceitos por quem admiramos. Quantas pessoas à minha
volta, realmente gostavam de mim, mas como eu não nutria um sentimento
de ‘admiração/idolatria’ – verdade seja dita – a aceitação dessas pessoas,
não tinha o mesmo peso daquela que eu esperava e não recebia.
Confesso que, foi extremamente difícil expor, tão claramente, essas
situações nesse livro. Lutei contra a força do Espírito Santo que me
impulsionava a escrever, assim como lutei para descrever os abusos no
“Saradas para Sarar” , e tantas outras experiências tão reveladoras no
“Desconstruindo o meu Eu” . Levei mais tempo que o normal para relatar
aqui esta experiência. Interrompi a escrita diversas vezes, para orar e pedir
confirmação e sabedoria a Deus, para que, de que forma eu poderia expor o
ensinamento de maneira verdadeira, justa e honesta, sem ‘ofender’ a
pessoa. Por mais que eu lute contra, expor minha vida, percepções e
experiências pessoais, fazem parte do meu chamado. No final, a insistência
do Espírito Santo, sempre vence, e decido obedecer. Então, me lembrei da
conversa que tive com essa pessoa, onde deixei claro que, todas as
experiências na minha vida viram livros e ensinamentos, e que, certamente,
nossa história estaria em algum livro – óbvio, sem revelar a identidade dela.
Desde que escrevi o primeiro livro “Saradas para Sarar” , tenho
recebido inúmeros testemunhos do quanto as pessoas foram curadas ao ler
minhas experiências em todos os livros que escrevo, pois percebo que Deus
usa as minhas histórias para levar identificação e cura aos corações. Ser
vulnerável não é fácil, mas se esse é um dos preços que devo pagar para que
vidas sejam curadas, que assim seja!
Partindo para a conclusão deste capítulo, e do rompimento do ciclo da
rejeição e do desprezo, depois de mais algumas tentativas em ‘fazer algo de
bom’ para ela valorizar meu trabalho, um dia meu esposo já cansado de me
ver sofrer com o desprezo dela – que ainda continuou – me disse, bravo:
“ Pelo amor de Deus amor, me faz um favor? Para de procurar essa
pessoa! Você não vê o quanto ela te despreza e não se importa com o que
você faz à ela!” Uau! Doeu até a alma!
Fui para o colo de Deus e, ali, docemente, o Espírito Santo falou ao meu
coração que eu mesma criava essas situações de dor todas as vezes que
insistia em ser ‘aceita’ por pessoas que me desprezavam. Foi então que, o
conhecimento científico que eu havia recebido naquele semestre da
faculdade, mais as palestras do evento “Modeladas”, mais o livro da Dr.
Caroline, saltaram em minha mente: Eu vivia presa a um ciclo emocional
viciante!
Nesse caso, o ciclo do desprezo e da rejeição. Meu pai havia desprezado
minha mãe e a mim, minha mãe havia passado suas experiências sensoriais
à mim, quando eu ainda estava em seu ventre. Quando ela tentou o aborto,
minhas conexões neurais experimentaram, mais uma vez, a química da
rejeição e do desprezo.
Quando minha mãe me deixou com a mãe daquele homem que me
registrou, as conexões de abandono, rejeição e desprezo foram ativadas e
reforçadas novamente. Por toda a infância, jogada na casa de um e de outro,
passando por abusos sexuais, mais experiências de desprezo: “te uso, sinto
prazer, depois te descarto”. Então, o Espírito Santo começou a trazer um
filme à minha mente de todas as experiências que eu havia sofrido que
contribuíram para a formação e o reforço desse ciclo viciante.
Depois, o Espírito Santo trouxe à minha memória todas as situações em
que eu provocava essas sensações, como os casos da minha infância, que
lhes contei na introdução, de primas e amigas que me desprezavam, e eu
corria atrás delas, implorando para não ‘virarem a cara’ para mim. Lembrei,
também, da minha adolescência, e dos meninos pelos quais eu me
apaixonava, e que me desprezavam e rejeitavam. Lembrei, também, de
locais de trabalho por onde passei, e de pessoas que eu fazia questão de ter
amizade – sempre as que me desprezavam e ignoravam. Lembrei do início
do “Ministério Saradas para Sarar” e todas as experiências de rejeição e
de desprezo que enfrentei de pastoras e líderes de ministérios de mulheres.
Lembrei, também, de algumas preletoras itinerantes, como eu, que
encontrei pela jornada ministerial, e que agiram da mesma forma comigo.
E, sucessivamente, o Espírito Santo trazia como uma enxurrada de
memórias, TODAS as experiências em que experimentei as mesmas
sensações de desprezo e rejeição.
Percebam como toda a minha estrutura cerebral foi construída e
reforçada com os mesmos estímulos.
Então, peguei meu diário de feridas – se você não tem um, aconselho
criar (ensino sobre isso no meu livro “Tempo de Crescimento”) – e comecei
a anotar, nome por nome, de todas as pessoas que haviam agido da mesma
forma comigo. Embora eu já tivesse liberado perdão para todas essas
pessoas em outras circunstâncias, agora eu precisava tomar consciência
desse ciclo viciante. Foi como se uma grande luz acendesse dentro de mim.
Clamei à Deus que me ajudasse a me libertar desse maldito vício. Foi,
então, que lembrei da frase do meu esposo: “Para de procurar essa
pessoa” , e imediatamente, fui inspirada a escrever o texto “Quebre o
Vício”, que, depois, deu início às lives , e de onde surgiu a ideia deste livro,
como lhes contei no início.
A bíblia também relata a história de um jovem rapaz, chamado Davi,
que vivenciou muitas experiências de rejeição dentro da sua própria casa.
Em 1ª Samuel, nos capítulos 16 e 17, lemos sobre essas experiências
(encorajo você a fazer a leitura).
Quando o profeta Samuel foi ungir o novo rei de Israel, Davi nem havia
sido chamado por seu pai. Quando Davi foi levar alimento para seus irmãos
na guerra, foi hostilizado e julgado pelos irmãos. Mas Davi não permitiu
que essas experiências controlassem seus sentimentos. Davi é um bom
exemplo de qual atitude devemos ter diante da rejeição:
“Quando Eliabe, o irmão mais velho, ouviu Davi falando com os
soldados, ficou muito irritado com ele e perguntou: “Por que você veio até
aqui? Com quem deixou aquelas poucas ovelhas no deserto? Sei que você é
presunçoso e como seu coração é mau; você veio só para ver a batalha”.
E disse Davi: “ O que fiz agora? Será que não posso nem mesmo
conversar? “
Ele então se virou para outro e perguntou a mesma coisa, e os homens
responderam-lhe como antes.” - 1 Samuel 17:28-30

A primeira parte, em destaque, “o que fiz agora ?”, nos dá a impressão


de que o irmão estava sempre ‘pegando no pé’ de Davi. Mas a atitude de
Davi nos deixa uma grande lição. “ Ele então se virou... ” foi a resposta de
Davi. Ele não se permitiu ser paralisado pela rejeição. Ele não sentou e
chorou amargamente por ter sido desprezado. Ele não ficou argumentando
com seu irmão e provando que era capaz. Ele simplesmente foi lá e matou o
gigante. Haverá pessoas em nossa vida, que tudo o que nós teremos que
fazer é seguir o conselho de Jesus:
“E, se em alguma casa ou cidade as pessoas não quiserem recebê-los,
nem ouvi-los, saiam daquele lugar. E na saída sacudam o pó das suas
sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente.”
Mateus 10:14 – NTLH

Portanto, meu conselho para você romper com esse ciclo é ‘sacuda a
rejeição das suas conexões neurais’ . De forma prática, essa ação inicia
através da identificação. Se você identificou que também possui esse vício,
sugiro que pegue um papel e uma caneta e anote o nome de todas as
pessoas, ou situações, que SEMPRE (todas as vezes que você está ou fala
com essa pessoa) te fazem sentir-se desprezada, rejeitada ou ignorada.
Agora que você conseguiu identificar, faça um favor para si mesma:
PARE DE PROCURAR ESSA PESSOA ou PARE DE PROVOCAR ESSA
SITUAÇÃO!! E quantas outras mais pessoas encontrar em sua caminhada,
que te causem as mesmas coisas, não vá atrás delas.
Por favor, entenda minha colocação aqui. Talvez, em vídeo, eu
conseguisse me expressar melhor. Não estou falando para você tratar a
pessoa mal, se, porventura, encontrar com ela um dia, ou não falar com ela
e ignorar. Não! Na verdade, dentro dessa abordagem que lhes trouxe,
normalmente essas pessoas nem nos procuram, somos nós que causamos
essa situação, como no caso dessa pessoa que lhes descrevi a respeito da
minha história, ela nunca me procurava, era eu que sempre ia ‘atrás’ dela.
Talvez a pessoa que você precisa parar de procurar seja uma pessoa que,
em algum período da vida, vocês até foram amigas, mas houve a quebra do
relacionamento. Talvez seja um ex-namorado ou ex-marido. Você pediu que
Deus te ajudasse nessa situação. Deus te afastou dessa pessoa, curou as
feridas que essa relação causou, passou um tempo, você esqueceu, e o que
você fez?
Procurou a pessoa de novo! E o que aconteceu? Você se sentiu
desprezada novamente. É a mesma história de arrancar a casca da ferida,
quando aquela região ainda não foi cicatrizada.
Para formar uma cicatriz, leva muito tempo. Se toda vez que essa casca
quase estiver pronta para cair de forma NATURAL, você for lá e
ARRANCAR, terá que VOLTAR ao PROCESSO novamente.
Ah...e não se esqueça: Não tem a ver com o outro. Às vezes, a pessoa
nem imagina que causa, ou que causou isso em você. É apenas o seu
cérebro buscando uma forma de alimentar os vícios que nasceram das
inúmeras experiências de desprezo e rejeição que você viveu desde sua
concepção. Sua tarefa é apenas QUEBRAR O VÍCIO, assim como quebrei
o meu.
E no final das contas, agradeço a Deus por essa pessoa e pelas dolorosas
experiências que vivenciei, pois, sem elas, eu não teria sido livre, e você
não estaria lendo este livro. Porque sempre, no final, todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados
segundo o seu propósito (Rom 8:28).
Capitulo 3
O Ciclo da Inferioridade e Vitimização Esse ciclo é
‘filho’ do ciclo que falamos anteriormente. Ele caminha de mãos dadas com
a insegurança. Experiências de rejeição, nos fazem sentir inferiores às
pessoas a nossa volta.
Pessoas que vivem repetindo esse ciclo buscam sempre se sentir inferior,
não importando onde ou com quem estejam. É aquela sensação de ‘não
pertencimento’ à ambiente nenhum.
Não sei se você se sente assim, mas eu já me senti muito. Não importa
onde ou com quem estivesse, eu sempre dava um jeito de me sentir mal
comigo mesma. O sentimento de vergonha é um grande aliado desse ciclo.
Estar em ambientes públicos era terrível para mim, pois eu sempre me
sentia constrangida. Se ganhava algum presente, me sentia mal e
envergonhada. Se alguém elogiava meu trabalho, me sentia muito
constrangida. É uma sensação de ‘não merecimento’, por mais que você
mereça.
A bíblia relata em Lucas 13, a história de uma mulher que vivia
encurvada há dezoito anos.

“Certo sábado, quando Jesus ensinava numa sinagoga, 11 apareceu uma


mulher enferma por causa de um espírito impuro. Andava encurvada havia
dezoito anos e não conseguia se endireitar. 12 Ao vê-la, Jesus a chamou
para perto e disse: “Mulher, você está curada de sua doença!”. 13 Então
ele a tocou e, no mesmo instante, ela conseguiu se endireitar e começou a
louvar a Deus . ” - Lucas 13:10-13

Permita-me usar como base a história dessa mulher, e fazer uma relação
entre a enfermidade física ligada à raiz emocional (já foi comprovado que
muitas doenças como bursite, tendinite, desvios na coluna, tem sua origem
no emocional – as doenças psicossomáticas). Esse ‘espírito impuro’, que a
bíblia relata, pode ser aplicado no contexto da vitimização e inferioridade,
como pensamentos autodestrutivos. A bíblia não diz como ela ficou assim.
Mas será que ela não foi se encurvando aos poucos, devido à tantos
traumas, perdas, faltas, dores, humilhações?
Quantas de nós provocamos nosso próprio encurvamento, com
pensamentos contra nós, como: “Não posso, não sou capaz, não consigo,
sou burra, por que eu nasci? Sou desprezível, ninguém me ama, tudo o que
faço não dá certo” , e por aí vai... Quantas de nós abrimos, excessivamente,
mão de nós mesmas, nos perdemos da nossa originalidade, fazemos
inúmeras concessões em prol do outro, e acabamos encurvadas? Quantas de
nós se autossabota o tempo todo, achando que não somos merecedores nem
de comprar uma ‘calcinha’ ou um iogurte que seja importante, até mesmo,
para o funcionamento do seu intestino, por exemplo? Quantas vezes
continuamos frequentando ambientes que nos fazem sentir inferiores?
Quantas vezes insistimos em nos relacionar com pessoas que sempre nos
colocam para baixo? Quantas vezes nos vestimos desleixadamente e
andamos encurvadas só para não chamar a atenção? Quantas vezes
continuamos em relacionamentos abusivos, porque achamos que é
exatamente isso (sermos maltratadas) que merecemos? Quantas vezes nos
isolamos de todo mundo, porque não queremos ‘atrapalhar’? Quantas vezes
não nos sentimos boas o suficiente? Quantas vezes desistimos dos nossos
projetos pessoais porque algumas pessoas competiram conosco, ou querem
tomar nosso lugar, por exemplo? Quando você abre mão do seu sonho, ou
dá o seu lugar para outra pessoa, você está dizendo, para si mesma, que o
outro é mais importante que você . Quantas vezes nos comparamos,
sempre nos colocando como inferiores, seja em beleza, dons, habilidades,
recursos financeiros, vida familiar, sucesso profissional e pessoal...?
Imagine que você está em uma festa e percebe que a anfitriã tira foto
com as amigas (que também são suas), ou primas e cunhadas dela, e não
chama você em nenhum momento para tirar uma foto também? Como você
se sente diante dessa cena? Como a excluída, a coitadinha, que ninguém
ama? Eu me sentia assim, diante de situações exatamente como essa.
Quando temos esse vício, nosso cérebro insiste em procurar cenas e
situações para se vitimizar. Em poucos segundos, você já está pensando em
tudo o que fez para essa anfitriã, o quanto a ajudou, ou o quanto foi boba
em muitos momentos, e não vê a hora da festa acabar para ir embora para
casa, chorar até não ter mais lágrimas.
Você se sente ofendida quando as pessoas não te convidam para festas
ou eventos? Você fica ofendida quando algumas pessoas não curtem ou
comentam sua foto nas redes sociais? Ou quando elas marcam todas as
pessoas da foto, menos você? Sentir-se ofendida, diante dessas situações, te
levará para um caminho, onde seu pensamento será direcionado a pensar
que não tem valor, ou seja, que você é inferior a todos a sua volta.
Você já chegou ao cúmulo de se imaginar com uma doença grave – um
câncer, por exemplo – só para ver quem se importa com você? Eu já! Sem
saber, reforçando esses pensamentos, eu estava alimentando meu vício de
vitimização. Sempre que eu e meu esposo discutíamos, eu chorava até não
ter mais lágrimas, revivendo e distorcendo as palavras dele. E ainda sentia
‘prazer’ em ir em frente ao espelho, e olhar aqueles olhos e ‘cara’ inchados,
e eu mesma morrer de pena de mim! Isso é autocomiseração.
Você já passou e repassou diversos pensamentos em sua mente, como:
“Trabalho tanto e não tenho direito a nada” ... ou: “Me mato de limpar
essa casa e ninguém me ajuda, pelo contrário, pensam que sou escrava!, ou
ainda: “Estou tão triste, e quando mais preciso, aquela amiga nem se
importa comigo, nem me manda um WhatsApp para saber como eu
estou...” Eu também já alimentei esses e outros tantos pensamentos tóxicos
por anos e o que ocorria é que, eu ficava com raiva do meu esposo, por ele
não me ajudar; das minhas amigas, por não demonstrarem interesse por
meu problema, e, assim, alimentava pensamentos de que ninguém se
importava comigo. Coitadinha de mim!

Todas ações que lhes descrevi nos parágrafos anteriores alimentam e


reforçam o vício da inferioridade e vitimização.

Quando estamos encurvadas, olhamos para dois lugares: nosso umbigo


ou o chão. Faça o teste. Vamos lá! É sério! Gostaria que você se levantasse
e se curvasse por um instante para entender o que estou falando. Percebeu
para onde seus olhos vão? Se olharmos para ‘nosso umbigo’, tudo o que
veremos será o egoísmo da nossa dor. Aquela famosa expressão: “você só
olha para seu umbigo!” E se olharmos para o chão, que perspectiva de vida
e futuro teremos? Possivelmente, tropeçaremos e cairemos em buracos, pois
não estaremos enxergando o caminho que devemos trilhar. E a Palavra de
Deus nos ensina:
“[...] livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos
envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo
os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé [...]”
Hebreus 12:1,2

Se você também identificou esse vício em sua vida, a bíblia também te


dá a resposta para quebrá-lo: “ Então ele a tocou e, no mesmo instante, ela
conseguiu se endireitar e começou a louvar a Deus” (Lc 10:13). Eu te
convido a ir ao encontro de Jesus, e permitir Ele te tocar. Há situações em
nossa vida que somente o sobrenatural de Deus poderá nos libertar. Para
quebrar esse vício, você terá que trilhar uma longa jornada em relação ao
amor próprio. Somente quando você se amar saudavelmente (sem egoísmo
ou ‘egolatria’ – se idolatrar), será capaz de interromper seus pensamentos
tóxicos.
Para isso, o primeiro passo é receber o amor de Deus por você. Aceitar e
compreender o amor de Cristo naquela cruz por você! Depois, desenvolver
um relacionamento íntimo com Ele. E à medida que for identificando o que
precisa ser curado, clamar, insistentemente, para que Cristo te ajude a se
libertar dos vícios. Meus vídeos no YouTube, outros livros que escrevi, e o
curso online, podem te ajudar nessa tarefa.
E quando Jesus te tocar, faça como a mulher dessa história bíblica:
endireite-se. Haverá o sobrenatural de Deus te libertando das experiências
de infância que talvez tenham contribuído com a criação desse vício, mas
para que você quebre totalmente o vício, será necessário mudar suas ações e
pensamentos em relação a você mesma, e permanecer por um bom período
de tempo nessas ações, para que novas conexões neurais saudáveis sejam
criadas, e seu cérebro, renovado.
A leitura e a declaração da Palavra de Deus a respeito de como Deus te
vê (Sugestão: Salmo 139) , a ajudarão nesse processo. O louvor e adoração
a Deus através de canções é também uma excelente arma contra os
pensamentos tóxicos. Somos uma geração privilegiada com acesso ao
YouTube à diversas canções que falam da paternidade de Deus, do amor
d’Ele por nós e da sua cura. Bíblia e adoração são as melhores ferramentas
que eu conheço para combater todos os vícios.
Outras ações que podem contribuir com esse processo em sua vida, é
buscar leituras de livros que tratem de assuntos de autoestima e identidade.
Permita-me deixar algumas sugestões:
“Deixe-me apresentar você” - Talitha Pereira – Editora Vida “Reflexos
da Alma” - Ana Paula Valadão/Helena Tannure/ Devi Titus – Editora
Mundo Cristão “Quem você pensa que é?” - Mark Driscoll – Editora
Mundo Cristão “De bem com você” - Sharon Jaynes – Editora Mundo
Cristão
E, se necessário, busque aconselhamento com alguma mulher madura
em sua igreja, e se, ainda assim, nada resolver, busque ajuda de um
profissional, como psicóloga(o), por exemplo.
Capitulo 4
O Ciclo da Tristeza e da Angústia “Chora-Chora” era
um dos meus apelidos quando criança. Meus primos fizeram até uma
musiquinha com esse nome para mim, e adoravam se divertir às custas do
meu ‘drama’, por isso, estavam sempre provocando situações para eu
chorar (o que não era muito difícil mesmo). Por aí, você já pode ter uma ideia do
quão triste eu era. Eu não me amava, não me aceitava de jeito nenhum, me
enxergava sempre como um peso na vida da minha mãe. Desde pequena (em
torno de 6, 7 anos de idade), lembro de ir dormir chorando, todas as noites. Na
escola não me encaixava em grupo nenhum, vivia chorando pelos cantos,
calada, sempre com uma tristeza tão profunda, que nem eu sabia explicar o
motivo de tanta vontade de chorar.
Hoje, entendo que, era minha válvula de escape, em meio a tanta dor na
alma. Reviver e alimentar a dor do abandono ou da solidão construiu e
reforçou o vício da tristeza e da angústia nas minhas conexões neurais.
Quando olho para meu passado, vejo que eu habitava na cidade da dor.
Todas as minhas lembranças remetiam a dor e tristeza. Ser triste, se tornou
uma condição ‘normal’ para mim. Pensar em coisas ruins o tempo todo,
imaginar-me doente, esperar uma notícia ruim e, simplesmente, chorar, sem
‘motivo algum aparente’, eram ações comuns no meu dia-a-dia.
É tão estranho, e pode parecer até ‘louco’ o que vou dizer, mas é como
se eu ficasse ‘feliz’ se estava triste. Se as coisas estavam caminhando bem
em minha vida, eu sentia falta de ‘algo’. Esse ‘algo’, era, simplesmente, um
motivo que meu cérebro buscava para alimentar o vício da tristeza. Afinal,
se eu tivesse um problema, então teria ‘motivos’ para chorar e ficar triste e
‘todos entenderiam’.
Antes de deixar algumas dicas práticas de como você pode romper esse
ciclo, é necessário que você já tenha avançado em alguns processos, como:
resolver seu passado, perdoar as pessoas que te feriram, devolver as perdas
e frustrações (coisas que não saíram como você imaginava em sua vida) para
Cristo, estar em um processo de cura emocional (os meus vídeos no YouTube ,
meu curso online, e livros anteriores que escrevi, podem te ajudar nesse processo. Os
títulos dos livros são: “Saradas para Sarar”, “Desconstruindo o meu Eu” e “Tempo de
Crescimento”).
Mesmo tendo passado por todos esses processos (resolver o passado,
perdoar, estar no processo de cura), a tristeza ainda insistia em me dominar.
Confesso que, foi extremamente difícil romper com esse ciclo. Foi um
processo de quatro anos, onde precisei ser intencional, utilizando minha fé e
declarando a Palavra de Deus (Neemias 8:10/Filipenses 4:4/Sl 28:7/ João 15:11/Sl
30:5/Prov 17:22/Prov 15:13/Is 61:3/Sl 23/Gálatas 5:22; entre outros) sobre minha
vida, além de, constantemente, ouvir, cantar e dançar canções que
expressassem alegria e a vida de Deus. Lembro que, num determinado
período, as canções da artista Mariana Valadão, no trabalho com o título de
“Vai Brilhar”, foram grandes instrumentos de Deus para imprimir em meu
cérebro as novas informações necessárias.
A música é uma excelente ferramenta de aprendizado e de reforçamento,
pois, à medida que você canta, ondas elétricas são ativadas em seu sistema
nervoso, produzindo uma energia positiva que atinge todo o seu corpo. E
essas liberações ativam os neurotransmissores necessários, que fazem a
substituição das conexões neurais tóxicas.
Havia uma canção, em específico, que gostaria de compartilhar um
trechinho com você:
Eu tenho a vida de Deus/ Eu tenho a vida de Deus em mim/ Muita coisa
à minha volta vai ter que mudar/ São milhares de pessoas que virão pra te
encontrar, Jesus/ O lugar onde eu passar a dor vai ter que se entregar/ Se a
tristeza olhar pra mim ela vai ter que se alegrar /
Preste atenção na letra dessa canção (se possível, ouça-a em alguma
plataforma). Fiz questão de grifar uma parte para você entender como ações,
aparentemente, tão simples contribuem muito para a criação de novas
conexões neurais. Enquanto eu cantava (e bem alto – risos) essa canção, e,
principalmente, esse trecho, além de ativar as ramificações elétricas
necessárias, eu estava falando, e quando falamos, nossos ouvidos ouvem, e
quando ouvem, absorvem, processam e armazenam informações. Segundo a
neurociência, a música contribui muito com o processo de
neuroplasticidade – construção de novos caminhos neurais (renovação da
mente Rom 12:2). Quanto mais repetimos e reforçamos os mesmos
pensamentos e ações, mais solidificamos a nova informação em nosso
cérebro. Por isso, é tão importante ser intencional, usar a fé, e ser constante
na ação. E quando você menos esperar, a tristeza profunda não estará mais
lá.
Outro ponto importante é aprender a se conhecer, pois sempre que
perceber que você está querendo ficar muito isolada, sem falar com
ninguém, e uma enxurrada de pensamentos negativos tentar te ‘nocautear’,
você terá que buscar uma força extra em Cristo para não se permitir voltar
ao ciclo viciante. Se você estiver no processo de romper esse ciclo, além de
realizar as principais ações que já compartilhei nesse capítulo, sugiro
assistir filmes, vídeos, ou até ver alguns ‘memes’[1] engraçados. Rir é um
dos melhores remédios para a alma.
Segundo o “Instituto de treinamento e desenvolvimento humano Elix”,
iniciar o seu dia com bom humor, com um sorriso no rosto, oferecendo um
entusiasmado “bom dia”, se permitir escutar aquela música que muda seu
estado de espírito, ter boas conversas, rir de algumas piadas e escolher ter
sua primeira hora do dia com descontração e leveza, faz toda a diferença em
sua experiência neurofisiológica durante todo o dia, além de toda essa
energia positiva ter o poder de contagiar e alegrar as pessoas que cruzarem
seu caminho, e, principalmente, a você mesmo!
Alguns efeitos que a alegria pode gerar em nosso organismo: •
Diminuição da pressão arterial • Redução dos níveis de cortisol – hormônio
relacionado ao estresse • Aumento do colesterol bom – conhecido como
HDL
• Aumento da produção de endorfinas – neurotransmissor responsável
pela sensação de bem estar e prazer – além de reduzir dores, melhorar o
sono e o desempenho sexual, reduzir o estresse e promover calma e
serenidade.
• Fortalecimento do sistema imunológico • Relaxamento dos músculos e
diminuição de tensões e dores musculares • Redução dos sintomas da
ansiedade, estresse e depressão Sei, por experiência própria, que ‘ser alegre’
não é uma tarefa fácil. Mas é fundamental que você entenda que a sua
decisão diante da vida e dos problemas influenciará diretamente sua saúde
física e emocional, e a escolha é somente sua. Não adianta esperar que
alguém nos faça feliz. Ser feliz é uma decisão que devemos tomar todos os
dias através de pequenas ações. Por exemplo, quando alguém quiser discutir
com você, provando que está certo e você errada; em vez de perder sua paz
e alegria, tentando provar que está certa, decida ser feliz a ter razão. A
responsabilidade sobre nossos sentimentos pertence somente a nós. Por
isso, não permita que o pior do outro desperte o pior em você.
Os estímulos externos (contas, dívidas, preocupações, discussões, mal-
entendido, críticas, sobrecargas, frustrações, decepções...) realmente são
tentações que enfrentamos diariamente, mas não podemos permitir que elas
nos vençam e roubem nossa alegria. Somos nós quem escolhemos atribuir
um significado às experiências que vivemos, então, atribua um significado
de amadurecimento, por exemplo. Diga a você mesma que essa é uma
grande oportunidade para você conhecer a paternidade de Deus; a aprender
a entregar as preocupações da vida nas mãos de Cristo, a confiar e
descansar verdadeiramente no seu Pai provedor, que tem cuidado de cada
detalhe em sua vida. Em Mateus 6:25-34, você encontra um bom conselho
de Jesus nessa área. Um coração alegre torna a vida, que já é tão
desafiadora, mais leve. Jesus nos convida a tomarmos o fardo dele, que é
leve, em Mateus 11:30.
Há mais três importantes ações que alteram totalmente seu estado de
espírito e liberam neurotransmissores que contribuirão com a criação de
novas conexões neurais (neuroplasticidade). São elas: AGRADECER – A
gratidão é o melhor antídoto contra pensamentos tóxicos. Quando sua
imaginação quiser te levar por um caminho, onde você começa a imaginar
desgraças, acidentes, catástrofes, doenças, mortes, perdas; gerando angústia
em você, tome a decisão de agradecer a Deus pela vida, pela saúde, pelo
sacrifício de Jesus na Cruz, que, inclusive, já levou sobre Ele toda dor,
doença, culpa, medo... agradeça por suas habilidades, dons, inteligência,
agradeça por seu cônjuge, filhos, pais, irmãos, trabalho, casa, família,
amigos, igreja, alimento, provisão, estudos, água, passeios, natureza, por
poder enxergar as flores, árvores, céu, sol, lua, estrelas, ar, vento, brisa...
pode parecer ‘bobo’, mas essas expressões de gratidão em voz alta, acionam
e liberam inúmeras substâncias positivas em nosso cérebro que se espalham
por todo nosso corpo.
Agradeça, também, pelo amor de Cristo por você, pelo amor do Pai
Celestial que te adotou, pela presença do Espírito Santo dentro de você,
pelos ensinamentos, confrontos, e, até mesmo, pelas dores, pois elas te
tornaram a pessoa que você é hoje. Agradeça pelas provações, pois elas te
amadureceram (Tiago 1:2). Agradeça pelo seu futuro, declarando Jeremias
29:11: “Porque eu sei os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor. “São
planos de bem, e não de mal, para lhes dar o futuro pelo qual anseiam.”
Agradeça as conquistas, as vitórias, as curas, pois não tenho dúvidas que
Deus já fez muito em sua vida.
REATIVAR BOAS MEMÓRIAS – Essa é a segunda importante ação
nesse processo de romper o ciclo da tristeza. Lamentações 3:21, nos ensina
a trazer à memória o que pode nos dar esperança. Eu gostaria que você
observasse que todas as instruções que a neurociência nos apresenta como
solução para re novarmos nosso cérebro, a bíblia ensina a humanidade há
milênios de anos. Deus é perfeito! E já deixou todas as instruções no mapa,
na bússola, no manual de instruções, que é a Palavra d’Ele.
A neurociência diz que, quando reconhecemos algum fato bom da vida,
uma conquista ou qualquer sentimento de gratidão, o sistema de
recompensa do cérebro é ativado. Quando isso acontece, substâncias como
dopamina e serotonina são liberadas, ativando sensações de prazer e o
sistema de recompensa – que falarei de maneira mais aprofundada em outro
capítulo.
Gostaria de compartilhar com você, como faço para cultivar essas duas
ações tão importantes que lhes descrevi. Eu tenho o diário da gratidão e o
pote da gratidão . No meu diário, gosto de anotar, detalhadamente, as
surpresas que recebo de Deus, como algo pelo qual eu vinha orando há
anos, e que há uma forte relação emocional com a conquista. Anoto,
também, coisas que Deus fala ao meu coração. Só o fato de ouvirmos a voz
de Deus já é motivo para sermos gratos constantemente, pois isso prova que
não estamos só, e o quanto Ele nos ama e se importa conosco. Anoto,
também, promessas cumpridas e alvos alcançados. Já no pote da gratidão,
anoto aquelas ‘pequenas alegrias’ diárias, como poder ajudar ou ser ajudada
por alguém, participar de algum momento importante das minhas filhas,
receber uma boa notícia, ter recursos para ir ao cinema com minha família,
por exemplo, por poder comer algo gostoso, comprar ou ganhar algo que
estávamos precisando, ganhar um ‘mimo’, receber um gesto de carinho,
encorajamento ou agradecimento de alguém, ter uma nota boa na faculdade,
vencer um desafio, receber um convite para ministrar, vender livros, entre
outros.
E sabe por que é tão importante cultivar esse hábito? Porque, nos dias
mais difíceis, quando nada de bom ocorrer em nossa vida, e a tristeza quiser
nos dominar, podemos recorrer à essas lembranças, nos enchermos de
esperança e crer que, se Deus fez tanto no passado, vai fazer também no
presente. É como se imediatamente tomássemos uma ‘injeção de ânimo’.
Eu encorajo você a desenvolver o seu diário de gratidão também.
Comece pensando nos momentos que mais lhe trouxeram felicidade,
mesmo que tenha sido há muitos anos. Escreva essas experiências e tente se
lembrar dos seus sentimentos na ocasião. Escreva no seu diário como você
se sentiu. Agora pense nas pessoas que estavam com você nesse momento.
Anote o nome delas, e escreva adjetivos à frente do nome delas. Agora,
agradeça a Deus pela vida delas e as abençoe em oração.
Tente se lembrar de pessoas boas que passaram por sua vida, e deixaram
marcas positivas. Anote o que elas fizeram por você. Anote também quais
ensinamentos elas te deixaram. Se você tiver a oportunidade, que tal essa
semana, enviar uma mensagem de agradecimento e reconhecimento pelo o
que ela fez na sua vida? Você não tem noção do quanto isso pode ser
encorajador para essa pessoa! Se alguma dessas pessoas de sua lembrança
não estiver mais no plano terreno, escreva uma carta para Deus
agradecendo por Ele ter colocado essa pessoa em seu caminho, e ‘conte a
Ele’ todo o bem que ela lhe fez e todo o ensinamento que ela lhe deixou.
Ações, como essa, despertará sentimentos em você, que deixará seu dia
mais alegre e cheio de vida.
Agora pense nas pessoas que facilitam sua vida no dia a dia. Se você
tem alguém que te ajuda com seus filhos (mãe, irmã, avó, tia, amiga ou vizinha,
por exemplo), se você tem um pequeno negócio e pessoas trabalham para
você; se você tem alguém que te ajude com a limpeza da casa; se você
lidera algum ministério na igreja e pessoas te ajudam nessa área; se o seu
esposo te leva aos lugares que você precisa; se ele te ajuda com as tarefas
de casa; se seus filhos contribuem financeiramente com a casa; se você
lidera algum departamento em sua empresa, e pessoas se reportam à
você...enfim, peça ao Espírito Santo para te fazer lembrar de todas as
pessoas que já te abençoaram e que continuam te abençoando, diariamente.
Então, compre um mimo, que pode ser desde um simples chocolate
como um objeto de decoração, ou algo que você saiba que essa pessoa está
precisando, e dê a ela de presente, juntamente com um bilhetinho de
gratidão, especificando o quanto ela alivia e facilita sua vida no dia a dia. O
sistema de recompensa dessa pessoa será ativado, e ela terá ainda mais
prazer em te ajudar das próximas vezes.
O nosso cérebro não consegue sentir gratidão e tristeza ao mesmo
tempo, portanto, você é quem DECIDE qual sentimento quer alimentar. É
sua escolha! Ocupe seu espaço interno e exercite diariamente a gratidão.
Para começar bem o dia, inicie agradecendo por várias coisas que te sugeri
alguns parágrafos acima – como a vida, família, natureza... E termine seu dia
refletindo sobre as realizações que lhe deram prazer.
ORAÇÃO – Essa é a terceira ação que contribui significativamente com
a renovação da nossa mente (neuroplasticidade) e o desenvolvimento de
novas conexões neurais, e, consequentemente, com o rompimento do ciclo
viciante.
Segundo Dr. Rosana Alves, neurocientista, cristã, em uma entrevista
concedida ao programa “Consultório de Família”, na Tv Novo Tempo, é
provado, cientificamente, que a oração atua em uma região do nosso
cérebro, o sistema límbico, liberando substâncias muito importantes que
proporcionam ao indivíduo um senso de pertencimento, melhorando sua
autoestima, e gerando uma sensação de bem estar muito grande.
A maioria das pessoas que permanecem em ciclos de tristeza relatam se
sentirem sozinhas, sem amigas, sem ter com quem contar, ou se sentem
tristes porque ficam relembrando as experiências de rejeição, abandono,
traição ou decepção, por exemplo. Enquanto a tristeza nos empurra para a
solidão, a oração nos oferece a sensação de pertencimento, que é a maior
necessidade do ser humano. A oração que gera esse efeito, é aquela que
falamos com Deus de coração totalmente aberto, sem máscaras, medos ou
reservas; como falamos à uma amiga de confiança ou a um psicólogo(a),
por exemplo. Quando vamos à um terapeuta, nosso intuito é obter
instruções que aliviem nossa angústia, e quando oramos, é exatamente isso
que ocorre.
Posso me lembrar, agora, de uma experiência onde estava muito
magoada e decepcionada com uma pessoa muito próxima a mim. Não era
possível eu ter acesso à algum profissional, como psicólogo, por exemplo,
mas em meio a minha dor e angústia, por volta de 02hs da manhã, fui à sala
de casa, e fiz algo que marcou meu relacionamento com Deus. Não orei de
forma convencional, ajoelhada ou de olhos fechados. Sentei-me no sofá, e
de olhos abertos, dei uma batidinha com a mão no sofá ao meu lado – como
se chamasse alguém para sentar ao seu lado, e disse: “Jesus, preciso que o
Senhor sente um pouquinho ao meu lado para me ouvir” . E ali, comecei a
falar. Chorei, contei em detalhes tudo o que eu havia vivido, expressei
minha indignação e meus sentimentos negativos em relação as ações
daquela pessoa e, finalmente, liberei perdão e a abençoei. Sei que falei por
mais de 40min, como se realmente estivesse diante de um psicólogo. E sabe
qual foi o resultado? Era como se estivesse! Uau! Já fazem alguns anos
dessa experiência e ainda posso me lembrar da sensação de paz e alívio que
tive após ter colocado toda dor para fora. O problema resolveu? Não. A
pessoa reconheceu que estava errada? Não. Mas meu coração foi limpo e
curado através da oração.
Sei que muitas pessoas ficam esperando ajuda de outros, mas gerar
expectativa de que o outro deve te ouvir, te ajudar ou te aconselhar, só trará
mais decepção e tristeza à sua vida. Infelizmente, vivemos numa sociedade
produtiva, onde as pessoas estão sempre envolvidas com suas vidas,
famílias e tarefas diárias. É muito difícil encontrarmos pessoas dispostas a
nos ouvir na hora que precisamos, até porque, nem o profissional da saúde
teria a agenda disponível para nós a hora que quiséssemos; e mesmo as
pessoas que se dispõe voluntariamente a ajudar outras pessoas estão
sobrecarregadas com tanta procura. Falo isso porque trabalhei como
conselheira cristã, atendendo inúmeras mulheres em casa, por mais de cinco
anos. O resultado final foi que fiquei tão sobre carregada, que até a minha
saúde emocional foi comprometida naquele período. O Espírito Santo me
orientou a dar uma pausa, e mesmo contra minha vontade – pois eu amava
realizar aquele trabalho – tive que obedecer.
Entendi que não há ser humano algum que dê conta das nossas angústias
e expectativas. Por mais que eu escutasse a dor daquelas mulheres, as
encorajassem, e ensinassem o caminho da cura e da dependência única de
Cristo, ainda assim, elas queriam depender de mim emocionalmente. Então,
aqui fica meu recado para você que permanece no ciclo da tristeza
esperando que as pessoas te levantem ou te ajudem: “Você tem o MELHOR
psicólogo disponível para você a hora que precisar, e detalhe, não tem fila
de espera, e Ele não te cobra nada; pelo contrário, te dá paz, esperança,
alívio e os melhores conselhos, que nem mesmo o melhor psicólogo terreno
poderia te dar!”
Outra ação importante relacionada à gratidão e oração, está em
Filipenses 4:6 (NVT)
“Não vivam preocupados com coisa alguma; em vez disso, orem a Deus
pedindo aquilo de que precisam e agradecendo-lhe por tudo que ele já fez.”

Todas nós temos nossa lista de pedidos a Deus, que vão desde coisas
essenciais e primordiais até coisas não tão necessárias. Quero que saiba que
Deus se importa com tudo o que é importante para você. Mas como não
sabemos o que é bom para nós, ou qual caminho devemos percorrer para
alcançar nossos sonhos, Ele vai eliminando pessoas ou fechando portas que
seriam ciladas para nós. Por isso, é tão importante confiarmos em Deus e
termos a atitude correta enquanto estamos esperando algo. Falo muito sobre
esse assunto no meu livro: “Tempo de Crescimento”
Vou te sugerir um exercício: Faça sua lista de pedidos e comece a orar
por ela, não apenas pedindo, mas agradecendo como se já tivesse recebido.
Esse princípio está na Palavra de Deus.

“[...] chama à existência coisas que não existem, como se existissem”. –


Romanos 4:17

Exercer o sentimento de gratidão é como exercitar um músculo, que vai


se fortalecendo à medida que é ativado constantemente. Com o tempo, o
medo, a angústia e os sentimentos de raiva são dissolvidos. Fica mais fácil
controlar os estados mentais tóxicos e desnecessários, e por fim, ser
resiliente a ponto de controlar internamente qualquer coisa que venha de
fora (fatores e estímulos externos).
Capitulo 5
O Ciclo da Autossabotagem e Negação do
Prazer Eu tinha apenas 6,7 anos de idade, e lembro de me autodepreciar
em todo momento. Me xingava de besta e de idiota; me batia no rosto, batia
minha cabeça na parede muitas vezes, para me punir não sei do quê...
Sempre dramática e solitária! Por mais que eu estivesse no meio de pessoas,
sempre me sentia sozinha. Nunca me sentia amada. Enxergava as outras
crianças felizes, brincando, e não conseguia me ver assim. Eu até tentava
me envolver em alguma brincadeira, mas bastava alguém falar alguma coisa
que eu pensasse ser de mim, pronto! Eu me fechava, fazia um drama
dizendo que ninguém me amava, que eu era um lixo, e que não valia nada
mesmo. Lembro de uma cena que ocorreu na casa da minha avó (mãe do meu
pai de registro).
Minha avó resolveu fazer uma blusa de lã para todos os netos, mas como
éramos um número grande, tinha que ter uma ordem na produção da roupa.
Conforme minha avó ia tricotando, perguntávamos para ela: “De quem é
esse vó?” Ela respondia: “De fulana... de fulano...” E assim ela entregava
os casacos conforme ia terminando. Parece que nunca chegava a minha vez.
Nem sei que número nessa fila eu estava, só sei que como eu não havia sido
uma das primeiras, aquilo já foi motivo para meu cérebro interpretar como:
“os outros são melhores que eu” . Lembro de ter feito um drama: “Não
precisa fazer mais nada para mim não vó, não perca o seu tempo comigo,
pois eu sou um ‘cocô’ e vou sujar isso se eu colocar no meu corpo!”
Dramática a menina! rsrsrsrs Porém, na verdade, minha alma, tão pequena,
já estava marcada e suja pelas mãos de Satanás. Ferida por todo o histórico
de rejeição, abandono e abuso que lhes contei no início desse livro. Entrei
no ciclo da autossabotagem. Tudo o que fosse bom para mim ou que
pudesse me trazer prazer, satisfação e alegria, ou que pudesse facilitar
minha vida, eu bloqueava, inconscientemente. Inclusive, em ações tão
pequenas e ‘inofensivas’, como por exemplo, quando eu ia à casa de
algumas pessoas que tivesse uma mesa cheia de sobremesas e coisas
gostosas. As pessoas me ofereciam, e eu ficava morrendo de vontade, mas
não aceitava. Depois, ficava com muita raiva de mim mesma por não ter
aceitado. Afinal, eram coisas que eu não tinha condições de comprar ou
fazer. Eu poderia aproveitar a oportunidade, mas meu vício me impedia.
Eu não era capaz de fazer absolutamente nada de bom para mim. Era
ótima com os outros. Gostava de agradar todo mundo à minha volta. Fazia o
possível para facilitar ao máximo a vida das pessoas à minha volta, mas, na
mesma intensidade, fazia de tudo para dificultar a minha. Amava comprar
presentes para os outros, mas não tinha coragem de comprar algo que eu
quisesse ou precisasse muito. Eu sequer tinha coragem de comprar um
iogurte que precisava para ajudar no funcionamento do meu intestino. Não
comprava nada novo para minha casa, principalmente se fosse colaborar nas
minhas tarefas diárias, como um bom produto de limpeza para diminuir
meu esforço e ganhar tempo; ou comprar uma panela ou assadeira nova que
não grudasse a comida, e depois eu tivesse que passar horas tentando limpá-
la. Parece que eu fazia questão de que tudo o que eu fosse fazer deveria ser
com muito esforço e sacrifício. E, automaticamente, com essa ação, eu
também permanecia no ciclo da vitimização. Os ciclos viciantes ‘andam de
mãos dadas’, um sustentando e alimentando o outro.
Se alguma amiga ou prima convidasse para ir ao cinema com as
crianças, minha resposta era sempre: “Ih, minha filha, não tenho dinheiro
para isso não!” Quantas vezes elas levaram minhas filhas, ou meu esposo
foi sozinho com elas no cinema, enquanto eu tinha que trabalhar e
trabalhar... Eu não sabia receber elogios. Se alguém dissesse que eu estava
bonita, eu tinha que dizer que as roupas ou sapato eram ganhados, ou
comprados na promoção da loja mais barata da cidade. O pior, é que eu
reproduzia a mesma fala quando alguém dizia que minhas filhas estavam
lindas. Eu, imediatamente, tinha que dizer: “Essas roupas são da fulana,
que deram para elas, porque não servia mais” . Primeiro, que se a pessoa
deu, não é mais dela, então porque eu tinha que dizer ‘são da fulana’?
Percebam a mentalidade autodestrutiva.
Lembro de trabalhar durante todo o inverno com uma rasteirinha nos
pés, porque não tinha coragem de comprar uma bota ou um tênis para mim.
Como o local que eu trabalhava era bem aberto, eu passava frio, ficava
doente, sofria constrangimento quando as pessoas perguntavam porque eu
não estava com um calçado fechado, tudo por causa desse maldito ciclo
autossabotador. Eu também ‘adorava’ exibir minha marmita ‘pobre’, com
comida de mais de dois dias anteriores e mistura simples. Em casa,
cozinhava comida fresca para minha família, mas não era capaz de fazer um
prato decente para mim. Fazia meu prato com as sobras dos outros dias que
ninguém mais queria. A comida que iria para o lixo – não porque estava
estragada, mas porque estava velha e ninguém mais queria – eu trazia para o meu
prato. Sem perceber, eu estava enviando a mensagem para meu cérebro de
que eu não tinha valor e que eu era ‘lixo’, já que a comida que iria para o
lixo, coloquei para dentro do meu corpo – estômago – então, sou lixo. Isso
quando eu fazia meu prato, pois tinha o horrível costume de comer o que
sobrava do prato das minhas filhas. Pensava: “Como elas sempre deixam
comida, eu como o que sobrar para não jogar fora, e a mistura que eu
comeria hoje, como amanhã”. E no dia seguinte, novamente minha família
comia comida fresca, e eu, a comida do dia anterior. Eu alimentava esse
ciclo vicioso, sempre me impedindo de ter algum prazer ou desfrutar de
algo bom. Esse vício nos rouba exatamente isso: o prazer e a alegria de
desfrutar as coisas boas da vida.
Eu me boicotava o tempo todo. Se eu estava feliz, me sentia culpada. Se
estava tudo bem, buscava problemas para me preocupar. Parecia que eu
nunca podia desfrutar o lado bom da vida. Mas na verdade, não é que eu
não ‘podia’, eu não me permitia!
A autossabotagem é muito comum ocorrer em pessoas que querem
emagrecer e praticar atividades físicas, para desenvolver uma vida saudável.
Mas, parece que, quanto mais a pessoa quer emagrecer, mais o cérebro dela
a arrasta para se ‘empanturrar de comida’ e engordar. Os inimigos ocultos
na mente são os principais vilões de quem quer emagrecer. O conjunto de
pensamentos, sentimentos, padrões de fala, de crenças limitantes e hábitos
que são realizados de forma inconsciente, são os principais fatores que
atrapalham esse processo. Como são ações realizadas automaticamente por
causa do caminho neural já construído, fica difícil identificar, ou perceber a
real armadilha que eles produzem.
Isso também ocorre em pessoas que desejam voltar a estudar, ou iniciar
um curso profissionalizante, ou, até mesmo, realizarem o sonho de cursar
uma universidade. Ela até consegue dar o pontapé inicial, mas pouco tempo
depois, o vício autossabotador consegue convencê-la de que está muito
difícil, que ela não está se adaptando, ou não nasceu para isso, ou qualquer
outra ‘mentira’ que ele inventa, só para se alimentar da ‘sensação do
fracasso ’ ou de se sentir mal consigo mesma , que são os principais
combustíveis para esse ciclo continuar girando.
Ações como: se vestir mal, usar roupas ‘rasgadas, exageradamente
largas e velhas’, não cuidar do corpo – não passar protetor solar no rosto, ou
um creme, perfume, rímel, batom (aquelas que gostam, mas que sempre
encontram ‘desculpas’ para não fazer) – não cuidar da saúde, se alimentar mal,
não praticar atividades físicas, comer muito doce, não ir ao médico fazer
check’ups anuais, gastar demais, se autodepreciar, se vitimizar o tempo
todo, não terminar o que começa, sempre encontrar desculpas para não
crescer profissionalmente ou financeiramente, não buscar conhecimento,
dar vazão à preguiça, não orar, não ler a bíblia, não buscar conexão íntima
com Deus, não perdoar, entre outras ações, como, inclusive, compartilhei
através das minhas experiências; são altamente autossabotadoras. Pois se,
de fato, você as colocasse em prática, todas as áreas da sua vida
experimentariam efetivas mudanças.
Segundo a Neurociência, 95% das nossas ações e decisões são tomadas
de forma automática pela nossa mente, inconsciente. Dependendo dos
“programas” que foram instalados nessa mente, nós criamos o ciclo vicioso
da autossabotagem. Crenças limitantes e emoções negativas funcionam
como programas inconscientes sabotadores. Quanto mais nos
autossabotamos, mais fortalecemos as redes neurais que acionam o ciclo
autossabotador.
Para romper esse ciclo, será necessário destruir os pensamentos
autodestrutivos. Sugiro que faça o seguinte exercício. Faça duas listas. Na
primeira você deve especificar todos os seus ‘fracassos’ e os motivos pelos
quais eles ocorreram. Identifique o quanto você contribuiu para que eles
ocorressem (sem culpa, ok?). Agora, na segunda lista, especifique os
obstáculos e empecilhos que ainda estão te impedindo de alcançar seus
sonhos e objetivos. De forma prática, o que você pode fazer para vencê-los?
Talvez, um bom começo seria assumir as responsabilidades em direção à
mudança, e ser mais disciplinada nas ações em favor dessa mudança?
Quero deixar uma sugestão importante para você romper esse ciclo.
Você precisa estabelecer uma recompensa para seu cérebro, e esta deve ter
um peso maior que a dificuldade que você enfrenta. Por exemplo: se você
deseja fazer um curso, mas não gosta de estudar, acha difícil o conteúdo
ensinado, tem dificuldade nas provas, precisa estabelecer como recompensa
o sonho de se formar, pois, sem essa recompensa, dificilmente você
encontrará forças para continuar. O mesmo vale para quem quer perder
peso. Se a recompensa do prazer de comer for maior que a vontade de
chegar ao peso sonhado, você não vai conseguir vencer o vício
autossabotador. O desejo de sentir-se bem com seu corpo e consigo mesma,
deve ser maior que o prazer de comer, entendeu?
Se você detesta fazer atividades físicas, precisa encontrar uma forma
agradável de passar esse tempo. Eu também não sou fã de atividade física,
mas entendi que preciso cuidar da minha saúde. Para tornar esse momento
menos desanimador, crio uma playlist de ministrações e canções de pessoas
que gosto muito. Quando vejo, cumpri a meta da atividade física, e de
quebra, alimentei meu espírito. Dessa forma, tenho mais facilidade na
realização das tarefas chatas.
Se você deseja conquistar um objetivo financeiro grande, como uma
casa própria ou um carro; sua recompensa deve estar focada na alegria da
conquista desse sonho muito mais do que nos prazeres de comprar coisas
desnecessárias só para satisfazer um desejo momentâneo.
Quando você tem um “porquê” forte o suficiente, você encontra
força e determinação para enfrentar qualquer “como” e conquistar os
seus objetivos. Pense em qual é o seu “porquê”, e coloque o foco nisso.
Perseverança é a maior arma para romper o ciclo autossabotador. Se cada
ação que você se propuser a fazer, persistir até o fim, obterá sucesso, e o
alimento desse vício, que é o fracasso, morrerá gradativamente, até não
existir mais. Quando entramos em ação nosso corpo começa a liberar
serotonina – o famoso hormônio do prazer. Na inércia, isso não acontece.
Tenha uma lista dos seus objetivos diários, semanais ou mensais, e vá
marcando o que já concluiu. Essa ação ativará o sistema de recompensa do
seu cérebro.
Quero encerrar esse capítulo com alguns conselhos preciosos: Você vale
seu esforço ! Relacione-se amorosamente e respeitosamente consigo
mesma, pois os outros te tratam como você se trata, e só fazem com você o
que você permite. Não se violente emocionalmente. Não ultrapasse seus
limites. Não agrida sua autoestima. Não fira seus princípios só para agradar
o outro. Não permita que o outro te desrespeite ou te force a algo. Não
procure pessoas que te machucaram no passado. Pare de ficar buscando
desculpas para não fazer o que deve ser feito. Pare de dizer que você não
consegue ou que está muito difícil. Não desista dos seus sonhos e alvos.
Não coma exageradamente. Pratique atividade física. Alimente-se bem.
Faça algo que você gosta. Tire um tempo só para você. Reserve $ para
comprar algo que você queira muito. Permita-se desfrutar da vida e dos
momentos de alegria que ela proporciona sem culpa ou peso, afinal, Cristo
sofreu o que sofreu para nos dar uma vida em abundância.
Leia mais livros (com princípios cristãos) que falem sobre autossabotagem
ou autoestima, pois elas estão fortemente interligadas. Quando você tem
uma autoestima saudável, o vício autossabotador não tem força contra você.
Cristo já colocou nossa cura dentro de nós mesmas. É como a cobra que
carrega o veneno e o antídoto dentro dela mesma. Às vezes, você está
permitindo que somente o veneno jorre dentro de você, quando, também,
dentro de você está o antídoto. Qual é a porção que você está acionando?
O ciclo autossabotador nos amarra, nos prende em desculpas que podem
parecer até justificáveis e plausíveis, mas não se engane, é mais uma vez
seu cérebro agindo para se beneficiar e te prejudicar. Portanto, meu
conselho para você está na maior fonte de sabedoria que existe:
“ [...] livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos
envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo
os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé”
Hebreus 12:1,2
Capitulo 6
O Ciclo da Crítica e da Negatividade Este ciclo anda
de mãos dadas com o ciclo da “Insatisfação”, por isso, também o abordarei
nesse tópico. Vamos estudar algumas possíveis raízes de onde esses ciclos
nasceram: 1º - É muito comum pessoas viciadas em críticas terem
vivenciado repetidas histórias de rejeição. Você pode estar se perguntando:
“Mas o que a rejeição tem a ver com a crítica?” Quando somos muito
rejeitados, nosso Ego ferido vive uma busca frenética para ser aceito e
aprovado o tempo todo. Para ser aceito em sociedade, normalmente, é
necessário ter comportamentos ‘corretos’. Uma vez que criticamos os maus
comportamentos e as más ações das pessoas, estamos enviando a mensagem
para nossa construção psíquica que desaprovamos aquela ação negativa,
porque nós que somos ‘tão certinhos’, não faríamos isso jamais. De uma
forma bem objetiva, se perceber, inconscientemente, melhor que os outros
convence o Ego ferido de que ele não foi rejeitado porque tinha algum
defeito, ou estava ‘estragado ou quebrado’. As conexões neurais se
alimentam da ‘ilusão’ criada através dessa ação, de que o Ego é amado
porque age corretamente. Criticar também é uma ótima forma de desviar a
atenção das nossas próprias imperfeições (que já são difíceis de lidar por causa
da rejeição) para as imperfeições do outro. Eu tiro o foco de mim, porque
olhar para o meu interior é algo que ainda não consigo dar conta, pelo
excesso de dor.
2º - O ciclo pode ter nascido de muitas faltas e negligências na infância.
Quando um bebê/criança não recebe todo o afeto, amor, carinho, contato,
palavras de afirmação necessárias, aconchego, proteção, segurança e
cuidados básicos (banho, alimento, leite materno, roupas, medicação...); criam-se
várias deficiências neuronais, produzindo a sensação de nunca estarem
satisfeitas. Informação atual: a mesma sensação é ativada quando as mães
se ocupam mais do celular do que dos cuidados com o bebê/criança – é
entendido como negligência e causa as mesmas sequelas, por isso: atenção!
Sabe aquele tipo de pessoa que parece um ‘saco sem fundo’, por mais que
você deposite amizade, companhia, gentileza, nunca tem saldo nela? Ou
aquelas que parecem ‘vampiros emocionais’ sugando toda a energia das
pessoas que tentam ajudá-las, mas que tudo o que qualquer pessoa fizer a
ela, nunca será o suficiente? São pessoas que não tem a capacidade de
enxergar o amor das pessoas por ela, porque as pessoas mais importantes de
sua vida (os pais) foram negligentes nesse aspecto. Como o reservatório
neural com esses componentes - tão importantes - estavam sempre vazios,
ele se habituou a querer, desesperadamente, preencher na busca ilusória de
‘nunca mais sentir esse vazio’. É mais ou menos como crianças que
passaram fome ou necessidade financeira, e que quando veem um monte de
comida, doces ou coisas gostosas que nunca tiveram acesso, comem
desesperadamente, colocando além do que conseguem na boca, e ainda dão
um jeito de colocar na blusa, no bolso, na sacola, nas mãos, e onde puder,
para levar embora no desespero e medo de faltar novamente ou de nunca
mais terem a oportunidade de comerem aquilo.
Eu era viciada em reclamar, e nunca, nada, estava bom para mim. Tinha
um vazio na alma tão profundo que nada preenchia, consequentemente, isso
gerava um senso de insatisfação enorme dentro de mim. Os óculos que eu
usava eram feitos de lentes distorcidas pelo meu Ego ferido, devido as
faltas. Eu, simplesmente, não conseguia ver nada de bom que fizessem por
mim, sempre achava que poderiam fazer mais, nunca estava satisfeita. Essa
era, inclusive, a frase mais repetida do meu esposo à mim. Depois que
permiti o AMOR de Deus preencher esse vazio, passei a ver quanto bem
muitas pessoas tinham feito a mim. Pude perceber, inclusive, o amor delas
por mim, ação impossível, anteriormente.
3º - Esse ciclo também pode ser formado pelo ambiente que vivemos. Se
você cresceu em um ambiente familiar, onde seus pais, tia(o)s, prima(o)s,
avós, e todos parentes, se reuniam só para falar mal das pessoas, esse hábito
será natural para você. Parte da minha construção também incluiu
ambientes assim.
4º - Crescer em um ambiente onde os pais nunca elogiam, incentivam ou
encorajam, mas sempre criticam os filhos pelas coisas que faz ou deixa de
fazer, além de nunca estarem satisfeitos com o desempenho escolar ou com
as tarefas que o filho realiza em casa, contribui para o desenvolvimento do
ciclo da autocrítica, por exemplo.

QUAIS OS CICLOS VICIOSOS CRÍTICOS MAIS COMUNS?


A AUTOCRÍTICA – Esse ciclo tem como principal característica, falar
mal de nós mesmas. Essas ações são parecidas com as do ciclo
autossabotador. Frases como: “não sei fazer nada direito, ninguém me ama,
ninguém se importa comigo, sou burra, tudo o que faço dá errado, estou
velha para isso, isso não é para mim, por que sou tão estúpida e idiota?” ;
entre outras palavras, alimentam esse vício. Se você não sabe, isso ofende
profundamente a Deus, nosso Pai e Criador. Se você é mãe, ama seu filho e
enxerga boas qualidades nele, imagina se ele começasse a se maldizer todo
o tempo, como seu coração ficaria? Triste, não é mesmo? Esse sentimento
ocorre porque você está vendo todo o potencial do seu filho, mas ele ainda
não. O mesmo ocorre com nossa relação de filha com nosso Pai Celestial.
Ele se entristece quando falamos contra nós mesmas, afinal, somos sua
casa, sua habitação, o templo do seu Espírito. A principal ação para romper
esse ciclo, é o arrependimento genuíno de todas as palavras negativas que
você emitiu contra você mesma. Anote todas que você se lembrar, peça
perdão a Cristo e coloque todas na Cruz de Cristo, cancelando, em nome de
Jesus, todo o poder que você emitiu através delas, porque de fato, as
palavras são carregadas de muito poder e energia, tanto negativa ou
positiva. Gosto muito da passagem bíblica que está em Provérbios 18:21 ,
pela versão NVT:
“A língua tem poder para trazer morte ou vida; quem gosta de falar
arcará com as consequências.”

Comece a declarar a Palavra de Deus sobre sua vida e fale para você
mesma que o senhor te escolheu, te formou, te planejou e te capacitou para
a realização de grandes feitos e que, com a ajuda de Cristo, você será tudo o
que Deus deseja que você seja! Que tal FALAR BEM DE VOCÊ PARA
VOCÊ MESMA?
A CRÍTICA GENERALIZADA – Esse ciclo é mantido por pessoas
que criticam absolutamente tudo e todos. Exemplos clássicos de pessoas
que estão presas à esse ciclo são aquelas que reparam nas roupas e
comportamentos de todo mundo, e sempre tem algum ‘palpite ou pitaco’
para dar, mesmo que ela não conheça a pessoa. São pessoas que criticam
artistas de televisão, revistas ou redes sociais, sem conhecer a vida e
história da pessoa. São pessoas que julgam duramente indivíduos que estão
crescendo na vida pessoal, financeira ou ministerial; sempre achando que a
pessoa fez algo de errado para estar onde está, ou porque ‘teve sorte’ na
vida. Ela nunca se deu ao trabalho de estudar a trajetória da pessoa, ou falar
com as pessoas que mais a conhecem (cônjuge, pais e filhos), mas faz
questão de apontar suas críticas e seus ‘achismos’. Pessoas que veem
pessoas próximas à ela crescerem e, ao invés de se alegrarem com o sucesso
da amiga, da prima ou irmã em Cristo, julgam que essa pessoa não é mais
simples e humilde como antes; e quando outras pessoas perguntam da
amiga para ela, faz questão de tecer seus maldosos comentários: “Hum,
fulana? Ela não é mais a mesma! A promoção/cargo ou ministério que ela
recebeu subiu para a cabeça”
Outros exemplos clássicos de pessoas que se encaixam nesse perfil são
aquelas que sempre saem falando mal dos eventos, reuniões e festas que
participam. Ela sempre tem um comentário negativo a fazer, seja sobre a
comida/bebida que foi servida, sobre a decoração, lembrancinhas, ou sobre
a noiva, sobre os pais da noiva ou do noivo, ou dos pais da(o)
aniversariante, ou do anfitrião da festa, ou da célula, ou do
congresso/chá/culto de mulheres... enfim, ela sempre tem uma ideia melhor.
Algumas, inclusive, mais ‘atrevidas’, chegam até a pessoa e fazem suas
críticas e observações deselegantemente. Sabe aqueles eventos de final de
ano ou churrascos que ocorrem na sua família e parentela? Sabe aquela
sobremesa, maionese, farofa, carne ou prato especial que você fez com
tanto carinho e gastou horas para ele ficar pronto, e quando você chega
nesse ambiente, tem sempre uma tia ‘chata’ para dar um palpite e criticar a
forma como você fez, ou quer te ‘ensinar’ uma receita melhor? Sabe aquela
mãe, tia, avó ou sogra que sempre palpita na roupa que você colocou em
seus filhos, ou na forma que você os educa? Então, essas pessoas são
viciadas em críticas. Mas não quero que você pense nessas pessoas e
comece a condená-las. Entenda que ninguém é ruim de graça. Esse
comportamento, como você tem visto através desse livro, surge, na maioria
das vezes, de experiências muito negativas. Que tal, por um minuto, parar
de associar esse comportamento a pessoas à nossa volta, e refletir se não
somos nós mesmas que agimos assim! Às vezes, criticamos nossos pais,
filhos, esposo, irmãos, primas, parentes, amigas, vizinhos, patrões, líderes,
pastores, e nem nos damos conta do quanto esse vício é extremamente
danoso, pois vai contra o que Jesus nos ensina:
“Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma
forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também
será usada para medir vocês. “Por que você repara no cisco que está no
olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio
olho?” - Mateus 7:1-3

Minha sugestão para você é: “Pare de falar mal do seu esposo, filhos,
emprego, familiares e finanças; em vez disso, declare em voz alta, como se
estivesse profetizando, chamando à existência o que ainda não existe,
expressando a forma como você gostaria que seu esposo ou essa situação
estivesse”. Exemplo: Se seu esposo tem dificuldade com organização
financeira, você pode declarar: “Meu esposo é um excelente administrador
financeiro e tudo o que Deus coloca em suas mãos prospera”, ou: “Meu
filho é temente a Deus e obediente, e será abençoado nessa terra”.
A CRÍTICA INGRATA E NEGATIVA – Pessoas que são viciadas
nesse tipo de crítica só reclamam da vida, e não criticam apenas com o
falar, mas estão sempre lançando olhares de censura, bufando pelos cantos
ou balançando a cabeça em sinal de reprovação. Reclamam se está calor, se
está frio, se está chovendo, se está sol, se está ventando, se está muito
abafado... Reclamam da vida, da saúde, do emprego, ou da falta dele, do
baixo salário... Reclamam da falta de dinheiro, da casa que moram, dos
vizinhos, do bairro, da cidade, do país, do governo, que nada vai melhorar...
Reclamam que nunca tiveram oportunidade, que ‘são pobres’, que não tem
direito de sonhar, que sua vida nunca vai mudar, que nunca vai poder
comprar uma casa ou carro... Reclamam quando alguém pede que ela faça
algo, seja no trabalho, seja ajudar nas tarefas domésticas, ou ir ao
supermercado, ou pagar contas. Reclamam se não são bem atendidos em
algum estabelecimento, reclamam se o caminhão que coleta os lixos passou
fora do horário, reclamam se o vizinho deixou lixo na sua calçada,
reclamam se algum produto não foi entregue no prazo, se a fila do
supermercado, açougue, padaria ou banco está muito grande, se tem que ir
ao médico, se tem que praticar atividades físicas, se tem que cuidar melhor
da alimentação e saúde, se tem que ir à igreja, se ‘tem que’ orar ou ler a
bíblia... Esse ciclo também vai contra os ensinos que a bíblia nos apresenta.
Diversas passagens nos ensinam sobre o poder da GRATIDÃO. Quero
compartilhar apenas uma:
“Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de
Deus para vocês em Cristo Jesus.” - 1 Tessalonicenses 5:18

Meu conselho para você é: “Saia da Zona de Perigo”. Evite, por um


tempo, estar com pessoas que contribuem com a sua estadia nesse ciclo, ou
seja, afaste-se de pessoas de só criticam e reclamam de tudo, pois esse vício
é contagioso. Quando estiver um uma roda de conversa, e perceber que o
papo está indo para críticas, disfarce, vá ao banheiro, tome uma água, se
envolva com outra atividade, brinque com alguma criança que esteja por
perto, enfim; peça estratégia ao Espírito Santo para você não ser mal
educada em deixar as pessoas ‘falando sozinhas’, mas também não cair na
tentação de falar mal das pessoas.
A CRÍTICA VITIMIZADA – Esse é o caso de pessoas que estão
sempre reclamando do quanto elas são ‘sofredoras’. Frases como: “Eu não
tenho ninguém que me ajude; fulana disse que iria me ajudar, mas me
‘deixou na mão’; estou cansada, tenho que dar conta de tudo sozinha; meus
pais moram longe ou meus pais morreram; fui abusada, abandonada,
rejeitada, traída, maltratada... você não tem ideia do que eu já passei nessa
vida; meu marido e meus filhos não movem uma palha para me ajudar em
casa; eu carrego o mundo nas costas; se não fosse eu, não sei o que seria
da minha família; só eu vou à igreja, só eu busco a Deus nessa casa; só eu
me esforço para crescermos financeiramente; só eu economizo dinheiro;
ninguém está nem aí para mim; ninguém me ouve nessa casa; por acaso
estou falando com as paredes? Trabalho que nem uma ‘condenada’ e não
posso fazer nada por mim. Abri mão dos meus sonhos por causa de você
(marido ou filhos). Nunca posso fazer nada para mim. Ninguém vê o que eu
faço nessa casa ou empresa. Ninguém valoriza meu trabalho. Ninguém me
ama, ninguém se importa comigo; nasci para sofrer mesmo. Ninguém me
manda uma ‘palavra’. Esse povo da igreja não está nem aí para ninguém.
O pastor(a) ou a líder de célula nem perguntou porque não fui à igreja essa
semana! Fulana nem curtiu ou comentou minha foto na ‘rede social’;
fulana nem me convidou para ir com ela no Shopping, mas chamou fulana;
fulana nem me convidou para o aniversário/ churrasco/evento dela; fulana
nem me chamou para tirar foto junto com ela; fulana nem me deu
oportunidade em tal ministério...”
Eu poderia escrever linhas e mais linhas sobre pensamentos e falas
relacionadas a esse ciclo, porque já morei nele por muito tempo. Eu adorava
me fazer de vítima e contar minha triste história (rejeição do pai, abandono,
morte da minha mãe, meu esposo não me ajuda, não tenho ninguém, nem avós minhas
filhas têm - coitadas...) como se fosse um troféu a ser exibido. Eu não tinha
ideia do quanto eu era viciada em reclamar da minha vida e das faltas que
tive. Como resultado, minha vida nunca ia para frente, e eu repetia ciclos de
decepções, perdas, faltas e fracassos inúmeras vezes. Se vocês tivessem a
noção exata do poder das suas palavras, mudariam totalmente a forma de
falar. Se Deus deu existência à terra, céu, mares, sol, lua, estrelas, animais,
humanidade e tantas outras coisas somente através da palavra (Gn 1), esse
assunto merece no mínimo nosso interesse. Sugiro que você leia o livro:
“Eu e minha boca grande” da autora Joyce Meyer.
Meu conselho para romper esse ciclo é que você anote vários versículos
bíblicos relacionados ao que você mais fala. Exemplo: Se você só reclama
que não tem dinheiro, anote e comece a declarar versículos como: “O meu
Deus suprirá todas as MINHAS necessidades, de acordo com as suas
gloriosas riquezas em Cristo Jesus.” -Filipenses 4:19 – (a palavra
“Minhas” é uma paráfrase, uma adaptação para utilizar a mensagem que
esse versículo carrega em 1ª pessoa) Outro exemplo: Se você sempre diz
que está sozinha e não tem ninguém que te ajude e isso acaba gerando
desânimo em você, há versículos como: “Seja forte e corajoso! Não se
apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por
onde você andar”. – Josué 1:9 – ou ainda: “porque Deus mesmo disse:
“Nunca o deixarei, nunca o abandonarei”. - Hebreus 13:5 – ou: “Ainda
que me abandonem pai e mãe, o Senhor me cuidará de mim. - Salmos 27:10
– ou : “[...] eis que eu estou convosco todos os dias – Mateus 28:20b ; ou :
“ Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o segurarei com a minha mão direita
vitoriosa.” - Isaías 41:10
Enfim, percebe como Deus já deixou as instruções para qualquer
libertação da nossa mente ou de vícios que nos dominem? Nossa função é
utilizar as ferramentas corretas acionadas à nossa fé.
A CRÍTICA FOFOQUEIRA – Sabe as famosas frases: “Ficou
sabendo o que aconteceu com fulana? Vou te contar, mas é para você orar,
tá?” Ou umas mais ‘disfarçadas’: “Ah...estou tão chateada, me ajude em
oração, a minha amiga (expõe o nome) se separou, porque o marido a traiu”
ou: “Me ajuda a orar por minha igreja, meu pastor caiu em adultério com
a secretária/líder de célula/irmã tal” . A Palavra de Deus também nos
alerta em diversos versículos a respeito da fofoca. Eu não utilizava a
desculpa de ‘vou te contar para você orar’, mas tinha prazer em ‘contar as
desgraças alheias’, talvez para me sentir menos sofredora. Mas, sabe o que
aprendi em relação a isso?

“Não fale algo sobre alguém que não esteja presente numa conversa,
que você não falaria se ela estivesse presente .”

Esse é o melhor filtro que eu conheço para identificar se o que o seu Ego
está querendo dizer é pecado ou não. Uma dica que pode parecer infantil e
boba, mas acredito que pode te ajudar a perceber se você pode falar sobre
determinado assunto ou não, é imaginar que se a pessoa envolvida na
situação estivesse escondida em algum lugar te ouvindo, ou se seu celular
ficou ligado e ela ouviu sua conversa, ou se ‘sem querer’ você enviou o
áudio do whatsApp enganado para a pessoa envolvida ao invés de enviar
para sua amiga ‘confidente’; e se perguntar o que isso geraria em você. Se
seus batimentos aceleraram, e você ficar em pânico só de pensar que ela
poderia ter escutado, e ficar com raiva de você, ou até desfazer a amizade,
então, é um sinal claro de que você não deve falar sobre esse assunto.
Outra ação muito comum relacionada a esse ciclo é querer,
desesperadamente, contar a alguém quando você é ferida por alguém. Eu
sei, quando alguém nos decepciona, ficamos chateadas, iradas, magoadas e
nosso Ego grita por acolhimento, amparo ou por empatia (alguém que nos
entenda, compreenda e de preferência, que fique do nosso lado da história).
Mas, quanto mais contarmos indignadas o que as pessoas fizeram conosco,
mais contribuiremos para a liberação de toxinas em nosso cérebro, ativando
sentimentos negativos (ira, raiva, ódio, vingança) que farão mal para nosso
corpo como um todo. Esse comportamento negativo é muito comum no
histórico de pacientes acometidos de câncer. Então o que fazer em situações
como essa, já que nossa alma grita por socorro?
1º - Aprenda a falar primeiramente para Deus. Fale com ele sobre seus
verdadeiros sentimentos – expresse a dor, a raiva, ira, ódio, mágoa – conte
sua versão, da forma como você está vendo a situação. Deus é o único
capaz de te ouvir sem julgar, o único capaz de te compreender, e o único
que tem o poder de tirar os seus sentimentos negativos. Nosso erro fatal é
correr primeiro para as pessoas, pois elas muitas vezes poderão nos
aconselhar erroneamente, ou ‘comprar’ nossa dor e ficar com raiva da outra
pessoa também – nesse caso, estaremos contaminando o outro com nossa
percepção da história, que ainda não está totalmente resolvida – ou ainda,
algumas pessoas podem nem se importar com o que estamos falando, ou
pior, a grande maioria sai contando para outras pessoas em comum sua dor,
acrescentando alguns elementos à história.
2º - Libere perdão para essa pessoa quantas vezes for necessário, até que
seus sentimentos acompanhem sua decisão de perdoar. Se for muita coisa,
anote no seu ‘caderno de feridas’ (ensino sobre ele no livro “Tempo de
Crescimento”), e depois rasgue ou jogue fora toda essa dor expressa através
da sua escrita. Se tiver uma, apenas uma, amiga de confiança, e se sentir da
parte de Deus que você pode compartilhar com ela sua dor, compartilhe.
Mas peça para ela orar com você para que seu coração seja curado, ao invés
dela ficar ‘instigando’ seus sentimentos negativos.
3º - Ore pedindo sabedoria a Deus de como você deve agir com essa
pessoa quando a encontrar. Se deve conversar com ela e expor como você
se sentiu diante das ações dela. Peça direcionamento a Deus de quando e
como falar. No momento da conversa, nunca chegue acusando a pessoa de
ter te feito mal. Fale como você se sentiu, que foi sua interpretação em
relação a ação dela, e permita que ela coloque o ponto de vista dela, ou se
justifique. Nem sempre a forma como interpretamos a situação está correta,
já que lemos as pessoas e as circunstâncias através da nossa ótica, das
experiências vividas. Esteja aberta para novas percepções. Você não é a
dona da razão. Mas se, porventura, a pessoa realmente agiu com más
intenções, e ainda assim, ela não reconhecer que errou ou pedir perdão; não
fique chateada, devolva tudo o que você viveu com ela para Deus, e siga
sua vida sem falar mal dela para ninguém! Deus julgará a sua ação e a dela
também, por isso, cuide da sua parte, e deixe que cada um preste conta a
Deus das suas ações.
Aproveite para se consertar com Deus. Faça uma lista das críticas que
você fez as pessoas e apresente-a diante de Deus, confessando seu pecado e
pedindo perdão. Se você lançou palavras de maldição para alguma pessoa,
cancele-as, em nome de Jesus e coloque todas na Cruz de Cristo. Depois,
rasgue essa folha e, de agora em diante, mude suas falas em relação ao
outro! Se o Espírito Santo incomodar seu coração, também peça perdão e
verbalize o cancelamento dessas sentenças às pessoas que você expressou
essas falas negativas – normalmente, fazemos isso com nosso filhos e
cônjuge.
QUANDO O OUTRO TE CRITICA – E por fim, encerro esse
capítulo expondo mais um ciclo ligado à crítica. Há pessoas que foram
muito criticadas em sua infância, e precisam sentir as mesmas sensações,
mesmo sendo negativas. Elas normalmente, e inconscientemente, buscam se
relacionar com pessoas que irão reproduzir os mesmos comportamentos de
seus pais. Ser criticado dói, machuca, sangra a alma; principalmente quando
a crítica está fundamentada em uma inverdade. Quando você receber uma
crítica dolorosa, a grande pergunta que deve fazer é: “Por que doeu tanto
essa crítica?” Na maioria das vezes, não é a crítica da amiga, da irmã da
igreja, da líder ou do patrão que dói, mas sim, a verdadeira raiz da crítica
que pode estar nas experiencias que você viveu com sua mãe, irmã de
sangue, irmão ou com o pai. Outra pergunta importante que você deve fazer
a si mesma é: “Por que estou querendo provar para essa pessoa que o que
ela está pensando a meu respeito está errado?” Será que falta aprovação na
sua vida?
Sempre que eu recebia uma crítica fosse do meu esposo, fosse de
qualquer pessoa, meu Ego ferido interpretava como uma rejeição.
Inconscientemente, eu pensava que se a pessoa não concordava comigo,
então ela também não me aprovava, não me aceitava e não me amava.
Demorou muito tempo para eu entender que na verdade ela apenas não
concordava comigo , e tudo bem, pois somos pessoas diferentes! Isso
ocorria porque EU NÃO ME ACEITAVA E NEM ME AMAVA. Meu
subconsciente entendia que, para amar alguém, seria necessário concordar
com todo pensamento, fala ou ação dessa pessoa. Enquanto eu permitia que
o que as pessoas pensassem a meu respeito me definisse, eu ainda estava
presa à opinião e aprovação delas. E foi através de uma dolorosa, mas
libertadora experiência com uma ‘amiga’ que fui liberta! Como nos
relacionamos conosco mesmas define como nos relacionamos com o
próximo e como interpretamos as ações dele. Aprendi que alguém só
compete conosco se nós também estamos competindo com ele. Então,
minha dica de ouro é: trate o outro como você gostaria de ser tratado, mas
não espere que ele faça o mesmo por você! Isso evitará muitas decepções.
Uma outra dica legal é você aprender a identificar qual é o seu conteúdo
e qual é o conteúdo do outro. Assim como interpretamos o outro baseado
em nossas experiências, o outro também nos interpreta baseado nas
experiências dele. Se alguém tem te acusado de algo, ou feito alguma crítica
maldosa, separe os conteúdos de cada um. Busque, com humildade diante
de Deus, identificar na crítica, o que deve ser aproveitado e melhorado em
você – porque sempre há algo para aproveitar – mas não receba o material
do outro. Peça para o Espírito Santo de Deus limpar seu coração, e não
permita criar uma ferida. Entenda que, possivelmente, essa pessoa ainda
não saiba separar o conteúdo dela do seu também. Às vezes, a leitura que
ela está fazendo de você, na verdade, é a leitura dela mesma, ou ela pode
estar usando o óculos de outra pessoa, e sendo influenciada por alguém que
não teve uma boa experiência com você.
E por fim, entenda que o que o outro pensa ou fala a seu respeito não
deve ser mais importante do que o que Deus fala a seu respeito .
Quando sabemos quem somos, e vivemos aos pés do Senhor, em
obediência, podemos dormir tranquilos, porque mesmo que inimigos se
levantem contra nós, estamos cumprindo o propósito para o qual fomos
designadas!
Quem decide quem é, e qual é o seu valor, é você, não os outros!
Eu não poderia encerrar esse capítulo sem sugerir à você algo que
mudou totalmente o meu falar – compartilho essa experiência no livro
“Desconstruindo o meu Eu” – Faça um JEJUM de todo tipo de
CRÍTICAS por, no mínimo, 40 dias! É necessário um período de 2/3 meses
com novos comportamentos para quebrar o ciclo vicioso. Quando você
muda o que você fala, você muda o que sente e como se comporta.
Capitulo 7
O Ciclo da Manipulação e do Medo Manipular e ser
manipulado são ações que estão intrinsicamente ligadas. Todo manipulador
precisará, necessariamente, de um manipulado para se alimentar. Tanto o
manipulador está preso ao ciclo emocional de manipular as pessoas, como
os manipuláveis estão presos ao ciclo emocional viciante de serem
manipulados. É como se um dependesse do outro, por isso, é muito comum
eles se atraírem. Quem é viciado em ser manipulado, inconscientemente,
sempre buscará relações – sejam amorosas ou interpessoais – com
manipuladores, e o mesmo ocorrerá com o manipulador, que sempre estará
em busca de pessoas vulneráveis e permissivas demais.
As possibilidades dos motivos do surgimento desses ciclos são
inúmeras: pessoas que foram abusadas sexualmente, verbalmente ou
fisicamente. Pessoas que tiveram pais manipuladores. Pessoas que foram
rejeitadas e temem serem rejeitadas novamente, por isso, se submetem a
tudo o que lhe é imposto. Pessoas que foram altamente criticadas por toda
infância e adolescência e sempre temem a opinião dos outros. Pessoas que
conviveram com pessoas que sempre faziam chantagem emocional. Pessoas
que sempre colocam a culpa nas pessoas à sua volta. Pessoas que sempre se
colocavam em situações de vítima para todos terem ‘pena’ dela. Pessoas
que sempre cobravam demais dos outros a sua volta. Pessoas que sempre
estavam bravas, insatisfeitas com as ações das pessoas à sua volta.
A manipulação, normalmente ocorre em relações mais próximas. É
muito comum sermos manipulados por pessoas de fora – no trabalho,
faculdade, cursos, igrejas – e, em contrapartida, manipularmos nosso
cônjuge, pais ou filhos.
Normalmente, o perfil dos que vivem presos ao ciclo vicioso de serem
manipulados, possuem algumas características, como: baixa autoestima;
ingenuidade extrema; medo de ser abandonada ou rejeitada; medo de dizer
“não”; medo da opinião do outro; medo de entrarem em conflitos;
necessidade exagerada de aprovação; estar sempre disponível; tendência à
assumir responsabilidades e culpas que não são suas; entre outras.
Já o perfil dos viciados em manipularem as pessoas, podem incluir: a
famosa ‘boazinha demais’ – que faz tudo por todo mundo, que está sempre
‘disposta a ajudar’, que é sempre tão ‘legal’ com as pessoas, que sempre
compra um mimo para seu alvo, ou enche-a de presentes, ou bajulam
excessivamente, são sempre ‘tão amigas’, tão presentes, tão próximas;
causando sempre a sensação de que as pessoas ‘devem’ algo à ela, e que por
isso, nunca poderão dizer “não” – outra característica desse perfil são
pessoas especialistas em distorcer os fatos e mudar a situação a seu favor,
para que o outro se sinta responsável e culpado. Os viciados em manipular
também sufocam os outros com suas exigências. Há o perfil daqueles que
são ‘problemáticos’ e que buscam ajuda em alguém que possa ser seu alvo
– mas, por mais atenção que essa pessoa der a ela, nunca será suficiente. Os
manipuladores sempre exigirão presença e atenção constante. Há os que
sempre se fazem de ‘coitadinhos’ e de vítimas, em busca de seu alvo lhe
oferecer cuidado e atenção. Há os que estão sempre ‘jogando na cara do
outro’ o que fez por ele, para tentar obter o controle da situação e sair como
a vítima e a boazinha da história.
Falas como: “Faço tudo por você, sempre estive ao seu lado, te apoio
em tudo o que você faz, abri mão da minha vida por você, deixei de fazer
coisas por sua causa...” Há os que provoquem problemas e doenças só para
manter as pessoas perto delas. Falas como: “Você vai me deixar sozinha
para sair com seus amigos ou para ir na casa da sua mãe? Estou doente,
não posso ficar sozinha. Estou ‘morrendo’ e ninguém está nem aí para
mim...” Pessoas que projetam os traumas do passado no manipulado.
Exemplos de falas: “Fui traída(o) uma vez e não quero ser de novo!” ou
“ Já passei por isso uma vez e não quero passar de novo com você” –
sempre impondo medo e pressão emocional no outro – Há aqueles que cometem
erros, magoam o parceiro ou a amiga, ou praticam traições, e quando o
manipula do descobre, e enfim toma coragem de confrontar o manipulador,
esse reage fazendo infinitas promessas de amor, mas nunca as cumpre.
Manipulam através da sedução, do olhar, da paixão, de palavras ‘doces’,
oferecendo coisas que sabe como manter ‘sua presa’ ao seu lado. Há os que
se mostram sempre ‘fracos’ e dizem nunca conseguirem realizar nada
sozinhos, na espera de que seu alvo esteja sempre disposto a ajudá-lo a
realizar suas tarefas e enfrentamentos. Falas como: “Você não vai me deixar
sozinha nessa, né? Eu não sei fazer isso sem você. Eu não consigo
melhorar sozinha. Você vai me abandonar na hora em que eu mais preciso
de você? Mas, eu ainda não estou pronta para caminhar sozinha. Eu
preciso de ajuda para orar, para ler a bíblia, para ser ‘curada’...” Pessoas
que são totalmente dependentes emocionalmente de outras. Outros vivem
fazendo chantagem emocional. Há, também, o perfil de alguns líderes
religiosos que impõem medo em seus liderados, com falas de que ele detém
certo poder divino e que, por isso, as pessoas devem obedecê-lo, senão,
podem até ser amaldiçoados por Deus. Enfim, há tantos outros exemplos,
mas acredito ter dado suficiente para você identificar em qual grupo você se
encaixa.

Como identificar se você está sendo manipulado?


Você sempre se sente em dívida com aquela pessoa que ‘faz tudo’ por
você? Você sempre se sente culpada quando não pode atender às exigências
de alguma amiga, cunhada, prima, sogra ou até a pastora ou líder da sua
igreja? Você sempre se sente culpada quando alguém suga todas as suas
energias, e você ‘não aguenta’ mais ver a pessoa? Você repassa a situação
diversas vezes na sua mente para verificar que erro cometeu porque se sente
mal quando não cede às exigências do manipulador? Você nunca consegue
dizer “não” para determinada pessoa? Você sente um medo extremo dessa
pessoa? Dela se magoar com você, se chatear, ou romper com a amizade, ou
não te procurar mais, ou não fazer mais nada de ‘bom’ para você, ou da
opinião dela a seu respeito? Quando você vai falar com ela, ensaia mil
vezes antes para usar as melhores palavras com medo da reação dela? Ou se
vai enviar um WhatsApp , escreve e apaga mil vezes antes de enviar?
Se a maioria das suas respostas para essas questões foram “sim”, então,
provavelmente, você está presa no ciclo emocional viciante de ser
manipulada. E se você parar agora e refletir um pouquinho, tentando trazer
à mente pessoas e situações em que isso sempre ocorre, vai perceber que, de
uma forma ou de outra, você sempre ‘atrai’ manipuladores. Para identificar
seus manipuladores, pense nas cinco pessoas que você mais teme sua
desaprovação. Possivelmente esteja entre esses nomes. É hora de se fazer
mais algumas perguntas, e decidir romper esse ciclo. Reflita: “Essa relação
me faz bem? Normalmente, essa pessoa só me procura quando quer algo de
mim? Me sinto sugada e sufocada quando estou ou falo com ela? Tenho
sempre a sensação de que tudo o que eu faço nunca é suficiente? Quando
essa pessoa faz algo de ‘bom’ para mim, qual será a verdadeira intenção
dela? Me sinto pressionada quando ela me pede algo? Sinto-me ‘sem
escolha’ ou sem opção, diante da imposição dessa pessoa?” As pessoas
que se encaixam nessas perguntas na sua vida, são seus manipuladores.

Como identificar se você é um manipulador?


Você sempre se ofende quando as pessoas não fazem sua vontade? Você
sempre se magoa quando as pessoas que você mais ajudou não te estendem
a mão em um momento difícil da sua vida? Você sempre se irrita quando as
coisas (um passeio, viagem, festa, evento, dia, projeto, apresentação) não saem do
jeito que você imaginou? Você vive ‘agradando’ ou servindo as pessoas
esperando receber algo em troca? Você sempre busca aliados diante de uma
discussão para sempre se colocar em posição de vítima? Você não suporta
receber “não” das pessoas? Você sempre exige ser atendida imediatamente?
Todo mundo à sua volta é sempre o ‘mau’ da história e você sempre faz
tudo certo? Você sempre acha que a culpa da sua infelicidade e das coisas
não darem certo na sua vida são das pessoas à sua volta?
Se a maioria das suas respostas foram “sim”, possivelmente, você esteja
presa no ciclo viciante manipulador.
Eu já vivi os dois lados da moeda. Fui manipulada desde cedo para ceder
às exigências dos meus abusadores. Fui ameaçada diversas vezes de ser
colocada na rua se não tocasse em alguns lugares que os ‘cuidadores’ me
exigiam. Fui ameaçada de ter ‘meus segredos’ de adolescência expostos se
não cedesse aos toques do meu padrasto. Aprendi que, para ‘ganhar’ algo,
precisava ceder ou agradar as pessoas. Ao longo da vida, me tornei
especialista em agradar a todos em excesso. Ao mesmo tempo que me
permitia ser manipulada por pessoas com os perfis que descrevi nos
parágrafos anteriores, também, inconscientemente, manipulava as pessoas,
em busca de ‘amor’, ‘amizade’ e atenção, agindo sempre como a ‘boazinha’
da história, que fazia tudo o que todo mundo queria, estava sempre pronta a
ajudar, bajulava as pessoas, e sempre era a ‘coitadinha’ da história. Além de
fazer ‘chantagens’ emocionais com meu marido, utilizando até mesmo ‘um
momento íntimo’ para conseguir um “sim” de algo que ele já havia dito
“não”. Deus me transformou! A Cruz de Cristo me libertou!
Como se livrar de manipuladores?
Aprenda e treine estudar cada situação para dizer “NÃO”. Exemplo:
se alguém te pede para fazer algo que vai contra os seus princípios, nem
pense em dar qualquer outra resposta que não seja um “não!” Se alguém
quer que você vá à casa dela ou à algum evento, avalie a importância desse
momento para a pessoa: “É uma festa de aniversário? É comemoração de
algo especial?” Então meu conselho para você é: se esforce um pouco e vá!
Porém, se as pessoas querem que você esteja sempre lá para satisfazê-las ou
até mesmo para ‘resolver’ os problemas dela, e você realmente sabe que
não é um ‘problemão’, mas sim, apenas a pessoa querendo sua atenção,
sugiro que diga “não”, sem mentir, nem dar desculpas ‘esfarrapadas’. Se
alguém vive pedindo sua ajuda, agradeça a confiança da pessoa depositada
em você, mas avalie se você já a ajudou em outros momentos, mas percebe
que ela só está te sugando e sufocando, mas nunca evolui, tampouco, coloca
em prática seus conselhos. Se esse for o caso, é hora de dizer “não”. Vivi
por muitos anos esse cenário. Sempre tive o dom de ajudar e aconselhar as
pessoas, mesmo quando eu ainda não havia experimentado a cura. Mas as
pessoas abusavam. Lembro-me de uma, em especial, que marcou muito
minha vida. Éramos amigas, e era muito bom. Não me parecia ser uma
relação pesada – nem sempre o manipulado percebe que está sendo manipulado –
pois bem, essa pessoa só me procurava quando estava com problemas.
Quando estava tudo bem, sumia. Era comum ela ‘despejar’ suas angústias e
ansiedades, e eu assumir ‘responsabilidades’ em tentar tirar ela daquela
situação. Passava horas conversando, aconselhando, mas meus conselhos
nunca eram colocados em prática. Ano após ano, esse cenário se repetia. No
meio do caminho, surgiram algumas decepções, mas eu continuava pronta à
ajudá-la a hora que fosse – as vezes ficávamos até de madrugada ao telefone, e, no
dia seguinte, eu ia trabalhar morrendo de sono e cansada – porém, assim que
entreguei verdadeiramente o controle da minha vida, das minhas amizades,
do meu casamento, do meu futuro, e todas as áreas da minha vida nas mãos
de Deus, senti Ele me direcionando a afastar-me dela. Nem consigo
descrever meu desespero! Que luta! Ao mesmo tempo que eu sabia que
deveria obedecer a Deus, me preocupava extremamente com a reação dela.
Temia perder sua amizade, pois a amava muito. Mas ela também me
sufocava, me sugava de tal forma, que o dia que eu falava com ela, ficava
sem ânimo e sem forças para nada, por uns dois dias, pelo menos.
Mas decidi obedecer a Deus. À medida que ela me procurava, eu tomava
uma ‘dose’ de coragem, e dizia que, infelizmente, não poderia mais ajudá-
la, porque tudo o que eu poderia fazer por ela já tinha feito, e tudo o que eu
podia ter falado à ela, já havia falado. Escrevendo em duas linhas, parece
até que foi tão simples assim, mas não foi não! Quase morria, literalmente,
de tanta angústia, ansiedade e desespero quando via mensagens dela. Eu
tinha sintomas físicos, como: falta de ar, taquicardia, mãos suadas e
trêmulas, tudo por causa do medo de magoá-la, o que, inevitavelmente,
ocorreu, quando ela percebeu que ‘perdeu o controle’ que exercia sobre
mim. Eu também sentia muita culpa por não ‘ajudá-la’ mais. Era atacada
em minha mente com pensamentos: “Mas você não é cristã? Como pode
servir a Deus e não ajudar as pessoas? Você vai deixá-la no momento em
que ela mais precisa? Você não vai nem mandar uma mensagem para ela
para saber como ela está?” Confesso que o vício me dominou diversas
vezes. Quando enfim, ela parava de me enviar mensagens, passavam-se
algumas semanas, eu caía na ‘besteira’ de enviar uma mensagem
perguntando se ela estava bem, e abria a porta do ciclo novamente. Eu agia
assim por causa da culpa que me consumia, e porque meu cérebro queria
experimentar novamente as sensações de ser manipulada, pois havia sido
construído assim desde a infância. Foram quase dois anos para haver a
verdadeira libertação da nossa relação. Não houve brigas nem discussões,
até porque, não era esse o intuito do direcionamento de Deus, apenas o
afastamento e a imposição de limites.
Depois dela, vieram tantas outras mulheres que tentaram agir da mesma
forma, nos atendimentos de aconselhamento na área emocional e espiritual,
que eu realizei, por mais de cinco anos, em minha casa. Parece que, quanto
mais eu me compadecia da situação da pessoa, mais ela ‘abusava’ da minha
boa vontade. Outras vinham com ‘amizades’, ‘elogios’, bajulações e
presentinhos, no intuito de receberem um tratamento especial. Então,
entendi que era o mesmo ciclo, e decidi romper de vez com ele em minha
vida. Passei a impor limites de atendimento, de horários, de não conversar
pelo WhatsApp , de não estar disponível a hora que elas quisessem, além da
doação do meu tempo semanal já estabelecido, trabalhei minhas ‘culpas’ e
depositei-as na Cruz de Cristo, e treinei não me envolver tanto
emocionalmente com elas. Foi a total libertação desse ciclo.

Encerro esse tópico com os conselhos: Não tenha medo daquele que te
manipula. Ele só obtém êxito em suas ações porque o seu medo o permite.
Trabalhe os seus medos. Se faça perguntas: “Do que verdadeiramente eu
tenho medo? O que eu temo é provável que aconteça, ou é só fruto da
minha imaginação? Por que me submeto a isso? Como seria minha vida
sem essa pessoa?” Lembre-se: o medo está ligado à insegurança, e você
deve trabalhar isso em Deus, afirmando sua identidade de FILHA AMADA
e protegida por seu Pai. Você não está à deriva. Você não vai ‘morrer’, se
essa pessoa sair da sua vida. Deus tem uma vida de liberdade para você. 1ª
João 4:18 diz “No amor não há medo; pelo contrário, o perfeito amor
expulsa o medo , porque o medo produz tormento” . À medida que eu me
relacionava intimamente com Deus e recebia porções do seu amor, era
encorajada a romper com os que me manipulavam. Então, se agarre nesse
AMOR que te afirma, te segura, te sustenta, te ama, te encoraja, te protege e
NUNCA te deixa só!
Imponha limites – Se respeite, assim estará ensinando os outros a te
respeitarem.
Quando alguém te pedir algo, ou te convidar para algum lugar, agradeça
e diga que vai pensar e verificar as possibilidades. Se você for casada, peça
a opinião do seu esposo – eles percebem quando estão ‘abusando’ de nós –
e, somente depois, diga que sim ou não, utilizando os critérios que
compartilhei no início desse tópico.
Se sentir pressionada diante de um ‘pedido’ – imposição – já é um
importante sinal para dizer “não”.
Se possível, e se achar ‘coragem’ para isso, marque uma conversa e
exponha como você se sente diante das ações da pessoa que te manipula.
Diga que você se sente pressionada e manipulada por ela, e que isso a
sufoca. Às vezes, a pessoa nem percebe que gera todo esse sofrimento em
você, e se ela estiver aberta a mudanças, quem sabe você não seja um
instrumento de Deus para lhe abrir os olhos?
Não tenha medo de perder a amizade. Se ela acabar, é porque a pessoa
realmente só queria o que você tinha a oferecer a ela, e não sua amizade
verdadeira.
Quando alguém lhe oferecer presentes em excesso e você perceber que
há segundas intenções em te ‘prender’, agradeça o presente, mas pergunte a
pessoa: “Quais são as suas verdadeiras intenções com esses presentes? Eles
não farão com que você obtenha privilégios, ok?”
Não ceda de maneira nenhuma diante de pressões e insistências. Não é
não, e ponto! Não se violente, não passe por cima de você mesma!
Não permita as críticas e comentários dessas pessoas te fazer sentir-se
inferior. Às vezes, elas usam essa arma para prenderem pessoas inseguras
em sua teia de manipulação. Afinal, você passa a se sentir tão incapaz que
precisa sempre estar ao lado de alguém super capaz!
Não assuma responsabilidades e culpas que não são suas. A estratégia
mais fácil, para quem não quer se responsabilizar, é culpar o outro. Deixe
claro que não adianta jogar nas suas costas, pois você não assumirá o erro
alheio.
E. principalmente, para as solteiras, não ceda à chantagens emocionais,
como: “Se você me ama de verdade, se entrega totalmente para mim, eu
serei cuidadoso”; ou “Se me abandonar, te mato” ou “Se me abandonar,
sou capaz de tudo” ou “Eu acabo com sua vida!” ... Se você é jovem e vive
um relacionamento baseado em ameaças e medos, rompa com esse
relacionamento, e denuncie esses manipuladores! Se você também vive
debaixo de pressão e coerção de qualquer tipo de abuso, denuncie esses
manipuladores! Não tenha medo. Peça ajuda, urgentemente!

Como se livrar de ser manipulador?


Acredito que não há outra ação tão potente como o verdadeiro
ARREPENDIMENTO. Se, ao ler esse capítulo, você identificou que
manipula as pessoas, peça perdão a Deus e as pessoas que o Espírito Santo
trouxer à sua memória relacionadas às ações que você identificou?
Para facilitar, pegue um papel e anote numa coluna a ação que você
identificou fazer e, na outra coluna, anote o nome da pessoa com quem você
age assim. E dê liberdade para a pessoa sinalizar à você todas as vezes que
ela se sentir oprimida, sufocada ou sugada demais.
Um outro conselho é aprender a se amar e se aceitar, pois, a partir do
momento que a opinião do outro não tiver peso na sua vida, você deixará de
‘ser a boazinha’, de se violentar muitas vezes, se agredir, se maltratar, só
para ter a aprovação, amor ou amizade do outro.
E dependa totalmente de Deus. Se apoie totalmente nele. Não coloque
expectativa no outro. Não espere nada do outro. Não faça nada com
segundas intenções. Sempre que sentir vontade de fazer algo bom para
alguém, ou alguma ação que até pareça ‘boa’, se faça a seguinte pergunta:
“Por que estou fazendo isso? Estou esperando algo de alguém com essa
ação? Estou esperando algum reconhecimento? Qual a minha verdadeira
motivação?” Pessoas manipuladoras também sentem prazer em serem
detentoras do ‘poder’. Pergunte a si mesma: “Por que preciso ter o controle
de tudo? Por que preciso tanto desse poder? A quem quero impressionar?
O que estou tentando provar para as pessoas ou para mim mesma?”
Peça ajuda ao Espírito Santo. Peça para Ele sondar seu coração e revelar
o que está escondido no mais profundo da sua alma, e quando Ele fizer,
arrependa-se! Rompa, de uma vez por todas, com o ciclo da manipulação.
Capitulo 8
O Ciclo da Mentira e da Falsidade Nenhum bebê
nasce sabendo mentir. Normalmente, a mentira é aprendida através do
exemplo. Há algumas exceções em que esse comportamento é transmitido
geneticamente. É comum pessoas que tiveram pais extremamente rígidos
criarem mentiras em busca de fugirem da punição. O sistema de defesa é
ativado por medo de ser punido. A criança mente e percebe que “se dá
bem”, livrando-se do castigo. Toda vez que ela fizer algo de errado, vai agir
da mesma maneira, reforçando esse comportamento e treinando sua
consciência para não se importar mais com ‘o que é certo ou errado’, surge
então, a consciência cauterizada, que é quando o indivíduo faz algo errado e
nem percebe mais.
Esse ciclo também pode ter sido construído por causa da rejeição. Às
vezes a criança inventa histórias na sua mente para criar uma situação que
gostaria que fosse real. De alguma forma, essa história proporcionou um
certo alívio para aquela falta, e o cérebro dela passa a mentir sobre tudo
para se sentir “realizada”. Nosso cérebro precisa de uma ‘resposta’
aceitável quando experimenta sensações ruins , como: abandono, faltas,
rejeição, abuso, decepções... Para ‘justificar’ a dor e se proteger das
emoções negativas, ele pode construir um caminho através da mentira.
Assim, o cérebro é treinado para mentir, em busca de sentir-se bem. É aí
que o ciclo emocional se torna viciante.
Nesse ciclo, também entram exemplos de pessoas que usam a ‘máscara’
adequada para cada ambiente. Se ela está na igreja, usa roupas de acordo e
‘linguajar crentês’ e ‘parece’ a pessoa mais espiritual da face da terra, mas
quando ela está na faculdade, no trabalho, em uma festa, ou com os
familiares, ou com as amigas não cristãs, se adapta ao grupo, se
comportando de maneira totalmente promíscua, usando, inclusive, palavras
‘indecentes’ – conheço algumas pessoas assim. Elas têm o poder de enganar
muito bem. Já fui enganada por algumas delas.
Algumas mentiras mais comuns :
Comprar coisas e esconder do marido
Não falar quanto gastou
Não dizer para o esposo quanto ganha
Esconder dinheiro do esposo
Pegar dinheiro escondido da carteira do marido (ou pais), e quando
ele perguntar, falar: “Não sei de nada”
Fazer algo que o esposo (ou pais) já tinha orientado a NÃO fazer, e
mentir sobre isso
Ir à lugares, ou se relacionar com pessoas que o esposo (ou pais) já
havia orientado a NÃO ir, e mentir sobre isso
Mentir sobre horários que chegou ou saiu
Mentir sobre coisas que quebrou, perdeu ou fez de errado (não
assumir os erros)
Contar uma versão falsa da história só para te favorecer
Mentir sobre lugares que visitou, ou lugares que trabalhou, ou
pessoas que conheça, só para não se sentir inferior numa conversa
Mentir em uma entrevista de emprego, dizendo que já fez
determinado trabalho, ou que conhece determinada pessoa, ou que
tem certa habilidade (falar inglês, por exemplo – quando não fala), ou
que trabalhou em determinada empresa
Esconder ou apagar conversas do celular para o esposo (ou pais)
não ver
Mentir para o esposo para ‘encobrir’ os erros dos filhos
Mentir, enganar ou enrolar pessoas que você deva uma quantia
financeira
Mentir sobre dizer que vai à casa de alguém ou à um evento só
para a pessoa não ficar te cobrando
Acrescentar informações por conta própria quando estiver
contando uma história
Falar que ora, lê a bíblia ou jejua se não faz, só para parecer a
“espiritual”
Inventar histórias para agradar pessoas ou ser “aceita”
Mentir para se livrar de pessoas “chatas” ou difíceis
Omitir – esconder informações – também é mentir
Quer ser e mostrar o que não é para ser aceita
Finge gostar das pessoas para ser aceita
Nunca fala “não” para ser aceita
Inventa mentiras para ser aceita
Concorda com a pessoa na frente dela e por trás fala mal – age
com falsidade

Mas cuidado, a mentira pode se tornar uma psicopatologia. Segundo o


site https://www.sbie.com.br/; “a mitomania é um distúrbio de
personalidade em que a pessoa mente compulsivamente, com o objetivo de
se beneficiar ou prejudicar os outros. Quem sofre desse problema mente
sempre a respeito de todos os assuntos de sua vida, sem nunca demonstrar
constrangimento quando suas mentiras são descobertas. O mitômano vai a
extremos para sustentar suas mentiras, a ponto de ele mesmo acreditar em
suas histórias.”
Conheço e já convivi com pessoas assim, e meu conselho, se esse é o
seu caso, busque ajuda de profissionais, como psicólogo e psiquiatra.
Agora, se você se identificou com algumas ações que descrevi nos
exemplos, a boa notícia é que, através da neuroplasticidade, você pode
romper com esse ciclo viciante.
O ÚNICO caminho para ser totalmente livre da mentira é
RECONHECER, se ARREPENDER, pedir PERDÃO a Deus e EXPOR a
mentira. Esse ciclo não é fácil de ser quebrado, por isso, leia
constantemente a Palavra de Deus. João 8:32 diz: “E conhecereis a
VERDADE , e ela te LIBERTARÁ ”. Quer romper esse ciclo? Mergulhe
com fé na Palavra de Deus, e clame desesperadamente por ajuda do Espírito
Santo, para trazer à sua consciência TODAS as vezes que você mentir.
Como esse comportamento pode ter se tornado um hábito em sua vida,
possivelmente, sua consciência esteja cauterizada, então, você precisará se
apoiar TOTALMENTE na luz de Cristo.

“Examina-me, ó Deus, e conhece meu coração; prova-me e vê meus


pensamentos.
24 Mostra-me se há em mim algo que te ofende e conduze-me pelo
caminho eterno.” Salmos 139:23,24
Para tomar ainda mais consciência dos seus atos, anote o nome de todas
as pessoas e as mentiras que você contou e peça ao Espírito Santo
discernimento e sabedoria de quais você deve expor à pessoa e pedir
perdão. Depois, rasgue essa folha, declarando que Jesus já a perdoou e que
esse mal não tem mais poder sobre sua vida, em nome de Jesus!
E toda vez que você contar uma mentira – porque é comum ocorrer isso no
início – volte à pessoa e diga: “Desculpe, me enganei, na verdade foi
assim...”
Capitulo 9
O Ciclo do Perfeccionismo e da Obsessão Esses
ciclos emocionais estão interligados. Normalmente, o perfeccionista é
movido pela obsessão de ser perfeito e de fazer tudo perfeito. O ciclo pode
ser iniciado por perfis bem diferentes. Bebês que foram extremamente
desejados e esperados, recebem uma carga de alto nível de exigência dos
pais, que, normalmente, o cobram para obter as melhores notas, de ser
‘correto’ em suas ações, obediente, melhor aluno e, consequentemente,
melhor profissional. Se o filho atinge uma nota 9,0 por exemplo, os pais o
criticam duramente por não ter conseguido 10,0. A sensação dessa criança é
que, qualquer coisa que ela faça, nunca será suficientemente ‘bom’ para
seus pais. Isso também ocorre no meio religioso, e, principalmente, com
filhos de pastores ou líderes. São altamente cobrados por sua conduta, por
carregarem ‘o peso’ de serem filhos de pastores e que devem sempre dar o
exemplo. Normalmente, pais perfeccionistas criam filhos perfeccionistas.
Uma vez que esses filhos pensam que, para serem aceitos e aprovados por
seus pais, precisam se encaixar em suas exigências. Muitos pais fazem isso
sem perceber. Eu já agi de forma parecida, principalmente com minha filha
mais velha. Exigia que ela fosse ‘diferente’ das amigas, que lesse a bíblia,
que se comportasse de maneira ‘correta’, que fosse excelente aluna... mas,
graças a Deus, que ainda no início da adolescência dela, Deus abriu meus
olhos, e mudei minha forma de impor meus conceitos, apresentando apenas
o caminho e ensinando-a a se responsabilizar por suas escolhas, sempre
afirmando que meu amor nunca mudaria, independente dessa escolha.
O outro perfil comum a cair nesse ciclo viciante é aquele que desde o
ventre da mãe foi rejeitado. Essa criança cresce sempre com a sensação que
eu lhes descrevi no início desse livro, a respeito de como eu me sentia:
“Será que tenho algum defeito? O que fiz de errado para as pessoas não
me amarem?” . Em busca desse amor, afeto, aceitação e aprovação, a
criança se esforça ao máximo para provar ao outro que ela não ‘tem defeito’
e que ele (os pais) cometeu um erro ao ‘jogá-la fora’ (abandonar). O
comportamento perfeccionista também é muito comum em adultos que
conviveram com familiares que erraram muito, sendo que, as consequências
desses erros os atingem até hoje. Veja meu caso: minha mãe ‘errou’ comigo
inúmeras vezes e precisei de muitos anos e esforços para ser curada e livre
de muitas coisas que foram consequências das escolhas erradas dela.
(Entenda, nesse momento, que minha aplicação é para fins didáticos e não de
julgamentos – pois hoje entendo perfeitamente o motivo de todas as falhas da minha
mãe, e não a condeno de maneira nenhuma). À medida em que nossas conexões
neurais experimentam elogios e ‘aceitação’ diante de algo ‘bom’ que
tenhamos feito, nosso cérebro vai buscar fazer cada vez melhor, para
experimentar novamente aquela sensação. Aí que nasce o ciclo viciante.
Sofri psiquicamente, de forma intensa, a ponto de me maltratar e ser
negligente com minha saúde até pouco tempo por causa do perfeccionismo,
até eu entender que agia dessa forma porque todas as pessoas que deveriam
me proteger e me amar falharam comigo através da rejeição, abandono e
abusos. Então, inconscientemente, minha meta era nunca errar! Mas isso é
impossível! Então, quando eu errava, ou não admitia meu erro e buscava
inúmeras justificativas para ele, ou me torturava emocionalmente,
condenando-me pelo erro que havia cometido. Nunca imaginei o quanto
isso desagradava a Deus. Não conseguia refletir que o amor dele por mim já
havia apagado meus erros, inclusive os que eu ainda iria cometer. O
problema é que, o perfeccionista tende a ser religioso, se apoiar em sua
justiça própria e ‘desprezar’ a GRAÇA através da Cruz de Cristo. Eu não
recebia ou entendia e compreendia o amor de Deus para mim, porque não
conseguia aceitar meus erros e receber essa graça. Quando enfim, fui capaz
de fazer isso, as coisas começaram a mudar.
Outra ação que fez toda a diferença e que me ajudou muito a romper
esse ciclo foi minha aceitação , que só ocorreu em 2018 (seis anos depois
do início do meu processo de cura). Lembro de dois importantes episódios
que fizeram parte desse processo de ‘libertação’ em minha vida. Em 2018,
passei o ano todo produzindo o “Curso de Mentoria para Mulheres Cristãs
Saradas para Sarar”. Esse curso é totalmente online, composto por mais de
120 aulas, falando sobre assuntos dos mais variados, como: vida pessoal,
autoconhecimento, vida espiritual, vida emocional, traumas, emoções,
mudanças comportamentais, casamento, relacionamento com filhos,
profissão, ministério, enfim... um curso totalmente completo para quem
busca aprender o caminho da ‘cura emocional’, além de querer aprender
como ser uma pessoa melhor em todas as áreas da sua vida. Esse curso
também capacita e prepara mulheres que estejam dispostas a ajudar na área
emocional e espiritual outras mulheres cristãs. (Você pode obter mais
informações através do site https://curso.mentoriasaradasparasarar.com.br)
Levei quase um ano mergulhada em toda a produção desse curso, como:
estudo, preparação das aulas, gravação das aulas, edição e finalização de
todos os processos para que os vídeos estivessem prontos para a plataforma
do curso. Gente, por mais que eu queira descrever, em palavras, tudo o que
vivi na produção desse curso, não conseguiria, porque vai além de palavras.
São sensações, lembranças, emoções, dores, desespero, angústia, crises de
ansiedade, crises de medo...tudo por causa do meu alto nível de exigência
comigo mesma. Eu não ‘curto’ muito fazer vídeos. Escrever é minha
paixão, embora não seja fácil, gosto de fazer. Falar, pessoalmente, em
público, foi um grande desafio que tive de enfrentar, mas que encarei,
devido à minha paixão por Cristo e pelo compromisso que eu havia
assumido com Ele de compartilhar e levar a mensagem de esperança a
todos, através do que Ele havia operado em minha vida. Mas, fazer vídeos...
ai meu Deus, aí já era demais! Confesso que ainda tenho certa dificuldade
nessa área, mas já venci muitos obstáculos. Depois de horas estudando e de
saber que estava preparada, eu dava início as gravações, e inicia meu
‘tormento’. Se eu errasse uma palavra do meio da frase, eu não conseguia
voltar de onde errei e continuar normalmente. Eu tinha que voltar e fazer
toda a aula novamente. Era como se meu inconsciente quisesse fazer uma
aula inteirinha de 30min sem errar absolutamente nada! Isso era impossível!
Mas quem disse que eu conseguia controlar meu vício?
Às vezes, eu passava o dia todo para gravar uma aula de apenas 30min
que ainda precisava passar pela edição. E era bem aí que começava meu
segundo turno de ‘tormento’. Minha filha edita vídeos de forma excelente,
muito melhor do que eu. Havíamos combinado dela editar os vídeos para
não ficar muita coisa para eu fazer. Mas quem disse que eu consegui deixá-
la editar? Quanto mais eu errava nas gravações, inconscientemente eu
pensava que ‘as pessoas’ (minha filha ou meu esposo) iriam ver que eu
errei. Eu não admitia isso! Então, voltava e fazia tudo de novo. Cheguei a
ter fortes crises de ansiedade e de pânico nesse período: taquicardia, falta de
ar, sensação de desespero, angústia, opressão, ansiedade generalizada,
sensação de que fosse acontecer coisas ruins a qualquer momento, medo
imaginário - perseguição, ataques – insônia, entre outros sintomas. Posso me
lembrar dos últimos dias de gravação, após 8 meses de muita luta. Eu
simplesmente me joguei literalmente no chão e chorei de soluçar como um
bebê, por quase 1h. Que sofrimento! Resumindo a história, porque
realmente não conseguirei expressar tudo o que ainda sinto só de lembrar
dessa fase, não deixei minha filha prosseguir com as edições e assumi essa
parte também. Resultado: eu trabalhava mais de 12h por dia, e o trabalho de
edição me ocasionou uma ‘tendinopatia’ nos dedos (a famosa tendinite), a
qual, me limita até hoje. Fiquei dez dias com as mãos engessadas, e no final
das contas, com o trabalho parado. Todas as horas que trabalhei
excessivamente foram perdidas nesses dez dias. De nada adiantou, pelo
contrário, trouxe grande prejuízo. Eu passei todos os limites contra mim
mesma em busca da perfeição que nunca existiu, não respeitei tempo de
descanso e, muito menos, meu corpo. Mais uma vez, meu esposo entrou na
‘jogada’ para me confrontar e provocar a cura. Ele me fez refletir que Deus
não poderia me ajudar se eu mesma não me ajudasse. Que se eu não
cuidasse do meu corpo e da minha saúde, ninguém mais poderia cuidar.
Que se eu queria tanto continuar servindo a Deus e fazendo ‘sua obra’,
deveria me cuidar, senão meu tempo de vida saudável seria curto e eu não
conseguiria alcançar todos os propósitos que Deus havia confiado a mim.
Depois dessa experiência, passei a conhecer meus limites e a respeitá-los,
inclusive, separando 30min obrigatórios de descanso todos os dias após o
almoço.
Outra caraterística forte que eu tinha quando estava presa a esse ciclo,
era a sensação de que a quantidade que eu produzia nunca era suficiente.
Além de nunca parecer estar ‘bom’, aceitável ou perfeito, parecia que eu
sempre poderia fazer mais. Quando eu encerrei a gravação e edição do
curso e disse ao meu esposo que havia quase 120 aulas ao todo, ele custou a
acreditar. Normalmente, os cursos online possuem em torno de 10 a 50
aulas no máximo. Mas eu estava disposta a dar até minha última gota de
conhecimento, e foi o que fiz. Mas eu agia assim em outros trabalhos que
realizava também. Trabalhei com atendimentos às mulheres por cinco anos,
e já cheguei a ficar até as 02h madrugada aconselhando, porque sempre
achava que poderia fazer mais. O problema é que as pessoas dificilmente
reconhecem a entrega e o trabalho por elas. Todo excesso provém de faltas.
Trabalhar demais, achar que nunca é o suficiente, são ações que podem
estar ligadas a faltas do passado. Porque o que ‘te ofereceram’ – amor,
carinho, presença – não foram suficientes, inconscientemente, você não quer
deixar de ‘dar coisas’ que pode dar às pessoas. Afinal, você não vai fazer
com os outros o que fizeram com você, não é mesmo? Presa nessa
armadilha, você se entrega e faz demais e, com o tempo, a tendência será
desanimar ou desistir do trabalho por não receber a ‘recompensa’ necessária
que seu cérebro espera por ter se esforçado tanto.
A outra experiência que contribuiu com meu processo de rompimento
desse ciclo foi o ‘desprezo’ de uma amiga querida com o próprio curso. Em
meio a tanto sofrimento para produzir esse material, ela teve um mau
julgamento a meu respeito. Em meio a mais dores emocionais e
sofrimentos, tive que decidir se eu acolheria a opinião de Deus ou a dela,
afinal, Deus havia me orientado e me capacitado (porque jamais conseguiria
produzir com tanta excelência por mim mesma) a fazer esse curso. Eu precisava
me aceitar. Eu precisava aceitar que as pessoas poderiam discordar de mim
e tudo bem. Eu precisava aceitar que nem todo mundo iria ‘comprar meus
sonhos’. Eu precisava aceitar que nem tudo o que eu acho ser bom para os
outros, realmente é na perspectiva dele. Eu precisava aceitar que as pessoas
tem visões diferentes a partir de um ponto em nossa vida. Eu precisava
aceitar que estávamos em ‘tempos’ diferentes. Eu precisava ME aceitar,
aceitar o novo tempo de Deus para minha vida, o chamado que Ele tinha
confiado a mim, a visão que Ele havia apontado; independente da
aprovação do outro. E aceitei! E isso me libertou ainda mais!
Sou livre para errar, e o outro também é. Sou livre até para ser rejeitada.
Sou livre para não ser aceita e amada por todos. Sou livre, porque Deus me
escolheu, me aceitou, me direcionou, e isso deve sempre ser o suficiente.
Outra ação importante foi passar a me apoiar na perfeição de Jesus Cristo.
Quanto mais eu o conhecia, mais percebia sua perfeição ofuscando minha
imperfeição, e a certeza da necessidade de precisar desesperadamente dele
para qualquer trabalho que fosse desempenhar.
Abaixo, compartilho algumas caraterísticas mais comuns de pessoas que
estão presas ao ciclo perfeccionista:
Buscam a perfeição em si, nas pessoas e na vida, com alto grau de
exigência sobre tudo e todos;
São pessoas muito críticas consigo mesmas e com os outros;
São competitivos ao extremo, pois sempre precisam ser os
melhores;
Dificuldade para assumir falhas e receber críticas, sempre
encontrando justificativas para tudo;
Dificuldade para trabalhar em equipe, pois são centralizadores;
Falta de confiança nas pessoas, pois acreditam que só eles
conseguem fazer as coisas de forma perfeita;
Por serem centralizadores, acabam se sobrecarregando em diversas
situações;
Procrastinação por medo de não obter resultados perfeitos;
Atrasos nas tarefas e atividades, pelo alto grau de esforço e
exigência;
Em alguns casos, não se arriscam e têm tendência a permanecer na
zona de conforto, por medo de falhar.
Perfil metódico e minucioso;
Tem dificuldades de aceitar e aprender com seus erros;
Detalhista, examina todas as possibilidades para evitar que algo dê
errado;
Pune-se severamente quando erra e sente-se sempre culpada;
Inflexível aos erros dos outros;
Trabalha para ser reconhecida;
Vive buscando o que está errado;
Vive debaixo de culpa e condenação;
Nunca está bom e nunca está satisfeito.

Prejuízos:
Alto nível de estresse
Diminuição da imunidade
Suscetível a doenças cardíacas e psíquicas
Sujeito a crises de pânico, depressão e ansiedade generalizada
Afastamento das pessoas
Sensação de infelicidade, insatisfação e frustração todo tempo
Perda do prazer da vida
Risco de suicídio
E agora, quero deixar alguns conselhos para você romper com esse
ciclo : Aprenda a receber e compreender o amor de Deus Pai através de
relacionamento diário com Ele.
Se Aceite, se ame e se perdoe. Faça uma lista de coisas que você admira
em si mesma e uma lista de erros e decisões erradas. Ore, devolvendo seus
erros a Deus, peça perdão, mas também verbalize, em voz alta, o perdão à
você mesma: “Eu, seu nome, libero perdão para mim mesma por ter feito
isso, e isso...”. Depois, apresente suas qualidades a Deus, e peça para Ele te
conduzir a usá-las de forma excelente (e não perfeita) para a glória d’Ele.
Não tente ‘ser o melhor’, apenas ‘dê o seu melhor’.
Não se compare com os outros, principalmente com a vida das pessoas
expostas nas redes sociais – não existe vida, casamento, filhos, família,
trabalho, igreja perfeita, porque todos eles são constituídos de pessoas, e
todas as pessoas são imperfeitas.
Entenda que NINGUÉM é perfeito, a não ser nosso Mestre, Jesus!
Aceite que você pode errar, e tudo bem!
Não se cobre demais e nem cobre demais das pessoas à sua volta,
principalmente de seus filhos e cônjuge – ninguém aguenta viver em um
ambiente opressor por muito tempo. Lembre-se que os perfeccionistas são
‘chatos’ e não se conectam com pessoas emocionalmente. Eles valorizam
mais o resultado do que as pessoas.
Busque sempre olhar o lado positivo de cada situação – tanto a sua,
como das pessoas à sua volta – o que você pode aprender com esse erro?
Qual foi a parte boa em tudo isso? É nesse ponto que você deve colocar seu
foco.
Não estabeleça metas inalcançáveis, pois isso, ativará seu ciclo viciante
novamente.
Não tenha medo de críticas! Aceite que as pessoas podem discordar de
você, e tudo bem! – Afinal, nem Jesus Cristo, que é perfeito, agradou a
todos.
Se achar necessário, busque uma ajuda terapêutica ou aconselhamento
em sua igreja.
Lembre-se: Você nunca irá decepcionar Deus, porque Ele já sabia quem
você era e do que você é capaz quando te escolheu. Você e as suas ações
(erros, pecados, falhas) não são surpresas para Deus.
Capitulo 10

O Ciclo da Culpa e da Vergonha Propositalmente, inseri


esse capítulo após o ciclo perfeccionista, pois o ciclo da culpa nasce do
anseio da perfeição. A origem da culpa está relatada em Gênesis 3, quando
após a queda do homem no jardim do Éden, Deus pergunta a Adão porque
ele havia desobedecido e rapidamente, ele culpa Eva e inclusive o próprio
Deus : “Foi a mulher que Tu me deste”. Eva, por sua vez, quando também
questionada por Deus, culpa a serpente. Deus havia desenhado um modelo
de perfeição para o homem, sem dor, nem maldade, nem morte..., mas o
pecado roubou esse modelo da humanidade. No versículo 7, do capítulo 3
de Gênesis, lemos que Adão e Eva sentiram vergonha por estarem nus. O
ciclo se inicia: PECADO – VERGONHA – CULPA.
O ciclo emocional viciante se comporta da seguinte maneira: ele
provoca situações que gerem vergonha e culpa para reproduzir as mesmas
sensações experimentadas. Quando uma situação de culpa é ‘resolvida’, o
cérebro vai buscar outra situação para despertar a mesma sensação. É meio
confuso e até ‘louco’ dizer isso, mas a neurociência diz que o cérebro
estabelece a sensação que a culpa causa, como recompensa, ou seja, ele se
satisfaz ‘prazerosamente’ quando está debaixo de um forte sentimento de
culpa. Por isso, ele age substituindo uma culpa por outra , e não importa
se ‘tudo está bem’ em sua vida, ele sempre estará se sentindo mal consigo
mesmo por causa da culpa. Eu vivi assim por muitos anos da minha vida, e
nunca imaginei que era viciada nessas sensações. Eu me sentia culpada por
tudo o que ocorria de errado à minha volta. Até mesmo por coisas que não
tinham nada a ver comigo.
Exemplo: se sumisse algum objeto, papel ou qualquer coisa importante
no meu local de trabalho, eu ficava pensando: “e se pensarem que foi eu?”
ou “acho que as pessoas estão desconfiando de mim”. O pior é que eu
passava a me comportar como culpada, tentando provar para as pessoas que
eu não tinha nada a ver com aquilo. O problema é que de tanto tentar me
explicar ou provar o que não tinha o menor cabimento ser provado, porque
eu não tinha nada a ver com aquelas situações, as pessoas realmente
achavam estranho e, possivelmente, passavam a desconfiar de mim. Que
loucura! Se meu esposo me acusasse ou desconfiasse de algo que eu não
tivesse culpa nenhuma, eu agia da mesma forma, tentando me explicar ou
provar que aquilo não tinha nada a ver comigo, mas como, de alguma
forma, eu já estava me sentindo culpada, meus comportamentos
expressavam que ele poderia ter razão. Olha que louco! Nossos
pensamentos e sentimentos expressam nosso comportamento, e por mais
que aquilo não seja real, como você pensa e se sente, é exatamente a leitura
que as pessoas farão de você. Hoje entendo que meu vício buscava qualquer
história para se alimentar e se satisfazer.
O ciclo da culpa pode nascer por inúmeros motivos, mas quero destacar
alguns mais comuns: Muitos viveram a experiência de verem seus pais se
separarem na infância, e culparam-se por isso. A criança faz uma leitura das
circunstâncias que ocorrem à sua volta, de maneira bem diferente dos
adultos. Se os pais não tiverem sabedoria para se comunicar com os filhos
em situações como essa, o trauma pode ser profundo. É importante buscar
ajuda psicológica ou aconselhamento para saber como lidar com a situação.
A criança pode interpretar que não era boa o suficiente, que os pais não a
amavam, que ela não foi digna de ter uma família; e que, por ‘causa dela’,
os pais se separam. Já atendi muitas mulheres adultas com mais de 40 anos,
que carregavam culpas de histórias como essas. Há os que passaram por
experiências de rejeição e abandono, e sentem-se culpados por serem
rejeitados: “o problema é comigo, por isso não me quiseram” . Há as que
passaram por situações de abuso, e sentem-se culpadas: “eu que provoquei
isso nele” . Há os que perderam algum ente querido, e se culpam pela morte
da pessoa.

Exemplos de sentimento de culpa mais comuns:


Culpa por não ser boa esposa
Culpa por não ser boa mãe
Culpa por não ser boa filha
Culpa por não ‘dar conta’ da casa
Culpa por trabalhar fora e não ter tempo para os filhos
Culpa quando os filhos ficam doentes – não cuidei direito
Culpa quando os filhos tomam decisões erradas – falhei na criação
Culpa por deixarmos os filhos em escolinhas, com babás, ou avós
Culpa por perdermos os melhores momentos dos filhos (andar,
comer, falar, ir à escola)
Culpa quando o esposo sai de casa ou trai a esposa
Culpa por ficar em casa e não contribuir financeiramente
Culpa por ter deixado de lado os sonhos, carreira, estudos por
causa dos filhos
Culpa por não buscar a Deus ‘corretamente’
Culpa por não conseguirmos cumprir as imposições/regras
religiosas
Culpa por não orarmos na madrugada, por não lermos a bíblia por
1h
Culpa por não termos fé ‘suficiente’, culpa por não termos sido
‘curadas’
Culpa por comprar algo para nós, mesmo que estivéssemos
precisando
Culpa por comer demais
Culpa por não cuidar da nossa saúde (por não ir ao médico, não
praticar atividade física, não se alimentar corretamente)
Culpa por dar trabalho às pessoas (no caso de doenças)
Culpa por ter nascido - sentimento da mãe passa para o bebê
Culpa por receber presentes ou elogios - Nunca se achar
merecedora
Culpa por se destacar naturalmente em algum ambiente ou
conversa
Culpa por fracassos/perdas nos negócios ou relacionamentos
Culpa por dizer NÃO às pessoas ou impor limites
Culpa por se afastar de alguém que te faça mal
Culpa por não querer desenvolver relacionamento mais profundo
com pessoas específicas
Culpa por erros que cometeu e decisões erradas que tomou
Culpa por falar demais
Culpa por não ter tido mais tempo ou ter feito mais por alguém,
quando esse morre
Culpa por erros que cometeram contra você:
abusos/traições/separação dos pais na infância/abandono

Prejuízos da Culpa: Afastamento de Deus Sobrecarga emocional e


física Baixa da imunidade Doenças psíquicas Depressão Tristeza profunda
Risco de suicídio Ativação de células cancerígenas Produção de toxinas no
organismo e nas células
A culpa só te faz lamentar, revisitar o passado e se sentir mal
constantemente. Ela te paralisa. Te faz sentir indigna da vida. Gera uma
sensação de dívida impagável, onde a pessoa passa a se esforçar
intensamente para ‘pagar’ algo que comprou ou que alguém tenha lhe feito
de bom. É uma das piores prisões emocionais que já experimentei.
Mas há, também, o sentimento de culpa inverso. Culpar os outros.
Pessoas que viveram experiências de abandono, rejeição, abusos e faltas,
tendem a culpar seus pais ou cuidadores por terem falhado. É importante
entender que as pessoas fazem suas escolhas baseadas em experiências.
Também é importante lembrar que, hoje temos muito mais acesso a
conhecimento na área emocional do que nossos antepassados. Culpar o
outro é não assumir responsabilidades por nossos erros também. É mais
fácil justificar meu erro e pecado nas falhas dos outros. Mas assim como
eles serão cobrados por suas escolhas e ações, nós também seremos
cobrados pelas nossas. E a partir do momento que adquirimos
conhecimento, como você está fazendo através dessa leitura, não teremos a
‘desculpa’ de que não tínhamos consciência da nossa responsabilidade. Por
muitos anos, culpei meus pais pela minha infelicidade, mas o que eu não me
dava conta é que eu estava destruindo minha vida e minha família através
das minhas ações. O filósofo Jean Paul Sartre diz: “Não importa o que a
vida fez de você, o mais importante, é o que você vai fazer com isso!”
Se esse é seu caso, quero te deixar alguns conselhos. Pegue um papel e
anote todas as faltas e erros que as pessoas cometeram contra você. Depois,
ore em voz alta, liberando perdão e verbalizando o nome de cada pessoa e
cada ação. Depois devolva essas faltas para Deus. Peça, também, perdão
por suas ações em decorrência dessas ações. Ex: “hoje não consigo abraçar
meus filhos, porque não tive pais afetuosos”. Você pode orar: “Senhor, me
perdoa por não ser afetuosa com meus filhos, deixo toda falta que vivenciei
na cruz de Cristo, e peço que o Senhor me ensine a ser amorosa com meus
filhos. Me ajuda a não repetir os mesmos erros dos meus pais”. Você pode
pedir ajuda ao Espírito Santo para identificar tantos outros comportamentos
e seguir o mesmo modelo de oração sugerido.

Agora, quero deixar alguns conselhos práticos para romper o ciclo


da culpa contra você mesma: Em 1º lugar aceite o sacrifício de Jesus na
Cruz por você . Embora o pecado tenha gerado culpa e vergonha na
humanidade, Deus preparou o antídoto para isso, enviando seu Filho
Amado para pagar a dívida impagável dos nossos pecados. Em Cristo
somos livres da culpa, do medo, da vergonha, da separação de Deus. Não há
outro caminho para romper esse ciclo, senão o AMOR sacrificial de Cristo.
Aceite também o perdão de Cristo . Jesus não vai apontar o dedo na
‘sua cara’ e listar todos os seus pecados. Enquanto o sacrifício e o perdão de
Deus não for verdade para você, não terá efeito no rompimento do ciclo.
Use a Palavra de Deus contra as acusações de seu inimigo. Por mais
que você aceite o sacrifício e o perdão de Cristo, sua mente ainda será
atacada algumas vezes, trazendo condenação, pois o vício leva algum
tempo para ser destruído completamente. Ele tentará desesperadamente se
alimentar, e quando perceber que está perdendo seu domínio, aí que ele ‘vai
surtar’ mesmo. Imagine como um processo de desintoxicação de um
dependente químico. Funciona da mesma forma. Até que todas as conexões
neurais passem pelo processo de neuroplasticidade – Rom 12:2 = renovação
da mente – o vício ainda vai ‘lutar’ pelo espaço dele. Você terá que ser
intencional e persistente, usando a fé e a Palavra de Deus, para renovar suas
construções neurais. Declare diversos versículos que falem do perdão, da
graça e do amor de Deus sobre sua vida (Miquéias 7:18-19/Salmos 86:5/Isaías
43:25/Efésios 1:7-8/Colossenses 1:13-14/2 Crônicas 7:14/Salmos 32:1-5/Mateus 6:
12/1 João 1:9/ Romanos 5:9/Salmos 85:2/Romanos 3:23-24/Gálatas 3:13/Lamentações
3:58/ Salmos 34:22).
Na mesma medida que você aceitar o perdão de Deus, libere perdão
para as pessoas – como instruí alguns parágrafos acima. Se você não liberar
perdão, não será capaz de sentir o perdão de Deus. Isso é um princípio
bíblico.

“Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também


lhes perdoará.
Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará
as ofensas”. - Mateus 6:14,15
“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos
devedores.” - Mateus 6:12

Esse princípio nos ensina que Deus usa a mesma balança, ou seja, se não
perdoamos, também não estamos aptos a sentir o perdão de Deus. Um dos
motivos pelos quais eu me sentia culpada é que eu não havia verbalizado o
perdão das ações dos meus ofensores. À medida que fiz isso, e também
aceitei o perdão de Cristo, minhas culpas diminuíram consideravelmente.
Dentro do processo de liberar perdão, peça para o Espírito Santo trazer a
ótica de Cristo em relação à essa situação e pessoa. À medida que treinamos
a ‘empatia’ – se colocar no lugar do outro – fica mais fácil deixar de julgar
e compreendermos porque aquela pessoa agiu assim. Quanto mais eu me
colocava no lugar da minha mãe, imaginando-a sozinha, sem família, tendo
crescido no contexto que cresceu – sem amor, afeto, perdendo a mãe aos 9
anos de idade, ser violentada sexualmente – mais eu compreendia suas
ações. Claro que, compreender não anula as consequências. Eu ainda tive
que lidar com essas consequências ruins, porém, estava livre para avançar
porque havia ressignificado meu passado.
Aliás, essa também é uma boa dica nesse processo. Tente encontrar um
propósito em tudo o que viveu. Seja nos erros que cometeram com você,
ou nos que você cometeu. Eu encontrei meu propósito compartilhando
minhas experiências com vocês, por exemplo. Quanto mais testemunhos
recebo, mais curada sou, porque sei que se eu não tivesse passado pelo que
passei, não teria habilidade para ajudar tantas pessoas.
Agora é hora de se perdoar . Faça uma lista de todas as culpas que
carrega. De todos erros, pecados e falhas. Coisas que você fez contra você
mesma e também contra as pessoas. Decisões e escolhas erradas que tomou.
Verbalize, em voz alta: “Eu, seu nome, libero perdão para mim mesma por
____ todos os itens da sua lista” . Em oração, e deixe tudo isso aos pés da
Cruz de Cristo. O próximo passo é se aceitar e aceitar suas limitações e
imperfeições (parecido com o processo do ciclo perfeccionista). Aprenda
com os erros e, se conseguir extrair alguma lição, anote em um caderno ou
diário para nunca esquecer.
Troque a culpa por responsabilidade . Em vez de se culpar – o que só
te traz peso e paralisação, mas não gera nenhuma mudança e avanço –
experimente assumir as responsabilidades que devem ser assumidas. Ex:
“Tudo bem, não escolhi passar pelo que passei, mas vou aprender a lidar
com isso” , ou “ cometi erros, mas agora preciso de ajuda para consertar”.
Fale para você mesma que você não tinha conhecimento, ou escolha, ou
opção ou ajuda de alguém para agir diferente do que agiu. Se compreenda e
pare de se criticar.
Não aceite as culpas que os outros depositarem em você . Há pessoas
que, infelizmente, ‘adoram’ colocar outras pessoas para baixo. Elas querem
sempre deixar um ‘pesinho’ sobre nós. Às vezes, até mesmo, de forma sutil,
com perguntas como: “Por que você está estranha? Por que você está com
essa cara? Você está triste, hein! Você está distante. Você não é mais a
mesma. Você nunca mais apareceu em casa...”. Alguns querem fazer com
que você se sinta culpada por não ajudá-las. Cuidado! Já falamos sobre isso
no ciclo viciante da manipulação. A culpa é o principal combustível do
manipulado. Outras te fazem sentir-se culpada por estar feliz ou
prosperando, com comentários: “Quem pode, pode né, minha filha! Isso é
que é vida! Você tem sorte! Hum...roupa nova! Vai viajar de novo? O que
você fez para ser promovida, hein? Nossa, que glamour! É, agora você
subiu de nível, não se importa mais com ‘a ralé!’. Trocou de carro, mas
aquele não estava bom?”. Enfim, esses e outros comentários nos fazem
sentir culpadas até por estarmos sendo abençoadas ou crescendo. Outras, te
fazem sentir-se culpada por estarem curada. Tenho uma história disso
relacionada ao dia das mães. Já não sofro por não ter minha mãe presente
nesse dia. Em um dia das mães uma ‘amiga’ me disse: “Imagino o quanto
você esteja triste por não ter sua mãe presente nesse dia!” Até aquele
momento eu não estava triste, mas então comecei a pensar: “Será que tenho
que ficar triste porque ela não está aqui?” Gente, foi imediato, comecei a
me sentir culpada por estar curada. Olha isso! Então, meu conselho final
nesse ponto é: “Não dê explicações para ninguém!” Pare de ficar
explicando porque trocou de carro, porque comprou uma casa nova, porque
está com roupa nova, porque comprou um sofá novo – e que parcelou em
10x – porque ainda não engravidou, porque foi promovida, porque foi viajar
para tal lugar, etc...
Capitulo 11

O Ciclo da Comparação e da Inveja O ciclo da


comparação pode nascer de experiências como: rejeição, abandono, faltas e
preferências, pois geram pessoas inseguras. Crianças que foram muito
comparadas com seus irmãos, primos, colegas, vizinhos, filha do pastor,
etc... têm a tendência de se tornarem mais comparativas na fase adulta. Sabe
aquela pergunta inocente que muitas mães fazem: “Quanto você tirou de
nota na prova? E a fulana?” Esse é um dos grandes erros que cometemos.
Ou: “Por que você não estuda igual a fulana? Por que você não faz alguma
coisa na igreja igual a filha da fulana?” Essas e outras comparações
destroem a autoestima de qualquer criança/adolescente.
O ciclo da comparação, inevitavelmente, levará ao ciclo da inveja. Seu
cérebro sempre estará buscando situações para se comparar e sentir-se
inferior, e, automaticamente, se alimentará da sensação provocada pela
inveja. A inveja também nasce da NÃO ACEITAÇÃO. Então, uma pessoa
que não se aceita, vai invejar tudo o que a outra tem: o cabelo, o corpo, a
cor do cabelo, as unhas, a pele, o rosto, as roupas, os sapatos, a forma como
ela fala, características pessoais, personalidade, as amigas dela, o marido, os
filhos, o emprego, o ministério, e por aí vai, a lista é infinita. Eu já fui essa
pessoa. Por não me amar e não me aceitar, achava tudo em todo mundo
melhor do que eu. A insatisfação também caminha junto desse ciclo.
Normalmente, esse ciclo se manifesta de forma bem sutil e inconsciente. É
muito difícil as pessoas reconhecerem e admitirem que tem inveja.
A bíblia é muito clara em diversos versículos, a respeito do grau de
malefícios que a inveja e a comparação causa. Provérbios 14:30 diz “ a
inveja apodrece os ossos ”. Na bíblia, também encontramos inúmeras
histórias de comparação e inveja: Caim e Abel, Esaú e Jacó, Ana e Penina,
Saul e Davi, Pedro e João; entre outras. É claro que só esse assunto daria
um livro a parte, mas, sem me aprofundar, meu objetivo é te alertar, para
que você avalie se não está presa nesse ciclo viciante sem perceber. A
comparação é tóxica em todos os sentidos, pois se você se comparar com
alguém que tenha mais, sentirá inveja, e se comparar com alguém que tenha
menos, sentirá orgulho.

“Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si


mesmo, sem se comparar com ninguém” - Gálatas 6:4

Conselhos práticos para romper com esse ciclo: Busque o


autoconhecimento. Meu livro “Tempo de Crescimento” pode te ajudar nessa
tarefa.
Busque identificar suas melhores habilidades. Naquilo que você flui e se
sente bem fazendo. É exatamente nessa área que deve investir.
Identifique os locais em que você se sente mais insegura e,
possivelmente, mais se compara. Se faça perguntas: “Por que esse local me
apavora? O que pode estar escondido, na minha alma, relacionado a esse
lugar ou à essa pessoa? O que eu acho que as pessoas estão esperando de
mim? Eu posso oferecer isso a elas?”
Identifique em qual contexto você se sente mais insegura e, se for o
caso, de uma apresentação ou uma conversa difícil, por exemplo, se
prepare, estude e treine antes.
Anote o nome de todas as pessoas que você se compara ou imita.
Converse com você mesma: “Por que me sinto inferior em relação à
fulana? O que ela tem que eu gostaria de ter e por quê? No que me seria
útil ter o que ela tem? Será que o que eu desejo faz parte do propósito de
Deus para minha vida?” Tente identificar no que cada uma de vocês são
boas, e foque no que você tem de melhor.
Se arrependa e confesse a Deus todas as vezes que sentir inveja, e peça
libertação desse ciclo.
Faça uma lista de todas as falas comparativas dos seus pais, avós, tios,
professores ou familiares. Libere perdão e devolva-as para Cristo.
Pare de se diminuir e de se menosprezar.
Desenvolva um relacionamento íntimo e contínuo com Deus, como seu
Pai. Você precisa entender sua identidade de FILHA AMADA.
Não queira falar ou fazer como a pessoa que você se compara faz. Faça
como Deus te fez para ser. Fale do seu jeito, seja ele alto e ‘espalhafatoso’,
ou meigo e delicado.
Se as redes sociais alimentam seu vício, elimine-as por um tempo.
Não deseje o que o outro tem se você não estiver disposta a ‘calçar os
mesmos sapatos’ que ela calçou.
Não queira ser melhor que os outros, mas queira ser uma amiga, esposa,
mãe, filha ou profissional, melhor do que já é, para você mesma, sem culpa
e nem perfeição.
Melhore a maneira como você se vê. Mais uma vez, entra o processo de
autoaceitação e amor próprio.
Ore, constantemente, para Deus alinhar seus desejos, sonhos e vontades
à d’Ele, e o que não vier d’Ele, peça para retirar do seu coração.
Faça uma lista de todas as coisas boas que você tem: habilidades,
família, características... E AGRADEÇA por todas elas. Concentre-se no
que você tem, e não no que o outro tem. Você vai ver como passará a
perceber que tem muito mais do que imagina. Quando você menos esperar,
as outras coisas que você desejava começam a acontecer.
Vibre e comemore suas conquistas e realizações, por menor que elas
sejam. Quando você se alegra com o que você faz, não se preocupa com o
que o outro está fazendo.
Quando for avaliar sua vida ou a si mesmo, em busca de melhores
resultados, não esqueça de se basear em sua história de vida e experiências,
e não na do outro. Perceba quantos obstáculos já venceu.
Treine se inspirar e se motivar através das experiências dos outros, em
vez de invejar.
Não permita as pessoas te compararem com outras pessoas.
Existe uma diferença entre insegurança e ser inseguro. Insegurança é um
sentimento e ser inseguro é uma identidade comportamental, portanto, não
diga que você é inseguro , diga apenas que está com um sentimento de
insegurança. O seu sentimento não pode definir sua identidade!
Capitulo 12
O Ciclo da Compulsão Ninguém nasce compulsivo,
portanto, esse comportamento é aprendido. Normalmente, pessoas
compulsivas são pessoas impulsivas e totalmente vulneráveis às suas
emoções. Embora ninguém nasça compulsivo, a compulsão tem seu
nascedouro: nas faltas. Todo excesso comportamental provém de faltas. É
muito comum pessoas compulsivas relatarem que, antes delas serem
impelidas à ação compulsória, sentirem uma forte sensação de angústia. É a
angústia provocada pela ausência. Exemplos mais comuns: filhos que
tiveram pais ausentes e que, para ‘compensar’ sua falta, enchia a criança e o
adolescente de presentes. Crianças e jovens que nunca tinham ‘o brinquedo
atual’ ou ‘a roupa da moda’ e sentiam-se sempre humilhadas, quando
adultas, passam a comprar tudo o que seus olhos desejam, ou a dar para
seus filhos tudo o que seus pais nunca puderam comprar. Lembro de ter
atendido uma jovem adulta compulsiva por sapatos. Quando criança, ela
tinha apenas 1 par de sapato, que só era trocado quando esse não servia
mais. Na adolescência, a situação se repetia. Quando essa jovenzinha, ainda
aos 16 anos, conseguiu seu 1º emprego, todo seu pagamento era gasto em
sapatos. Sua mãe ainda brincava dizendo: “Para que tantos sapatos,
menina? Você não é uma centopeia!”
Filhas que também não foram amamentadas, ou não tiveram mães
afetuosas, estão mais suscetíveis à serem dependentes da compulsão por
compras, e do vício compulsivo alimentar, por exemplo. Segundo a
Psicanálise, a amamentação produz no bebê: prazer, acolhimento,
segurança, conforto e proteção. A mãe é responsável pelo alimento natural e
psíquico do bebê, através do afeto, por exemplo. É pela boca que o bebê
começa a experimentar e conhecer o mundo. É pela boca que o bebê
desfrutará do prazer afetivo com sua mãe. Quando o bebê não experimenta
essas sensações, sente-se desprotegido e desamparado, gerando um possível
fator predisponente ao ciclo emocional viciante. A relação com a mãe está
totalmente atrelada às emoções. Lembro-me de uma mulher que comprava
compulsivamente, chegando a retirar sacos e mais sacos de roupas com
etiquetas que ela nunca tinha usado, de seu guarda-roupa por falta de espaço
para colocar as novas. A primeira pergunta que fiz foi como era a relação
dela com a mãe. Depois de um breve relato de faltas e distanciamento,
incentivei-a a refletir, se ela não buscava o prazer e afeto que não teve no
passado, no prazer das compras. Tentei proporcionar uma proximidade com
a realidade de que, as coisas que ela comprava jamais poderiam trazer de
volta, o que na verdade, ela nunca teve.
Esse ciclo é construído pelo sistema de recompensa em nosso cérebro,
em busca de gratificação emocional, produzindo alívio momentâneo da
ansiedade e angústia. Segundo o psiquiatra, Dr. André Malbergier, o
comportamento compulsivo se caracteriza por uma pressão interna que, em
determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta impelida, tomada por
desejo muito forte de realizar uma ação que gera prazer principalmente nos
estágios iniciais, mas que, depois, provoca sentimento de culpa e mal-estar.
Em um artigo publicado na revista Science, neurocientistas revelam que os
neurônios encarregados de reconhecer as recompensas nas conexões
neurais, quando estimulados repetidamente por vivências que proporcione
sensação de prazer, corre o risco de desenvolver compulsões, em busca das
mesmas sensações de prazer.
Segundo Dr. Dráuzio Varella, “Toda vez que o cérebro é submetido a
estímulos repetitivos carregados de conteúdo emocional, os circuitos
neuronais envolvidos em sua condução se modificam para tentar perpetuar
a sensação de prazer obtida .” Quando os neurônios são ativados, há a
liberação de um neurotransmissor chamado dopamina, que é responsável
pela sensação de prazer. Quando essa sensação ‘acaba’, é comum sentir um
forte sentimento de culpa e intensa sensação de pressão interna e ansiedade,
que induz a pessoa a buscar repetir o prazer. No entanto, quando se repete
muito o comportamento em busca do prazer, o tempo de ação da dopamina
no organismo esvazia mais rapidamente, e, no caso de uma compulsiva por
compras, por exemplo, uma roupa já não será mais suficiente, agora ela terá
que comprar duas para reabastecer seus sistema de recompensa. O problema
é que o cérebro não vai parar de exigir a sensação de prazer para alimentar
os circuitos de recompensa, até chegar a hora que essa mulher começará a
contabilizar prejuízos financeiros, pessoais e de relacionamento provocados
pelo descontrole nas compras. No caso da alimentação, por exemplo, um
chocolate não será mais suficiente e, logo, ela estará comendo a caixa
inteira. Em outras palavras, é como se a ‘barra’ de exigência do sistema de
recompensa subisse cada vez mais. A ansiedade e o cansaço é um fator que
contribui consideravelmente para a manutenção do vício. Outro fator
motivacional é a angústia de pessoas que passam muito tempo sozinhas, por
exemplo.

Comportamentos compulsivos mais comuns:


Compulsão por compras
Compulsão por alimentos
Compulsão por limpeza ou organização
Compulsão por atividade física
Compulsão por trabalho
Compulsão por crítica
Compulsão por pequenos roubos
Compulsão por medicamentos
Compulsão por jogos
Compulsão por sexo e pornografia
Compulsão por redes sociais
Compulsão por computador/celular
Compulsão por mentira

Conselhos prático para romper com o ciclo viciante: Para pessoas


compulsivas por compras , uma boa dica é ir às lojas SEMPRE
acompanhada de alguém. Isso a inibirá de extrapolar. Outra ação importante
é cancelar os cartões de crédito – que são uma via fácil para manter o vício
ativo. Jesus nos instrui em sua Palavra: “Se o seu olho direito o fizer pecar,
arranque-o e lance-o fora [...]” e “E se a sua mão direita o fizer pecar,
corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir
todo ele para o inferno”. - Mateus 5:29-30
Atendi uma jovem, mãe de três filhos pequenos, compulsiva por
compras. A condição socioeconômica familiar era bem limitada, mas isso
não impedia essa jovem de comprar algo todas as vezes que ela saía de
casa, fosse para ela, ou para as crianças. Qualquer vendedora de revista,
cosmético, roupas, utensílios de casa, ou qualquer outra coisa que batesse
em sua porta, ela se endividava. Resultado: não conseguia assumir seus
compromissos financeiros, e quando confrontada pelo esposo, mentia,
dizendo que não comprou nada. Em atendimento, ela confessou que, no
passado, já havia praticado até alguns roubos de dinheiro vivo, em uma
empresa que trabalhava. Meu primeiro direcionamento a ela foi:
ARREPENDIMENTO e CONFISSÃO. Depois, a instruí a sempre sair com
o dinheiro contado para o que ela precisasse fazer na rua, além de deixar os
cartões sob o poder do marido. Também sugeri que ela deixasse o esposo
responsável pelas finanças de casa, já que ela não tinha controle. Orientei
também a pedir perdão ao esposo e confessar todas as mentiras a ele. Quem
tem o vício, precisa ter consciência dele, e ser intencional em suas ações
para rompê-lo. Pouco tempo depois, ela compartilhou que, embora não
estivesse sendo nada fácil, ela estava vencendo pouco a pouco. Disse,
inclusive, que o Espírito Santo de Deus havia falado ao coração dela para se
desfazer de todas as peças que havia comprado com o dinheiro roubado no
passado.
Quando nos dispomos a obedecer, o Senhor nos ajuda a vencer. Se você
também é viciada em compras, é importante entender que você nunca
conseguirá se libertar sem a ajuda de Deus. Aliás, isso serve para todos os
ciclos viciantes: sem a ajuda de Deus é impossível!

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam


firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.” -
Gálatas 5:1

Como o seu sistema de recompensa cerebral busca preencher um espaço


que está vazio, a melhor instrução que posso te dar é: encha sua mente da
Palavra de Deus e de louvores. Preencha-se do amor do Pai, através de um
relacionamento íntimo e diário com Ele. Busque ajuda do Espírito Santo
para te ajudar a identificar quais são os ‘seus vazios’, quais as faltas que
levam você a ter esses comportamentos. Lembro de outro caso que atendi,
de uma mulher que após ser traída pelo marido, entrou no ciclo vicioso da
compulsão. Todos os dias, ela tinha que comprar alguma peça de roupa para
ela ou para alguém de sua família. Ajudei-a a identificar que essa ação
estava ligada às faltas do marido: amor, carinho, afeto, fidelidade; e ensinei-
a a se fazer perguntas. Eu não teria espaço para descrever tantos exemplos
reais de histórias que ouvi e conheci relacionada a esse tema. É importante,
também, deixar todas as faltas na Cruz de Cristo e liberar perdão para as
pessoas que as ocasionaram.
Outra dica importante é buscar o autoconhecimento e se fazer perguntas
toda vez que vier a vontade desesperadora de comprar : “Eu preciso mesmo
dessa peça? Onde vou usar? Vou utilizá-la com frequência? Qual o custo-
benefício dela? Que buraco estou querendo ‘tapar’ com essa compra?”
Tente entender as razões que a levam a agir dessa forma. Uma estratégia
legal para dar um ‘choque’ no cérebro, é fazer um jejum de compras
supérfluas – coisas que não sejam de sobrevivência básica – por 60 dias. Isso faz
parte de um processo de extinção de comportamento. Após esse período,
possivelmente, você terá conseguido romper com o vício. Para não entrar
no ciclo novamente, terá que ensinar seu cérebro a ter consciência nas
próximas compras. As informações para esse treinamento são todos esses
conselhos práticos que tenho compartilhado nesse tópico.
Outra sugestão importante é: nunca compre nada quando estiver
cansada ou ansiosa . Quando estamos cansadas, temos a sensação de que
trabalhamos demais, e nosso sistema de recompensa fica desesperado para
se beneficiar de alguma forma. É aquela história da mulher que vai às
compras, e sai comprando o que vê pela frente, com a desculpa de: “Eu
mereço porque trabalho que ‘nem uma condenada’!” Quando estamos
ansiosas, queremos aliviar a energia psíquica tóxica que a ansiedade gera,
através do prazer das compras. O problema é que, normalmente, a
ansiedade é gerada por preocupações com contas a pagar e dívidas, e quanto
mais você comprar, mais dívidas fará, e, consequentemente, mais ansiosa
ficará. Meus conselhos nessa área são: Tome bastante água. Ela ajuda a
eliminar as toxinas do organismo. Faça atividades físicas – comece com uma
simples caminhada diária de 30min – Se você gostar, faça aulas de dança. Faça
também alongamentos e exercícios de respiração para aliviar a ansiedade.
Hoje, através do YouTube , temos acesso à vários ensinamentos de
profissionais da saúde (educadores físicos, fisioterapeutas, médicos) neste
sentido. E se estiver cansada, simplesmente, tire um dia para descansar e
repor suas energias, que pode ser feita através de passeios em parques
abertos, ao ar livre, que proporcione o contato com a natureza. Isto, sem
dúvida, restaurará o seu vigor, e a vontade de comprar irá passar.

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e
súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz
de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as
suas mentes em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for
verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for
puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de
excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. Filipenses 4:6-8
Há pessoas que já chegaram ao ponto de perder totalmente o controle
sobre seus desejos, vontade e racionalidade; e o vício a tem dominado e
acabado com sua vida, a ponto de mentir para o marido, esconder coisas e
prejudicar os relacionamentos em busca do prazer. Se esse é o seu caso, e
se, ainda assim, com todas essas ações que sugeri, não diminuir
consideravelmente seu vício, busque ajuda de profissionais, como psicólogo
e psiquiatra.
Se o seu caso é compulsão por limpeza e organização , avalie como
está seu estado emocional. Muitos desenvolvem esse tipo de compulsão,
devido a desorganizações mentais, por coisas mal resolvidas no passado.
Nesse ponto, tenho experiência. Já sofri por longos anos com o T.O.C.
(Transtorno Obsessivo Compulsivo). Eu queria manter sempre tudo muito limpo
e organizado, porque, na verdade, minha alma estava uma bagunça e suja
por causa daquelas mãos que me tocaram indevidamente, e através do ciclo
compulsivo, eu tentava em vão, limpá-la e organizá-la. Se esse é o seu caso,
sugiro buscar um tratamento terapêutico ou aconselhamento na sua igreja.
Quando organizei internamente, pude romper com o ciclo vicioso.
Se o seu caso é pornografia , talvez seja necessário ajuda psicológica.
Mas o melhor caminho é o mais radical. Elimine toda oportunidade de
acessar essas imagens. Retire os computadores do seu meio, e tenha um
celular sem tecnologia ou acesso à internet até que você rompa esse ciclo.
Há situações que exigem ações extremas para eliminar o mal que tem
destruído sua vida.
Se o seu caso é jogos , simplesmente, não frequente mais esses lugares e
evite estar com pessoas que proporcione oportunidades de alimentar seu
vício.
Se o seu caso é excesso de trabalho , coloque seu celular para despertar
e estipule o horário de parar, tendo concluído a tarefa ou não. E não leve
trabalho para casa. Não troque o tempo de descanso, de lazer e da família,
por trabalho.
Se o seu caso é excesso de atividade física , ocupe parte do seu tempo
realizando trabalhos voluntários em instituições, como: asilos, orfanatos,
escolas, hospitais. Na realidade, esse conselho, cabe para todos os tipos de
compulsão. Outro trabalho voluntário, bem eficiente, é o serviço de
aconselhamento. Como já disse, trabalhei anos executando essa função, e
como aprendi com cada história. Tirar o foco de nós mesmas e colocar na
dor do outro, com certeza, nos ajuda a romper os ciclos compulsivos.
Proponha à liderança da sua igreja a formação desse ministério se ainda não
existe. Se precisar de informações mais profundas nessa área, acesse o site
(endereço na capa do livro) do meu curso de mentoria para mulheres cristãs, e
veja como obtê-las.
Se o seu caso é compulsão por doces ou comidas não saudáveis ,
quando for ao supermercado, NÃO compre guloseimas, pois, se tiver em
casa, diante de uma crise compulsiva, você fatalmente irá comer. É
importante eliminar o mal pela raiz e sair da ‘zona de perigo’. Uma boa dica
é ir ao supermercado logo após uma boa refeição, onde você estará
satisfeita, e comprará menos. Procure dicas na internet de nutrólogos e
nutricionistas de coisas que você pode substituir, como: barras de cereais,
castanhas, cenoura crua, maçã... enfim, alimentos que vão, de alguma
forma, ‘enganar’ seu cérebro e saciar o vício momentaneamente. Não estou
dizendo que será fácil, mas se você não fizer isso por você, ninguém
poderá fazer! Na hora da crise, experimente dizer para você mesma: “Seu
nome, você não está com fome, e não precisa disso para ser feliz. Tudo o
que você precisa está em Deus” . Na hora do desespero, se possível, saia
para fazer uma caminhada, de preferência, ouvindo louvores ou canções
alegres em seu celular. Agindo assim, você estará desviando o foco da
compulsão . Entenda que, embora seu cérebro tente te enganar e dizer que
ele é quem está no controle da situação, isso não é verdade. Já foi
comprovado pela neurociência que, nós é quem temos o controle do nosso
cérebro, só precisamos aprender a educá-lo. Dica de livro: “Ative seu
cérebro” – Dra. Caroline Leaf.
Uma outra dica legal é fazer novos cursos, aprender sobre novos
assuntos - seja através de vídeos no YouTube ou de livros. Novos
aprendizados estimulam novas redes neurais do cérebro e isso contribui
com a neuroplasticidade, que nada mais é do que a renovação da nossa
mente, descrita em Romanos 12:2.
Outra sugestão para romper com esse ciclo é fazer períodos de jejum.
Cada um faz como proposto em seu coração, mas quero apenas deixar uma
sugestão. Há pessoas que tem dificuldade em ficar um dia todo sem comer,
por causa das intensas atividades, que exigirá energia, força e concentração
– que é o meu caso, por exemplo – sendo assim, retire da sua alimentação:
doces, guloseimas, todos os tipos de pão, massas, refrigerantes ou outras
coisas relacionadas. De vez em quando, quando percebo que estou ansiosa
demais, e comendo além do que deveria, dou um ‘choque’ na minha
‘carne’: paro de tomar café da manhã por 1 semana e coloco no prato uma
quantidade bem pequena de comida no almoço. Funciona! Em poucos dias,
volto à normalidade. Retirando alguns desses alimentos que sugeri,
estaremos retirando a sensação de prazer que eles produzem; e fazendo isso,
estaremos retirando exatamente o que nosso cérebro busca para ser
recompensado . Com o passar dos dias, após o período de ‘desintoxicação’
– que pode vir acompanhado de ‘leves surtos’, como: irritabilidade,
sensibilidade extrema, tristeza, entre outros sentimentos tóxicos; você será
capaz dominar seu vício, além de ficar mais sensível a voz e ao
direcionamento de Deus. Juntamente com esse processo, busque ativar,
crescer e aperfeiçoar as qualidades relacionadas ao fruto do Espírito,
descrita em Gálatas 5:22-23; principalmente o domínio próprio, que é o
maior antídoto contra esse vício.
Capitulo 13

O Ciclo da Miséria e Humilhação O ciclo da miséria


produz dois comportamentos. O primeiro, acabamos de tratar no capítulo
anterior, quando falei sobre a compulsão. O outro comportamento, que
discorrerei nesse capítulo, está relacionado a reter as coisas. Quando você
teve uma infância muito difícil e lhe faltaram coisas básicas, como: roupas e
sapatos – eram sempre doados – material escolar, livros, etc... você desenvolve
o medo de passar por aquela situação novamente, então, você não divide
nada com ninguém, não empresta nada para ninguém, não dá nada para
ninguém, tem ciúmes das suas coisas...
Outro comportamento comum presente nesse ciclo são pessoas que
sempre ficam esperando ganhar as coisas de outras pessoas. Às vezes, elas
até podem comprar, mas como ganhar coisas usadas na infância lhe era
comum, a sensação experimentada busca ser reproduzida. Lembro de
sempre ganhar roupas e sapatos usados, pois minha mãe nunca teve
condições de comprar peças novas. Ela só comprava uma sandália ou
sapato quando esse arrebentava ou não cabia mais no meu pé. Ainda assim,
ela brigava comigo. Lembro de ir à casa das minhas primas, que tinham
uma condição financeira mais favorável do que a minha, e ficar ‘jogando
umas indiretas’ : “Essa roupa, você ainda usa? Porque se não usar, pode
dar para mim, que eu aceito.” ou : “Você gosta dessa roupa? Ela ainda
serve em você? Você já enjoou dessa roupa?” Eu fazia de tudo para ganhar
uma peça. Essas cenas, hoje, me remetem à humilhação. Humilhação que
eu mesma provocava, na verdade, o ciclo vicioso. Embora, na fase adulta,
graças a Deus, eu não tivesse me tornado mesquinha ou egoísta, eu ainda
esperava que as pessoas fizessem as coisas por mim, desde um telefonema,
abraço, ajuda, roupas, ou em algumas fases, até ajuda financeira mesmo.
Na fase adulta, a miséria financeira que vivemos tende a se transformar
em miséria emocional. São os famosos ‘catadores de migalhas’ emocional.
Eu era uma delas. Entendi que eu estava atrás de migalhas de aceitação,
amor, aprovação e amizade, quando meu Pai Celestial tinha um banquete à
minha espera. Mas eu precisava sair da porta do palácio, e deixar aquela
condição de ‘mendiga emocional’ e sentar à mesa, assumindo meu lugar de
princesa, filha do Rei. Lembro de uma mulher que atendi que havia sofrido
muita humilhação na infância e na juventude, porém, acabou carregando
essa ‘identidade miserável’ para seu casamento e sempre se via distorcida
em relação aos outros e, principalmente, em relação ao seu marido. O
discurso dela era: “Meu marido, me trata como um cão de rua, colocando
somente o pote de água e comida para eu sobreviver”. Achei muito forte
aquela expressão, pois percebia que ela sempre se colocava para baixo, no
pior nível que existia, quando relatava como as pessoas a tratava. Pouco
tempo depois, e ainda durante nosso trabalho de aconselhamento, tive a
oportunidade de conhecer o esposo, e pude constatar que era um homem
que a amava e que boa parte das queixas dessa mulher proviam do ciclo
viciante. A mente dela criava situações irreais para viver as mesmas
sensações que havia vivido na infância. Ela sempre se queixava que não
tinha roupas para sair, que era pobre e que nunca ninguém a havia ajudado.
Investi tempo, amor, ouvidos, oração, jejum, e até uma boa parte do meu
guarda-roupa eu doei para ela, mas, tempos depois, ela continuava com o
mesmo discurso. Estava presa no ciclo da miséria.
Uma outra sensação muito comum é a de que, por mais que as pessoas
façam algo por você, nunca será o suficiente. E não será mesmo! Entenda
que NUNCA, NINGUÉM, vai te compreender, te amar, te aceitar, te
preencher, te suprir, como seu PAI celestial. Nem seu esposo, nem seus
filhos. Também vivi isso. Quando casei, coloquei todas as minhas
expectativas no meu esposo de que ele me faria feliz. Mas ele não deu
conta, porque não havia sido criado para isso. Um dia, cansado das minhas
insatisfações – e junto com isso, ações de ingratidão e falta de reconhecer
tantas coisas boas que o outro faz, é como se colocássemos tudo dentro do
‘saco’ da insatisfação e jogássemos fora tantas coisas boas que fizeram por
nós – ele me confrontou dizendo que já que nada me satisfazia ou fazia
feliz, que ele estava desistindo do nosso casamento. Fiquei em choque! Mas
foi exatamente através dessa situação, em 2012, que meu processo de cura
iniciou (relatado em detalhes no livro “Saradas para Sarar”).
Se você sente que as pessoas estão sempre te devendo algo: seja
perguntar se está tudo bem, te enviar um Whatsapp , te fazer uma visita, te
retribuir algo, te dar uma explicação, ou um “muito obrigada”, se tudo o
que as pessoas dão à você, nunca é suficiente, possivelmente, esteja presa
no ciclo da miséria e humilhação. Seu cérebro tem prazer em se sentir
carente, necessitado, humilhado, fale para você mesma: Ninguém me deve
nada!
O melhor caminho para romper com esse ciclo é, urgentemente, buscar
conhecer a Deus e seu amor. Investir boa parte do seu tempo nisso, seja
orando, cantando, adorando, lendo a bíblia, lendo livros que falem sobre
paternidade, seja ouvindo testemunhos e ministrações. Tudo isso,
contribuirá significativamente com sua libertação.
Uma outra ação que contribuirá muito com o rompimento desse vício é a
doação! A bíblia diz ,em Atos 20:35 , na parte final do versículo: “Há mais
alegria – felicidade – em dar do que em receber”. Que tal, hoje, fazer o que
fizeram por você um dia? Se eu não tivesse sido abençoada por aquelas
pessoas, possivelmente, nem teria o que vestir na minha infância. Quantas
pessoas você pode abençoar hoje com o que você tem? Se você for uma
mulher que identificou o ciclo viciante anterior, o da compulsão, então, tem
muita coisa para doar. Quando eu iniciei pregando nesse ministério, eu só
tinha uma saia e um sapato. Deus usou pessoas para me abençoar com
roupas, e até maquiagem, e foi muito bom para mim, principalmente,
porque eu não estava esperando nada de ninguém, e por isso, não me trouxe
sentimento de humilhação, mas de gratidão.
Não tenha medo de se desprender das coisas. Quanto mais damos, mais
Deus nos traz em dobro. Na dinâmica voltada a DAR, ninguém é capaz de
dar mais que Jesus. Nessa ‘brincadeira’, Ele sempre ganha. Já perdi as
contas de quantas vezes Deus me impulsionou a dar quase tudo o que eu
tinha, inclusive roupas que eu havia usado na mesma semana para ministrar
e que eram especiais para mim, mas, tempos depois, Ele me abençoava
abundantemente. Desafio você a não apenas separar objetos, roupas,
bijouterias, acessórios, bolsas e sapatos, que não gosta mais ou que tenha
passado ‘da moda’, mas sim, separar pelo menos uma peça que você
goste muito . Esse exercício te ajudará a romper o ciclo da miséria, que
gera preocupações com o amanhã, e medo de acabar, manifestando-se nesse
comportamento egoísta. Pare de ficar guardando roupas que não te servem
mais, com a desculpa de que você vai emagrecer. Libere essas peças,
porque quando você emagrecer, Deus te dará novas. E quando der, faça com
alegria e sem expor a pessoa. Faça a pessoa se sentir especial e amada, e
não humilhada. Detalhe: não dê coisas rasgadas, sujas ou feias. Doe coisas
que você usaria. Senão, sua ação terá efeito contrário na vida da pessoa que
estiver recebendo.
Posso me lembrar de 2 situações, em específico, que me marcaram
muito. Uma conhecida havia separado uma sacola cheia de sapatos e me
trouxe com a seguinte pergunta: “Ah...eu ia jogar fora esses sapatos, aí
lembrei que só conheço você com esse mesmo número, você quer?”
Observe a forma como ele me deu os sapatos! Pior que eu aceitei, e ainda
com alegria, porque, na época, estava presa ao meu vício. Para piorar a
situação, o número dos sapatos, não eram iguais ao meu, eram um número
maior, e meu pé ficava saindo do sapato, mas mesmo assim, eu usava.
Percebam a presença do ciclo vicioso na jogada: toda vez que eu usava os
sapatos, andava mancando, machucava meu calcanhar, eu passava
vergonha, porque o sapato ficava saindo do meu pé toda hora, além de me
sentir mal e humilhada por ter que usar um número maior que o meu, mas
ainda assim, meu cérebro insistia em me colocar nessas situações, só para
se saciar com a sensação de humilhação e miséria que já havia
experimentado na infância e adolescência. Quando Deus começou a
trabalhar a cura na minha autoestima, uma das primeiras coisas que Ele me
impulsionou a fazer foi me desfazer de todos esses sapatos, que sempre me
lembravam da miséria vivida. Na época, eu só tinha um sapato para pregar,
mas ele era meu e servia perfeitamente!
A outra situação foi uma mala de coisas que recebi uma vez de uma
mulher que eu havia atendido. Ela disse que havia separado algumas roupas
para eu ministrar. Como naquela época eu só tinha uma saia para pregar,
imaginem a minha felicidade, pois a mulher só andava ‘no salto’, era
extremamente elegante e bem arrumada. Eu não esperava mais nada de
ninguém, então aquela ação foi surpresa para mim. Fiquei feliz, grata a ela,
e a Deus. Imaginei que seriam roupas parecidas com as que ela usava, mas,
para minha decepção, quando eu abri a mala, a maioria das roupas eram
bem antigas, feias, algumas manchadas e com defeitos, além de alguns
produtos estavam vencidos. Pouca coisa era aproveitável. O que era para ser
‘benção’, ativou minhas lembranças de humilhação. Me senti muito mal.
Mas, se era um teste para mim, não queria errar. Então, orei, agradecendo a
Deus pelas peças, e pedi que da próxima vez que alguém fosse me
abençoar, que tivesse peças que tivessem a ver com minha identidade
visual, peças que eu sentiria alegria em usar. Por isso, é tão importante orar
e perguntar para Deus quem devemos abençoar. De nada adianta eu doar
minhas roupas ‘sociais’ para alguém que não gosta de saias e vestidos, por
exemplo. Minha oração realmente foi ouvida, porque as próximas roupas
que recebi eram exatamente as mesmas que eu compraria, se tivesse
condições na época.
Capitulo 14

O Ciclo da Impulsividade O ciclo vicioso da


impulsividade pode ser herdado geneticamente, adquirido após um acidente
ou dano cerebral, resultado de algum transtorno psíquico, ou construído
através de experiências vivenciadas em ambientes extremamente agitados,
ansiosos, desestruturados, agressivos, violentos, faltosos e abusivos.
Crianças que também foram abandonadas ou negligenciadas, são mais
propensas a se tornarem adultos impulsivos, devido a raiva guardada. Há
situações, por exemplo, em que um dos pais tenha ido embora ou morrido, e
a criança sente muita raiva, até mesmo, de Deus, porque permitiu isso
acontecer.
Esse ciclo vicioso visa experimentar altos níveis de sensações ligadas ao
hormônio cortisol – que é o hormônio responsável pelo estresse, em busca
de rápidas recompensas, a famosa “dopamina”.

Comportamentos mais comuns em pessoas presas a esse ciclo: Raiva


– pessoas que estouram facilmente e perdem o controle emocional em
segundos, falando coisas que não ‘quis’ falar e depois se arrepende.
Aqueles que vão de ‘0 a 100’ em segundos.
Decisões erradas – pessoas que agem sem pensar nas consequências das
suas ações ou quantas pessoas ela irá impactar e, até mesmo, desestruturar
com sua decisão. Exemplo disso são pais que decidem mudar de cidade,
sem se preocupar com a rotina escolar do filho, com as amizades que ele
construiu; ou compras impulsivas que acarretarão desequilíbrio financeiro,
prejudicando toda a família; ou entrar em projetos/negócios financeiros sem
nenhuma preparação emocional, financeira ou profissional.
Novas Atividades – pessoas que estão sempre envolvidas em novos
projetos, aventuras, relacionamentos amorosos, atividades estimulantes, que
liberem o neurotransmissor “adrenalina”, através dos impulsos elétricos. É
como se o cérebro precisasse de adrenalina – fortes emoções – para
sobreviver.
Fala sem reflexão – pessoas que prometem e não cumprem. Pessoas
que ofendem sem pensar. Pessoas que falam demais sem prévia reflexão.
Aquela história: “Falei no impulso”.
Reações bruscas – pessoas que reagem às situações externas sempre de
forma agressiva ou violenta.
Ciúmes em excesso – pessoas que agem impulsivamente ligando para o
parceiro ininterruptamente até que ele atenda, algumas vão até o jogo de
futebol ou à reunião de amigos do marido e fazem um ‘show’ ou ‘barraco’.
Pessoas que quebram coisas à sua volta numa briga. Pessoas que agem
violentamente contra o outro, chegando até a agredir fisicamente, perdendo
totalmente o controle emocional e racional. Pessoas que fazem ‘drama’,
ameaçando se matar na frente do parceiro, só para ele ficar com ela. Pessoas
que exigem que o parceiro visualize suas mensagens imediatamente,
questionando que está aparecendo ‘online’ no status da pessoa, mas ela não
vê a mensagem, pessoas que exigem que o parceiro enviem pelo WhatsApp
sua localização, pois desconfiam de onde estão, pessoas que até exigem que
seu parceiro envie foto com quem estão, imaginando que esteja com outra.
Pessoas que vasculham tudo do parceiro, roupa, celular, documentos, contas
bancárias, carteira...
Problemas de relacionamentos – pessoas impulsivas normalmente não
mantém o mesmo ciclo de amizade por muito tempo. Como têm a tendência
a serem ‘verdadeiras’ demais, as pessoas à sua volta tem dificuldade em
tolerá-las. São pessoas que também oscilam muito em seu humor, o que
acaba dificultando as relações, devido aos rompantes do impulsivo.
Fazem tudo em excesso – pessoas que gastam demais, comem demais,
são agitados demais, bebem demais (tendência ao uso abusivo de álcool e
drogas).
Uma vez ouvi dizer que falha de caráter é o dom usado erradamente. Em
partes, concordo, pois também há muitos pontos positivos nos impulsivos.
Normalmente, são pessoas que expõem suas opiniões com firmeza, não são
pessoas fáceis de serem persuadidas, se comunicam muito bem, são
visionárias, persuasivas, persistentes, ousadas e corajosas. Podem ser
excelentes vendedoras ou comunicadoras, por exemplo. Se todos esses dons
realmente forem usados da forma correta, essas pessoas tem grande chance
de terem sucesso em suas vidas. Por isso, submeta seus dons, sua
personalidade, suas experiências ao controle de Jesus Cristo, Ele sabe como
usar tudo o que tem dentro de você, com equilíbrio e para o propósito
correto.

Conselhos práticos para romper o ciclo : Tente prestar mais atenção


na fase em que você está vivendo. Exemplo: se você ou alguém foi
demitido do trabalho na família, ou se está debaixo de forte pressão no
trabalho, é natural que, nessa fase, fique mais apreensiva e irritada. Mas
isso não pode ser justificativa para maltratar as pessoas à sua volta, por isso,
todos os dias, leia a Palavra de Deus e declare que Ele é a sua paz (Filip 4:7),
que Ele sabe do que você precisa (Mt 6:34), que Ele irá suprir suas
necessidades (Filip 4:19), que Ele é a sua força (Sl 28:7), entre outros
versículos. A Palavra de Deus é nossa maior fonte de refrigério, esperança
e consolo para os dias maus. Ouça louvores durante o dia, enquanto faz as
atividades de casa. As canções tem o poder de acalmar nossa alma e
espírito. Separe um tempo para orar e colocar para fora toda sua
irritabilidade, raiva ou frustração. Seja sincera com Ele, pois Ele já conhece
seu coração. Você é quem precisa ter acesso ao seu coração para se
conhecer melhor.
Tente se conhecer e perceber em quais momentos você mais se exalta.
Em quais ambientes? Diante de quais pessoas? Ou diante de quais ações de
determinadas pessoas? Diante de quais situações? Quando as pessoas
discordam de você? Quando alguém te pede algo na hora errada? Saiba que
10% representa o que ocorre à sua volta, e 90% representa sua resposta ao
que ocorre, então, treine mudar sua resposta diante das situações, mesmo
que os estímulos externos são sejam modificados, porque, dificilmente eles
serão.
Saia da Zona de Perigo . Isso mesmo! Quando tudo à sua volta estiver
‘fervendo’, e você perceber que está saindo do sério, saia imediatamente
desse lugar. Se possível, busque um local aberto, um quintal, uma janela, ou
qualquer coisa que te coloque em contato com o céu, vento, ou a natureza
de alguma forma. Respire profundamente, e lentamente, diversas vezes (no
mínimo 10x – inspira devagar contando até 4, segura o ar contando até 2, e solta bem
devagar contando até 6 – tente se concentrar no ar que está entrando e saindo do seu
nariz – quando encher o pulmão, tente estufar o abdômen e ao soltar o ar, encolha-o).
Isso proporcionará uma melhor oxigenação ao seu cérebro, e te ajudará a
pensar melhor quando voltar à situação de estresse. Nossas decisões são
tomadas através de uma estrutura chamada córtex pré-frontal, composto por
milhares de células, que precisam de oxigênio para executar suas funções
com sucesso. O cérebro chega a consumir cerca de 25% de todo oxigênio e
energia que nosso corpo produz. Quando há uma melhor circulação de
oxigênio, consequentemente, somos capazes de agir de maneira mais
equilibrada.
Espere a situação acalmar , seja humilde e peça perdão a quem você
ofendeu, admitindo que você se excedeu. Os impulsivos tem muita
dificuldade de assumirem seus erros e pedir desculpas. Eles sempre acham
que estão certos. Aproveite e comunique ao outro de forma madura o que
ele faz que te tira do sério. Pode ser que você conviva com pessoas que te
irritam o tempo todo, mas talvez, ela nem tenha ideia de que a ação dela é
tão danosa a você. A boa comunicação é a principal chave para um bom
relacionamento com pessoas impulsivas.
Não deixe suas emoções evoluírem para ações . É natural sentir raiva,
pois ela faz parte das emoções inatas – nasce conosco – do ser humano. Até
Jesus se irou (João 2:15-16), mas o apóstolo Paulo nos deixou um precioso
conselho em Efésios 4:26-27 : “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol
sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo.” Por isso, é tão importante você
se conhecer, e saber seus limites, até onde você pode ir, e de qual linha não
pode passar. Quando estiver com muita raiva, converse sobre ela com Jesus.
Sim, Ele te ouve, te entende, não te condena, e ainda é o único capaz de
tirar esse sentimento negativo de você. Se foi a atitude de alguém que
provocou esse sentimento em você, fale com Jesus sobre essa pessoa e
conte tudo o que ela te fez, na sua ótica, mesmo que ela esteja errada.
Deposite nele todo sentimento de indignação, toda raiva e desejo de
vingança. Esse é o melhor caminho para romper com esse ciclo. Não conte
para sua mãe ou amiga, senão você pode contaminá-la com sua visão ainda
distorcida e não curada.
Aprenda a não tomar nenhuma atitude sem orar antes . Se você
precisa dar uma resposta à alguém, se precisa fechar algum negócio, se
precisa tomar uma decisão importante ou difícil em seu local de trabalho ou
ministério, se tem vontade de dizer ‘poucas e boas’ para alguém, se está
desesperada para se justificar diante de calúnias e perseguições que tem
sofrido, se quer chamar alguém para fazer parte da sua equipe profissional
ou ministerial, se quer fazer uma proposta de parceria à alguém, se precisa
contratar alguém para sua empresa ou casa, e até para fazer novas amizades;
NUNCA dê um passo em direção à ação sem, antes, ter certeza que Deus
está de acordo. Agora você pode estar se perguntando: “Mas como vou
saber se Deus está de acordo?” Sim, eu sei que ‘ouvir’ a voz de Deus não é
uma tarefa tão fácil assim. Mas é um treino. A bíblia diz que as ovelhas
conhecem a voz de seu pastor. Jesus Cristo é nosso Supremo Pastor (1 Pe
5:4), e precisamos treinar ouvir sua voz. Há muitas vozes dentro e fora de
nós. Vozes dos outros dizendo que não vamos conseguir, vozes dos
problemas e das preocupações com $, filhos, marido, saúde,
relacionamentos, a voz do inimigo das nossas almas que tenta nos derrotar
todos os dias, as vozes da nossa alma –vontade e emoções, as vozes dos
nosso vícios – neurônios e comportamentos repetitivos, mas, no meio de
tudo isso, às vezes, de uma forma bem suave, quase que imperceptível,
encontramos, também, a voz do Espírito Santo. Ela se parece muito mais
com uma ‘impressão’ ou um ‘pressentimento’ que vem lá do fundo, do que
com uma força, embora, em alguns momentos, Deus também se manifeste
assim. Sempre digo que bom mesmo seria se, todas as vezes que
precisássemos de uma resposta ou direcionamento, Deus bradasse em alta
voz e nos desse a certeza do que fazer para não errar. Mas nosso processo
nessa terra é atingir a maturidade e, nessa jornada, os erros, aprendizados e
acertos estão inclusos. Algo que aprendi que pode te ajudar: Não fazer nada
quando estiver eufórica – essa é a voz da emoção. Não fazer nada quando
estiver em dúvida ou não souber o que fazer – descanse e aprenda a confiar
no Senhor. Não tomar nenhuma atitude quando estiver inquieta, pois a paz
de Deus é o juiz de nosso coração (Coloss 3:15); se não tem paz, não faça !
Não tentar dar uma ‘mãozinha’ para Deus – Ele sabe como, e o melhor,
momento de fazer acontecer o que você tanto espera. Às, vezes quando
realmente eu não tenho nenhum direcionamento da parte de Deus, mas
também não tenho inquietação, nem empolgação, falo: “Espírito Santo,
tenho orado já há algum tempo sobre essa situação, mas não tenho tido
nenhuma resposta, então, vou dar um passinho em direção à isso, e peço
que, se for da sua vontade, as coisas fluam e as portas se abram, se não, que
elas travem e as portas continuem fechadas”. E realmente funciona. Quando
não é para ser, tudo dá errado, as coisas não vão para a frente, mas quando é
para ser, ocorre naturalmente sem nenhum esforço, e o resultado
sempre está ligado ao propósito d’Ele para nós. Creio que essa é melhor
confirmação que o Senhor pode nos dar.
Aprenda a dizer “Não” às pessoas . O impulsivo tem a tendência a
dizer sim para tudo na hora da ‘empolgação’, e depois acaba não cumprindo
ou se estressando ainda mais, porque inseriu mais uma atividade ou
compromisso em sua rotina.
Tome bastante água . Por incrível que pareça, a água influencia
consideravelmente nas nossas emoções. Ela ajuda a eliminar até
pensamentos tóxicos. Por isso, tome bastante água todos os dias, mas
quando estiver sob pressão, tome ainda mais, e evite o açúcar nessas fases.
Faça caminhadas e pratique atividades físicas . Os exercícios
contribuem com a liberação de neurotransmissores que serão de suma
importância para a quebra dos ciclos emocionais viciantes, por exemplo,
além de criar novos caminhos para que o cérebro se livre dos resíduos
tóxicos. As atividades físicas também regulam o sono, proporcionando ao
cérebro a execução de uma limpeza nas células enquanto dorme.
Faça alongamentos ou atividades de relaxamento . Eles contribuem
com a diminuição do cortisol que é o hormônio do estresse, diminuindo,
assim, a ansiedade, que é um fator muito presente no ciclo impulsivo.
Agora, se você fizer tudo isso por um determinado período, e ainda
assim, não obter resultados, talvez seja melhor buscar ajuda profissional,
como um psicólogo e um psiquiatra, que te ajudará a compreender se você
tem algum transtorno psíquico como o “borderline” ou a “bipolaridade”,
por exemplo, onde é necessário a inserção de medicamentos de controle de
humor, além da terapia.
Capitulo 15

Rompendo Todos os Ciclos - Vida Equilibrada


A definição de saúde é: “estado de equilíbrio e bem-estar mental, físico e
social”, ou seja, termos uma vida equilibrada, é o mesmo que termos uma
vida saudável. A definição de equilíbrio é: “prudência, domínio próprio,
moderação e temperança”. Essas palavras nos lembram as virtudes do fruto
do Espírito Santo, descrito em Gálatas 5:22. Portanto, busque desenvolvê-
los.

“A temperança é capaz de domesticar os instintos, sublimar as paixões,


moderar os impulsos e apetites”.

Provérbios 3:21 diz: “Meu filho, guarde consigo a sensatez e o


EQUILÍBRIO, nunca os perca de vista”.

Trabalhe os pêndulos : Chorar x Sorrir na hora certa Luto x Avançar na


hora certa Guardar a dor - adoece x Colocar a dor para fora, em Deus,
esperando a hora certa, e a pessoa certa, para abrir seu coração.
Esconder o pecado – adoece e afasta de Deus x Confessar para Jesus e para
a pessoa que Deus colocar ao seu lado para te ajudar no processo de cura
(Tg 5:16).
Se doar demais – gera cansaço e desistência, devido ao sistema de recompensa
que não está sendo alimentado x Ser Egoísta e não se importar com ninguém –
ação totalmente contrária ao cristianismo.
Ser gentil e educada com as pessoas – sempre x Ser manipulada por elas -
nunca.
Perdoar - sempre x Permitir que o outro continue te ferindo – não.
Dar a outra face – fazer ao outro o que ele não fez a você x Ser boba demais –
impor limites.
Vida com Deus – relacionamento verdadeiro x Obrigação/Religiosidade –
caracteriza falsidade.
Comprar demais - compulsão x Nunca comprar nada – autossabotagem.
Excesso de ‘Nãos’ x Excesso de ‘Sims’
Dar $ demais x Poupar uma parte para o futuro Descanso x Lazer x
Trabalho – respeitando o tempo de cada um.
Casamento x honrar o esposo x ter sua individualidade.

A maior estratégia para romper todos os ciclos é ter uma vida


equilibrada em todas as áreas da nossa vida. E já quero te dizer, de antemão,
que isso não ocorrerá tudo de uma vez, e, muito menos, em um mês, ou um
ano. Será necessário empenho da sua parte e perseverança nas ações por um
longo período, até que, aos poucos, você perceberá pequenas mudanças. Às
vezes, elas serão quase que imperceptíveis, mas se você não desistir, elas
estarão ocorrendo.
Um passo que você der, por menor que pareça, uma ação que você
deixar de fazer, comemore como uma grande vitória. A busca pelo
rompimento dos ciclos emocionais viciantes deve ser contínua e constante.
Entenda que é um processo de vida. O grande segredo é manter o equilíbrio
entre não exigir demais de você mesma, mas também não desanimar em
meio aos desafios e resistências, ok?
Para conquistarmos uma área da nossa vida e termos o domínio sobre
ela, teremos que enfrentar inúmeras batalhas. Isso me lembra a história do
povo de Israel, a caminho da Terra Prometida. Eles enfrentaram inúmeros
desafios que exigiram perseverança, confiança em Deus e gratidão. Mesmo
depois de poucos terem chegado à Terra Prometida, ainda tiveram que
guerrear com diversos povos estabelecidos em terras que pertenciam a eles.
Assim ocorre com os territórios da nossa mente. Muitos inimigos habitam
lá porque se instalaram através do ciclo vicioso. Mas não podemos nos
esquecer que esse território não pertence a eles, e sim, a nós. Assim como o
povo confiou em Deus, lutou, perseverou, obedeceu e venceu os inimigos,
tomando de volta suas terras, nós devemos fazer o mesmo com nosso
território emocional.

“Seja forte e corajoso, porque você conduzirá esse povo para herdar a
terra que prometi sob juramento aos seus antepassados. Somente seja forte
e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu
servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para
a esquerda, para que você seja bem sucedido por onde quer que andar.
Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de
dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito.
Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido.
Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem
se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você
andar”. - Josué 1:6-9

Gostaria de encerrar esse livro fazendo uma relação com a liberação de


neurotransmissores que favorecem nosso cérebro atrelados aos conselhos
bíblicos milenares. Como estimular a química da felicidade em seu cérebro
de maneira natural?
Dopamina – ativa os circuitos de recompensa, proporcionando prazer e
sensação de bem-estar. O que os neurocientistas recomendam : Fazer
exercícios diariamente. Dormir de 7 a 9 horas diárias. Comemorar
conquistas diárias. Conselhos bíblicos : Praticar atividades físicas –
“Somos templo do Espírito Santo” 1 Cor 3:17 e 6:19-20. Dormir bem –
“Em paz me deito e logo durmo” Salmos 4:8. Comemorar – “Alegrem-se
com os que se alegram” Rom 12:15.
Ocitocina – hormônio do amor e do afeto, provocando sensação de
pertencimento. O que os neurocientistas recomendam: Meditar. Abraçar
alguém. Fazer um ato de generosidade. Conselhos bíblicos : Meditar – “Na
sua lei, medito dia e noite” Salmos 1:2 – vários Salmos falam sobre meditar
na Palavra de Deus, em seus feitos e bondade. Abraçar alguém – “Amar ao
outro, assim como Eu os amei...” João 13:34. Generosidade – “O generoso
prosperará/ Há mais alegria em dar do que receber” Provérbios 22:9/ Atos
20:35.
Endorfina – redução da dor, efeito analgésico. Responsável por gerar
disposição, sensação de bem-estar, e estado de plenitude. É ativada,
principalmente, durante as atividades físicas. O que os neurocientistas
recomendam : Praticar hobbies. Rir com pessoas especiais. Cantar e
dançar. Conselhos bíblicos : Rir – “Alegrem-se sempre” Filip 4:4.
Cantar/dançar – “Em todo tempo eu louvarei ao Senhor, sempre estará em
meus lábios o seu louvor” Salmos 34 – Miriã cantou e dançou com seus
tamborins – Êxodo 15.
Serotonina – regula o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura
corporal, sensibilidade e funções intelectuais. Quando está em baixa, alto
risco de depressão. O que os neurocientistas recomendam para
aumentar o nível de serotonina no organismo : Agradecer todos os dias.
Desfrutar da natureza. Recordar momentos especiais. Conselhos bíblicos :
Natureza – “Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com
sabedoria! A terra está cheia de seres que criaste” Salmos 104:24.
Recordar – “Quero trazer a memória aquilo que me dá esperança”
Lamentações 3:22. AGRADECER todos os dias – “Em todo tempo dai
graças” 1 Tessalonicenses 5:18
A neurociência explica que a felicidade está diretamente relacionada
com a gratidão: quando a pessoa se sente grata, o cérebro entende que algo
positivo está acontecendo e libera mais neurotransmissores que motivam as
pessoas a irem em busca de seus objetivos e sonhos. E quanto mais o
indivíduo se sente feliz e realizado, mais seu organismo sente a necessidade
de alcançar outros objetivos. Exercitar a gratidão, portanto, eleva os níveis
de emoções positivas, vitalidade e satisfação.
Percebe como a ciência vem se alinhando cada vez mais ao que a bíblia
recomenda há séculos? Percebe como Deus já deixou todo o manual do que
precisamos para ter saúde mental, emocional e física equilibrada? Por isso,
meu conselho para você é: LEIA A BÍBLIA e a PRATIQUE! TUDO,
ABSOLUTAMENTE TUDO o que precisamos, está lá!
Espero, de coração, que esse livro seja um divisor de águas em sua vida.
Espero que todo meu esforço em compartilhar o máximo de conhecimento
com você lhe seja um fator motivacional para colocar em prática todos os
conselhos, e, assim, romper todos os ciclos emocionais viciantes
identificados.

Um Convite especial : Se você foi presenteada com esse livro, mas


ainda não caminha com Jesus, e gostaria de ter experiências incríveis com
ele, você pode começar com essa simples oração de entrega:
“Senhor Jesus, eu reconheço e aceito o seu sacrifício na cruz por mim.
Agradeço por seu grande amor dispensado e revelado a mim. Quero lhe
entregar minha mente, minhas emoções, meu passado, todas as dores, faltas
e fracassos que vivi, deixo aos pés da sua cruz. Me perdoa por ter andado
distante de ti, me recebe como seu filho (a). Peço que, a partir de hoje, o
Senhor faça morada em meu coração, através do teu Espírito Santo, e dirija
todos os meus passos. Em nome de Jesus, amém!”

Pronto! Agora sua vida está nas mãos daquele que pode, e vai, mudar a
sua história, se assim você permitir. Se você deseja rompimento dos ciclos
emocionais viciantes em que se encontra presa, ou mudanças
comportamentais, sejam esses comportamentos resultado da sua genética,
das conexões neurais, da influência do meio em que viveu, ou dos traumas
que vivenciou, Deus pode transformá-la. Sugiro que você busque uma
amiga que conhece Jesus para te auxiliar nesse novo tempo da sua vida,
quem sabe seja essa mesma que lhe presenteou com esse livro.
Bibliografia

https://institutoelix.com.br/os-beneficios-do-bom-humor-segundo-a-neurociencia/
https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/noticia/autossabotagem-seu-cerebro-
pode-estar-te-impedindo-de-emagrecer.ghtml
https://administradores.com.br/artigos/7-passos-para-vencer-a-auto-sabotagem-e-
ter-sucesso
https://www.sbie.com.br/blog/o-poder-da-gratidao-os-beneficios-de-agradecer/
https://www.youtube.com/watch?v=qghHY27bGbU– A neurobiologiadas emoções
– Dr. Fernando M. Sant’Anna https://www.youtube.com/watch?v=SUAQeBKiQk0– O
que sãoemoções e sentimentos – Pedro Calabrez – Canal: NeuroVox
https://amenteemaravilhosa.com.br/aprenda-reconhecer-um-manipulador/
https://mundointerpessoal.com/2015/07/como-nao-ser-manipulado-
emocionalmente.html
https://www.jrmcoaching.com.br/blog/caracteristicas-de-uma-pessoa-
perfeccionista/
https://www.uol.com.br/vivabem
Cap 9 - Dados apresentados nos sites: jrmcoaching.com.br esbie.com.br
Cap 13 - https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/comportamentos-
compulsivos-entrevista/
Cap 13 - https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/prazer-compulsivo-
artigo/

[1] Meme é um termo grego que significa imitação. O termo é bastante


conhecido e utilizado no “mundo da internet”, referindo-se ao fenômeno de
“viralização” de uma informação, ou seja, qualquer vídeo, imagem, frase,
ideia, música e etc, que se espalhe entre vários usuários rapidamente,
alcançando muita popularidade.

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